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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 187
Segunda-feira, 01 de setembro de 2014
ANTÓNIO JOSÉ SEGURO DEFENDE ALTERAÇÕES NO SISTEMA ELEITORAL
PORTUGUESES
DESILUDIDOS n O líder do PS defendeu ontem na Guarda a alteração do atual sistema eleitoral. “Nós temos de abrir o sistema político em Portugal. E uma das propostas que vamos apresentar brevemente na Assembleia da República é de permitir que os portugueses possam escolher os seus deputados”, destaca António José Seguro, reconhecendo que os cidadãos comuns se sentem um pouco “desiludidos” em relação ao sistema político em vigor...
FRANGO À MODA DO REI ARTUR n O guarda-redes do Benfica voltou a fazer das suas, “oferecendo” o golo da igualdade (1-1) ao Sporting no Estádio da Luz, no primeiro “clássico” da nova temporada futebolística em Portugal...
GAIA
Vítor Rodrigues impõe hoje regresso às 40 horas na Câmara Municipal
DIPLOMACIA
Portugal “satisfeito” com a momeação da italiana Federica Mogherini
BLOCO
Catarina Martins acusa Passos de viver num “maravilhoso mundo”
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
Presidente da Câmara não quer entrar em incumprimento
Suspeito de vários roubos em Vila do Conde e Póvoa
Gaia regressa hoje às 40 horas semanais
PSP deteve jovem de 20 anos
Vítor Rodrigues garante que não vai “infringir a lei”, pelo que os trabalhadores da autarquia voltam a cumprir as 40 horas semanais a partir de hoje. “Neste momento a Câmara de Gaia tem obrigatoriamente de cumprir a lei. O que eu fiz foi um despacho a dizer que a partir de 01 de setembro temos de cumprir as 40 horas”, revelou o presidente. O mesmo autarca lembrou que a Câmara de Gaia assinou um acordo com os sindicatos para a vigência das 35 horas na autarquia de Gaia e que a formalização do mesmo estava “dependente da assinatura do secretário de Estado” da Administração Pública, o que ainda não ocorreu. “Paralelamente, decorria uma providência cautelar do STAL (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local), que foi agora recusada pelo tribunal, e o STAL não avançou com nenhuma ação principal”, acrescentou, explicando que as 35 horas estavam vigentes em Gaia porque a mesma providência tinha efeitos suspensivos. Segundo Vítor Rodrigues, o in-
VÍTOR RODRIGUES. O presidente da Câmara de Gaia diz que não vai “infrigir a lei” cumprimento das 40 horas semanais “significa um incumprimento financeiro que é da responsabilidade pessoal do presidente da câmara”. O Tribunal Constitucional (TC) decidiu em novembro de 2013 não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário de trabalho na Função Pública das 35 para as 40 horas semanais. O acórdão do TC deixou, assim, em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem, cada uma por si, manter os horários de 35 horas através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos. Porém, estes acordos deveriam ser homologados para publicação
pelo secretário de Estado da Administração Pública, o que ainda não aconteceu. “Para mim os acordos são válidos. É lamentável que durante tantos meses o secretário de Estado tenha engavetado os processos”, criticou o presidente da Câmara de Gaia, que se viu “a contragosto” na obrigação de voltar a implementar as 40 horas sobre as quais, diz, “são um erro”. Em comunicado, a concelhia do PCP de Gaia considera que “com esta atitude, o Executivo Municipal cede ao governo PSD/CDS nas suas pretensões de efetivar um autêntico esbulho aos trabalhadores da Administração Local, obrigando-os a trabalhar mais 5
horas por semana sem compensação salarial”. Para os comunistas, a autarquia “está a escudar-se em falsos argumentos de uma situação que não se aplica, para colaborar e aproveitarse do roubo aos rendimentos dos trabalhadores e aos seus direitos, traduzidos no aumento da carga horária”. O STAL exigiu entretanto ao Governo que, até ao final da segunda semana de setembro, dê a conhecer a decisão sobre as 35 horas na Função Pública. Caso a situação se mantenha, o STAL prevê realizar uma jornada nacional de luta, no final de setembro/início de outubro, revela o sindicato em comunicado.
Vítor Rodrigues destaca o papel de Marco António Costa em Gaia
“Nem sempre o ciclo foi despesista” O presidente da Câmara Municipal de Gaia diz que o ciclo político que o antecedeu na autarquia teve momentos positivos de quebra do passivo, ligados ao então vicepresidente Marco António Costa. Na sequência de uma entrevista à televisão, em que já o havia referido, Vítor Rodrigues referiu que “nem sempre o ciclo dos últimos 16 anos foi um ciclo despesista, porque houve momentos em que houve uma quebra no passivo da Câmara Municipal e o momento em que isso mais aconteceu foi o momento em que Marco António Costa teve uma presença maior”. “Houve um descarrilamento das
contas da Câmara, de um ponto de vista global podemos imputar esse descarrilamento aos últimos 16 anos, mas julgo que é honesto fazer uma destrinça entre aquilo que é a abordagem global de um ciclo e aquilo que é depois a evidência de que, em alguns momentos, as coisas correram melhor”, acrescentou o autarca gaiense, que sucedeu a Luís Filipe Menezes no cargo. Vítor Rodrigues realçou ainda considerar que a única novidade que possa haver no que disse, só pode estar relacionada com “alguém dizer uma verdade que possa ser uma verdade inconveniente”. Na sexta-feira, o presidente
da Câmara de Gaia divulgou que aquela autarquia se encontra numa “situação limite” e terá de realizar um saneamento financeiro, recorrendo a um empréstimo bancário a rondar os 35 milhões de euros. Em fevereiro, o secretário nacional do Partido Socialista (PS) António Galamba acusou o antigo vicepresidente da Câmara Municipal de Gaia Marco António Costa de ser um dos responsáveis pela dívida da autarquia e pediu explicações sobre o tema. Na altura, Marco António Costa reagiu dizendo que o “ataque” do PS de que foi alvo acontece “numa semana particularmente difícil para o seu líder”.
