HAMILTON MANDA EM CASA MERCEDES CONTINUA A DOMINAR MUNDIAL DE FÓRMULA 1
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 158
Segunda-feira, 07 de julho de 2014
JERÓNIMO DE SOUSA EXIGE AO BdP ESCLARECIMENTOS SOBRE CONFUSÃO BES
COMO É?! n O líder do PCP exige esclarecimentos ao Banco de Portugal (BdP) sobre a situação do Banco Espírito Santo (BES). “É profundamente negativo para a própria democracia esta confusão e esta fusão entre os negócios e a política, particularmente do setor financeiro. É preocupante, até porque o nosso povo já pagou com língua de palmo as situações escandalosas e os desmandos da banca”, destaca Jerónimo de Sousa, lembrando os casos do BPN e do BPP...
FELIPE VI EM PORTUGAL
n Os reis de Espanha visitam hoje Portugal, na segunda viagem oficial internacional após a proclamação de Felipe VI, encontrando-se com Cavaco Silva, Passos Coelho e Assunção Esteves
ATENEU
Comercial do Porto garante que para já não se desfaz do espólio
PERU
Pires de Lima “muito satisfeito” com o investimento das empresas portuguesas
AR FRESCO
Jardim enaltece papel do Presidente da República no pedido de consensos
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014
Ateneu Comercial do Porto aposta na divulgação das atividades
Espólio está para já a salvo O espólio do Ateneu Comercial do Porto, cuja alienação chegou a estar equacionada para colmatar uma dívida superior a 100 mil euros, está para já a salvo, garantiu a direção que num mês angariou cerca de 20 mil euros. “Tomámos a decisão de, pelo menos por agora, não pedir a autorização [aos associados] para nenhuma alienação [de património] ”, afirmou Paulo Lopes, presidente da direção do Ateneu. Uma dívida de 110 mil euros e a resultante necessidade de financiamento levou a nova direção a propor aos associados, numa assembleia-geral de junho, a alienação de peças do espólio do Ateneu como um quadro de José Malhoa e a primeira edição de “Os Lusíadas” de 1572. Na mesma assembleia, a 05 de junho, era proposto também, em alternativa, a contração de um empréstimo junto dos associados até ao máximo de 100 mil euros, o que acabou por ser apro-
ATENEU. A instituição Comercial do Porto pretende apostar também numa maior divulgação das suas atividades para captar mais pessoas para os seus eventos vado. Um mês depois foi tempo de balanço, com o presidente da direção a explicar que a operação de financiamento “não estando ainda nem perto do valor limite, tem corrido com algum sucesso, ainda que moderado”, “Entendemos que é possível confiar, pelo movimento que tem havido, que não será necessário alienar nada”, assegurou Paulo Lopes. O quadro de Malhoa e “Os Lusíadas”, entre outras peças que chegaram a ser avaliadas por uma leiloeira, estão por agora a salvo porque “o en-
caixe de dinheiro” conseguido neste primeiro mês “já será suficiente para as situações mais graves a curto prazo”, prevendo-se uma reavaliação da situação “em setembro”, salientou. Na assembleia-geral de junho ficou estabelecido que seria necessário juntar um valor mínimo de 25 mil euros “durante um mês para afastar a alienação de património”. “Neste momento estamos um pouco abaixo dos 20 mil euros”, contou o responsável, segundo o qual esse montante será suficiente, não só porque “há
mais associados” interessados no empréstimo, mas também porque foram assinados protocolos de colaboração com algumas associações e empresas que permitirão mais “encaixe financeiro”. O Ateneu Comercial do Porto irá agora apostar também numa maior divulgação das suas atividades para captar mais pessoas aos seus eventos, admitindo Paulo Lopes que talvez ainda não tenha sido feito “o suficiente” para atrair novos públicos.
Câmara do Porto promove acervo de árvores classificadas
“Generoso e motivo de orgulho” O acervo de árvores classificadas como de interesse público é “generoso” e “motivo de orgulho” para o Porto, o que leva a autarquia a querer lançar em breve um roteiro dos mais de 230 exemplares monumentais existentes na cidade. Atualmente há 237 árvores municipais, de sete espécies, classificadas como de interesse público no Porto, atributo que as dignifica e que lhes reconhece “caráter benéfico e valioso, não só para a cidade em si mas também para as suas comunidades, para as populações e para os visitantes”, afirmou Isabel Lufinha, engenheira do pelouro do Ambiente da Câmara do Porto. Pelo seu desenho, porte, raridade ou interesse histórico e paisagístico, estes exemplares municipais estão protegidos enquanto monumentos vivos e são hoje “contadores de histórias”, além de serem “elementos riquíssimos em termos botânicos”.
