06 10 2014

Page 1

HAMILTON VENCE NO JAPÃO GRANDE PRÉMIO MARCADO PELO GRAVE ACIDENTE DE JULES BIANCHI

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (IVA INCLUIDO) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (IVA INCLUIDO) – Porto Santo 0,80 € (IVA INCLUIDO)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

|

D I Á R I O N AC I O N A L

Ano CXLVI | N.º 212

Segunda-feira, 06 de outubro de 2014

MILHARES DE PROFESSORES PROTESTAM EM LISBOA E PEDEM CRATO PARA A RUA...

ESCOL A N Ã O É T UA !

 Milhares de professores desfilaram em Lisboa para contestar a política do Governo para a Educação e pedir a demissão do ministro Nuno Crato. O desfile, com docentes que vieram de vários pontos do país, chamou a atenção pelo colorido das bandeiras sindicais e pelas palavras de ordem que gritam bem alto. “Crato rua, a escola não é tua”, “É preciso, é urgente uma política diferente”, “Educação é um direito, sem ela nada feito” foram algumas das palavras de ordem proferidas, intervaladas com gritos de “Demissão! Demissão!”...

STRIP TEASE

Marinho e Pinto diz que “não tem nada a esconder” sobre os seus vencimentos

5 OUTUBRO

Depois do discurso Cavaco Silva promove produtos nacionais

JERÓNIMO

“Portugueses estão descontentes com este Governo”


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

Uso privativo no Cemitério do Prado do Repouso

Concessão de 99 jazigos em hasta pública A Câmara do Porto realiza na quinta-feira uma hasta pública para a concessão de uso privativo de 99 jazigos do cemitério do Prado do Repouso, cujos preços base de licitação variam entre os 1931 euros e os 29 707 euros. O anúncio da hasta pública, disponível na página da internet da autarquia, refere que o critério de adjudicação será o do preço mais elevado proposto pela concessão, não podendo ser inferior ao valor base de licitação. Na lista de quase uma centena de túmulos, é possível verificar que o jazigo que tem um valor base de licitação

Lídia Jorge no Festival Literário Escritaria

“Livro resultou de um acaso”

PRADO DO REPOUSO. A Câmara do Porto vai disponibilizar 99 jazigos no cemitério para uso privativo a título perpétuo mais elevado – 29 707 euros - tem capacidade para 14 lugares nos seus 11,7 metros quadrados. Em contrapartida, o jazigo cujo preço base de licitação é mais baixo – 1931 euros – tem capacidade para 12 lugares nos seus nove metros quadrados. A maioria dos jazigos (57) tem

um valor base de licitação que se situa entre os 1931 e os 5000 euros, sendo que apenas seis têm um valor base de licitação superior a 20 000 euros. Os lanços subsequentes ao valor base de licitação terão de ser no mínimo de 100 euros. A autarquia adianta que, “caso se

torne necessário, o ato pode ser interrompido e retomado às 10h00” do dia seguinte. Os interessados podem visitar os jazigos até quinta-feira, durante o horário de funcionamento do cemitério. O direito de uso privativo dos jazigos é concedido a título perpétuo.

Amplifest agradou aos participantes

Festival “está cada vez melhor” O festival Amplifest está “cada vez melhor” na opinião de participantes que falaram no início da quarta edição, enquanto a organização ressalva que a continuidade só é garantida depois de encerrado o evento deste ano. “Assim que tivermos este ano fechado podemos pensar de forma sóbria e refletida sobre as condições que temos para avançar mais um ano. É muito difícil fazer um festival sem qualquer tipo de apoio. Nós fazemos isto, somos quatro ou cinco pessoas para fazer acontecer uma coisa destas, por isso temos de ser ponderados nestas alturas”,

disse um dos elementos da organização do Amplifest André Forte. Por seu lado, Taciana Santos, de 30 anos, pela quarta vez em tantos anos de festival no Hard Club, no Porto, disse que o evento não só está “cada vez melhor”, mas também será “das melhores coisas” que há em termos de acontecimentos musicais a nível nacional. André Gomes, de 21 anos, é originário de Oliveira de Azeméis, mas vive no Porto há quatro anos, tantos quantos os que cumpre o Amplifest: “Vim sempre todas as edições. É um festival que, apesar de tudo,

nos trouxe sempre coisas muito diversas, um festival muito eclético e é um bocado essa descoberta que eu procuro aqui.” Numa primeira noite de Amplifest em que os cabeças de cartaz Yob e Swans encheram a sala 1 do Hard Club, podia-se ver elementos de outras bandas por entre a assistência ou até o vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, Paulo Cunha e Silva. “O Amplifest é mais do que um festival, é uma experiência, é assim que nós resumimos o evento e é dessa forma que programamos. É feito para pessoas que

gostam de música, para melómanos, mas na abordagem que nós fazemos tentamos que tenha mais abordagens para além da música, que tenha mais oferta cultural para além dos concertos”, explicou André Forte. Para o organizador, a edição de 2014 tem mostrado que “todos os concertos têm corrido bem, a audiência está a receber tudo muito bem”, havendo “um Hard Club cheio”. O Amplifest prosseguiu ontem com bandas como os portugueses Bosque ou os holandeses Urfaust, para além de Wovenhand, Wolvserpent e Cult of Luna, entre outros.