No dia seguinte, Vítor Rodrigues recusou-se a tirar “ilações locais” sobre a troca de acusações entre PS e PSD sobre a dívida da autarquia, afirmando que “só fará queixinhas em caso de dolo ou crime”. “O julgamento político foi feito no dia [das eleições autárquicas de] 29 de setembro. Para mim, estou convencido de que as pessoas que votaram em mim não foi para se lamentar nem fazer queixinhas. Só faria queixinhas se estivesse perante dolo ou crime. Percebo que haja uma leitura nacional de tudo isto, mas isso fica para os políticos nacionais”, concluiu o socialista Vítor Rodrigues.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) informou ter detido um homem de 20 anos, suspeito de vários roubos nos concelhos de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim. De acordo com um comunicado do Comando Metropolitano do Porto da PSP, o homem “é suspeito da prática de cerca de uma dezena de roubos” entre os dias 19 e 27 de agosto, quer perto de estabelecimentos quer na via pública, com recurso a uma faca e a coação física. “O suspeito despojava as suas vítimas, preferencialmente mulheres, dos seus pertences”, referiu a PSP, que adiantou que o homem iria ser presente à respetiva autoridade judiciária. No mesmo comunicado, a PSP acrescentou terem sido detidas cinco pessoas por condução sob o efeito do álcool durante a manhã de sábado no concelho do Porto. Foram ainda identificados 122 condutores e registadas 97 infrações ao Código da Estrada, 76 das quais por excesso de velocidade. Mais vespas asiáticas
Três ninhos destruídos no Porto
A Câmara Municipal do Porto confirmou a identificação e destruição de dois ninhos de vespas asiáticas, seguindo o plano nacional de ação para a também designada vespa velutina. “Relativamente à vespa velutina, foram identificados na cidade de Porto dois casos até ao momento, tendo os mesmos sido erradicados. Existe um plano nacional de prevenção e combate, atualizado ainda muito recentemente e que é da responsabilidade da Direção Geral de Alimentação e Veterinária e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. O município do Porto segue esse mesmo plano”, explicou por escrito o Departamento Municipal de Ambiente e Serviços Urbanos da autarquia. Da parte da empresa Enxame d’Abelhas, Pedro Santos disse que, na sexta-feira à noite, se procedeu à destruição de um terceiro ninho no concelho do Porto, “um dos maiores” encontrados na cidade até aqui, com 50 centímetros de diâmetro. O responsável da empresa, que iniciou os seus serviços no ano passado por detetar uma lacuna no espaço urbano nesta área, realçou que já foram detetadas vespas asiáticas também em Vila Nova de Gaia.
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Números recolhidos entre janeiro de 2013 e julho deste ano pela GNR
265 acidente com tratores matam 115 pessoas Ainda assim, presidente da CAP diz que, em matéria de acidentes com tratores agrícolas, Portugal tem evoluído.
Mulher e dois filhos suspeitos de tráfico
Família detida
Uma mulher de 58 anos e dois filhos, de 17 e 24, foram detidos ao início da madrugada, em Macedo de Cavaleiros, por suspeitas de tráfico de droga, revelou, ontem, a Guarda Nacional Republicana (GNR) de Bragança. De acordo com o capitão Fábio Lamelas, as detenções deram-se na sequência de uma fiscalização de trânsito, pelas 00h45, ao jovem de 17 anos que, “ao ser fiscalizado, tomou uma atitude muito suspeita”, pelo que o veículo foi revistado e consequentemente encontrados estupefacientes. Depois de aparecerem a mãe e o irmão do jovem, foram realizadas duas buscas domiciliárias em residências na cidade de Macedo de Cavaleiros e na freguesia de Murçós. As buscas vieram a revelar 28 gramas de marijuana, três de haxixe, três pés de plantas de cannabis, duas balanças de precisão, um telemóvel e perto de 200 euros em numerário, além de outros materiais, segundo comunicado da GNR. De acordo com Fábio Lamelas, os estupefacientes foram encontrados em várias divisões da residência, pelo que os três detidos “tinham que ter conhecimento” da situação. A GNR acrescentou que as três pessoas vão ser apresentadas no Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros, na hpje.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou entre janeiro de 2013 e julho deste ano 256 acidentes com tratores agrícolas no continente, que provocaram 115 vítimas mortais e 83 feridos graves. Em 2013, nos 18 distritos do País ocorreram 122 acidentes com tratores em terreno agrícola/privado, que causaram a morte a 52 pessoas, ferimentos graves em 24 vítimas e ferimentos leves noutras 44. Este ano, até maio, registaramse 66 acidentes em terrenos agrícolas, que provocaram 22 mortos, 13 feridos graves e 33 feridos leves. Em relação aos acidentes com tratores ocorridos na via pública, a GNR registou de norte a sul, em 2013, 48 acidentes, 26 mortes, 23 feridos graves e 11 feridos leves. Até julho deste ano, a GNR tem a informação de 20 destes acidentes, os quais causaram 15 vítimas mortais, 23 feridos graves e dois feridos leves. Os dados disponibilizados pelo Comando-Geral da GNR demonstram que a maioria dos acidentes com tratores acontece em terrenos agrícolas/privados, local onde se verifica também a grande maioria das vítimas mortais. Bragança lidera a lista
Leiria (16), Guarda (13), Viseu (12) e Santarém (nove) são os distritos onde se verificaram mais acidentes em terrenos agrícolas em 2013, com a Guarda a registar nove mortos, seguida de Viseu e Coimbra, distritos que registaram, cada um, oito mortes. No primeiro semestre deste ano, Bragança (nove), Viseu (oito) e Santarém (sete) são os distritos com mais acidentes em terrenos agrícolas. Bragança lidera igualmente a lista das vítimas mortais, com cinco já registadas. Um dos últimos acidentes com um trator ocorreu no passado dia 14 de agosto na aldeia da Castanheira, Mogadouro, deixando um homem de 72 anos em “estado muito grave e critico”. Porém, a vítima foi helitrans-