A Ginkgo (ou nogueira-do-japão) no passeio das Virtudes, a Araucária (ou bunia-bunia) no jardim da Cordoaria, o Tulipeiro da Casa Tait, o conjunto de palmeiras no Passeio Alegre e a avenida dos plátanos, também na Cordoaria, são alguns exemplos de árvores classificadas cuja presença não passa desapercebida. O Porto é uma cidade “extremamente verde” e “há que valorizar esse património”, afirmou o vereador do pelouro do Ambiente e Inovação, Filipe Araújo, que acredita que “a breve trecho” será possível dar a conhecer aos munícipes e a quem visita a cidade o património arbóreo, através de um roteiro turístico, em formato digital ou em papel. “Temos essa intenção, a ideia é ir recolhendo o maior número e a maior qualidade possível de informação associada a cada uma das árvores e fazermos um mapa, um roteiro turístico, mas desta vez com as nossas árvores classifica-
das”, frisou também Isabel Lufinha. Para Isabel Lufinha, à semelhança de um roteiro de monumentos de arquitetura, este sobre árvores classificadas faz todo o sentido, porque “é um valor patrimonial igualmente forte, igualmente válido e com muitos amantes, também”. A primeira classificação de árvores na cidade remonta a 1939, com um ulmeiro (Cordoaria), um pinheiro manso (avenida da Boavista) e um tulipeiro-da-virgínia com mais de 300 anos (escola pública João de Deus), sendo este o único dos três exemplares que ainda existe. Mas foi em 2004 que ocorreu um “boom” de classificações de árvores da cidade, quando associações ambientalistas, em colaboração com a Câmara, decidiram impulsionar o processo, apresentando as candidaturas. A preservação e manutenção destes seres vivos estão salvaguardadas,
porque “qualquer intervenção tem que ter o parecer e autorização prévia da tutela [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]”, disse Isabel Lufinha, lembrando ainda que a lei estabelece um raio de proteção de 50 metros. O vereador Filipe Araújo adiantou ainda que a autarquia tem já mais árvores em processo de classificação, porque ao querer dar este estatuto a mais espécies a Câmara está também “a reproduzir a importância que têm, a dar relevância e a valorizar a cidade”. A técnica da autarquia não tem dúvidas de que estas árvores monumentais “precisam de muita dedicação, vigilância e proteção”. “Devemos ter todos os cuidados que conseguirmos e soubermos ter, mas também somos mais cuidadosos com a saúde dos nossos avós do que com a nossa e é um bocadinho esse valor que permanece”, concluiu.
Preservar o Douro
“Jangadas recicladas”
Dezenas de pessoas partiram da praia do Areinho de Crestuma, em Vila Nova de Gaia, a bordo de 15 jangadas construídas a partir de materiais reciclados, tudo em defesa da conservação do rio Douro e ambientes circundantes. Realizada pelo oitavo ano consecutivo, esta descida fluvial fez-se, numa primeira etapa, até ao Areinho de Avintes e pretende alertar para a “qualidade fraca no que diz respeito à biodiversidade” do rio Douro, disse Gil Pereira, da direção da Organização para a Promoção dos Ecoclubes (OPE), que organizou o passeio. “Não é por acaso que os três locais que poderiam ser considerados praias fluviais, a seguir à barragem de Crestuma, não o são devido à qualidade da água”, explicou o organizador, para quem ainda existe “muito a fazer contra a artificialização das margens, especialmente as mais próximas das zonas urbanas do Porto e de Gaia.” Todas as jangadas desceram o rio com mensagens de alerta para diversos cuidados a ter com o ambiente, algumas escritas em velas de pano, outras no possível casco das embarcações, mas todas elaboradas por diversas associações ambientais e escuteiros que quiseram fazer chegar as suas preocupações ecológicas a quem conduzia, pescava ou passeava nas margens do Douro. Num barco feito de barris de latão, cordas e paletes de madeira, Alberto Cunha, contabilista na freguesia bracarense de Priscos, disse que decidiu participar pela primeira vez pela “preocupação ambiental” que pretende incutir aos filhos, apesar de não saber nadar e, portanto, poder vir a “alimentar os peixes com o corpo e ajudá-los dessa forma”. Para Carla Estêvão, professora de Biologia de 32 anos, fez todo o sentido participar com a família na descida de jangadas, fosse pela “experiência nova e diferente” que se lhe apresentou, fosse por ter “tudo a ver com a matéria” que leciona e com a defesa do ambiente. À medida que já todas as jangadas flutuavam em preparação para a partida, a embarcação de Vladimir Viana, técnico de informática e chefeadjunto dos escuteiros Pioneiros de Valbom, estava já submersa pela metade. Enquanto os seus subordinados trabalhavam para resolver o problema, o comandante daquela jangada de juncos e cordas admitia que decidiu participar “sobretudo pela aventura”, apesar de pretender também “sensibilizar os miúdos, que vão navegar o rio pela primeira vez, para as condições da água”, no sentido de “tentarem ajudar a que não piorem”. A oitava edição desta descida ambiental de jangadas pelo Douro foi acompanhada por barcos dos Bombeiros Voluntários de Crestuma e desenrolou-se em duas etapas, culminando ontem na ribeira de Gaia, depois de 15 km de rio e muita sensibilização ambiental.
regiões
Segunda-feira, 70 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Manifestação no Seixal exige alternativa ao Garcia de Orta
Novo hospital “A presença de tantas pessoas, num dia de chuva, demonstra que o hospital é mesmo necessário”, defendeu Joaquim Santos. “Conquista importante”
Madeira celebra 50 anos do aeroporto
A “Hora Grande, soou!” e “Uma data para a História da Madeira” fizeram as manchetes do Jornal da Madeira e do Diário de Notícias da Madeira de 8 de julho de 1964, data da inauguração do Aeroporto do Funchal. Amanhã, cumprem-se 50 anos de funcionamento da infraestrutura, um investimento de 180 mil contos (cerca de 900 mil euros) feito ao abrigo do II Plano de Fomento do Governo de Oliveira Salazar. Madeira, Alberto João Jardim, colocou a tónica na ampliação da pista, para considerar que “o presente aeroporto é completamente diferente, a pista é diferente, os meios técnicos são diferentes, a gare e todos os serviços são diferentes [dos inaugurados em 1964]. Foi uma conquista importante para a Madeira”.
