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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 67
Terça-feira, 04 de março de 2014
SEGURO FALA HOJE EM LONDRES SOBRE ALTERNATIVA À POLÍTICA DE AUSTERIDADE
PALESTRA
n O líder do PS quer mostrar no seu discurso de hoje, perante uma plateia atenta na universidade London School of Economics, que é possível fazer melhor em Portugal e que existe uma política alternativa à austeridade. “Uma coisa é equilibrar as contas públicas, outra é destruir a capacidade produtiva do país. O Governo transformou um programa de ajustamento num programa de empobrecimento”, destaca António José Seguro...
SANÇÕES n Os chefes de Estado e Governo da União Europeia poderão aprovar sanções à Rússia caso “não haja um desanuviamento” da situação na Ucrânia. Neste ponto, Passos e Seguro estão de acordo e ambos defendem uma solução “política e diplomática” para o conflito...
DÍVIDA
pública aumentou para 217 306 milhões de euros em janeiro
ZORRINHO
responde a Barroso e diz que PS não quer “consensos para o empobrecimento”
CAMINHA
concelho está a viver uma situação “inacreditável” de contínuo avanço do mar
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Terça-feira, 4 de Março de 2014
Câmara de Gaia quer apostar em programas de apoio ao arrendamento social
Duas mil famílias à espera de casa O presidente Eduardo Vítor Rodrigues diz querer apostar em programas de apoio ao arrendamento social, acrescentando que a lista de espera por uma habitação social no município ronda as duas mil famílias. A criação de um banco de senhorios, bem como a constituição de programas de autoconstrução e o reforço da componente de corporativismo de habitação foram algumas das medidas enumeradas pelo presidente da Câmara de Gaia. O autarca falava, aos jornalistas, à margem de uma cerimónia de entrega de habitações sociais a dez famílias carenciadas do concelho. Segundo Vítor Rodrigues, a lista de espera por uma casa da autarquia, juntando pedidos encaminhados pela empresa municipal GAIURB e pelas Juntas de Freguesia, ronda as duas mil famílias. “Muitas delas não têm de ter habitação em empreendimento social e podem ter
GAIA. O presidente da Câmara diz que podem existir outras respostas para o problema da habitação no concelho outras respostas evitando até alguma estigmatização”, disse o autarca, referindo-se aos programas como o banco de senhorios. Este programa juntará todos aqueles proprietários que queiram disponibilizar as casas para um mercado de arrendamento que tenha uma componente social. Ainda de acordo com o programa, a Câmara pretende assumir dois aspetos: prestar acompanhamento na colocação das pessoas e garantir a responsabilização dos candidatos quanto ao pagamento
de rendas. Em contrapartida, os proprietários acertariam um valor de renda inferior ao que é praticado pelo mercado. Vítor Rodrigues considera também ser este o momento para avançar com esta ideia, já que este ano começa a ser aplicado o pagamento de 50% do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para casas de fundos, casas de empresas e da banca, ou seja, e conforme referiu o autarca de Gaia, “se até agora ter uma casa fechada não custava nada, ago-
ra passa a custar 50% do IMI”. “Este programa visa não apenas os mais pobres mas também as classes médias, nomeadamente classes médias baixas e classes médias médias: os grupos que não estão no limiar da pobreza mas já são classes muito vulneráveis”, disse. O presidente da Câmara de Gaia aproveitou, também, para criticar algumas opções nacionais: “Infelizmente os governos, e este Governo não fugiu à regra, foram desvalorizando a habitação pública com a ideia de que já há muita habitação no mercado. É verdade que há, mas não há sintonia entre a oferta e a procura. Não vale a pena insistir nas 700 mil casas devolutas do país se essas casas não estão disponíveis”, defendeu. Vítor Rodrigues adiantou existirem no concelho cerca de uma centena de apartamentos devolutos que foram deixados em mau estado por inquilinos anteriores, cuja responsabilização é “difícil”. A Câmara de Gaia quer investir na melhoria dessas habitações, mas não o está fazer “com a velocidade desejável”, porque “os recursos não são muitos”: “E a miserável lei dos compromissos esta a dificultar-nos a vida pelo elevado número de endividamento da Câmara”, concluiu
Presidente da Associação “Um Lugar para o Joãozinho” assegura
Concurso para a nova ala pediátrica será lançado este mês O presidente da Associação Humanitária “Um Lugar para o Joãozinho”, oficialmente constituída a 13 de janeiro, anunciou ontem que ainda este mês será lançado o concurso para a adjudicação da nova ala pediátrica do Hospital de S. João, Porto. “Os dois meses de trabalho que a associação já desenvolveu permitem-me alimentar a esperança de que, ainda antes do início do verão, estarei em condições de anunciar a data do início das obras, e que o lançamento da primeira pedra possa ainda ocorrer este ano”, afirmou Pedro Arroja, que falava na sessão de apresentação da associação. Segundo o economista, “o plano de trabalho inclui várias dimensões e várias estratégias de ação, mas as principais são a contratualização da obra, a contratualização do fi-
nanciamento e a contratualização do mecenato”. “O Estado português encontra-se numa situação financeira que não lhe permite lançar novas obras e novos investimentos. Não é altura para comentar o processo que conduziu a esta situação. Mas a verdade é que todos nós, cidadãos adultos, somos responsáveis por ela, uns por ação, outros por omissão. Existe apenas um segmento da população que está isento de responsabilidades na situação financeira em que o país desde há anos se encontra – as crianças”, considerou. Pedro Arroja referiu que a nova ala pediátrica do Hospital do São João custa 16 milhões de euros e demora um ano e meio a construir. “Pode parecer um milagre reunir a partir de mecenas e de outras contribuições voluntárias 16 milhões de euros na
situação presente em que Portugal se encontra (…). A nova ala pediátrica do Hospital de São João vai ser construída e oferecida pela comunidade de todos os portugueses ao hospital. É esta a missão desta associação e que, pela minha parte, prosseguirei com zelo religioso”, disse. À associação compete “obter o financiamento, adjudicar a construção da obra e encontrar os meios de pagamento necessários. É uma oferta inteiramente gratuita da comunidade ao Hospital de São João”, sublinhou. O projeto de solidariedade “Um lugar para o Joãozinho”, criado em 2009, tem como objetivo a angariação de 16 milhões de euros para a construção da nova ala pediátrica do Centro Hospitalar de São João. Desde o início do projeto realizaram-se
várias iniciativas de angariação de verbas, mas “o montante financeiro que se conseguiu acumular é muito reduzido. A tarefa da associação é angariar praticamente a totalidade do financiamento e depois pagar o hospital, que em princípio será um pagamento a dez anos”, segundo Pedro Arroja. Dos órgãos sociais da nova associação fazem também parte o diretor da Faculdade de Medicina do Porto, Agostinho Marques, presidente da Assembleia-geral, e Manuel Eanes, presidente do Conselho Fiscal. A direção, além de Pedro Arroja (presidente), inclui António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, e Caldas Afonso, diretor do Serviço de Pediatria do mesmo hospital, entre outros.