Acidente com camioneta de passageiros em Gaia

Oito feridos já tiveram alta Os oito feridos que deram entrada no Hospital Santos Silva na sequência do acidente de sábado à noite na freguesia de Freamunde, Gaia, já tiveram alta, informou fonte daquela unidade hospitalar. Segundo fonte do hospital, as sete mulheres e um homem sofreram apenas ferimentos

ligeiros e já tiveram alta. Fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) do Porto, confirmou que 14 pessoas ficaram feridas neste acidente, que envolveu uma camioneta de transporte de passageiros da União de Transportes dos Carvalhos (UTC) e uma viatura de

recolha de resíduos sólidos urbanos da SUMA. Os feridos foram transportados pelos Sapadores de Gaia, Voluntários de Coimbrões e dos Carvalhos para os Hospitais Santos Silva (oito) e de Santo António, tendo fonte policial admitido a possibilidade de outros feridos

terem-se deslocado ao hospital pelo seu próprio pé. O acidente ocorreu cerca das 23h30, na Estrada Nacional 1 (EN1), na freguesia de Mafamude, Gaia. Durante a madrugada, a via esteve parcialmente cortada para trabalhos de limpeza, depois de ter ficado totalmente obstruída.

A escritora Lídia Jorge disse que o seu novo livro, apresentado sábado à noite em Penafiel, resultou de “um acaso”, considerando que o escreveu “sem querer” fazer “um conto teológico”. “Criei uma espécie de fábula para ilustrar o sentimento que se pode ter no princípio do século XXI em face do sentimento de perda e insatisfação perante aquilo que não se revela”, comentou, a propósito das origens da humanidade. A ficcionista, que está a ser homenageada há vários dias no Festival Literário Escritaria, em Penafiel, falava para cerca de 350 pessoas que enchiam o grande auditório do museu municipal de Penafiel. Comentando o livro “O Organista”, Lídia Jorge contou esta noite que o conto foi escrito a convite da Agência Espacial Europeia, um convite dirigido a escritores de vários países da Europa para que cada um fizesse um conto sobre o espaço. “Tive a ideia que, para se falar do espaço, só o podemos fazer dando rosto humano”, observou, acrescentando: “Comecei a escrever com a ideia de que só existe espaço se colocar o homem no centro de tudo”. A romancista recordou que o conhecimento do cérebro humano “aumentou extraordinariamente”, mas sobre a humanidade, “de onde vimos, para onde vamos, tudo está igual”, como estava no tempo dos filósofos gregos. Para Lídia Jorge, o criador “desta fábula tem inveja da felicidade dos homens”. A apresentação de “O Organista” foi feita pelo padre Anselmo Borges, para quem o conto “é um poema em música, sobre a criação, sobre as origens”. O livro da editora D. Quixote tem pouco mais de 40 páginas e está escrito em português e em inglês. O festival Escritaria prosseguiu ontem, pelas 15h30, com a segunda conferência sobre a obra de Lídia Jorge, com a participação de vários convidados ligados às letras. Depois às 17h30, ocorreu o lançamento do livro “Mário de Carvalho - Vida e Obra”, apresentado por Luís Ricardo Duarte.


Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Intervenção no «ferryboat» começa hoje nos estaleiros de Viana do Castelo

Atlântica transformado em cruzeiro de luxo Suspeitos de atearem fogo que matou bombeiros

Julgamento começa hoje

Os dois suspeitos de terem ateado vários fogos na Serra do Caramulo que provocaram a morte de quatro bombeiros, em agosto de 2013, começam a ser julgados, amanhã de manhã, na secção de proximidade de Vouzela. Detidos há cerca de um ano, os dois acusados respondem por crimes de homicídio qualificado, incêndio florestal e ofensa à integridade física, imputando-lhes o Ministério Público a autoria dos incêndios que, em agosto de 2013, provocaram quatro mortos, vários feridos e prejuízos elevados na serra do Caramulo. Nesse mês, a PJ anunciou a detenção do suspeito de ter ateado um incêndio florestal “de grandes dimensões” na serra do Caramulo, que provocou a morte a quatro bombeiros. Na altura, fonte da PJ explicou que o jovem, de 20 anos, agiu “em colaboração com um outro indivíduo, este emigrante no Luxemburgo, que terá agido por vingança, depois de lhe ter sido aplicada uma multa pela GNR. No mês seguinte, o alegado coautor deste incêndio, então com 28 anos, entregou-se voluntariamente às autoridades. Os dois acusados aguardam em prisão preventiva o julgamento que, a pedido do Ministério Público, será realizado por um tribunal de júri, em Vouzela.

Para a West Sea, a entrada da embarcação representa uma “prova” os estaleiros de Viana do Castelo estão a “trabalhar em pleno”. Os trabalhos de preparação da reconversão do «ferryboat» Atlântida em navio de cruzeiro de luxo começam, hoje nos estaleiros da West Sea, em Viana do Castelo. “A partir de segunda-feira [hoje] vamos começar a trabalhar para o arranque da intervenção que se deverá começar dentro de um mês”, explicou aos jornalistas o comandante da frota da Douro Azul, Hugo Bastos durante uma visita ao navio. O navio, agora a décima sétima embarcação da frota do grupo Douro Azul, partiu da base naval do Alfeite, em Almada, às 04h00 da madrugada de quartafeira e deu entrada na doca dos estaleiros da subconcessionária dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) de quintafeira pouco antes das 9 da manhã. Fonte da West Sea afirmou que a entrada da embarcação representa uma “prova” os estaleiros de Viana do Castelo estão a “trabalhar em pleno”. Segundo a mesma fonte, com o Atlântida, a empresa tem atualmente quatro embarcações em reparação, entre elas, o NRP (Navio da República Portuguesa) Figueira da Foz. O segundo Navio de Patrulha Oceânica (NPO) da classe «Viana do Castelo» construído naqueles estaleiros está a ser sujeito a uma intervenção de “assistência pós-venda”. A fonte adiantou também que em novembro a West Sea, empresa criada pelo grupo Martifer para gerir a subconcessão dos ENVC, irá anunciar os primeiros contratos de construção naval, que pretendem relançar os negócios. Falta de manutenção criticada