Cerca de 300 pessoas participaram, ontem, numa caminhada em defesa da construção de um novo hospital no Seixal, afirmando que o hospital Garcia de Orta, em Almada, está “sobrecarregado e em rotura”. Em agosto de 2009 o governo reconheceu o novo hospital como uma necessidade e celebrou com o município um acordo estratégico para construção, que estava prevista terminar em 2012. “A presença de tantas pessoas, num dia de chuva como o de hoje [ontem], demonstra que o hospital é mesmo necessário. Devia já estar concluído em 2012 mas estamos em 2014 e o projeto de execução não está adjudicado. É uma enorme neces-
Seixal. “Basta ir ao Garcia de Orta para perceber que o hospital está, em todos os pontos de vista, em rotura”, queixa-se o autarca
sidade para o Seixal e para a região”, disse Joaquim Santos (PCP), presidente da Câmara do Seixal. Enquanto os manifestantes percorriam a marginal do Seixal, pela estrada seguiam carros dos bombeiros e ambulâncias que acompanhavam o protesto, em sinal de solidariedade com a causa. “A nova portaria do governo tira funções aos hospitais do Barreiro e Setúbal, para concentrar no Garcia de Orta, em Almada, o que ainda agrava o problema e torna mais urgente este hospital. Basta ir ao Garcia de Orta para perceber que o hospital está, em todos os pontos de vista, em rotura, do atendimento à urgência ou estacionamento”, defendeu o autarca. O autarca lamentou também que o ministro da Saúde ainda não tenha respondido ao pedido de reunião dos municípios: “o ministro não recebeu os nove municípios da Península de Setúbal. São quase 800 mil pessoas que pretendem uma reunião”.
Manuel Clemente no Patriarcado
Um ano em Lisboa
Balneário dos Olivais com obras este mês
Manuel Clemente cumpriu, ontem, um ano à frente do Patriarcado de Lisboa, período marcado por um discurso em defesa dos mais afetados pela crise, pela convocação do sínodo diocesano para 2016 e pela morte do antecessor, José Policarpo. Manuel Clemente tomou posse a 6 de julho de 2013, na Sé de Lisboa, em plena crise po-
lítica no Governo, causada pela “irrevogável” demissão de Paulo Portas, e não deixou escapar a oportunidade de apelar para o fim das divergências pessoais em prol do bem comum, apresentou-se aos fiéis como “servidor” da diocese e prometeu promover uma renovação. Na missa de apresentação, que se realizou no dia seguinte, no Mosteiro dos
Antes do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) voltou a reunir-se com a Câmara de Lisboa, tendo sido acordado que serão feitas obras nos balneários dos funcionários nos Olivais já em julho, informou fonte sindical. “Uma coisa concreta [desta reunião] foi o início das obras nos balneários já no mês de julho”, disse o sindicalista Nuno Almeida, do STML. Este balneário é utilizado por cerca de 300 trabalhadores, entre o pessoal das oficinas e alguns condutores, mas segundo outro dirigente do STML, Vítor Reis, o edifício “está a cair e tem mesmo mau aspeto”. “Olha-se para fora e vê-se manchas de humidade”, apontou. Vítor Reis reconheceu que este foi um “importante avanço”, sendo que é uma reivindicação antiga do STML. Para os funcionários da limpeza urbana existem oito outros balneários, que também necessitam de intervenções. A próxima reunião está marcada para 15, às 15h00.
8 mil anos de história expostos em Abrantes
O Museu D. Lopo de Almeida, instalado no interior do castelo de Abrantes, vai acolher até ao mês de outubro a exposição de cerâmica “8000 anos a transformar o barro”, no âmbito da antevisão do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA). A mostra conjuga a coleção municipal com um excerto da coleção da Fundação Ernesto Estrada, e de onde se destacam as peças de cerâmica grega, peças de terracota da Pré-História, e as faianças e porcelanas da Idade Moderna. A exposição vai estar patente ao público até 31 de outubro e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00, e entre as 14h00 às 18h00.
