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BRASIL PENDURADO NA TV APESAR DA AUSÊNCIA DE NEYMAR TODOS ACREDITAM NA FINAL

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 159

Terça-feira, 08 de julho de 2014

FELIPE VI QUER PORTUGAL E ESPANHA JUNTOS NO COMBATE AO DESEMPREGO

DESAF!O n Na visita relâmpago a Portugal, o novo rei de Espanha destacou no seu discurso as “afinidades e ações comuns” que unem portugueses e espanhóis, nomeadamente a “superação da crise económica” e o “desafio” do combate ao desemprego. “A plena superação desta crise e, em especial, o desafio do desemprego, representa um dos principais desafios coletivos dos nossos dois países que tanto os cidadãos portugueses como os espanhóis estão a enfrentar com coragem, esforço e sacrifício”, reforçou Felipe VI em Belém...

METRO

Sérgio Monteiro garante o mesmo tipo de apoio financeiro para o Porto

EDUCAÇÃ0

Nuno Crato diz que a gestão dos professores será sempre do MEC

ATROPELAMENTOS

Em 2013 registou-se um total de 5149 casos com menos mortos e mais feridos do que em 2012


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Terça-feira, 8 de Julho de 2014

Sérgio Monteiro e o atraso na concessão da Metro do Porto

“Não vejo como possa prejudicar os contribuintes” O secretário de Estado dos Transportes rejeita que um atraso no concurso internacional para a concessão da Metro do Porto “possa prejudicar os contribuintes”, como alertaram deputados do PSD eleitos pelo Porto. “Não vejo como é que um atraso possa prejudicar os contribuintes. Só espero que quem está preocupado com esse assunto nos ajude a conduzir de forma célere o concurso internacional e não nos crie entraves, para que o concurso possa decorrer dentro dos prazos que temos previstos”, defendeu o governante, em declarações aos jornalistas no Porto. Durante a apresentação de um projeto que vai prolongar os horários do metro e autocarros locais aos fins-de-semana, Sérgio Monteiro reafirmou que “é possível avançar já em julho” com o concurso, porque o processo no Porto está “mais avançado” e “não há razão para atrasar o lançamento”. Deputados do PSD eleitos pelo

SÉRGIO MONTEIRO. O secretário de Estado dos Transportes garante que “não haverá um euro de financiamento na expansão do metro de Lisboa que não seja aplicado no Porto” Porto apelaram ao Governo para que lance “o mais depressa possível” o concurso internacional para a concessão da Metro do Porto, de forma a “salvaguardar o interesse dos contribuintes”. “O que está aqui em causa é vontade política para que seja lançado um concurso internacional para o contrato de concessão” da Metro, afirmou Virgílio Macedo, deputado na Assembleia da República e líder da Distrital do PSD/Porto, que ontem de manhã se reuniu, com outros dois deputados, com o conselho de administração da empresa. Pires de Lima, ministro da Eco-

nomia, já anunciou que os concursos públicos para a concessão da Metro do Porto e da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) serão lançados este mês, mas Virgílio Macedo afirmou estar “muito preocupado” com o ‘timing’. A atual concessão para a operação da Metro do Porto termina no dia 31 de dezembro e, se o próximo concurso público internacional não ficar concluído até lá, o “interesse público” corre o risco de não estar salvaguardado. Em causa está o diferendo que opõe a Metro do Porto à Prometro (responsável pela operação da

transportadora) relativamente à interpretação dos incentivos do contrato de subconcessão, que faz com que esta empresa privada deva mais de 20 milhões de euros à Metro do Porto. “A forma de salvaguardar o interesse dos contribuintes é lançar o mais depressa possível o concurso para que à data de 31 de dezembro esteja feita essa nova concessão e não haja prejuízo para os portugueses. Nós já sabemos o que é que acontece. É que depois o Estado vai negociar à pressa, sem qualquer capacidade negocial e os privados acabam por ter uma capacidade negocial muito superior ao interesse público”, vincou o social-democrata. Para o líder da Distrital, “a dívida não pode ser esquecida” e “seria totalmente inaceitável que qualquer processo de negociação e de prolongamento do contrato [com a Prometro] estivesse dependente de algum tipo de perdão dessa dívida que já existe”. Por fim, Sérgio Monteiro recusou qualquer investimento na expansão do metro de Lisboa se não “estiver garantido o mesmo investimento no Porto”. “Durante a vigência deste Governo, não haverá um euro de financiamento na expansão do metro de Lisboa que não seja aplicado no Porto”, assegurou ainda o governante no Porto. Sérgio Monteiro frisou, também, que o modelo de financiamento da expansão terá de ser “igual em Lisboa, no Porto ou em Coimbra”, envolvendo “fundos públicos, privados e comunitários” aplicados “na mesma proporção”.

