JARDIM GANHA PONTOS BRUNO CARVALHO NÃO FALA PARA JÁ NA RENOVAÇÃO DO TÉCNICO LEONINO
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 112
Sexta-feira, 02 de maio de 2014
SEGURO QUER CRIAR UM ACORDO DE CONCERTAÇÃO SOCIAL ESTRATÉGICO
APOSTA
NO EMPREGO n No dia em que a UGT e a CGTP fizeram a festa do Trabalhador, aproveitando para criticar duramente o Governo e as suas últimas decisões, o líder do PS, que também não poupou duras criticas a Passos Coelho, deixou uma promessa no 1.º de Maio: “Se merecer a confiança do povo português para governar o nosso país, vou empenharme, desde a primeira hora, na elaboração de um acordo de concertação social estratégica, um acordo de médio prazo que tenha como prioridade o emprego”...
PORTO
Motociclos e ciclomotores já podem circular nas faixas de BUS de algumas zonas
EQUILÍBRIO
Passos diz que aumento de impostos vai servir para proteger os pensionistas
IMPOSTOS
D. Manuel Clemente avisa que “portugueses Já não conseguem pagar mais”
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
Câmara pretende identificar mais espaços públicos
Porto aposta na arte urbana A Câmara do Porto pretende “identificar espaços públicos adequados para a arte urbana”, destacando notar que a “cidade tem reagido de forma muito alegre” a intervenções artísticas vulgarmente consideradas grafitos que sejam apresentados “de forma articulada”. No decorrer de uma visita à exposição “Street Art” [Arte de Rua], agora inaugurada e que se prolonga até 01 de junho, no Edifício Axa, na avenida dos Aliadas, mesmo no coração do Porto, o presidente da autarquia explicou que estão a ser identificados espaços para a arte urbana. “A Porto Lazer [empresa municipal] tem vindo a identificar com a Câmara espaços adequados para a arte urbana e com certeza que isso vai permitir que o que vemos agora num espaço fechado [edifício Axa] também possamos ver em espaço aberto”, declarou Rui Moreira. O levantamento que está a ser realizado é “abrangente”, explicou o administrador da Porto Lazer, Hugo Neto, pois “envolve os pelouros da Cultura, Ambiente e Urbanismo”. O mesmo responsável não quis, no entanto, adiantar quais as áreas identificadas e que poderão ser privilegiadas
Quinta da Boeira em Gaia promove produtos regionais
Dinamizar turismo com espetáculos ao ar livre RUI MOREIRA. Presidente da Câmara do Porto diz que a “arte urbana é uma forma de expressão muito em voga” para acolher arte urbana, vincando que o trabalho está a ser feito numa “lógica de valorização do património da cidade”. “O Porto está a dar os seus primeiros passos. O caminho é longo e queremos fazer tudo de forma sustentada, para podermos dar condições para que os artistas se possam expressar também na arte urbana”, referiu Hugo Neto. Lembrando os exemplos da Rua Miguel Bombarda e dos grafitos feitos em cabinas telefónicas na avenida dos Aliados, Rui Moreira adiantou que serão feitas “experiências em outros locais”, até porque “a cidade reagiu de uma forma muito alegre”. A intervenção nas cabinas telefónicas dos Aliados é temporária e implica uma parceria com a Portugal Telecom, uma vez que estes equipamentos estavam degradados e no fim da ação a empresa responsável vai requalificálos. A arte urbana é uma forma de expressão que Rui Moreira disse estar “muito em voga”, apesar de ser “muitas vezes vista como uma arte destrutiva”.
“Não o é. É uma arte construtiva que queremos ajudar a divulgar”, afirmou o autarca do Porto. A “Street Art” distribui-se por “seis pisos intervencionados por 22 artistas”, alguns deles internacionais, como é o caso de Fra.Biancoshock (Itália), L’Atlas (França) e Okuda (Espanha). Da lista de artistas nacionais fazem parte Alma, Bifes, Bug, Dexa, Doc, Draw, Ego, Eime, Natz, Fedor, Godmess, Hazul, Mesk, Mots, Mr. Dheo, Neutro, Oker, Third e Virus. Antes da inauguração desta mostra realizou-se, na placa superior da avenida dos Aliados (em frente ao Axa), uma performance do coreógrafo Cyril Viallon, com a participação de mais de uma centena de pessoas. A iniciativa estava integrada no Festival de Performance Urbana Corpo+Dança, do Balleteatro. Entretanto, os motociclos e ciclomotores já podem circular nas faixas de BUS de algumas zonas da cidade do Porto. A Cidade Invicta tornase assim no primeiro município em Portugal a aplicar a nova legislação e
a permitir a circulação de motociclos nos corredores Bus, sublinha a Câmara Municipal, em comunicado enviado às redações. Segundo a autarquia, esta medida trará vantagens em termos de redução do tempo de viagem, diminuição dos níveis de emissão de CO2, aumento da segurança, redução do tráfego automóvel e incentivo à transferência modal do automóvel para o motociclo. Os primeiros seis meses serão de experimentação e acompanhados por um estudo da Universidade do Porto que avaliará os impactos positivos e negativos da medida. Numa primeira fase, o projetopiloto arrancará nas ruas do Bonfim, Fernandes Tomás, Sá da Bandeira, Formosa, de Camões, António Luís Gomes, da Trindade, do Clube dos Fenianos, dos Heróis e dos Mártires de Angola. A avenida Fernão Magalhães, o campo 24 de Agosto, a praça da Liberdade, a avenida dos Aliados e a praça General Humberto Delgado integram ainda a lista.
