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NADA ESTÁ DECIDIDO LEONARDO JARDIM QUER UM SPORTING REALISTA EM PAÇOS DE FERREIRA

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 92

Sexta-feira, 04 de abril de 2014

AGRICULTORES DE TODO O PAÍS PROTESTAM CONTRA GOVERNO

DOURO

EM RU!NA

n A manifestação de agricultores contra a proposta de Lei dos Baldios e as novas imposições fiscais para o setor juntou cerca de cinco mil pessoas em frente à Assembleia da República, em Lisboa. “Este é um sinal das dificuldades e da determinação dos pequenos e médios agricultores em luta, para que a situação mude em favor de quem trabalha e de quem produz”, destacou João Dinis da CNA, confederação que não poupou críticas às políticas do Governo...

PORTO

Câmara espera arrecadar 2,5 ME no arrendamento e venda de prédios

104 MORTOS

Acidentes nas estradas portuguesas continuam a fazer muitas vítimas

CONSTRUÇÃO

Sindicato diz que o Governo “está a desviar verbas para tapar défice”


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

Na venda e arrendamento de terrenos e prédios

Na rua João de Barros

Motociclista não resiste a colisão com carro

Câmara do Porto espera receber 2,5 ME A Câmara do Porto espera angariar pelo menos cerca de 2,5 milhões de euros com a venda e arrendamento de terrenos e prédios, por ajuste direto e em hastas públicas, referem vários anúncios publicados no ‘site’ da autarquia. As informações da Direção Municipal de Finanças e Património indicam a venda de quatro prédios, num leilão a realizar no dia 14, e de 12 lotes de terreno “por ajuste direto”, bem como a promoção de um “arrendamento não habitacional” em hasta pública marcada para o dia 23. Somando todos os valores base indicados pela Câmara para os negócios, chega-se a um valor próximo dos 2,5 milhões de euros, sendo a maior fatia desse montante (cerca de 1,9 milhões de euros) respeita a sete lotes de terreno na rua Alfredo Ferreira Faria, situada nas proximidades da avenida Marechal Gomes da Costa. Esta é uma das vendas que a Câmara pretende fazer por ajuste direto, a par de mais cinco

PORTO. A Câmara Municipal tem publicado na sua página na internet vários anúncios relativos à venda e arrendamento de terrenos e prédios terrenos localizados nas ruas Leonardo Coimbra, Boa Viagem, S. Paulo, Cidade do Mindelo e Delfim Maia. Na hasta pública do dia 14, a autarquia espera vender quatro imóveis da União de Freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, S. Nicolau e Vitória, no centro histórico da cidade. A lista do leilão inclui um prédio de

seis pisos na rua dos Mercadores, com uma área de implantação de 56,60 metros quadrados e o valor base de licitação de 52,5 mil euros. Outro prédio, localizado na rua da Lada e travessa dos Canastreiros, vai ser posto à venda por 63 mil euros. A Câmara espera ainda leiloar, na travessa de S. Pedro de Miragaia, um T3 e um T2 por 98 mil e

72 mil euros, respetivamente. No dia 23, a Câmara conta arrendar por uma quantia não inferior a 500 euros mensais um imóvel municipal de 201 metros quadrados, situado na rua de Baixo e viela do Buraco.. O orçamento da autarquia portuense para 2014 prevê a angariação de 21,4 milhões de euros com a venda de imóveis.

Câmara de Gondomar condenada a pagar mais uma indemnização

Particular vai receber 1,5 milhões de euros A Câmara de Gondomar foi condenada pelo Tribunal da Relação do Porto a pagar mais de 1,5 milhões de euros a um particular, revelou o seu presidente, mostrando-se “preocupado” dado contabilizar “cerca de 400 processos judiciais em curso”. “Nós não conseguimos quantificar em quanto é que estes processos poderão incorrer, o que bloqueia completamente qualquer tipo de capacidade de gestão e provoca dificuldades enormes. Este é só mais um dos 400 processos em que a Câmara é réu”, esclareceu o presidente da autarquia de Gondomar. No processo agora tornado público está em causa um terreno

particular, localizado na marginal de Valbom, que foi expropriado há cerca de seis anos, no âmbito do programa Polis. “A família contestou o valor indicado pela Câmara de Gondomar, que era de 400 mil euros, e após vários recursos a autarquia foi condenada a pagar 1 milhão e 524 mil euros, ao que acrescem juros superiores a 200 mil euros”, revelou Marco Martins. O mesmo autarca disse estar “preocupado” pois esta não é a primeira “surpresa” do seu mandato – o socialista Marco Martins sucedeu ao independente Valentim Loureiro nas autárquicas de setembro – no que se refere a processos judiciais.