Outra música durante uma semana na “Casa do Mário”

Laginha em destaque no Porto A Casa da Música, no Porto, será durante uma semana a “Casa do Mário” Laginha, compositor e intérprete escolhido para inaugurar um novo espaço de programação que inclui um ciclo de concertos e apresenta um solista da nova geração do jazz. Em conversa com os jornalistas na Casa da Música, Mário Laginha explicou que o convite “já vinha com algumas propostas, que era fazer concertos com o Remix Ensemble, a Orquestra e Mário Laginha Trio”. A partir de hoje, e durante uma semana, será possível ouvir o músico na vertente solista/compositor, interpretando duas obras suas com orquestra sinfónica e com ensemble,

como solista inesperado num concerto de Bach, como líder de um dos seus trios de jazz e finalmente como programador, escolhendo alguns dos compositores com os quais mais se identifica. Mário Laginha propõe ainda um concerto de um jovem solista da nova geração do jazz, saxofonista, já distinguido com o Prémio Jovens Músicos e que encerra o ciclo “Casa do Mário”, no dia 15. “Pediram-me para escolher um músico da nova geração, escolhi Ricardo Toscano, de 20 anos. Quando o ouvimos tocar pensamos como é que alguém com 20 anos pode tocar assim. Conheci-o com 15 anos, quando tocava clarinete. É uma

ótima sensação perceber que há muitos músicos bons que não param de aparecer, é uma satisfação e uma preocupação. Espero é que exista dinheiro para a cultura para que pessoas tão boas tenham trabalho”, referiu o pianista, considerando que “há imensos músicos de nível” e defendendo que os festivais de jazz deveriam ter uma programação muito mais portuguesa: “Passa pela vontade dos promotores. Às vezes existe uma espécie de complexo qualquer de que os de fora são os especiais. Isso já não faz sentido nenhum. Há músicos muito bons cá”. Ricardo Toscano tem colaborado com músicos como Carlos Barretto, Nelson Cascais, Júlio Resende, Afon-

so Pais, André Fernandes e João Moreira, entre outros. O Ricardo Toscano 4Teto é influenciado por alguns dos grandes nomes do jazz, como Wayne Shorter, Herbie Hancock, Miles Davis e John Coltrane. O ciclo inicia-se hoje com um concerto com o Remix. Mário Laginha vai repescar a obra “Até aos Ossos”, encomendada para a inauguração da Casa da Música, em 2005. Para a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música (sábado), Mário Laginha escolheu, além do seu “Concerto para piano e orquestra”, obras de Béla Bartók, J. S. Bach e Bernd Alois Zimermann. Laginha atuará com o seu trio no domingo.

Abandonadas há mais de 20 anos em Gaia

Locomotivas à espera do Museu Ferroviário

As locomotivas a vapor, abandonadas há mais de 20 anos em Gaia, estão em ‘perigo’ e continuam à espera da finalização de um protocolo com a CP que as levará para o Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento. Maria Rita Pereira, coordenadora do Museu, assinalou o “interesse histórico” da fundação do museu quanto às locomotivas alemãs 294, 282 e 701 – as primeiras construídas de acordo com especificações de engenheiros portugueses – que apresentam um “caráter único no país” e cuja retirada da estação das Devesas, em Gaia, é “urgente” para que não se continuem a deteriorar. A mesma responsável explicou que o protocolo em causa “já tem algum tempo” e “está a ser analisado entre as duas entidades”, continuando a “aguardar contacto” por parte da CP, detentora do material datado do início do século XX e atualmente abandonado e coberto por vegetação e ferrugem. Fuga de gás em Gondomar

Quatro pessoas intoxicadas

Quatro pessoas sofreram ontem uma intoxicação devido a uma fuga de gás que ocorreu numa sucata na freguesia de Fânzeres, concelho de Gondomar, informou fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) do Porto. No decorrer do desmantelamento de uma cisterna, os quatro funcionários responsáveis pela operação sofreram uma intoxicação “ligeira”, tendo sido transportados ao hospital “por precaução”. O alerta foi dado às 11h22, mas de acordo com fonte do CDOS a situação ficou resolvida perto das 13h50. “Foram para o hospital apenas por precaução. A situação ficou praticamente resolvida no local”, informou fonte do CDOS do Porto. No local estiveram elementos dos Bombeiros Voluntários de Gondomar e da Areosa e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).


Terça-feira, 8 de Julho de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro | 3

Câmara de Loures contra privatização da Empresa Geral de Fomento

Nova providência cautelar

Comissão dos ENVC

PCP entrega 70 propostas de alteração

O PCP entregou, ontem, cerca de 70 propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) visando deixar claro a “pesada responsabilidade” dos Governos e administrações no desmantelamento da empresa. “Nestas propostas, baseadas em factos objetivos e em informações recolhidas ao longo do inquérito, queremos deixar registada a pesada responsabilidade dos governos e das sucessivas administrações dos ENVC por eles nomeadas no processo que conduziu ao desmantelamento da empresa”, afirmou Carla Cruz.

Na ilha do Faial

Onda arrasta casal jovem para a morte

Duas pessoas morreram na ilha do Faial, no domingo à noite, depois de terem sido arrastadas por uma onda quando pescavam em rochas à beiramar, revelou o capitão do porto da Horta, Diogo Branco. As vítimas são um homem de 28 anos e uma mulher de 26, que estavam a pescar, com o pai dele, perto do Porto do Salão, na ilha do Faial, nos Açores. Os três foram arrastados por uma onda. Os homens conseguiram agarrar-se às rochas, mas a mulher foi arrastada para o mar, tendo o namorado tentado salvá-la, acabando os dois por morrer.

