NÃO ENTENDO MAS RESPEITO QUARESMA E A DECISÃO DE PAULO BENTO O EXCLUIR DO MUNDIAL
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 156
Quinta-feira, 03 de julho de 2014
SEGURO ACUSA GOVERNO DE DESTRUIR TRÊS GERAÇÕES MAS PASSOS RECORDA SÓCRATES
ACESO
n No debate sobre o estado da Nação, o líder do PS acusou o primeiro-ministro de liderar um Governo que “em três anos destruiu três gerações”, mas Passos atribuiu ao próprio Seguro a autoria da tese de que os problemas começaram antes deste Executivo, reportando-se aos anos de José Sócrates. “Se tivermos de escolher um ano de referência para o aumento do desemprego estrutural, para o aumento sensível da dívida do Estado, teríamos de escolher a passagem do ano de 2007 para 2008”, respondeu o primeiro-ministro...
MATOSINHOS Crianças ajudaram a fiscalizar condições de segurança dos veículos
SOPHIA
de Mello Breyner Andresen já pode descansar em paz no Panteão Nacional
ESTÁGIOS
Ministro garante que as novas regras estão prontas em três semanas
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
Crianças fiscalizam condições de segurança em Matosinhos
Para promover praias do Porto e Norte
“Melhor meio para mandar mensagem aos pais” Dezenas de crianças entre os cinco e os seis anos passaram a manhã a pedir documentos e a fiscalizar as condições de segurança de vários veículos que entravam no parque de estacionamento do Mar Shopping, em Matosinhos. A iniciativa, feita numa operação conjunta entre a PSP, GNR, Proteção Civil, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Cruz Vermelha Portuguesa e a Associação Conduz Mais, pretendeu sensibilizar, ainda que indiretamente, os pais das respetivas crianças para os cuidados a ter com os filhos nas viagens do período de férias de verão. “As crianças são o melhor meio para mandarmos esta mensagem aos pais”, explicou Henrique Rodrigues, técnico superior da Polícia Municipal de Matosinhos, para quem as idades entre os quatro e seis anos são “as ideais, porque se habituarmos as crianças a andar nas cadeirinhas adequadas nas viagens, serão elas a reclamar aos pais se não estiverem no sítio certo”. “Os pais ouvem sempre mais as crianças do
MATOSINHOS. Os pequenos “agentes” fiscalizaram as condições de segurança de muitos veículos que entraram no parque de estacionamento do Mar Shopping que as forças da autoridade”, frisou o mesmo técnico da Polícia Municipal. Para Pedro Magalhães, condutor de 54 anos, ser abordado por três miúdos de cinco anos que lhe pediam os documentos não o preocupou “absolutamente nada, a partir do momento em que sejam seguidos pela polícia”, de modo a que sejam ensinados sobre o “caminho que devem seguir na vida”. “Mais tarde, vão, com certeza, ser abordados pela polícia”, considerou Maria do Carmo Malheiro, pouco após ser também fiscalizada por petizes e entendendo que “assim ficam a saber
que devem ter sempre tudo em ordem com os documentos”. Enquanto a esposa procurava o registo de propriedade e os papéis do seguro automóvel, Arménio Dias louvava a iniciativa pelo “sentido de responsabilidade” que incutia às crianças, até para “ficarem a saber um bocado da vida e do futuro que podem ter” e, ao fim e ao cabo, “para começarem a abrir os olhos”. Tanto Pedro e Beatriz como Diogo, Henrique e Lucas, todos com cinco anos de idade, aprenderam sobretudo que querem ser polícias quando forem grandes, porque “po-
dem fazer entrevistas” aos condutores e “pedir documentos para ver se está tudo bem”. Prometeram avisar os pais que “devem ter o telemóvel ligado ao rádio” e que “nunca devem esquecer o cinto de segurança”. Estas operações stop assistidas por crianças culminaram com exercícios de reanimação e de suporte básico de vida conduzidos por enfermeiros do INEM, em que todas as crianças, vestidas a preceito com pequenos uniformes de polícia municipal, puderam aprender vários métodos de assistência em caso de acidentes domésticos ou rodoviários.
Porto organiza evento para defender o ambiente
“Cidade+” para promover cidadania O Porto organiza na próxima semana o “Cidade+”, um evento que visa promover “a cidadania, o ambiente e a sustentabilidade em contexto urbano”, juntando os diversos atores intervenientes na área. O “Cidade+” nasceu da ideia de se criar “uma plataforma que juntasse todos os atores intervenientes na sustentabilidade e ambiente”, como universidades, população em geral, associações, empresas e instituições públicas, explicou Frederico Brandão, da Porto de Raiz, que organiza o evento juntamente com a Câmara do Porto e a bio rumo – Consultoria em Ambiente e Sustentabilidade. Segundo Frederico Brandão, “há
muito trabalho desenvolvido nesta área mas cada um trabalha por si”, sendo a ideia criar uma rede, sinergias e trazer a questão da sustentabilidade e do ambiente para a agenda pública. O evento inclui conferências, oficinas, aulas abertas, um espaço para apresentação de projetos ligados à temática e um mercado, por exemplo, reunir vai decorrer em espaços da cidade e no Palácio de Cristal. Filipe Araújo, vereador do Ambiente da Câmara do Porto, destacou, por seu lado, a importância de o evento “não ser apenas pontual e um ciclo de conferências”, já que se pretende que seja “muito mais ambicioso, que tenha esta abrangên-
cia nacional/ internacional e que perdure no tempo”. “É importante trazer todos os ‘players’ e discutir a sustentabilidade e o ambiente em contexto aberto”, disse, acrescentando que juntar a cidadania “faz cada vez mais todo o sentido”. A partir de segunda-feira (e até ao dia 09) arranca “o warm up”, que tem por objetivo “reanimar e divulgar espaços icónicos da cidade e promover projetos e iniciativas sustentáveis existentes no Porto”. Já entre os dias 10 e 13 será o Palácio de Cristal o palco escolhido, onde decorrerão conferências e um laboratório de ideias sustentáveis, bem como um mercado de apresentação e comercialização de
produtos que ajudem a pensar a sustentabilidade de uma forma integral com primazia pela diversidade e qualidade. “O que pretendemos é despertar consciências, marcar a agenda e que se fale e pense sobre ambiente e sustentabilidade urbana. De que forma as cidades têm de se organizar num mundo onde cada vez mais de vive fora das zonas rurais? Há muito a fazer”, sustentou Frederico Brandão. Filipe Araújo destacou ainda que o facto de a iniciativa reunir organizações não-governamentais, o setor empresarial e universidades, além do público em geral, permite “atrair o mundo empresarial ao contexto”.