Manifestantes protestam contra abertura da grande distribuição
“Clara afronta aos trabalhadores” Cerca de dezena e meia de pessoas concentraram-se ontem de manhã no Porto para denunciar a abertura da grande distribuição no 1.º de Maio, no que dizem ser uma “clara afronta aos trabalhadores” que pretendiam “comemorar” este dia feriado. “Mais uma vez, este ano, as empresas da grande distribuição decidiram abrir no 1.º de Maio, numa linha de confrontação contra os trabalhadores”, disse Jorge Pinto, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (Cesp). “Achamos que em Portugal, num quadro de grandes dificuldades, era
necessário permitir que os trabalhadores - no dia em que se comemora em todo o mundo o Dia Internacional do Trabalho e está praticamente tudo fechado - pudessem manifestar livremente a sua revolta quanto às políticas que têm sido desenvolvidas nos últimos três anos”, continuou. Concentrados frente à loja do supermercado Pingo Doce na rua de Passos Manuel, no Porto, os manifestantes pretenderam “denunciar de forma simbólica aos consumidores algumas das realidades e práticas das empresas da grande distribuição”, nomeadamente a “desvalorização do
trabalho que contribui para o engrandecimento dos grupos económicos, que geram milhões de lucro por analários, mas distribuem prémios a alguns trabalhadores, numa atitude de discriminação, dado que a maioria das avaliações não têm qualquer critério nem rigor”, acusou o sindicato. Adicionalmente, refere a estrutura sindical, “nos últimos anos estes grupos económicos exigiram a liberalização dos horários de funcionamento das lojas até às 24h00, com a promessa de se criarem mais postos de trabalho”, mas “o que veio a acontecer é que saíram, nos últimos anos,
mais de 5000 trabalhadores para o desemprego”. Caso venha a passar a proposta de lei do Governo para liberalização total do horário de funcionamento do comércio, Jorge Pinto alertou que Portugal será “o primeiro país do mundo com este regime de horários, voltando ao tempo da escravidão”. “Trabalhar todos os dias e a todas as horas, sempre disponível para todo o serviço, é uma clara afronta à estabilidade familiar e emocional dos trabalhadores, pondo em causa os valores essenciais de uma sociedade”, sustentou o CESP.
A Quinta da Boeira, em Gaia, está a acolher uma mostra de produtos regionais e tradições culturais que, acompanhados de espetáculos ao ar livre, pretende dinamizar o turismo na cidade até ao final de setembro. A iniciativa “traz para Vila Nova de Gaia, e para a própria cidade do Porto, vida, criatividade, cultura e uma forte valorização do que é nacional”, assinalou Albino Jorge, responsável pelo projeto e para quem a autarquia “reconheceu a importância para a dinamização do turismo na cidade”. Disposto por 60 montras ao ar livre, o projeto BOEIRA Portugal in a Bottle (Portugal numa Garrafa) prepara-se para oferecer “o melhor dos vinhos, gastronomia, artesanato, cultura, música e tradições portuguesas de várias regiões do país”, refere comunicado. O ex-líbris do projeto é aquela que é considerada “a maior garrafa do mundo”, construída em fibra de vidro, com 32 metros de comprimento e 9,5 metros de diâmetro e que será inaugurada a 31 de maio. Na garrafa gigante será possível “fazer uma visita virtual por Portugal através da visualização de um filme tridimensional, alusivo às quatro regiões vitivinícolas nacionais: Douro, Vinhos Verdes, Alentejo e Dão”, para além das “provas de vinhos de diferentes regiões”. Para além das montras ao ar livres, estão também programados espetáculos e um concurso de vinhos a decorrer num antigo armazém de vinho do Porto. “Com este projeto, Vila Nova de Gaia passa a disponibilizar uma oferta turística inédita, sem concorrência no território do país”, consideram os protagonistas do projeto As montras, espetáculos e animação começaram ontem e prolongam-se até 27 de setembro, de quinta-feira a sábado (entre as 15h00 e as 22h00) e aos domingos (das 14h00 às 20h00).
regiões
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Projecto procura voluntários e está a estabelecer parcerias com instituições
Re-food em Leiria Câmara do Funchal
Obras de melhorias em todas as praias
Em Lisboa, os quatro núcleos estão a entregar uma média de 15 mil refeições por mês a cerca de 845 beneficiários.
O presidente da Câmara do Funchal afirmou, ontem, que vão ser feitas obras para melhorar todas as praias do concelho antes da época balnear, mas o complexo do Lido, danificado pelo temporal de 2010, só deverá abrir em 2015. “Estamos já a intervir em todas as praias, porque o temporal do último inverno afetou grandemente toda esta zona balnear” do concelho, disse Paulo Cafôfo, responsável da Câmara do Funchal, liderada pela coligação «Mudança». Sobre o Lido, Cafôfo referiu que o município “conseguiu um financiamento ainda neste quadro comunitário”.