De acordo com o comandante da frota da Douro Azul, a intervenção de reconversão, orçada em mais de seis milhões de euros, vai prolongar-se durante cerca de 11 meses e vai implicar uma “altera-

ção total” do interior da embarcação. “O que vai sobrar do Atlântida são as valências que estão boas. Tudo o que não serve para o nosso negócio vai ser desaparecer. O projeto de reconversão em cruzeiro de luxo está a ser ultimado”, explicou Hugo Bastos. Criticou ainda a “da falta de manutenção” a que esteve sujeito o navio durante os últimos três anos em que esteve atracado na base naval do Alfeite à espera de comprador. “O que é estranho nisto tudo é que o navio nem tinha um certificado de flutuabilidade. Não sei como é que foi possível manter o navio neste estado. Mas deparamo-nos com isso e conseguimos trazê-lo a navegar”, sublinhou. A intervenção deverá estar concluída em outubro de 2015, mês em que a Douro Azul espera que o navio atravesse o Oceano Atlântico em direção ao Brasil, onde tem a sua primeira viagem comercial agendada para 02 de janeiro de 2016. Aposta na América do Sul

Viana do Castelo. Intervenção deve estar concluída em outubro de 2015, mês em que a Douro Azul espera que o navio viaje para o Brasil

Margem sul do Tejo

Detidos por suspeitas de ráfico de armas

A PSP deteve quinta-feira na margem sul do Tejo três homens, entre os 42 e os 43 anos, suspeitos de crimes de tráfico de armas de fogo, tendo apreendido duas carteiras profissionais da PSP e várias armas. Em comunicado ontem divulgado, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa adianta que a detenção surgiu no decurso de uma investigação de três

meses e da recolha de indícios da venda de armas de vários tipos, nomeadamente de fogo, brancas, elétricas e aerossóis. No decorrer de buscas domiciliárias e a estabelecimentos, a polícia apreendeu um lança roquetes, quatro armas de fogo, nomeadamente uma carabina calibre.22, uma espingarda de calibre 9 mm, um revólver de calibre.22 e uma pistola calibre 22. A polícia apreendeu ainda armas de ar comprimido, munições, duas carteiras profissionais da PSP, uma das quais com crachá, e 740 euros.

Anteriormente, o presidente da Douro Azul, Mário Ferreira afirmou que o Atlântida vai mudar de nome e será utilizado para fazer a ligação entre Manaus, no Brasil, e Iquitos, no Peru, com passagem pela Colômbia. Mário Ferreira disse, na altura, que os preços ainda não estão fechados mas, no mínimo, cada passageiro terá de pagar 500 dólares diários, durante uma semana, tempo para completar os cerca de dois mil quilómetros da viagem. Na ocasião afirmou também que o grupo tem a intenção de encomendar novos navios à West Sea, para a operação internacional e no rio Douro, que precisa ver melhoradas as infraestruturas. O Atlântida deveria ter rendido 50 milhões de euros, mas os custos totais com a resolução do contrato com o Açores já custou cerca de 70 milhões de euros. Da encomenda à rejeição pelos Açores, o negócio atravessou três administrações dos ENVC e ocorreu numa altura em que os dois governos, o da República e o dos Açores, eram socialistas. De um lado José Sócrates e do outro Carlos César.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

Arménio Carlos solidário com a luta dos professores

“Crato rua, a escola não é tua” Alguns milhares de professores desfilaram em direção ao Chiado, em Lisboa, a contestar a política do Governo para a Educação e a pedir a demissão do ministro Nuno Crato.

O desfile, com professores que vieram de vários pontos do país, chamou a atenção dos transeuntes pelo colorido das bandeiras sindicais e pelas palavras de ordem que gritam bem alto. “Crato rua, a escola não é tua”, “É preciso, é urgente uma política diferente”, “Educação é um direito, sem ela nada feito” foram algumas das palavras de ordem proferidas, intervaladas com gritos de “Demissão! Demissão!”. “Viemos aqui para assinalar o Dia Mundial do Professor, mas, depois do que se passou na sexta-feira, temos motivos acrescidos”, disse Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof. Na sexta-feira, vários agrupamentos de escolas receberam orientações do Ministério da Educação para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação. Estas orientações foram dadas horas antes da divulgação das novas listas, que substituem as anteriores, nas quais foram detetados erros, que levaram à demissão do antigo diretor-geral da Administração Escolar. O protesto contou com a participação

