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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 192

Segunda-feira, 08 de setembro de 2014

PASSOS RECUSA IRRESPONSABILIDADES

E DESPERDIÇAR TODO O ESFORÇO FEITO

CAIXOTE

DO L!XO n Falando no encerramento da Universidade de Verão do PSD, o primeiro-ministro mandou alguns recados à oposição e deixou também a promessa de que o Governo não irá mudar de “registo”, passar a ser “eleitoralista” e “pensar que é mais importante agradar às pessoas para ganhar eleições do que preparar o futuro”. “É preciso conhecerem-nos muito mal para dizerem que é isso que vai acontecer”, referiu Passos Coelho, recusando deitar o esforço até agora feito para “o caixote do lixo”...

500 EUROS

UGT pede aumento de 3% para 2015 e que acordar Salário Mínimo Nacional

TRAGÉDIA

Despiste no Rali Sprint de Guimarães tira a vida a duas crianças e uma senhora

BES

Cavaco Silva espera que Governo lhe comunique os “factos relevantes”


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

Rui Moreira satisfeito com a Feira do Livro no Porto

Acusados de escravidão

“Apenas a primeira de muitas” O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garante que a Feira do Livro que decorre no Palácio de Cristal até 21 de setembro é “apenas a primeira de muitas” que a autarquia vai organizar no futuro. A Feira do Livro do Porto deste ano abriu as portas na sexta-feira, no Palácio de Cristal, e é a primeira em mais de oito décadas sob organização exclusiva da Câmara Municipal, tendo no sábado decorrido o momento mais simbólico de todo o evento: a homenagem a Vasco Graça Moura, com a atribuição do nome do escritor a uma tília. No discurso após o descerramento da placa colocada junto à referida árvore na Avenida das Tílias – para a edição do próximo ano será Agustina Bessa Luís com o seu nome eternizado – Rui Moreira antecipou a intenção da autarquia continuar a organizar a Feira do Livro. “A nossa Feira do Livro. Realizada onde a queremos, como a queremos, com os recursos que temos, mas aberta a todos. Mesmo a todos, porque esta será apenas a primeira de muitas que iremos organizar no futuro”, garantiu.

VASCO GRAÇA MOURA. Feira do Livro do Porto prestou uma “homenagem dos portuenses à palavra de um portuense”… Recorde-se que esta feira era promovida habitualmente em articulação com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), tendo, no entanto, o processo negocial para a edição deste ano sido suspenso em fevereiro pela autarquia devido a um diferendo quanto aos custos da iniciativa. “Nesta Feira do Livro o Porto dá um exemplo de caráter de quem não se deixa vencer pelo fatalismo ou pelo ditame que vem de um diretório ou de um lobby. Do caráter de quem não aceita o joguete ou a arrogância dos supostos insubstituíveis. Mas fá-lo com tempero. Com nível, pelo trabalho, com trabalho e com resultados”, sublinhou.

Rui Moreira disse ainda que este gesto simbólico “é a homenagem dos portuenses à palavra de um portuense”, considerando que Vasco Graça Moura era “um sereno guerreiro da palavra”. “A tília é, por outro lado, uma árvore típica de climas temperados, mas com estações bem demarcadas, como o Porto. Como a alma dos portuenses e a alma de Vasco Graça Moura. Somos senhores de temperados relacionamentos, mas não escondemos caráter quando chega a hora de lutar contra o inverno que nos impõem ou que nos pretendem impor”, opinou. Neste momento simbólico durante a Feira do Livro estiveram todos

os vereadores eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, o vereador socialista Manuel Pizarro e também o histórico do PSD, Miguel Veiga. Ao presidente da Assembleia Municipal do Porto, Miguel Pereira Leite, coube ler um poema de Vasco Graça Moura, intitulado “Post-Scriptum sobre o 25 de Abril”. A Feira do Livro do Porto foi pela primeira vez aberta à participação de livrarias, alfarrabistas, editores e associações e cooperativas do setor, estando inscritas 72 entidades, distribuídas por 107 pavilhões. A feira está aberta de segunda a sexta-feira a partir das 16h00, sendo que ao sábado e ao domingo abrirá as portas às 12h00.

António Costa esteve em Matosinhos

“PS tem de ser alternativa de Governo” O candidato às eleições primárias do PS considera que o partido só pode ser alternativa ao Governo se “não se limitar a querer ser o parceiro de coligação do PSD ou do CDS”. “Há uma missão para nós e uma missão que o PS é chamado a desempenhar. O PS tem que ter capacidade para o poder fazer. Só o conseguirá fazer se partir para este processo, para a construção desta alternativa, com a ambição de ser alternativa do Governo, de ser a solução do Governo e não se limitar a querer ser o parceiro de coligação do PSD ou do CDS porque ninguém fará a diferença governando com quem tem feito a política que tem sido feita pelo atual Governo”, disse António Costa num almoço em Matosinhos. O candidato às eleições primárias do PS diz que aquilo sente e tem visto em todo o país “é que desta vez vão estar com o PS muito mais do que os tradicionais eleitores do PS”. “Porque

o radicalismo ideológico do Governo, a brutalidade social desta governação, o insucesso dos resultados alcançados alteraram profundamente as fronteiras políticas do nosso país”, justificou. António Costa aproveitou o momento para felicitar em público os vencedores das eleições para as federações do PS - os seus apoiantes ganharam 10 estruturas, contra as nove dos de Seguro - garantindo que gostará e terá “enorme gosto em trabalhar” com todos. “Porque seja como militante, seja como líder do PS, trabalharei com todos os dirigentes federativos sem exceção, de forma igual, respeitando o sentido do voto dos militantes do PS”, garantiu. O candidato socialista reiterou aquilo que os portugueses quiseram dizer com os resultados das eleições europeias de maio: “foi que estão fartos do atual Governo mas estão à espera de um PS em que voltem a confiar”.

