06 08 2014

Page 1

REVOLUÇÃO ESPANHOLA FAZ HOJE TRÊS MESES QUE LOPETEGUI ASSINOU PELO FC PORTO

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 180

Quarta-feira, 06 de agosto de 2014

BLOCO DESAFIA PRIMEIRO-MINISTRO A ESTAR AMANHÃ NO PARLAMENTO

DAR A CARA n João Semedo desafiou o primeiro-ministro a interromper as suas férias e a deslocar-se amanhã à Assembleia da República, onde estará também Carlos Costa, para explicar a solução encontrada para o Banco Espírito Santo (BES), destacando que esta “põe em risco as finanças públicas e o dinheiro dos contribuintes”. O coordenador do Bloco de Esquerda pede assim a Passos Coelho para “dar a cara por esta solução” e para não se esconder atrás da ministra das Finanças...

GAIA

Tribunal concede visto para as obras do novo edifício do Centro Hospitalar

NOVO BANCO

Paulo Portas defende que “nacionalizar o BES seria uma tragédia”

ACIDENTES

Número de vítimas mortais na estrada decresceu 11,3%


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

Novo edifício do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho

Obras arrancam já este mês O Tribunal de Contas (TdC) já concedeu o visto à empreitada das obras de construção do novo edifício do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho que arrancam “já durante o mês de agosto”, anunciou a administração. “O Tribunal de Contas concedeu, hoje, visto ao contrato de empreitada, celebrado entre o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho, E.P.E e o Consórcio Edinorte – Anorte”, revelou a administração do hospital que a 23 de julho viu aprovada a candidatura a fundos comunitários para a construção de um novo edifício. Perante o visto do tribunal, o hospital garante que as obras, comparticipadas pelo Programa Operacional da Região Norte (ON2), no valor de sete milhões de euros, atribuídos pela CCDR-N, começam “já durante o mês de agosto” Em comunicado, a administração do centro hospitalar explica que o projeto de reabilitação daquela unidade “está dividido em três fases, perfeitamente autonomizáveis, e concebidas de modo a não condicionarem o [seu] nor-

GAIA. Perante o visto do Tribunal de Contas, o hospital garante que as obras, no valor de sete milhões de euros, começam “já durante o mês de agosto” mal funcionamento”. A primeira fase “permitirá a construção de um novo edifício que através do seu sistema de circulação (acessos verticais, horizontais e passadiços/ túneis) ligará os edifícios circundantes, já existentes, correspondendo às legítimas expectativas dos doentes e profissionais do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E”, explica o documento. Para a administração “esta obra permitirá um maior conforto e segurança dos doentes, com ganhos de eficiência do ponto de vista organizacional”.

O valor global do projeto de reabilitação está orçado em cerca de 37 milhões de euros, sendo a fase inicial de 12,8 milhões de euros. No final de julho, o presidente da Câmara de Gaia explicou que “em março de 2014 o conselho de administração do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho apresentou uma candidatura ao ‘overbooking’ do Quadro Comunitário de Apoio (ON2) para obras de manutenção e construção de um novo edifício de ligação entre o pavilhão central e o ambulatório”. Vítor Rodrigues lembrou então ser a favor da construção de um novo hospital pelo

que espera que esta seja a “primeira fase de um processo modular”. No mesmo dia, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho declarou ser “essencial e determinante” a obra daquela unidade. Sobre notícias de um anterior chumbo do TdC ao projeto Silvério Cordeiro assinalou: “Verdadeiramente não há um chumbo do Tribunal de Contas relativamente à decisão proferida em janeiro, respeitante ao contrato do projeto de execução, na medida em que essa decisão foi objeto de recurso”.

CDU exige à Câmara “arruamento de cem metros”

Centro Social de Aldoar em causa A CDU exigiu ontem que a Câmara do Porto encontre uma solução para construir um “arruamento de cem metros” que está impedir a abertura do Centro Social de Aldoar, com capacidade para mais de 100 idosos. Numa visita ao equipamento que vai criar “20 postos de trabalho”, Pedro Carvalho, vereador da CDU na autarquia, exigiu que o município “encontre uma solução” para, em novembro, o centro social estar “a funcionar”. “Ao que parece, houve um erro de projeto. A Câmara está a fazer novos concursos, a vereadora mobilidade já terá dito que a obra fica pronta em abril mas isso não é aceitável. Até novembro tem

de ser encontrada uma solução, até porque é uma data simbólica para Aldoar pela questão do São Martinho”, afirmou. Com capacidade para acolher 50 idosos acamados e 60 no centro de dia, o “equipamento essencial” cujas obras ficaram concluídas “em dezembro” não está a funcionar por causa de um arruamento”, lamenta o vereador. “Dizem que há problemas de cotas, que há revisões que tem de ser feitas. Se não consegue conseguir construir o arruamento porque houve deficiência no projeto inicial, vai ter de encontrar uma solução”, acrescentou. Alertando para a “carência que a cidade tem deste tipo de equipa-

mentos”, Pedro Carvalho indicou que o centro social foi construído com fundos comunitários e 1,5 milhões de euros de “um grande contributo da comunidade”. O comunista sustenta ainda que o impasse está a colocar em causa “acordos com a segurança social”. Pedro Carvalho não quis detalhar quais as soluções que a autarquia podia encontrar, mas lembrou que, quando o centro de saúde de Aldoar ficou pronto, “também se fizeram aterros provisórios até estarem concluídos os arruamentos definitivos”. “Isto, claro, sem colocar em causa segurança das pessoas e relação com a segurança social”, concluiu.