ARMÉNIO CARLOS. O líder da CGTP esteve presente no protesto dos professores e manifestou total solidariedade para com a sua luta… de uma delegação da CGTP, liderada pelo secretário-geral. Arménio Carlos manifestou-se assim solidário com a luta dos professores na sequência dos erros na sua colocação, acusando o Governo de “desrespeito” e alertando para a degradação da escola pública em detrimento de interesses privados. “Estamos aqui para manifestar a nossa solidariedade com este desrespeito por parte do Governo, não só em relação aos professores, mas também em relação aos alunos. O primeiro-ministro dizia recentemente que este tinha sido o melhor início do ano escolar e o que nós estamos a constatar é que este é o pior ano dos últimos três anos”, destacou. O secretário-geral da CGTP considerou ainda que “a educação é essencial para o futuro do país e, neste contexto, os ataques e os cortes a que está a ser sujeita, levam a que haja uma degradação da escola pública

e uma facilitação da iniciativa privada que não é boa, nem para o desenvolvimento do país, nem para a coesão social”. Nesse sentido, Arménio Carlos apelou à solidariedade das populações com os professores. Também a coordenadora do Bloco de Esquerda se juntou ao protesto, considerando que Nuno Crato não tem condições para continuar com a pasta da Educação. Catarina Martins insistiu que Nuno Crato não tem condições para continuar com a pasta da Educação e instou o Governo “a assumir os custos do erro que cometeu” na colocação de professores. “Nuno Crato fez o pior início de ano letivo que temos memória na nossa democracia. O Governo tem de assumir os custos do erro que cometeu, não pode fazer alunos e professores pagarem esse erro, mas há algo que é muito importante: um ministro que começou assim um ano letivo não tem condições para

fazer o próximo”, disse Catarina Martins, acrescentando: “É preciso corrigir este erro já. O Governo tem de assumir os custos, os professores e alunos não podem ser prejudicados e o próximo ano letivo não pode começar assim. Não podemos ter Nuno Crato, não podemos ter este Ministério, desculpas não chegam”. Catarina Martins defendeu a transparência e o fim dos critérios “que ninguém percebe”, reforçando que cabe ao Estado “pagar esse erro” cometido pelo titular da pasta da Educação. “A administração erra, a administração paga, e não podem ser os professores e os alunos a pagar esse erro. E é preciso que seja transparente, acabar com critérios que ninguém percebe, que as listas sejam públicas, colocar professores pela sua graduação, e não pode ser Nuno Crato que fez asneiras a corrigir este problema. Nuno Crato não pode ser o ministro da Educação em Portugal”, reiterou Catarina Martins. Entretanto, o secretário-geral da FENPROF anunciou a realização de um inquérito aos professores para saber o que querem para o futuro e que lutas estão disponíveis para fazer. A distribuição do inquérito iniciou-se no Largo Camões, em Lisboa, no final da manifestação do Dia Mundial do Professor, que juntou mais de dois mil professores. “Acredito que as lutas são mais fortes e mais eficazes quando resultam da definição de objetivos por quem as faz. Queremos que as reivindicações dos professores e as suas lutas sejam definidas de baixo para cima e não de cima para baixo”, explicou Mário Nogueira, no final do protesto. A iniciativa, marcada para assinalar o Dia Mundial do Professor, acabou por servir também para protestar contra as orientações dadas na sexta-feira pelo Ministério da Educação a vários agrupamentos de escola para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação.

Jerónimo de Sousa e o discurso de Cavaco Silva do 5 de Outubro

“Portugueses estão descontentes com este Governo” O líder do PCP disse que os portugueses não estão descontentes com a democracia, mas com quem lhes inferniza a vida, criticando que o seu “drama” não tenha sido abordado pelo Presidente da República no discurso do 05 de Outubro. “Não, senhor Presidente da República, os portugueses não estão descontentes com a democracia que a Constituição da República consagra, estão é descontentes com aqueles que no Governo, juntos ou à vez, lhe têm infernizado a vida, descontentes por verem um Presidente da República a ser um ajudante desse Governo e da sua política e não assumir o juramento que fez de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e o projeto de democracia que ela mesmo consagra”, afirmou Jerónimo de Sousa. Na Marinha Grande, num almoço com cerca de 600 pessoas, considerou ainda ser “espantoso” que hoje, “dia de feriado roubado pelo Governo com a anuência do Presidente da República”, Cavaco Silva “venha falar sem dizer uma palavra sobre

PCP. O líder dos comunistas não poupou críticas ao discurso de Cavaco Silva sobre a República Portuguesa

os dramas dos portugueses”, como o desemprego ou o empobrecimento. “E venha, tão-só, dar uma mãozinha para tentar salvar a política de direita, apelar a que PS, PSD e CDS se juntem e se comprometam ainda mais para levar por diante esta política falhada e desgraçada, colocando o problema do sistema político e partidário, não na responsabilidade que ele Presidente da República também tem - e muita - numa política que nos está a conduzir para o desastre”, declarou o secretário-geral do PCP. Para Jerónimo de Sousa, é necessária uma “verdadeira mudança política” que “não seja a mera mudança de caras e de estilos, como mostrou o debate e o desfecho da disputa interna pela liderança do PS, onde, em substância, nada trouxe de novo em matéria de política alternativa”. Segundo o líder do PCP, “tem razão o senhor Assis [eurodeputado socialista], ainda ontem [sábado], na linha aliás de Cavaco Silva, dizia é preciso um governo do Bloco Central”. “Eu acho que Costa [candidato do PS a primeiro-ministro]

nunca dirá isto assim, mas a verdade é que o pensa, porque se eles puderem vão, outra vez, entender-se com o PSD ou com o CDS ou sem o CDS para prosseguir a mesma política de direita”, acrescentou. O Presidente da República apelou ontem a uma cultura de compromisso político por parte das forças políticas considerando que, caso contrário, haverá um risco de implosão do atual sistema partidário português. Na cerimónia comemorativa do 5 de Outubro, realizada no salão nobre da Câmara Municipal de Lisboa, Cavaco Silva propôs igualmente uma reflexão sobre o regime político português, destinada a encontrar soluções para os problemas de governabilidade, que considerou ser urgente. Ressalvando que, no seu entender, “os portugueses não estão insatisfeitos com a democracia ou com a República”, Cavaco Silva assinalou os estudos que evidenciam “a insatisfação dos cidadãos e a sua falta de confiança nas instituições – sobretudo nos partidos”.