“Considero que são sólidos os argumentos e, por isso, a nossa expetativa é que eles sejam acolhidos”, afirmou Bernardino Soares. O presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares (CDU) anunciou, ontem, que a autarquia interpôs uma segunda providência cautelar para tentar travar o processo de privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF), depois da primeira ter sido indeferida. A nova providência do município de Loures foi interposta no Supremo Tribunal Administrativo, juntamente com uma ação principal. Em causa está a oposição que os municípios têm vindo a manifestar quanto à privatização dos capitais estatais na EGF, uma «sub-holding» do grupo Águas de Portugal, que integra 11 empresas concessionárias, responsáveis pela recolha, transporte, tratamento e valorização de resíduos. O município de Loures, um das principais contestatárias do processo de privatização da EGF, está inserido na empresa de resíduos Valorsul, que serve 19 municípios da Área Metropoli-

Loures. Bernardino Soares interpôs uma segunda providência cautelar para tentar travar o processo de privatização da EGF tana de Lisboa e da zona Oeste. A primeira providência cautelar tinha sido interposta no final de março, mas viria a ser indeferida pelo Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, que considerou que “ainda não tinham sido produzidos atos administrativos lesivos” para o Município de Loures. “Entretanto, foi aprovado o caderno de encargos, iniciado o processo de concurso e, portanto, todos os atos administrativos estão hoje presentes e é possível contestá-los”, explicou o autarca. A argumentação do município de

Loures assenta, essencialmente, na contestação às alterações dos estatutos das empresas que pertencem à EGF sem o aval dos municípios, que são acionistas, assim como à alteração da natureza do regime concessão. “Se o Estado vier a alienar a sua participação este sistema deixa de ser multimunicipal. E com o desaparecimento do Estado deixa de existir concessão para o tratamento de resíduos, uma vez que essa concessão está atribuída a uma empresa multimunicipal”, argumentou. Nesse sentido, Bernardino Soares

considerou que os novos argumentos apresentados são “sólidos” para poder convencer o tribunal a aceitá-los. “Considero que são sólidos os argumentos que agora apresentamos e, por isso, a nossa expetativa é que eles sejam acolhidos pelo tribunal”, afirmou. Até ao final da tarde, o Ministério do Ambiente não reagiu à apresentação desta segunda providência cautelar pela Câmara de Loures. O decreto-lei para a privatização da EGF, assim como o respetivo caderno de encargos, foi promulgado em março deste ano.

Suspeitas de abuso duas vezes de uma colega

Quatro jovens acusados de coação sexual O Ministério Público acusou quatro jovens por coação sexual infligida a uma menor, sendo que três deles foram ainda acusados de rapto, por factos ocorridos a 19 de Abril último, na Azinhaga do Rato, Laranjeiro, foi ontem divulgado. Segundo refere a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), estes factos verificaram-se um ano depois de uma outra agressão à mesma vítima, também de cariz sexual, em 19 de Abril de 2013. À data da primeira agressão os jovens não tinham completado 16 anos, razão pela qual foram

Laranjeiro. As duas agressões terão ocorrido com um ano de intervalo. Na primeira, jovens tinham menos de 16 anos

os factos objecto de processo tutelar educativo. Na acusação agora deduzida, a um dos arguidos são ainda imputados crimes por actos de cariz sexual, cometidos contra outra jovem, também menor e igualmente colega de escola. Três dos arguidos estão em prisão preventiva por suspeitas de rapto e coacção sexual, crimes cometidos em 19 de Abril passado. Em maio, a Procuradoria-Geral da República havia informado que o Ministério Público de Almada estava a investigar a alegada repetição de abusos sexuais a uma adolescente, perpetrados pelo mesmo

grupo de colegas da escola que a jovem frequentava há um ano. A jovem, de 14 anos, voltou a recorrer às autoridades para revelar que foi vítima de novos abusos sexuais, a 19 de abril passado, por parte do mesmo grupo de rapazes que eram seus colegas na Escola Ruy Luís Gomes, em Almada, e que alegadamente já tinha abusado da vítima há um ano. Um ano antes, o Ministério Público abrira um inquérito e a jovem, que estava em estado depressivo, e os alegados agressores foram transferidos para diferentes escolas.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Terça-feira, 8 de Julho de 2014

Felipe VI destaca ação comum entre portugueses e espanhóis

Vencer desafio do combate ao desemprego O rei de Espanha Felipe VI destacou as “afinidades e ações comuns” que unem portugueses e espanhóis, nomeadamente a “superação da crise económica” e o “desafio” do combate ao desemprego. “As sociedades espanhola e portuguesa (...) têm vindo a acusar nos últimos anos o impacto de uma dura crise económica que tem provocado um inaceitável aumento do desemprego que afetou milhões de cidadãos, muitos deles jovens”, começou por referir o monarca espanhol, numa intervenção no Palácio de Queluz, onde o Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, ofereceu um almoço em honra de Felipe VI e Letizia. “A plena superação desta crise e, em especial, o desafio do desemprego, representa um dos principais desafios coletivos dos nossos dois países que tanto os cidadãos portugueses como os espanhóis estão a enfrentar com coragem,