Forte agitação marítima
Foz do Douro de novo afetada
A agitação marítima voltou a atingir a Foz do Douro, no Porto, tendo chegado à marginal, sem que tenha havido feridos, mas causando alguns danos materiais. De acordo com fonte da Polícia Marítima do Douro, há a relatar “alguns danos materiais não avultados até ao momento”, confirmando situações semelhantes noutros pontos costeiros. O vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal do Porto disse que o mar se aproximou da rua do Passeio Alegre, à semelhança do que aconteceu no começo de janeiro, mas sublinhou que apenas foram arrastados detritos, uma vez que a zona já se encontrava vedada. De acordo com Sampaio Pimentel, a situação só se deverá voltar a agravar na próxima preia-mar, prevista pelo Instituto Hidrográfico para as 04h45, sem que sejam esperadas ondas de igual dimensão. A Câmara do Porto anunciou no domingo que a agitação marítima prevista iria obrigar a interditar o trânsito na marginal e a vedar o acesso aos molhes e bares e restaurantes de praia, em princípio até hoje. A informação, publicada na página oficial do Facebook da autarquia portuense, revelava que, “a partir da noite de domingo, o mar voltará a estar muito agitado e a Proteção Civil do Porto voltará a estar em ‘alerta bravo’”. Por isso, acrescentava, a partir das 21h00 de domingo passou a estar “interdito a peões e automóveis” o trânsito nas ruas Coronel Raúl Peres, da Praia, D. Luís Filipe, Avenida D. Carlos I e Esplanada do Castelo. De acordo ainda com a Polícia Marítima, o mar galgou os limites na zona do Cabo do Mundo, em Matosinhos, mas não causou estragos, estando a situação a ser monitorizada. Criminalidade
PSP detém 49 pessoas
A PSP do Porto anunciou a detenção de 48 pessoas, das quais 12 pela prática de jogo ilegal, no âmbito de uma operação de combate à criminalidade. Em comunicado, a PSP afirma que as detenções ocorreram entre as 07h00 de sexta-feira e as 07h00 de ontem. Foram detidas duas pessoas por tráfico de droga, 20 por álcool, quatro por mandado, duas por condução sem carta e duas por desobediência. A PSP deteve ainda uma pessoa por agressão ao agente de autoridade, outra por posse de arma proibida e uma outra por furto.
regiões
Terça-feira, 4 de Março de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Acusado de furto de arte sacra em Braga e burla ao respetivo capelão
«Falso padre» julgado Com dois co-autores
Detidos menor por suspeita de violação
A Polícia Judiciária deteve na Madeira um rapaz de 17 anos suspeito da prática, em coautoria com outros dois menores, de um crime de violação e uma tentativa do mesmo crime. Segundo a nota ontem divulgada, os factos ocorreram a 17 de fevereiro “num parque de estacionamento abandonado, em Santa Cruz”. A vítima e os três autores do crime “são todos menores e frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino”. O jovem ficou sujeito a apresentação semanal às autoridades e proibição de contacto com a vítima e de frequentar a zona onde ocorreram os factos.
