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PORTUGAL DEFRONTA UCRÂNIA SELECIONADOR DE FUTSAL RECONHECE QUE SERÁ UMA PARTIDA DIFÍCIL

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 43

Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2014

MINISTRO MIGUEL POIARES MADURO VAIADO E ASSOBIADO EM AVEIRO

ANAFRE

n O ministro do Desenvolvimento Regional desvalorizou os protestos dos autarcas com que foi recebido no congresso da ANAFRE, agradecendo a receção feita pela “grande maioria”. “Na democracia o protesto é normal e aceitável”, disse Poiares Maduro, depois de muitos autarcas das freguesias terem abandonado a sala. Cândido Moreira, novo presdidente da ANAFRE, diz que a associação vai recorrer a “velhas lutas não violentas” para rever a reforma administrativa...

FORTE AGITAÇÃO FAZ ESTRAGOS

ORÇAMENTO PSD pede ao PS para apresentar propostas e números concretos

FARO n A forte agitação marítima provocou estragos um pouco por toda a costa portuguesa, com destaque para os danos registados no Furadouro, Costa da Caparica, Peniche, Cascais, Sintra e Nazaré, onde muitos curiosos foram ver McNamara surfar...

Cordão humano em protesto contra limitações do SNS

FC PORTO

Pinto da Costa marca presença no treino após desaire na Madeira


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

PSD convida o PS a apresentar “propostas concretas”

CDU e as rendas dos bairros do Porto

“Estratégia orçamental de médio prazo”

“Aumentos brutais”

O PSD congratula-se com a “disponibilidade” manifestada pelo líder do PS para se associar “a uma estratégia orçamental de médio prazo” e desafiou Seguro a apresentar “reformas” e “números” concretos. “O PSD congratula-se com a resposta positiva dada ontem [sábado] pelo líder do PS ao apelo feito pelo primeiro-ministro para que este partido se associasse a uma estratégia orçamental de médio prazo, para que se fixassem tetos para a despesa pública primária do Estado no âmbito do documento de estratégia orçamental”, afirmou Marco António Costa, em conferência de imprensa, no Porto. O porta-voz do PSD reagia assim às declarações feitas por António José Seguro no encerramento da conferência “Uma administração pública eficiente

PSD. Marco António Costa diz que “é tempo da clareza, rigor e políticas concretas, não da política da ambiguidade” e com qualidade”, em que reiterou a importância de “equilibrar as contas públicas”, admitindo que esse objetivo “justifica ter um limite nominal para a despesa corrente”, mas sem especificar. “Isto não é um corte, isto é uma reforma. O que o Governo atual tem vindo a fazer são cortes”, afirmou Seguro no sábado, reforçando a ideia de que “reformar não é cortar”. Considerando “esta afirmação de disponibilidade do líder do PS” como sendo “da maior importância”, o PSD

diz agora ter “esperança que seja um sinal de que o PS irá abandonar a política das ideias vagas, das ambiguidades, passando para o concreto das iniciativas, das medidas e para o rigor dos números”. Neste sentido, e face às declarações do líder socialista defendendo “outras reformas que supostamente baixariam a despesa, mas evitariam os cortes que foram promovidos pelo atual Governo”, Marco António Costa desafiou o PS a apresentar propostas “concretas”. “O

PSD convida o PS a dizer publicamente: primeiro, em que áreas, em concreto, realizaria tais reformas; segundo, em concreto, no que consistiriam as referidas reformas; terceiro, em concreto, que poupanças se obteriam para a despesa do Estado com a implementação das ditas reformas que alega o Partido Socialista pretender realizar se fosse Governo”, afirmou o porta-voz dos sociais-democratas. “Por fim - continuou -, convidamos o PS a divulgar os documentos que sustentam tais propostas e onde estejam quantificados os objetivos para a redução da despesa pública”. Sustentando ser “tempo da clareza, rigor e políticas concretas”, “não da política da ambiguidade”, o PSD manifestou “a sua disponibilidade para, no Parlamento, ou fora do Parlamento, trabalhar com o PS na criação de condições para implementar reformas de médio e longo prazo”. “Importa terminar com a política do ilusório, importa terminar o jogo de palavras na vida política portuguesa e a política das ambiguidades tem que dar espaço ao concreto”, sustentou Marco António Costa. O objetivo, concluiu, é consolidar “as conquistas obtidas de maio de 2011 até hoje” e garantir “que Portugal continue a trilhar o rumo certo”.

Milhares de pessoas protestaram no Porto

Contra “políticas assassinas” do Governo Cerca de três mil pessoas responderam ao apelo da CGTP-IN e manifestaram-se, no Porto, contra as políticas económicas e sociais do Governo, que acusam de ser “assassinas” e de causar “sofrimento e dor” aos portugueses. Inserida no “Dia Nacional de Luta Contra a Exploração e o Empobrecimento”, a manifestação do Porto foi um dos vários protestos promovidos em todos os distritos do país contra a austeridade e para exigir novas políticas económicas e sociais. Se os aguaceiros que, durante a manhã, caíram no Porto ameaçavam prejudicar a participação na manifestação, à hora do início do protesto já não chovia e as pessoas foram-se concentrando na Praça dos Leões, para depois descerem a Rua dos Clérigos, até à Praça da Liberdade, e percorrerem as ruas de Sá da Bandeira e de Santa Catarina, terminando na Praça da Batalha. Convicto de que a CGTP-IN promoveu “uma grande manifestação” na Invicta, o coordenador da União de Sindicatos do Porto (USP), João Torres, salientou as “razões justas, humanas e nobres” na base do protesto e apelou à adesão dos