Guia turístico com “bandeira azul”
As 66 praias da região do Porto e Norte de Portugal que este ano foram distinguidas com Bandeira Azul têm a partir de agora um guia com todas as suas características, vocacionado para os turistas e operadores da área. A brochura, que foi ontem apresentada em Vila do Conde, contém as mais variadas informações sobre as melhores praias da região, contendo pormenores sobre a sua localização, valências e serviços disponíveis e algumas recomendações. O documento, que também pode ser visualizado na internet no sítio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, entidade responsável por esta iniciativa, foi concebido para os visitantes, mas, sobretudo, para os agentes e operadores turísticos, que podem agregar este guia aos seus canais de comunicação. A intenção dos responsáveis do Turismo do Porto e Norte de Portugal é que esta brochura seja mais uma ferramenta para promover a região, mas, sobretudo, que se afirme como um guia agregador do que melhor a zona norte tem para oferecer. “Será um interessante utensílio turístico para quem nos vista e para quem nos promove, contendo informações variadas que vão além da localização e caracterização das praias. Mostramos que temos uma oferta multifacetada, inclusiva, apelativa e diferenciadora”, vincou Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal. Em Baião
PJ detém suspeito de incêndio florestal
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um “homem fortemente” indiciado por um crime de incêndio florestal em Baião. O suspeito, de 63 anos, será o presumível autor de um incêndio ocorrido em Santa Cruz do Douro, freguesia do concelho de Baião, no dia 14 de junho. O homem terá, segundo a PJ, atuado “num quadro de adição, por ingestão de álcool, sem motivação subjacente”. O suspeito “resolveu atear fogo, com recurso a um isqueiro e a um maçarico, numa zona agrícola e densamente povoada por vegetação arbustiva”, lê-se num comunicado daquela autoridade policial. O incêndio colocou em risco uma zona agrícola e florestal, para além do casario próximo. Só a intervenção dos bombeiros, de acordo com a PJ, impediu as chamas de atingirem as habitações. O detido está reformado por invalidez e vai ser presente a primeiro interrogatório judicial.
regiões
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Regularizado trabalho extraordinário aos Sapadores Bombeiros
Câmara de Lisboa paga Despiste de automóvel
Acidente mata mãe e deixa filha ferida
Um acidente no concelho de Sátão provocou ontem, a morte a uma mulher, revelou o Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu. De acordo com a mesma fonte, o acidente provocou ainda ferimentos graves a uma criança de nove anos, filha da vítima, que foi transportada para Coimbra de helicóptero. O despiste da viatura, seguido de capotamento, ocorreu em Lamas, concelho de Sátão, distrito de Viseu, às 09h02. No local, estiveram os bombeiros de Sátão, além da GNR e do INEM, num total de 17 homens e cinco viaturas.
Rede na Régua e Lamego
Nove detidos por tráfico de droga no Douro
A Polícia Judiciária anunciou, ontem, a detenção de nove suspeitos de tráfico de estupefacientes, após buscas domiciliárias na Régua, Lamego e Lisboa, e a apreensão de cinco mil doses de vários produtos estupefacientes, nomeadamente cocaína, heroína e haxixe. A investigação teve como objetivo, segundo informou em comunicado a Polícia Judiciária, “pôr termo a uma atividade de distribuição de drogas” nas duas cidades da região do Douro. Os detidos possuem idades compreendidas entre os 21 e os 36 anos, sendo que quatro estão desempregados.
Na próxima semana, a associação volta a reunir-se com a autarquia para oficializar estas e outras questões. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) revelou, ontem, que a Câmara Municipal de Lisboa vai regularizar o pagamento do trabalho extraordinário aos Sapadores Bombeiros. Segundo informação da ANBP, numa reunião no final da semana passada, entre a associação, a autarquia e o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), ficou acordado que o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) vai realizar 28 horas extraordinárias em cada turno, em cada quatro semanas. Este trabalho extraordinário, que abrange os 800 bombeiros do RSB, será pago “mensalmente”, lê-se na mesma nota. De acordo com o comunicado, será também feito o pagamento do trabalho extraordinário aos acidentados em serviço, outra das reivindicações do sindicato. Em declarações prestadas ontem, o presidente da ANBP/SNBP, Fernando Curto, considerou que esta é uma forma de “organizar e regularizar” a situação daquela força de segurança, no que toca às horas extraordinárias. O dirigente explicou que em cima
Lisboa. O trabalho extraordinário, que abrange os 800 bombeiros do RSB, será pago “mensalmente” da mesa esteve também a questão dos suplementos de refeição, que são uma “mais-valia” em ocorrências que duram mais de duas horas e que levam ao desgaste físico dos elementos. Foi ainda debatido o cálculo remuneratório nas prevenções às casas de espetáculos e aos eventos da cidade de Lisboa, ocasiões para as quais os Sapadores são destacados para garantir a segurança. A Câmara vai também pagar o título de transportes aos elementos do RSB, que se traduz no
passe mensal, permitindo uma poupança nos custos face às viaturas alocadas para estas deslocações, informou Fernando Curto. Durante a reunião chegou-se ainda a consenso sobre o pagamento das ajudas de custo aos bombeiros que frequentaram a segunda fase do curso de operações de socorro em aeronaves, que aconteceu em Inglaterra, no final de 2011. Fernando Curto acrescentou que assim que estas propostas tiverem autorização legal, entrarão em vigor,
frisando a “disponibilidade” da autarquia para que isso aconteça. Na próxima semana, a associação volta a reunir-se com a autarquia para oficializar estas e outras questões. No dia 24 de junho, a ANBP/SNBP reuniu-se com a Câmara de Lisboa, tendo debatido a entrada imediata de pessoal no RSB, nomeadamente de 50 estagiários/recrutas, a reorganização dos quartéis do regimento e a questão dos equipamentos de proteção individual, que deverão chegar em agosto.
