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praga formiga - visão da consultoria especializada
a macrovisão sobre o combate à formiga O controle de formigas cortadeiras de folhas na agropecuária brasileira, particularmente as espécies dos genêros Atta spp e Acromyrmex spp, correu sérios riscos de perder a melhor alternativa de controle, uso de iscas formicidas à base do ingrediente ativo sulfluramida, após o início das discussões para a inclusão de novas substâncias químicas no Comitê de Revisão de Poluentes Orgânicos Persistentes – POPRC, da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes. A Convenção de Estocolmo é um Acordo Multilateral Ambiental juridicamente vinculante, que foi discutido, negociado e acordado por vários países no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que entrou em vigor em 2004 e tem como objetivo final o banimento, em nível internacional, de Poluentes Orgânicos Persistentes – POPs, constantes dos Anexos A e B do texto da Convenção. Doze substâncias foram incluídas, inicialmente, nos Anexos A e B (aldrin, clordano, DDT, dieldrin, dioxinas, endrin, furanos, hexaclorobenzeno, heptacloro, mirex[dodecacloro], PCBs e toxafeno). Também foram estabelecidos os critérios e as diretrizes para a inclusão de novas substâncias químicas no texto da Convenção.
O POPRC começou a discutir, desde a sua primeira reunião, a inclusão, nos Anexos A, B e C da Convenção, das substâncias químicas PFOS, seus sais e PFOSF, tendo aprovado a caracterização dessas substâncias como POPs. Sendo o PFOSF a principal matéria-prima para a síntese do ingrediente ativo sulfluramida, que é utilizado na fabricação de iscas formicidas para o controle de formigas cortadeiras de folhas, o tema ganhou uma importância significativa de interesse do Brasil, que passou a integrar todas as reuniões do referido Comitê, com a participação de representantes do governo (Ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Saúde), da academia e da indústria (ABRAISCA). A participação efetiva e multissetorial de todos os setores envolvidos no problema, seja do poder público, seja da sociedade civil, permitiu que o Brasil apresentasse, de maneira clara, objetiva e devidamente fundamentada, a necessidade de continuidade de uso das iscas formicidas à base de sulfluramida no controle de formigas cortadeiras de folhas, tendo em vista a inexistência de alternativas técnica e economicamente viáveis para a sua substituição naquela oportunidade. A decisão de incluir as substâncias químicas PFOS, seus sais e PFOSF nos Anexos A e B da Convenção de Estocolmo foi adotada na Quarta Reunião da Conferência entre as Partes-COP, realizada em maio de 2009, após intensos debates entre as partes, que contou com efetiva participação da delegação brasileira na defesa da inclusão do PFOSF no Anexo B, com a finalidade
A manutenção do uso das iscas formicidas à base de sulfluramida no controle de formigas cortadeiras só foi possível devido ao esforço do Ministério da Agricultura, da academia e entidades de pesquisa pública e privada, da indústria e do setor produtivo. "
Júlio Sérgio de Britto Presidente da Compliance Agribusiness