O também presidente da Câmara de Lisboa garante que o projeto que lidera tem essa capacidade de trazer a confiança de volta, com o objetivo de “mobilizar Portugal”, sublinhando a necessidade de relançar as empresas e combater o desemprego. “É absolutamente inaceitável que este Governo ainda tenha por gastar e por investir quase cinco mil milhões de fundos do atual quadro comunitário de apoio e tenha paralisado o próximo ciclo de financiamento comunitário que era tão importante para ativar e dinamizar a nossa economia”, criticou, sublinhando a prioridade ao combate à pobreza, especialmente a juvenil e infantil. Para o opositor de António José Seguro na disputa pelo lugar a candidato do PS a primeiro-ministro, o que os portugueses pedem não é que o PS faça “uma diferença pequenina relativamente àquilo que tem sido a política do atual Governo” mas sim que tenha

“mesmo um caminho alternativo”. No almoço em Matosinhos - onde nas últimas eleições autárquicas se protagonizou a perda de um bastião socialista com décadas devido à saída do presidente reeleito do PS, Guilherme Pinto, que se candidatou como independente - esteve “toda a família socialista”, inclusivamente António Parada, o candidato socialista derrotado. O vereador socialista da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, considerou que aquilo a que se assistiu nas eleições para as federações do último fim de semana foi que os militantes “falaram bem alto” e “disseram que querem uma mudança na direção do PS”. “Na direção do PS há agora quem queira imitar aquele ministro da propaganda de Saddam, que quanto mais as forças avançavam, mais ele dizia que o regime estava seguro até ao dia em que já não havia ministro da propaganda para falar em nome do regime”, comparou.

Penas de prisão para 13 dos 48 arguidos

O tribunal de São João Novo, no Porto, condenou a penas entre os cinco e os 12 anos de prisão 13 dos 48 arguidos acusados de escravidão, sequestro, violência e coação, no maior processo do género julgado em Portugal. O julgamento do megaprocesso envolvendo 48 acusados e 65 testemunhas, entre as quais algumas das vítimas de mão de obra escrava e de agressões, teve início em setembro do ano passado, após ter sido adiado por duas vezes devido a dificuldade em localizar seis dos principais arguidos, residentes em parte incerta. Em 2009, a Polícia Judiciária (PJ), com a colaboração das autoridades espanholas, identificou 13 famílias, na sua grande maioria de Trás-os-Montes, que angariavam, sob falsas promessas de emprego bem remunerado, trabalhadores no Porto e do interior do país. De acordo com o Ministério Público, as vítimas de exploração eram sobretudo homens provenientes de famílias desestruturadas e de baixa escolaridade, em alguns casos portadores de deficiências, dependentes de álcool ou de drogas. Suspeito de ter matado hóspede

Dono da hospedaria em prisão preventiva

O dono de uma hospedaria no centro do Porto suspeito de ter matado, em fevereiro, um hóspede está em prisão preventiva. Em comunicado, a PJ tinha anunciado a detenção do dono de uma hospedaria no centro do Porto por suspeitas de ter matado um hóspede, em fevereiro, cujo cadáver foi recolhido na quarta-feira na arrecadação daquela unidade. O detido, de 52 anos, é suspeito da autoria dos crimes de homicídio qualificado e de ocultação de cadáver. O caso ocorreu numa hospedaria na rua do Loureiro, “na sequência de uma discussão relativa a uma dívida de hospedagem que envolveu o arguido e a vítima”, que ali se encontrava hospedada. Ainda de acordo com a PJ, a vítima, de 54 anos, morreu na sequência de ter sido esfaqueada por diversas vezes. Alguns meses depois, acrescenta a polícia, o detido “acabou por retirar o corpo do quarto que lhe tinha sido arrendado, ocultando-o dentro de um saco numa arrecadação da hospedaria”, onde, na noite de quarta-feira, foi encontrado por um outro hóspede. O cadáver, que já se encontrava em avançado estado de decomposição dentro de um saco, foi recolhido pela PSP do Porto.


regiões

Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

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Câmara de Lisboa discute aquisição de mais 850 equipamentos de proteção

Meios para bombeiros Centro de Lisboa

Obras fecham rua durante 15 dias

O acesso ao Largo Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, pela Rua Nova da Trindade vai estar cortado a partir de hoje e durante 15 dias devido a obras de reabilitação, indicou, ontem, a Câmara Municipal da capital. Segundo um comunicado da autarquia, a circulação no Largo Rafael Bordalo Pinheiro vai fazer-se apenas no sentido descendente e a circulação na Rua Serpa Pinto terá dois sentidos. As alterações à circulação e os respetivos desvios de trânsito serão coordenados no local pela Policia Municipal ou pela PSP.

Em Câmara de Lobos

Autarquia vai remover carros abandonados

O município de Câmara de Lobos vai desencadear, hoje, uma ampla ação de recolha de todas as viaturas que apresentem sinais de abandono nas vias públicas do concelho. A Câmara anunciou que percorreu toda a área do município e identificou mais de meia centena de veículos que davam sinais de abandono e estacionamento abusivo, o que se enquadra no regulamento municipal criado para o efeito em julho de 2012. O presidente da autarquia, Pedro Coelho, considera que os carros abandonados em vias públicas “trazem incómodos, além de deteriorarem o ambiente e a paisagem”.

RSB é composto por 800 operacionais e prevê-se o ingresso de 50 novos recrutas, tal como foi aprovado pela Assembleia Municipal. A Câmara de Lisboa discute, na quarta-feira, a aquisição de 850 equipamentos de proteção individual (EPI), para munir o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) no combate aos incêndios. Em agosto, a autarquia, de maioria socialista, entregou 350 fatos – casacos e calças – ao RSB, para equipar os operacionais oriundos na última escola de formação (recruta) e também para satisfazer as necessidades deste tipo de equipamento. O que o município pretende fazer agora, através da proposta que vai ser debatida na reunião do executivo municipal de quarta-feira, é “completar” esse equipamento, através da aquisição de capacetes, cogulas, luvas, botas, casacos e calças, acrescentou Carlos Castro. O RSB é composto por 800 operacionais e prevê-se o ingresso de 50 novos recrutas, tal como foi aprovado pela Assembleia Municipal em julho. Com este procedimento, pretende-se que cada elemento tenha o seu EPI, referiu o vereador da Segurança. “Não iremos desperdiçar aqueles [EPI]