BELÉM. Os reis de Espanha foram recebidos pelo Presidente da República, Cavaco Silva, e almoçaram no Palácio de Queluz juntamente com cerca de 120 convidados esforço e sacrifício”, reforçou o recém-proclamado rei de Espanha, que proferiu o seu discurso intercalando o espanhol com passagens em língua portuguesa. Para o monarca, “é tempo de vencer definitivamente” os “obstáculos” provocados pela crise nas sociedades portuguesa e espanhola: “Não tenho dúvida de que o conseguiremos”, vincou. Reconhecendo a importância das “afinidades” e “ações comuns” que existem entre os dois países da Península Ibérica, Felipe VI destacou o papel do projeto europeu para a relação entre Portugal e Espanha. “A Europa (...) foi um

espaço de prosperidade e desenvolvimento em que os nossos dois países começaram a tornar realidade uma maior integração em todos os campos: social, económico, político e de inclusão cultural”, disse, destacando que a União Europeia tem sido para Espanha e Portugal “um imperativo geopolítico e económico inalienável que está na base” dos “respetivos projetos nacionais”. Antes do almoço no Palácio de Queluz, os reis de Espanha, acompanhados de Cavaco Silva e Maria Cavaco Silva, tiraram uma fotografia conjunta e visitaram os jardins do palácio, onde se exibiram

os cavalos da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Posteriormente, os convidados presentes no almoço de honra apresentaram cumprimentos ao casal real espanhol e ao chefe de Estado português e à sua mulher. No almoço estiveram presentes cerca de 120 pessoas, incluindo convidados das mais variadas áreas. Entre os presentes estavam, por exemplo, o primeiro-ministro, Passos Coelho, o vice-primeiroministro, Paulo Portas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, o antigo Presidente da República Jorge Sampaio e os antigos líderes do PSD Francisco Pinto Balsemão e Pedro Santana Lopes e a cantora Carminho. Também presentes em Queluz estiveram a artista Joana Vasconcelos, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, a jornalista Pilar del Rio, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e os presidentes das Câmaras de Lisboa e Sintra, António Costa e Basílio Horta, respetivamente. A visita oficial prosseguiu de tarde, com os reis de Espanha a serem recebidos no parlamento pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e pelo primeiro-ministro, Passos Coelho, em São Bento.

Cavaco Silva enaltece a “renovação geracional” em Espanha

“Firmeza e profundidade nas relações entre amigos” O Presidente da República enalteceu a “renovação geracional” que representa para Espanha a recente proclamação de Felipe VI como rei, sublinhando o “carinho” e “simpatia” que Portugal tem para com a família real espanhola. “A proclamação de vossa majestade como rei é um momento determinante para o seu país e constitui uma renovação geracional que marcará certamente a história de Espanha”, começou por referir Cavaco Silva, numa intervenção no Palácio de Queluz, onde foi oferecido um almoço em honra dos monarcas espanhóis. No seu discurso, o chefe de Estado português disse ainda que a visita do casal real espanhol traz uma “renova-

da confirmação da firmeza e profundidade das relações” entre Portugal e Espanha, “vizinhos e amigos” que “conhecem hoje um relacionamento que se exprime no quadro de uma cooperação bilateral que nunca foi tão vasta e intensa”. “A aproximação e o impulso registados nos últimos anos a nível das nossas instituições, dos empresários, dos jovens, dos agentes culturais e científicos, das universidades e dos parceiros sociais é hoje uma realidade completamente adquirida. Exemplos concretos desta cooperação não faltam e a XXVII Cimeira LusoEspanhola do passado mês de junho demonstrou-o bem, pela diversidade dos temas e pela ambição dos debates”, destacou Cavaco.

O Presidente português realçou que as áreas de cooperação bilateral entre os dois países “são cada vez mais numerosas, indo desde a investigação e ciência à cultura, aos transportes, à gestão de recursos hídricos e às questões energéticas”, lembrando ainda que Espanha, “a nível comercial, constitui o primeiro cliente e fornecedor de bens de Portugal”, e “foi também, nos dois anos mais recentes, o primeiro investidor externo e um dos principais recetores do investimento português no exterior”. “A nível do turismo, Espanha ocupa uma posição cimeira como mercado emissor de turistas para Portugal e é um destino de eleição para os portugueses. Estes dados são reveladores

da grande conexão existente entre as nossas duas economias”, acrescentou o Presidente da República. Portugal e Espanha, prosseguiu, conhecem-se hoje “melhor” e trabalham “muito melhor em conjunto”, mas “nem tudo, por certo, está feito”. “Podemos ir mais longe na nossa cooperação e na nossa coordenação. Manteremos, pela nossa parte, a ambição e o empenho na construção de um futuro de relações cada vez mais estreitas e frutuosas”, continuou. A intensidade e o peso estratégico do relacionamento entre os dois países “fazem com que poucos temas escapem hoje às relações luso-espanholas”, concluiu o Presidente da República, Cavaco Silva.

Encontro com a presidente da FEDRA em Belém

Letizia e Maria Cavaco atentas às doenças raras

A rainha de Espanha e a mulher do Presidente da República encontraram-se com a presidente da Federação das Doenças Raras de Portugal (FEDRA), que representa as 15 associações de doentes raros do país. Letizia e Maria Cavaco Silva falaram com Paula Costa no Palácio de Belém, em Lisboa, enquanto decorria o encontro entre o rei Felipe VI e o Presidente da República, Cavaco Silva. A Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras ‘Raríssimas’, da qual Maria Cavaco Silva é “madrinha oficial”, foi criada em 2002 por um grupo de pais de crianças com aquelas doenças, tendo como maior projeto a Casa dos Marcos, inaugurada este ano no concelho da Moita. A FEDRA foi constituída em 2008 e está integrada no projeto europeu para as doenças raras Eurordis. Em Portugal existem cerca de 800 mil portadores de doenças raras e várias centenas de doentes por diagnosticar, tendo sido aprovado em 2008 o Programa Nacional para as Doenças Raras, que permitiu rastrear os portadores deste tipo de patologias e criar infraestruturas de apoio para os doentes. Jorge Moreira da Silva e a gestão da zona costeira