O projeto Re-food está à procura de voluntários para recolherem as sobras de comida de cafés e restaurantes para serem distribuídos em Leiria por quem mais precisa. O projeto Re-food, pensado pelo americano Henter Halder, residente em Lisboa, está a ser desenvolvido em Leiria por 12 voluntários, entre os quais César Lopes. O porta-voz da iniciativa adiantou que no dia 12 de maio realiza-se “uma reunião sementeira”, a partir das 21h00, no auditório da Nerlei - Associação Empresarial da Região de Leiria, na qual estará presente o mentor do projeto. “A ideia é a de que cada pessoa não dedique mais do que duas horas por semana. Se conseguirmos reunir 100 pessoas, será ótimo. Por isso, apelo a que o máximo de cidadãos se juntem a nós”, referiu César Lopes. Excesso, voluntários e necessidade são três palavras-chave do projeto. A ideia do Re-food passa por, através de várias equipas, recolher as sobras do dia junto de restaurantes, cafés e supermercados que adiram ao projeto. Os voluntários levam a
Entre Almancil e Quarteira
Objetivo é chegar a mais freguesias
Um ciclista ficou, durante a manhã de ontem, ferido com gravidade na sequência de uma colisão com um carro, na estrada que liga Almancil a Quarteira, revelou uma fonte do comando territorial de Faro da Guarda Nacional Republicana. Segundo a mesma fonte policial, o acidente ocorreu às 09h20, no sentido AlmancilQuarteira, concelho de Loulé, junto ao parque de diversões aquáticas Aquashow. A GNR vai agora avaliar as circunstâncias em que ocorreu a colisão. O ciclista foi transportado para o Hospital de Faro.
A cantina social que serve a Ameixoeira, em Lisboa, reabriu esta semana, depois de obras, e a Junta de Santa Clara quer que o equipamento passe a abranger famílias carenciadas de outras áreas da freguesia. “Uma cantina é importante para zonas carenciadas, como é o caso da Ameixoeira e de outras zonas de Santa Clara. Temos até intenção de alargar a sua abrangência a outras zonas da freguesia. Não é só aquele bairro que é carenciado, não se pode privilegiar um face a todos os outros”, afirmou a presidente da junta, Maria da Graça Ferreira. Ocum-
Ciclista ferido com gravidade após colisão
Re-food. Projeto procura voluntários para recolherem as sobras de comida de cafés e restaurantes para serem distribuídos em Leiria comida para a sua «sede», onde as famílias carenciadas se deslocam para recolher as refeições. César Lopes adiantou que estão à procura de um espaço, onde possam colocar frigoríficos e bancadas para embalar as refeições e entregá-las às famílias carenciadas, que serão indicadas por instituições. Este voluntário revelou que já existem contactos com a Câmara de Leiria, União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, Segurança Social, Cruz Vermelha e Diocese de Leiria para que possam
trabalhar em parceria, uma vez que “são estas instituições que conhecem as pessoas carenciadas e que estão em dificuldades”. Hunter Halder contou recentemente que lançou o projeto sozinho quando pegou na sua bicicleta para recolher refeições que sobravam nos restaurantes e cafés do seu bairro para distribuir pelas pessoas carenciadas. Aquele responsável observou que o projeto que lançou é apenas um exemplo do que é possível fazer ao nível das comunidades, que considera terem imenso poder e
precisam apenas de serem mobilizadas. “Acho importante que as pessoas tenham conhecimento de que têm poder para mudar o mundo na sua própria comunidade, que não têm de esperar pelo Governo, nem por uma empresa, nem por ninguém”, afirmou. Desde o início do projeto já foram entregues 300 mil refeições, estando os quatro núcleos de Lisboa a entregar uma média de 15 mil refeições por mês a cerca de 845 beneficiários, concluiu. Além de Lisboa, a cidade do Porto também já aderiu à iniciativa.
Cantina social da Ameixoeira reaberta
Ajuda. Junta da Ameixoeira está a negociar com a Câmara de Lisboa extensão do equipamento
primento deste objetivo depende de “uma negociação com a Câmara Municipal de Lisboa, que está curso”, de acordo com a autarca. A cantina encontrava-se fechada desde 14 de fevereiro, mas reabriu na segunda-feira ao público, após obras feitas pela Câmara que se centraram no “reforço da caixilharia e na aplicação de vidros” no edifício, afirmou a vereadora com o pelouro da Habitação e Desenvolvimento Local, Paula Marques. Maria da Graça Ferreira frisou que antes de o espaço encerrar eram servidas em média 120 refeições diárias. Contudo, agora,
não está ainda a ser servido esse número porque, após um fecho de dois meses, é necessário “retomar novamente esse ritmo”, explicou a presidente da junta. Para isso, “já foram feitos avisos à população”. A cantina social da Ameixoeira está integrada no projeto BIP/ZIP (Bairros de Intervenção Prioritária/Zonas de Intervenção Prioritária) da autarquia, que termina no final de maio. No entanto, de acordo com Paula Marques, deverá haver uma nova candidatura, devido à “necessidade e à maisvalia deste projeto para aquela comunidade”.