Casas de férias de Cavaco Silva e Passos Coelho
Utentes repetem protestos no Algarve A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) anunciou, ontem, que vai repetir, este verão, ações de protesto na Festa do Pontal e junto às residências de férias de Passos Coelho, na Manta Rota, e de Cavaco Silva, na Praia da Coelha, Albufeira. Em comunicado, a comissão sublinha que este é o terceiro ano consecutivo em que são organizados protestos junto às casas onde o primeiro-ministro e o Presidente da República habitualmente passam férias, na Manta Rota e na Praia da Coelha, Albufeira. Os utentes afirmam que a intenção dos protestos, previstos
Algarve. Comissão de Utentes da Via do Infante repete protestos junto a casas de férias dos governantes
para agosto, em data a designar, é pedir “contas” àqueles governantes pelas “consequências da imposição de portagens no Algarve”, antevendo que ambos continuem a passar férias na região. “Embora sejam declaradas e consideradas ‘personas non gratas’, certamente que os principais responsáveis pelas portagens não irão fugir, continuando a passar as suas férias na região”, lê-se no comunicado. Também no mês de agosto, a comissão de utentes estará presente, à semelhança do ano passado, na Festa do Pontal, que se realiza habitualmente em Quar-
teira e que marca a “rentrée” política do PSD. Para este mês está prevista uma marcha lenta pela Estrada Nacional 125, no dia 12, entre Faro e Loulé, e a participação no desfile de encerramento da concentração internacional de motos de Faro, no dia 20. A comissão adianta ainda que deverá ser lançada em breve uma nova petição à Assembleia da República para a suspensão imediata das portagens na Via do Infante (A22). O calendário foi enviado para a Comunidade Intermunicipal do Algarve e outras entidades regionais, convidadas a aderir às iniciativas.
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nacional
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
Passos Coelho garante no debate sobre o estado da Nação
Jerónimo de Sousa
“Luta contra o desemprego é prioridade” O primeiro-ministro afirmou no debate sobre o estado da Nação que quer construir em Portugal uma sociedade de pleno emprego e propôs que este objetivo seja assumido como um compromisso nacional. “A luta contra o desemprego ocupa a prioridade da nossa agenda. A sociedade que queremos construir em Portugal é uma sociedade de pleno emprego, de participação económica e cívica, e de multiplicação de oportunidades para todos”, começou por frisar Passos Coelho, na Assembleia da República. “Precisamos de fazer deste objetivo para os próximos anos um verdadeiro compromisso nacional - um projeto de concertação nacional, que envolva os parceiros sociais, a sociedade civil e os agentes privados. À cabeça desse objetivo está a preocupação com o desemprego jovem “, acrescentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP. No início do seu discurso, o primeiroministro sustentou que nos últimos três anos Portugal resolveu “os problemas causados pela política da irresponsabilidade”, assinalando a conclusão do resgate pedido em 2011. Passos Coelho lamentou não ter podido “contar com o apoio responsável da oposição” neste período e considerou que “agora é também o momento de todos se comprometerem perante os portugueses a nunca mais se forçar o país a passar por uma situação de pré-bancarrota e pelas respetivas consequências”. Segundo o primeiro-ministro, concluído o Programa de Assistência Económica e Financeira assinado com a União Europeia e o Fundo Monetário
PASSOS. O primeiro-ministro esteve no debate do estado da Nação para dizer no Parlamento que a prioridade do Governo vai agora ao encontro de uma sociedade de pleno emprego… Internacional (FMI), inicia-se “uma nova fase” caracterizada por “desenvolvimento sustentável”, por “maior justiça social” e pelo “aprofundamento da democracia”. No que respeita ao desemprego, declarou que é preciso ir “muito além” da descida registada nos últimos meses, combatendo “o desemprego conjuntural que a queda da economia produziu” e também “o desemprego estrutural” causado por “um modelo económico anacrónico”. Passos Coelho defendeu a atuação do Governo no combate ao desemprego dos jovens, dando destaque à aposta no ensino dual e no ensino técnico. “Um dos pilares desta sociedade de pleno emprego que queremos construir reside nas qualificações dos portugueses”, disse, acrescentando: “Foi por isso que apostámos no ensino técnico e profissionalizante. Foi por isso que reforçámos o ensino dual e investimos no ensino vocacional”. O primeiro-ministro recusou que “este tipo de ensino” seja visto como um “parente pobre do ensino regular”, contrapondo que o executivo PSD/CDS-PP
o encara como “um novo foco de excelência na preparação dos alunos portugueses” que dará “um novo impulso à empregabilidade” dos jovens a prazo. No final da sua intervenção, Passos Coelho falou da necessidade de “um Estado mais ágil e mais forte” e de “um Estado imparcial, acima dos interesses setoriais e corporativos, e que represente o país no seu todo”, insistindo nesta última ideia: “O Estado imparcial, que não se sujeite a ser resgatado por este grupo ou aquele interesse, é o que melhor serve uma economia vibrante, dinâmica e concorrencial; é o que se ajusta melhor às aspirações democráticas; e é o que mais eficazmente exerce as suas próprias funções”. Passos Coelho afirmou ainda, a propósito da aplicação dos fundos comunitários, que o Governo “não anda a resolver os problemas dos privados” quando “fazem apostas económicas erradas”. “Creio que se começa a perceber que há um Governo em Portugal que não anda a resolver os problemas dos privados
quando eles fazem apostas económicas erradas. Portanto, quando aplicam mal os fundos ou governam mal as suas empresas, quando isso acontece, são eles que devem pagar o preço dos seus erros e não imputá-los socialmente ao conjunto do país”, afirmou. O primeiro-ministro falava no parlamento no debate do estado da Nação, em resposta ao líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães. O chefe de Governo referiu-se às novas regras de atribuição de fundos comunitários, começando pela sua aplicação nas empresas e na competitividade e não no Estado, conforme frisou. “Dado que é a competitividade que está em causa, uma parte desses fundos têm que ser reembolsados. Qual é objetivo? Tudo aquilo que tem de se devolver tem que ser bem aplicado, se não, não há para devolver. Uma parte significativa destes fundos tem de gerar crescimento necessariamente. Porque senão, aqueles que têm que os devolver têm um grande sarilho nas suas mãos”, concluiu.