“Deve ser uma prioridade”

O ministro do Ambiente diz que a gestão da zona costeira deve ser uma prioridade para a sociedade, porque Portugal é um dos países europeus com maior risco devido às alterações climáticas. “A gestão da costa portuguesa deve ser uma prioridade que deve mobilizar toda a sociedade, todos os órgãos de soberania e recursos financeiros, mas que deve mobilizar essencialmente uma política estrutural e integrada”, começou por destacar Jorge Moreira da Silva. O ministro do Ambiente falava aos jornalistas durante uma visita à praia do Tarquínio, na Costa da Caparica, onde já decorrem os trabalhos de reposição de areias que foram arrastadas pelos temporais do último inverno. “É isso que estamos a procurar realizar. As intempéries do último inverno vieram apenas confirmar que se trata de uma situação de absoluta emergência e de total prioridade, que deve ser alocada por parte do Governo e das autarquias”, concluiu.


economia

Terça-feira, 8 de Julho de 2014

O Primeiro de Janeiro | 5

Marco António Costa nega ingerências partidárias no caso do BES

“Escolha dos acionistas”

2000 milhões de euros

Volkswagen abre duas fábricas na China O fabricante automóvel alemão Volkswagen anunciou, ontem, em comunicado, os seus planos para construir duas novas fábricas na China, investindo, com o seu parceiro local, uma verba de 2000 milhões de euros. O acordo entre a companhia e o fabricante chinês FAW para a construção de duas novas fábricas no maior mercado automóvel do mundo foi assinado na presença da chanceler alemã, Angela Merkel, e do primeiroministro chinês, Li Keqiang, segundo informou, em comunicado, a Volkswagen. As duas firmas vão investir, em conjunto, 2000 milhões de euros para elevar a sua capacidade de produção, indicou o fabricante alemão, embora sem especificar o custo das novas unidades fabris em Tianjin e em Qingdao, ou com que montante entra cada uma das partes.

“Os portugueses têm perfeita consciência de que existe uma completa uma separação o BdP e qualquer intervenção política”, disse. O vice-presidente e porta-voz do PSD disse, ontem, que os novos gestores do BES resultaram da “escolha dos acionistas, da autorização do Banco de Portugal e dos seus currículos”, negando qualquer ligação político-partidária. Marco António Costa afirmou que “todos os portugueses têm perfeita consciência de que existe uma completa uma separação entre aquela que é a atividade do Banco de Portugal e a sua função de regulação e qualquer intervenção política, muito menos de natureza partidária”. “Faz parte de uma certa postura da oposição tentar lançar essas polé-

BES. Vice-presidente do PSD diz que novos gestores foram escolhidos pelos acionistas e não por vontades partidárias

micas”, desvalorizou, referindo-se às suspeitas lançadas pela oposição os nomes escolhidos para o BES, cuja administração executiva passa a ser presidida pelo economista Vítor Bento e a integrar o até agora presidente do IGCP, Moreira Rato. Por outro lado, o BCP anunciou que a agência de notação financeira Fitch reviu em alta as avaliações da dívida subordinada e das ações preferenciais após o aumento de capital de 2,25 mil milhões de euros. A Fitch passou, na sexta-feira, a notação de dívida subordinada ‘Lower Tier 2’ [dívida subordinada de longo prazo] de ‘B-’ para ‘B+’ e reviu igualmente em alta da notação de ações preferenciais de ‘CC’ para ‘B-’. A avaliação de viabilidade do banco (na qual a Fitch analisa a credibilidade de um emitente) passou, por sua vez, de ‘b’ para ‘b-’. De acordo com a Fitch, a atual alteração reflete essencialmente o impacto do anúncio do aumento de capital de 2,25 mil milhões de euros e já totalmente subscrito.

Taxa de ocupação no Algarve

Idêntico a 2013

Aumentam trocas entre Pequim e Lusofonia

A taxa de ocupação média do alojamento turístico algarvio atingiu os 72,7% em junho, ficando próxima da média dos últimos 19 anos, ou seja, os 75%, anunciou, ontem, a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Em comunicado, a associação esclarece que em 2013 a mesma taxa atingiu os 73,5% e que o volume de negó-

cios é semelhante ao registado no mesmo período do ano passado. Um gráfico dos últimos 19 anos apresentado pela AHETA mostra que, em média, o alojamento turístico algarvio costuma atingir os 75,1%, tendo o valor mais alto sido atingido em 1999 com 90,2% de ocupação e o valor mais baixo atingido em 2011, com 65,7%. Este ano, a ocupação média mais

Num dia de fortes quedas na Europa

As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 53,3 mil milhões de dólares (39,2 mil milhões de euros) entre janeiro e maio, um aumento de 9,28% face ao período homólogo do ano passado. De acordo com estatísticas dos Serviços de Alfândega da China, divulgadas pelo Secretariado Permanente do Fórum Macau, a segunda maior economia mundial comprou aos oito países lusófonos bens avaliados em 36,3 mil milhões de dólares (26,7 mil milhões de euros) – mais 11,63% – e vendeu produtos no valor de 17 mil milhões de dólares (12,5 mil milhões de euros), reflexo de uma subida de 4,56% em termos anuais. Com Portugal, terceiro parceiro da China na lusofonia, o comércio bilateral cresceu 25,71% para 1,89 mil milhões de dólares (1,38 mil milhões de euros) – graças à forte subida das exportações chinesas (28,76%) que atingiram 1,23 mil milhões de dólares (904,5 milhões de euros).