Jerónimos, Manuel Clemente, que tinha deixado o cargo de bispo do Porto, desafiou os portugueses a inspirarem-se na resistência das gentes do norte. Ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, que marcaram presença na cerimónia e foram aplaudidos efusivamente, pediu “uma resposta capaz de não deixar ninguém para trás”.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014
Jerónimo de Sousa pede esclarecimentos sobre o BES ao BdP
“Confusão negativa e preocupante” O líder do PCP exigiu ontem esclarecimentos ao Banco de Portugal (BdP) sobre a situação do Banco Espírito Santo (BES) e considerou “profundamente negativo para a democracia” a fusão entre política e negócios. “Desta vez nem tiveram o mínimo cuidado para fazer uma nomeação claramente ideológica de gente confiança do Governo, dos seus partidos”, afirmou o líder dos comunistas, que reagia ao caso BES, à margem de um encontro de militantes em Vila Pouca de Aguiar. O Espírito Santo Financial Group (ESFG) anunciou no sábado que vai propor Vítor Bento para presidente executivo do BES e João Moreira Rato para administrador financeiro, num comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O ESFG aponta ainda o deputado socialdemocrata e ex-juiz do Tribunal Constitucional, Paulo Mota Pinto, para o cargo de presidente do Conselho de Administração. Jerónimo de Sousa disse que é “profundamente negativo para a própria de-
“Uma lufada de ar fresco”
JERÓNIMO DE SOUSA. O líder dos comunistas diz que é “profundamente negativo para a própria democracia esta confusão e esta fusão entre os negócios e a política” mocracia esta confusão e esta fusão entre os negócios e a política, particularmente do setor financeiro”. “É preocupante, até porque o nosso povo já pagou com língua de palmo as situações escandalosas, os desmandos da banca, lembrando os casos do BPN e do BPP e esperamos nós que a história não se vá repetir agora com o BES”, salientou. O líder comunista disse que quer um esclarecimento da entidade supervisora e saber o que é que o BdP andou a fazer, porque é “que esteve tão passivo durante todo este tempo” e porque é que “existem estas situações em que há necessidade de apuramento de responsabilidades”. “Com uma condição fundamental que nós colocamos. Não ponham de novo o povo português a pagar aquilo que foram os desmandos da banca, nem pensem em nacionalizar prejuízos”,
acrescentou. Questionado sobre as declarações dos últimos dias que referem que a situação do banco é estável, Jerónimo de Sousa afirmou que percebe os apelos à acalmia. “Nós não estamos aqui a inventar uma destabilização ou a inventar um caso. É sabido que há preocupações de fundo em relação à situação do BES”, sustentou. Na opinião do secretário-geral do PCP, o melhor é, “com serenidade mas com responsabilidade, fazer esse apuramento de responsabilidades, ouvir designadamente o BdP para evitar que se dê precisamente mais uma situação de descalabro”. “É essa a nossa preocupação. Não estamos aqui numa posição de alarmismo, mas numa posição de que o povo português tem o direito de saber previamente o que aconteceu e o que está a acontecer”, salientou. E quanto à
reação do PS ao caso, o secretário-geral do PCP disse que espera que “não seja um pouco dor de cotovelo porque até aqui tinha havido uma certa partilha de responsabilidades e de lugares”. O líder dos socialistas, António José Seguro, defendeu no sábado uma separação entre a política e os negócios, referindo que “é mais do mesmo” que os nomes conhecidos para a administração de “um banco” sejam associados à atual maioria. Jerónimo de Sousa juntou-se ontem, na barragem da Falperra, em Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real, ao passeio anual das mulheres comunistas do Porto. A chuva não demoveu os muitos comunistas e simpatizantes e a música e a dança só pararam quando o secretáriogeral do PCP chegou e foi recebido com grande entusiasmo.
Reis de Espanha hoje em Portugal
Felipe VI recebido por Cavaco e Passos Os reis de Espanha visitam hoje Portugal, na segunda viagem oficial internacional após a proclamação de Felipe VI, encontrando-se com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a presidente do Parlamento e com o primeiro-ministro. De acordo com informação divulgada pela Presidência da República, a visita oficial de Felipe VI e Letizia inicia-se pelas 11h20 no Palácio de Belém, onde serão recebidos com honras militares. Após a assinatura do Livro de Honra, o Presidente da República e a mulher, Maria Cavaco Silva, encontram-se com os reis de Espanha, estando prevista depois uma reunião entre Cavaco Silva e Felipe VI, com a participação das respetivas delegações. Paralelamente, Maria Cavaco Silva e a rainha Letizia encon-
tram-se com a presidente da Federação das Doenças Raras, Paula Costa, também no Palácio de Belém. Os reis deslocam-se depois para o Palácio de Queluz, onde serão recebidos pelo Presidente e Maria Cavaco Silva e assistirão a uma exibição dos cavalos da Escola Portuguesa de Arte Equestre, participando depois num almoço oferecido pela Presidência, em sua honra, na Sala do Trono. O chefe de Estado português e Felipe VI deverão proferir discursos e brindes nesta ocasião. Depois, os monarcas espanhóis dirigem-se para o parlamento, onde irão assinar também o Livro de Honra e receber cumprimentos de deputados, reunindo-se depois com a presidente da Assembleia da República, Assunção
Esteves. Realizam ainda uma breve visita à Assembleia da República e visitam a exposição “O Nascimento de uma Democracia”, segundo informação divulgada pelo parlamento. Os reis espanhóis dirigem-se depois para o Palácio de São Bento, para um encontro com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. O Presidente português convidou os novos monarcas espanhóis a visitar o país, quando enviou a sua felicitação no passado dia 19 – data da coroação de Felipe VI -, expressando que Espanha é uma nação com a qual Portugal mantém “laços especiais de amizade”. De acordo com a Casa Real espanhola, esta viagem insere-se num conjunto de visitas de apresentação que os reis realizarão aos países vizinhos,
Alberto João Jardim enaltece papel do Presidente
incluindo Marrocos, França e Bélgica. Na primeira viagem após a coroação, Felipe VI e Letizia deslocaram-se ao Vaticano, onde foram recebidos pelo papa Francisco, no passado dia 30. A última vez que o casal real visitou Portugal foi em maio de 2012, então como príncipes das Astúrias. Na altura, Felipe e Letizia também foram recebidos por Cavaco Silva, cumprindo uma agenda de três dias que incluiu vários atos oficiais com as principais autoridades portuguesas e figuras destacadas das áreas da cultura, política e economia. Foram igualmente recebidos na Assembleia da República e deslocaramse a Braga para visitar o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, um ambicioso projeto científico que conta com o apoio dos dois países.