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nacional
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
Seguro quer criar um acordo de concertação social estratégico
“Prioridade para o emprego” O secretáriogeral do PS comprometeu-se em criar um acordo de concertação social estratégico, que tenha como prioridade o emprego, caso seja eleito primeiroministro. Depois de acusar Passos Coelho de “faltar sistematicamente à palavra” e de “enganar os portugueses”, carregando-os com “mais sacrifícios”, António José Seguro reafirmou: “Todos os portugueses estão surpreendidos, porque houve um aumento de impostos, a somar ao aumento brutal de impostos” do “ano passado, houve cortes nas pensões e nas reformas, que passaram de provisórios a definitivos, há despedimentos na função pública”. “Se merecer a confiança do povo português para governar o nosso país, vou empenhar-me, desde a primeira hora, na elaboração de um acordo de concertação social estratégica, um acordo de médio prazo que tenha como prioridade o emprego”, disse Seguro num encontro com sindicalistas para assinalar o 1º de Maio, Dia do Trabalhador. O líder socialista adiantou que a prioridade do partido é o emprego e “será o centro de todas as políticas
SEGURO. O líder do PS acusa o primeiro-ministro de “faltar sistematicamente à palavra” e de “enganar os portugueses” do próximo Governo do país”. “Não compete ao Estado criar emprego, mas compete ao Estado definir políticas públicas em concertação com os representantes dos trabalhadores e dos empresários”, sublinhou. Nesse sentido, destacou que a política de rendimentos, as prestações sociais, o sistema fiscal, a contratação coletiva e a formação profissional dirigida aos desempregados como “pontos essenciais que têm que fazer parte desse acordo”. Durante o encontro, o secretáriogeral do PS criticou também o novo aumento de impostos previsto no Documento de Estratégia Orçamental (DEO), apresentado na quarta-feira, acusando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “de faltar à verdade” e “enganar” os portugueses. “Ouvimos ontem um novo engano, uma nova
mentira, este primeiro-ministro falta à verdade permanentemente, falta à palavra, e ontem quando julgávamos que já não nos surpreendíamos, fomos novamente surpreendidos pelo Governo com aumento de impostos, aumento do IVA, aumento da TSU dos trabalhadores e aumento do imposto especial sobre produtos” sustentou. Seguro salientou igualmente que “os cortes que o primeiro-ministro disse que nunca faria, que era provisórios, passaram agora a definitivos”, como é o caso da contribuição extraordinária, embora tenha agora um novo nome, a contribuição de sustentabilidade. “Como é que estes homens e esta mulher podem continuar no Governo. Como é que os portugueses podem confiar num Governo que nos mente, engana e que diz uma
coisa e faz outra”, questionou. Promovido pela Tendência Sindical Socialista (TSS), no encontro participaram também o cabeça de lista socialista às eleições europeias, Francisco Assis, o secretário-geral da UGT e da TSS, Carlos Silva, e o líder da Corrente Sindical Socialista na CGTP-IN, Carlos Trindade. António José Seguro aproveitou ainda o encontro e a presença de Francisco Assis para apelar ao voto no PS nas eleições europeias, que se realizam a 25 de maio. “Dia 25 de maio é o dia em que cada português tem a possibilidade de canalizar o seu protesto e dizer que quer um novo rumo para Portugal”, afirmou, frisando que o voto no Partido Socialista é aquele que “verdadeiramente derrota a política de empobrecimento e desigualdade deste Governo”.
Passos Coelho justifica aumento do IVA e da TSU
“Não estamos a ir buscar mais” O primeiro-ministro argumentou ontem que o aumento do IVA e da Taxa Social Única servirá para suportar o sistema de pensões e não para reduzir o défice, defendendo que o esforço será mais equilibrado entre ativos e pensionistas. Passos Coelho justificou o aumento do IVA em 0,25 pontos percentuais e da TSU em 0,2 com a necessidade de obter “um equilíbrio” entre ativos e pensionistas, indo ao encontro das recomendações do Tribunal Constitucional. “Que o que era necessário em termos de financiamento seja agora repartido de uma maneira diferente. 0,25 por IVA e 0,2 da TSU custarão menos a suportar pela generalidade dos portugueses do que o mesmo valor do que só entre os pensionistas”, defendeu. O primeiro-ministro discursava
perante militantes e sindicalistas do PSD, na sessão comemorativa do Dia do Trabalhador, promovida pelos Trabalhadores Sociais Democratas, que reuniu cerca de 50 pessoas num hotel de Lisboa. Passos recusou que o Governo esteja a “ir buscar mais” ao rendimento das pessoas, afirmando que é ao contrário: “Os que dizem que vai ter um efeito recessivo, enganamse, porque não estamos a ir buscar mais. Estamos a ir buscar nem mais nem menos, é o mesmo. Não acrescentámos, para efeito das pensões, nenhuma medida que vá buscar mais rendimento às pessoas”, disse. Para o primeiro-ministro, “em certos aspetos” do ponto de vista económico a medida será mais “amiga da economia” e “mais amiga do crescimento”, na medida em que o Governo está a “restituir rendimento
a quem tem uma propensão para o consumo muito elevada”. “Uma parte do esforço será repartida por outras pessoas que não pensionistas”, acentuou, justificando as medidas previstas no Documento de Estratégia Orçamental, apresentado na quartafeira. Passos Coelho sublinhou que “o Estado ainda tem de gastar menos nos próximos anos” e assegurou que a redução do défice será feita “sem precisar de aumentar impostos nem cortar no rendimento”. “A despesa pública irá reduzir-se em 2015 em 1.400 milhões de euros, não apresentamos nenhuma medida de mais impostos nem redução nos salários”, disse, acrescentando que o objetivo será atingido “pela reforma do Estado e pela redução da despesa corrente primária”.
O primeiro-ministro disse ainda que o Governo não fará “políticas eleitoralistas”, afirmando que “a responsabilidade vai continuar”. “Os portugueses perceberam como ninguém o desvario passado. Ninguém tome os portugueses por tolos, não vamos fazer políticas eleitoralistas”, assegurou. Passos afirmou ainda que o país está agora em condições de caminhar pelas próprias posses e pelos próprios meios depois da saída do programa de ajustamento a 17 de maio. “Estamos em condições de apresentar aos portugueses a nossa estratégia orçamental para os próximos anos e ao mesmo tempo mostrar aos portugueses que a caminho que percorremos até aqui permite-nos hoje caminhar pelas nossas posses e pelos nossos meios a partir de agora”, concluiu.