Bolsa de Lisboa fecha sessão a perder 1,72%

O principal índice da bolsa portuguesa encerrou a sessão de ontem a perder 1,72% para 6.714,35 pontos, acompanhando a tendência negativa do resto da Europa, com o BES a liderar as quedas ao desvalorizar mais de 5%. Das 20 cotadas no índice de referência português, 17 desceram e apenas três avançaram. No resto da Europa, as perdas variaram entre os 0,62% de Londres e os 1,41% de Paris. Já os juros da dívida portuguesa estavam, ontem, subir em todos os prazos- dois, cinco e dez anos-, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter deixado na quinta-feira inalterada a política monetária anunciada no passado mês de junho.

elevada registou-se no concelho de Loulé, nas zonas turísticas de Vilamoura, Quarteira e Quinta do Lago que tiveram uma ocupação na ordem dos 80%, enquanto a zona de Lagos e Sagres registouse a ocupação mais baixa deste período, com 64,5%. Em Albufeira a ocupação média atingiu os 73,2%, lê-se no comunicado emitido pela AHETA.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Terça-feira, 8 de Julho de 2014

Brasil e Alemanha disputam a primeira vaga no jogo decisivo do Mundial

Começam as batalhas finais O mexicano Marco Rodríguez vai arbitrar, hoje, o BrasilAlemanha, a primeira meia-final do Mundial, às 21h00, Belo Horizonte. Argentina e Holanda, Brasil e Alemanha são as quatro equipas que asseguraram a presença nas meias-finais do Mundial2014, que se começam a disputar hoje, confirmando os mais fortes na fase decisiva do campeonato. Depois de seleções como a Colômbia, a Bélgica e a Costa Rica terem encantado no Mundial do Brasil, os quartos de final acabaram por ser dominados pelas seleções apontadas como favoritas no arranque da prova. No sábado, a Argentina tinha um sério teste à sua condição de favorita, mas a Bélgica não surgiu tão forte como nos jogos anteriores e um golo de Gonzalo Higuaín, logo aos oito minutos, colocou a equipa de Lionel Messi em vantagem, perante uma formação europeia que não conseguiu reagir a desvantagem tão madrugadora. No entanto, nem tudo correu a cem por cento para os argentinos, que podem ter perdido o extremo Di Maria, rendido pelo benfiquista Enzo

Volta a França

Kittel vence ao sprint na chegada a Londres

Mundial2014. Hoje, o Brasil, sem Thiago Silva e Neymar, procura uma vaga no jogo que poderá dar o «hexa» ao país Perez, que se estreou na prova. Como se esperava, amanhã, a equipa argentina vai medir forças, em São Paulo, com a Holanda, mas o apuramento da seleção «laranja» esteve longe de ser fácil. Depois de já ter eliminado nos oitavos de final a Grécia no desempate por grandes penalidades, a Costa Rica voltou a conseguir levar a partida para a decisão na «lotaria», mas desta vez valeu o «Joker» jogado pelo selecionador holandês Louis van Gaal, que, no último minuto do prolongamento, trocou os guarda-redes, fazendo sair Jasper Cillessen para

entrar Tim Krul. O guarda-redes do Newcastle não defraudou as expetativas e conseguiu defender duas grandes penalidades. Já o anfitrião Brasil qualificou-se ao vencer a Colômbia por 2-1, no Estádio Castelão, em Fortaleza. Os centrais Thiago Silva, aos sete minutos, e David Luiz, aos 69, qualificaram os brasileiros, nos quatro primeiros pela 11.ª vez, em busca do sexto título, enquanto James Rodriguez despediu-se com o sexto golo na prova, aos 80, de penálti. Hoje, em Belo Horizonte, o Brasil vai discutir, sem o «capitão»

Thiago Silva, castigado, e o lesionado Neymar, o acesso à final com a Alemanha, que venceu a França por 1-0, no Maracaña. O português Pedro Proença está entre os 15 árbitros retidos pela FIFA para os últimos quatro jogos do Mundial de futebol de 2014, no Brasil, segundo a lista divulgada, ontem, pelo organismo. Pedro Proença, de 42 anos, para quem este é o último Mundial, arbitrou o Camarões-Croácia (0-4) e o Japão-Colômbia (1-4), na primeira fase, e o Holanda-México (2-1), nos oitavos de final.

Lateral esquerdo Loris Benito apresentado

“Vou deixar tudo em campo pelo Benfica” O lateral-esquerdo Loris Benito, contratado pelo Benfica ao Zurique, afirmou , ontem, que vai “deixar tudo em campo” pelo campeão português de futebol, mostrando-se feliz com os primeiros dias ao serviço dos «encarnados». “Vou dar tudo pelo clube, tentar em cada jogo deixar tudo em campo para corresponder ao amor e à paixão que os adeptos nos dão quando estão nas bancadas”, disse, em declarações reproduzidas no site oficial do clube. O internacional sub-21 suíço, de 22 anos, referiu que já acompanhava o Benfica através da televisão

Benfica. “Conhecia muitos jogadores. Sei que é o clube com mais sócios no Mundo”, disse o novo jogador

antes de se transferir, explicando que tem muitos amigos portugueses na Suíça que ficaram felizes por vê-lo de «águia ao peito». “Estes dias têm sido fantásticos. Até agora era um clube que via na televisão e agora vejo a realidade, coisas novas e estou feliz. Conhecia muitos jogadores. Sei que é o clube com mais sócios no Mundo”, referiu. Loris Benito, que tem a concorrência de Djavan para o lado esquerdo da defesa do Benfica, disse ainda que gosta de subir no terreno. “Sou um jogador que não gosto de falar de mim. Dou tudo e gosto de subir pelo corredor”, frisou.