Lisboa. Em causa está um investimento de 1.015.877,50 euros que o vereador Carlos Castro vê como “natural” que temos hoje em dia, até porque eles são úteis sobretudo em termos de treino e de exercício, portanto continuam em funções, mas como qualquer equipamento terá sempre o seu período de validade e de desgaste”, explicou o também responsável pela Proteção Civil da Câmara de Lisboa. O autarca assinalou que, ao entrar em contacto com o fogo, os EPI devem estar em bom estado para “salvaguardar a integridade física do bombeiro”. Em causa está um investimento de 1.015.877,50 euros que

o vereador vê como “natural”. Esta despesa terá um “reflexo financeiro no ano de 2015, não havendo cabimentos a efetuar no orçamento do corrente ano”, refere a proposta. Assinada por Carlos Castro, a proposta indica também que “o RSB não tem sido dotado de EPI em número suficiente para satisfazer as necessidades dos seus operacionais, em virtude dos elevados custos dos mesmos e do expressivo desgaste que este tipo de equipamento sofre diariamente”. É, então, “necessário e urgente proceder à aqui-

sição de EPI adicionais, de modo a não comprometer a segurança e a salvaguardar a integridade física de todos os operacionais que servem o município de Lisboa”, lê-se ainda no documento. Recorde-se ainda que, recentemente, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu a alteração da legislação, de forma a que cerca de 40 profissionais do Regimento de Sapadores Bombeiros da capital sejam promovidos para receberem de acordo com as funções que desempenham.

800 cientistas de todo o mundo na vila”

Cascais capital da Astronomia uma semana Mais de 800 cientistas de todo o mundo vão estar em Cascais, na próxima semana, para participar no Congresso Europeu das Ciências Planetárias (Europlanet), considerado o maior encontro europeu ligado à Astronomia. Segundo a organização, os maiores nomes das ciências planetárias a nível mundial vão marcar presença no Centro de Congressos do Estoril, de hoje a sexta feira. O Europlanet terá 52 sessões, nas quais se destaca a apresentação dos resultados da Missão Rosetta, lançada pela Agência Espacial Europeia há 10 anos para ir ao

Cascais. Vila recebe 800 cientistas de todo o mundo que vão participar no Congresso Europeu das Ciências Planetárias

encontro do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Além disso, a organização destaca também a celebração dos 10 anos da exploração, com a Cassini-Huygens GP3, do planeta Saturno e dos seus anéis. Serão igualmente apresentadas as maiores descobertas desta missão. Em pararelo, em Cascais, vai também decorrer o Encontro Internacional de Educação em Astronomia 2014, que irá incluir um workshop de Astronomia para invisuais. “Entre os objetivos deste encontro conta-se a motivação para as ciências e aprendizagem de matemática e tecnologia através da educação em

Astronomia”, lê-se no comunicado. Organizado localmente pelo Núcleo Interativo de Astronomia e, a nível internacional, pelo Global Handson Universe, o evento é apoiado pela Câmara de Cascais e visa “permitir que, no futuro, se combinem esforços para a produção de atividades e utilização de recursos educativos de excelência, aplicando-os no contexto formal e não formal em educação das ciências”. A par do congresso, vão também decorrer atividades para o público que se estenderão ao Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, em Lisboa, e ao Alqueva.


nacional

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Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

Passos Coelho insiste no “desafio social” ao PS

“Reforma deve seguir em frente” O primeiro-ministro insiste num acordo com o PS sobre a reforma da Segurança Social antes das legislativas de 2015, garantindo que se o PSD perder as eleições viabilizará a reforma na oposição. “Se nós ganharmos - como eu espero que essa reforma siga em frente com o apoio do PS. Se isso não acontecer, como já aconteceu no passado, o PSD lá estará na oposição a viabilizar uma grande reforma que é essencial para o país”, afirmou, o primeiro-ministro no encerramento da Universidade de Verão do PSD, que decorreu em Castelo de Vide. Passos Coelho lançou o desafio ao PS para um acordo sobre a reforma da Segurança Social há três semanas, na Festa do Pontal, mas o repto foi imediatamente recusado por parte dos socialistas. Apesar disso, o primeiro-ministro voltou a lançar o repto ao PS, considerando que “um consenso mais alargado na sociedade portuguesa” pode fazer diferença do ponto de vista jurídico-constitucional. “Talvez faça diferença, é provável que faça diferença eu tenho quase a certeza que fará muita diferença”, frisou. Por isso, continuou, ou o PS desmente o Tribunal de Contas e diz que não há problema nenhum na Segurança Social e que “isto é uma mania do Governo que quer à força resolver problemas que não existem” ou então aceita que existe um problema para resolver. “Aceitando que temos um problema para resolver, que o

PASSOS COELHO. O líder do PSD deixou a promessa de que “o Governo não irá mudar de registo e passar a ser eleitoralista” possamos resolver em conjunto e antes das eleições para que ganhe quem ganhar as eleições no dia a seguir essa reforma possa ser concretizada”, acrescentou. Na sua intervenção, o primeiro-ministro lembrou ainda que ao longo dos últimos três anos o Governo “procurou responder de uma forma bastante ampla ao problema complexo” da sustentabilidade da Segurança Social, tendo conseguido, por exemplo aumentar a idade da reforma e fazer a convergência das pensões da Caixa Geral de Aposentações para o regime geral. Contudo, recordou, outras soluções para resolver o problema da falta de financiamento da Segurança Social foram ‘chumbadas’ pelo Tribunal Constitucional, como a proposta de que os ativos de hoje ajudassem a pagar o aumento da fatura através de um “ligeiro aumento da TSU”. “Nós procurámos responder ao problema, não nos escudámos atrás de coisa nenhuma. A verdade é que as várias soluções que pusemos em cima da mesa não foram consideradas viáveis do ponto de vista

constitucional, em teoria o Tribunal Constitucional considerou sempre que era possível afetar pensões em pagamento, mas na prática nunca aceitou nenhuma”, disse. O primeiro-ministro anunciou que ainda em setembro o partido irá aprovar a sua estratégia em matéria de natalidade, ressalvando que não se pode confundir política de natalidade com política fiscal. “Não confundam política de natalidade com uma política fiscal, porque não é a mesma coisa. Pode haver aspetos de fiscalidade que sejam importantes para uma política de natalidade, mas não resumam uma política de natalidade à política fiscal”, afirmou Passos, ainda no encerramento da Universidade de Verão do PSD. Prometendo que o partido irá apresentar ainda em setembro a sua estratégia para a natalidade, que terá por base o estudo coordenado por Joaquim Azevedo (um dos ‘professores’ que passou pela Universidade de Verão), o primeiro-ministro sublinhou que o objetivo não é colocar o Estado a dizer