Segundo o atual presidente, em outubro a Câmara de Gondomar foi condenada, pelo Tribunal Arbitral, a pagar 4,8 milhões de euros num processo sobre obras no mercado da Areosa. Há cerca de um mês, continuou Marco Martins, um outro processo sobre uma operação urbanística correspondeu a uma condenação com uma verba de 10 mil euros. O edil socialista revelou, ainda, que se encontra em “fase execução fiscal contra a Câmara” um processo de “devolução de fundos sociais europeus no valor 6 milhões de euros” que data de 1999. “Apresentamos um recurso [referindo-se aos pro-

cesso de 99] mas não temos grandes esperanças. E todos estes valores bloqueiam completamente qualquer autarquia. Estas são despesas que não estão contabilizadas porque não podemos prever se a Câmara vai ou não ser condenada em quais ações e em que valores”, afirmou. Questionado sobre se irá tomar medidas no sentido de responsabilizar anteriores autarcas, Marco Martins considerou que “qualquer tentativa nesse sentido costuma ter do ponto de vista prático zero de solução”. O autarca relevou, no entanto, que está em curso uma auditoria às contas da Câmara que deverá estar pronta em “meados de maio”.

Um motociclista morreu depois de uma colisão com um carro na Rua João de Barros, no Porto, informou a PSP. O aviso foi dado ao INEM às 15h34, que foi informado do “estado grave” do motociclista e que disponibilizou uma Viatura de Emergência Médica e Reanimação (VMER), uma ambulância e uma mota para o socorro. Fonte da PSP do Porto confirmou a morte do motociclista. A vítima, um homem de 30 anos, foi assistida no local, tendo fonte do INEM relatado que à chegada das equipas de socorro o motociclista se encontrava em paragem cardiorrespiratória, uma situação “muito complicada”. Segundo a mesma fonte, apesar de ter reagido bem inicialmente às manobras de reanimação no local, o motociclista acabou por falecer no Hospital de Santo António. Na rua da Constituição

Incêndio destruiu dois carros na cave de um edifício Um incêndio na cave de um edifício da Rua da Constituição, no Porto, destruiu dois carros, informaram os Bombeiros Sapadores do Porto. O alerta para um incêndio na Rua da Constituição foi dado às 18h30, não havendo feridos a registar e tendo sido destruídos dois carros. De acordo com a informação avançada por fonte dos Bombeiros Sapadores do Porto – que contam com o apoio dos Voluntários do Porto – ao fim da tarde “ainda havia muito fumo” mas que o fogo já não apresentava perigo, estando por isso devidamente controlado. No combate às chamas estiveram envolvidos 21 bombeiros, apoiados por seis viaturas.


regiões

Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

PSP de Lisboa apreende 15 quilos de heroína em bairro de Odivelas

“Duro golpe no tráfico” Droga apreendida corresponde a cerca de 175.600 doses individuais e poderia ascender a valores na ordem de meio milhão de euros. De Aristides Sousa Medes

Cordão humano para salvar Casa do Passal

Um movimento de cidadãos está a preparar para domingo um cordão humano para “salvar da ruína” a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, que pertenceu ao antigo cônsul português Aristides de Sousa Mendes. António Gallobar, um dos impulsionadores do movimento de cidadãos que se uniu e formou nas redes sociais, considera que concretizar a recuperação da Casa do Passal é a melhor homenagem que pode ser prestada ao antigo cônsul português em Bordéus, durante a Segunda Guerra Mundial, e que resgatou 30 mil pessoas do Holocausto. António Moncada, neto de Aristides de Sousa Mendes, realçou que é urgente avançar com as obras na Casa do Passal, lamentando que “a dívida que o Estado tem” com o seu avô esteja a arrastar-se por tanto tempo.

A PSP anunciou, ontem, a apreensão de 15 quilos de heroína e a detenção de quatro pessoas, suspeitas de pertencerem a uma rede de tráfico de droga que operava na área metropolitana de Lisboa. O anúncio foi feito no Comando Metropolitano de Lisboa pelo subcomissário da PSP Sérgio Soares que referiu que com esta apreensão e com as detenções efetuadas foi dado “um duro golpe no tráfico de heroína”. Sérgio Soares explicou que os cerca de 15 quilos de heroína apreendidos estavam escondidos no interior de uma viatura intercetada na terçafeira no bairro da Serra da Luz, con-

Lisboa. Subcomissário da PSP diz que com esta apreensão e com as detenções efetuadas foi dado “um duro golpe no tráfico de heroína”

celho de Odivelas. Em comunicado, a PSP refere que a droga apreendida corresponde a cerca de 175.600 doses individuais e na possibilidade de ser adulterado e colocado no mercado poderia ascender a valores na ordem de meio milhão de euros. O responsável referiu que esta operação policial resultou de uma investigação, que dura já há seis meses, no âmbito da qual foram realizadas várias buscas domiciliárias nos concelhos de Loures, Odivelas e Amadora. No entanto, Sérgio Soares ressalvou que a investigação a esta rede vai continuar a decorrer. Entretanto, desta operação resultou, além da droga, a apreensão de 970 euros, três viaturas e 10 telemóveis, assim como a detenção de quatro pessoas. Os detidos, três homens e uma mulher, têm idades entre os 28 e os 58 anos e são suspeitos de pertencer a uma rede de tráfico de estupefacientes que abastecia vários concelhos da área metropolitana de Lisboa. Todos têm antecedentes criminais.