O Presidente do Governo Regional da Madeira classificou o papel interventivo de Cavaco Silva no pedido de consensos para o futuro do país, como uma “lufada de ar fresco”. “O senhor Presidente da República ainda é a lufada de ar fresco, na minha opinião, neste choro e ranger de dentes que vai no país”, reagiu Jardim quando questionado sobre o papel do Presidente da República no último Conselho de Estado. Jardim falava à margem da 59.ª edição da feira Agropecuária do Porto Moniz, concelho nortenho da ilha da Madeira. Questionado sobre o comunicado final da reunião de quinta-feira do Conselho de Estado, Jardim disse que não esperava consensos. “Eu não estou à espera de consensos, isto tem de ser resolvido e os consensos são mais água estagnada”, afirmou. No entanto, Jardim considerou que Cavaco Silva “tem feito uma intervenção na melhor das boas-fés”. O Conselho de Estado exortou “todas as forças políticas e sociais” a preservarem “pontos de diálogo construtivo” e a empenharem “os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos quanto aos objetivos nacionais permanentes”. Jardim recordou ainda que a sua posição na política nunca foi consensual, defendendo também não ser possível, neste momento, um entendimento. “Eu sou por uma definição das coisas porque todas as coisas têm a sua lógica subjacente”, disse, dando também como exemplo a situação na União Europeia. “O grande mal da União Europeia tem sido viver num consenso permanente entre o Partido Popular Europeu e a Internacional Socialista, não é carne nem é peixe e chega-se a estas situações de compromissos, mas que não são carne nem peixe e a médio e longo prazo elas não têm consistência para funcionar”, concluiu.
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Pires de Lima espera que relações comerciais continuem a crescer
“Peru é uma nação cheia de oportunidades”
Contra publicidade ilegal a bebidas alcóolicas
Queixa dos consumidores
A Associação Portuguesa de Direito do Consumidor (APDC) apresentou na quinta-feira às autoridades uma queixa contra a Sagres e a RTP1 por publicidade ilegal a bebidas alcoólicas durante a emissão de jogos do Mundial de futebol. “Somos o pPís da Europa com mais consumo ‘per capita’ de bebidas alcoólicas e onde os atropelos à lei são muito grandes”, disse, ontem, o presidente da APDC, Mário Frota, salientando que a Sagres é uma das marcas patrocinadoras oficiais da Seleção Portuguesa no Mundial 2014. A queixa foi entregue pela APDC na Direção-Geral do Consumidor, a entidade responsável pela fiscalização da publicidade, e também no Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial, uma entidade autorreguladora da qual a Sagres é associada. Nuno Pinto de Magalhães, da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), dona da marca Sagres, disse estar “ciente do enquadramento jurídico” relativo à comunicação comercial de bebidas alcoólicas e ter sido “surpreendido” por a lei não ter sido cumprida, mas admitiu que isso aconteceu apenas no jogo entre Espanha e Holanda, às 21h58. A RTP, também em resposta, reconhece que o anúncio em causa foi “indevida e impropriamente para o ar” nos horários da queixa.
Ministro inicia, hoje, uma visita a Bogotá, onde manterá contactos com várias empresas portuguesas presentes na Colômbia.
guel Frasquilho, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, entre outros responsáveis do setor da banca. Pires de Lima inicia, hoje, uma visita a Bogotá, onde manterá contactos com várias entidades e empresas portuguesas presentes na Colômbia.
O ministro da Economia, António Pires de Lima, terminou, ontem, uma visita ao Peru “muito satisfeito” com o investimento de empresas portuguesas no país e sublinha que “é uma nação cheia de oportunidades”. Pires de Lima iniciou uma visita a Lima na passada quinta-feira, tendo contactado empresas portuguesas estabelecidas no Peru como a Mota-Engil, Pharbal ou Sangobiar, além de contactos que manteve com os ministros dos Transportes e Comunicações, da Educação e da Economia e das Finanças. “Saio muito satisfeito porque do ponto de vista do investimento há já aqui uma tradição de investimento. Pude estar com empresas portuguesas que estão há 50 anos no Peru, outras que estão há 15, 20 anos, que investiram no Peru quando não era tão óbvio esse investimento”, disse o ministro, num balanço sobre a sua visita ao país da América do Sul, acrescentando: “este é um ponto de partida excelente para que as relações empresariais a nível do investimento possam continuar a crescer entre os dois países.” O governante lembrou que o percurso entre os dois países ainda está no início, apontando que “as relações comerciais entre Portugal e o Peru, do ponto de vista de exportação, ainda estão a um nível incipiente”. No entanto, “creio que a sinalização política que fazemos com a atenção constante do Governo português e da administração pública através da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal]” relativamente ao Peru, “aquilo que estamos a querer dizer aos portugueses é que” o país “é uma nação cheia de oportunidades” para as empresas que assim o entenderem, disse. O ministro lidera uma comitiva que integra o secretário de Estado do Investimento, Pedro Gonçalves, o presidente da AICEP, Mi-
Obras no porto são exemplo
Peru. “É um ponto de partida excelente para que as relações empresariais possam continuar a crescer”, disse o ministro
Semana de mercados
BES e BCP centram as atenções de Portugal
O arranque oficial de divulgação de resultados empresariais nos EUA marca esta semana, na qual é esperada a divulgação das minutas da última reunião da Reserva Federal (Fed) norteamericana, que deverá ditar as próximas movimentações na economia. Em Portugal, destaque para a transação dos direitos de preferência para o aumento de capital do BCP,
cuja evolução deverá estar intimamente relacionada com a da própria ação do banco liderado por Nuno Amado. “Os olhos estarão também atentos às movimentações do BES, Espírito Santo Financial Group (ESFG) e Portugal Telecom, que têm estado sob os holofotes dos investidores”, segundo o analista. As balanças comerciais de Portugal, do Reino Unido (maio) e do Japão (junho) serão conhecidas quinta feira. No mercado de dívida pública, França, Alemanha e Itália realizam leilões.