Greve dos enfermeiros do IPO

Adesão de 100 por cento

A greve dos enfermeiros do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto registou uma adesão de 100% no internamento, segundo fonte sindical, refletindo o “descontentamento” gerado pela “grave carência” destes profissionais e consequente “sobrecarga” de horários. “Esta greve é o reflexo do descontentamento dos enfermeiros – não só do IPO, porque esta situação vive-se nos hospitais da região do Porto e em todo o país – quanto à grave carência de enfermeiros existente nos serviços hospitalares”, afirmou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Fátima Monteiro, em declarações aos jornalistas durante uma concentração de profissionais junto ao IPO. Segundo a dirigente do SEP, “a falta de profissionais é particularmente sentida nos internamentos dos serviços de medicina e de cirurgia”, em que se acumulam “horas e horas em débito aos enfermeiros, que trabalham 12 e 18 horas seguidas sem terem os descansos compensatórios, o que os leva à exaustão”. Hospital de Matosinhos

Criança da fuga de gás não corre risco de vida

A criança que na segunda-feira sofreu uma intoxicação devido a uma fuga de gás numa aldeia de Montalegre “não corre risco de vida”, prevendo-se que seja transferida “brevemente”, indicou fonte do Hospital de Pedro Hispano, Matosinhos. “A evolução do estado clínico da criança internada ontem [segunda-feira] na sequência de intoxicação doméstica por monóxido de carbono é positivo, não correndo neste momento risco de vida”, pode ler-se no boletim clínico dos responsáveis da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Pedro Hispano. A criança de 12 anos que sofreu uma intoxicação com gás enquanto tomava banho em casa dos avós, na aldeia Pereira, concelho de Montalegre, foi transferida de helicóptero para a unidade hospitalar de Matosinhos, prevendo-se que em breve seja transferida. “Permanece internada nos cuidados intensivos, prevendo-se que possa brevemente ser transferida para o hospital da área de residência após conclusão das sessões de tratamento que está a realizar no Serviço de Medicina Hiperbárica deste hospital”, acrescenta o relatório clínico.


regiões

Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Vereador do CDS na Câmara de Lisboa alerta Costa

Poluição na Ribeira das Naus “Se houver perigo para a saúde pública, [a autarquia] poderá ter de interditar o local”, disse João Gonçalves Pereira. Acusado de agredir professora

Estudante irlandês colocado em liberdade O antigo estudante de doutoramento de nacionalidade irlandesa suspeito de agredir uma professora da Universidade de Coimbra (UC) com um machado, na segunda-feira, ficou obrigado a apresentações semanais às autoridades, informou fonte do Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra. Além da medida de coação de apresentação semanal, o ex-doutorando, de 34 anos, está proibido de “contactos com a vítima por qualquer via” e proibido de “se deslocar e de permanecer no Departamento de Física da Universidade de Coimbra”. O antigo doutorando não se terá conformado com o corte da bolsa da Fundação para a Ciência Tecnologia, explicou a mesma fonte, sublinhando que a atribuição dessa bolsa não é da responsabilidade da UC.

O vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa alertou, ontem, para a poluição da Ribeira das Naus, manifestando preocupação com as águas paradas da Doca da Caldeira, o lixo que ali flutua e os mosquitos. João Gonçalves Pereira disse que esta situação se verifica há cerca de três semanas, tendo sido alertado para a mesma pelo Fórum Cidadania Lx. Na segunda-feira, o vereador da oposição visitou o local e constatou “a água castanha parada, o lixo que [ali] flutua e os mosquitos”, como também se verificou no local. “Tem de ser avaliado se há perigo ou não para a saúde pública”, frisou o vereador, referindo que poderão “estar reunidas as condições”

Lisboa. Ribeira das Naus “é bandeira do atual executivo”, pelo que “não basta inaugurar, há que manter”, disse o vereador

para tal, agravadas com “o calor”. O autarca lançou, assim, um repto ao presidente da Câmara, António Costa, para visitar a Ribeira das Naus. “Se houver perigo para a saúde pública, [a autarquia] poderá ter de interditar o local. Se não houver problema nenhum, é uma questão de limpeza”, afirmou. A Ribeira das Naus é, segundo João Gonçalves Pereira, “uma das zonas da cidade mais visitada neste momento”, pelo que, além do eventual perigo para a saúde pública, que é “o mais importante”, a imagem da cidade também “não está protegida”. Acresce que o local “é bandeira do atual executivo” municipal, pelo que “não basta inaugurar, há que manter”, considerou. Até à hora de fecho da edição, não foi possível obter uma posição da maioria no executivo. A Doca da Caldeira e a Doca Seca foram reabertas em meados de julho, após terem sido recuperadas durante a segunda fase de intervenção na Ribeira das Naus.

Homem mata mulher e esfaqueia outra

Homicídio nas festas

Criança intoxicada “não corre risco de vida”

A GNR mantinha, ao final do dia de ontem, buscas para encontrar um homem de cerca de 40 anos suspeito de ter esfaqueado duas mulheres na última madrugada, uma delas com 41 anos, que viria a falecer no local. O crime ocorreu em Vilarinho da Castanheira, no concelho de Carrazeda de Anciães, numa altura em que decorria o arraial das festas locais.