Mineiros da Panasqueira em greve

Adesão de 90%

Antigo catequista confessa abuso de menores

Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, Covilhã estão em greve, até ao dia de hoje, para reivindicarem aumentos de salários, tendo a adesão ao turno da manhã de ontem ultrapassado os 90%, disse o dirigente sindical José Maria Isidoro. Esta é a segunda jornada de luta que os mineiros da Panasqueira cumprem este ano, depois de também já

terem paralisado os trabalhos na mina no dia 10 de março. “Iniciámos este processo de reivindicação pela melhoria das condições de trabalho e pelo aumento dos salários, e só sairemos dele quando os interesses dos trabalhadores estiverem salvaguardados”, disse. De acordo com José Maria Isidoro, o sindicato apresentou um caderno reivindicativo que apon-

Câmara de Faro intervém na Rio Formosa

Um antigo catequista da freguesia de Aveiras de Baixo, concelho de Azambuja, acusado de 14 crimes de abuso sexual de quatro crianças, com idades entre os oito e 11 anos, confessou ao tribunal os factos. O julgamento começou, ontem, no Tribunal do Cartaxo à porta fechada, mas fonte judicial adiantou que o arguido “fez uma confissão total” dos factos que lhe estão imputados. À saída do tribunal, o advogado do arguido explicou que o caso está a ser julgado à porta fechada para “salvaguardar a privacidade e a autonomia sexual das vítimas” - que já foram inquiridas para memória futura. Segundo o despacho de acusação, o arguido, hoje com 29 anos, “aproveitou a circunstância de ter sido catequista na capela de Casais da Lagoa e monitor na colónia de férias da paróquia de Aveiras de Cima” para “manter com os menores uma relação de amizade estreita, e estes confiarem nele, para mais facilmente levar a bom termo os seus propósitos”.

Mais de seis toneladas de lixo recolhidas Mais de seis toneladas de lixo, entre frigoríficos, bicicletas, motores ou plásticos, foram recolhidas na iniciativa ambiental “Limpar a Ria”, realizada em cinco locais da Ria Formosa. Miguel Pelica, da Câmara de Faro, considerou, ontem, “positivo” o balanço da iniciativa realizada na semana passada, porque “além do lixo retirado da ria”, teve também as mais-valias “da participação de alunos das escolas como voluntários e da educação ambiental”, realizada no âmbito programa Bandeira Azul. A iniciativa vai na nona edição e é já, segundo Miguel Pelica, uma das principais ações de educação ambiental organizadas pela Câmara de Faro.

ta um aumento de 55 euros aos ordenados-base, mas a empresa Sojitz Beralt, concessionária da exploração de volfrâmio, recusou avançar para a negociação por os trabalhadores não aceitarem alteração ao horário de trabalho. A empresa pretende que os trabalhadores passem a cumprir 10 horas de trabalho diário seguidas, em vez das oito horas atuais.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

Manifestação de agricultores superou expectativas

PSD insiste na mensagem

“Mais fome e mais miséria” A manifestação de agricultores contra a proposta de Lei dos Baldios e as novas imposições fiscais para o setor juntou cerca de cinco mil pessoas em frente à Assembleia da República, em Lisboa. “Esta manifestação excedeu largamente as expectativas”, disse João Dinis, da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), referindo que o protesto contou com “agricultores e amigos do mundo rural”. De acordo com o mesmo dirigente, este é “um sinal das dificuldades e da determinação dos pequenos e médios agricultores em luta, para que a situação mude em favor de quem trabalha e de quem produz”. João Dinis referiu também que os manifestantes, agricultores de todo o país – só do norte vieram 24 autocarros – reunidos ontem na capital, reivindicam a “anulação das imposições e o direito dos povos e dos compartes a permanecerem legítimos donos dos terrenos baldios”. Os participantes na manifestação começaram por concentrar-se no Príncipe Real, onde já se ouviu palavras de ordem e se viu cartazes com frases como “mais fome, mais

ASSUNÇÃO CRISTAS. Agricultores de todo o país juntaram-se em Lisboa para protestar contra as políticas do Governo e não pouparam a ministra miséria”, seguindo depois para o parlamento. Segundo a CNA, as novas imposições fiscais a pequenos e médios agricultores vão levar à ruína dezenas de milhares de explorações agrícolas e, por consequência, à desertificação do interior. O novo regime obriga à inscrição de todos os agricultores com atividade comercial, ficando isentos de IVA os que têm um volume de negócios anual inferior a 10 mil euros. Os agricultores com atividade comercial vão ser obrigados a de-

clarar o início de atividade e têm de passar fatura de todas as transações comerciais, além de pagarem uma prestação mensal para a Segurança Social. Sob as críticas do setor está também a “tentativa de roubo dos baldios aos povos” através da nova Lei dos Baldios – a CNA critica sobretudo o alargamento do conceito e dos “direitos de comparte para o domínio de toda uma freguesia, independentemente de uma ou mais povoações da mesma freguesia confinarem ou não com a área do baldio”.