Jerónimo de Sousa critico
“Este Governo não tem cura”
O secretário-geral do PCP disse ontem que os portugueses têm razão para estar indignados porque “este Governo não tem cura e esta política não tem saída”. “Há descontentamento dos trabalhadores e isso vê-se hoje em várias cidades dos países onde estão a decorrer várias manifestações”, afirmou aos jornalistas Jerónimo de Sousa, que participa na manifestação comemorativa do Dia do Trabalhador organizada em Lisboa pela CGTP-IN. O secretário-geral do PCP veio à manifestação para, “em primeiro lugar”, celebrar o 1.º de maio em liberdade e, em “segundo lugar”, para expressar o seu descontentamento face a esta política do Governo. Jerónimo de Sousa falou também da ameaça dos anúncios previstos no Documento de Estratégia Orçamental (DEO), apresentado na quartafeira, considerando-o “mais uma ofensiva de aumento de impostos, corte de salários e pensões”. “O Governo tinha garantido que não havia aumento de impostos”, afirmou, acusando o executivo “de continuar a mentir” aos portugueses. Jerónimo de Sousa disse ainda que é preciso continuar a lutar contra as medidas do Governo. O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, que também participa na manifestação da central sindical, criticou igualmente o DEO, considerando que o documento vai conduzir “a mais um aumento de impostos”, além de mostrar que o Governo “atua com mentira atrás de mentira”. “Os portugueses, trabalhadores do público, privado e reformados, ficaram quartafeira a saber que sua vida vai ficar muito pior”, disse João Semedo. Milhares de pessoas participam ontem à tarde na manifestação comemorativa do Dia do Trabalhador da CGTP, que se realiza entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa. “A saúde é um direito, sem ela nada feito”, “contra a exploração, a luta é a solução” e “está na hora do Governo ir embora” são as palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes, que empunham ainda vários cartazes com frases contra as políticas de austeridade. Entre os cartazes, pode ler-se: “Não somos dívida” e “Mãe se eu roubar vou para o inferno? Não filho vais para o Governo”, destacando-se ainda um outro manifestante que, na cabeça, tem um barco de madeira em formato de chapéu e onde está escrito: “Portugal é um barco naufragado”. Na concentração no Martim Moniz, o líder da CGTP-IN, Arménio Carlos, em declarações aos jornalistas, considerou que “Portugal só tem futuro com uma nova política e um novo Governo”.
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Faria de Oliveira acredita que banca não precisa de mais ajudadas estatais
“Bancos vítimas e não culpados pela crise” Presidente da APB diz que reestruturação está “completamente fora de causa” pois “seria absolutamente fatal” para o País. Pingo Doce repete decisão pelo terceiro ano
Pagamento antecipado
O Pingo Doce voltou a antecipar o pagamento aos pequenos produtores em dez dias, medida que entrou, ontem, em vigor e que é válida por 12 meses, revelou o diretor comercial da rede de supermercados da Jerónimo Martins. No ano passado, o Pingo Doce já tinha renovado o acordo assinado com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), sendo que este é o terceiro ano em que a medida vigora. Questionado sobre o impacto desta medida, Pedro Leandro adiantou que deverá rondar entre os 50 e os 60 milhões de euros. “No fundo, este dinheiro é injetado no setor primário, permitindo contribuir para a sua sustentação”, disse Pedro Leandro, sublinhando que a medida se “destina aos fornecedores nacionais”, como os pequenos e médios produtores de fruta, legumes, carne, peixe, vinhos e charcutaria. Desde 2012, “já beneficiaram desta medida mais de 500 produtores nacionais”, disse. Questionado sobre a razão da nova antecipação do pagamento, Pedro Leandro explicou que resulta da “constatação de grandes dificuldades de tesouraria e acesso ao crédito” dos fornecedores do Pingo Doce. O presidente da CAP, João Machado, classificou a medida como “muito importante”, afirmando que “pode ajudar a produção nacional”, já que recebe “mais cedo”.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, considerou que a banca portuguesa foi vítima e não responsável pela crise da dívida soberana, já que foi fortemente afetada pela situação das finanças públicas do País. “Em Portugal, os bancos são vítimas e não responsáveis pela crise”, afirmou o responsável, num balanço do impacto dos três anos de ajuda externa no setor bancário. “O que aconteceu foi que a crise da dívida soberana veio afetar as instituições bancárias. Isto é, não foi a banca que foi responsável pela crise que o País atravessou, foi a crise que teve um efeito de contágio nas instituições bancárias”, afirmou. E acrescentou: “Os bancos foram afetados em termos do seu ‘rating’ [notação da dívida] com a descida do ‘rating’ da República. Os bancos deixaram de ter acesso aos mercados internacionais devido à situação do País e, posteriormente, vieram a sofrer os efeitos da crise económica gravíssima, que se revelaram principalmente no aumento das taxas de incumprimento e na necessidade de registar fortes imparidades”. Olhando para o período que antecedeu o pedido de resgate internacional, Faria de Oliveira vincou que “os bancos não pediram que a ‘troika’ viesse” e que o que fizeram foi “alertar o Governo que o esforço que estavam a fazer no sentido de suprir as necessidades de financiamento do Estado estava a atingir o seu limite e que era necessário considerar outras hipóteses”. Ainda assim, segundo o presidente da APB, “naquele momento, e dada a situação das finanças públicas, era de facto indispensável fazer esse pedido”. Em jeito de conclusão, Faria de Oliveira afirmou que, “no final deste período de três anos, pode dizer-se que o setor bancário