que as pessoas têm de ter mais filhos, mas ter políticas públicas que removam os entraves aos casais que querem ter filhos. Passos Coelho, que antes tinha sido desafiado pelo presidente da JSD, Hugo Soares, para “agir” e adotar antes do final da legislatura medidas de incentivo à natalidade, respondeu depois ao outro repto do líder dos ‘jotas’ sobre o ‘crescimento verde’. Também em relação a esta matéria, Passos Coelho prometeu novidades para breve, adiantando que o Governo deverá brevemente “aprovar a sua estratégia para o ‘crescimento verde’ que incluirá também a ‘fiscalidade verde’”. Explicando que a ‘fiscalidade verde’ não pode ser vista desinserida de toda a política fiscal, o primeiro ministro assegurou que o “objetivo não é trazer mais encargos para as empresas e para as pessoas, é distribuir de forma diferente para promover as soluções que são sustentáveis”. No seu discurso, de pouco mais de uma hora, o primeiro-ministro aproveitou ainda para fazer um balanço da legislatura, lembrando as reformas que têm sido implementadas, como a recente reforma do mapa judiciário, as reformas na saúde, na educação e na administração pública. Os ‘recados’ à oposição também fizeram parte do ‘guião’ da intervenção, com Passos Coelho a criticar aqueles que querem “regressar à irresponsabilidade”. “Quando ouço alguns daqueles que se propõem ser governantes do futuro dizer que o que precisamos é do regresso à política séria, à política pura, apetece-me dizer isso felizmente foi o que tivemos nos últimos anos. O que eles gostariam talvez era de regressar à irresponsabilidade que nos conduziu ao desastre e à tragédia de 2011”, declarou. A um ano das eleições legislativas, Passos Coelho deixou também a promessa de que o Governo não irá mudar de “registo”, passar a ser “eleitoralista” e “pensar que é mais importante agradar às pessoas para ganhar eleições do que preparar o futuro”. “É preciso conhecerem-nos muito mal para dizerem que é isso que vai acontecer”, referiu, recusando deitar o esforço até agora feito para “o caixote do lixo”.

Cavaco Silva defende interioridade

“Tem de ser um estímulo” O Presidente da República defendeu, em Arganil, que a interioridade tem de ser mais um estímulo do que um estigma. Cavaco Silva intervinha na sessão comemorativa dos 900 anos do foral de Arganil, durante a qual também lhe foi atribuída a Medalha de Ouro do município, presidido pelo social-democrata Ricardo Pereira Alves. “A interioridade, mais que um estigma, tem de ser um estímulo” para que, “com engenho e arte”, se encontrem “novos caminhos de crescimento e de afirmação identitária”, sustentou o chefe de Estado. “A alteração que se tem vindo a verificar na base económica do concelho de Arganil é disso um bom exemplo”, afirmou Cavaco Silva, apelando para que a interioridade não seja um motivo de desânimo, nem sirva “apenas para reivindicar compensações por desvantagens que a combinação da geografia e da história possam representar”. É preciso saber “olhar para os recursos endógenos de cada região” e “assumir o de-

safio de melhorar a vida” dos municípios do interior, “a partir daquilo que é a sua realidade”, apelou o Presidente da República, exemplificando: “Há que aperfeiçoar redes turísticas que convocam toda [esta] região, como são os casos das Aldeias Históricas e das Aldeias de Xisto”. Defendendo “uma interação de todos, que vá para além das fronteiras de cada município”, o chefe de Estado sublinhou que “cumpre aos autarcas, como a todas as entidades públicas, levar a cabo uma gestão equilibrada, rigorosa e consciente dos orçamentos que lhes estão atribuídos”. As populações “já perceberam que os desperdícios e as extravagâncias orçamentais a nível municipal, tal como a nível nacional, prejudicam as suas condições de vida”, frisou. Depois de lembrar que “Portugal vai começar a utilizar, muito em breve, os fundos de um novo quadro comunitário de apoio”, O Presidente da República considerou estas verbas “um instrumento

essencial para incentivar o crescimento da nossa economia e a criação de emprego qualificado”. “Apresar do caminho já percorrido, das reformas já realizadas e dos resultados positivos alcançados, é evidente que há muito por fazer e que os tempos adversos não acabaram”, alertou, frisando: “Devemos desconfiar das promessas ilusórias e de um futuro de facilidades e pouco exigentes”. Portugal “não pode voltar a regredir na sua competitividade face ao exterior”, não pode “permitir que um novo desequilíbrio das contas externas e das finanças públicas ponha em causa o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos”, referiu. Sobre o caso BES, Cavaco Silva disse esperar que o Governo lhe comunique “factos relevantes” logo que tenha conhecimento deles e espera que isso tenha acontecido em relação ao grupo GES. “O Presidente da República não tem ministérios, não tem serviços de execução de

políticas, não tem serviços de fiscalização ou de investigação e, portanto recebe toda a informação das entidades oficiais”, disse o chefe de Estado. A Presidência “espera que logo que o Governo tenha conhecimento de factos relevantes não deixe de [lhe] comunicar”, e espera que “tenha acontecido assim – porque é o que resulta da Constituição” – no caso BES. “O Presidente da República é informado em primeiro lugar pelo Governo e é a essa informação que atribui mais importância”, acrescentou, frisando que “ouve, no entanto, muitos agentes económicos, sociais e culturais, regista tudo o que eles lhe dizem e, muitas vezes, tem essas informações que recolhe nas [suas] conversas com o Governo”. O Banco de Portugal “já deu as explicações que considerava adequadas no caso do BES”, sustentou o chefe de Estado, referindo que é esta “a autoridade fiscalizadora do nosso sistema bancário”.