portada para a unidade hospitalar de Bragança, onde acabou por falecer. Fonte dos bombeiros de Mogadouro acrescentou que a máquina agrícola “capotou”, ficando “presa” entre um muro de uma propriedade agrícola e parede de um estábulo.Nas operações de socorro estiveram envolvidos cinco bombeiros de Mogadouro, apoiados por duas viaturas e a equipa médica do helicóptero do INEM, estacionado em Macedo de Cavaleiros. De acordo com o Comando-Geral da GNR, as causas dos acidentes com tratores agrícolas devem-se a vários fatores. “A falta de manutenção do veículo, a falta de uma estrutura de proteção (o denominado ‘arco de Santo António´), a fadiga provocada por excesso de horas de trabalho, a condução sob o efeito de álcool e o excesso de carga”, aponta a GNR. A Polícia de Segurança Pública registou, na sua área de intervenção de Portugal continental, entre 2011 e o primeiro semestre deste ano, 116 acidentes, dos quais resultaram três mortos, dois feridos graves e 15 feridos leves. “Não é uma preocupação”
Tratores agrícolas. Um dos últimos acidentes mortais ocorreu o passado dia 14 de agosto na aldeia da Castanheira, Mogadouro
Entre os 17 e os 21 anos
Quatro jovens detidos por suspeitas de roubo
Quatro jovens com idades compreendidas entre os 17 e os 21 anos foram detidos no sábado, na zona de Sintra, por suspeitas de roubo. No sábado de manhã, a GNR de Lisboa deteve, “em flagrante delito, um indivíduo do sexo masculino, com 22 anos de idade, por roubo de um fio e de uma medalha em ouro, a uma idosa de 72 anos, na localidade de
Negrais, em Sintra”. Segundo a informação ontem divulgada pela força de segurança, algumas testemunhas revelaram que o rapaz detido estava acompanhado por outros três elementos, “que se colocaram em fuga numa viatura”, quando da detenção. Os restantes três jovens, dois rapazes e uma rapariga, acabaram por ser detidos na localidade de Algueirão, em Mem Martins, pelas 17h00 de sábado. Os jovens detidos, que têm antecedentes criminais, serão levados ao Tribunal Judicial de Sintra hoje.
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) diz que os acidentes com tratores agrícolas não são um assunto que “esteja na ordem do dia” nem é uma das preocupações dos agricultores. “Não é um assunto que nos chegue a nós como uma preocupação dos agricultores. Há cada vez mais mecanismos de segurança nos tratores porque são obrigatórios por parte das autoridades nacionais, mas sobretudo por serem obrigatórios em termos da transposição da legislação comunitária”, sublinha o presidente da CA. João Machado acrescenta que há cada vez mais formação profissional nesta área e que, em matéria de acidentes com tratores agrícolas, Portugal tem evoluído. “Há uns anos este era um problema recorrente que nos chegava em termos de preocupação dos agricultores e deixou de ser um problema. Deixou de haver um reporte à CAP de acidentes graves e com mortes. Claro que existem, mas já não na dimensão que havia anteriormente”, sustenta.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
Seguro defende alteração do sistema eleitoral
“Portugueses devem escolher o seu deputado” O líder do PS defendeu, na Guarda, a alteração do atual sistema eleitoral, para permitir que os portugueses possam escolher os candidatos a deputados. “Nós temos de abrir o sistema político em Portugal. E uma das propostas que vamos apresentar brevemente na Assembleia da República (AR) é de permitir que os portugueses possam escolher o seu deputado à AR”, afirmou o secretário-geral dos socialistas, na Guarda, onde participou na cerimónia de inauguração da requalificação da sede do PS local. Seguro defende a alteração à atual lei eleitoral por reconhecer que os portugueses sentem alguma “desilusão” em relação ao sistema político em vigor. “Como sabem, desde o 25 de Abril de 1975, altura em que, pela primeira vez, houve eleições democráticas em Portugal, os partidos escolhem os candidatos e os eleitores resumem-se apenas a ratificarem a decisão dos partidos. Ora, nós queremos mais, queremos mais abertura e queremos dar a possibilidade a
SEGURO. O líder dos socialistas diz que “os portugueses têm direito a saber toda a verdade” sobre o caso BES que os eleitores portugueses possam escolher também quem é o seu deputado”, afirmou. A alteração, no entender do dirigente do PS, poderá ser feita “através da criação de círculos de um só deputado ou através da possibilidade de se apresentarem listas abertas onde cada eleitor pode, além de votar no partido da sua opção, também escolher o candidato ou a candidata no interior dessa mesma lista”. “Nós te-
mos disponibilidade de abertura para discutir com todos os partidos e queremos que esta abertura, que nós vamos propor e tomar a iniciativa, seja objeto de discussão, de compromisso e de consenso”, disse. No seu discurso, o dirigente referiu que uma reforma desta importância “não pode deixar ninguém de fora”. E considerou ainda que os portugueses precisam “de razões e não apenas de belas palavras” para voltarem a acre-
ditar nas instituições. O país precisa de governos que “prometem e cumprem aquilo que prometem e não fazem uma coisa antes das eleições e outra quando chegam ao Governo”. O secretário-geral do PS reafirmou, ainda na Guarda, que espera que no chamado caso BES (Banco Espírito Santo) “nada fique por esclarecer” e “nenhuma verdade fique por apurar”. “Os portugueses têm direito a saber toda a verdade, porque este caso BES não é o caso apenas de um banco ou do sistema bancário, ou do sistema financeiro, é um caso da democracia portuguesa e se houver ocultação de alguma verdade, se não se apurar toda a verdade e todas as responsabilidades é o próprio regime democrático que fica em causa”, afirmou. Seguro, que falava na capital de um distrito do interior do país, defendeu ainda medidas de “discriminação positiva” e captação de investimento público e privado para as regiões mais desfavorecidas. “O interior precisa de um plano de desenvolvimento”, assumiu, defendendo que “uma parte dos fundos comunitários” deve ter em conta os territórios mais pobres. O presidente da federação distrital do PS/Guarda, José Albano Marques, referiu que o partido tem agora uma sede renovada com “condições” para acolher militantes e simpatizantes. Disse que a sede também disponibiliza, pela primeira vez, um centro de documentação que contém “todo o [passado] histórico do PS na Guarda”.