Marinho e Pinto vai fazer “strip tease” dos vencimentos

“Não tenho nada a esconder”

António Marinho e Pinto, fundador do Partido Democrático Republicano (PDR), anunciou em Coimbra que vai fazer um “strip tease” dos seus vencimentos enquanto eurodeputado, que “outros se recusam a fazer”. Ainda esta semana, Marinho e Pinto vai divulgar “todos os recibos de vencimento emitidos” enquanto eurodeputado no site do PDR, avançou, sublinhando que fará “com muito gosto um strip tease que outros se recusam a fazer”. “Não tenho nada a esconder do povo português. Irei fazer o strip tease que o pudor de alguns os impede de fazer”, salientou, defendendo a transparência, assim como “a absoluta exclusividade”, no exercício de funções de titulares dos órgãos de soberania. No último debate quinzenal no parlamento, no final de setembro, o primeiro-ministro, Passos Coelho, disse recusar fazer o ‘stripe tease’ das suas contas bancárias, quando desafiado pelo então secretário-geral do PS, António José Seguro, a autorizar o levantamento do sigilo bancário a propósito do caso Tecnoforma. António Marinho e Pinto falava durante a apresentação do PDR, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, onde divulgou os princípios do partido, que assentam em “Liberdade, Justiça e Solidariedade”. O fundador do PDR asseverou que se tem de “refundar a República e fazer um novo 25 de Abril, sem chaimites e sem armas”. “Podemos fazer um novo 25 de Abril sem os excessos do passado”, disse, através da “arma do voto”. “Os problemas da democracia resolvemse sempre com mais democracia”, comentou, considerando que, caso não haja mudanças, o país trilha um “caminho de suicídio coletivo”. Segundo Marinho e Pinto, deve-se “reformar o Estado sem prejudicar as suas funções reguladoras e sociais”, considerando que se tem de “pôr termo ao monopólio” dos partidos políticos, devendo haver abertura da “política ao cidadão”. “Qualquer cidadão deve poder candidatar-se autonomamente a qualquer cargo público, sem ter a dependência de um partido político”, frisou. O também antigo bastonário da Ordem dos Advogados realçou a necessidade de os deputados serem “autónomos e independentes” do seu partido, referindo que estes celebram “compromissos com o cidadão e não com o partido”. “Antes das eleições, os deputados passeiamse pelo país a prometer tudo aos eleitores. Mas uma vez eleitos esquecem-se dos compromissos que celebraram com quem os elegeu”, disse, criticando também os partidos que “se isentam a si próprios de impostos mas que impõem impostos que esmagam cidadãos e empresas”. Sobre o sistema político, o fundador do PDR criticou ainda os valores das subvenções que os partidos recebem por voto, por considerar que “não é o Estado que tem de garantir a sobrevivência dos partidos, para que não se tornem parasitas do Estado”.


Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

José Maria Ricciardi diz estar disponível para ir à comissão de inquérito

“O que se passou no BES foi sério e grave” Pires de Lima e a importância do investimento

“Luta continua em 2015”

O ministro da Economia disse, ontem, que o empreendedorismo e a credibilidade de Portugal têm sido fundamentais para a recuperação da economia, indicando que no último ano foram criadas 35 mil novas empresas. “Os caminhos da recuperação da nossa economia têm passado pela recuperação da nossa credibilidade, da nossa reputação (…), manchada de uma forma clara quando chegámos à conclusão que só conseguíamos alimentar a vida pública com assistência financeira”, disse Pires de Lima, ao discursar no último dia dos trabalhos do Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura. Pires de Lima apontou ainda como caminho fundamental do crescimento económico em Portugal, o empreendedorismo “que está a viver uma vaga positiva, com 35 mil novas empresas criadas ao longo dos últimos 12 meses”. Na agenda das prioridades para atrair investimentos, o ministro da Economia apontou a simplificação fiscal “em curso ao nível do IRC, a simplificação fiscal ao nível das pequenas e muito pequenas empresas e de redução das taxas de IRC sobre os lucros”. “O Estado português oferece hoje um pacote completo aos investidores e potenciais investidores, é um pacote único e singular”, destacou, concluindo: “a nossa luta pelo investimento vai continuar na definição das proposta de Orçamento do Estado para 2015.”

Questionado sobre eventual ligação da família ao caso dos submarinos, banqueiro que “não era o momento oportuno” para se pronunciar. O antigo administrador do Banco Espírito Santo (BES) José Maria Ricciardi mostrou-se disponível para ir à Comissão Parlamentar de Inquérito do BES, se for chamado a prestar declarações, considerando que essa é a “obrigação” de qualquer cidadão. “Se entenderem que o meu testemunho é importante irei com certeza e essa é mais uma das razões pelas quais eu acho que neste momento não me devo pronunciar sobre esse assunto”, afirmou à margem do Fórum Empresarial do Algarve, onde falou ontem de manhã na conferência com o tema «Que financiamento para o crescimento», num encontro que durante três dias juntou políticos e empresários. Questionado sobre a eventual ligação da família Espírito Santo ao caso dos submarinos, que alegadamente teria recebido 5 milhões de euros de comissões dos submarinos, o banqueiro disse apenas que este “não era o momento oportuno” para se pronunciar. “Todos esses assuntos, que são assuntos sérios e graves, estão a ser alvo de inquéritos, avaliações e auditorias e acho que não é o momento de me pronunciar sobre elas devido a essa razão”, sublinhou. Venda até ao Verão