O ministro da Economia considerou, ainda, que o Peru “precisa muito” do conhecimento, da capacidade e do saber fazer das empresas portuguesas a nível das infraestruturas. “Trata-se praticamente da conclusão, entrega da obra de um grande investimento da MotaEngil aqui no Peru, no porto de Paita, porto que aumentou 10 vezes de capacidade com este investimento de 120 milhões de dólares [cerca de 88 milhões de euros], a que se somarão mais 100 milhões de dólares [cerca de 74 milhões de euros] no período de concessão de 20 anos”, afirmou o governante, durante uma visita ao porto de Paita, no noroeste do Peru, cujas obras foram realizadas pela construtora portuguesa Mota-Engil. “Creio que é um bom exemplo daquilo que é a engenharia, ‘know how’, capacidade de fazer de Portugal e dos portugueses” no Peru e “é seguramente um investimento que traz enorme confiança nas autoridades do Peru relativamente a outras obras, a outros investimentos nomeadamente em termos de infraestruturas” que venham a ser realizadas no país. “O Peru está a conhecer um grande desenvolvimento económico e social e precisa muito do ‘know how’, do saber fazer das empresas portuguesas ao nível das infraestruturas”, sublinhou o ministro, que termina hoje a sua visita ao Peru, onde manteve contactos com membros do Governo peruano e visitou empresas portuguesas com presença no mercado. “Nós, portugueses, desenvolvemos nas últimas décadas uma tradição de construção de infraestruturas muito importante na área rodoviária, na área portuária e que, aliás, agora vai ter um impulso crescente com o plano estratégico de transportes e infraestruturas”, apontou.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014
Lewis Hamilton conquista o Grande Prémio da Grã-Bretanha
Vitória em casa GP ficou marcado pela interrupção de uma hora, na sequência do acidente que envolveu Raikkonen (Ferrari) e Massa (Williams). O britânico Lewis Hamilton (Mercedes) venceu, ontem, o Grande Prémio da Grã-Bretanha, nona prova do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, e reaproximou-se da liderança graças ao abandono do seu colega de equipa, o alemão Nico Rosberg. Hamilton, que largou da sexta posição da «grelha», cumpriu as 52 voltas (306,198 km) ao circuito de Silverstone em 2h26.52,094 , com 30 segundos de avanço sobre o segundo classificado, o finlandês Valtteri Bottas (Williams), enquanto o australiano Daniel Ricciardo (Red Bull) completou o pódio. Esta foi a quinta vitória da temporada para Hamilton, que passou a somar 161 pontos e colocou-se
Fórmula 1. Esta foi a quinta vitória para Hamilton, que passou a somar 161 pontos e está a quatro do comandante, Rosberg
Brasil quer ter Thiago Silva
Despenalização pedida A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pediu à FIFA a abertura de um processo disciplinar contra o colombiano Camilo Zúñiga, que lesionou Neymar no Mundial2014, bem como a despenalização do cartão amarelo mostrado a Thiago Silva. “Confirmamos que fomos contactados pela federação brasileira para a abertura de um
processo disciplina contra o colombiano Zúñiga, mas para já os elementos do jogo estão todos em análise e nenhuma decisão foi tomada, para abertura ou não de um processo”, disse a porta-voz da FIFA Delia Fischer, no Rio de Janeiro. Neymar sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar, na sequência de uma joelhada de Zúñiga, quando decorria o
minuto 86 do jogo dos quartos de final do Mundial que o Brasil venceu por 2-1, no estádio Castelão, em Fortaleza. O avançado, principal referência do Brasil, ficou afastado do resto do campeonato. Nesse jogo, Thiago Silva, capitão brasileiro, viu o segundo amarelo na competição e fica impedido de defrontar a Alemanha nas meias-finais.