trabalhadores à “semana de luta” marcada para a semana de 08 e 15 de março, “com greves e paralisações em busca do aumento dos salários, em defesa dos direitos e do emprego e contra a precariedade”. “Temos um Governo que está a dar cabo da vida a quem menos tem em benefício daqueles que têm tudo e mais alguma coisa”, acusou, denunciando uma “política assassina, porque está a matar antecipadamente muitos portugueses”, e apelando à “derrota de um Governo que, em cada dia que se mantém em exercício, causa sofrimento e dor aos trabalhadores”. Apesar do aparente “autismo” do executivo face aos protestos dos manifestantes, João Torres acredita que, “se não viessem à rua e não lutassem a situação era bem pior”. “O que fazemos é sempre um travão a determinadas políticas e nem sempre se valoriza o que se vai conquistando”, sustentou, avançando como exemplo o recuo relativamente ao aumento do horário de trabalho nas autarquias. Quanto aos sinais de recuperação apontados pelo Governo, a USP diz não passarem de “foguetório”, cujo único pro-

pósito é “anestesiar o pessoal para não fazer nada até 17 de maio, em que vai embora a ‘troika’, e para que nas eleições para o Parlamento Europeu não seja penalizado da forma como deve ser”. “Não andamos aqui a dormir e estas ações servem para impedir que este Governo saia vitorioso nas próximas eleições e para que seja corrido tão rápido quanto possível”, afirmou João Torres. Por entre palavras de ordem instando o Governo a “ir embora” e a população a “lutar e resistir para o Governo cair”, Teixeira, de 67 anos, foi um dos muitos reformados que aderiram à manifestação da CGTP-IN. Presença assídua nas várias manifestações que têm vindo a contestar a política do Governo PSD/CDS-PP, o reformado comparou os 411 euros de “descontos totais” que fez em 2011 com os 1690 euros de 2013 e os 2450 euros que, feitas as contas, prevê descontar este ano. “Quando estes aldrabões vêm dizer que está tudo melhor é mentira, basta fazer contas. Olhamos para como estava o país em 2011 e para como está hoje e está pior, em todas as vertentes. Por mais que queiram pintar a pílula de dourado, não há um indicador que esteja melhor

e o défice só baixa à custa do empobrecimento do país, não de qualquer reforma estrutural”, criticou. Assumidamente “frustrado” com o que considera ser uma fraca adesão da população aos protestos, Teixeira acha “que o povo português é masoquista, porque gosta que lhe batam”, e defende que, não tendo o Governo caído na crise política aberta em julho de 2013, agora deve “ir até ao fim, com todas as consequências que isso acarreta”. Já o também reformado João Pinto, de 69 anos, acha que “ontem já era tarde para o Governo sair” e, segurando um cartaz onde se lia “PSD/CDS ladrões”, denunciou a “degradação da situação de todos os reformados” e defendeu que “não é este o caminho para recuperação do país”. Convicto de que “o Governo devia cair”, mas desolado com a falta de “alternativas”, Sandro Abílio, de 33 anos, trabalhador no supermercado Minipreço e delegado sindical, compareceu no protesto para “continuar a lutar contra as intenções” do executivo. “Temos conseguido travar algumas intenções do Governo, embora poucas, mas temos que continuar a lutar”, salientou.

O vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, quer que a autarquia exija explicações à tutela e ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) sobre os “aumentos brutais” nas rendas dos bairros sociais por estes geridos. “A Câmara tem que ter capacidade reativa face ao IHRU e ao ministro da tutela para exigir explicações quer quanto aos aumentos de rendas, quer quanto à reabilitação do parque habitacional do IHRU”, afirmou o vereador comunista, em declarações no final de uma visita ao bairro Ramalde do Meio. Segundo Pedro Carvalho, embora se trate de património do IHRU, “a Câmara tem que ter uma voz ativa a defender os 3000 portuenses que vivem nos oito bairros sociais” do instituto. “Enquanto não for alterada a lei da renda apoiada [ao abrigo da qual foram efetuados os aumentos de rendas] vamos ter sempre problemas de justiça social, mas há muitos concelhos, mesmo aqui à nossa volta, como Matosinhos, onde existem critérios que, independentemente do cálculo das rendas, são introduzidos no regulamento”, sustentou. De acordo com o vereador comunista, os moradores dos bairros do IHRU no Porto sofreram, a partir do início do ano, “grandes aumentos nas rendas técnicas”, com casos de aumentos faseados em que a renda sobe “de 30 euros para 115 euros e, depois, para mais de 250 euros em 2016”. Recordando que, em 2012 e 2013, a CDU já havia levantado esta questão em reuniões do executivo camarário, tendo a resolução apresentada em julho de 2012 sido “rejeitada pelo executivo de Rui Rio”, Pedro Carvalho pretende agora retomar o assunto no mandato de Rui Moreira. “Achamos que o IHRU, independentemente de cumprir o que está na lei, tinha que ter aqui uma atenção social diferenciada que não teve”, sustenta, salientando que, “apesar dos aumentos brutais das rendas, não estão a ser feitas as intervenções de reabilitação necessárias nos bairros”. “Exigimos também a intervenção ao nível da requalificação, porque muitos destes bairros - como o de S. Tomé e o de Ramalde do Meio - estão bastante degradados e têm casas devolutas e emparedadas, o que não se compreende havendo tanta gente a precisar de habitação social”, adianta. À reunião de Câmara da próxima terça-feira a CDU diz pretender levar também os problemas detetados na rua de Requesende, que assegura o acesso à zona de Ramalde, e que se encontra profundamente degradada, quer ao nível do pavimento, quer dos passeios, e com um lavadouro público devoluto “que é hoje sala de chuto”. “Vamos apresentar uma proposta para que esta situação seja tida em conta”, disse, salientando que este “é um exemplo de como, com pequenos investimentos, se consegue melhorar a vida das populações”.


Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro | 3

Instituição de Bragança deseja criar estrutura para idosos com demência

“Não existe qualquer apoio do Estado”

Sagres a Património Mundial da UNESCO

Candidatura adiada A candidatura de Sagres a Património Mundial da UNESCO só pode ser entregue após Portugal deixar de integrar o Comité do Património Mundial, em 2017, mas o Turismo do Algarve sublinha a importância de as entidades envolvidas continuarem a trabalhar. A primeira candidatura de Sagres (concelho de Vila do Bispo) para integrar a Lista Indicativa do Património Mundial da UNESCO aconteceu há quase 12 anos, em novembro de 2002, mas o dossiê de fundamentação da pretensão nunca chegou a bom porto e neste momento “não pode haver candidaturas portuguesas, porque Portugal faz parte do quadro de decisão”, explicou o presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva. Ainda assim, o responsável considerou urgente que todas as entidades envolvidas - designadamente a Junta de Freguesia de Sagres, a Câmara de Vila do Bispo, a Direção Regional da Cultura do Algarve, o Parque Natural da Costa Vicentina e associações - continuem a trabalhar para a candidatura estar pronta no momento legal. “A liderança e a vontade da Câmara Municipal de Vila do Bispo é fundamental, porque envolve muitos parceiros e este processo só pode ter alguma sequência prática se houver aqui um envolvimento de todas as entidades, particularmente daquela zona”, defendeu.

“É uma necessidade, não só da nossa região, até do País, o problema é realmente o apoio e o suporte financeiro”, diz Paula Pimentel.

Para atenuar as carências, a fundação tenta adequar os meios de que dispõe e criar estratégias para lidar com as situações que vão surgindo. Com candidaturas a iniciativas solidárias particulares conseguiu criar uma sala de estimulação sensorial e tem um projeto para um jardim geriátrico.

Uma instituição de Bragança não consegue encontrar apoios para criar uma estrutura especializada em demências nos idosos numa região sem resposta para uma população envelhecida em que a prevalência destas doenças é cada vez maior. Há quase dois anos que a Fundação Betânia tem um projeto para uma unidade de acolhimento que ainda não avançou porque “não existe qualquer apoio financeiro do Estado nem para a construção, nem para ajudar as famílias a suportar os custos do internamento”, como explicou a diretora Paula Pimentel. “É uma necessidade, não só da nossa região, até do País, o problema é realmente o apoio e o suporte financeiro”, afirmou, defendendo que “as políticas da Segurança Social têm de ser redirecionadas e pensadas para esta tendência e tentar mudar aquilo que tem sido feito, apoiando as famílias e as instituições que já vão prestando apoio”.

“Ideal é resposta integrada”

“Manutenção muito difícil”

O projeto nasceu da realidade quotidiana da instituição que acolhe 65 idosos e quase 42 por cento destes utentes sofrem de algum tipo de demência. A instituição tem-se dedicado a esta problemática que a diretora garante necessitar de uma “resposta premente na região e mesmo a nível nacional, uma vez que à Fundação Betânia têm chegado cada vez mais pedidos de pessoas com idosos com demência de fora do distrito de Bragança”. Ainda que a fundação pudesse suportar os custos da construção de uma residência para este fim, cerca de dois milhões de euros, a diretora garante que seria”muito difícil a manutenção porque nesta região os rendimentos das famílias são escassos e custear a colocação de uma pessoa com esta problemática numa unidade ficaria muito caro”.

Bragança. “As políticas da Segurança Social têm de ser redirecionadas e tentar mudar aquilo que tem sido feito”, defende a diretora da Fundação Betânia

Concelho de Almodôvar

Idosa desaparecida encontrada “muito debilitada”

A mulher de 87 anos que desapareceu ao final da tarde de sábado, no concelho de Almodôvar, Beja, foi, ontem, encontrada por um familiar “bastante debilitada”, disse fonte dos bombeiros. Segundo o CDOS de Beja, a mulher foi encontrada numa zona de mato, junto à localidade de São Barnabé, por “um genro”, pelas 8h40, logo após as autoridades terem reto-

mado as buscas. A mesma fonte adiantou que a octogenária, que sofre de Alzheimer e que tinha desaparecido da sua residência, no Monte Novo Casarão, freguesia de São Barnabé, foi transportada pelos bombeiros para o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Castro Verde. Fonte da GNR disse que após o desaparecimento, comunicado às autoridades cerca das 18h00 de sábado, estiveram envolvidos nas buscas militares daquela força de segurança e bombeiros da corporação de Almodôvar.

As situações de demência exigem um maior esforço, quer de preparação das equipas na instituição, com 40 funcionários, quer nos cuidados aos idosos devido às “limitações e necessidades maiores e mais exigentes”. O apoio do Estado é, no entanto o mesmo, assim como a comparticipação das famílias, como realçou a diretora. O ideal, continuou, seria uma resposta integrada e especializada para estas pessoas “porque muitas vezes o próprio convívio entre uma pessoa idosa com outra com demência não é desejável”. “São doenças progressivas e irreversíveis e influenciam áreas como atenção, a própria linguagem, a própria perceção das coisas e isto limita muito o dia-a-dia da pessoa que sofre da doença, mas por outro lado o convívio com outras pessoas”, indicou. A Fundação Betânia é uma obra católica para acolher idosos da Diocese de Bragança-Miranda fundada pelo cónego João Salgado que criou, em Bragança, também a Obra Kolping orientada para crianças desfavorecidas e abandonadas. Na região de Bragança não existe qualquer instituição especializada nesta problemática e os lares de idosos não conseguem dar resposta às listas de espera. Muitos doentes estão a ser tratados com ajuda de familiares, amigos ou mesmo vizinhos que, estando “apoiados e orientados para aquela situação, conseguirão lidar mais facilmente com o desgaste que provoca o tratar uma pessoa com demência”, segundo Paula Pimentel. Desconhecem-se estatísticas sobre a prevalência das demências nos idosos do Distrito de Bragança, mas há vários anos que as instituições ligadas à Terceira Idade vêm alertando para esta problemática e para a necessidade de criar respostas institucionais inexistentes na região.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