O antigo administrador do Banco Espírito Santo disse, ainda, que a venda do Novo Banco se poderá concretizar até ao verão do ano que vem, sublinhando não ter “qualquer preferência” no que respeita à nacionalidade dos investidores. “Estas coisas não se podem fazer em grande correria, porque isso normalmente não dá grandes resultados, e também não se podem fazer com uma enorme lentidão”, afirmou José Maria Ricciardi aos jornalistas quando questionado sobre a venda do Novo Banco, observan-

BES. Ricciardi admitiu que se consiga uma solução, embora não seja certo, até ao verão de 2015 para o Novo Banco

Apoio no aeroporto

40 trabalhadores da Portway protestam durante greve

Cerca de 40 trabalhadores da Portway, que dão apoio no aeroporto de Lisboa, concentraram-se, ontem, junto à estação de metro do aeroporto para exigir que a empresa pague atualizações salariais e horas extraordinárias. A concentração teve início às 09h00 e terminou às 12h00, mas os trabalhadores mantiveram-se em greve todo o dia. “Temos uma

aplicação de tabela salarial que resultou de uma arbitragem voluntária de 2010 que a empresa não quis cumprir, têm um protocolo assinado connosco de três dias de férias ligados ao absentismo que ela também não quis cumprir e o pagamento de horas extraordinárias como está no IRCT, mas não querem cumprir também”, explicou Nuno Santos, da direção do SITAVA, dizendo ainda que “há discriminação” dos trabalhadores de vários serviços da Portway, “considerados serviços secundários”.

do que os prazos são “discutíveis”. Acrescentando que a solução para o Novo Banco exige alguma calma, o presidente do BESI disse acreditar que os clientes do Novo Banco estão “progressivamente mais tranquilos” e alguns dos antigos clientes estão mesmo a regressar. O gestor admitiu ainda que se consiga uma solução, embora não seja certo, até ao verão de 2015 para o Novo Banco. Questionado pelos jornalistas sobre se tinha preferência por um comprador nacional, Ricciardi afirmou não ter “qualquer preferência”, dizendo apenas que o ideal é que o banco mantenha as “grandes capacidades” da equipa que trabalha no Novo Banco. Segundo o banqueiro, um banco com a importância do Novo Banco, com o peso que representa nas Pequenas e Médias Empresas (PME), “não pode ficar numa situação de alguma “incaracterística” em termos dos seus acionistas. O ex-administrador do BES elogiou ainda o trabalho do Banco de Portugal, que está, da “melhor maneira”, a tentar encontrar “a melhor solução possível em termos de investidor”. E considerou que o que se passou com o BES “foi um verdadeiro terramoto”. Quando questionado se a venda do BESI será feita em conjunto com a venda do Novo Banco, Ricciardi considerou que existe essa possibilidade mas admitiu também a hipótese da venda em separado. Na passada quinta-feira, o BES deixou de pertencer à Associação Portuguesa de Bancos, numa decisão tomada pela entidade que representa o setor numa reunião em que admitiu a entrada, ainda por formalizar, do Novo Banco. A APB realçou em comunicado que a exclusão do BES se deve a “ter ficado proibido de receber depósitos e conceder crédito, não estando por isso habilitado a desempenhar o essencial que caracteriza a atividade bancária”, isto, apesar de “manter a licença bancária”. Ainda assim, os associados da APB, reunidos em assembleia-geral, “consideraram também que esta situação poderá vir a sofrer evoluções em função do que vier a ser decidido pelas autoridades competentes para o efeito”.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

Jules Bianchi operado de urgência após acidente no GP do Japão de F1

“Gravemente ferido” O monolugar chocou contra um veículo que estava na pista a tentar remover o carro de Sutil. Hamilton venceu a prova. O piloto francês Jules Bianchi (Marussia) foi submetido a uma operação de urgência depois de ter ficado “gravemente ferido” num acidente no Grande Prémio do Japão de Fórmula 1, ontem, disputado com a pista muito escorregadia. A entidade que gere a Fórmula 1, a FIA, adiantou que o piloto da Marussia, de 25 anos, foi levado de urgência, e inconsciente, para um hospital local depois de ter sofrido “ferimentos graves na cabeça”. O monolugar chocou contra um veículo que estava na pista a tentar remover o carro do alemão Adrian Sutil (Sauber), em posição perigosa depois de ter perdido o controlo e embatido num muro na volta n.º42. “A TAC que fizeram [a Bianchi] mostra que ele tem uma lesão grave na cabeça e por isso está a ser operado. Depois segue para os cuidados intensivos, onde será monitorizado”, declarou um porta-voz da FIA, Matteo Bonciani, pouco tempo depois do acidente. O pai de Bianchi, Phillipe, confirmou também à cadeia francesa France 3 que o seu filho está “gravemente ferido” “O Jules está gravemente ferido. Vamos ter de esperar 24 horas para saber mais sobre a sua situação”, salientou. O Grande Prémio de Fórmula 1 foi disputado em condições climatéricas muito adversas. Além

European Open de Lisboa

Judoca Jorge Fonseca conquista «ouro»

O judoca português Jorge Fonseca (-100 Kg) conquistou, ontem, a medalha de ouro no European Open de Lisboa em judo, num dia em que Célio Dias (-90 Kg) também garantiu a medalha de bronze para Portugal. No combate para a medalha de ouro, frente ao italiano Domenico Di Guida, Jorge Fonseca venceu por ippon em apenas 13 segundos. Quanto a Célio Dias conquistou o bronze na categoria -90kg após vencer o francês Ludovic Gobert, com uma vantagem de yuko. Nos -90 kg, Célio Dias chegou ao combate pelo terceiro lugar após eliminar Sherazadishvili (Ippon).