António José Seguro acusa Governo de “destruir três gerações”
“Um caminho de empobrecimento” O secretário-geral do PS acusou o primeiro-ministro de liderar um Governo que em três anos destruiu três gerações, mas Passos atribuiu ao próprio Seguro a autoria da tese de que os problemas começaram antes deste executivo. Este confronto de posições entre o primeiro-ministro e o líder socialista teve lugar logo no início do debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da República. António José Seguro traçou um retrato “negro” sobre a atual situação do país, advogando a ideia de que tudo começou a 21 de junho de 2011, com a tomada de posse do executivo PSD/CDS e com a opção “deliberada” por um “caminho de empobreci-
mento”. “O seu Governo tomou posse há três anos e nestes três anos o senhor destruiu três gerações de portugueses: A dos avós, a dos pais e a dos filhos”, apontou o secretário-geral do PS. Segundo a análise de Seguro, a geração dos avós foi “destruída” com o corte nas pensões e nas reformas e com crescentes dificuldades de acesso aos cuidados de saúde; a geração dos pais foi afetada pelo aumento de impostos e pelo desemprego; e a geração dos filhos foi forçada a uma emigração, “porque neste país não há oportunidade para os mais jovens”. “Mais do que isso, o senhor destruiu a esperança dos portugueses. O senhor cometeu um grave
erro e foi a 21 de junho que tudo começou”, declarou ainda António José Seguro, dirigindo-se a Passos Coelho. O primeiro-ministro pegou imediatamente na questão da data para responder ao secretário-geral do PS e para criticar os governos socialistas de José Sócrates. “Estranho que o senhor venha dizer que tudo começou a 21 de junho de 2011, porque tenho ouvido nas últimas semanas o senhor deputado a explicar que tudo começou muito antes - e tenho concordado com as suas observações, porque tudo começou muito antes”, observou o líder do executivo, numa alusão aos governos de José Sócrates. Mas Passos foi ainda
mais longe na resposta ao secretário-geral do PS: “Mesmo que o senhor deputado tivesse precisado de tanto tempo para reconhecer [o período dos governos de Sócrates], os portugueses nunca precisaram de tanto tempo para isso”. “É patente que o que se passou nos últimos três anos é consequência de políticas deslocadas, anacrónicas e erradas prosseguidas ao longo dos últimos anos. Se tivermos de escolher um ano de referência para o aumento do desemprego estrutural, para o aumento sensível da dívida do Estado, teríamos de escolher a passagem do ano de 2007 para 2008”, acrescentou o primeiroministro.
“Realidades diferentes”
O líder comunista Jerónimo de Sousa pediu ao primeiro-ministro para ver a “realidade” e ouvir “o verdadeiro estado da Nação” no parlamento, mas Passos Coelho defendeu o “melhor caminho” seguido comparado com Irlanda e Grécia. O líder do executivo da maioria PSD/CDS-PP reiterou a importância de Portugal ter completado o programa de assistência económico-financeira e apresentou a sua “realidade”, de baixa do desemprego e algum crescimento económico que deixa o PCP “preocupado”, a depender “de alguma desorientação do PS para crescer no futuro”. “Situemo-nos na realidade, escutemos o verdadeiro estado da Nação. É ou não verdade que, com o seu Governo, se acentuou o fosso entre ricos e pobres. Aumentou e concentrou a riqueza nas mãos de alguns, poucos, e aumentou a pobreza em muitos. Temos de recuar ao tempo da II Guerra Mundial para ver este nível acumulado de recessão económica (6%, em três anos)”, contrapôs o secretário-geral comunista. Jerónimo de Sousa acusou Passos Coelho de fazer “leituras distorcidas das estatísticas de desemprego” porque “redução não é sinal de recuperação, é sinal de emigração”, acrescentando que os “cortes nos salários, pensões e reformas e a carga brutal de impostos empurraram centenas de milhar de trabalhadores e pensionistas para o limiar da pobreza ou para a pobreza”. “Acho bom situarmo-nos na realidade. Em 2011, o país, de facto, não tinha forma de fazer face às suas responsabilidades de curtíssimo prazo (salários, pensões e obrigações externas). Nesta altura, o país vive uma situação de confiança que lhe permite, apesar de qualquer volatilidade dos mercados, viver quase um ano sem pôr em causa essas políticas”, respondeu o primeiro-ministro. O líder governamental citou os exemplos irlandês e grego, países também intervencionados, que perderam “cerca de 10” e de “16 pontos percentuais” de riqueza, respetivamente, “em termos acumulados desde que a crise eclodiu”. “Aqueles com que nos podemos comparar perderam muito mais e destruíram muito mais produto do que nós. Vê nisso uma ocasião para castigar o Governo em vez de dizer que o caminho seguido foi melhor do que nesses países”, afirmou Passos Coelho. Para Jerónimo de Sousa, “o primeiro-ministro lida mal com os factos ou procura distorcê-los” e “há quem o considere incompetente”, embora o PCP assegure de que “não é incompetência, é opção” e o “objetivo central é aumentar a exploração”. “Tendo hoje em conta a homenagem a Sophia, este Governo trata a cultura como um encargo, uma despesa”, exemplificou ainda o líder do PCP, referindo-se à trasladação para o Panteão Nacional dos restos mortais da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen. Passos Coelho criticou o PCP por achar “o défice virtuoso”, que “trouxe o país ao endividamento e à ruína financeira” e por defender uma “política facilitista e populista, que o Governo combate”. “Não tente essa apropriação, daquilo que é de todos. Sophia de Mello Breyner não é contra este Governo nem a favor do PCP. Deixe lá Sophia de Mello Breyner de fora dessa conversa. Os cortes na cultura aconteceram como em todas as áreas da governação. Tiveram um propósito: garantir que conseguíamos atingir os nossos objetivos de défice orçamental”, contrapôs o chefe do Governo.