Catarina Martins acusa Passos de viver num “maravilhoso mundo”
“Abuso sobre quem trabalha e borla às empresas” A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusa o primeiro-ministro de viver num “maravilhoso mundo” marcado pelo “peso e abuso sobre o erário público” e, em contrapartida, pela “borla às empresas”. “É este o maravilhoso mundo de Passos Coelho, o peso, o abuso sobre o erário público, o abuso sobre quem trabalha e a borla às empresas”, criticou. O que se passa em Portugal, segundo Catarina Martins, é que há “cada vez menos dinheiro para garantir o que é de todos”, mas, por outro lado, “cada vez mais dinheiro dos impostos para garantir os lucros a uma meia dúzia”. A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) discursava na sessão de encerramento do Fórum Socialismo 2014, iniciativa que o partido realizou em Évora. Na intervenção, Catarina
Martins teceu inúmeras críticas ao Governo PSD/CDS-PP e, sendo esta a última ‘rentrée’ antes das legislativas do próximo ano, apresentou um balanço da atuação do executivo. “Em 1166 dias de Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, cada dia foi uma má notícia para o país”, resumiu a coordenadora do Bloco. Num país em que “nunca se pagou tantos impostos como hoje”, o Governo alega que “não há dinheiro para o que é essencial”, mas não atua assim em relação às empresas. O dinheiro “apareceu logo, o nosso dinheiro, para descer os impostos sobre os lucros das grandes empresas, como apareceu logo para o BES, como aparece até para garantir postos de trabalho gratuitos nas empresas”, disse. “Seis em cada 10 postos de trabalho
criados nas empresas privadas são hoje pagos com dinheiros públicos”, ou seja, criticou, “o mesmo Governo que tem destruído milhares de postos de trabalho nas escolas e centros de saúde do país, corre a pagar os salários para as empresas garantirem estagiários sem direitos”. Exemplo do que apelidou como sendo o “maravilhoso mundo” do primeiro-ministro, o qual criticou também, de forma irónica, em relação a declarações que fez na Festa do Pontal, no Algarve, este mês. “Neste caldo cultural das privatizações e das negociatas, são ainda mais chocantes as declarações de Pedro Passos Coelho no Pontal, ao dizer que, com este Governo acabou a promiscuidade entre a política e os negócios”, aludiu. Segundo a coordenadora do BE,
estas declarações merecem uma pergunta: “Ouvimos mesmo Pedro Passos Coelho dizer uma coisa destas? Por onde andou nos últimos três anos senhor primeiro-ministro?”. “Se calhar, o primeiro-ministro não reparou em José Luís Arnaut, homem-chave do PSD que esteve em todas as privatizações, mas todas sem exceção”, acusou. No discurso, que marcou o fecho do Fórum Socialismo 2014, Catarina Martins revelou ainda que, no próximo ano, o BE vai concentrar-se em “três batalhas fundamentais”. A defesa e modernização dos serviços públicos, o apoio “a quem mais precisa e que está a ser deixado para trás por este Governo” e a “ideia radical” de que “para cada posto de trabalho terá que existir um contrato e um salário” vão ser as ‘bandeiras” do BE.
Costa defende aumento do Salário Mínimo Nacional
“Fundamental para travar a austeridade”
O candidato à liderança do PS defendeu, numa visita ao Ribatejo, a “reposição da verdade da história” sobre o aumento do Salário Mínimo Nacional, lamentando que o partido tenha querido “fingir que não fazia parte dessa história”. “Nos últimos dias o Governo tem querido passar a ideia de que vai aumentar o Salário Mínimo Nacional. É preciso repor a verdade da história e a verdade da história não está reposta porque o PS quis fingir que não fazia parte dessa história. Ora o PS faz parte e tem bons motivos para se orgulhar da sua componente nesta história”, afirmou António Costa num almoço em Coruche com cerca de 250 militantes e simpatizantes. O candidato à liderança do PS falava no final de uma iniciativa que aliou a sua campanha às eleições primárias de 28 de setembro à da candidata à presidência da federação distrital de Santarém do PS Maria do Céu Albuquerque, que defrontará, a 05 e 06 de setembro, o atual presidente federativo, António Gameiro (apoiante de António José Seguro). Frisando que o anúncio feito agora pelo Governo, de aumento do Salário Mínimo Nacional dos atuais 485 para 500 euros, corresponde a um compromisso, assumido em 2006 pelo então executivo socialista, que deveria estar em vigor desde 2011, António Costa considerou este aumento “fundamental” para travar a austeridade e diminuir as desigualdades. “O que o Governo vai fazer não é nada de novo. É parte do que já devia estar feito e devia ter sido concluído nos termos do acordo que o PS assinou na concertação social. O PS, como se envergonha daquilo que fez, é incapaz de assumir também como bom aquilo que fez”, disse, frisando que o partido tem que “assumir toda a sua história”. António Costa prosseguiu na crítica à atual liderança socialista, acusando-a de, no processo da reforma administrativa que levou à extinção de freguesias, se ter demitido “de fazer aquilo que lhe competia ter feito” e puxou “dos galões” do que foi feito por si na Câmara de Lisboa. “Quem quer fazer bem tem que tomar a iniciativa. Não pode ficar à espera que os outros façam mal para depois se limitar a criticar aquilo que os outros fizeram”, disse, sublinhando que o PS “não é um partido do protesto”. “A mais-valia que o PS oferece à sociedade portuguesa é que é um partido da esquerda que quer, sabe e consegue governar, por isso tem que ser um partido que não se limita a protestar mas que tem capacidade de propor e de concretizar no Governo”, concluiu.