conseguiu, de uma maneira bastante positiva, cumprir todos os objetivos previstos” no acordo estabelecido com a ‘troika’. O presidente da Associação Portuguesa de Bancos está também “muito confiante” que a banca portuguesa não necessitará de recorrer novamente a ajudas estatais, frisando que é necessário aguardar pela divulgação dos resultados do exercício do BCE. “Gostaria que, no caso de haver alguma instituição com alguma necessidade de aumento de capital, as condições de atratividade do País e do sistema bancário já permitissem que isso pudesse ser coberto pelo setor privado”, realçou. Não à reestruturação
Futuro. Presidente da APB, Faria de Oliveira, assume que preferia “programa cautelar” para sair do programa de ajustamento
A partir de 13 de maio
Venda de eletricidade possível em toda a Europa Portugal vai passar a estar ligado ao mercado grossista de eletricidade europeu a partir de 13 de maio, o que permitirá vender energia a 17 países da Europa quando agora só podia comercializar com Espanha. O início efetivo do acoplamento do mercado diário de eletricidade da região do sudoeste está agendado para o dia 13 de maio, segundo adiantou a
REN, gestora da rede elétrica nacional, o que significa que, a partir dessa data, os mercados diários do noroeste (NWE) e do sudoeste (SWE) europeu, que se estendem desde a Finlândia a Portugal, estarão acoplados. “Passa a ser possível a Portugal vender energia no mercado diário para toda a Europa, quando até agora apenas podia fazer trocas com Espanha, o que permite uma utilização mais eficiente dos recursos”, disse a diretora geral da REN, Maria José Clara.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos considera, ainda, que Portugal terá condições de renegociar a dívida, aumentando prazos e baixando juros, mas que para isso terá de apresentar melhorias na economia e de consolidar as finanças públicas. “Para pagar a dívida nas condições atuais temos de almejar um crescimento económico superior a 3% ao ano, acima do previsto para os próximos dois a três anos. Estou profundamente convicto que, à medida que economia portuguesa for progredindo e que a confiança na disciplina orçamental do país for sendo consolidada, vão seguramente ser criadas condições para ir revendo a nossa dívida, quer em termos de prazo quer em termos de taxa de juro”, disse. Já uma reestruturação da dívida está “completamente fora de causa” uma vez que, considera, quando Portugal está a passar por “uma das crises mais intensas dos últimos anos e isso seria absolutamente fatal” para o País. Sobre o tipo de saída de Portugal do programa de ajustamento, Faria de Oliveira foi claro, assumindo que “preferia um programa cautelar”. Esse programa, justificou, seria uma “espécie de seguro” uma vez que “favorecia a taxa de juro” e protegia da “volatilidade dos mercados”. Além disso, adiantou, tinha a vantagem de “exigir maior disciplina e de diminuir manifestamente o risco político”.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
Leonardo Jardim garante que Sporting quer vencer na Choupana
“Não estamos de férias” Apesar do objetivo da época estar garantido, técnico dos «leões» garante que Sporting vai fazer tudo para ganhar ao Nacional. O treinador do Sporting, Leonardo Jardim, garante que, apesar de a equipa ter alcançado o grande objetivo da temporada, quer vencer o Nacional, amanhã, às 18h30, na Choupana, e continuar a somar pontos e vitórias no campeonato. O grande objetivo das duas equipas está alcançado, mas queremos ganhar e aumentar o número de pontos que fizemos até ao momento. As duas equipas, sem a pressão do grande objetivo, vão querer estar no máximo das suas capacidades para conquistar os pontos em disputa”, afirmou. Leonardo Jardim, que falava na conferência de imprensa de antevisão do jogo, acrescentou: “conseguimos o grande objetivo, mas não estamos de férias e temos que respeitar a camisola e ser ambiciosos”. O técnico “leonino” lembrou que nas últimas cinco temporadas o Sporting apenas venceu uma vez no terreno do Nacional, deixando elogios ao seu adversário de sábado. “É um estádio difícil, onde nos últimos cinco anos ganhámos uma única vez. É uma equipa com qualidade, com jogadores pressionantes e rápidos na transição. Temos que os anular e impor o nosso futebol”, defendeu. Leonardo Jardim referiu que a equipa vai procurar manter a “veia vencedora” em jogos fora de casa, referindo que bater o recorde de vitórias fora é também um objetivo. “Apesar de
FCP prepara Olhanense
Ghilas ausente devido a distensão O FC Porto treinou, ontem, com vista ao jogo com o Olhanense, da 29.ª jornada da I Liga, com cinco reforços da equipa B e sem Ghilas, em tratamento a uma distensão na coxa esquerda. O avançado argelino junta-se assim aos lesionados Quaresma, que fez treino condicionado, e ao guardaredes Helton, que enfrenta longa paragem devido a uma rotura no tendão de Aquiles do pé direito. O técnico Luís Castro chamou o guarda-redes Stefanovic, os defesas David Bruno e Tiago Ferreira, o médio Tozé e o avançado Kayembe. Os «dragões» voltam a treinar, hoje, às 10h00.