Início do novo ano letivo

Governo garante colocação de professores a tempo

O secretário de Estado da Administração Escolar garantiu que não haverá atrasos na colocação de professores no início do novo ano letivo, tranquilizando os pais dos alunos que temem que as aulas não comecem a 15 de setembro. “Todos os professores serão colocados atempadamente no início do ano letivo, no início da próxima semana”, afirmou o governante, frisando que as escolas estarão “estáveis” no começo das aulas, que arrancam dentro de uma semana, e que os pais podem estar “perfeitamente descansados”. Segundo João Casanova de Almeida, que falava à margem da inauguração da Escola Básica da Lejana, em Faro, os processos de rescisão de professores por mútuo acordo cuja data limite é 10 de setembro -, e de colocações, dos que optarem por ficar, estarão concluídos antes do final do ano letivo. “Todos os professores que rescindirem por sua vontade e todos os horários que libertarem e que tivessem um colega na sua escola que tenha ficado com ausência de componente letiva, esse professor vai ter a oportunidade de fazer a sua opção entre o lugar que lhe vai ser destinado, agora, esta semana, ou o lugar da sua escola de origem”, explicou. A inauguração da Escola Básica da Lejana, em Faro, integrou o programa de comemorações do dia da cidade, que ontem se assinalou e que ficou também marcado pela inauguração do parque ribeirinho da cidade, outro equipamento público cujas obras se arrastaram durante anos. O equipamento terá três salas do préescolar e 12 salas do 1.º ciclo, o que, segundo o presidente da autarquia, Rogério Bacalhau, permitirá acabar a curto prazo com os desdobramentos de horários (regime duplo) no concelho, situação que acontece ainda em quatro escolas da cidade. Situada na zona norte da cidade, a escola, que custou dois milhões de euros, deveria ter sido inaugurada há três anos, mas a empresa que ganhou o concurso público para a sua construção, em 2009, abriu falência. Os trabalhos viriam a ser retomados por uma empresa a quem foi trespassada a obra. João Casanova de Almeida lembrou que o concurso de vinculação extraordinária, deste e do ano passado, permitiu que ingressassem 2700 professores nos quadros do ministério, que eram contratados e que agora vão estar colocados. Questionado sobre a manutenção de contentores em várias escolas do país onde ainda não estão terminadas as obras da Parque Escolar, o responsável disse não poder avançar com uma data precisa sobre a sua conclusão. “Os contentores vão ser salas de aula enquanto forem necessários, enquanto as obras não estiverem terminadas”, afirmou, argumentando que a situação foi provocada por obras que ficaram paradas ou que tiveram que ser redimensionadas.


Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Central sindical vai aprovar a sua proposta de política reivindicativa

UGT quer salário mínimo acima dos 500 euros “Política reivindicativa terá os 3% como baliza para os setores que têm condições para aumentar os salários”, diz Carlos Silva. Vinhos do Pico valorizam em cinco anos

Preços duplicados

Os vinhos do Pico, nos Açores, mais do que duplicaram de preço em cinco anos, nos mercados para onde são escoados. “Neste momento, a grande aposta são os vinhos brancos. Nos últimos cinco anos, mais do que duplicamos o preço dos vinhos. Ou seja, uma garrafa de vinho saía do produtor a pouco mais de três euros e, agora, atinge seis euros, e algumas até sete euros”, disse Daniel Rosa, presidente da associação empresarial da ilha. O dirigente da ACIIP exemplificou que foi desenvolvido, no ano passado, um trabalho com o enólogo António Maçanita, da empresa Fita Preta Vinhos, que produziu um vinho que está ser comercializado a 60 euros, por garrafa, em restaurantes europeus com estrelas Michelin. O empresário explicou que o papel da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico (ACIIP) tem vindo a desenvolver é de promoção dos vinhos da “ilha montanha” dos Açores no mercado nacional, realizando mostras e associando-os à gastronomia, através de uma parceria com a Escola de Formação Turística e Hoteleira de Ponta Delgada. Daniel Rosa frisou que o objetivo é a “valorização dos vinhos”, que são produzidos numa zona classificada há dez anos como património da humanidade pela UNESCO.

A UGT define, hoje, a sua proposta de política reivindicativa para 2015, que deverá incluir aumentos salarias de 3% e o aumento do Salário Mínimo para um valor superior a 500 euros. “Vamos aprovar a nossa proposta de política reivindicativa que terá os 3% como baliza para os setores que têm condições para aumentar os salários, embora admitamos que os aumentos possam variar entre os 2,5% e os 3%, conforme as circunstâncias”, disse o secretário-geral da UGT, Carlos Silva. Carlos Silva salientou que os 3% “são um valor médio para a generalidade do movimento sindical”. A CGTP aprovou na terça-feira a sua proposta de política reivindicativa que também defende aumentos salariais de 3% para o próximo ano e a fixação do Salário Mínimo Nacional (SMN) nos 540 euros em janeiro de 2015. A proposta de política reivindicativa da UGT deverá ser aprovada pela comissão executiva da central hoje e será discutida e aprovada na reunião de quarta-feira do Secretariado Nacional, para servir de referência aos sindicatos da UGT no período de negociação que se avizinha. O aumento do SMN a reivindicar para o próximo ano depende do que for entretanto conseguido para esta remuneração, que é atualmente de 485 euros. A UGT tem reivindicado a fixação do SMN nos 500 euros, com retroatividade a 1 de julho. “Se o Governo não aceitar aplicar este aumento retroativamente, a UGT vai exigir um valor superior”, afirmou Carlos Silva. Segundo o líder da UGT, se o Governo não aceitar a retroatividade do aumento do SMN, a UGT reivindicará um aumento imediato para os 505 ou 510 euros e o valor a reivindicar subirá à medida, e conforme, os meses que passam. Os órgãos diretivos da UGT reúnem-se na próxima semana, pela

primeira vez após o período de férias, para analisar a situação laboral, social, económica e política do País e definir a sua Política Reivindicativa para 2015, assinalando a rentrée sindical. Descida no comércio

Salário mínimo. Proposta de política reivindicativa da UGT deverá ser aprovada pela comissão executiva da central hoje

«Think tanks» norte-americanos

Governos estrangeiros pagam 100 milhões de dólares Os governos estrangeiros deram quase 100 milhões de dólares a «think tanks» norte-americanos para que os estudos e análises fossem coincidentes com as suas prioridades e para influenciar a política externa dos EUA, segundo o New York Times. Segundo a notícia, que fez ontem a manchete de um dos mais

importantes jornais nos EUA, os governos estrangeiros estão a aumentar o financiamento aos institutos de investigação académica, conhecidos como «think-tanks», recebendo, em troca, estudos, opiniões e análises favoráveis e coincidentes com as suas prioridades em termos de política externa. “Mais de uma dúzia de proeminentes grupos de pesquisa em Washington receberam dezenas de milhões de dólares de governos estrangeiros nos últimos anos para empurrar as autoridades do Governo a adotar políticas que muitas vezes refletem as prioridades dos doadores”, lê-se no artigo.