No seu entender, esta revisão levará a que os baldios passem para um regime fiscal que “fere o conceito da propriedade comunitária e abre as portas para a alienação e privatização de áreas baldias”, trazendo “conflitualidade ao meio rural”. Os agricultores do norte vieram em peso e chamaram a atenção para o que se está a passar no Douro, “com centenas de famílias a cair em ruína e desgraça”, face aos novos impostos que afetam o setor da produção de vinho, ou seja, limitam cada vez mais os pequenos vinilcultores.

PCP já entregou projeto de resolução na Assembleia da República

Renegociação da dívida em debate O PCP entregou hoje um projeto de resolução na Assembleia da República a propor a “renegociação da dívida pública”, tendo o debate potestativo ficado agendado para 16 de abril. Sublinhando que o pioneirismo do PCP – que há três anos defende a renegociação da dívida –, o líder do grupo parlamentar comunista, João Oliveira, recusou em conferência de imprensa a ideia de que o partido advogue o não pagamento. “Longe disso. Aquilo que dizemos é que devemos pagar em condições que não prejudiquem o desenvolvimento e crescimento do país. A renegociação da dívida impõe-se por isso mesmo. Pagar nas condições

em que estamos hoje significa arruinar o país, recusar o pagamento dos compromissos assumidos pelo Estado não é coisa de gente séria”, disse o deputado comunista. O responsável do PCP aproveitou ainda para afirmar que a iniciativa não é contra nem a favor de alguém quando questionado sobre a coincidência com o denominado “Manifesto dos 70”, transformado em petição pública e que já ultrapassou largamente as 4.000 assinaturas necessárias para ter apreciação parlamentar. “Aquilo que nós entendemos é que o processo de renegociação tem de ser assumido, mas em condições de garantir que, pagando esses compromissos, ainda assim estamos

em condições de garantir desenvolvimento e crescimento”, vincou. João Oliveira especificou ainda que o processo “deve ter como uma das preocupações a proteção de alguns dos detentores da dívida pública portuguesa, alguns credores: pequenos aforradores, o setor público, administrativo e empresarial do Estado, assim como os setores cooperativo e mutualista”. “O PCP não propõe esta proposta contra ninguém nem para se distanciar de ninguém. Apresentamo-la dando-lhe a relevância e o destaque que a renegociação deve merecer porque a gravidade da situação nacional torna-a ainda mais evidente”, afirmou.

Há dois dias, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, tinha afirmado que o partido “rosa” também iria propor iniciativa semelhante por ocasião da chegada ao Parlamento da referida petição, originada por 74 personalidades de todos os campos da sociedade portuguesa, de vários quadrantes políticos, incluindo militares. “O reconhecimento cada vez mais alargado dessa necessidade de renegociação é a demonstração de que o caminho que temos seguido até aqui é insustentável e não permitirá resolver os problemas do país”, continuou João Oliveira, lembrando ter sido o PCP a avançar com a ideia em 05 de abril de 2011.

“PS é o único partido com agenda escondida”

Luís Menezes, vice-presidente da bancada do PSD, acusou ontem o PS de ser o “único partido” em Portugal com uma “agenda escondida”, instando o partido a revelar como pretende cumprir as metas orçamentais para 2015. “Vamos repetir até à exaustão esta mensagem: não há nenhuma agenda escondida da parte do Governo. O único partido em Portugal que tem uma agenda escondida é o PS, que ainda não teve a coragem de dar nenhuma proposta ao país e aos portugueses para explicar como pretende cumprir o tratado orçamental e as metas do défice para o próximo ano”, declarou Menezes em declarações aos jornalistas no parlamento. “Que propostas concretas tem o PS para apresentar aos portugueses relativamente às metas do défice de 2015 ?”, interrogou o social-democrata, que reclama “clareza” e “transparência” da parte dos socialistas. A presidente do PS, Maria de Belém, havia afirmado antes que o Governo da maioria PSD/CDS-PP tem recorrido a “iscos”, como a eventual baixa do IRS em 2015, como parte da sua “agenda eleitoral” para camuflar os próximos cortes. “Essa questão está a ocupar a agenda neste momento, a ocupar a agenda do Governo, que é uma agenda eleitoral. Isto é aquilo que o Governo sistematicamente atira para a opinião pública no sentido de tentar distrair as atenções em relação aos principais problemas do país”, afirmou a responsável socialista, na sede lisboeta. A deputada do PS disse ainda que “a comunicação social tem obrigação de ver porque são feitas determinadas afirmações, se lançam determinados iscos”. Luís Menezes criticou Maria de Belém pelas referências à comunicação social, declarando que o PSD não tem a “veleidade” de ensinar aos media “como devem fazer o trabalho que fazem no dia-adia”. “Achamos lamentável que o PS venha dizer à comunicação social como fazer o seu trabalho neste período de précampanha eleitoral”, concluiu o deputado laranja.


Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro | 5

BCE mantém taxas de juro inalteradas em níveis baixos históricos

Sem mudanças Reprivatização do EGF

Governo aprova caderno de encargos

O Conselho de Ministros aprovou, ontem, o caderno de encargos do concurso público de reprivatização da Empresa Geral de Fomento (EGF). O Governo decidiu que vão ser alienadas 100% das ações da EGF, “estando reservadas 5% para os trabalhadores e os concorrentes apresentarão propostas para 95% do total das ações”, explicou o ministro do Ambiente. Jorge Moreira da Silva disse ainda que esta reprivatização “justifica-se por razões de natureza financeira, conceptual e no âmbito de uma verdadeira reforma do Estado”.