Domingo, logo após o final do sorteio da I Liga, realizado na Maia, o vice-presidente do Benfica, Sílvio Cervan, garantiu que o seu clube parte para a nova temporada “com objetivo óbvio de ser campeão”, mas com “respeito pelos 17 adversários” que vai encontrar . “Para quem quer ser campeão todos os jogos serão jogos grandes. O Benfica começa com o Paços de Ferreira e com o mesmo respeito termina o campeonato com o Marítimo. Respeitamos todo os 17 adversários deste campeonato e partimos com objetivo óbvio de mais uma vez sermos campeões”, disse.

O ciclista alemão Marcel Kittel (Giant-Shimano) conquistou, ontem, em Londres, a segunda vitória na Volta a França, no final da terceira etapa, num dia tranquilo para o camisola amarela, o italiano Vincenzo Nibali (Astana). Depois de anulada a fuga formada, o final da etapa foi discutido ao sprint, com Kittel a levar a melhor sobre o eslovaco Peter Sagan e o australiano Mark Renshaw. Com o pelotão a cumprir a tirada com o mesmo tempo do vencedor (3h38.30), a classificação geral individual manteve-se invariável, continuando a ser liderada por Nibali.

Aos 88 anos de idade

Coração trai Don Alfredo di Stéfano

O antigo futebolista Alfredo di Stéfano, presidente honorário do Real Madrid, morreu, ontem, em Madrid, com 88 anos. Di Stéfano, histórico futebolista do Real Madrid, estava internado desde sábado no hospital Gregorio Marañón, de Madrid, onde deu entrada na sequência de uma paragem cardíaca, depois de já ter sofrido um enfarte em 2013. Nascido na Argentina a 4 de julho de 1926, Di Stéfano jogou no River Plate e no Huracán, no Millonarios e esteve 11 anos ao serviço do Real Madrid, entre 1053 e 1954.


Terรงa-feira, 8 de Julho de 2014

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O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt

ESCÂNDALO NO JORNAL DA MADEIRA Trata-se de um escândalo sem que ninguém ponha termo à pouca-vergonha. Eis os resultados do JORNAL DA MADEIRA: Resultado líquido negativo no ano 2013: - 2.701.460,36 Euros. Capital Próprio NEGATIVO de 48.194.732,00 Euros. Dívidas a Instituições Bancárias: 6.070.000,00 Euros (ao Banif e BES), dos quais 733.300,00 Euros André Escórcio* exigíveis a curto prazo. Continuado incumprimento do Artigo 35º do Código das Sociedades Comerciais - cobertura dos capitais próprios. São os impostos dos madeirenses que estão a suportar esta política de esbanjamento dos dinheiros públicos que tanta falta fazem aos sectores prioritários da economia regional. E Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo do Funchal o que tem a dizer sobre isto? E o Governo da República? E o Senhor Representante da República? E a Entidade Reguladora? E a Autoridade da Concorrência? E a União Europeia? Quem irá pagar aquele desastre quando a bomba rebentar? Onde pára a JUSTIÇA (política) face a uma concorrência desleal, quando o produto é distribuído gratuitamente? Trata-se de uma opção de governo regional da Madeira que deve 6.3 mil milhões e que se dá ao luxo de ter um jornal para a sua propaganda. Enquanto isso, parece dizerem aos pobres: aguentem... comam papel! Como é que isto é possível? E aqui coloco duas questões essenciais: primeira, a atitude de desleixo ou de medo dos órgãos de soberania face a uma situação de todo condenável, simplesmente porque, não faz sentido, por vocação e missão, que o governo seja proprietário de um jornal; segundo, será que os mentores desta vergonhosa promiscuidade política, não sentem remorsos pelo “roubo” que fazem aos madeirenses e portosantenses, para a sua própria promoção? A resposta a estes dois aspectos parece ser óbvia para qualquer pessoa com um mínimo de princípios e de valores. Por um lado, coloca-se a exigência das instituições de controlo zelarem pela defesa dos cidadãos; por outro, que os próprios governantes não tenham pudor pelo descarado e intencional desvio de dinheiro público para um jornal que deveria ser privado. Se a Igreja Católica madeirense, inicialmente detentora do título, não está interessada em reavê-lo na sua plenitude, pois bem, assuma, de uma vez por todas, que nada tem a ver com o seu estatuto editorial. Se quer estar no processo, o governo que o devolva com todo o passivo acumulado, sem subsídios anuais para tal fim. Em terceiro lugar, se a Igreja e o governo não estão interessados, melhor ainda, que seja vendido a um privado pelo valor de todo o passivo. E ponto final, os madeirenses e portosantenses é que não devem suportar os encargos, mensais, anuais e toda a gravosa situação financeira, por força de um interesse político-partidário egoísta e oportunista. www.comqueentao.blogspot.com