“É um burlão muito inteligente, com histórias bem engendradas, com muita mobilidade”, segundo a Judiciária. Um «falso padre» detido em 2013 pela Polícia Judiciária começa a 19 de março a ser julgado no Tribunal de Braga, acusado de furto de arte sacra numa igreja desta cidade e de burla ao respetivo capelão. Segundo a acusação, deduzida pelo Ministério Público (MP), no somatório dos dois crimes está envolvido o valor de 14.700 euros. A acusação refere que Agostinho Caridade, de 41 anos e natural de Aguiar, Barcelos, promoveu um peditório público em vários locais de Braga, em 2012, para o alegado tratamento de um filho em Cuba. Apresentando-se como “maquinista da CP”, foi conquistando a confiança de párocos e sacristãos, nomeadamente na Igreja de Senhora-a-Branca. Em julho desse mesmo ano, pediu 7.200 euros emprestados ao reitor dessa igreja, que “condoído” lhe passou dois cheques, totalizando aquele valor. O arguido foi a uma loja de cópias pedir que lhe assinassem os cheques, para que o banco os pagasse. A 4 de março de 2013, e também aproveitando a confiança con-
Crime. «Falso padre» presidiu a várias cerimónias religiosas por todo o País, incluindo um casamento na Sé de Braga quistada junto dos responsáveis daquela igreja, conseguiu introduzir-se no templo e furtar duas imagens de arte sacra, um Menino Jesus no valor de 2.500 euros e uma Senhora da Rosa estimada em 5.000 euros. No dia seguinte, tentou vender as imagens numa casa da especialidade em Braga, mas a gerência desconfiou e chamou a polícia, mas Agostinho Caridade pôs-se em fuga, deixando as imagens no local. Em maio, a Polícia Judiciária (PJ) deteve-o, em Lisboa, apre-
sentando-o como suspeito da prática dos crimes de furto de obras de arte e bens culturais religiosos, burla, falsificação de documentos e usurpação de funções. Ficou em prisão preventiva. A investigação da PJ começara com participações de furtos em igrejas em Lisboa. “Furtava imagens e coroas dos santos, cálices, salvas, crucifixos e obras de arte religiosas e vendia-as a estabelecimentos como antiquários, mas também a recetores do mercado paralelo”, avançou na altura fonte da PJ.
Segundo a Judiciária, o “falso padre” possui “vastos conhecimentos” e experiência na área eclesiástica. “É um burlão muito inteligente, com histórias bem engendradas, com muita mobilidade. Circulava entre Lisboa e o norte do país, sempre em transportes públicos e dormia em pensões, o que dificultava as investigações”, afirmou ainda a fonte. Caridade presidiu a várias cerimónias religiosas um pouco por todo o País, incluindo um casamento na Sé de Braga.
Vítima de fogo de artifício mal manuseado Entre camião e um ligeiro
Choque obriga a desencarcerar criança
Um camião despistou-se, ontem de manhã, no novo troço do IC2, próximo de Coimbra, embateu no rail e colidiu com um ligeiro onde seguiam pai e filho menor. A criança foi transportada para o hospital em estado grave. Segundo avançou a PSP ao DN, havia muito óleo na via e a estrada estava molhada da chuva, o que pode ter contribuído para odespiste do camião que foi embater no rail e depois colidir com o carro. A cabine do camião manteve-se na via e a galera (parte de trás) caiu de um desnível com alguns metros.
Menor indemnizada em 110 mil euros A família de uma rapariga menor de Ponte da Barca vai receber uma indemnização de mais de 110 mil euros por esta ter sido atingida, em 2007, por fogo-deartifício lançado durante uma festa naquele concelho incorretamente manuseado. A decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), com data de 13 de fevereiro e ontem revelada, confirma a condenação da primeira instância de uma empresa de pirotecnia e do trabalhador que lançou o fogo-de-artifício, no pagamento solidário de indemnizações por danos patrimoniais (60 mil euros) e não patrimoniais (50
Ponte da Barca. A menor, hoje com 14 anos, ainda terá de ser submetida a operações cirúrgicas, que “só são aconselháveis a partir dos 16”
mil euros) à família da menor. No recurso para o Tribunal da Relação de Guimarães, a Fábrica da Igreja que organizou a festa e a companhia de seguros contratada pela organização foram igualmente condenadas a pagar solidariamente esta indemnização, com a responsabilidade da seguradora limitada a 25 mil euros. O incidente com a menor, que hoje tem 14 anos, aconteceu na madrugada de 5 de agosto de 2007, durante a festa da Senhora da Pegadinha, em Bravães, Ponte da Barca, quando se procedia ao lançamento de fogo-de-artifício no recinto da festividade, a cer-
ca de 15 metros da capela local. A rapariga ainda terá de ser submetida a operações cirúrgicas, que “só são aconselháveis a partir dos 16 anos”, a suportar pelos mesmos condenados. Ficou com a perna, com o pé e com o joelho esquerdo “deformados”, com cicatrizes múltiplas. O STJ afirma que este incidente resultou da “clara imprudência levada a cabo pelo queimador credenciado”. Contudo, atendendo a que a “queima do fogo” é “a mais complexa tarefa incluída em qualquer organização festiva”, a Fábrica da Igreja local não devia alhear-se.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Terça-feira, 4 de Março de 2014
Zorrinho responde «não» a Durão Barroso
“Política de direita”
“Consenso para o empobrecimento” O deputado socialista Carlos Zorrinho rejeitou qualquer apoio do PS ao que considerou um “consenso para o empobrecimento”, após o antigo primeiroministro português Durão Barroso defender um entendimento político para facilitar uma “saída limpa” do programa de resgate. “O PS não pode deixar de notar que Durão Barroso continua a ser o presidente da Comissão Europeia e, embora esteja em final de mandato, isso não lhe cria condições para que possa interferir na política nacional, em particular num dos Estados-membros, na defesa do seu partido”, disse. O anterior líder parlamentar do PS afirmou que o seu partido é “a favor de um consenso, pelo crescimento, pelo emprego” e não “a favor de consenso pelo empobrecimento”. “Esse consenso pelo empobrecimento é aquilo que Durão Barroso vem defender, recomendar a Portugal, mas, em relação a esse consenso, o Governo não conta, naturalmente, com o apoio do PS”, frisou. Em janeiro, o chefe do executivo comunitário, ex-líder social-democrata, tinha manifestado preferência por uma solução cautelar para Portugal após a conclusão do programa de assistência financeira, mas agora sustenta que “a situação evoluiu fa-
voravelmente, mais ainda do que se previa”, e que, por isso, ambas as soluções, regresso direto aos mercados ou programa cautelar, são possíveis. “Claro que um programa cautelar dá sempre mais garantias e segurança, mas se Portugal estiver em condições de dispensar um programa cautelar, melhor para todos”, afirmou, em Bruxelas, Durão Barroso. “Eu estou convencido de que será possível ter uma saída em boas condições, mas isso será facilitado se houver um consenso que ultrapasse o Governo, pois é importante perceber que agora se trata de definir um programa de médio prazo que vai para além deste Governo e, se calhar, até, do próximo Governo”, acrescentou o presidente da CE. Nas declarações aos jornalistas,
Barroso repetiu que considera essencial um acordo alargado em torno de uma estratégia de médio prazo, para o crescimento económico e com “horizontes de redução da despesa e do teto da dívida pública”. “Quanto maior for o consenso entre as forças políticas maior será a confiança em Portugal, portanto, menos Portugal terá de pagar de juros para financiar as suas despesas”, vincou. “Acha que estou isolado?”