Dia positivo na Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a subir

O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, encerrou, ontem, a sessão a subir 0,44% para 7.714,17 pontos. Das 20 cotadas no índice de referência português, oito subiram, 10 caíram e duas mantiveram-se inalteradas, o Banif e a Sonae, nos 0,123 euros e 1,41 euros, respetivamente, com o PSI 20 a registar um comportamento idêntico ao da generalidade das principais praças europeias. O BES teve o maior ganho do dia, subindo 2,6% para 1,458 euros, seguido pelo BPI e pela Portugal Telecom, que valorizaram, respetivamente, 2,11% e 1,6%.

“O meu maior medo é que a economia entre numa estagnação prolongada em comparação com o nosso cenário base”, disse Draghi. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, admitiu, ontem, que o maior receio que tem em termos económicos é de que a atividade económica na zona euro entre numa estagnação prolongada e com elevadas taxas de desemprego. “O meu maior medo” é que a economia entre numa “estagnação prolongada em comparação com o nosso cenário base” e com desemprego muito elevado, afirmou o líder do BCE na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Governadores, onde o banco manteve as suas principais taxas de juro inalteradas. Antes disso, na comunicação inicial, Mario Draghi já havia reafirmado o seu compromisso de agir rapidamente e de forma firme se for necessário apoiar, através da política monetária, a atividade económica da zona euro. “Estamos decididos na nossa determinação para manter um elevado grau de política acomodatícia e para agir rapidamente se necessário”, sublinhou o líder do BCE, adiantando que não exclui a possibilidade de aliviar ainda mais

Crise. BCE mantém taxas de juro diretoras inalteradas, depois de em novembro ter decidido cortar para um mínimo histórico de 0,25% a política monetária e reafirmando que as taxas de juro se manterão ao atual nível ou a um nível inferior por um longo período de tempo. O presidente do BCE sublinhou ainda que os riscos para a atividade económica são de sentido negativo e que os desenvolvimentos nos mercados financeiros e nas economias emergentes, tal como os riscos geopolíticos, podem ter “o potencial de afetar negativamente as condições económicas”. Para além disso, prosseguiu Mario Draghi, outros riscos negativos são uma procura

interna abaixo do esperado e uma implementação insuficiente das reformas estruturais na área do euro. O BCE decidiu manter as taxas de juro diretoras inalteradas, depois de em novembro ter decidido cortar os juros das principais operações de refinanciamento para um mínimo histórico de 0,25%. O Conselho de Governadores decidiu ainda manter em 0,75% a taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez, através da qual empresta dinheiro aos bancos a um dia. A zona euro só voltará a um cresci-

mento sustentável se tiver um sistema bancário saudável, afirmou, também, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), considerando que a banca é mais importante na Europa do que noutras economias. O presidente do BCE destacou que os testes de ‘stress’ a ser feitos aos bancos europeus “são cruciais para restaurar a confiança” no sistema bancário da zona euro, considerando que, após essa avaliação, a zona euro “vai ter um sistema bancário mais forte” do que o anunciado.

IGCP quer colocar entre 500 a 700 milhões de euros

Mais dois leilões de dívida até ao mês de junho O IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, pretende realizar até dois leilões de dívida até junho deste ano, esperando colocar no mercado entre 500 a 750 milhões de euros em cada emissão. De acordo com uma nota, ontem, divulgada, o instituto liderado por João Moreira Rato “prevê a realização de um a dois leilões de obrigações do tesouro (OT) durante o segundo trimestre de 2014, sendo esperadas colocações de 500 a 750 milhões de euros por leilão”. Os leilões poderão ser realizados na segunda ou na quar-

Portugal. IGCP pretende realizar até dois leilões de dívida até junho deste ano

ta quarta-feira de cada mês, após o anúncio do montante indicativo de linhas de obrigações do tesouro a reabrir. O IGCP anunciou ainda o calendário de leilões de bilhetes do tesouro (BT) do segundo trimestre do ano, estando previstos três leilões, com os quais podem ser angariados, no máximo, 3.750 milhões de euros. Para 16 de abril, o primeiro leilão a decorrer, está prevista a reabertura de uma linha de BT a nove meses e o lançamento de uma nova linha a 12 meses, num total de 1.000 a 1.250 milhões de euros. Com o mesmo

valor indicativo, o segundo leilão será a 21 de maio, dia em que o IGCP deverá reabrir uma linha com maturidade a três meses e lançar uma outra, a 12 meses. Finalmente, a 18 de junho, será reaberta uma linha de BT a três meses e lançada uma outra, a 12 meses, ascendendo as duas linhas de BT a um montante entre os 1.000 e os 1.250 milhões de euros. O IGCP refere, no entanto, que vai acompanhar “ativamente” a evolução das condições do mercado, “podendo introduzir ajustamentos” a este calendário.