Na semana passada, um estudo da consultora Mercer revelou que, em 2014, se registou um aumento real dos salários pagos na maior parte das categorias profissionais em Portugal, com maior relevância nos cargos de direção e administração, que variou entre os 1,64% e os 3,31% De acordo com o «Total Compensation Portugal 2014», realizado pela consultora Mercer, este ano registou-se “um aumento real dos salários efetivamente pagos na maior parte dos grupos funcionais”, entre os 1,18% e 1,56%. “As funções de Direção Geral/ Administração e Diretores de 1ª Linha obtiveram a maior variação salarial (3,31% e 1,64% respetivamente)”, refere o estudo. De fora ficaram as funções de Comerciais/Vendas e Operários, cujos salários foram reduzidos em 0,14% e 1,41%, respetivamente. Esta situação é justificada com a entrada de novos trabalhadores para estas funções, com níveis salarias mais baixos. Para fazer este estudo a Mercer analisou 106.445 postos de trabalho, em 302 empresas presentes no mercado português. Pela primeira vez a Mercer analisou os níveis salariais dos recém licenciados, verificando que o salário base anual destes trabalhadores, no seu primeiro emprego, situa-se maioritariamente entre 12.600 euros e os 18.075 euros. O crescimento salarial verificado em 2014 foi superior ao observado em 2013 (entre 1,09 e 1,24%) e a perspetiva para 2015 é de que esse crescimento varie entre 1,23% e 1,40%. De acordo com o estudo, os aumentos salariais dependem dos resultados das empresas, dos resultados individuais do trabalhador, da equidade interna, dos acordos coletivos de trabalho, e da antiguidade, entre outros fatores.r políticas que muitas vezes refletem as prioridades dos doadores”, lê-se no artigo.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

Piloto inglês da Mercedes reaproxima-se da liderança do Mundial de Fórmula 1

Erro de Rosberg da vitória a Hamilton Em Monza, Rosberg falhou na travagem no final da reta da meta, permitindo ao colega recuperar a liderança da prova. Um erro do alemão Nico Rosberg permitiu, ontem, ao seu colega de equipa na Mercedes, o britânico Lewis Hamilton, vencer o Grande Prémio de Itália e reaproximar-se da liderança do Mundial de Fórmula 1. Em Monza, Hamilton até partiu para a 13.ª corrida da temporada da «pole position», mas um mau arranque fê-lo cair para quarto na primeira volta. Uma excelente recuperação fê-lo aproximar-se de Rosberg e relembrar a luta do último grande prémio entre os dois, que acabou com um toque e a desistência de Hamilton. Contudo, desta feita, não foi preciso um toque para um dos dois sair de pista, com Rosberg a falhar a travagem no final da reta da meta, à entrada para a 29.ª volta, e seguir em frente, permitindo a Hamilton recuperar a liderança, que não voltou a ceder até final. “Eu tenho uma grande equipa, que me dá conselhos e me guia durante a corrida. Eles fornecem-me o cenário da prova e eu decido como usar essas informações. Senti que tinha ritmo e que aquele era o melhor momento para pressionar Nico. Ele não parece gostar de pressão, então vou fazer isso mais vezes”, argumentou o inglês, referindo-se ao deslize do companheiro. Após 1h19.10,236 e 53 voltas, Hamilton voltou a festejar um triunfo quatro grandes prémios depois, deixando o seu «rival» Rosberg a 3,1 segundos e o brasileiro Felipe Massa (Williams), a 25. Nas contas do Mundial, Hamilton, que ficou a três vitórias de igualar Nigel Mansell como melhor britânico da história, recuperou sete pontos para Rosberg (238), que está agora a 22 de distância, enquanto o australiano Daniel Ricciardo (Red Bull), que hoje foi quinto, se atrasou e está a 72 do alemão. Os «tiffosi» da Ferrari, que corria em casa, tiveram um dia para esquecer, pois viram o espanhol Fernando Alonso desistir na 29.ª volta

com problemas mecânicos, servindo de pouco consolo o nono posto do finlandês Kimi Raikonnen. O marca do cavalo rampante falhou pelo segundo ano consecutivo o pódio no «seu» grande prémio, no qual não tinha uma prestação tão fraca desde 2005, quando o alemão Michael Schumacher foi apenas 10.º. Alonso caiu mesmo uma posição no Mundial e é agora quinto, com 121 pontos, menos um do que o finlandês Valtteri Bottas (Williams), que terminou na quarta posição em Monza. Singapura acolhe, a 21 de setembro, o 14.º grande prémio da temporada. Williams mantém equipa em 2015

Fórmula 1. Nas contas do Mundial, Hamilton recuperou sete pontos para Rosberg (238), que está agora a 22 de distância

Open de Crans Montana

Ricardo Santos com agregado de 275 «shots»

O português Ricardo Santos terminou, o dia de ontem, entre o grupo dos golfistas classificados no 47.º posto no Open de Crans Montana, enquanto Filipe Lima concluiu a prova suíça entre 76/ os posicionados. A melhor volta de Ricardo Santos ao percurso do clube de golfe de Crans-sur-Sierre, com 66 pancadas (quatro abaixo do

PAR), permitiu-lhe subir 24 posições em relação a sábado, concluindo a prova com um agregado de 275 «shots» (cinco abaixo). Filipe Lima entregou, ontem, um cartão de 72 pancadas (duas acima) e terminou a prova do European Tour com um total de 283 (três acima). O norte-americano David Lipsky venceu a prova, ao derrotar o inglês Graeme Storm no «play-off», depois de os dois golfistas terem terminado a prova empatados com 262 pancadas (18 abaixo).

O brasileiro Felipe Massa e o finlandês Valtteri Bottas serão os pilotos da Williams no Mundial de 2015 de fórmula 1, anunciou, por outro lado, a escuderia inglesa em Monza. “Estou encantado por confirmar que Felipe e Valtteri correrão pela Williams de novo em 2015”, disse Frank Williams, co-fundador e chefe da equipa. Massa, de 33 anos, chegou este ano, na sua 13.ª época na fórmula 1, à Williams, depois de oito anos na Ferrari, e foi o único piloto a contrariar a supremacia da Mercedes na qualificação, ao conseguir a «pole position» na Áustria, prova que terminou na quarta posição. Oito anos mais novo, Bottas está a competir pela segunda época no “grande circo” e, em 2014, já subiu quatro vezes ao pódio, ocupando o quinto lugar do Mundial. O calendário de 2015 de Fórmula 1 prevê a realização de 20 corridas, com a entrada do México no circuito, segundo o que ontem foi apresentado às escuderias, no decorrer do Grande Prémio de Itália. O regresso do México, numa prova prevista para outubro, é a única modificação em relação a 2014, mantendose o calendário praticamente igual. A única vez que a Fórmula 1 teve 20 corridas no seu calendário foi em 2012, na ocasião com os grandes prémios da Índia e da Coreia do Sul, que, entretanto, saíram do programa. Este projeto será apresentado pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) na próxima semana em Pequim e deverá ser validado em definitivo no final do ano.