Entretanto, o líder do PS realçou a importância dos encontros com dirigentes da Alemanha, França e Reino Unido, que contrariam a acusação do eurodeputado do PSD Paulo Rangel de que o partido está isolado.
“No sábado reuni em Roma com o vice-chanceler alemão [e presidente do SPD, Sigmar Gabriel], com o primeiro-ministro francês [Jean-Marc Ayrault]. Hoje estou aqui em Londres com aquele que eu espero que seja o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. Acha que estou isolado?”, respondeu às perguntas dos jornalistas, após um encontro com o líder do partido Trabalhista, Ed Miliband. Seguro rebatia assim as declarações de Paulo Rangel, que acusou o PS de estar “isolado na Europa” por o cabeça de lista do partido socialista, Francisco Assis, não acompanhar o secretário-geral no congresso do Partido Socialista Europeu, que decorreu no passado fim de semana em Roma. Após a reunião com Miliband, que durou cerca de 40 minutos, o líder socialista manifestou-se “muito contente” com a convergência de opiniões sobre a “necessidade de criar empregos, em particular para os jovens”. O líder trabalhista apoiou o português na existência de uma “alternativa” à austeridade, tema de uma palestra que Seguro faz hoje na universidade London School of Economics. O líder do PS rejeitou o discurso do Governo que o país esteja melhor e lamentou que a deterioração das condições de vida dos portugueses tenha resultado na maior vaga de emigração dos últimos 40 anos. “Uma coisa é equilibrar as contas públicas, outra é destruir a capacidade produtiva do país. O governo em Portugal transformou um programa de ajustamento num programa de empobrecimento”, denunciou Seguro.
Passos defende solução política e diplomática para a Ucrânia
“A situação merece a maior atenção” O primeiro-ministro português apelou a uma solução política e diplomática na Ucrânia que salvaguarde a soberania e a integridade territorial do país e condenou a escalada militar na Crimeia. Esta posição do chefe do executivo português foi transmitida aos jornalistas no final de uma reunião com o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, à qual se segue agora um almoço entre os dois em São Bento. “A situação na Ucrânia merece a maior atenção. Os acontecimentos recentes na Crimeia colocam em causa a manutenção da paz e segurança internacional. Portugal continua a creditar na necessidade de se encontrar uma solução política e diplomática que preserve a unidade da integridade territorial e da soberania da Ucrânia”, declarou Passos Coelho.
Por sua vez, o primeiro-ministro do Luxemburgo, país que preside atualmente ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, frisou que “às portas da Europa houve 80 cidadãos ucranianos que morreram” para lutar no seu país pelos ideais europeus. “Não podemos esquecer isto, mesmo quando criticamos a União Europeia”, referiu. No que respeita ao futuro próximo da Ucrânia, o primeiro-ministro luxemburguês disse que cabe à comunidade internacional garantir as condições de exercício democrático das próximas eleições, através de um processo “com transparência”. “Não cabe à União Europeia, à Rússia ou aos Estados Unidos dizer como se vai passar. Cabe aos ucranianos - e só a eles - decidir a escolha do seu futuro político”, acentuou. Ainda de acordo com Xavier Bet-
tel, a situação atual na Crimeia oferece preocupação e “as regras internacionais devem ser respeitadas por todas as partes”. Passos Coelho defendeu ainda que o exemplo da relação de integração e de mobilidade entre Portugal e o Luxemburgo deve iluminar o desenvolvimento da União Europeia ao nível da liberdade de circulação. O líder do executivo português fez um rasgado elogio sobre as atuais relações “de proximidade, amizade e de cooperação” entre Portugal e o Luxemburgo. “Como é do conhecimento geral, o aprofundamento das boas relações ficou a dever-se em larga medida à inclusividade e hospitalidade com o Luxemburgo correspondeu à integração de muitos cidadãos portugueses. Expresso
uma palavra de reconhecimento e de solidariedade em relação a todos esses portugueses que, através de um trabalho árduo, representam também Portugal na sociedade que ajudam a construir e quero agradecer ao meu colega luxemburguês a forma extraordinária de acolhimento dos nossos compatriotas”, disse. Passos Coelho considerou que o nível de relação existente entre Portugal e Luxemburgo pode mesmo constituir um exemplo para o futuro do espaço europeu em termos de circulação de pessoas e de bens. “O exemplo que temos construído no Luxemburgo é um bom exemplo que pode iluminar uma parte do caminho que ainda temos de fazer dentro da União Europeia para que exista uma liberdade plena”, concluiu.