Poiares Maduro desvaloriza protestos no congresso da ANAFRE

João Semedo (BE) defende para o SNS

Ministro vaiado e assobiado em Aveiro

Criação de uma “urgência básica”

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional desvalorizou os protestos dos autarcas das freguesias com que foi recebido no congresso da ANAFRE, agradecendo a receção feita pela “grande maioria”. Miguel Poiares Maduro foi vaiado quando subiu ao palco do Centro de Congressos de Aveiro, onde decorria o encerramento do XIV Congresso da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), e foi interrompido quando iniciava o seu discurso, com palavras de protesto de parte de congressistas, muitos dos quais abandonaram a sala. “Na democracia o protesto é normal e aceitável. Há locais em que pode ser mais ou menos apropriado, mas é uma circunstância a que não atribuo grande importância. A realidade é que tive, da grande maioria dos autarcas das freguesias, uma receção que gostaria de agradecer, sendo que muitos deles continuam naturalmente com alguma sensibilidade forte frente ao governo, atendendo a algumas das reformas que aconteceram no passado”, comentou aos jornalistas. Em relação à reivindicação da ANAFRE de que seja revista a agregação de freguesias, o ministro não se comprometeu, preferindo falar em relação ao futuro. “As políticas

AVEIRO. O ministro Poiares Maduro não se livrou de ouvir protestos contra a reforma da administração local públicas nunca estão paradas no tempo. O que queremos é aprofundar, como temos vindo a fazer, um diálogo com a Anafre e com os municípios, relativamente a uma série de matérias e é nesse sentido que continuarei a trabalhar”, respondeu. Segundo Miguel Poiares Maduro, está acertado com as estruturas representativas dos autarcas, ANAFRE e ANMP, um calendário com alguns temas em discussão, no âmbito do diálogo com os parceiros locais. “É sobre as matérias que temos previsto avançar, uma das quais é o maior envolvimento das freguesias na prestação de serviços de proximidade, um dos pontos em que espero um diálogo reforçado com as freguesias”, disse. Poiares Maduro apelou ainda à cooperação das juntas de freguesia

no processo de disseminação dos “espaços do cidadão”, um modelo que “retira ensinamentos” das Lojas do Cidadão. “Queremos cooperar com as freguesias no desenvolvimento deste novo modelo. Os espaços do cidadão vão introduzir entre nós um novo modelo de organização e de relacionamento entre a administração pública e o cidadão”, referiu. Segundo o governante, esse modelo “retira ensinamentos do muito de bom que existe no modelo das Lojas do Cidadão, mas simplifica-o e aproxima-o ainda mais dos cidadãos, tirando partido da digitalização dos serviços públicos e de parcerias com entidades como as instituições de poder local, incluindo as juntas de freguesia”. O ministro pretende, desta forma, que “ao cidadão seja possível, em todo o

país, num único interface com a administração pública, realizar todos os atos que até agora realizava em inúmeros balcões”. “É a administração pública que vai ao encontro do cidadão, em vez de ser este a desdobrar-se para com ela resolver os seus inúmeros problemas quotidianos”, frisou, garantindo: “O Estado deve estar ao serviço do cidadão e não do próprio Estado”. Poiares Maduro fez votos para que os espaços do cidadão venham a ser o resultado “de novos mecanismos de cooperação da administração central com as entidades que estão mais próximas dos cidadãos e que melhor conhecem as suas necessidades, como as juntas de freguesia”. “Contamos com o poder autárquico para reformar Portugal. Quaisquer que sejam os pontos de vista díspares nas reformas a fazer e que nos separem no início, sabemos que será sempre possível estabelecer pontes”, realçou. O ministro lembrou que em 2014 tem início a aplicação de um novo quadro financeiro de fundos europeus, sendo a competitividade e internacionalização da economia a grande aposta de Portugal. “Não há economia competitiva sem uma administração pública que tenha o cidadão em todo o território nacional no centro das suas preocupações”, considerou. Por isso, no novo quadro financeiro Portugal 2020, vão ser reforçados “os instrumentos de apoio à modernização administrativa ao nível das freguesias, em particular para aquelas que possam e queiram contratualizar com a administração central a prestação de serviços públicos de proximidade”.

Novo presidente da ANAFRE quer rever reforma administrativa

“Vamos recorrer a velhas lutas não violentas” O novo presidente da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), Cândido Moreira, disse hoje que estas autarquias vão reclamar a reabertura do processo de reforma administrativa, recorrendo a “velhas lutas não violentas”, se necessário. Cândido Moreira, o socialista que preside à Junta de Padronelo, falava no encerramento do XIV congresso da ANAFRE, no qual foi eleito presidente do conselho diretivo, sucedendo a Armando Vieira (PSD), que passou a vice-presidente na lista única de consenso partidário. “A posição da ANAFRE sempre foi clara e determinada: esta reforma não!”, disse Cândido Moreira, posição reforçada “ouvido o

congresso”, que se pronunciou nesse sentido. “Iremos pedir a reabertura do processo, para que haja uma lógica de paz e tranquilidade social. Esta reforma não trouxe mais eficiência, eficácia, ou ganhos financeiros a ninguém, pressupostos com que foi anunciada”, afirmou. O novo presidente da ANAFRE garantiu que a associação vai ser decidida e decisiva, “agora que o termo irrevogável evoluiu e se transformou num neologismo a significar que não é decisão para toda a vida”. Cândido Moreira disse, ainda, que os elogios do governo são bem ouvidos pelos autarcas, porque merecidos, mas lamentam “não corresponderem