Segundo o tenente-coronel Carlos Felizardo, do comando distrital da GNR de Bragança, a patrulha ao chegar ao local deparou-se com duas vítimas do sexo feminino, tendo sido decretado o óbito no local à mulher de 41 anos. Segundo fonte dos bombeiros de Carrazeda de Ansiães, a outra vítima de 52 anos foi transportada de “ imediato” em “estado grave”

Crimes ocorreram em Freixo de Espada à Cinta

A criança que na segunda-feira sofreu uma intoxicação devido a uma fuga de gás numa aldeia de Montalegre “não corre risco de vida”, prevendose que seja transferida “brevemente”, indicou, ontem, fonte do Hospital de Pedro Hispano, Matosinhos. A criança de 12 anos que sofreu uma intoxicação com gás enquanto tomava banho em casa dos avós, na aldeia Pereira, concelho de Montalegre, foi transferida de helicóptero para a unidade hospitalar de Matosinhos, prevendo-se que em breve seja transferida. “Permanece internada nos cuidados intensivos, prevendo-se que possa brevemente ser transferida para o hospital da área de residência após conclusão das sessões de tratamento que está a realizar no Serviço de Medicina Hiperbárica deste hospital”, acrescenta o relatório clínico. De um incidente, cujo alerta foi dado às 10h10 de segundafeira, resultou outra vítima, um menino de sete anos que faleceu no local.

Detido por abuso sexual de criança da família

A Polícia Judiciária , através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, anunciou, ontem, que procedeu à identificação e detenção de um homem pela presumível autoria de um crime de abuso sexual de criança. Segundo a PJ, foi detido um homem “fortemente indiciado” pela prática de crime de abuso sexual de uma criança, em Freixo de Espada à Cinta “Os factos ocorreram em finais do ano passado, sendo vítima uma menor de 13 anos de idade, familiar próxima do suspeito”, acrescente aquela força de segurança. O detido, de 57 anos de idade, mineiro, vai ser presente a interrogatório para aplicação das medidas de coação.

para o campo de futebol de Carrazeda de Ansiães, sendo depois helitransportada para o Hospital de Santo António, no Porto. A investigação do crime passou para a PJ. O crime ocorreu durante as festas da aldeia, numa altura em que um conjunto musical atuava, o que fez com que ninguém se tenha apercebido do que aconteceu.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

Paulo Portas e a solução encontrada para o BES

Carlos Costa vai estar amanhã no Parlamento

“A mais aceitável” entre as possíveis O vice-primeiroministro considera que a opção do Banco de Portugal para o Banco Espírito Santo (BES) foi a “mais aceitável” de entre as possíveis, e defendeu que nacionalizar a entidade seria uma “tragédia”. “Nacionalizar é passar para o contribuinte a fatura do prejuízo”, advogou Paulo Portas, que lembrou o caso envolvendo o BPN. O vice-primeiro-ministro falava em conferência de imprensa após uma reunião com o ministro da Defesa de Moçambique e candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi. O governante realçou que a opção do Banco de Portugal protege os depósitos, o contribuinte, salvaguarda postos de trabalho e “evita roturas de crédito à economia no preciso momento em que a economia mais precisa” de crédito. Paulo Portas assinalou ainda que a opção do banco central contribui “para a estabilidade do sistema financeiro como um todo”, porque uma crise “desordenada e não controlada” prejudicaria “todo o sistema financeiro”. “Podiam ter proposto uma nacionalização. Já houve um governador do Banco de Portugal que

Explicações sobre solução encontrada para o BES

PORTAS. O vice-primeiro-ministro defendeu que “nacionalizar o Banco Espírito Santo seria uma tragédia” propôs isso. O resultado da nacionalização do BPN foi que o contribuinte pagou milhares de milhões de euros por prejuízos com os quais não tinha nada a ver. Acho que isso seria uma tragédia. Nacionalizar é passar para o contribuinte a fatura do prejuízo”, acrescentou ainda o vice-primeiro-ministro. O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num ‘banco bom’, denominado “Novo Banco”, e num ‘banco mau’ (‘bad bank’). O “Novo Banco” fica com os ativos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4900 milhões de euros enquanto o ‘bad bank’ ficará com os ativos tóxicos. O capital é injetado no “Novo Banco” através do Fundo de Resolução bancário, criado em 2012, para ajudar a banca a resolver os seus problemas. Como o fundo

é recente, a solução passa por ir buscar a maior parte das verbas ao dinheiro da ‘troika’, cerca de 4400 milhões de euros, ficando os restantes 500 milhões de euros a cargo do Fundo de Resolução, o que obrigará a uma contribuição extraordinária dos bancos que o constituem. Paulo Portas refutou ainda as acusações do PS de que houve um Conselho de Ministros “clandestino” onde foi alterado o regime aplicável aos bancos de transição. “De acordo com a lei e com o regulamento”, os ministros podem, por via da “facilitação de meios eletrónicos”, ser consultados e votar diplomas, cenário previsto no regimento daquele órgão, disse. “Nada disso tem a ver com clandestinidade”, realçou. O PS disse na segunda-feira ter sido surpreendido por um Conselho de Ministros “clandestino”, realizado no domingo, no qual foi alterado o regime aplicável aos bancos de transição, no

âmbito do caso que envolveu o Banco Espírito Santo (BES). “Fomos surpreendidos com um Conselho de Ministros clandestino, um Conselho de Ministros que não sabemos com que quórum esteve reunido”, referiu então o socialista Eurico Brilhante Dias, do secretariado nacional do partido. Posteriormente, o ministro Poiares Maduro afirmou que Conselhos de Ministros com votação por e-mail estão previstos no regimento daquele órgão, garantindo que a reunião de domingo não foi a primeira. “Não foi a primeira vez. É a primeira vez, devido talvez à importância da ocasião, que os senhores jornalistas reparam, mas não foi a primeira vez que foi utilizado [o voto por e-mail]”, referiu o ministro na segundafeira à noite, à margem da assinatura de protocolos da Universidade do Minho para a governação eletrónica em Portugal.