PCP acusa Governo de estar a retirar direitos fundamentais às mulheres
O PCP acusa o Governo de estar
a retirar direitos fundamentais às mulheres e a esconder a responsabilidade da sua “política de direita” e “concessões retrógradas” atrás de “promessas em torno de políticas de natalidade”. “As recentes promessas do atual primeiro-ministro em torno das políticas de natalidade ocultam que a política de direita é responsável pelo desrespeito pela função social da maternidade e paternidade e pelo incumprimento dos direitos que lhes estão inerentes”, lê-se em declaração do membro da Comissão Política comunista Fernanda Mateus, a propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala no próximo sábado. O PCP anunciou várias iniciativas, entre quinta-feira e sábado, em todo o país, destinadas a promover a “luta pela participação em igualdade numa sociedade mais justa e num país soberano”. “A demagogia do Governo em torno da ‘natalidade’ esconde a defesa de políticas públicas alicerçadas no regresso a conceções retrógradas, ou seja, transferir a responsabilidade da renovação das gerações exclusivamente para a família e para a mulher e na desresponsabilização do Estado, das entidades patronais e de toda a sociedade”, alega-se. Segundo Fernanda Mateus, “nos últimos três anos – a pretexto da crise, do défice das contas públicas e da dívida -, (a ‘política de direita’) é responsável pelo aumento do número de mulheres que estão impedidas na prática de exercer direitos fundamentais conquistados após o 25 de Abril e plasmados na Constituição”. Os comunistas denunciam numerosos problemas no universo laboral, designadamente “as trabalhadoras que acumulam trabalhos para, ao fim do mês, sem quase verem os filhos, receberem uma salário de miséria”, incluindo “sábados, domingos e feriados” ou outras que, “em desespero, são atiradas para a prostituição e que alguns pretendem associar a um ato de livre escolha”. A redução das remunerações em geral, a desregulamentação dos horários de trabalho, a falta de apoio à família, através do abono a crianças e jovens ou da rede de cuidados infantis e escolas públicas, são outras falhas apontadas, reiterando-se a necessidade de demissão do executivo de Passos Coelho e Portas e a convocação de eleições legislativas antecipadas.
Terça-feira, 4 de Março de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro | 5
Durão diz que compete a Portugal “escolher a saída que pode e quer fazer”
“Bruxelas apoia” a decisão que for tomada Presidente da Comissão Europeia disse também que consenso entre partidos facilitaria uma “saída limpa”.
Dívida pública atinge os 217,306 mil milhões
Nova subida em janeiro A dívida das administrações públicas aumentou para 217.306 milhões de euros em janeiro, mais 3.916 milhões de euros face ao valor registado em dezembro do ano passado, segundo dados divulgados, ontem, pelo banco central e regulador do País, o Banco de Portugal. Os dados apresentados pelo Banco de Portugal, que agora passou a antecipar esta divulgação, são apresentados na ótica de Maastricht, aquela que é relevante para a Comissão Europeia. Em dezembro, a dívida atingiu os 213.390 milhões de euros ou 129% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os dados do Banco de Portugal, o valor da dívida em janeiro, líquida de depósitos da administração central, atingiu em janeiro os 196.943 milhões de euros, mais 852 milhões de euros que o valor registado em dezembro. O rácio da dívida pública em percentagem do PIB tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos e passou de 108,3% em 2011, para 124,1% em 2012 e 129% em 2013. A meta do Governo para a dívida pública em 2013, constante na proposta de Orçamento do Estado para 2014, é de 127,8% do PIB. Para 2014, e segundo o mesmo documento, a meta da dívida é de 126,7% do PIB.
plurianual”, assente no Documento de Estratégia Orçamental, mas ressalvou que esse trabalho “ainda não está feito” “Esse trabalho está a ser feito, não há ainda uma posição que nos tenha sido transmitida formalmente pelo Governo português, está a haver um trabalho neste momento”, referiu. “Eu estou convencido de que será possível ter uma saída em boas condições, mas isso será facilitado se houver um consenso que ultrapasse o Governo, pois é importante perceber que agora se trata de definir um programa de médio prazo que vai para além deste Governo e, se calhar, até, do próximo Governo”, acrescentou José Manuel Durão Barroso. Nas declarações aos jornalistas, o presidente da Comissão Europeia repetiu que considera essencial um acordo alargado em torno de uma estratégia de médio prazo, para o crescimento económico e com “horizontes de redução da despesa e do teto da dívida pública”. “Quanto maior for o consenso entre as forças políticas maior será a confiança em Portugal, portanto, menos Portugal terá de pagar de juros para financiar as suas despesas”, vincou.
O presidente da Comissão Europeia afirmou, ontem, que a decisão sobre a saída do programa de assistência financeira cabe ao Governo português e sublinhou existir abertura dos parceiros internacionais para “apoiar qualquer das opções que Portugal queira”. As posições do chefe do executivo comunitário foram assumidas em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, depois de um encontro com responsáveis pelo projeto de empreendedorismo português «Namorar Portugal», de fabrico dos tradicionais lenços dos namorados, típicos da zona do Minho. “Quanto à saída do programa, nós, Comissão Europeia, estamos disponíveis para apoiar qualquer das opções que Portugal queira, compete agora a Portugal definir qual é a saída que pode e quer fazer”, afirmou José Manuel Durão Barroso. Evolução favorável
O presidente da Comissão Europeia defendeu, ainda, um consenso entre “as principais forças políticas” em Portugal sobre o Documento de Estratégia Orçamental, o que facilitaria uma “saída limpa” do programa de resgate. O chefe do executivo comunitário, que em janeiro defendeu um programa cautelar para Portugal após a conclusão do programa de assistência financeira, sustentou que “a situação evoluiu favoravelmente, mais ainda do que se previa”, e que, por isso, ambas as soluções, regresso direto aos mercados ou programa cautelar, são possíveis. “Claro que um programa cautelar dá sempre mais garantias e segurança, mas se Portugal estiver em condições de dispensar um programa cautelar, melhor para todos”, considerou Barroso. Durão Barroso respondeu ainda aos jornalistas que Portugal “está em condições” de dispensar um programa cautelar “nomeadamente se apresentar um programa
BCE a postos
Crise. “Quanto maior for o consenso entre as forças políticas maior será a confiança em Portugal, portanto, menos Portugal terá de pagar de juros”, disse Durão
Ucrânia penaliza Europa
PSI20 fecha em forte queda em dia de tensão
O índice de referência da Bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou a sessão a cair 2,57% para 7.190,05 pontos, em linha com uma Europa penalizada pela tensão na Ucrânia, e com todos os títulos no «vermelho». Entre as atuais 19 cotadas que compõem o PSI20, todas fecharam a sessão em queda, com o BCP a liderar as perdas, ao desvalorizar 4,16% para 0,18 euros.