Japão. “As minhas orações estão com Jules [Bianchi] e a sua família”, disse Hamilton, após a vitória em mais um Grande Prémio de a própria realização da corrida ter estado em risco devido a um aviso de tufão, a prova começou com um «safety car» em pista e com os pilotos a queixarem-se às equipas pelo rádio que não conseguiam ver nada devido ao spray levantado pelas rodas dos carros que os precediam. O britânico Lewis Hamilton, que haveria de ganhar a corrida, partiu da segunda posição, atrás do colega de equipa Nico Rosberg,

e a certo ponto disse pela rádio: “Digam ao Nico para não fazer nada dramático porque não o consigo ver”. Rosberg, ficou em segundo lugar e o australiano Daniel Ricciardo (Red Bull) terminou a prova na terceira posição. “Que dia... Estava com maior ritmo que o Nico [Rosberg] e acabei por ser mais feliz. Suzuka não é um circuito fácil, mas na última curva consegui colocar-me na melhor posição”,

comentou Hamilton após a agitada corrida no circuito japonês. Hamilton também não esqueceu Jules Biachi: “Obviamente que a corrida não terminou da maneira que eu queria. As minhas orações estão com Jules [Bianchi] e a sua família”. No campeonato, quando faltam quatro corridas para o fim do mundial, Hamilton - que arrecadou o seu oitavo triunfo do ano lidera com 266 pontos, mais 10 que Rosberg. Quenianos dominam

Ivo faz «hat-trick» na vitória por 7-0

FC Porto B «esmaga» débil Olhanense O FC Porto B venceu, ontem, no Olival, o Olhanense por 7-0, na décima jornada da II Liga, em que Ivo fez um «hattrick» e o brasileiro Otávio bisou. Foi mais do que uma vitória, foi uma vitória por «esmagamento». Os portistas entraram bem no jogo, marcaram cedo (02), por Tiago Rodrigues, dominaram e, com naturalidade, chegaram ao 2-0 ainda antes do intervalo (42), por Ivo. O caminho ficou assim muito mais facilitado para o FC Porto. Na segunda parte, Ivo marcou logo aos 53 minutos, ampliando a vantagem

II Liga. FC Porto B venceu o Olhanense por 7-0 e passou de oito golos marcados para 15

portista para 3-0 e acabou com as dúvidas sobre o vencedor deste jogo. Dois minutos depois do 3-0, Vítor Bastos cometeu penalti, por alegado derrube de Ivo. O defesa central viu o cartão vermelho direto e foi expulso, deixando a sua equipa em inferioridade numérica. Ivo cobrou a falta respetiva e fez o 4-0. Tudo corria mal ao Olhanense, por culpa própria, por falta de atitude, por incapacidade geral e também porque o FC Porto B, confiante, manteve a pressão. A equipa algarvia não fez um remate. Na primeira parte, é certo, beneficiou de um lance peri-

goso junto à baliza adversária, mas tal aconteceu devido a uma saída em falso de Ricardo, após um canto. O jogo acabou assim por ser um passeio triunfal para o FC Porto, que foi jogando, marcando e fazendo valer o seu futebol compacto e solidário. Pelo contrário, os algarvios foram quase só meros espetadores. Kelvin fez o 5-0 (61), através de um grande remate em arco, e Otávio aumentou para 6-0 (75) e fechou a contagem novo golo (82), após assistência de Leandro. O FC Porto B soma agora 13 pontos, mais um do que o Olhanense, e passou de oito golos marcados para 15.

Sara Moreira segunda na «Meia» de Lisboa

Os atletas quenianos ganharam, ontem, as quatro provas, masculinas e femininas, da Maratona e Meia Maratona de Lisboa, que registou apenas uma intromissão do domínio africano nos quatro pódios, a da portuguesa Sara Moreira, segunda na «meia». Samuel Ndungu e Visiline Jepkesho venceram a Maratona, enquanto Stephen Kosgei Kibet e Purity Rionoripo venceram a «Meia». Já Jéssica Augusto classificou-se em terceiro lugar nos 10 km de Paris, com um tempo de 33.10 minutos, numa corrida ganha pela italiana Valeria Straneo (32.36).


Segunda-feira, 6 de Outubro de 2014

publicidade

O Primeiro de Janeiro | 7

O PRIMEIRO DE JANEIRO

Desde 1868 a informรก-lo

Quer anunciar ao melhor preรงo

?

MUDAMOS DE INSTALAร OES: ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3ยบ - Sala12 - 4050-626 Porto Estamos on-line, em: www.oprimeirodejaneiro.pt


1868

Há 144 anos, todos os dias consigo.