às práticas legislativas” recentes. “Lutaremos pela alteração das leis que acompanham a reforma, uma vez que nenhuma tem ganhos financeiros, mas são um ataque intolerável à autonomia local e às freguesias. Continuaremos a exigir ser tratados de igual para igual, sem preconceitos e descriminações”, declarou. Além da luta para que seja revista a agregação de freguesias, o novo presidente da ANAFRE apontou como uma das prioridades a revisão do estatuto do eleito local. “Está chegada a hora de exigir justiça, diferenciando as grandes das pequenas freguesias. Não é possível que um município com cinco mil habitantes tenha um conjunto de

eleitos em regime de tempo inteiro e freguesias com 50 e 60 mil habitantes não tenham esse reconhecimento. O trabalho cívico e dedicação social são importantes, mas não o podem esperar só das freguesias”, comentou. Cândido Moreira anunciou, também, que a ANAFRE apresentará candidaturas a programas operacionais, projetos para formação de funcionários e estará atenta aos programas regionais, canalizando para as freguesias os que se adequarem. “Seremos exigentes e firmes com os parceiros institucionais. Não abdicaremos da defesa das nossas posições e recorreremos a velhas lutas não violentas para dar conta delas à sociedade”, concluiu.

O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) está “muito preocupado” com o Serviço Nacional da Saúde (SNS) e com a situação das urgências no país e defendeu a criação de uma “urgência básica” em cada hospital. Em cada unidade hospitalar deve haver “uma urgência básica” a que “as pessoas, quando adoecem, podem recorrer”, defendeu hoje João Semedo, junto às urgências do Hospital de Faro, onde participou num cordão humano em que foi pedida a demissão do diretor do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), Pedro Nunes. João Semedo lamentou que os utentes tenham de esperar “horas e horas” para serem atendidos. O bloquista, médico de profissão, que iniciou ontem no Algarve o roteiro para a Saúde – que o levará a percorrer o país -, frisou que nos grandes centros urbanos os hospitais têm urgências polivalentes e médicocirúrgicas, o que provoca “confusão de profissionais”, “confusão de espaços” e “confusão de urgência” e onde os “utentes com necessidades muito diferentes se misturam”. O coordenador do BE disse também estranhar a forma como o diretor do CHA, Pedro Nunes, se tem pronunciado sobre os problemas de Saúde no Algarve. “Eu próprio, que conheço bem o dr. Pedro Nunes, tenho estranhado a forma como se tem pronunciado sobre os problemas de Saúde no Algarve, sobre os problemas [da instituição] que dirige e, sobretudo, sobre os colegas que lhe escreveram a carta” a alertar para a alegada existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e para a alegada falta de medicamentos. O deputado disse acreditar que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, “ainda tenha uma réstia de sentimento de responsabilidade para mudar o que se está a verificar [no Hospital de Faro]”. A reorganização dos cuidados de Saúde no Algarve, iniciada em maio de 2013 com a criação do CHA, foi criticada pelo Bloco de Esquerda “desde a primeira hora”. “A reorganização trouxe degradação! Tal ficou bem patente através das dificuldades sentidas ao nível das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, da morte prematura de uma criança na sequência de uma cirurgia, da ausência de realização de ressonâncias magnéticas e das inúmeras dificuldades apontadas pelos 182 médicos assistentes hospitalares”, lê-se num comunicado do Bloco de Esquerda, enviado à comunicação social.


economia

Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 5

Mariano Rajoy já prepara descida de impostos para Espanha

“Deixar crise para trás” Presidente do governo espanhol promete avançar com uma reforma fiscal “para estimular o crescimento e o emprego”. Entre Alitalia e Etihad

Negociações de investimento na fase final

A Alitalia anunciou, ontem, num comunicado que as negociações para a entrada da companhia aérea dos Emirados Árabes, Etihad, no capital da transportadora aérea italiana “entraram na fase final”. A Alitalia e a Etihad estão há várias semanas em conversações sobre o possível investimento da companhia aérea dos Emirados Árabes no capital da transportadora aérea italiana, que a 20 de dezembro anunciou um aumento de capital de 300 milhões de euros. Segundo meios de comunicação, a Etihad está interessada na compra de uma participação de 40% da Alitalia. A necessidade de um sócio é vital para a companhia aérea italiana, que já esteve em 2009 à beira da falência: a Alitalia perde 700 mil euros por dia.

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, prometeu, ontem, que a reforma fiscal aprovada pelo executivo não será um “objetivo de curto prazo”, mas um programa completo que “vai prolongar a descida de impostos durante vários anos”. No discurso de encerramento da convenção nacional do PP, Rajoy sublinhou que, “agora sim”, poderá pôr em marcha a reforma fiscal que teria gostado de fazer quando chegou ao Governo e que prometeu no seu programa eleitoral, mas que não pôde devido às circunstâncias económicas. Uma reforma, insistiu, que não será apenas “um mero retoque ou um ajustamento para a diminuição

Espanha. “Os sacrifícios não foram debalde. A economia que se encolhia agora cresce. O país reatou a marcha”, proclamou Rajoy

(de impostos)”, mas sim integral e que criará um sistema tributário “mais simples, mais equitativo, que dê competitividade ao setor privado” e que sirva para estimular tanto o crescimento económico como a poupança dos cidadãos. O chefe do executivo prometeu, por outro lado, que esta reforma fiscal, que está a ser preparada pelo Governo, “estará de acordo com a modernização do país e com os objetivos de solidariedade e redistribuição”. “Fizemos o que devíamos, o que era mais responsável, não o que era mais cómodo ou mais fácil”, declarou, assinalando os sacrifícios e as “medidas muito drásticas” que os espanhóis suportaram para evitar a intervenção estrangeira. “Os sacrifícios não foram debalde. A economia que se encolhia agora cresce. O país reatou a marcha”, proclamou, vaticinando: “os espanhóis resgataram-se a si próprios. Finalmente, a Espanha vai deixar esta crise para trás.”