A EDP desvalorizou-se 1,24% para os 3,10 euros e a Portugal Telecom perdeu 2,58% para os 3,16 euros. Na Europa, todas as praças europeias encerraram em queda, um reflexo da crise na Ucrânia. Madrid (IBEX) perdeu 2,33%, Frankfurt (DAX) recuou 3,44% e Paris (CAC) cedeu 2,66%. O mercado bolsista na Rússia registou fortes perdas e a divisa local, o rublo, caiu para o mínimo face ao dólar e ao euro, após o Banco Central do país ter elevado as suas taxas de juro de forma inesperada dos 5,50% para os 7%.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, reiterou, por seu turno, que o programa de compra de dívida soberana “está pronto” para ser ativado se for necessário e assegurou que é “completamente legal”. O programa OMT, que nunca foi aplicado, prevê a compra ilimitada de títulos soberanos em troca de um estrito programa de ajustamento macroeconómico e foi concebido após a afirmação de Draghi de que faria “tudo o que fosse necessário” para evitar o colapso da zona euro. Na sua intervenção no Parlamento Europeu, o economista italiano disse também que a zona euro se encontra, em termos económicos e institucionais, melhor do que há cinco anos e “está claramente a avançar na direção certa”. No entanto, vários países têm de adotar “reformas estruturais importantes” para haver uma diminuição significativa do desemprego.
6 | O Norte Desportivo
futebol
Terça-feira, 4 de Março de 2014
Hugo Almeida e Ricardo Costa lesionados não vão defrontar os Camarões
Cavaleiro e Rafa já sonham com a ida ao Brasil DR
Estreantes Ivan Cavaleiro e Rafa assumem que assumiram o auge da carreira, ao integrarem o estágio da selecção. O defesa Ricardo Costa e o avançado Hugo Almeida, ambos lesionados, foram, ontem, dispensados dos trabalhos da seleção portuguesa e não poderão jogar no particular com os Camarões, agendado para amanhã. De acordo com o boletim clínico divulgado pela FPF, o avançado do Besiktas tem uma “entorse pós-traumática da médio társica esquerda”, enquanto o central do Valência contraiu uma “tenosinovite traumática do tornozelo esquerdo”. Os dois jogadores apresentaramse no estágio que a equipa das “quinas” iniciou ontem, na Praia d’El Rey, em Óbidos, tendo posteriormente sido dispensados pela equipa técnica comandada por Paulo Bento, que “decidiu não chamar qualquer substituto para estes dois atletas”, segundo se pode ler no mesmo boletim clínico. À saída da unidade hoteleira onde a seleção se encontra, Hugo Almeida manifestou tristeza pela dispensa, mostrando-se, no entanto, aliviado pela extensão da lesão não ser tão grave como esperava. “É uma lesão que receava bastante. Na altura pensei que tinha partido, mas foi simplesmente uma entrose no pé. É o pé que suporta o peso do corpo, portanto enquanto não passar essa dor, tenho de estar parado e achámos melhor que não jogasse este jogo. Queria ficar e dar o meu contributo, mas espero dar o meu contributo no Mundial”, afirmou aos jornalistas. Portugal defronta a congénere dos Camarões amanhã, às 20h45, no Estádio Municipal de Leiria, naquele que será o primeiro encontro de preparação para Mundial2014. “Concretizar de um sonho”
Já os estreantes Ivan Cavaleiro e Rafa assumem que assumiram o auge da carreira, ao integrarem o estágio, e já sonham com a possibilidade de disputarem o Mundial2014. “É o auge da mi-
Portugal. Ivan Cavaleiro e Rafa assumem que assumiram o auge da carreira e já sonham com a possibilidade de disputarem o Mundial2014
Evandro e Perez depois
Markovic eleito melhor jogador de janeiro e fevereiro
O extremo sérvio Lazar Markovic, que atua no Benfica, foi eleito o melhor jogador do mês da I Liga de futebol em janeiro/fevereiro. O jogador «encarnado», de 20 anos, recebeu 24,5 por cento dos votos, tendo batido o médio Evandro, do Estoril-Praia, que teve 12,45 por cento, e o seu colega de equipa Enzo Perez, que foi terceiro com 11,48. O
troféu, uma iniciativa do SJPF e da Liga, vai ser entregue a Markovic no encontro entre o Benfica e o Estoril-Praia, da 22.ª jornada do campeonato, que está agendado para 9 de março, no Estádio da Luz. O prémio de melhor jogador da II Liga no mês de fevereiro vai ser entregue a Vitor Bruno, do Penafiel, que arrecadou 27,91 por cento dos votos, batendo Bernando Silva, do Benfica, que foi segundo com 14,52 por cento, e Cafu, do Académico de Viseu, que somou 6,4 por cento.