Acidente durante o Rali sprint de Guimarães

Três mortos

Dois rapazes de 8 e 13 anos e uma mulher de 50 foram as vítimas mortais do acidente ocorrido, ontem, no Rali Sprint de Guimarães. O segundo comandante da corporação, Joaquim Oliveira, afirmou que o piloto que conduzia o carro acidentado foi levado para o hospital em estado de choque. Os dois feridos graves foram para o Hospital de Braga e, de acordo com fonte da instituição, trata-se de um homem de 40 anos em “estado crítico” e uma mulher de 18 em estado grave. O acidente aconteceu na primeira especial do Rali Sprint de Guimarães, que ligava São Roque à Penha. O Rali é a sexta e última prova do Troféu Inter-Municípios do Norte. De acordo com informações disponibilizadas pelo segundo comandante do CDOS de Braga, há ainda três feridos ligeiros. O diretor do Rali Sprint de Guimarães disse desconhecer em que circunstância se deu o despiste e garantiu que existiam condições de segurança. “Não faço ideia das circunstâncias, de um momento para outro despistou-se, mas não estava no local, não sei como aconteceu”, disse Eduardo Crespo. O diretor da corrida informou ainda que a prova estava a ser controlada por mais de 40 agentes de autoridade, além de outras 14 pessoas da organização e equipa de bombeiros.


Segunda-feira, 8 de Setembro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 7

O PRIMEIRO DE JANEIRO

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Pouco público na corrida de touros A terceira corrida de touros que ocorre em Viana do Castelo desde que a cidade se declarou antitouradas começou com fraca adesão de público, com ativistas pelos direitos dos animais e forte dispositivo policial. A ordem para que o espetáculo fosse iniciado foi dada às 17h00 pelo diretor de corrida, nomeado pela Inspeção Geral das Atividades Culturais (IGAC). Pouco antes do início da tourada, Manuel Gama garantia que “tudo estava em ordem para a realização do espetáculo” que inclui a lide de seis touros, com dois toureiros, um novilheiro e um grupo de forcados. “Como sabe, isto é um espetáculo legalizado pelo Estado. Eu sou representante do Estado e se me mandaram estar cá é porque está tudo em condições, tudo dentro da lei para se dar o espetáculo tauromáquico”, sustentou o diretor de corrida. Questionado sobre a ausência de vistoria ao recinto, denunciada pela Câmara Municipal, e da inexistência de parecer da proteção civil sobre as medidas de autoproteção Manuel Gama respondeu: “Essa parte já não me compete a mim. Não vou poder responder a essa questão”. Nas proximidades do terreno privado onde está instalada a praça amovível estão cerca de 50 manifestantes vestidos de preto, gritando palavras ordem sob olhar atento do corpo de intervenção da PSP, que disponibilizou 30 homens e duas unidades cinófilas para o local. Questionado sobre o número de bilhetes vendidos para a corrida, José Carlos Durães, o porta-voz do movimento “Vianenses pela Liberdade” escusou-se a apontar um número e recusou a entrada dos jornalistas na praça amovível para verificar o número de espetadores presentes. A estrutura tem capacidade para 3200 pessoas e os preços dos bilhetes oscilam entre os 15 e os 25 euros. O comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo afirmou ter informado a organização da tourada, o movimento “Vianenses pela Liberdade”, que a arena amovível não se encontra licenciada. Em causa, explicou na altura, estão as medidas de autoproteção previstas no decreto-lei nº 220/2008 e pela portaria nº 1532/2008. Além da ausência daquele parecer o comandante distrital adiantou ter sido informado, sexta-feira pela Câmara Municipal da inexistência de Alvará de Licença de Instalação e Funcionamento de Recinto Improvisado face à impossibilidade de realização, sexta-feira, da respetiva vistoria por impedimento do requerente. Sexta-feira, em nota enviada à imprensa a autarquia explicou que “o representante da associação “Vianenses pela Liberdade” impossibilitou a entrada dos técnicos camarários no terreno privado onde se encontra montada a praça de touros ambulante”. O segundo comandante da PSP afirmou ter recebido, sexta-feira, uma comunicação do CDOS que refere a “falta de um licenciamento da proteção civil para o recinto e que a realizar-se o espetáculo o promotor será alvo de um processo de contraordenação”.

Portugal Fashion passa por Viena, Londres e Paris

“Oportunidades ímpares de promoção” As propostas dos criadores portugueses para a próxima primavera/verão chegam às semanas de moda de Viena, Londres e Paris, sendo estas as paragens internacionais do Portugal Fashion antes da edição que em outubro chega a Lisboa e ao Porto. Em antecipação, a organização do Portugal Fashion anuncia o roteiro pelas semanas de moda internacionais para a próxima estação, sendo a Vienna Fashion Week a primeira paragem dos designers de moda portuguesa. É já na quarta-feira que na capital Austríaca Ricardo Preto leva à passerelle do MuseumsQuartier Wien a sua linha de autor – na presença na mesma semana de moda do ano passado o designer apresentou as propostas para a MEAM -, sendo acompanhado em Viena pela jovem criadora Susana Bettencourt. O roteiro internacional do Portugal Fashion segue depois para a capital londri-

na, que na sexta-feira recebe os desfiles dos emergentes Daniela Barros e João Melo Costa, no âmbito da plataforma Fashion Scout. “No dia seguinte, essas mesmas propostas integram uma exposição profissional, dirigida aos públicos especializados que têm vindo a fazer com que a referida plataforma seja responsável pelo lançamento de toda uma geração de criadores de moda”, acrescenta a organização, da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Antes de chegar a território nacional para a edição deste ano – o Portugal Fashion decorre entre 21 e 25 de outubro, com arranque marcado para Lisboa e quartel-general, como é hábito, no Porto – a campanha internacional prossegue para Paris, onde tradicionalmente participa na Semana de Prêt-à-Porter, de 23 de setembro a 01 de outubro. “Com a agenda que cumpre em Vie-

na, Londres e Paris, a rota internacional do Portugal Fashion dá, uma vez mais, provas de amadurecimento, sentido estratégico e expansão. Pelo segundo ano consecutivo, o projeto possibilita a um conjunto de designers nacionais a presença nestas três capitais europeias, proporcionando à moda portuguesa oportunidades ímpares de promoção, potenciadoras de visibilidade junto da imprensa especializada, de agentes de compras e de muitas outras entidades dinamizadoras do setor do vestuário”, destaca Manuel Lopes Teixeira, da direção nacional do Portugal Fashion. O mesmo responsável refere ainda que “o circuito alternativo, mas surpreendentemente dinâmico e bem referenciado, de Viena veio reforçar um calendário internacional onde Paris é incontestável e Londres se afirma, cada vez mais, como destino natural”. .