José Cesário e os emigrantes

“Investir em Portugal”

Estrasburgo discute banca europeia

O secretário de Estado das Comunidades defende a importância das comunidades portugueses manterem as atividades empresariais nos países onde se fixaram, mas “simultaneamente” trazerem um pouco da riqueza que aí criaram para ajudarem Portugal. José Cesário falava, sábado à noite em Toronto, madrugada de ontem em Portugal, aos jornalistas, du-

rante as comemorações do 14.º aniversário da Casa das Beiras, abordando um encontro que teve com empresários e forças vivas da comunidade em Mississauga. “Estive com diversas personalidades, nomeadamente com Charles Sousa, ministro das Finanças do Ontário, uma personalidade cada vez mais significativa no contexto da nossa comunidade

CP sem transportes alternativos amanhã

O Parlamento Europeu reúne-se a partir de hoje em Estrasburgo numa sessão plenária dominada pela votação do relatório da eurodeputada Elisa Ferreira (PS) sobre o mecanismo de resolução bancária. Amanhã, os deputados europeus debatem a proposta que estabelece o mecanismo único de resolução dos bancos, que é votada na quinta-feira. O objetivo do relatório de Elisa Ferreira é evitar custos para os contribuintes em caso de futuras crises bancárias, proteger os depósitos e limitar os danos das falências, mas as negociações entre os Estados-membros e o PE têm sido difíceis. Ainda amanhã, os deputados vão votar uma diretiva que propõe sanções penais, que podem ir até quatro anos de prisão, para casos de abuso de informação privilegiada, ou «insider dealing», e a manipulação de mercado. Na quarta-feira, os eurodeputados vão votar um relatório sobre os seguros contra catástrofes naturais.

Perturbações nos urbanos de Lisboa e do Porto A CP informou os clientes que devido à greve convocada para amanhã pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário se esperam “perturbações na circulação” dos comboios urbanos de Lisboa e do Porto. Em comunicado, a CP especifica que nos comboios urbanos de Lisboa se esperam “ligeiras perturbações e supressões, com especial incidência nas Linhas de Sintra e Azambuja” e, no Porto, “algumas perturbações e supressões pontuais nos serviços urbanos”. A CP acrescenta ainda que “não serão disponibilizados transportes alternativos”, lamentando “os transtornos causados” e agradecendo “a compreensão dos seus clientes”.

local e também na vida pública da província e também houve um troca de impressões com um empresário (Wilson Teixeira), que está a arriscar em Portugal, e vale a pena ter isso em consideração”, disse José Cesário. O governante terminou com uma mensagem de esperança, de que vale a pena “acreditar no futuro de Portugal”.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

Assiste ao treino do FC Porto após a terceira derrota na I Liga

Pinto da Costa presente Central Otamendi dispensado do apronto, situação que indica como muito provável uma transferência para a Rússia. O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, marcou, ontem, presença na sessão de treino da equipa, no Olival, depois da derrota (1-0) no reduto do Marítimo, que deixou os dragões a quatro pontos da liderança da I Liga, à 17.ª jornada. O diretor-geral da SAD, Antero Henrique, também viu a equipa iniciar a preparação para o jogo frente ao Estoril, marcado para quarta-feira, no Dragão, e que vale o acesso às meiasfinais da Taça de Portugal. Paulo Fonseca já contou com Abdoulaye, de regressão ao Dragão após meio ano de empréstimo ao Vitória de Guimarães, mas Otamendi foi dispensado da sessão de trabalho, ele que poderá deixar o FC Porto a curto prazo, rumo ao futebol de Leste, mais concretamente, à Liga russa e ao Zenit. Fernando, por sua vez, fez “treino integrado condicionado”, segundo a nota publicada no site oficial dos dragões, enquanto “Maicon realizou tratamento a uma entorse no tornozelo esquerdo e Ricardo Quaresma ficou-se pelo ginásio, onde fez trabalho de recuperação”. Kadú, Reyes, Herrera e Ricardo também não estiveram no apronto por terem sido chamados para o encontro da equipa B com o Marítimo B. Quem falou do central senega-

Taça dos Campeões europeus

Atletismo do Benfica «vice» de corta mato

O Benfica foi, ontem, segundo classificado na prova masculina da Taça dos Campeões Europeus de corta-mato, com Rui Pedro Silva a ser o melhor português, concluindo a prova na quarta posição. Numa prova que decorreu em simultâneo com o Crosse Internacional das Amendoeiras em Flor, na Aldeia das Açoteias, Albufeira, os «encarnados» somaram 37 pontos e foram apenas superados pelos espanhóis do Atletismo Bikila (22), que renovaram o título, com o turco Istambul BBSK (58) a ser terceiro.

FC Porto. Pinto da Costa e Antero Henrique presentes no início da preparação para a Taça de Portugal lês foi o treinador do Vitória de Guimarães que disse gostaria de continuar a contar com Abdoulaye, “que tem potencial para ser um dos melhores defesas centrais da Europa”. “Não quero comentar o assunto, quero dizer apenas que tenho pena [que tenha saído], porque é um jogador que tem potencial para ser um dos melhores centrais da Europa a breve prazo. Não sou tonto e gostaria de contar com ele”, disse. O nome do jogador senega-

lês não surgiu na lista que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional publicou no seu sítio oficial na sexta-feira, dia em que o mercado encerrou em Portugal, e só no sábado se ficou a saber que Abdoulaye deixou o Vitória para regressar ao FC Porto. No final da terceira derrota da época na I Liga, o treinador do FC Porto não deixou de demonstrar o seu descontentamento com o resultado. “Apanhámonos cedo em desvantagem no

marcador, o que concedeu vantagem ao Marítimo. É verdade que, na primeira parte, só reagimos a seguir ao golo, faltou-nos alguma intensidade, alguma agressividade. Um jogo que não me parece que tenha sido bem jogado, também pelas dificuldades que o relvado apresentou”, disse Paulo Fonseca, reforçando: “penso que tivemos aqui oportunidades na segunda parte para fazer outro resultado.”