nha carreira. Desde que jogo [futebol], desde criança que tenho o objetivo de ir a seleção A. É o concretizar de um sonho. Agora é esperar por uma oportunidade”, revelou Ivan Cavaleiro. O avançado do Benfica ficou “radiante” quando soube da chamada de Paulo Bento, por intermédio de um amigo que lhe telefonou quando terminava um treino, e admitiu que “a possibilidade de ir ao Mundial suscita emoções fortes”, prometendo “trabalhar para provar” ao selecionador nacional que tem qualidade para integrar o lote de eleitos. “Temos de estar tranquilos porque sabemos que estamos a ser observados nos clubes. Não sei se vou jogar neste jogo. Cabe-me esperar pela minha oportunidade, mas não e preciso estar ansioso”, assinalou Ivan Cavaleiro, que se mostrou “disponível para jogar em qualquer das posições”, tanto a ponta de lança como a extremo. Para Rafa, a convocatória representou o concretizar de “um sonho enorme” e o prémio do trabalho da sua carreira, antecipando uma experiência “muito boa” ao lado dos melhores jogadores portugueses da atualidade, apesar de reconhecer que “é sempre uma adaptação que custa” um pouco. “Sempre trabalhei para ir o mais longe possível, mas nunca esperei. Estou muito contente e orgulhoso por estar cá. Estou cá devido ao meu trabalho e vou tentar atingir esse objetivo”, observou o avançado do Sp. Braga, em referência à possibilidade de disputar o Campeonato do Mundo, que se vai realizar no Brasil. Apesar de jogarem em clubes diferentes, Ivan Cavaleiro e Rafa chegaram juntos ao local do estágio e revelaram que são “bons amigos”, mas não encontrarão muitas caras familiares entre os restantes convocados, dos quais destaca o avançado Cristiano Ronaldo, designado melhor futebolista mundial em 2013. “Estou muito contente por trabalhar com o melhor do Mundo. Espero aprender com ele e desfrutar do momento”, disse o avançado do Benfica, que apenas tem um colega de equipa em Óbidos, o médio Ruben Amorim, tal como Rafa, que reencontrará o guardaredes bracarense Eduardo.
Avançado espera que Paulo Fonseca continue
«Mea culpa» de Jakson O avançado do FC Porto Jackson Martínez mostrou-se, ontem, solidário com Paulo Fonseca e diz não ter dúvidas quanto à continuidade do treinador na liderança da equipa técnica dos «dragões». De partida para Barcelona, onde vai representar a Colômbia no jogo de preparação com a Tunísia, o avançado foi claro quando questionado sobre se contava ver Paulo Fonseca no regresso ao Olival. “Claro que espero e penso que vai continuar no FC Porto. Não sou o presidente para tomar essas decisões, mas se o contrataram é porque entendem que é competente e tem capacidade para estar no clube, apesar da situação que a equipa atravessa”, argumentou. Jackson considera natural a contestação dos adeptos, mas lembra que o treinador não pode ser o único réu no mau momento «azul e branco». “É muito difícil para eles mas também é difícil para nós. Em Guimarães deram-nos um grande apoio e o resultado não foi bom. Há que compreender a impaciência deles mas o que se passa não é só responsabilidade do treinador, que está a tentar fazer bem o trabalho dele. As coisas não estão a sair, há que tentar fazer melhor”, finalizou o avançado colombiano.
Terรงa-feira, 4 de Marรงo de 2014
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LUCRO? MAS A QUEM PENSAM QUE ENGANAM? Para os menos atentos, o paleio na República e também por aqui (Madeira), de tanto repetido, até parece ser verdade. A síntese feita pelo Deputado do PS-Madeira, Dr. Carlos Pereira, traduz a realidade da Região Autónoma da Madeira: “(…) Estamos perante uma espécie de conspiração de estúpidos onde há uns que dizem que é André Escórcio* preciso apertar até ao tutano, porque a Região não tem dinheiro, veja-se o caso da saúde onde o caos é evidente, e há outros que ousam afirmar que temos lucro, fazendo um folclore irresponsável e uma propaganda que mascara a realidade” (...) no mesmo dia em que “se sabe que o PIB da Região cai para níveis inferiores à média europeia, mesmo tendo o contributo anómalo das actividades do Centro Internacional de Negócios”, Ventura Garcês, o secretário das Finanças, assume que “a Madeira poderia dar lucro se não fosse a dívida”. Ora, a dívida da Região Autónoma anda pelos seis mil milhões de euros, cerca de 130% do PIB. Uma dívida que não está toda a pagamento, uma vez que, segundo Carlos Pereira, haverá “2.600 milhões de euros de dívida financeira e mais 800 milhões de dívida comercial cuja amortização não está a entrar nas contas da Região”. Na prática, até 2015, desenvolve o texto publicado no DN, da autoria do jornalista Jorge de Sousa, a Região só pagará juros da dívida à República, de 1.500 milhões, relativos ao PAEF e da dívida à banca de 1.100 milhões, contraída com aval do Estado. Só a partir de 2016 e 2017 a região terá assumir a amortização destas dívidas, num total de cerca de 500 milhões de euros ao ano. “Não há lucro que suporte encargos da ordem dos 500 milhões de euros, correspondentes a 75% das receitas da Região”. Acrescentou o Deputado: os “delírios” de Ventura Garcês não são “compatíveis com os tremendos sacrifícios que os madeirenses estão a fazer para pagar a dívida de que este mesmo secretário foi cúmplice”. E o processo “Cuba Livre” continua em investigação. Lucro? Mas a quem pensam que enganam? *Professor www.comqueentao.blogspot.com
Presidente da Câmara de Caminha e o contínuo avanço do mar