SEC e a escolha de novos dirigentes para a DGArtes

Escolha será feita após a reestruturação A Secretaria de Estado da Cultura (SEC) empreendeu a reestruturação da Direção-Geral das Artes (DGArtes) e a escolha de novos dirigentes só será feita após a reestruturação daquele organismo. “No quadro da avaliação das competências dos serviços na sua tutela, considerou o secretário de Estado da Cultura, em maio de 2014, que seria adequado efetuar ajustamentos nas mesmas [competências], para melhor servir os objetivos de serviço público de Cultura. A avaliação desses ajustamentos e a sua implementação, elementos decorrentes da competência exclusiva, em termos orgânicos, do membro do Governo com a tutela da Cultura, determinaram a necessidade de reestru-

turação orgânica da DGArtes”, revelou fonte da tutela. “Considerou-se, no âmbito dessa decisão, que não seria adequada a seleção de novos dirigentes para a DGArtes em momento anterior à conclusão da reestruturação”, acrescentou. Esta afirmação significa que uma decisão da tutela relacionada com os cargos dirigentes da DGArtes – diretor e subdiretor geral das Artes –, só será tomada após a conclusão do processo de reestruturação, isto é, do ajustamento das competências deste organismo. No passado dia 20 de maio, a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) selecionou três finalistas para o cargo de

diretor-geral das Artes, na repetição do concurso público para esse fim, depois da anulação do primeiro, no final de 2013, por falta de candidatos com mérito no perfil, para o cargo dirigente. Os finalistas, entre os 24 candidatos, foram Maria de Fátima de Sá Guerra Marques Pereira, Francisco Manuel Prego de Ochôa e Azevedo Pires e Carlos Frederico Pincarilho de Moura Carvalho. O passo seguinte caberia ao secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier: avaliar e escolher quem iria dirigir a DGArtes. Esta etapa fica assim suspensa, para já, como explicou fonte do gabinete de Barreto Xavier, pois “não seria adequada a seleção de novos dirigentes para a DGArtes em momento anterior à con-

clusão da reestruturação”, agora anunciada. O primeiro concurso para diretorgeral das Artes esteve aberto de 25 de outubro a 07 de novembro de 2013, tendo sido registadas oito candidaturas, mas como nenhuma teve “o mérito exigido no perfil”, este foi repetido em janeiro passado, como informou fonte da CReSAP. Quanto ao concurso para o cargo de subdiretor-geral das Artes, teve 11 candidatos e a proposta de designação da CReSAP foi tornada pública em dezembro de 2013, sendo desde então conhecidos os três finalistas: Joana Margarida Fins Faria, Nuno Humberto Pólvora Santos e Susana Maria Graça Pereira de Oliveira.

O governador do Banco de Portugal vai ser ouvido amanhã no Parlamento, após requerimento apresentado por PSD e CDS-PP, para prestar esclarecimentos sobre a situação no Banco Espírito Santo (BES), revela a página Internet do parlamento. A audição de Carlos Costa na comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) será às 18h00, no mesmo dia em que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, prestará informações na comissão permanente da Assembleia da República. De acordo com a página da COFAP decorrerá ainda pelas 17h30 de amanhã uma reunião da mesa e coordenadores da comissão onde está prevista a “programação das audições sobre a situação do Banco Espírito Santo/Novo Banco”. Acidentes rodoviários em 2013

Menos 81 mortos

O registo de mortos a 30 dias em consequência de acidentes rodoviários ocorridos durante 2013 fixou-se em 637, menos 81 comparativamente com o ano anterior, indicou a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Na apresentação do Relatório de Sinistralidade Rodoviária 2013 - Vítimas a 30 dias, a ANSR revelou que o índice de vítimas mortais no ano passado decresceu 11,3 por cento relativamente a 2012. O presidente da ANSR, Jorge Jacob, revelou que, o ano passado, os dados definitivos revelam a ocorrência de 30 339 acidentes com vítimas, mais do que no ano anterior, com 29 867. No ano passado, a sinistralidade rodoviária provocou 36 807 feridos. De janeiro a março deste ano, ocorreram 6776 acidentes com vítimas, mais 91 do que no período homólogo do ano passado. O número de vítimas mortais no primeiro trimestre do ano foi de 106 (127 em 2013), enquanto se registaram 437 (390) feridos graves e 8033 (8091) feridos.


Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Taxa de desemprego de 13,9 por cento no segundo trimestre de 2014

“Economia a criar mais postos de trabalho” INE revelou taxa de desemprego de 13,9 por cento no segundo trimestre de 2014, uma queda homologa de 2,5

Pilotos da TAP contra serviços mínimos

Decisão “excessiva”

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) considerou, ontem, que os serviços mínimos para a greve de sábado são “excessivos”, defendendo que afetam o efeito prático da paralisação de 24 horas para contestar o agravemento das condições de trabalho. “Nós consideramos claramente excessivos para a dimensão de um período de ação de 24 horas”, declarou o presidente do SPAC, Jaime Prieto, comentando os serviços mínimos, ontem, determinados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, que prevê a realização dos voos de regresso a Portugal e de onze ligações a países lusófonos ou com grandes comunidades emigrantes. O presidente do SPAC lembrou que a greve foi “o último recurso”, resultante de “um descontentamento agravado”, causado por “um verão incapacitante”. “Obrigaram-nos a chegar a um ponto em que temos que dar um grito bem alto de alerta”, rematou. Por outro lado, o presidente da TAP, Fernando Pinto, atribui à falta de pessoal navegante quase metade dos 468 voos cancelados em junho e julho, rejeitando que o elevado número de cancelamentos esteja relacionado com o aumento das rotas. Fernando Pinto diz que, “dos voos cancelados, 226 (48%) deveram-se a falta de pessoal navegante”.

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, considerou, no Algarve, que os dados do desemprego do segundo trimestre do ano demonstram que a economia portuguesa está a criar cada vez mais emprego. Pedro Mota Soares comentou assim os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) ontem divulgados, que apontam para uma taxa de desemprego de 13,9 por cento no segundo trimestre de 2014, o que representa uma queda homóloga de 2,5 pontos percentuais e um recuo de 1,2 pontos face ao trimestre anterior. “Em primeiro lugar é uma boa notícia para cerca de 90 mil portugueses que, no último ano, encontraram um posto de trabalho. Em segundo lugar é uma boa notícia para Portugal, que chegou a ter uma taxa de desemprego, há pouco mais de um ano, de 17,7 por cento”, afirmou Mota Soares, à margem de uma visita à Fundação Irene Rolo, Instituição Particular de Solidariedade Social sedeada em Tavira. O governante sublinhou que a taxa de desemprego “dos 17 desceu para os 16, dos 16 desceu para os 15, dos 15 desceu para os 14 e ontem, pela primeira vez, há uma taxa de desemprego abaixo dos 14 por cento”. “É um número ainda elevado, mas é um número muito mais próximo da média europeia e acima de tudo muito mais longe de muitos países nossos congéneres da União Europeia que continuam a ter taxas de desemprego muito elevadas”, acrescentou. Pedro Mota Soares disse ainda que, em terceiro lugar, a queda da taxa de desemprego “é uma boa notícia para a economia portuguesa” e é “fruto de muitas reformas estruturais que foram feitas nos últimos anos”, que permitiram que a “economia, as empresas, os trabalhadores e os empresários tenham uma nova confiança, uma nova expectativa e, acima de tudo,

estejam a conseguir criar mais postos de trabalho em Portugal”. O governante considerou também que “cerca de 90 mil portugueses estão hoje a trabalhar e olham certamente para o futuro com mais confiança”, mas os dados divulgados são igualmente importantes “para os portugueses que continuam ainda hoje numa situação de desemprego mas que certamente também conseguem olhar paras estes indicadores com uma confiança renovada de que, também eles, podem regressar mais rapidamente ao mercado de trabalho”. “Extraordinariamente postivo”

Desemprego. “É um número ainda elevado, mas é um número muito mais próximo da média europeia”, disse o ministro Pedro Mota Soares

BES continua suspenso

Bolsa de Lisboa fecha sessão a perder 0,65%

O PSI20, principal índice da bolsa portuguesa, encerrou, ontem, a recuar 0,65% para 5.816,42 pontos, com os títulos do BPI, do BCP e da PT a registarem as maiores perdas da sessão. Entre as 19 cotadas que atualmente integram o PSI20 - após a exclusão do Espírito Santo Financial Group (ESFG) -, 11 fecharam em queda e sete em terreno posi-

tivo. A negociação dos títulos do Banco Espírito Santo (BES) continua suspensa. Entretanto, a Euronext anunciou que decidiu retirar o BES do PSI20 a partir de 11 de agosto a um preço de zero euros por ação. A gestora da bolsa de Lisboa adianta, num comunicado, que a decisão será confirmada hoje se, até ao fecho das negociações nesse dia, não houver mais informações do regulador sobre a situação do BES. A negociação das ações do BES está suspensa desde sexta-feira.

Já o porta-voz do PSD, Marco António Costa considerou que queda do desemprego para os 13,9% no segundo trimestre deste ano são “números extraordinariamente positivos” que resultam do crescimento da economia. “Hoje [ontem] conhecemos números extraordinariamente positivos no sucesso ao combate ao desemprego. Com os dados divulgados pelo INE confirma-se que a queda do desemprego é resultado do crescimento do emprego, ou seja, de uma economia que gera postos de trabalho e que cresce sustentadamente”, afirmou. “Há 30 meses que o desemprego não era tão baixo”, frisou Marco António Costa, que é também coordenador permanente da comissão política nacional. “O número de pessoas empregada ascendeu aos 4 milhões e 514 mil pessoas, num ano promoveu-se a criação líquida de 90 mil postos de trabalho, cerca de 250 postos de trabalho por dia”, acrescentou, registando igualmente o aumento da população empregada a tempo completo e a diminuição dos contratos a termo. Já no final da conferência de imprensa, Marco António Costa deixou um desafio à oposição, em particular ao PS, para “apreciarem de forma positiva os números agora revelados”. “Era da máxima importância que o PS interrompesse a sua disputa interna e encontrasse tempo e oportunidade de se pronunciar sobre estes sinais positivos”, disse.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