economia
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
Para Governo dar a conhecer as novas regras dos estádios profissionais
Três semanas mais Operador não justifica
Suspensos voos «charter» entre Paris Beja
A operação de voos «charter» entre Paris e Beja, que arrancou a 28 de abril e deveria decorrer até outubro, foi suspensa, após realizadas quatro das 12 rotações previstas, revelou ontem fonte da ANA. A última rotação da operação realizou-se no passado dia 16 de junho. Segundo a fonte, o promotor, o operador turístico português GPS Tour, informou a ANA, no passado dia 25 de junho, de que a operação, para transportar turistas franceses para o Alentejo, através do aeroporto de Beja, tinha sido suspensa, mas sem explicar o motivo.
Penalizada pela banca
Bolsa de Lisboa fecha sessão a perder 0,04%
A Bolsa de Lisboa fechou, ontem, em queda, com o PSI20 a desvalorizar 0,04% para os 6.898,73 pontos, numa sessão penalizada pelas perdas de mais de 6% do BCP. Das 20 cotadas que compõem o índice lisboeta, uma encerrou estável, nove fecharam no vermelho e 10 encerraram a sessão no verde, num dia que foi marcado pela queda generalizada dos títulos da banca, com exceção dos do BES e do ESFG. A liderar as perdas estiveram as ações do BCP, que recuaram 6,12%, tendo também o BPI caído 1,68% e o Banif desvalorizado 1,01%.
“O processo está muito avançado”, explicou Mota Soares, que foi recebido em Portimão com protestos contra o Governo. O ministro da Solidariedade, Segurança Social e Emprego revelou, ontem, que prevê que as novas regras dos estágios profissionais estejam prontas dentro de três semanas, acrescentando que o processo de alteração “está muito avançado”. “Estamos a negociar com os parceiros sociais um conjunto de alterações aos estágios profissionais e, neste momento, o processo está muito avançado. Calculamos que no espaço de duas a três semanas as novas regras possam estar cá fora”, disse aos jornalistas o ministro Pedro Mota Soares, à margem da visita ao Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Portimão. O ministro foi recebido por cerca de duas dezenas de manifestantes que o aguardavam à porta do IEFP com cartazes nos quais se lia: “chega de austeridade” e “demissão do Governo já”. Pedro Mota Soares justificou a suspensão “temporária” dos estágios profissionais com as negociações que decorrem com os parceiros sociais, “para que todas as novas candidaturas possam beneficiar das novas regras
Mudanças. “Estamos a negociar com os parceiros sociais um conjunto de alterações aos estágios profissionais”, disse o ministro dos estágios”. “São alterações com significado que mais uma vez fazemos a par e passo dialogando com os próprios parceiros sociais de uma forma muito direta”, sublinhou o governante. O ministro deslocou-se a Portimão onde apresentou o Programa Formação Algarve, que visa apoiar a renovação e a conversão de contratos de trabalho par combater os efeitos da sazonalidade no emprego na maior região turística do país. Segundo Pedro Mota Soares, “o investimento previsto
é de cerca de 2,8 milhões de euros para o período de 2014/2015”, prevendo que sejam abrangidos mais de dois mil trabalhadores. O Programa Formação Algarve destina-se a empresas com sede no Algarve, com apoios de 50% do ordenado bruto de um trabalhador abrangido caso haja conversão de contrato com termo para contrato sem termo, e 70% do ordenado para trabalhadores que tenham entre os 30 e os 45 anos ou responsabilidade monoparental e para pessoas com deficiência. “Esta medida
ativa de emprego, específica para esta região do País, visa combater os efeitos da sazonalidade, ajudar a consolidar novos postos de trabalho e a reforçar a competitividade e a produtividade das entidades empregadoras”, destacou o ministro. De acordo com Pedro Mota Soares, o combate ao desemprego “é uma das prioridades do Governo”. “Não me resigno à mera inversão. Quero que Portugal continue a travar esta batalha com o desemprego e a vencê-la todos os dias”, disse.