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

|

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82

O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

CIDADÃOS JÁ RECOLHERAM MAIS DE DUAS MIL ASSINATURAS

“O direito a nascer” vai ao Parlamento Mais de duas mil assinaturas já foram recolhidas no âmbito da promoção de uma iniciativa legislativa de cidadãos para reconhecer “o direito a nascer”, que um movimento de cidadãos pretende levar ao parlamento. A recolha de assinaturas teve início ao final da tarde de sábado, após terminar a “Caminhada pela Vida”, que decorreu em Lisboa com o objetivo de afirmar a importância do direito à vida, disse Filipe D’Avillez, da organização. O objetivo é recolher 35 mil assinaturas para “obrigar o parlamento a apreciar e votar” a “lei de apoio à maternidade e paternidade – do direito a nascer”, que será apresentada através de uma iniciativa legislativa de cidadãos, promovida pela Plataforma pelo Direito a Viver. Na proposta de lei, os promotores afirmam que “Portugal vive uma crise de natalidade grave e profunda”, considerando que a solução para o problema passa pelo “reconhecimento do direito à maternidade, à paternidade e do direito de nascer”. “Pôr termo à atual equiparação entre interrupção voluntária de gravidez (IVG) e maternidade, para efeitos de prestações sociais, eliminando o seu caráter universal e atendendo a fatores de saúde e de condição de recursos”, bem como promover o apoio à gravidez dado pelo outro progenitor ou por outro familiar que a grávida não afaste”, são outros pontos que defendem. Um dos artigos propostos prevê a revogação de “todas as disposições legais que atribuam subsídios, licenças ou qualquer benefício por virtude da prática de IVG”. Os promotores defendem também que as autarquias locais têm que promover programas, incentivos e práticas tendentes ao apoio às famílias, à maternidade e paternidade. Para Filipe D’Avillez, não será difícil recolher as 35 mil assinaturas necessárias, uma vez que, aquando da campanha do referendo que legalizou a IVG até às dez semanas a pedido da mulher, “foram recolhidas mais de 100 mil assinaturas” por movimentos contra o aborto. A par da recolha de assinaturas pelo país, a partir de segunda-feira estará disponível uma petição online para esta iniciativa legislativa de cidadãos em pelodireitoanascer.org.

Cavaco Silva ajuda a promover produtos nacionais

“Montra” nos jardins de Belém

O Presidente da República visitou uma mostra de produtos nacionais nos jardins do Palácio de Belém, que estiveram abertos ao público no âmbito das comemorações da implantação da República, e apelou à compra de artigos portugueses. Os produtos expostos nos jardins do Palácio de Belém estão associados à iniciativa “Portugal Sou Eu”, um programa do Governo PSD/CDS-PP aprovado em 2011 para valorizar e dar a conhecer a produção nacional, que é reconhecida através de “um selo” ao qual as empresas se podem candidatar. O chefe de Estado, Cavaco Silva, visitou essa mostra na companhia da sua mulher, Maria Cavaco Silva, do ministro da Economia, António Pires de Lima, e de figuras públicas “embaixadoras” do “Portugal Sou Eu”, como as apre-

sentadoras de televisão Cristina Ferreira, Cláudia Vieira e Fernanda Freitas e a fadista Cuca Roseta. A ex-atleta Rosa Mota foi “investida como nova embaixadora” desta iniciativa pelo Presidente da República. “O país sempre me ajudou muito, eu sempre tentei fazer o melhor pelo país. O país sempre acreditou em mim, eu sempre acreditei no nosso país, e é isso que vou continuar a fazer: a ajudar e a acreditar em Portugal”, afirmou a campeã olímpica da maratona. “É com muito gosto que nesta data simbólica de 5 de Outubro abrimos as portas do Palácio de Belém para acolher o programa ‘Portugal Sou Eu’, cujos objetivos há muito tempo merecem a minha melhor atenção. Trata-se de valorizar, divulgar e promover a produção nacional”, declarou, em seguida, Cavaco Silva.

O Presidente da República referiu que “Portugal Sou Eu” é “uma marca de qualidade, uma marca de preferência da parte dos consumidores, uma marca que tem um selo” e acrescentou: “Nós esperamos que os portugueses, quando fazem as suas compras, verifiquem que é mesmo um produto nacional”. Agradecendo aos “embaixadores” desta iniciativa, Cavaco Silva afirmou que espera que “os portugueses façam uma escolha, em momentos de compras, pelos produtos portugueses, e dessa forma contribuam para o desenvolvimento do nosso país e para a criação de emprego”. “Espero que os portugueses, cada vez mais, prefiram os produtos nacionais. Esta é uma festa da produção nacional e nós queremos, de facto, que os portugueses prefiram aquilo que é nacional”, reforçou.

OSCE atenta ao conflito na Ucrânia

“Conjunto de iniciativas” para chegar à paz A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) definiu “um conjunto de iniciativas” para que seja possível pôr a Rússia e a Ucrânia “sentadas à mesma mesa”, afirmou o deputado socialista João Soares. O representante especial para o Cáucaso, que participou na Assembleia Parlamentar da OSCE que decorreu em Genebra, na Suíça, afirmou que as “iniciativas visam conseguir que o acordo de cessarfogo que teoricamente está em vigor [entre a Rússia e a Ucrânia] se transforme em efetivo”. Questionado sobre as iniciativas definidas, Soares referiu apenas que estas “vão depender do presidente da Assembleia Parlamentar em exercício, o finlandês Ilkka Kanerva, e da presidência da OSCE em exercício da Suíça”. No seu entender, a OSCE “é a única organização que os russos dizem aceitar” interferir neste conflito, assumindo assim “um papel cada vez mais ativo”.

A questão central na Assembleia Parlamentar da OSCE tem sido “a Ucrânia e a crise internacional que resulta da situação” naquele país, concluiu o socialista. O governo alemão planeia enviar drones e soldados para supervisionar o cessar-fogo na Ucrânia, em coordenação com a OSCE. Esta questão foi abordada pelo ministro dos Negócios Es-

trangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, num encontro com o seu homólogo francês, Laurent Fabius, informaram no sábado fontes do Ministério, acrescentando que ainda não foi tomada uma decisão. Estas informações surgem após o anúncio por parte do Governo de Angela Merkel da candidatura para presidir à OSCE em 2016.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.