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Maior produtor de álcool e açúcar do mundo, Rubens Ometto recebe na Itália prêmio Ciccillo Matarazzo
Como marco dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, prêmio Ciccillo Matarazzo per italiani nel mondo vai homenagear descendentes de italianos que se notabilizaram nas áreas cultural e empresarial No próximo dia 6 de maio, o empresário descendente de italianos Rubens Ometto, presidente do grupo Cosan, recebe o prêmio Ciccillo Matarazzo per italiani nel mondo, criado neste ano por Andrea Matarazzo com apoio da associação Promo Brasile Italia, presidida por Giacomo Guarnera. O prêmio será anual e é destinado a personalidades italianas que se notabilizaram em suas áreas no exterior. A homenagem envolve uma série de apresentações sobre o Brasil como local para se fazer negócios e da liderança de Rubens Ometto em sua vasta área de atuação empresarial. Voltados a cidadãos, agentes da política e empresários italianos, os eventos acontecem nos dias 6, 7 e 8 de maio, nas cidades de Roma e Milão, na Itália. A cerimônia de premiação será na noite do dia 6 de maio na embaixada do Brasil, em Roma.
“O prêmio foi criado neste ano dos 150 anos da imigração italiana no Brasil como um marco para reconhecer o heroísmo, a determinação e a coragem destes homens e mulheres que, deixando para trás sua terra e parte de sua história, ajudando a construir nosso país. Também tem como objetivo mostrar à Itália a dimensão do trabalho empresarial, intelectual e cultural do imigrantes italianos no Brasil”, explica o empresário e ex-embaixador do Brasil na Itália Andrea Matarazzo. Matarazzo é sobrinho-bisneto do imigrante italiano Francesco Matarazzo, que saiu da cidade de Castellabate em 1881 e veio para o Brasil, onde criou o maior conglomerado industrial da América Latina à época. O prêmio leva o nome de outro proeminente descendente de italianos, Ciccillo Matarazzo, filho do também imigrante senador Andrea Matarazzo, o maior mecenas brasileiro, que criou a Bienal de São Paulo, o MAM, o MAC, a Cia. Vera Cruz de Cinema e outras instituições culturais que representam seu imenso legado no Brasil.
Sobre o homenageado, Andrea Matarazzo resume, em uma frase, os motivos que levaram à escolha de Rubens Ometto: “Condrola um dos maiores grupos empresariais do Brasil e é o maior produtor de açúcar e álcool do mundo. Ele é um italiano, que mora em São Paulo”. Bisneto de Antonio Ometto, que saiu de Padova, na Itália, em 1887 e se estabeleceu no interior do estado de São Paulo para trabalhar na agricultura, Rubens Ometto é engenheiro politécnico formado pela USP e presidente dos conselhos de administração da Cosan, Raízen, Compass Gás e Energia, Comgás e Rumo. Aos 24 anos, Ometto foi contratado como diretor financeiro de um dos maiores complexos industriais do Brasil, a Votorantim. Entrou na empresa de sua família em 1981 e, aos 38 anos, em 1988, assumiu a presidência das duas usinas de açúcar criadas pelo seu avô. Neste período, Rubens Ometto ampliou e diversificou a companhia transformando o grupo Cosan em um dos maiores grupos econômicos do país, que fatura, atualmente, 50 bilhões de euros por ano. O grupo produz, hoje, açúcar e álcool em 25 usinas que cultivam 1,25 milhão de hectares de terra pelo Brasil. Com o tempo, Ometto tomou a decisão de realizar investimentos em gás natural, adquirindo e ampliando a Comgás, a maior empresa de gás natural do Brasil, que distribui 60% do gás encanado brasileiro a mais de quatro milhões de usuários. Na área de logística e transporte ferroviário, o grupo atua, através da Rumo, com uma frota de 1,2 mil locomotivas, 13,5 mil quilômetros de trilhos e 18 terminais, sendo a única empresa de transporte ferroviário privado do Brasil. Na área de etanol e lubrificantes, a empresa tem fábricas no Brasil, Estados Unidos e Europa e distribui seus produtos em mais de oito mil postos de combustível no Brasil. Em recente investimento, o grupo Cosan adquiriu cerca de 5% da Vale, a segunda maior mineradora do mundo. Troféu assinado por Maria Bonomi: O prêmio Ciccillo Matarazzo per Italiani nel mondo terá a entrega de uma escultura feita pela artista plástica Maria Bonomi. Também italiana e imigrante, Maria Bonomi é nascida em Meina,
no Piemonte. Bonomi se notabilizou no Brasil e no mundo como gravadora, escultora, pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora, tendo participado da Bienal de Veneza e várias outras exposições internacionais. É autora do mural em concreto Ascenção, localizado no altar da Igreja da Cruz Torta em Pinheiros, entre diversos monumentos públicos em São Paulo, além de ter obras fazendo parte de acervos permanentes de museus como a Pinacoteca do Estado de São Paulo. A escultura da premiação assinada por Bonomi tem como temática os tema central do projeto, que são os 150 anos da imigração italiana no Brasil. O troféu, de estrutura pequena, é feito de bronze e aço, com diversas referências visuais de aspectos da imigração italiana ao Brasil, como a menção às origens destes viajantes – casas, povoados, cidades; a simplicidade dos cidadãos, em sua maioria vindos de zonas rurais; uma forma ascendente, fazendo referência ao desejo de trabalhar e prosperar no novo mundo; a vela de um navio, representando a travessia. Como materiais, Maria Bonomi escolheu o bronze representando o velho mundo – a Itália – se fundindo com o aço, que é o novo mundo, para onde se estava indo.