Previsão avançada por António Pires de Lima
Banco do Fomento a funcionar até outubro O ministro da Economia, António Pires de Lima, espera que o Banco de Fomento já deva estar a funcionar em setembro ou outubro deste ano, mas sublinha que o Governo ainda aguarda a autorização do Banco de Portugal. “Espero que o banco arranque e esteja de facto ao serviço da economia já durante os meses de setembro e outubro, mas independentemente desse ‘timing’ [prazo], nós temos realmente de respeitar o ‘timing’ do Banco de Portugal”, disse o ministro da Economia, na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, onde foi ouvido ontem.
Banco do Fomento. “Temos realmente de respeitar o ‘timing’ do Banco de Portugal”, recordou o ministro da Economia
Num momento anterior, Pires de Lima já tinha dito, de forma mais abrangente, que a ideia é a Instituição Financeira de Desenvolvimento, conhecida como Banco de Fomento, estar a funcionar no segundo semestre de 2014, sublinhando a importância do banco para a capitalização das Pequenas e Médias Empresas (PME). Respondendo a deputados da oposição, Pires de Lima disse ainda que o Governo já apresentou o projeto de estatutos ao Banco de Portugal (BdP) e afirmou que acredita que o regulador do setor financeiro “irá despachar
esta licença, bem como o plano de negócios, estatutos e modelo de governação rapidamente”. “Entregámos com um mês de atraso o pedido de licença e isso deveu-se às negociações que tivemos com a Comissão [europeia] e os nossos credores”, disse. O Governo entregou em maio o pedido de autorização para a criação da Instituição Financeira de Desenvolvimento no Banco de Portugal, tendo o regulador seis meses para o fazer. A nova instituição pública de crédito terá um capital inicial próximo dos 100 milhões de euros.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
Benfica e FC Porto iniciam hoje a pré-temporada com muitas ausências
Abertura das oficinais do Seixal e Olival O campeão Jorge Jesus e o estreante Julen Lopetegui começam, hoje, a preparar a temporada 2014/15, com as ambições repletas. Benfica e FC Porto iniciam a época 2014/15, hoje, dois dias depois de o Sporting também ter começado os trabalhos. Manter o título nacional, Taça de Portugal e Taça da Liga obriga Jorge Jesus a trabalho precoce, tendo o Benfica ainda a responsabilidade de abrir a época desportiva, a Supertaça, frente ao Rio Ave. O Benfica perdeu os titulares indiscutíveis Siqueira e Garay, Rodrigo e André Gomes foram vencidos a um fundo e não se conhece o destino de ambos e Sílvio deverá regressar ao Atlético de Madrid. Kardec e Derlis, que não faziam parte dos planos do treinador, foram vendidos. Desfalcada na defesa, a «águia» reforçou-se com os laterais-esquerdos Benito (ex-FC Zurique) e Djavan (ex-Académica) e o defesa central César (ex-Ponte Preta), bem como com o extremo Candeias (ex-Nacional) enquanto o central Lisandro López e o extremo Pizzi regressam após uma época de empréstimos. Jorge Jesus ainda não vai contar com os mundialistas Ruben Amorim e André Almeida (Portugal), Enzo Perez (Argentina) e Maxi Pereira (Uruguai), sendo que o argentino Garay já foi confirmado no Zenit de São Petersburgo. O FC Porto, que apostou no treinador espanhol Julen Lopetegui (ex-seleção sub-21 de Espanha), perdeu o «polvo» Fernando para o Manchester City, tendo igualmente vendido os emprestados Iturbe ao Verona e Castro ao Kasimpasa: Fucile saiu em fim de contrato. Para já, os únicos «reforços» são o lateral direito Opare (ex-Standard de Liège), o guarda-redes Ricardo (ex-Académica) e, por oficializar, mas confirmado pelos jogadores, o médio Evandro (ex-Estoril-Praia) e o avançado Sami (ex-Marítimo). Em ano de Mundial, também o FC
Porto vai reiniciar os trabalhos a meio gás, devido às ausências de Varela (Portugal), Mangala (França), Herrera e Reyes (México), Jackson Martinez e Quintero (Colômbia), Ghilas (Argélia) e Defour (Bélgica). A tristeza do «mustang»
Temporada 2014/2015. O campeão Jorge Jesus e o estreante Julen Lopetegui começam, hoje, a trabalhar no Seixal e no Olival
Confirmada saída de Pizzi
Nuno Espírito Santo pode ir para o Valência
O Valência anunciou, ontem, ter prescindido dos serviços do treinador da equipa de futebol, Juan Antonio Pizzi, com o objetivo de estabilizar o futuro desportivo e num momento crucial na venda de ações. “Perante a dilatação do processo de venda do Valência FC, por motivos alheios à gestão do clube, e de modo a dotar o futuro projeto despor-
tivo de estabilidade (...), num momento crucial acionista, tomou a decisão de prescindir dos serviços do Juan Antonio Pizzi”, diz a nota no sítio oficial do clube, onde se desejam as maiores felicidades ao técnico. A imprensa tem indicado o nome do português Nuno Espírito Santo (ex-Rio Ave) como futuro treinador do clube espanhol, bem como as entradas dos ex-benfiquistas André Gomes e Rodrigo, comprados por um fundo, em parte detido pelo empresário Peter Lim.