Nuno Crato e a gestão dos professores

Continua a ser responsabilidade do Governo

O ministro da Educação garante que a contratação, transferência e salários de professores vão continuar a ser responsabilidade do governo, mesmo depois de passar a gestão de escolas para algumas autarquias. No final de uma reunião com representantes da Federação Nacional de Educação (FNE), Nuno Crato afirmou que a atual proposta de transferência de competências ainda é apenas um “pré-projeto piloto” que “ainda está em fase de discussão”. A ideia base é que, já no próximo ano letivo, um grupo de autarquias fique responsável pela gestão de algumas escolas básicas e secundárias, podendo tomar decisões como a oferta curricular. No entanto, garantiu o ministro da Educação e Ciência, “não está em causa os salários dos professores, contratação de professores nem gestão de carreiras docentes. Não há que haver preocupação, porque continuam a ser funcionários da Admi-

nistração Central”. Garantindo que o Ministério da Educação e Ciência não pretende premiar as autarquias que consigam pôr as escolas a funcionar com menos professores, Nuno Crato explicou que “a única coisa que está em discussão é a possibilidade de incentivar uma melhor gestão dos recursos globais”. “O que nós queremos é um envolvimento local dos municípios”, sublinhou o ministro, voltando a lembrar que “os professores são funcionários da Administração Central” e, como tal, a gestão destes docentes não pode ser transferida para os municípios. No final do encontro, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, mostrou-se satisfeito com o novo projeto do MEC: “Mostrámos a nossa disponibilidade para ser parceiro num processo de decisão que aproxima as populações, mas não é apenas substituir o ministério pelas câmaras municipais, tem de haver

um envolvimento da comunidade local”. Também no encontro realizado ontem de manhã, Nuno Crato garantiu aos responsáveis da FNE que “não está em causa qualquer transferência que diga respeito à gestão de professores ou salários”, afirmou Dias da Silva. Para a FNE existem algumas áreas que podem passar para as mãos das autarquias, como é o caso dos edifícios escolares, ofertas educativas e das componentes curriculares locais. Outro dos assuntos debatidos na reunião foi a situação de alguns dos mais de seis mil docentes que no ano passado entregaram os papéis para a reforma e continuam a aguardar uma resposta da Caixa Geral de Aposentações. A FNE não tem a dimensão exata de quantos professores estão nesta condição, mas lembra que a manutenção desta situação pode afetar o normal funcionamento das escolas.

Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária de 2013

Mais de cinco mil atropelamentos

Um total de 5149 atropelamentos ocorreram no ano passado, mais seis por cento do que em 2012, tendo provocado menos mortos e mais feridos, indica o Relatório Anual de Sinistralidade Rodoviária de 2013 agora divulgado. Segundo o documento, disponível na página da Internet da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), dos 5149 atropelamentos, 4775 foram de peões e 68 de animais, tendo o condutor fugido em 306 das situações. O relatório adianta que os atropelamentos provocaram 95 mortos (menos 11 do que em 2012), 473 feridos graves (mais 41) e 4.970 feridos ligeiros (mais 204, em relação ao ano anterior). Os atropelamentos com fuga, menos cin-

co do que em 2012, provocaram cinco mortes no ano passado (menos três), indica o documento, acrescentando que 2.192 atropelamentos ocorreram no atravessamento de passagens sinalizadas. Ainda de acordo com o relatório da Segurança Rodoviária, a maioria dos peões que morreu tinha mais de 60 anos, sendo a faixa etária com maior número de mortos a partir dos 75 anos, com 25 vítimas mortais em 2013. O documento mostra também que 76 por cento dos acidentes com vítimas nas estradas portuguesas ocorreram dentro das localidades em 2013, nomeadamente em arruamentos, que passaram dos 17 865, em 2012, para os 18 061, no ano passado.

O relatório realça ainda que, em 2013, se registaram 30 339 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 518 mortes no local do acidente ou durante o transporte para o hospital, menos 55 do que em 2012. De acordo com o documento, houve também 2054 feridos graves, menos seis do que em 2012, e 36 818 feridos ligeiros, mais 628 do que em 2012. Em relação a 2012, registou-se um aumento de 1,6% de acidentes com vítimas e uma redução de 9,6% de vítimas mortais e 0,3% de feridos graves, como é referido no relatório. A colisão foi o tipo de acidente mais frequente, representando cerca de metade dos acidentes com vítimas ocorridos em 2013 (51%/15 369).

Na “primeira semana” em que registou “folga financeira”

Gaia disponibiliza apoios de 185 mil euros

A Câmara de Gaia assinou ontem protocolos com sete instituições do concelho, totalizando um apoio de 185 mil euros que o presidente da autarquia vincou ser o “possível” numa “primeira semana” em que se registou “disponibilidade financeira”. “Num momento em que tivemos um pouco de fundos disponíveis, optámos por isto: ajudar os centros sociais que estão parados e tentar recuperar um pouco o ritmo.

Também optámos por resolver problemas contratuais que temos, pagar o que devemos”, explicou o presidente Vítor Rodrigues. O autarca falava aos jornalistas à margem da cerimónia em que foram assinados protocolos de ação social e de âmbito educativo, na qual contou que foi esta “a primeira semana” em que a câmara registou “de forma estruturada fundos disponíveis”. Vítor Rodrigues descreveu a cerimónia

como “muito importante e simbólica” e a semana de folga financeira como “milagrosa”. “Não é difícil assinar protocolos e pagá-los três, quatro anos depois. Mas o que queremos é poder chamar as instituições para assinar e receber. Podiam ser outras [instituições], mas a questão não é tanto o dinheiro, mas os projetos em si mesmo. Quisemos contemplar aqueles que nos trazem futuro”, concluiu.


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