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Governo elogia contribuição “muito revelante” da indústria do calçado
“Papel crucial no combate ao desemprego” Machete visitou a feira internacional de calçado de Milão, onde estão 86 empresas lusas responsáveis por mais de 100 marcas. Produtores de bovinos de raça mirandesa
Apoios pedidos
Produtores pecuários reclamaram, ontem, no decurso do Concurso Nacional de Bovinos Raça Mirandesa, apoios do Governo para a ajuda ao emparcelamento de terrenos agrícolas, tendo em vista o aumento do efetivo pecuário da espécie autóctone. O alerta foi lançado no decurso do Concurso Nacional de Gado Bovino Raça Mirandesa que ontem terminou nas instalações do mercado do gado da aldeia de Malhadas (Miranda do Douro) que é o mais concorrido dos últimos tempos, tendo sido apresentados a concurso cerca de 200 dos melhores animais provenientes do Solar da Raça, que engloba cinco concelhos do Nordeste Trasmontano. Por seu lado, José Gaspar, um produtor de gado mirandês oriundo do concelho de Mogadouro também referiu que o emparcelamento é um dos principais problemas para a criação de animas desta raça autóctone. Segundo os produtores, se não houver emparcelamento do terreno paga-se um valor “muito elevado” para a criação deste tipo de animais. O Solar da Raça Mirandesa, que engloba os concelhos nordestinos de Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais, dispõe de um efetivo pecuário de cerca de 4 mil vacas. Espalhados por todo o País estão mais de 5100 animais de raça bovina mirandesa.
A indústria do calçado nacional tem tido “um papel crucial no combate ao desemprego”, o que, “por si só”, não resolve “o problema”, mas é “uma contribuição muito relevante”, considera o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. De visita à feira internacional de calçado de Milão (MICAM), que abriu portas na cidade italiana, Rui Machete visitou, ontem, alguns dos expositores das 86 empresas portuguesas, representando mais de uma centena de marcas, presentes na maior feira do setor. Nas conversas com os empresários nacionais, Rui Machete ouviu falar, quase sempre com sotaque nortenho, de novas gerações que seguem os passos de gerações anteriores e de novas linhas de empresas antigas desenhadas para conquistar outros mercados, mas também de desemprego, de emigração forçada, de difíceis condições de vida. Reconhecendo que a indústria do calçado está concentrada “em zonas onde não há muito emprego”, do Interior e do Norte do País, o chefe da diplomacia destacou, por isso, o “papel crucial” que o setor tem tido “no combate ao desemprego”, ainda que, “por si só”, não possa resolver “um problema grave”. Segundo dados da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), no final de 2013, o setor português de calçado empregava 35.044 colaboradores, mais 420 do que no ano anterior, sendo que mais de 600 novos postos de trabalho foram criados já este ano. “Evidentemente que só este setor não pode revolucionar a economia portuguesa, mas dá uma contribuição muito importante, pelo seu exemplo” e pelos 1700 milhões de euros anuais que representa em exportações, frisou Rui Machete. Aos empresários com quem falou, o ministro perguntou sobre os
mercados para onde exportam e a todos desejou boa sorte. “Nenhum deles se manifestou cético em relação à indústria”, mas sim “orgulho”. “Têm, mesmo este ano, crescido, têm conquistado novos mercados, têm planos para conquistar novos mercados” e, além disso, “propiciam emprego” e “querem dar mais” postos de trabalho, apontou. Por isso, Rui Machete saiu da MICAM “com confiança no futuro”, através de um setor que serve de “exemplo”, por ter sabido “caminhar a pouco e pouco para construir uma indústria de verdadeiro sucesso”. “Belíssimo exemplo”
Milão. Um número recorde de 86 empresas portuguesas participa até quarta-feira na maior feira de calçado do mundo
Empresa em Portugal
El Corte Inglês com lucro de 8,3 milhões de euros
Os resultados líquidos do El Corte Inglês em Portugal fixaram-se nos 8,3 milhões de euros no exercício de 2013, após 12 anos de atividade no País. As vendas da empresa portuguesa do El Corte Inglês, no mesmo exercício, que terminou a 28 de fevereiro de 2014, atingiram os 399 milhões de euros, uma subida de 7% face ao período homólogo, de acordo com o relatório
e contas apresentado ontem na Assembleia Geral do Grupo, em Madrid. Os resultados brutos de exploração aumentaram 66% para os 30,5 milhões, bem como os lucros líquidos, que atingiram os 8,3 milhões euros. Para o aumento do volume de negócios contribuiu, em particular, o crescimento das vendas no segmento do turismo. Por outro lado, “foi igualmente desencadeado um processo de renovação de espaços e de marcas dentro das lojas, com o objetivo de manter os elevados níveis de atratividade junto dos clientes”.
A Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) apontou, ontem, a outrora “estigmatizada” indústria de calçado como “um belíssimo exemplo para outros setores da economia portuguesa”, porque se soube “reinventar”. Salientando que o calçado nacional é hoje “uma indústria altamente exportadora porque apostou no ‘design’ e na inovação”, colocando “o produto português e a marca Portugal a um nível muito alto”, Pessoa e Costa apontou o setor do calçado como “uma aposta vencedora” e “um belíssimo exemplo para outros setores da economia portuguesa”. “O que se procura aqui é mostrar a excelência do produto português, que hoje em dia é bastante mais valorizado, e até por isso os ‘stands’ têm a marca Portugal. Hoje em dia Portugal, no calçado, significa qualidade e excelência”, frisou Pedro Pessoa e Costa. Representado na feira MICAM com a maior comitiva de empresas de sempre e a segunda maior delegação estrangeira, Portugal levou a Milão 86 empresas responsáveis por mais de 100 marcas, cerca de 7000 postos de trabalho e 500 milhões de euros de exportações. “Somos a segunda maior representação nesta feira e esperamos continuar a crescer não só no mercado consolidado europeu, mas também para lá do espaço europeu, onde temos vindo a ter um crescimento muito importante, como no mercado americano”, afirmou o administrador da AICEP.