EM VIANA DO CASTELO

Ébola ameaça “entrar” em São Tomé e Príncipe

Dois nigerianos colocados de quarentena

A viola amarantina esteve quase extinta, mas a missão concertada de um professor e de um artesão, ambos de Amarante, permitiu ensinar dezenas de jovens a tocarem o instrumento, assegurando um futuro, outrora incerto. Há alguns anos que Eduardo Costa, docente no ensino básico, e António Silva, marceneiro, unem esforços, o primeiro tocando e ensinando o instrumento, o segundo fabricando violas amarantinas de forma artesanal. O esforço de ambos, com a ajuda de alguns amigos, permitiu acabar com as nuvens negras que se abatiam sobre o futuro da viola, ao ponto de haver hoje em Amarante dezenas de executantes do instrumento que ostenta o nome do concelho. A centenária viola amarantina, de origem medieval, é parecida com a viola braguesa, tocada na zona do Minho. Ambas são consideradas “violas de arame” e têm cinco cordas duplas, mas a variante de Amarante, menos conhecida do que a minhota, diferenciase por ter uma escala mais comprida, até à boca, única no país, e ostenta dois corações, que se julga estarem ligados a uma história de amor envolvendo um trovador medieval. Eduardo Costa é também um dos ele-

mentos do grupo “Propagode”, de Amarante, que se dedica à música tradicional, em especial à divulgação da viola amarantina. É nesse âmbito que pessoas de várias idades aprendem, semanalmente, a executar o instrumento, com ajuda dos dois tocadores do grupo mais experientes. Recentemente, o docente criou um clube de música na escola onde leciona, na qual 24 crianças e adolescentes aprendem a tocar a “Amarantina”. Ao mesmo tempo, o grupo tem feito oficinas, em vários locais, nas quais divulga e ensina o instrumento, para além de realizar dezenas de espetáculos. “Antes deste trabalho, a nossa viola estava praticamente esquecida”, recordou. A recente dinâmica criada em torno do instrumento tradicional permite a Eduardo Costa concluir que “a Viola de Amarante nunca mais vai ser esquecida”. Mas todo aquele trabalho só se tornou possível depois de se encontrar alguém que construísse instrumentos suficientes e adaptados para as crianças e adultos darem os primeiros passos na música. O marceneiro António Silva, que já tinha alguma experiência com cavaquinhos, foi então desafiado pelo “Propagode” para a

construção de violas amarantinas. Há cerca de três anos que, nas horas vagas, o artesão constrói com minúcia e paciência, numa oficina dos fundos da sua casa, dezenas de violas amarantinas. Cada uma leva 35 horas a fazer, e todas, garante, cumprem as exigências de qualidade, inclusive nos vários tipos de madeira utilizados. Cada exemplar de qualidade média custa cerca de 300 euros, um valor que o artesão considerada pequeno face ao trabalho que dá. Apesar disso, disse que executa “a arte” pelo amor que sente pelo instrumento da sua terra, que até já aprendeu a tocar, ajudado pelos amigos do “Propagode”. O sucesso da revitalização do instrumento teve recentemente um momento alto, quando cerca de duas dezenas de tocadores se juntaram numa feira em Amarante e fizeram uma arruada pelas ruas da cidade. Os dois falam, emocionados, da “sonoridade apaixonante” do instrumento que hoje os amarantinos se orgulham de exibir em cada festa, em cada convívio, executando melodias tradicionais, na companhia de cavaquinhos e rabecas, ou trechos mais clássicos, só ao alcance dos tocadores mais dotados.

Professor e artesão ensinam jovens

Viola amarantina em recuperação O Zoo de Lourosa, em Santa Maria da Feira, vai assinalar a 06 de setembro o Dia Internacional do Abutre apresentando um novo exemplar da família, um jovem urubu-rei macho. “A ave chegou ao zoo em meados de julho e encontra-se em quarentena, em período de adaptação às instalações, exames médico e realização de análises. Vai ser transferida para junto da nossa fêmea no dia 06 de setembro para assim se comemorar o Dia Internacional do Abutre”, explicou Andreia Pinto, do zoo. Este novo urubu-rei, que tem cerca de um ano e meio, é proveniente do Zoo de Doué La Fontaine, em França, ao abrigo do programa de reprodução em cativeiro

da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), e vai juntar-se à fêmea da mesma espécie que está sozinha no zoo há cerca de um ano. Com a introdução da ave no parque, o Zoo de Lourosa pretende falar aos visitantes sobre os abutres e as ameaças que enfrentam atualmente. A colisão contra linhas de alta tensão, a falta de alimento, a perda de habitat e o envenenamento são algumas das ameaças desta espécie, que “é extremamente importante nos ecossistemas”, destacou Andreia Pinto. Segundo a mesma responsável, o objetivo é sensibilizar a população para a importância deste grupo de aves, desmistificar o facto de se alimentarem de

cadáveres de animais. “Ao alimentaremse de carne em putrefação estão a limpar os locais que habitam”, eliminando assim perigos de infeção, vincou, acrescentando que, das 23 espécies de abutres existentes no planeta, 11 estão em perigo. Com este exemplar urubu-rei, o zoo pretende contribuir para a criação de uma população de cativeiro autossustentável desta espécie. Em Portugal, o Zoo de Lourosa é o único parque que possui esta espécie proveniente da América do Sul. O zoo de Lourosa, que abriu as portas ao público em outubro de 1990 e é gerido por uma empresa municipal, tem atualmente cerca de 500 aves de 150 espécies.


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