Julen Lopetegui cria equipa para esquecer uma das piores épocas dos «dragões»

«Revolução» espanhola cumpre três meses No segundo dia de trabalho na Holanda, extremo português falou à imprensa e elogiou o treinador, Lopetegui. O espanhol Julen Lopetegui assinala, hoje, três meses desde que foi apresentado como treinador do FC Porto para 2014/15, com a missão de fazer esquecer a dececionante época anterior e devolver os «dragões» aos títulos. Julen Lopetegui, apresentado ainda com um jogo da Liga de 2013/14 por disputar, frente ao Benfica, no Dragão, começou cedo a trabalhar e a definir estratégias para corresponder à confiança depositada em si pelo presidente do FC Porto, Pinto da Costa. O líder dos «dragões» apresentou este basco nascido há 47 anos em Asteasu, Guipúzcoa, como tendo sido “a primeira, segunda e terceira escolha do FC Porto” para substituir o então interino Luís Castro, que rendeu o demissionário Paulo Fonseca. O FC Porto encerrou a temporada frente ao Benfica com um triunfo por 2-1. A vitória perante o campeão não escondeu uma das piores épocas dos últimos anos, concluida com o terceiro lugar no campeonato, e o «onze» que subiu ao relvado no último, garantidamente, não se vai repetir agora. Aposta em jogadores conhecidos

Com Lopetegui chegaram 12 reforços para o FC Porto, entre eles cinco espanhóis, dos quais alguns já trabalharam com o técnico e outros para quem o facto de o basco ser o treinador pesou de forma decisiva no seu ingresso no plantel dos «dragões». Cristian Tello, extremo de 22 anos emprestado pelo FC Barcelona - campeão europeu de sub-21 com Lopetegui -, e Óliver Torres, médio de 19 anos cedido pelo campeão espanhol Atlético de Madrid, são dois dos trunfos portistas para a nova época. A Cristian Tello e Óliver Torres juntam-se os seus compatriotas Adrián Lopez, José Ángel e Andrés Fernández, bem como o brasileiro Casemi-

ro, médio de 22 anos, que chegou por empréstimo do Real Madrid. A lista de reforços portista inclui ainda o central holandês Martins Indi, nascido no Barreiro e que representava o Feyenoord, o médio argelino Braihimi, ex-Granada, e o defesa ganês Daniel Opare, ex-Standard Liége, que estiveram todos no Brasil2014 ao serviço das respetivas seleções. O guarda-redes Ricardo (ex-Académica de Coimbra), o médio Evandro (ex-Estoril) e o avançado Sami (exMarítimo) são os restantes elementos já com conhecimento do futebol português que também integram a «revolução» em curso no Dragão. Para entrarem uns, saem outros. Foi o que aconteceu com Fernando (Manchester City, Ing), Mangala (Manchester City, Ing), Licá (Rayo Vallecano, Esp), Abdoulaye (Rayo Vallecano, Esp), Varela, Ghilas e Josué, estes ainda sem destino. Helton, Fabiano, Kadu, Danilo, Alex Sandro, Maicon, Reyes, Defour, Mikel, Herrera, Carlos Eduardo, Quintero, Ricardo Pereira, Jackson Martinez, Quaresma e Kelvin foram os jogadores que transitaram da última época e que, para já, entram nas contas de Lopetegui. “FC Porto no bom caminho”

Com 12 reforços, entre eles cinco espanhóis, e métodos de trabalho novos, a escolha de Pinto da Costa chegou para vencer

Final da Supertaça

Estádio de Aveiro com metade dos bilhetes vendidos

Mais de metade dos bilhetes para a Supertaça Cândido Oliveira, no domingo, já estão vendidos, revelou, ontem, Carlos Lucas, diretor de eventos da FPF. O jogo, que opõe o Benfica (campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal) ao Rio Ave (finalista vencido da Taça de Portugal) e que marca o início da época futebolística de 2014/15, realiza-

se pelo sexto ano consecutivo no Estádio Municipal de Aveiro. “Já estão mais de metade dos bilhetes vendidos. Estão a ser vendidos a um bom ritmo e esperamos que assim continue. Vamos, com toda a certeza, ter uma casa muito bem composta”, vaticinou. Os bilhetes já foram colocados à venda pelo Benfica e pelo Rio Ave, e através do site da FPF. A partir de hoje, os ingressos, entre os 10 e os 15 euros, também vão estar à venda no estádio e no Centro Turístico de Aveiro.

Apesar das muitas mexidas operadas, Lopetegui ainda não tem a «casa» completamente arrumada, até porque, de momento, conta com quase 30 jogadores. Para complicar ainda mais a sua missão, o treinador conta ainda com dois «reforços internos» que têm integrado a pré-temporada, nomeadamente o médio Rúben Neves, de apenas 17 anos, e o defesa Igor Lichnovsky, dos escalões de formação. Numa pré-temporada com um estágio realizado em Horst, na Holanda, de 12 a 19 de julho, e outro que ainda decorre em Burton, Inglaterra, até 9 de agosto. o FC Porto realizou seis jogos de preparação, com diferentes graus de dificuldade, e apresenta um saldo de quatro vitórias e dois empates. Após o 1-1 com o Everton e a duas semanas do arranque da I Liga, frente ao Marítimo, Lopetegui reconheceu que há aspetos a melhorar, mas considerou que o FC Porto está no bom caminho.