desporto
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Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
Espanhol da Honda regressa às vitórias no Grande Prémio do Reino Unido
Marc Márquez de novo Em Moto3, Miguel Oliveira conseguiu um quarto lugar, numa corrida que chegou a ascender à liderança. O Mundial de motociclismo de velocidade (MotoGP) voltou, ontem, à «normalidade» com a vitória do espanhol Marc Márquez (Honda) no Grande Prémio do Reino Unido, naquela que foi a sua 11.ª vitória em doze corridas já disputadas. No circuito de Silverstone, o espanhol da Honda superou nas últimas voltas o compatriota Jorge Lorenzo (Yamaha). No final, um pódio habitual: Marc Márquez em primeiro, Lorenzo em segundo e o italiano Valentino Rossi (Yamaha) em terceiro. Rossi completou, ontem, o seu 246.º Grande Prémio, superando assim o recorde de corridas disputadas na categoria rainha, anteriormente na posse do brasileiro Alex Barros. Dani Pedrosa (Honda) foi quarto e o italiano Andrea Dovizioso (Ducati) terminou na quinta posição. Márquez apenas perdeu uma das doze corridas já disputadas nesta temporada, precisamente a última antes de ontem: o Grande Prémio da República Checa, em Brno. Além das onze vitórias, Márquez tem dez «pole positions». O espanhol da Honda lidera com larga vantagem o Mundial de pi-
Defesa regressa a Portugal
Belenenses confirma contratação de Nelson
MotoGP. Márquez apenas perdeu uma das doze corridas já disputadas nesta temporada, precisamente a última antes de ontem lotos, agora com 288 pontos, seguido de Dani Pedrosa, com 199 pontos, e Rossi, com 185 pontos. Em Moto2, o espanhol Esteve Rabat (Kalex) venceu a corrida, seguido do finlandês Mika Kallio (Kalex) e de Maverick Viñales (Kalex). Já o português Miguel Oliveira (Mahindra) conseguiu um quarto lugar no Grande Prémio do Reino Unido em Moto3, 12.ª prova do Campeonato do Mundo de Motociclismo de velocidade, numa corrida que chegou a liderar. O piloto de Almada ar-
rancou do sétimo lugar da grelha de partida e conseguiu ascender à liderança da prova, pela primeira vez, a oito voltas do fim. Com a Mahindra a revelar uma menos diferença de competitividade face às Honda e às KTM (em comparação com anteriores provas), Miguel Oliveira acabaria por disputar a vitória e os lugares no pódio até aos últimos metros, integrado num grupo de quatro pilotos - com os espanhóis Alex Rins (Honda) e Alex Márquez (Honda) e o ita-
liano Enea Bastianini (KTM). A vitória acabaria por pender para Alex Rins, seguido de Alex Márquez (a 11 milésimos) e de Bastianini (a 72 milésimos). Miguel Oliveira ficou a 51 milésimos de segundo do terceiro lugar. A melhor classificação do português nesta temporada foi um terceiro lugar no GP da Holanda, em junho. O líder do campeonato de Moto3 (a categoria mais baixa do MotoGP), o australiano Jack Miller, perdeu vantagem na luta pelo título, terminando em sexto lugar.
Erro de Kadu dá vitória ao Santa Clara
Terceira derrota caseira do FC Porto B O Santa Clara impôs, ontem, a terceira derrota ao FC Porto B na II Liga, num jogo da terceira jornada decidido com um golo marcado aos 93 minutos por Ruizinho e muito consentido por Kadu. As duas equipas ofereceram um espetáculo mediano, com muitos passes falhados e em que o guarda-redes Serginho, do Santa Clara, foi a figura maior, com um punhado de grandes defesas. Os portistas estiveram sempre mais perto de marcar do que o seu adversário e tiveram pelo menos três boas ocasiões para o fazer (12, por Gonçalo, 76, por Tomás, e
II Liga. Golo muito consentido por Kadu permitiu a vitória do Santa Clara, num jogo no Olival
85, por Frederic). O problema foi que também tiveram pela frente um guarda-redes adversário inspirado, o já referido Serginho. Foi, sobretudo, graças a ele que o Santa Clara levou os três pontos deste jogo disputado em Vila Nova de Gaia, numa manhã em que o calor intenso foi um dos grandes protagonistas. Foi devido a uma intervenção infeliz do guardião portista Kadu que o Santa Clara venceu. No último minuto dos descontos, Ruizinho cobrou um livre direto, a bola foi ao encontro de Kadu e este deixou-a escapar para a sua baliza, oferecendo ao adversá-
rio um triunfo que não justificou. Sem ter jogado bem, o FC Porto teve tudo para ganhar. Logo aos 12 minutos, Frederic cruzou, Gonçalo rematou e Serginho executou a sua primeira grande defesa. O Santa Clara adotou sempre uma atitude prudente e arriscou muito pouco. Os portistas atacaram e muitas vezes complicaram o seu futebol, em especial nas saídas para o ataque. O FC Porto B continua assim com apenas quatro pontos e sem qualquer vitória caseira, ao passo que o Santa Clara alcançou a sua segunda vitória fora, somando agora oito pontos.
A SAD do Belenenses oficializou, ontem, a contratação do lateral direito Nélson, depois de no sábado o técnico Lito Vidigal ter confirmado a chegada do futebolista, proveniente do Palermo. O internacional português, de 31 anos, que se notabilizou ao serviço do Benfica, está de regresso à I Liga, após seis anos no estrangeiro, durante os quais representou Bétis, Osasuna, Palermo e Almería, este último na temporada transata, por empréstimo dos italianos. A duração do contrato celebrado entre Nélson e o clube do Restelo não foi divulgada.
Convocatória do Brasil
Alex Sandro substituído por Marcelo
O lateral do FC Porto Alex Sandro foi substituído por Marcelo, do Real Madrid, na convocatória do novo selecionador brasileiro, Dunga, anunciou, ontem, a Confederação Brasileira de Futebol. O jogador dos «dragões» sofreu uma lesão muscular na terçafeira, no confronto com o Lille, na segunda mão do «play-off» da Liga dos Campeões e falha assim o regresso à seleção brasileira. Na lista de Dunga continua o também portista Danilo, que entra assim nas opções para os particulares com a Colômbia, a 5 de setembro, em Miami, e com o Equador, quatro dias depois, em New Jersey.
Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014
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O PRIMEIRO DE JANEIRO
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SPORTING EMPATA (1-1) NA LUZ
Fífia de Artur compromete Benfica
O Benfica e o Sporting empataram a uma bola (1-1), no primeiro clássico da época na I Liga de futebol, e deixaram escapar o FC Porto e Vitória de Guimarães no topo da classificação à passagem da terceira jornada. O guarda-redes Artur, com mais uma fífia de todo o tamanho, voltou a comprometer para os encarnados, oferecendo o tento da igualdade a Slimani. O campeão nacional foi o primeiro a marcar no dérbi lisboeta, do Estádio da Luz, com um golo do argentino Nico Gaitán, aos 12 minutos, mas o argelino Islam Slimani, aproveitando um erro inacreditável do guarda-redes Artur deu o empate ao Sporting, aos 20. O Benfica perdeu assim os primeiros pontos e é agora o quarto classificado, com sete pontos, menos dois do que FC Porto e Vitória de Guimarães, enquanto o Sporting, que já leva dois empates, soma cinco pontos e segue na oitava posição. Ficha de jogo Jogo no Estádio da Luz, em Lisboa. Ao intervalo: 1-1. Marcadores: 1-0, Gaitán, 12 minutos; 1-1, Slimani, 20. Benfica: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Eliseu, André Almeida, Salvio, Enzo Pérez, Gaitán Talisca (Derley, 86) e Lima. (Suplentes: Júlio César, Lisandro López, Samaris, Derley, Ola John, Pizzi e Bebé). Treinador: Jorge Jesus. Sporting: Rui Patrício, Ricardo Esgaio, Maurício, Naby Sarr, Jefferson, William Carvalho, André Martins (Rosell, 81), Adrien (Carlos Mané, 79), Carrillo (Diego Capel, 60), Nani e Slimani. (Suplentes: Marcelo Boeck, Montero, Diego Capel, Tanaka, Rosell, Paulo Oliveira e Carlos Mané). Treinador: Marco Silva. Árbitro: Pedro Proença (Lisboa). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Carrillo (25), Maxi Pereira (31), Ricardo Esgaio (33), Adrien (69), Enzo Pérez (70) e Salvio (90+3). Assistência: 61 895 espetadores.
Rui Manchete “satisfeito” com a escolha italiana
Mogherini é “inteligente e simpática”
Portugal está “satisfeito” com a nomeação da chefe da diplomacia italiana para liderar a política de relações externas da União Europeia (UE), referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros em Milão. No final de uma deslocação à cidade italiana, onde participou na reunião informal de chefes da diplomacia da UE e visitou os expositores portugueses na feira internacional de calçado, Rui Machete confessou que “já esperava” a escolha de Federica Mogherini para o cargo de alta representante para as Relações Externas e de Segurança da UE, anunciada no sábado. O ministro português considera que a italiana “vai dar maior importância à chamada política de vizinhança sul” e que é “inteligente” e “simpática”. Além disso, Portugal e Itália têm “boas relações”, recordou. Rui Machete desvaloriza as críticas que têm sido feitas à ministra italiana sobre a sua alegada inexperiência. “Ninguém nasce ensinado, ela tem toda a capacidade para
aprender aquilo que lhe faltará aprender, a experiência faz-se fazendo”, sublinhou. Porém, o cargo “apresenta muitos desafios” e será “uma missão difícil”, já que “a situação internacional é complicada em diversos sítios”, reconheceu, mencionando o conflito israelo-árabe e a ameaça dos fundamentalistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria. E depois há a crise na Ucrânia: “Ela está preocupada, como todos nós estamos, em encontrar pontos de diálogo e discussão com a Rússia”, avaliou, considerando que “não faz sentido nenhum” dizer que Mogherini é demasiado próxima de Moscovo, como alguns têm apontado. O que se passa é que a italiana rejeita uma “atitude belicista” para com Moscovo, o que não quer dizer que afaste uma “manifestação de firmeza, que é indispensável”, realçou. “Seria muito mau para a Europa e muito mau para a Rússia se nós, ao longo dos próximos anos, não encontrássemos
vias de solução pacíficas e que permitissem um arranjo aceitável para todas as partes”, frisou. Na despedida de Catherine Ashton do cargo de alta representante, o ministro português afirmou que “é profundamente injusto” que se faça do mandato da britânica uma avaliação negativa. “Culpá-la de que o conflito israelo-árabe se não resolva parece-me manifestamente excessivo”, criticou, apontando como “relevante” a aproximação conseguida entre Ocidente e Irão, no capítulo do nuclear. Ashton “mostrou competência, prudência, inteligência e conseguiu alguns resultados nalguns dossiês importantes”, avaliou Machete, descrevendo-a como “uma mulher inteligente, sensível, sensata”. O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou ainda que foi no seu mandato que se criou, “praticamente do nada”, o Serviço Europeu para a Ação Externa, braço diplomático da UE.
