pragas florestais
controle biológico de pragas exóticas O Brasil tradicionalmente tem altos índices de produtividade das plantações florestais de eucalipto sendo referência a nível mundial, com incremento médio anual (IMA) entre 35 a 40 m3/ha/ano e potencial para 50 a 60 m3/ha/ano. Entretanto, a produtividade potencial é difícil de ser atingida por vários fatores, entre eles o ataque de pragas e doenças. Com relação às pragas, há as pragas nativas, sendo as principais as formigas cortadeiras, de ocorrência generalizada no Brasil, os cupins e as lagartas desfolhadoras. Além das plantações de eucalipto sofrerem com o ataque dessas e outras pragas nativas, há também a ocorrência de pragas exóticas ou invasoras. As principais pragas exóticas do eucalipto que foram introduzidas no Brasil são o psilídeo-de-concha (Glycaspis brimblecombei) em 2003, o percevejo-bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) e a vespa-de-galha (Leptocybe invasa), ambos em 2008, e o gorgulho-do-eucalipto (Gonipterus platensis), em 1955. Essas pragas já causaram e ainda causam muitos danos aos plantios de eucalipto, como redução expressiva da produtividade, variando de 15 a mais de 30% a menos no volume de madeira colhida em áreas atacadas. Além disso, as três primeiras pragas foram responsáveis por limitar os plantios com Eucalyptus camaldulensis e seus híbridos, sendo esses materiais os mais utilizados para regiões com déficit hídrico e para produção de carvão vegetal. A principal estratégia de manejo das pragas exóticas do eucalipto é o controle biológico clássico, com a importação de inimigos naturais da região de origem dessas pragas, a Austrália. A principal estratégia de manejo das pragas exóticas do eucalipto é o controle biológico clássico, com a importação de inimigos naturais da região de origem dessas pragas, a Austrália. "
Carlos Frederico Wilcken Professor de Entomologia Florestal e Diretor da FCA/Unesp - Campus de Botucatu e Líder do Protef/IPEF
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Para o psilídeo-de-concha, em 2004 foi introduzido o parasitoide de ninfas Psyllaephagus bliteus. Após 13 anos das primeiras liberações desse inimigo natural, foi verificado o estabelecimento do parasitoide por todas as regiões produtoras. Nas áreas de eucalipto das regiões Sul, parte do Sudeste e nas regiões costeiras do Sudeste e Nordeste, as populações têm se mantido baixas, com índices de parasitismo relativamente altos. Entretanto, nas regiões com período de seca longo (acima de 60 dias), como parte de SP, e nos estados de MG, MS, GO, MT, TO, MA e PI, as plantações de eucalipto ainda sofrem surtos de psilídeo-de-concha, pois o inimigo natural é afetado por altas temperaturas e baixa umidade relativa. Liberações mais frequentes de P. bliteus ajudam a aumentar o parasitismo, mas a criação massal do parasitoide ainda é um desafio. Nas regiões com altas infestações, há a utilização de métodos complementares de controle, como aplicação de inseticidas biológicos à base de fungos entomopatogênicos ou mesmo de inseticidas químicos. Porém, com resultados inconsistentes em alguns casos. O controle biológico do percevejo-bronzeado é o que tem demonstrado melhores resultados. Essa praga, detectada em 2008, teve grandes surtos entre 2011 a 2014, causando perdas médias de 15% no volume de madeira e prejuízos acima de R$ 1 bilhão. O parasitoide de ovos Cleruchoides noackae, introduzido em 2012, foi liberado em 7 estados brasileiros e está estabelecido em quase ; todas as regiões produtoras.