Prova conta com presença de Rosa Mota
Milhares a correr para ajudar a UNICEF
A chuva e o frio não intimidaram as centenas de pessoas que participaram, ontem, numa corrida organizada em Lisboa pela UNICEF, para angariar fundos para a instituição e que contou com a participação de Rosa Mota. “Tive o prazer de ter sido convidada pela UNICEF para participar nesta caminhada/corrida. A instituição é uma organização credível a nível mundial, como todos nós sabemos”, declarou Rosa Mota, antiga atleta olímpica, que deu o sinal de partida na prova e também participou na prova. O atleta paraolímpico Jorge Pina também participou do evento. O total angariado será conhecido hoje, pois as inscrições só foram fechadas no sábado.
somente a quatro do comandante, Nico Rosberg. O alemão foi obrigado a abandonar à 29.ª volta devido a problemas na caixa de velocidades, quando liderava a corrida, depois de ter largado da “pole position”. O britânico Jenson Button (McLaren), o alemão Sebastian Vettel (Red Bull), tetracampeão do Mundo, e o espanhol Fernando Alonso (Ferrari) terminaram nas posições seguintes. O Grande Prémio da Grã-Bretanha ficou marcado pela interrupção de uma hora, na sequência do acidente que envolveu o finlandês Kimi Raikkonen (Ferrari) e o brasileiro Felipe Massa (Williams) na primeira volta. O brasileiro ileso do acidente, mas Raikkonen teve dificuldade em deixar o seu carro, que ficou com a frente e a parte esquerda praticamente destruídas, e foi transportado para o centro médico do circuito. “Eu só vi um carro à minha frente. Kimo bateu e veio direito a mim, virei para a direita e ele bateu-me”, disse Massa.
Nove contagens de montanha
Vicenzo Nibali triunfa e conquista «amarela»
O ciclista italiano Vincenzo Nibali (Astana) impôs-se, ontem, na segunda etapa da 101.ª Volta a França, uma maratona de 201 quilómetros e nove contagens de montanha entre York e Sheffield, e é o novo líder da prova francesa. Na segunda jornada em terras britânicas, marcada por várias tentativas de fuga, Nibali, vencedor do Giro2013, aproveitou um momento de indecisão entre o grupo da frente, no qual seguiam os candidatos à vitória final na geral individual, e lançou um ataque, a dois quilómetros da meta, que foi suficiente para atravessar a meta isolado, com o tempo de 05h08.36. Na discussão no grupo de favoritos, em que seguia o campeão do mundo Rui Costa e o compatriota Tiago Machado, levou a melhor sobre Kwiatkowski.
Milhares recebem heróis da Colômbia
A seleção colombiana de futebol, eliminada nos quartos de final do Mundial2014 de futebol, chegou, ontem, à Base Militar de Catam, em Bogotá, e é esperada no centro da cidade por milhares de adeptos. A comitiva, com os 23 futebolistas, dirigentes e a equipa técnica liderada pelo argentino Jose Pekerman, dirigiu-se ao Parque Simón Bolívar, onde foi saudada por milhares de adeptos que a aguardam desde as primeiras horas do dia. Depois de cumprirem os requisitos formais na chegada, os jogadores foram escoltados pela polícia num percurso até ao parque, já acompanhados por adeptos a entoarem cânticos e a aplaudirem a seleção. No sábado, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu à Federação (FCP) que mantenha Pekerman no cargo, de modo a que o técnico argentino possa continuar um processo que “soube levar com êxito, esteve à altura, e com profissionalismo”.
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014
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OLÍMPICOS EQUÍVOCOS O Comité Olímpico de Portugal (COP) relativamente ao parecer que elaborou sobre a proposta de Lei n.º 238/XII que regulamenta o mercado de apostas desportivas e jogo online está a cometer vários equívocos. Em primeiro lugar, Já tivemos a ocasião Gustavo Pires* de referir, que a proposta de lei contempla precisamente aquilo que o COP entende que não contempla. Na realidade, a Lei acautela a importância da sensibilização, formação e prevenção dos agentes desportivos em relação à manipulação de resultados relacionados com apostas e procura seguir as boas práticas internacionais. Não cremos que pudesse ser de outra maneira. Em segundo lugar quando no parecer se afirma que o COP teve a ocasião, “em diversas circunstâncias, de alertar o Governo para a necessidade de acautelar estas matérias, particularmente as recomendações do Comité Olímpico Internacional no âmbito da regulação do mercado de apostas” seria de grande utilidade que o COP disponibilizasse no seu portal os documentos entretanto já enviados ao Governo. Em terceiro lugar quando o parecer do COP afirma que “… o Comité Olímpico de Portugal, no âmbito das suas atribuições e responsabilidades, vertidas na Carta Olímpica,…” comete uma confusão de grande ingenuidade que só leva a crer que o autor do parecer para além de não o ter lido a proposta de Lei com a devida atenção não domina minimamente a estrutura e a dinâmica do Movimento Olímpico. Repare-se que não são as atribuições e responsabilidades do COP que estão vertidas na Carta Olímpica. Pelo contrário, são as regras da Carta Olímpica que devem estar vertidas nos estatutos do COP sobretudo os aspetos relativos às regras de 27 a 31 do Capítulo IV. E tanto assim é que o COP, como qualquer comité olímpico nacional, é obrigado a submeter a aprovação dos seus estatutos ao COI. Repare-se que o COP na sua missão deve defender os interesses do COI em território nacional. Não tem de, junto do COI, denunciar o Governo em matérias que são da exclusiva competência do Governo. Em quarto lugar e de acordo com o que acabámos de dizer, quando no parecer do COP se afirma que “o Comité Olímpico de Portugal, (…) não poderá deixar de reportar esta situação junto do COI”. É absolutamente despropositada a posição do COP. O que é que a proposta de Lei pode dizer mais do que aquilo que já diz. O que é de esperar é que, na lógica mercantilista que anima a intervenção do governo no desporto venha a ser necessário, futuramente, elaborar mais legislação normativa a fim de tratar de situações especiais. Assim, seria mais útil que o COP reportasse junto do COI os programas que está a desenvolver nos domínios da educação e da cultura a fim de obviar que os resultados desportivos e outros estigmas que ferem o desporto sejam praticados. Em quinto lugar não fica bem ao COP dizer que vai reportar junto do COI. Primeiro porque tem coisas bem mais importantes e da sua exclusiva responsabilidade para tratar e esclarecer junto do COI como é, por exemplo, a existência de uma fotografia oficial em que o emblema dos anéis olímpicos são associados a uma multinacional a REN sem que a situação tenha sido devidamente esclarecida. Em segundo, porque estando a instituição perfeitamente governamentalizada através de um protocolo de 16 milhões de euros, aos olhos dos portugueses, é tão só uma extensão da administração pública e da direção do Governo. (continua)
Felipe VI de Espanha visita hoje Portugal
“Qualidades e preparação para ser um bom rei” Várias personalidades portuguesas ouvidas pela EFE destacam que o novo rei de Espanha, Felipe VI, que visita hoje Portugal pela primeira vez como monarca, está bem preparado e capacitado para enfrentar os reptos do cargo.