futebol

6 | O Norte Desportivo

Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

Leonardo Jardim defende que nada está garantido na classificação

“Todos os jogos têm a mesma importância” Sporting é o primeiro dos três «grandes» a entrar em campo na 26.ª jornada, com uma visita ao ainda aflito P. Ferreira, amanhã. O Benfica recebe, na segundafeira, o Rio Ave, no início de um mês de grandes decisões para a equipa «encarnada», muito próxima de conquistar o seu 33.º título de campeã. A I Liga aproximase do seu final e este mês poderá consagrar as «águias», que precisam de oito pontos (o equivalente praticamente a três vitórias) quando estão ainda 15 em disputa. Num momento em que tem mais sete pontos do que o rival Sporting e vantagem no confronto direto, bastará ao Benfica vencer três jogos, isto partindo sempre do princípio que os «leões» venceriam nas últimas cinco jornadas. Quando pisar o relvado da Luz, a equipa saberá há muito o resultado do concorrente Sporting, que entra em campo na 26.ª jornada dois dias antes, amanhã, com uma visita ao ainda aflito Paços de Ferreira (14.º classificado). Os «leões» não atiram a toalha ao chão: esperam deslizes do rival, o que lhes dá uma pequena expectativa no título, e defendem o segundo lugar, de acesso direto à Liga dos Campeões, com mais oito pontos do que o FC Porto (3.º classificado), que recebe no domingo a Académica. “Nada está garantido”

“Estar com pontos de vantagem é positivo, mas nada está garantido, pois ainda existem 15 pontos em disputa. Está cada vez mais difícil ganhar, por isso o Sporting tem que entender este jogo como importante na estabilidade pelo segundo lugar e fazer tudo o possível para trazer mais três pontos”, disse, ontem, o treinador do Sporting, Leonardo Jardim. O técnico dos «leões» disse ainda que o Paços de Ferreira está melhor com a chegada do técnico Jorge Costa e tem conseguido bons resultados. “O Paços de Ferreira é

uma equipa difícil de transpor, em especial no seu reduto. Está melhor, utiliza dois jogadores na frente com velocidade e na transição causa muitas dificuldades. Na Mata Real o Sporting só ganhou uma vez nos últimos cinco anos”, alertou. Leonardo Jardim defendeu que o jogo de amanhã é “importante” para as aspirações da equipa, salientado que o Sporting tem que contornar as dificuldades para conseguir o objetivo de conquistar os três pontos em disputa. Em relação ao que falta de campeonato, Leonardo Jardim quer a equipa focada jogo a jogo, afirmando que nem sempre os jogos teoricamente mais difíceis são os mais importantes. “Trabalhamos de uma forma que todos os jogos têm a mesma importância. A visita a Braga era difícil e fizemos três pontos, depois empatamos em casa com a Académica. Por isso não podemos preparar os jogos assim, temos que entender que todos são diferentes e temos que estar no limite”, disse. Honestidade intelectual

Liga. “Estar com pontos de vantagem é positivo, mas nada está garantido, pois ainda existem 15 pontos em disputa”, defendeu o técnico do Sporting

Adeus de Nuno Gomes

“Vou sempre sentir a falta do futebol”

O antigo internacional português Nuno Gomes assumiu, ontem, que vai sempre sentir falta de jogar futebol, depois de ter sido designado assessor do presidente do Benfica para a área internacional. “O futebol foi a minha vida e eu vou sempre sentir a falta. É uma pena que não poder jogar para sempre, mas chegou a altura de pensar em fazer

algo mais”, afirmou o antigo avançado de Boavista, Benfica, Fiorentina, Sporting de Braga e Blackburn Rovers, em declarações ao site da FIFA. Nuno Gomes atribuiu a sua rápida afirmação no futebol, com a oportunidade de se estrear aos 18 anos na equipa principal do Boavista. “Quando começas muito novo, amadureces rapidamente, apesar de perderes várias coisas que te divertem e também te fazem crescer”, referiu o agora assessor de Luís Filipe Vieira, de 37 anos.

O treinador madeirense evitou comentar todas as questões polémicas da semana, como as palavras de Jorge Jesus, treinador do Benfica, bem como a troca de campo no jogo que vai envolver o seu rival com o Arouca e que se vai disputar em Aveiro. “Se é permitido por lei, se a Federação o permitiu, quem sou eu para estar a opinar”, frisou. O técnico recusou comentar a situação do brasileiro Elias e a decisão sobre a Taça da Liga que confirma o FC Porto na prova, afirmando que “decidiu quem tem o poder de decidir”. Sobre a arbitragem, Leonardo Jardim referiu que é preciso fazer uma análise da época e recorreu ao último jogo, com o Vitória de Guimarães, para explicar que o árbitro errou para os dois lados, mas não teve influência no resultado. “As pessoas têm que ser honestas intelectualmente para fazer uma análise da época e perceber se o Sporting fez pressão sobre a arbitragem. O árbitro errou no último jogo a favor do Sporting e contra. Influenciou o resultado? Tem que haver honestidade. O árbitro errou, mas não teve influência”, defendeu.