Liga. “Fizemos do Sporting uma equipa mais competitiva e com uma identidade mais vitoriosa”, disse Jardim termos atingido o grande objetivo, temos outros pequenos objetivos e esse será um. É importante manter a veia vencedora fora de casa. É cada vez mais difícil ganhar, o Sporting tem conseguido resultados positivos na casa dos adversários”, frisou. Para o jogo de amanhã, o técnico não vai poder contar com os castigados Rojo e Adrien, anunciando a titularidade de Eric Dier ao lado
de Maurício na defesa e deixando em aberto a escolha do terceiro elemento do meio-campo ao lado de William Carvalho e André Martins. Sobre a renovação de contrato, o treinador explicou que já definiu com o presidente Bruno de Carvalho que apenas no final da época vão discutir o assunto, não prestando mais declarações sobre o tema que tem animado as hostes «leoninas».
Em jeito de balanço, Leonardo Jardim mostrou-se satisfeito com a época realizada pela equipa até ao momento, na qual assegurou o segundo lugar e a entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões. “Fizemos do Sporting uma equipa mais competitiva e com uma identidade mais vitoriosa. Conseguimos uma valorização do grupo de trabalho e ganhámos o respeito de todos”, concluiu. Frente ao Getafe
Surpresa portuguesa continua no Portugal Open
Gastão Elias segue para os quartos de final O tenista português Gastão Elias, número 179 do mundo, qualificou-se, ontem, para os quartos de final do Portugal Open depois de bater espanhol Guillermo Garcia-Lopez, 39.º do «ranking». Gastão Elias superiorizou-se ao quarto cabeça de série em três «sets», pelos parciais de 4-6, 6-3 e 6-2, em 2h03. Com este triunfo, Gastão Elias igualou a melhor prestação de sempre no Portugal Open, repetindo o apuramento para os quartos de final de 2013, ano em que acabou por ser afastado pelo suíço Stanislas Wawrinka, campeão em título
Portugal Open. Com este triunfo, Gastão Elias igualou a melhor prestação de sempre, alcançada em 2013
e a maior ausência da 25.ª edição. Nos quartos de final, o português defrontará o romeno Victor Hanescu, que venceu num dos primeiros encontros do programa do quarto dia o espanhol Pablo Carreno Busta, um dos semifinalistas da edição de 2013. Hanescu, 93.º da hierarquia, superiorizouse a Carreno Busta, 60.º da classificação ATP, em três «sets», pelos parciais de 6-3, 4-6 e 6-3. Em femininos, a russa Svetlana Kuznetsova, sétima cabeça de série, garantiu a primeira vaga nas meias-finais, depois de bater a
canadiana Eugenie Bouchard, segunda pré-designada e convidada pela organização. Kusnetsova, 29.ª do «ranking» mundial, bateu Bouchard, número 18 do Mundo, em dois «sets», pelos parciais de 6-4 e 6-1, em 1h15. A russa tinha como melhores resultados esta temporada as presenças nos quartos de final do torneio alemão de Estugarda e na terceira ronda do Masters 1000 de Indian Wells, nos Estados Unidos. Esta é a terceira passagem pelo Jamor de Kuznetsova, que no ano passado chegou aos quartos de final do torneio português.
Barcelona vai homenagear Vilanova
O FC Barcelona anunciou que prestará uma homenagem ao ex-técnico Tito Vilanova, que morreu na última sexta-feira, a anteceder o jogo de amanhã da Liga espanhola com o Getafe, em Nou Camp. “O clube prevê que seja um gesto de despedida partilhado entre os jogadores e os adeptos. Os futebolistas irão utilizar uma camisola do FC Barcelona com a inscrição ‘Tito, para sempre eterno’, no centro do peito”, revelou o clube catalão. Também será mostrado um vídeo para recordar o técnico, que faleceu após dois anos de luta contra um cancro na glândula parótida.
Sexta-feira, 2 de Maio de 2014
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O Primeiro de Janeiro | 7
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EUGÉNIO FONSECA SURPREENDIDO COM NOVO AUMENTO DO IVA
“Faz mais diferença nos pobres” O presidente da Cáritas Portuguesa afirmou-se surpreendido com o aumento do IVA, considerando que é tempo de não exigir mais sacrifícios e estabelecer um equilíbrio entre a sustentabilidade económica e o respeito pela dignidade das pessoas. “Fiquei surpreendido porque o que nos estava a ser dito é que não havia mais aumento de impostos e, efetivamente, o que se trata é de um aumento do imposto relativamente a bens de consumo, uns mais prioritários que outros”, disse Eugénio Fonseca. O responsável comentava o aumento da taxa normal do IVA para 23,25% previsto no Documento de Estratégia Orçamental (DEO). Para Eugénio Fonseca, 0,25 pontos percentuais “podem fazer a diferença para quem não tem rendimentos ou para quem tem rendimentos quase na linha da fronteira entre o risco de pobreza e o não estar em risco de pobreza”. “A justiça da medida está em que abrange a todos”, declarou o presidente da Cáritas, acrescentando que “durante muito tempo as medidas de austeridade reincidiam mais nalgumas classes, sobretudo na classe pobre e média”. Referindo que se trata de uma “medida de maior equidade porque se aplica aos bens de consumo que todos vão adquirir”, o responsável da Cáritas Portuguesa admitiu, contudo, que “faça muita diferença nos pobres e possa não fazer diferença alguma nas classes mais abastadas”. Quanto à questão das reformas, reconheceu que “o que conta é a partir de determinado valor”, mas não se pode esquecer que se está a “falar de patamares de reforma que já são muito, muito débeis, até numa circunstância em que os pensionistas estão a suportar os encargos dos seus filhos, dos seus netos, que ficaram sem trabalho, que ficaram sem algum rendimento”.