FC Porto vence (3-0) Moreirense e iguala Guimarães
Torres derrubou a “muralha” Duas jornadas e 70 minutos foi quanto resistiu a “muralha” do Moreirense na I Liga de futebol, apenas “desfeita” com três golos sem resposta de um FC Porto que fez da paciência uma ferramenta muito eficaz. Os números, para os quais o colombiano Jackson Martinez contribuiu com um “bis” (o outro tento foi do espanhol Óliver Torres), refletiram o domínio portista na partida da terceira jornada do campeonato, tendo até em conta que o guarda-redes Fabiano não foi chamado a qualquer intervenção. Mas a organização defensiva da equipa de Moreira de Cónegos, à qual associou algum antijogo até ao primeiro golo, chegou a enervar os adeptos portistas, ao contrário da equipa, que se manteve coesa e concentrada até acabar com a resistência minhota. Por comparação com o “onze” anterior, que na quarta-feira conquistou o acesso à Liga dos Campeões, além da entrada de Quaresma (sem o estatuto de capitão), Lopetegui apostou nas entradas de José Angél, na vez do lesionado Alex Sandro, e Adrián López, fazendo descansar Herrera e Bruno Neves. Por sua vez, Miguel Leal apresentou os mesmos titulares que, na segunda jornada, empataram em casa (0-0) com o Sporting de Braga, mas Edivaldo lesionou-se antes de cumprido o primeiro minuto de jogo. O FC Porto sentiu muitas dificuldades em criar oportunidades de golo no primeiro tempo, destacando-se uma boa iniciativa da Ádrian López, que irrompeu a “muralha” minhota em dribles, e um bom remate de Danilo, que passou a centímetros do alvo. O Moreirense, por sua vez, apostou no constante “congelamento” do ritmo da partida, ao ponto do árbitro Bruno Esteves advertir o guardião Marafona e o capitão Filipe Melo para reatar mais rapidamente o jogo. Mais afoito após o intervalo, o FC Porto conseguiu “encostar” atrás o Moreirense e, aos 60 minutos, na sequência de um canto, Jackson Martinez cabeceou à barra. Aos 65, Rúben Neves rendeu Casemiro no FC Porto e Cardozo substituiu Alex no Moreirense, mexidas que antecederam, em cinco minutos, o golo de Óliver Torres, após jogada na direita de Brahimi, que foi à linha cruzar para a pequena área,
onde o espanhol apareceu e rematou com sucesso. O Moreirense reagiu e ganhou velocidade, razão suficiente para Lopetegui reforçar o meio-campo, trocando Quaresma por Herrera, a 15 minutos do fim. Aos 82 minutos, Óliver atrapalhou a saída de Marafona, a bola ficou em José Angél, que cruzou alto e Jackson cabeceou para o 2-0. Na sequência do lance, o médio espanhol saiu lesionado no ombro e foi substituído pelo colombiano Quintero, de quem saiu um cruzamento, a cinco minutos do fim, para Jackson Martinez, carregado em falta. O mesmo Quintero falhou a grande penalidade, bem defendida por Marafona, para canto, do qual resultou novo golo do pontade-lança colombiano, já a dois minutos do termo do encontro.
Ficha de jogo Jogo no Estádio do Dragão, no Porto. Ao intervalo: 0-0. Marcadores: 1-0, Óliver Torres, 70 minutos; 2-0, Jackson Martinez, 82; 3-0, Jackson Martinez, 87. FC Porto: Fabiano, José Angél, Maicon, Martins Indi, Danilo, Casemiro (Rúben Neves, 66), Óliver Torres (Quintero, 84), Brahimi, Adrián López, Ricardo Quaresma (Herrera, 75) e Jackson Martinez. (Suplentes: Andrés Fernandez, Ivan Marcano, Rúben Neves, Herrera, Evandro, Ricardo e Quintero). Treinador: Julen Lopetegui. Moreirense: Marafona, Paulinho, Danielson, Marcelo Oliveira, André Marques, André Simões, Filipe Melo, Arsénio (Jorge Monteiro, 75), Edivaldo (Vítor Gomes, 04), João Pedro e Alex (Cardozo, 67). (Suplentes: Gideão, Anilton, Diogo Cunha, Jorge Monteiro, Ramon Cardozo, Vitor Gomes e Gerso). Treinador: Miguel Leal. Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal). Ação disciplinar: cartão amarelo para Danielson (6); André Marques (48), Marcelo (85). Assistência: 35 509 espetadores. Julen Lopetegui (Treinador do FC Porto): “As partidas têm de ser trabalhadas, há que procurar espaços, criá-los, diante de um rival que trabalhou muito defensivamente. Tudo o que se passou na segunda
parte teve a ver com o que se passou na primeira. [Entrada de Ruben Neves] As partidas têm momentos e entendemos que era necessário, pois o Casemiro estava cansado. Fez quatro partidas em poucos dias e precisávamos de um pouco mais de ritmo. [Jackson Martinez como capitão e não Ricardo Quaresma] Os capitães foram os que viram. Isso não é importante, para mim. Jackson foi o capitão e ponto final. Foi uma partida muito difícil e não existem partidas fáceis. Os jogadores adversários eram muito organizados, o que nos obrigou a trabalhar muito. Esperámos pelo momento preciso, que chegou merecidamente. [Lesão de Óliver Torres] Deslocou o ombro direito. Esperemos que não pare muito tempo, pois é um jogador muito importante para nós. É uma baixa importante. Tentaremos encontrar soluções, mas para a sua posição estamos “curtos”. Acho que precisamos de mais um jogador para essa posição. [Encontrou equipa-base?] Não. Buscamos sempre soluções, pois temos um bom plantel. Temos uma maneira de jogar clara e muito definida, mas tentamos melhorar a nossa resposta conforme os jogos”. Miguel Leal (Treinador do Moreirense): “Mesmo na primeira parte, [a exibição] não foi perfeita. Há coisas a melhorar. Seria melhor se tivéssemos conseguido atacar mais. Tivemos um contratempo no início. Na segunda parte não foi possível manter o ritmo de jogo. Defrontámos um adversário com muito mais ritmo e com grandes valores individuais. A seguir ao golo sentimos algum desnorte, mas também sabemos que estamos no início. Tenho de estar satisfeito pela entrega forte e determinada dos meus jogadores. Isso é que nos vai dar muitos pontos no campeonato. [Defender mais à frente] Treinámos isso. Mas a substituição inicial obrigou a alterar alguma coisa, pois era preciso mais entrosamento, pensar mais rápido e capacidade de decisão. Não tivemos qualidade suficiente no último terço e isso fez com que a equipa fosse recuando. Sabemos que o início do campeonato era difícil. Hoje foi mais um jogo. Queríamos fazer pontos, mas não foi possível. Agora, o campeonato vai parar e teremos mais tempo para nos conhecermos melhor. Isso será benéfico, para melhorar algumas coisas”.