Schumacher não está em estado vegetativo

“Sinais animadores” O alemão Michael Schumacher, ex-piloto de Fórmula 1, não se encontra em estado vegetativo, afirmou a portavoz da família, Sabine Kehm, em declarações, ontem, divulgados pelo jornal Bild. “Só posso afirmar novamente que há sinais animadores”, frisou a representante do piloto sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, que desde 29 de dezembro do ano passado se encontra em coma induzido, após ter sofrido um acidente de esqui na estância de Méribel, nos alpes franceses. Kehm ainda refutou que a mulher do piloto teria mandado construir uma sala com equipamento médico na sua mansão, na Suíça, acrescentando que estas notícias “são absolutamente falsas”. Recorde-se que, recentemente, Gary Harstein, antigo médico da Fórmula, admitiu esperar o pior no que toca ao estado de Michael Schumacher. “Os pacientes que estão em estado vegetativo permanente têm expectativa de vida que pode variar de meses a alguns anos. Isso depende das condições físicas [extraordinárias no caso de Michael, é claro], e da qualidade dos cuidados de enfermagem, entre outros fatores imponderáveis. Geralmente morrem de infeções respiratórias ou urinárias. Sobrevivências mais longas já foram relatadas, mas são excecionais”, declarou.


Sexta-feira, 4 de Abril de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 7

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CÂMARA DE PENAFIEL DECIDE

Mais apoios para a ação social A Câmara Municipal de Penafiel decidiu aumentar em 25% o apoio às associações do concelho ligadas à ação social, de forma a atenuar os efeitos da crise. Segundo o presidente Antonino Sousa, este esforço acrescido da autarquia “procura corresponder e reconhecer o trabalho, cada vez maior, que as instituições de solidariedade são chamadas a desenvolver para acorrerem às dificuldades que decorrem da crise económica”. Para o município, o empenho destas instituições tem sido importante para atenuar o impacto social do desemprego no concelho. Além daquelas associações da designada Rede Social, também outras entidades ligadas à cultura, desporto e recreio, vão ser apoiadas pela edilidade, mas num montante idêntico ao do ano passado. De acordo com Antonino Sousa, esta atitude também traduz um esforço financeiro da câmara, sobretudo porque viu diminuídas as transferência da Administração Central. Ao todo, a autarquia vai afetar cerca de 200 mil euros para os subsídios às associações do concelho. “Vamos continuar ao lado das nossas associações. Sabemos bem que o associativismo desempenha cada vez mais um papel fulcral na dinamização de várias atividades, na preservação das nossas tradições e também no reforço dos laços comunitários”, comentou o autarca.

INVERTEU A QUEBRA DESDE 2006

Consumo interno de cerveja aumentou O consumo interno de cerveja inverteu em 2013 a quebra registada desde 2006, com um “leve crescimento” de 0,2% em volume, mas a associação dos produtores faz depender o relançamento do setor da reposição do IVA na restauração nos 13%. Em declarações, à margem da conferência de imprensa para balanço anual de resultados do setor, o presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV) considerou “boas notícias” a subida do consumo interno para 4.937 milhares de hectolitros no ano passado, mas afirmou-se apenas “prudentemente otimista”. “Se é verdade que, pela primeira vez desde 2006, voltámos a ter um crescimento dos volumes de cerveja em Portugal, isso deveu-se exclusivamente ao crescimento no canal alimentar, na grande distribuição. No canal da restauração voltámos a verificar, em 2013, uma queda do consumo em Portugal, o que nos preocupa, porque segue-se a quedas já muito importantes em 2011 e 2012”, afirmou João Abecasis. Segundo o presidente da APCV, “se em 2011 o setor da restauração foi penalizado pelo início da crise mais profunda, com a entrada de Portugal em sistema de ajuda financeira internacional, em 2012 foi muito afetado pelo aumento do IVA de 13 para 23%, com o encerramento de muitos pontos de venda, e em 2013 volta a verificar-se o mesmo”.

Sindicato da Construção de Portugal acusa Governo

“Está a desviar verba para tapar défice” O Sindicato da Construção de Portugal acusa o Governo de desviar “para tapar o défice” verbas que deveriam ser usadas na campanha de 2014 para prevenção de acidentes de trabalho no setor, responsabilizando-o pelo eventual aumento da sinistralidade. Albano Ribeiro, presidente do sindicato, disse aguardar desde dezembro a resposta à candidatura apresentada no âmbito da campanha 2014 para a segurança no setor da construção, que prevê um investimento global de 35 mil euros, 15 mil dos quais assegurados pelo sindicato e os restantes 20 mil solicitados ao Estado. Em causa está a elaboração de 90 mil prospetos de promoção da segurança no trabalho que o sindicato irá distribuir ao longo do ano por estaleiros de obras de todo o país. “Há cerca de 15 anos que nos têm apoiado e este ano, tendo em conta a austeridade, só pedimos 20 mil euros para fazer os prospetos a distribuir em ações pedagógicas, mas é o sindicato que está a suportar a campanha”, afirmou Albano Ribeiro.