Alemão vence ao «sprint» na chegada a Viseu

Vitória para Bahaus O ciclista alemão Phil Bahaus (Team Stolting) venceu, ontem, ao «sprint» a sexta etapa da Volta a Portugal, com meta em Viseu, tendo o espanhol Gustavo Veloso (OFMQuinta da Lixa) conservado a camisola amarela. Bahaus cumpriu os 155 quilómetros que ligaram Oliveira do Bairro a Viseu em 4h03.05, superando em cima da meta os espanhóis Davide Vigano (Caja Rural) e Vicente de Mateos (LouletanoDunas Douradas), segundo e terceiro classificados, respetivamente. Numa etapa com um final propício para «sprinters», o comandante da prova aproveitou para rolar, tendo chegado integrado no pelotão, com o mesmo tempo de Bahaus, mantendo assim os 29 segundos de avanço para o seu compatriota Luis Leon Sanchez (Caja Rural), que na segundafeira ascendeu ao segundo posto da geral. O pelotão cumpre, hoje, o primeiro e único dia de descanso desta 76.ª edição da prova portuguesa. Por outro lado, os portugueses Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo), André Cardoso (Garmin-Sharp) e Fábio Silvestre (Trek) integram a lista de pré-inscritos para a 69.ª edição da Volta a Espanha. Posteriormente, as 22 equipas participantes vão anunciar os nove elementos que vão disputar a prova, que tem início marcado para o dia 23 de agosto.


Quarta-feira, 6 de Agosto de 2014

publicidade

O Primeiro de Janeiro | 7


1868

Há 144 anos, todos os dias consigo.

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82

O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

DE MADRUGADA

Avião aterra de emergência na base das Lajes Um avião da britânica Thomson Airways aterrou de emergência ontem, de madrugada, nas Lajes, na ilha Terceira, com 288 passageiros a bordo, informou fonte da Força Aérea portuguesa. O Boeing 787-8 (‘twin jet’) seguia da República Dominicana para Manchester (Reino Unido), tendo declarado emergência para aterrar nas Lajes, nos Açores o que é feito quando a aeronave necessita de alterar a sua rota, “por problemas técnicos ou médicos”, segundo explicou a mesma fonte. O avião aterrou às 03h13 (04h13 em Lisboa), mas entretanto os passageiros já seguiram para Manchester noutro avião da companhia, que aterrou às 10h50 e descolou às 12h36 locais. Fonte dos bombeiros informou que a aterragem de emergência se deveu a problemas com o avião.

AVIÃO DO QATAR ESCOLTADO POR CAÇA BRITÂNICO

Engenho suspeito a bordo Um caça militar britânico escoltou ontem um avião de passageiros em direção ao aeroporto de Manchester, norte de Inglaterra, após informação sobre um possível engenho suspeito a bordo. Responsáveis policiais em Manchester citados pela estação britânica BBC referiram ter sido declarada uma “situação de emergência”, apenas de não poderem confirmar “a credibilidade da ameaça”. O avião das linhas aéreas do Qatar (Qatar Airways) aterrou após ter sido escoltado pela Royal Air Force (RAF) após uma informação recebida pelo piloto. Todos os voos no aeroporto foram temporariamente suspensos. O avião em causa, um Airbus A330, foi escoltado por um avião de combate Typhoon da RAF da base de Coningsby, em Lincolnshire, leste da Inglaterra. “Um avião foi escoltado em direção ao aeroporto pela RAF devido a uma informação recebida pelo piloto sobre um possível engenho a bordo”, referiu um responsável policial. “Não sabemos se a ameaça é genuína, mas é absolutamente vital que abordemos esta situação como uma emergência. Assim, as pessoas vão ver polícias e agentes de outras organizações no aeroporto e na pista de aterragem. Apelamos para que não se alarmem”, prosseguiu o superintendente John O’Hare.

João Semedo “desafia” Passos a interromper férias

“Dar a cara por essa solução” O coordenador do BE desafiou ontem o primeiro-ministro a interromper as suas férias e deslocar-se à Assembleia da República amanhã para explicar a solução encontrada para o Banco Espírito Santo (BES). Sublinhando que a solução encontrada “põe em risco as finanças públicas e dinheiro dos contribuintes”, João Semedo instou o primeiroministro, Passos Coelho, a “dar a cara por essa solução”. “Desafiamos o primeiro-ministro a interromper as suas férias e a não se esconder atrás da ministra das Finanças e a estar na Assembleia da República na quinta-feira, na reunião da comissão permanente”, afirmou o coordenador do BE, numa conferência de imprensa na sede do partido. João Semedo lembrou, a propósito, que Passos Coelho foi o primeiro responsável político a dizer que da operação desenhada “jamais haveria qualquer risco de utilização de um euro que fosse de dinheiros públicos” e, por isso, é a ele “que compete dar a cara. “Hoje os portugueses já não querem mais explicações, o que os portugueses querem é garantia que não será utilizado dinheiro público”, insistiu, recordando que na preparação da solução para o BES o próprio Governo criou dois fantasmas, o da falência do banco ou da nacionalização.