João Matos acredita na passagem às «meias»

“Portugal tem armas para triunfar” O internacional João Matos confessou acreditar que Portugal tem armas para ultrapassar a Ucrânia, hoje, e qualificar-se para as meias-finais do Europeu de futsal, que se está a disputar em Antuérpia, na Bélgica. “Não vai ser um jogo nada fácil. Vai ser um jogo de ‘matamata’, no qual se vai decidir a passagem para as meias-finais e para o restrito lote das quatro melhores seleções da Europa. Temos armas para triunfar”, anteviu o fixo do Sporting, citado no site oficial da Federação Portuguesa de Futebol. Para João Matos, Portugal precisa

Futsal. João Matos acredita na passagem de Portugal às meias-finais do Europeu

de “inteligência, controlo emocional, organização, entreajuda e competência” para ultrapassar nos quartos-de-final a Ucrânia, uma equipa “muito habituada a disputar fases finais de Campeonatos da Europa”. “É uma equipa organizada, competente e inteligente, utilizando essas qualidades para sair de pressão e criar situações de finalização. É constituída por jogadores muito possantes e com um ou outro atleta com uma técnica acima da média. Faz uso de um excelente remate exterior e tem um bom guarda-redes”, salientou. O internacional luso considera

que Portugal fez uma boa primeira fase de Europeu, com uma goleada sobre a Holanda (5-0) e um empate com a Rússia (4-4), que garantiram o segundo lugar do Grupo B. “Fizemos uma primeira fase de Europeu muito positiva. Tivemos uma excelente vitória diante da Holanda e um resultado bastante positivo frente à vice-campeã europeia, Rússia, que tem jogadores de muita qualidade. Portugal esteve à altura da Rússia e, em certos momentos, até foi superior. Estamos aqui para a luta, com a motivação em alta e no bom caminho”, garantiu.

«Meia» de Marugame

Jessica Augusto quarto lugar no Japão

A portuguesa Jessica Augusto, que tinha a melhor marca entre as inscritas, foi, ontem quarta classificada na meiamaratona de Marugame, no Japão, ao terminar a prova em 1h11.56 horas. A atleta, que tem como melhor marca pessoal 1h09.10 horas, descolou do grupo principal por volta dos 10 quilómetros, terminando a mais de um minuto da vencedora, a japonesa Eri Makikawa (1h10.27), de 20 anos e que fazia a estreia na distância. No setor masculino, o queniano Martin Mathathi venceu com a terceira melhor marca de sempre desta prova, em 1h00.11 horas.


Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 2014

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A IMPORTÂNCIA DO FUTEBOL Nos anos sessenta, Bill Shankly, treinador do Liverpool, cunhou o adágio que ficou para história do futebol: “O futebol não é uma questão de vida ou de morte… É muito mais importante do que isso”. E não é para menos, até porque, hoje, o futebol assumiu uma importância e notoriedade à escala Gustavo Pires* mundial como nenhuma outra atividade humana. A Federação Internacional de Futebol (FIFA) tem mais membros do que a própria Organização das Nações Unidas (ONU), em consequência, o futebol está a transformar-se numa amálgama de sentimentos identitários que podem favorecer a projeção de um País em termos internacionais. Os jornalistas portugueses que viajam por todo o mundo têm a oportunidade de constatar que os cidadãos dos países mais recônditos conhecem bem os nomes de Eusébio, Luís Figo, Rui Costa e Cristiano Ronaldo, mas não conhecem os de Durão Barroso, Cavaco Silva, José Sócrates ou Passos Coelho. Jamais ouviram falar deles. Nem lhes interessa tal como cada vez menos interessa aos portugueses. E, para os portugueses que querem viver mais associados aos feitos de Ronaldo do que aos dos nossos queridos políticos, quer dizer, à “deserção em combate” do Barrosos, às ações da SLN do Cavaco, às trapalhadas do Sócrates, aos submarinos do Paulo Portas, ao diploma do Relvas ou às mentiras do Passos Coelho, o futebol ainda é a réstia de esperança de que há vida para além da próxima jornada. Por isso, são extraordinariamente preocupantes as informações que saem a frio da comunicação social em que se afirma que dos 2241 milhões de euros distribuídos em 2012, pelo Estado que representam 2,86% do total da despesa pública a Federação Portuguesa de Futebol recebeu 8,8 milhões de euros para o pagamento da dívida fiscal dos clubes de futebol ao abrigo do chamado Totonegócio. O acordo prevê que as verbas atribuídas pelos jogos sociais aos clubes de futebol sejam transferidas para a federação até ao pagamento de dívidas fiscais. Ficámos ainda a saber que, a partir de uma amostra das 30 entidades que maiores valores receberam, se concluiu que a maioria (63%), não divulga de forma transparente a maneira como aplica o dinheiro. O nome do futebol não pode andar metido nas trapalhadas do País. Por isso, seria bom que a FPF esclarecesse publicamente esta situação na medida em que se existe atividade que tem um assinalável êxito acima da generalidade das atividades do País é o futebol. Para além do mais, hoje, corre nos meandros desportivos uma campanha em que uns senhores dirigentes reivindicam mais dinheiro e menos controlo. Aliás, até existe um pândego do desporto nacional que afirma que “o desporto vale mais do que aquilo que custa”. Claro que para ele o desporto vale mais do que aquilo que custa porque não é ele que o tem de pagar. Para além do mais, esquece-se que existem muitos dirigentes como ele que custam muito mais do que aquilo que valem. Entretanto, temos de chamar a atenção de que um futebol transparente é muito mais importante do que tudo isto.