Antes do regresso aos trabalhos, Ricardo Quaresma admitiu não entender as razões para o selecionador Paulo Bento o ter deixado de fora dos eleitos para o Mundial2014 e confessa alguma desilusão pela atuação de Portugal no Brasil. Numa entrevista à TVI e ao Maisfutebol, o extremo do FC Porto, que chegou a integrar a lista de 30 pré-convocados, afirmou ter ficado triste com a decisão de Paulo Bento, pois estava confiante, pelo que fez no FC Porto, que podia estar no Mundial. “Sinceramente, ainda não entendo a justificação do selecionador (Paulo Bento), mas respeito. Acho que criaram o mito de que eu não defendo”, acrescentou Ricardo Quaresma, apontando esta como a causa para ter falhado a presença no Brasil, onde a seleção lusa foi eliminada na primeira fase. Ricardo Quaresma aponta os jogos realizados pelo FC Porto desde janeiro como prova de que, presentemente, é um jogador diferente do que era há três ou quatro anos. “Estou um jogador diferente, de equipa”, aponta Quaresma, que abordou ainda a influência de a seleção lusa carregar o nome do melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo. De acordo com Ricardo Quaresma, “nenhum jogador do mundo consegue resolver um jogo, se não tiver os colegas atrás, assim como os outros jogadores não se sentem bem por falarem só num jogador”. Questionado sobre a continuidade de Paulo Bento, Ricardo Quaresma afirmou que se o treinador acha que tem qualidade e talento para voltar a por a equipa a jogar e voltar a alcançar os objetivos que todos os portugueses esperam, não vê porque não. “Acho que não sou eu que tenho de dizer se é bom ou se é mau”, concluiu Ricardo Quaresma, que não coloca de parte a hipótese de poder voltar a representar Portugal.
Blatter elogia organização do Mundial
“Brasil de sucesso” Joseph Blatter, presidente da FIFA, já fez um primeiro balanço do Mundial, até aos oitavos de final, considerando a organização brasileira da competição como “um sucesso”. “Hoje sou um homem muito feliz”, disse no Rio de Janeiro o dirigente suíço, no início de um seminário sobre gestão no desporto, patrocinado pela FIFA. Até ao momento, o Campeonato do Mundo “é um sucesso deste país [Brasil] e um sucesso para este desporto [futebol]”, disse Blatter, dirigindo os seus “cumprimentos ao povo brasileiro, que aceitou este campeonato do Mundo”. O presidente saudou também o abrandamento do descontentamento social. “Onde está a contestação social?”, exclamou, enquanto uma dezena de manifestantes empunhavam bandeiras contra a FIFA, à porta do edifício onde decorreu o seminário. No plano dos sucessos do Mundial, Blatter citou os estádios, que são “obras de arte”, as audiências de televisão, “que nunca foram tão altas”, e os controlos antidoping, “sem qualquer resultado positivo até agora”. “Façamos figas para que os últimos jogos se disputem da mesma forma, com a mesma atmosfera”, disse ainda o «patrão» do futebol mundial. Ontem e hoje, foram dias de descanso na competição.
Quinta-feira, 3 de Julho de 2014
publicidade «O PRIMEIRO DE JANEIRO», 3/07/2014
«O PRIMEIRO DE JANEIRO», 3/07/2014
«O PRIMEIRO DE JANEIRO», 3/07/2014
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«O PRIMEIRO DE JANEIRO», 3/07/2014
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MAIS ENVOLVIMENTO, MAIS EDUCAÇÃO, MAIS CULTURA Deu entrada na Assembleia da República um pedido de autorização tendo em vista a concessão de autorização ao Governo para legislar (proposta de Lei n.º 238/XII) relativamente à regulação do mercado de apostas desportivas e jogo online. A referida proposta de Lei, com a qual só nos podemos regozijar Gustavo Pires* na medida em que há muito era aguardada, é um documento de mais de 50 mil palavras de enorme complexidade que só o tempo atestará em definitivo as suas eventuais fraquezas e virtualidades. Neste sentido não podemos compreender a posição do Comité Olímpico de Portugal (COP) quando, num certo tom paternalista para com o Governo, afirma que “teve ocasião, em diversas circunstâncias, de alertar o Governo para a necessidade de acautelar estas matérias nomeadamente na importância da sensibilização, formação e prevenção dos agentes desportivos em relação à manipulação de resultados relacionados com apostas, seguindo as boas práticas internacionais, …” Não compreendemos nem aceitamos esta posição moralista do COP por duas ordens de razões: (1º) porque o COP se limita a chover no molhado na medida em que é a própria proposta de lei a acautelar as cautelas que o COP recomenda quando diz que considera “aquelas que são as recomendações da Comissão Europeia e as melhores práticas que veem sendo adotadas noutros países” no sentido de prosseguir objetivos de interesse público a fim de “garantir a proteção dos menores e das pessoas mais vulneráveis, evitar a fraude e o branqueamento de capitais, prevenir comportamentos criminosos em matéria de jogo online, e salvaguardar a integridade do desporto, prevenindo e combatendo a viciação de apostas e de resultados” (p.58); (2º) o COP devia considerar que acautelar estas matérias jamais será conseguida pela exclusiva força coerciva de uma Lei seja ela qual for. Tal desiderato, só será em grande medida conseguido através de uma cultura desportiva sustentada numa educação olímpica consequente que, como é público e notório, à parte de algumas lágrimas crocodilo, de vez em quando, vertidas em honra do Desporto Escolar, tem estado completamente fora das preocupações do COP que, deste modo, para além de não cumprir a sua verdadeira responsabilidade social, concomitantemente, não responde ao estatuído na Carta Olímpica. Infelizmente, em Portugal, está institucionalizada a ideia de que os problemas do mundo do Movimento Olímpico se resolvem com mais leis, quer dizer, com mais intervenção do Estado e mais dinheiro, em alternativa a mais envolvimento das pessoas, mais educação e mais cultura. A ideia de que tudo pode ser ordenado, estandardizado e controlado a partir de cada vez mais dinheiro e mais leis por parte do Estado é um dos maiores problemas do Movimento Olímpico nacional que, no fundo, caracteriza o seu estado de subdesenvolvimento que se traduz no completo desajuste às novas realidades do mundo do desporto desde os processos de manifestação de opinião aos processos de tomada de decisão. Assim sendo, a questão que se coloca é a que procura saber até que ponto o COP está preparado para interagir num sistema em que as várias modalidades de exploração e prática de jogos e apostas incluindo as online vão passar a ser uma constante. Ora, se a posição manifestada pelo COP demonstra alguma coisa é a de que a instituição, parece mais interessada em olhar para o Governo do que em assumir as suas próprias responsabilidades na promoção de uma educação desportiva e uma cultura olímpica. Se Pierre de Coubertin tivesse agido desta maneira nunca o Movimento Olímpico teria arrancado em 1894. (continua)
