A floresta industrial e a floresta negócio - OpCP33

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afloresta eicas negócio

Opiniões

a silvicultura e os seus

comandantes

A silvicultura brasileira, em seus anos de existência, tem atendido a diferentes demandas, diversos objetivos e tem convivido com formas de gestão bastante variadas. Saímos da simples aquisição de madeira e plantios rudimentares do departamento de suprimento das antigas indústrias consumidoras, passamos pelas empresas constituídas para se beneficiar dos incentivos fiscais e formar florestas, com diretoria e diretores que lideraram o grande avanço da silvicultura dos anos 1970/1980, e chegamos aos tempos modernos, em que a floresta virou um negócio, às vezes antes de ser matéria-prima. Aqueles diretores, de fato, que precisavam encontrar a receita para produzir a madeira para segurança das indústrias e que compartilhavam das decisões estratégicas da empresas, foram cedendo seus postos para disciplinados seguidores de regras que, no máximo, forneciam informações para tomadas de decisões. Depois de alguns anos, no final dos anos 1990, tivemos uma grande modificação na forma de se administrar o negócio florestal. Desde então, na maioria dos casos, começaram a valer os números que entravam e saíam dos registros de campo e iam às mesas de decisões. E o diretor florestal,

quando foi mantido, antes de conhecer de silvicultura, precisava ser um emérito condutor de planilhas e analista das inflexíveis variações numéricas. E as pessoas, como foram tratadas nesse processo? Como sempre, continuaram peça fundamental em todo o processo produtivo, mas com algumas diferenças fundamentais. Antes, um grande reconhecimento pela competência, liderança, ética e comprometimento setorial; nos dias atuais, essas características não parecem fazer tanta diferença. Um bom administrador de modernos instrumentos tecnológicos de programação e controle é candidato à direção florestal, e, fazer floresta, para muitos, é só uma questão de receita, cronogramas e planilhas. A participação do profissional de silvicultura nas decisões estratégicas das empresas foi diminuindo na medida em que a pesquisa evoluiu, os problemas foram sendo resolvidos e os estoques de madeira foram crescendo. A criatividade e o apoio à pesquisa florestal e a valorização à informação técnica e científica foram cedendo lugar à disciplina e à obediência às receitas. O conhecimento biológico começava a ser batido pela exatidão matemática, e o

Estamos vivendo momento oportuníssimo para que essas correções sejam feitas e possamos manter a competitividade de nossa silvicultura. "

Nelson Barboza Leite Diretor Florestal da Eco Brasil Florestas

equilíbrio biologia-matemática só ficou para algumas empresas, tidas até como conservadoras. Na verdade, aquele dono fundador que tinha a missão de abastecer a indústria foi se afastando do dia a dia, e os que chegavam, que nunca tinham sentido o problema de falta de madeira, transformaram a silvicultura numa questão de logística e custo. Há no estoque? E o assunto voltou para o departamento de suprimento.

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