Um dos maiores desafios do novo monarca será manter Espanha como um país unido, segundo Francisco Pinto Balsemão, presidente do conselho de administração do grupo Impresa e amigo de infância do rei Juan Carlos. “Tem uma missão difícil, mas acredito que está preparado para cumpri-la”, disse Pinto Balsemão, em declarações à agência espanhola EFE, que ouviu várias figuras portuguesas por ocasião da visita oficial de Felipe VI e Letizia a Portugal. O fundador do PSD, que integra o júri dos prémios Príncipe das Astúrias, encontrou-se ao longo dos anos, por diversas vezes, com Felipe VI em eventos públicos, sublinhando que o monarca revela atualmente “uma maturidade” que é visível nos seus discursos cada vez “mais profundos”.
Pinto Balsemão está convencido que Felipe VI “tem todas as qualidades e preparação para ser um bom rei de Espanha”, acrescentando: “Desejo que isso aconteça, por ele é claro, e por Espanha”. “Não sou monárquico, mas percebo que, para Espanha, a solução monárquica é neste momento indispensável para a unidade que pode transmitir e assegurar”, concluiu. Esta opinião é partilhada pelo duque de Bragança e pretendente ao trono português, que afirmou à EFE que o reinado de Felipe VI “chega num momento em que a unidade de Espanha está posta em causa”. Para Duarte Pio, Felipe VI está numa “posição muito difícil” e, como monarca, irá ter uma vida menos cómoda – em termos de liberdade, de segurança, entre outros aspetos –, sublinhando, no entanto, que o novo rei espanhol está sobejamente preparado.
Um aspeto que é igualmente destacado pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio (1996-2006), que recorda, das ocasiões que esteve com o representante espanhol, ter ficado impressionado com “os seus conhecimentos, curiosidade intelectual e vivacidade”. “Também fiquei impressionado com a sua maturidade e pelo seu modo discreto e afável”, indicou o antigo chefe de Estado, destacando ainda que “Felipe VI é um monarca extremamente bem preparado para as funções que acaba de assumir e que saberá encontrar a sabedoria necessária” para enfrentar os reptos do país. Os reis de Espanha visitam hoje Portugal, na segunda viagem oficial internacional após a proclamação de Felipe VI, encontrando-se com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com a presidente do Parlamento e com o primeiro-ministro.
Em várias operações policiais de fiscalização
PSP deteve 28 pessoas no Porto e em Ermesinde
A PSP anunciou ontem a detenção de 28 pessoas em várias operações policiais de fiscalização rodoviária e prevenção criminal em estabelecimentos que decorreram no Porto e em Ermesinde. A maioria das detenções (17) foi por condução sob o efeito de álcool, adianta em comunicado o Comando Metropolitano do Porto da PSP. Sete pessoas foram detidas por tráfico de estupefacientes, uma por furto no interior de estabelecimento comercial, duas por condução de veículo sem habilitação legal e uma por desobediência às autoridades. Na sequência das operações, foram apreendidos 60 quilos de cobre, haxixe e liamba suficientes para cerca de 6040
e nove doses individuais, respetivamente, 1470 euros, um veículo ligeiro de passageiros e os documentos de cinco viaturas. A PSP adianta qua as “diversas operações policiais” realizadas este fim-desemana nas duas cidades tiveram como objetivo “a fiscalização e prevenção criminal em estabelecimentos, assim como a fiscalização rodoviária de forma a promover o sentimento de segurança junto dos cidadãos”. Nas ações de fiscalização rodoviária, foram identificados 615 condutores e as suas viaturas fiscalizadas. Já nas ações de combate ao consumo e tráfico de estupefacientes foram identificadas 52 pessoas, refere a PSP, acrescentando que foram ainda identificados
11 vigilantes, “no âmbito da fiscalização do exercício da segurança privada”. Foi ainda identificado um homem numa ação do combate ao crime de furto de metais não ferrosos (cobre). No decorrer destas ações foram passados 165 autos de notícia por contraordenação devido a infrações ao Código da Estrada e “demais legislação rodoviária” e uma contraordenação no âmbito da legislação que regula o funcionamento da atividade de segurança privada. Estiveram envolvidos nas operações agentes da 1.ª Divisão Policial, da Divisão de Trânsito, da Divisão de Investigação Criminal, da Divisão da Maia e Força Destacada da Unidade Especial de Polícia.