A floresta industrial e a floresta negócio - OpCP33

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o desafio da gestão florestal em 2000, as matas plantadas representavam apenas 5% do total de florestas (do mundo), mas já contribuíam com aproximadamente 35% da madeira colhida. (Hoje) já representam 6,6% das selvas mundiais. " Marco Antônio Fujihara Diretor da Key Associados e Conselheiro do Banco Mundial

A Terra seria inóspita e desolada sem elas. Estamos falando das florestas, verdadeiro patrimônio para a humanidade, responsáveis por manter as condições climáticas e abrigar a vida animal – são incontáveis seus nichos ecológicos, e é incalculável a variedade de seres vivos que as habitam. Ao mesmo tempo, elas protegem o solo e seus diversos habitantes dos perigos do vento, da chuva, do calor e do frio, conservando a biodiversidade. São 4 bilhões de hectares de florestas nativas e plantadas que se estendem por quase 30% das terras emersas do planeta, variando em dimensão, características e densidade. Riqueza formidável e facilmente manejável, as matas já cobriram pelo menos metade do planeta. Ao longo do tempo, elas foram um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem, tendo um papel econômico inegável. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO, o consumo mundial de madeira chega a cerca de 3,4 bilhões de metros cúbicos por ano, com previsão de um aumento de 25% até 2020. Para atender a essa demanda, as matas nativas do planeta são derrubadas a uma taxa de 12 milhões de hectares por ano, mas elas não estão sozinhas: as florestas plantadas ganham espaço. Estudo do Centro para Avaliação do Risco Ambiental de Culturas Geneticamente Modificadas – Cera, da Ilsi Research Foundation, uma fundação que reúne instituições de pesquisa de todo o mundo, aponta que, em 2000, as matas plantadas representavam apenas 5% do total de florestas, mas já contribuíam com aproximadamente 35% da madeira colhida. Desde então, a área de cultivo de espécies arbóreas aumentou para 264 milhões de hectares, o que representa 6,6% das selvas mundiais.

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Para a FAO, tal panorama implicará um declínio das florestas naturais e o crescimento dos bosques plantados como principal fonte de madeira. Mesmo assim, a hipótese mais aceita é a de que, no futuro, a necessidade mundial de madeira deva aumentar mais do que o suprimento disponível. Isso repercutirá nos preços e no cenário global de consumo e produção desse bem tão precioso, afetando cada país de acordo com sua posição mundial, que varia conforme a reserva de mata que possui e a dependência que tem da madeira. No mundo, a Europa se destaca como a região que mais exporta e importa produtos florestais. Relativamente nova no mercado, a Rússia desponta como exportadora de madeira roliça, enquanto a América do Norte vem chamando a atenção dos analistas como grande importadora de produtos florestais, em termos de valores. O processamento de madeira, atividade industrial que não para de crescer, é destaque na China, na Europa Oriental e nos países em desenvolvimento, como o Brasil, cujo consumo de madeira como recurso econômico teve início com a chegada dos portugueses, com a exploração do Pau-Brasil por mais de três séculos. Se a exploração de mata nativa remonta à conquista europeia, os primeiros plantios comerciais de árvores do País já contam com cerca de um século de história e datam do começo do século XX. O objetivo do início da atividade era suprir a demanda crescente de madeira nas regiões mais desenvolvidas, em especial no estado de São Paulo. A preferência, nesse momento inicial, era por plantas exóticas, como o Eucalyptus, da Austrália, em razão do seu rápido desenvolvimento, versatilidade de uso e rendimento econômico. Com o tempo, houve variação nas opções, com destaque para os pinus.


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