No final, continuou, “fugindo a um e a outro, criou uma solução que não é carne nem é peixe e é uma solução que põe em risco as finanças públicas e o dinheiro dos contribuintes”. Pois, não é verdade que o Estado se vai limitar a emprestar 4600 milhões de euros, na medida em que é o próprio Estado “o último responsável sobre esse valor”. “Não é verdade que o Estado se limite a emprestar, é ele mesmo a garantia do empréstimo. Se os 4.600 milhões de euros não forem reembolsados é o Estado que terá que fazer reembolso, o Estado é o garante desse empréstimo”, explicou. Além disso, acrescentou, há um segundo risco relacionado com os processos de impugnações e indemnizações que a criação do chamado ‘BES mau’ vai dar origem, pois não serão processos apenas contra os anteriores administradores, mas também vão contestar a decisão do Estado. Questionado sobre qual a solução que o BE advogaria para o BES, o coordenador do partido referiu que uma das hipóteses seria exigir que fosse todo o setor bancário privado a recapitalizar na íntegra o novo banco – deixava no privado aquilo que já se sabe que vai ser entregue. Outra hipótese, acrescentou, seria nacionalizar o banco: “não podemos olhar para a nacionalização como

um papão, os problemas de fraude, fuga à informação, incumprimento relativamente ao regulador só se verificam na banca privada”. O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num ‘banco bom’, denominado “Novo Banco”, e num ‘banco mau’ (‘bad bank’). O “Novo Banco” fica com os ativos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4900 milhões de euros, enquanto o ‘bad bank’ ficará com os ativos tóxicos. O capital é injetado no “Novo Banco” através do Fundo de Resolução bancário, criado em 2012, para ajudar a banca a resolver os seus problemas. Como o fundo é recente, a solução passa por ir buscar a maior parte das verbas ao dinheiro da ‘troika’, cerca de 4400 milhões de euros, ficando os restantes 500 milhões de euros a cargo do Fundo de Resolução, o que obrigará a uma contribuição extraordinária dos bancos que o constituem. O “Novo Banco” será liderado por Vítor Bento, que substituiu o líder histórico Ricardo Salgado à frente do BES e a quem coube dar a conhecer prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre.

Fiscalização de veículos pesados em Matosinhos

Excesso de carga e falta de higiene A PSP do Porto registou entre duas a três infrações, desde excesso de carga a falta de higiene, em cada veículo pesado ontem fiscalizado no âmbito de uma operação que decorreu em Leça da Palmeira, concelho de Matosinhos. A ação de fiscalização que envolvia veículos de passageiros e de mercadorias realizou-se ao longo da manhã de ontem e até às 11h00 foram fiscalizados 12 autocarros e cerca de uma dezena de camiões, sendo que em média a PSP detetou duas a três irregularidades em cada. “Relativamente aos autocarros, as infrações mais frequentes são o asseio e a higiene. Quanto ao tempo de repouso dos motoristas, essa infração é mais frequente por parte dos pesados de mercadorias. A maioria dos casos apresenta mais do que uma irregularidade, cerca de duas a três”, explicou aos jornalistas o comissário Ricardo Matos. O objetivo desta ação de fiscalização era a prevenção de situações de insegurança e o exercício de pedagogia junto dos motoristas, bem como alerta aos passageiros. As multas para

excesso de carga têm um mínimo de 500 euros, mas quando o veículo ultrapassa 25 por cento de carga do seu peso bruto a multa ascende a 1250 euros, mesmo valor para motoristas que se escusem fazer a pesagem quando são abordados por agentes da PSP em carro ou mota num raio de cinco quilómetros à volta do local montado para a operação. Manuel Lira, motorista de uma empresa da Maia que transportava cinta plástica entre Canelas, concelho de Gaia, e Perafita, Matosinhos, foi surpreendido junto às traseiras da Exponor mas não lhe foram apontadas infrações. “Tenho sempre cuidado por causa das travagens. Hoje trago dois a três mil quilos [podia transportar 4,5 mil de carga útil, num veículo de 7,5 de peso bruto] porque me preocupo com a segurança. Era o que faltava, travar e os travões não acionarem por peso a mais”, referiu. Já a Belmiro Teixeira, motorista de passageiros da carreira AreosaMarshopping foram apontadas infrações como falta de limpeza. “No fundo não apontaram nada de grave. Compreendo estas ações porque é

importante sabermos o que podemos melhorar”, disse o motorista de uma empresa privada de transportes coletivos que transporta na carreira 105 cerca de 50 a 60 pessoas em cada autocarro, sendo o “pico” de maior afluência de pessoas a manhã e o período pós-almoço. Lúcia Silva, de 40 anos, residente em Leça da Palmeira, é cliente assídua dos autocarros que fazem o percurso entre o centro do Porto e a unidade comercial de Matosinhos, tendo considerado que esta fiscalização é “fundamental” pois, conforme descreveu, “muitas vezes as portas dos autocarros não abrem ou chove dentro dos carros”. “Agora a PSP vai participar a situação às entidades competentes que devem proceder de acordo com o que está na lei. A PSP faz este tipo de fiscalização recorrentemente. Estas ações servem de prevenção e também para alertar os passageiros para que a PSP está no terreno e atenta às condições dos veículos em que são transportados”, disse, em jeito de balanço da ação, o comissário Ricardo Matos.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.