Forte agitação marítima provoca danos avultados

Mar faz estragos no Furadouro A forte agitação marítima provocou estragos um pouco por toda a costa continental, com destaque para os danos registado no Furadouro, Costa da Caparica e Peniche. O IPMA tem desde a tarde de sábado toda a costa de Portugal com aviso laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, devido à “altura significativa das ondas”. O comandante dos Bombeiros de Ovar disse ontem ao final da tarde que a agitação marítima no Furadouro, em Ovar, é esta tarde de “acalmia”, depois de o pico da maré ter passado sem acrescentar danos aos da madrugada, ainda por contabilizar. Durante a tarde de ontem, quando se esperava a preia-mar, estiveram apostos na praia do Furadouro, no distrito de Aveiro, 30 bombeiros e cinco viaturas de socorro para lidar com eventuais operações de emergência. O comandante Carlos Borges explicou que “esteve tudo controlado” e que a “situação da madrugada foi muito pior”. Entre as 04h30 e as 05h30, o mar “esteve bastante alterado e galgou a marginal toda”, acabando por danificar o murete que separa a praia da estrada levando a água aos estabelecimentos comerciais do rés-do-chão, explicou. Outra fonte dos bombeiros explicou que os estragos foram acentuados devido ao desnível da Avenida Central do Furadouro. “Na zona do muro da praia, o piso é plano, mas meia dúzia de metros à frente a avenida das lojas é toda a descer até ao fundo levando a água a deslizar até às casas”, explicou. Um dos estabelecimentos afetados pelo avanço do mar durante a madrugada foi o Café Amadeu, que, incluindo snack-bar, restaurante e pensão, tem duas frentes para a rua: uma virada para o mar, outra para a referida avenida em cota descendente. Às quatro da manhã, o proprietário estava no local a tentar prevenir estragos, mas já não teve tempo de os evitar. “Eu também sou marítimo, gosto de andar na minha pesca e sei

COSTA DA CAPARICA. “Os danos avultados” naquela parte do paredão têm ocorrido desde o início do ano e “alguém tem de ser chamado à responsabilidade” ver quando o mar está ruim”, disse, adiantando: “Vim cá pôr umas placas para proteger as montras, mas veio uma onda com pedras e a água entrou”. Entre os estragos nesse espaço, que aí funciona desde 1974, inclui-se uma montra de vidro partida, uma porta com ferrolhos derrubada e louça quebrada. “Tinha uns hóspedes que estavam no primeiro andar da pensão a ver o mar e até eles levaram com a água”, acrescentou João Serralheiro. Após a operação de limpeza, o estabelecimento funcionou durante a tarde, “porque fechar ainda dava mais prejuízo”. A contabilidade dos estragos, contudo, só será feita hoje. O comandante dos Bombeiros de Ovar adiantou que, apesar de o próximo pico da maré, às 06h00, seja previsivelmente mais pacífico, irá enviar para o local meios operacionais, como prevenção. ESTRAGOS NA CAPARICA…

O presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica acusa a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de não ter depositado areia nas praias a norte, onde o mar galgou os molhes e provocou estragos esta madrugada. José Carlos Martins disse que os estragos no paredão e em estabelecimentos de restauração têm “a ver muito com o não enchimento de areia” desde a praia do CDS até à do Norte, que “estava previsto para ser feito no início do verão e não aconteceu”. O autarca salientou que “os danos avultados” naquela parte do paredão têm ocorrido desde o início do ano e frisou que “alguém tem de ser chamado à responsabilidade”, pois, acentuou, “quem deveria ter feito o enchimento seria a APA, com a cooperação com o Porto de Lisboa”. O presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica referiu que dispõe de informação que a operação não foi realizada “por razões monetárias” e acrescentou que as praias, “em situação de emergência”, necessitam

de “um milhão de metros cúbicos de areia”. “Toda esta zona norte da Costa da Caparica é de risco”, disse, referindo que foi acionado o mecanismo da proteção civil. A parte do paredão mais afetada foi encerrada desde as primeiras horas da manhã e, por causa da preiamar, as autoridades marítimas decidiram fechar o acesso desde a zona do Tarquino até ao final da muralha a norte, junto ao parque de campismo da INATEL. O mar galgou os molhes desde a praia do CDS até à do Norte, tendo arrastado algumas escadas de acesso do paredão à praia, numa altura superior a dez metros. Alguns esporões cederam com a força das vagas. …E EM PENICHE!

A agitação marítima destruiu também a esplanada do bar da praia da Gamboa, em Peniche, distrito de Leiria, onde o mar galgou a avenida de entrada na cidade, obrigando ao corte ao trânsito, disse o comandante da Capitania de Peniche. Pedro Vinhas Silva acrescentou que “a esplanada do apoio de praia da Gamboa ficou destruída por completo”. Nessa zona de entrada na cidade, o mar galgou a Avenida Monsenhor Bastos, provocando alguns estragos em estabelecimentos comerciais aí localizados. A rua encontra-se, nessa área, cortada ao trânsito. A forte agitação marítima desta madrugada danificou ainda escadas de acesso às praias de Peniche de Cima e do Baleal. Na região, o responsável adiantou que deu ordens para interditar o acesso à Avenida do Mar, na Foz do Arelho, nas Caldas da Rainha, e o paredão da Praia da Areia Branca, na Lourinhã. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem desde a tarde de sábado toda a costa de Portugal continental com aviso laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro, devido à “altura significativa das ondas”.


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