“Estamos a viver uma situação inacreditável” O autarca de Caminha diz que o concelho está a viver uma situação “inacreditável” de contínuo avanço do mar, depois de a agitação marítima ter destruído ontem parte do paredão de Moledo, colocando ainda em risco um bar. “Estamos a viver uma situação inacreditável de meses muito difíceis para todos. Estamos todos boquiabertos com o que se está a passar”, afirmou o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves. A forte ondulação que se está a fazer sentir junto à costa de Moledo derrubou ontem mais de 50 metros do muro do paredão de proteção daquela praia. Uma vaga com vários metros atingiu o paredão cerca das 15h30, derrubando o muro de proteção, com várias pedras de mais de 200 quilos a serem literalmente arrancadas, obrigando popula-
res que ali se encontravam a fugirem do local. “Isto acontece pela segunda vez no espaço de um mês, derrubando novamente uma estrutura com mais de 60 anos, com a água a chegar ao parque de estacionamento e aos bares. Nunca se viu uma coisa destas, estamos todos muito emocionados com esta situação”, desabafou o autarca Miguel Alves. Para a tarde de ontem estavam previstas vagas de mais de sete metros para a zona de Moledo, tendo a Polícia Marítima vedado aquela zona, face à presença de dezenas de curiosos, muitos dos quais foram atingidos pelas várias vagas que chegam a terra. Na mesma zona, o avanço do mar continua a ameaçar um bar de praia, com o proprietário a admitir que possa ruir durante a próxima preia-mar, prevista para as 05h00 da madrugada. “O mar
levou a areia toda que estava à volta e não temos mais para colocar nos alicerces. Temo bem que durante a próxima maré leve tudo”, relatou o concessionário Júlio Barbosa. Ainda em Caminha, a duna dos Caldeirões, na freguesia de Vila Praia de Âncora - parcialmente destruída pelo mar em fevereiro -, voltou a sofrer com as marés das últimas horas. A abertura na duna já chega a cerca de 200 metros de cordão, reforçando a nova foz que o rio Âncora ali encontrou. Além da presença de elementos da proteção civil municipal, os pontos críticos do litoral de Caminha estão a ser vigiados por militares da GNR e agentes da Polícia Marítima, tendo em conta a presença de centenas de curiosos nestes locais.
Rui Machete e o conselho extraordinário na UE
Europa pode aprovar sanções à Rússia O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros revelou que os chefes de Estado e Governo da União Europeia poderão aprovar sanções à Rússia caso “não haja um desanuviamento” da situação na Ucrânia. No final de um conselho extraordinário de Negócios Estrangeiros da União Europeia, exclusivamente dedicado à questão da Ucrânia e dos últimos avanços da Rússia, o chefe da diplomacia portuguesa criticou Moscovo por violar “princípios básicos do direito internacional” ao entrar na Crimeia, uma península no sul da Ucrânia. “Este é um conselho histórico porque estivemos a analisar uma violação flagrante do direito internacional pela Rússia, já que a Rússia não respeita a soberania e o território da Ucrânia”, afirmou Machete. O ministro português referiu contudo que a União Europeia não quer ter de “quebrar a possibilidade dos contactos com a Rússia”, mas adver-
tiu que podem ser adotadas sanções caso “não haja um desanuviamento”. Rui Machete defendeu que “não devemos ser pessimistas”, mas que na cimeira de quinta-feira, os primeirosministros da União Europeia poderão mesmo aprovar medidas mais drásticas contra a Rússia: “Uma das hipóteses é essa, se não houver um desanuviamento. Isto é um processo dinâmico, que está a mexer-se quase de hora a hora”. A União Europeia convocou para quinta-feira de manhã uma cimeira extraordinária para discutir a situação na Ucrânia. O bloco europeu ameaçou também questionar as suas relações com a Rússia, caso não seja registada uma “contenção da escalada” na Ucrânia. “Na ausência de medidas para a contenção da escalada por parte da Rússia, a UE deverá decidir as consequências sobre as relações bilaterais entre a UE e a Rússia”, indicaram numa declaração
os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros. A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do Presidente Viktor Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro. Nas últimas 24 horas, segundo Kiev, aterraram na Crimeia dez helicópteros russos de combate e oito aviões de transporte de tropas, sem que a Ucrânia tenha sido avisada, como estipula o tratado bilateral sobre o estatuto da frota do Mar Negro. Moscovo elevou para 6000 soldados a sua presença na península da Crimeia, de acordo com o Ministério da Defesa da Ucrânia. A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar “o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia”.
Líder do PS fala hoje em Londres sobre “uma política alternativa”
Seguro defende solução “pacífica e diplomática” para a Ucrânia O secretário-geral do PS manifestou preocupação com a situação na Ucrânia e apelou a uma solução “pacífica e diplomática”. António José Seguro disse acompanhar a situação “com bastante preocupação, como qualquer
político responsável e cidadão atento”. O líder do PS, principal partido da oposição em Portugal, insistiu no desejo para “que se encontre uma solução pacífica e diplomática para o conflito”. O secretário-geral socialista encontra-
se em Londres, onde ontem se reuniu com o líder do partido Trabalhista, Ed Miliband, tendo agendada para hoje uma palestra na universidade London School of Economics sobre uma política “alternativa” para Portugal.