Júri:- O júri que escolheu o homenageado deste ano e seguirá nos anos seguintes é formado pelo embaixador do Brasil na Itália Renato Mosca; embaixador da Itália no Brasil Alessandro Cortese; cônsul italiano em São Paulo Domenico Fornara; Sergio Comolatti; Sandra Papaiz; Rubens Ricupero; Maria Bonomi; Luisa Strina; José Luiz Farina, presidente do Colégio Dante Alighieri; representantes do Istituto Italiano di Cultura e da associação Promo Brasile, entre outros.
Imigração italiana no Brasil, breve contexto – Em 21 de fevereiro de 1874, o navio La Sofia chegou com o primeiro grupo de italianos em Vitória, Espírito Santo. A embarcação havia saído de Genova, no Norte da Itália, com cerca de 400 pessoas em uma viagem que, acompanhada por um médico e um padre, levou 45 dias para chegar no destino. Este momento marcaria o início da imigração em massa dos italianos ao Brasil, a partir do qual os fluxos seriam mais e mais intensos. Segundo o IBGE, de 1870 a 1920, um fluxo de cerca de 1,4 milhão de italianos entrou no Brasil, representando 42% do total de estrangeiros que vieram nesse período.
Sobre Andrea Matarazzo: De embaixador do Brasil na Itália a ministro e empresário ítalo-brasileiro, Andrea Matarazzo tem vasta experiência nas áreas pública e privada. No período em que chefiou a Embaixada do Brasil em Roma, promoveu intercâmbios empresariais, incentivando o comércio entre os dois países e fortalecendo a inovação e competência técnica das instituições. Levou o então presidente Fernando Henrique Cardoso duas vezes à Itália, onde assinou acordos e tratados. Presidente da Matarazzo Holding e diretor da Fiesp, Matarazzo tem mais de 30 anos de vida pública e atuou nos governos Federal, Estadual e Municipal. Por tantos serviços prestados, recebeu honrarias como Ordem do Rio Branco (Grau Grã Cruz), Gran Oficial Infante Dom Henrique (Governo de Portugal) e Grande Ufficiale (Mérito da República Italiana). Ministro da Comunicação no governo FHC, no estado de São Paulo foi secretário de Estado de Energia, secretário de Cultura e presidente da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). No município, foi subprefeito da Sé; secretário Municipal de Serviços, secretário das Subprefeituras e vereador. Andrea Matarazzo é sobrinho-neto de Ciccillo Matarazzo, que batiza o prêmio.
Sobre Rubens Ometto: Rubens Ometto Silveira Mello é presidente dos Conselhos de Administração da Cosan, Raízen, Compass Gás e Energia, Comgás e Rumo, além de acionista controlador das empresas. Ele tem mais de 30 anos de experiência na gestão de grandes empresas, nas áreas administrativa e financeira. Um dos empresários mais atuantes no setor do agronegócio, é um dos fundadores da Associação Brasileira da Indústria de Cana (Única) e, desde 2015, membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). Foi condecorado com a Ordem do Mérito da República da Itália, em 2005; foi eleito Engenheiro do Ano pelo Instituto de Engenharia, em 2006; Empreendedor do Ano, em 2010, pela revista Dinheiro; Personalidade do Ano, em 2013, em Londres, pela Câmara de Comércio Brasil Reino Unido; Homem do Ano, em 2014, em Nova York, pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Em 2023, foi eleito destaque na premiação Executivo de Valor na categoria Presidente de Conselho de Administração, promovida pelo jornal Valor Econômico, e ganhou, no mesmo ano, a Gold Medal da Americas Society, por sua destacada liderança como um dos líderes empresariais mais importantes e impactantes do Brasil e do continente americano.
Sobre Ciccillo Matarazzo: Francisco Antônio Paulo Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como Ciccillo Matarazzo, fundou a Pignatari e Matarazzo para, em seguida, ficar à frente da Metalurgica Matarazzo - hoje presidida por Andrea Matarazzo. Tomou a liderança do projeto de criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM, estabelecido em 1948. No mesmo ano, com o amigo e engenheiro Franco Zampari criou o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, e em 49 a Companhia Vera Cruz. Ciccillo presidiu a comissão que seria responsável pela comemoração dos 400 anos da cidade: a Comissão do IV Centenário da cidade. O local escolhido para sediar a maior parte dos eventos foi o Ibirapuera, onde ele planejou, com Manequinho Lopes, construir o Parque do Ibirapuera, para cujo conjunto de edificações, a comissão convidou o arquiteto Oscar Niemeyer. Mais tarde, Ciccillo propôs a realização de uma grande mostra internacional inspirada na Bienal de Veneza: a Bienal Internacional de São Paulo, que teve sua primeira edição em 1951.
Serviço
Programação prêmio Ciccillo Matarazzo per italiani nel mondo
Segunda-feira, 6 de maio de 2024 - Roma
15 horas: Evento da Organização Intarnacional Italo Americana (IILA) em colaboração com Lide Itália pelos 150 anos da imigração italiana no Brasil
19h30: Entrega do prêmio Italiani nel estero - Ciccillo Matarazzo
Embaixada do Brasil em Roma
Terça-feira, 7 de maio de 2024, 10 horas - Roma
Pronunciamento de Rubens Ometto no parlamento italiano no âmbito da Comissão de Relações Exteriores da Casa
Quarta-feira, 8 de maio de 2024, 10 horas - Milão
Palestra de Rubens Ometto “O Brasil: potência agrícola e energética” organizado pelo Lide Itália