Salientando que o dinheiro para custear estas campanhas provém da taxa social única, que, na fileira da construção, representa descontos de “mais de 500 milhões de euros por mês” por parte dos trabalhadores, o dirigente sindical acusa o Governo de estar a desviar essa verba “para tapar o défice, tal como fez com os 200 milhões de euros dos túneis do Marão”. “O Governo quer voltar ao início dos anos 90, em que morriam mais de 200 trabalhadores por ano, quando em 2013 passamos para 33 mortes”, acusou o sindicato, alertando que a prevista dinamização das pequenas obras de reabilitação urbana “pode contribuir para o aumento dos acidentes de trabalho”. “Responsabilizamos o Governo se isso acontecer”, sustentou Albano Ribeiro, afirmando ter já pedido, “há cerca de dois meses”, audiências ao secretário de Estado e ao ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Mota Soares, sem que tenha até agora obtido qualquer resposta. “O inspetor-geral do Trabalho disse-

nos que está de acordo com a campanha, mas que não tem dinheiro para a apoiar”, referiu o sindicalista, acrescentando que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) se debate com falta de verbas “até para o seu funcionamento normal”: “Há meses em que até o dinheiro para os salários está em risco e não tem dinheiro para intervir em algumas localidades do país porque os carros estão avariados e não há dinheiro para os arranjar”, afirmou. A contrastar com a atitude do ministro Mota Soares, Albano Ribeiro diz estar a do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, que “sempre apoiou” as iniciativas do sindicato para sensibilização dos trabalhadores para uma emigração em segurança. Este ano, disse ainda o dirigente sindical, a secretaria de Estado das Comunidades disponibilizou os 10 mil euros pedidos para fabrico de 200 telas atualmente em colocação “em todo o país” e para impressão de milhares de prospetos alertando para os cuidados a ter antes de emigrar.

Van Rompuy destaca lema da IV Cimeira UE-África

“Investir nas pessoas, na prosperidade e na paz” O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, considerou que a IV Cimeira UE-África, que decorreu entre quarta-feira e ontem em Bruxelas, mostrou a “vitalidade” desta parceria, cada vez mais “entre iguais”. Na conferência de imprensa final após o encerramento dos trabalhos, Van Rompuy disse que essa vitalidade ficou demonstrada pela riqueza do diálogo mantido ao longo dos dois dias, como como pelo “elevado nível de participação” na cimeira, o maior evento alguma vez organizado nas instituições europeias, que juntou chefes de Estado e de Governo de 40 países africanos e 21 Estados-membros da UE, além de líderes de instituições europeias, africa-

nas e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Referindo-se ao lema da IV Cimeira – “Investir nas pessoas, na prosperidade e na paz” –, o presidente do Conselho considerou que foi possível passar em revista os progressos feitos ao longo dos últimos anos, mas sobretudo projetar iniciativas futuras, nos mais diversos domínios. No campo económico, sublinhou as discussões sobre como “promover investimento recíproco” entre os continentes, o papel das Pequenas e Médias Empresas, acesso ao crédito, combate à corrupção e a boa governação, tendo comentando que se está perante uma grande mudança, “from aid to trade”, ou

seja, “de ajuda ao comércio”. Apontando que foi, no entanto, o investimento nas pessoas que foi “o fio condutor de todas as reflexões da cimeira”, sublinhou o consenso em torno da necessidade de promover a defesa dos direitos humanos, incluindo das minorias, e de desenvolver competências para desbloquear todo o potencial do capital humano, e anunciou que foi estabelecido um plano de ação de cinco pontos a nível de política de imigração, “para evitar tragédias como as de Lampedusa”. Portugal esteve representado na cimeira pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que regressou ontem de manhã a Lisboa para participar no Conselho de Ministros.

Menos 23 do que em igual período de 2013

Acidentes já fizeram 104 mortos Os acidentes nas estradas portuguesas provocaram 104 mortos desde o início do ano, menos 23 do que em igual período de 2013, indicou ontem a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Segundo a ANSR, que reúne dados da PSP e da GNR, entre 01 de janeiro e 31 de março, registaram-se 28 374 acidentes que provocaram 104 mortos. A ANSR adianta que nos três primeiros meses do ano ocorreram menos sete acidentes do que no mesmo

período de 2013, quando se registaram 28 381 desastres, que envolveram, pelo menos, um veículo em movimento e da qual resultaram vítimas ou danos materiais. Os distritos com maior número de vítimas mortais são o Porto, com 12, seguido de Lisboa e Setúbal, onde 10 pessoas morreram, em cada um, devido aos acidentes rodoviários. Já os distritos com menos mortos, entre janeiro e março, foram Portalegre (um), Beja, Guarda e Vila Real (dois). No entanto,

os feridos graves aumentaram 6,3 por cento, tendo os acidentes rodoviários provocado ferimentos graves em 416 pessoas, mais 25 do que nos três primeiros meses de 2013, segundo a ANSR. A Segurança Rodoviária indica ainda que, este ano, 7704 pessoas sofreram ferimentos ligeiros, contra os 8086 de 2013. Os dados da ANSR dizem respeito ao número de mortos cujo óbito ocorreu no local do acidente ou durante o transporte para o hospital.


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