Manuel Clemente critica aumento de impostos
“Portugueses já não conseguem pagar mais” O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou, em Fátima, que os portugueses “muito dificilmente” conseguem pagar mais impostos, defendendo que se vá ir procurar onde existe possibilidade de os pagar. Manuel Clemente, questionado pelos jornalistas sobre o previsto aumentos de impostos, defendeu que “sobretudo que aqueles que não podem arcar com mais impostos não arquem”. “E se há alguma coisa ainda que ir buscar, que se vá buscar onde ainda pode haver”, disse. O patriarca de Lisboa falava na conferência de imprensa após mais uma assembleia plenária do
episcopado português, onde foi questionado sobre o Documento de Estratégia Orçamental (DEO) que prevê, entre outras coisas, um aumento da taxa normal do IVA para 23,25%. Manuel Clemente adiantou que está à espera do debate parlamentar previsto para os próximos dias para “ficar mais esclarecido” e ver “como é que o Governo se explica, como é que as oposições também se explicam para encontrar dentro do quadro que é nacional e é muito de imposição internacional a melhor solução”. Para o patriarca de Lisboa, “o que se tratou da parte do Governo foi, garantindo uma receita
que acha ou que outros mandam que garanta, dispersar mais a carga e não só sobre os pensionistas e os funcionários públicos”. “Parece que foi essa a intenção, mas estou muito atento ao debate que se vai seguir”, acrescentou. O Governo apresentou na quarta-feira o DEO que prevê um aumento da taxa normal do IVA para 23,25% e um aumento dos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social. No DEO, que define as linhas de orientação para as políticas com incidência orçamental até 2018, está ainda previsto que os cortes salariais na função pública comecem a ser devolvidos de forma gradual.
Comemorações do 1.º de Maio com muita gente bem humorada
“…Não filho vais para o Governo” Na festa da CGTP estiveram também concentradas centenas de pessoas, em Lisboa, no largo do Martim Moniz, para iniciar a manifestação comemorativa do Dia do Trabalhador até Alameda D. Afonso Henriques. Alguns manifestantes ostentam cravos vermelhos e empunham a bandeiras nacionais, e da CGTP-IN, assim como cartazes críticos da situação socioeconómica portuguesa. “Mãe se eu roubar vou para o inferno? Não filho vais para o Governo”, lêse num dos cartazes empunhados pelos manifestantes. Numa outra faixa lê-se: “No campo já não há lobos. No Governo são alcateias. Roubaram as reformas e ficam com as mãos cheias”. Um grupo de manifestantes chegou mesmo a colocar num espeto um coelho esfolhado, numa alusão ao atual chefe do Governo, Passos Coelho. Entre os manifestantes encontrava-se o grupo Amarantinos, de bombos e gigantones, vindos de Vialonga. Na concentração no Martim Moniz, o líder da CGTP-IN em declarações aos jornalistas, considerou que “Portugal só tem futuro com uma nova política e um novo Governo”. Arménio Carlos explicou que as palavras de ordem da manifestação só podem estar relacionadas com o emprego e os horários de trabalho, porque é a principal questão que preocupa os portugueses.
Na festa da UGT, centenas de trabalhadores, reformados e famílias participam nas comemorações do 1º de Maio promovidas em Belém, mas com menos afluência que em anos anteriores, segundo alguns assíduos. “É verdade que o recinto é muito amplo, mas eu, que sou assíduo desde o primeiro dia, vejo menos gente. E muito será por haver menos poder de compra”, afirmou Alexandre Crespo, da União dos Bancários do Norte, que veio de Chaves de propósito para as comemorações em Lisboa. À hora do almoço, o palco era ocupado pela Filarmónica de Figueiró dos Vinhos, que executou desde músicas de Carlos Paião até ao “Grandola, Vila Morena”. Sentada ao sol, protegida apenas com um boné da UGT, Emília Botas também nota menos pessoas na festa do 1º de Maio e avança com a mesma explicação da falta de dinheiro para a viagem, lembrando que “antigamente vinham autocarros e autocarros de gente”. Afirmando-se “triste” com a situação do país, Emília Botas, reformada da Função Pública questionou “para onde foi dinheiro da CEE” e disse que não está satisfeita “nem com este governo nem com nenhum antes deste”. No entanto, isso é mais uma razão para se deslocar a Belém para comemorar o 1.º de Maio: “Ainda temos a liberdade, mas há muitas
pessoas que nem dinheiro tem para viver”. Mais afastado do palco e a ladear o recinto estavam montados os expositores dos sindicatos afetos à UGT, mas à hora do almoço os trabalhadores e famílias concentravam-se nas filas para as bifanas, oferecidas pela organização. Na Madeira, o secretário da Educação e Recursos Humanos disse que as atividades do 1º de Maio não devem constituir um momento apenas de festa, mas também para pensar nos milhares de desempregados que passam dificuldades. “Não é apenas um momento festivo, para celebrar o trabalho, mas é um momento que nos convoca a todos para homenagear o trabalhador e ter presente aqueles que passam por dificuldades, que são muitos”, afirmou Jaime Freitas, no início das comemorações oficiais, junto ao monumento de homenagem ao trabalhador, na Avenida Sá Carneiro, na marginal do Funchal. O responsável madeirense falou da preocupação do governo insular em relação ao aumento do desemprego na região, argumentando ser uma situação provocada pelo contexto de recessão económica que se verifica também a nível nacional e mundial. “Sempre insistimos que a verdadeira medida ativa de criação de emprego é o crescimento da economia”, referiu o governante.