Restos mortais da poetisa foram ontem trasladados
Sophia no Panteão Nacional A cerimónia de trasladação dos restos mortais da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen teve início pelas 16h30, no cemitério de Carnide, de onde partiu em direção à capela do Rato. O carro fúnebre partiu, escoltado por 23 militares da GNR, em motorizadas, que fizeram o percurso, através de Lisboa, até ao Panteão Nacional, passando pela Capela do Rato, pela Assembleia da República, seguindo depois pelo caminho junto ao rio, até ao monumento que não fica distante da casa na colina da Graça, onde viveu Sophia de Mello Breyner Andresen. A urna com os restos mortais da poetisa esteve sempre coberta pela
bandeira nacional e, no cemitério, além de familiares e membros do protocolo da Assembleia da República, encontrava-se a vereadora da Cultura da Câmara Municipal Lisboa, Catarina Vaz Pinto. Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional, como forma de homenagear “a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne”, e de evocar o seu exemplo de “fidelidade aos valores da liberdade e da justiça”, conforme pode ler-se no projeto de resolução da Assembleia da República. O parlamento aprovou por unanimidade, no passado dia 20 de fe-
vereiro, a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora, que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação hoje quando se completa uma década sobre a sua morte. Falecida aos 84 anos, Sophia de Mello Breyner Andresen foi autora de vários livros de poesia, entre eles, “O Nome das Coisas” e “Coral”, de obras de ensaio, designadamente “O Nu na Antiguidade Clássica”, contos, como “Histórias da Terra e do Mar”, ficção infantil, nomeadamente “A Fada Oriana” e “A Menina do Mar”, e também, teatro, “O Colar”, e traduziu vários autores.
Orquestra Sinfónica do Porto
Brönnimann como maestro titular A Casa da Música anunciou ter nomeado como maestro titular da Orquestra Sinfónica do Porto o suíço Baldur Brönnimann, a ser acompanhado pelo austríaco Leopold Hager como maestro convidado principal, assumindo as posições em janeiro. O anúncio da substituição de Cristoph König, que ocupou o cargo durante seis anos, foi feito num encontro com jornalistas e descrito pelo presidente do conselho de administração, José Manuel Dias da Fonseca, como um dos “momentos mais importantes numa instituição” como a Casa da Música. Quer Hager quer Brönnimann já dirigiram por diversas vezes a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e este último vai reencontrar-se com o conjunto no dia 11 de outubro para uma atuação no Auditório Nacional de Música, em
Madrid, embora só assuma funções em janeiro do próximo ano, quando se vai estrear na sala portuense, dia 16, tendo Pedro Burmester ao piano. “Entendemos que seria útil encontrar uma equipa de maestros que se complementasse”, afirmou o diretor artístico da Casa da Música, António Jorge Pacheco, referindo-se à maior ligação de Brönnimann, um quadragenário, a um reportório contemporâneo, enquanto Hager, de 78 anos, estará mais próximo de trabalhos clássicos. Porém, António Jorge Pacheco sublinhou que alguém conhecedor de um reportório mais contemporâneo “quer dizer que conhece o que está para trás”, lembrando que nas suas visitas à Casa da Música Brönniman dirigu peças de Stravinski a Prokofieff, passando pela Sinfonia n.º 5 de Tchaikovski, mas
também por obras de Alban Berg ou Schöenberg. Brönnimann completou, em dezembro do ano passado, quatro anos como diretor musical da Orquestra Sinfónica Nacional da Colômbia, em Bogotá, onde “se estabeleceu rápida e firmemente como um agente dinâmico da cultural local”, referiu a Casa da Música em comunicado. O programa de atuações do maestro para a próxima temporada, disponível na sua página na Internet, inclui datas tão distintas como uma em setembro com a Orquestra Sinfónica do Oeste Australiano em que vão ser tocadas obras de Beethoven, Debussy e Ravel e outra, por exemplo, em abril de 2015, interpretando música do guitarrista de Radiohead, Jonny Greenwood, com a Filarmónica de Copenhaga.
GNR atenta aos incêndios florestais
Nove detidos em flagrante delito Nove detidos em flagrante delito, 130 suspeitos identificados e 1630 incêndios investigados é o balanço da ação da GNR de 15 de maio a 30 de junho, integrada na operação Floresta Segura. Assim, e de acordo com esta força de segurança, de 01 de janeiro até 30 de junho já foram detidos em flagrante delito 14 suspeitos por crime de incêndio florestal e identificados 247 suspeitos. Na fase Bravo, que terminou a
30 de junho, a GNR efetuou 8666 patrulhas, tendo sido fiscalizados 263.519 terrenos, no âmbito de um plano de operacionalização do sistema de defesa da floresta contra incêndios. Dos dados operacionais registados pela GNR na fase Bravo constam ainda 399 autos de contraordenação no âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, 536 autos de notícia por crime de incêndio florestal, 259 ações de sen-
sibilização, 30 ações de combate a incêndios florestais por via terrestre, 227 missões helitransportadas de primeira intervenção em incêndios florestais e 1841 incêndios. As ações da GNR patrulhamento e vigilância das zonas florestais e as intervenções no combate a incêndios florestais estiveram a cargo do efetivo do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente e do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro.