PEÇO DESCULPA A TODOS RICARDO CARVALHO FELIZ POR REGRESSAR À SELEÇÃO
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 214
Quarta-feira, 08 de outubro de 2014
PS PEDE AO GOVERNO QUE ASSUMA RESPONSABILIDADES E DEMITA CRATO
NOVA EQU!PA n Nuno Crato vai hoje ao Parlamento dar explicações sobre o “caos” na Educação, mas o PS vai avisando que mais valia ao Governo apresentar já uma “nova equipa”. “Se o senhor ministro da Educação não assumir as suas responsabilidades”, resta a Passos Coelho “assumi-las por ele”. E se o primeiro-ministro “não o demitir, na sequência do que se sucedeu neste início de ano letivo, é porque não encontra ninguém para o substituir”, justificou Marcos Perestrello...
“ESMOLA”
CT da STCP acusa Governo de querer vender empresa pública ao desbarato
ÉBOLA
Luís Sambo admite que epidemia possa estar controlada nos próximos três meses
CIÊNCIA
Passos Coelho defende “uma participação mais empenhada” das empresas
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2014
Câmara do Porto negoceia com empresas privadas
“Ajustar preços” dos serviços de limpeza A Câmara do Porto está a negociar com as empresas privadas de limpeza os contratos de concessão válidos até fim de 2016 para “ajustar os preços” do serviço depois de 138 trabalhadores terem pedido o reingresso na autarquia. “Os contratos são válidos até fim de 2016. Não são postos em causa com estes regressos. O que estamos a fazer é a tentar ajustar os preços pagos a essas entidades”, afirmou Rui Moreira, referindo-se às empresas Suma e Invicta Ambiente. Das duas concessionárias saíram, recentemente, “138 colaboradores” que vão regressar à autarquia e “assumir funções no Ambiente”, de acordo com três fases já definidas pelo município, revelou a vice-presidente da Câmara, Guilhermina Rego. “Na medida em que há transferência de trabalhadores para o município,
PORTO. A Câmara Municipal, “na medida em que há transferência de trabalhadores para o município”, está agora “a negociar preços”… estamos a negociar preços”, notou Rui Moreira. A anterior maioria PSD/CDS da Câmara do Porto, liderada por Rui Rio, aprovou a 08 de maio de 2012, por unanimidade, não privatizar a limpeza urbana de 40 por cento da cidade por 81,9 milhões de euros, devido a dúvidas sobre se a opção seria a “financeiramente menos onerosa”. A opção foi justificada por não ser “aconselhável iniciar uma relação contratual” de oito anos, prorrogável por mais cinco, e uma contrapartida de 81,9 milhões de euros sem “reavaliar a situação à luz dos mais recentes condicionalismos e pressupostos”, desig-
nadamente as dificuldades financeiras do país. O documento referia ainda dúvidas sobre se privatizar é “a opção financeiramente menos onerosa para o erário público”. A CDU desafiou na altura a autarquia a anular o contrato de concessão existente (referente a 50% da cidade), que em 2011 “custou 10,2 milhões de euros” aos cofres municipais – “mais 80% do que o valor inicialmente previsto”, segundo o vereador comunista, Pedro Carvalho. Na ocasião, o vereador do PS Manuel Correia Fernandes (que atualmente tem o pelouro do Urbanismo no âmbito da coligação pós-eleitoral
com o independente Rui Moreira) disse que os socialistas não tinham “qualquer a priori ideológico” relativamente ao processo, mas concordou com a decisão. “Não somos nem contra a privatização, nem contra a municipalização. Mas a decisão da maioria [de anular o alargamento da concessão] vai no sentido do que julgamos que será o relatório, ou seja, de uma avaliação negativa da concessão existente”, explicou Correia Fernandes. Cerca de 50% da cidade está desde 2009 com a recolha de resíduos sólidos e limpeza urbana concessionada (a opção contou com o voto favorável do PS e o voto contra da CDU) e, em julho de 2010, a autarquia aprovou o alargamento da privatização a mais 40% do concelho (com a abstenção do PS e voto contra da CDU). Na reunião camarária de ontem, o vereador da Habitação adiantou que a autarquia está a “a preparar intervenção global no Pego Negro”, uma das zonas mais degradadas da cidade, nomeadamente em termos habitacionais. “Não faz sentido intervir casa a casa porque daqui a um ano estão lá a morar outras pessoas. Fizemos um despacho e temos uma metodologia para evitar a reocupação de casas, nomeadamente quando fazemos realojamentos por questões de salubridade, mas não há policiamento para impedir tudo”, descreveu Manuel Pizarro. “Seguramente vamos resolver o assunto nos próximos tempos”, concluiu.
CT da STCP acusa Governo de vender ao desbarato…
Para quem “der a maior esmola” A Comissão de Trabalhadores (CT) da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto afirmou que “a prioridade do Governo é vender a empresa ao grupo económico que der a maior esmola”. Em comunicado enviado às redações, na sequência de a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP) anunciar impugnar o concurso público de subconcessão da STCP e requerido a sua imediata suspensão, a CT refere que esta decisão “confirma não apenas a existência de erros graves, como também que a gula desses operadores privados não tem limite”. “No caso da STCP, ainda o concurso está a decorrer e já os privados reclamam”, critica a CT. Os trabalhadores da transportadora consideram que as mais de 2000 perguntas colocadas pelos privados revelam “bem essa gula insaciável, tra-
duzida na exigência de mais dinheiro em troca de menores exigências impostas pelo caderno de encargos”. “Se juntarmos a isto o reconhecimento do Governo da impraticabilidade do atual caderno de encargos e a promessa de uma versão corrigida do documento que irá aumentar as garantias de rentabilidade do negócio para os privados, torna-se claro que as anunciadas poupanças e ganhos de eficiência com a concessão não passam disso mesmo, promessas”, acrescenta a CT. Para os trabalhadores, desde o início do processo que a opção do Governo em vender a STCP a quem apresentar a proposta mais baixa deixou claro que não existem preocupações da tutela com o serviço público prestado aos utentes da Área Metropolitana do Porto e com o futuro dos trabalhadores. Neste momento, sublinham, “ainda a procissão vai no adro” e “à luz dos
recentes desenvolvimentos só podemos concluir que esta é uma opção de cariz ideológico do Governo, que tem o objetivo de destruir o setor público dos transportes, canalizando cada vez mais recursos do Estado para os grandes grupos económicos”. “Tendo tomado conhecimento dos termos do concurso público relativo à subconcessão da operação da STCP [Sociedade de Transportes Públicos do Porto], a ANTROP decidiu impugnar o mesmo junto do Tribunal Administrativo do Porto e requerer medidas cautelares para a sua suspensão”, referiu a associação na segunda-feira. Para a ANTROP, o concurso “implica a entrada em vigor de um novo regime legal para o setor dos transportes que daria à STCP um inaceitável tratamento privilegiado face àquele que dispõem atualmente os operadores privados” que a associação repre-
senta, “suscetível até de por em causa a subsistência de muitas dessas empresas”. Por outro lado, acrescenta, “na presente data não existe sequer base legal que permita à STCP adjudicar o concurso que lançou”. Na opinião da associação, o caderno de encargos do concurso contém ainda “incorreções de diversa ordem, já reconhecidas pelo Governo, designadamente ao nível do mecanismo de remuneração do subconcessionário e, pelo Conselho do Metropolitano do Porto, ao nível do leque de serviços a subconcessionar”. “Estas incorreções constantes do caderno de encargos põem em causa, de forma clara, a viabilidade do contrato de subconcessão a celebrar, facto que, para além de ser inexplicável e absurdo, contraria as orientações da União Europeia a que Portugal se encontra vinculado”, sustenta a ANTROP.
Primeira audiência no Tribunal São João Novo
Alegado líder da rede remete-se ao silêncio
O alegado líder de uma rede de tráfico de droga de 48 pessoas, desmantelada pela PSP em março de 2013, no Porto, nada quis dizer no Tribunal São João Novo na primeira audiência de julgamento. “Para já, quero remeter-me ao silêncio, mas depois gostaria de falar”, disse o principal suspeito ao coletivo de juízes. Os 49 arguidos, oito dos quais em prisão preventiva, estão acusados pelos crimes de tráfico de droga agravado, branqueamento de capitais e posse de armas ilegais. Antes do início do julgamento, os arguidos exaltaram-se e envolveram-se numa altercação nos corredores do tribunal enquanto aguardavam pela chamada, obrigando a intervenção policial. Segundo a acusação, os alegados traficantes cometeram os crimes entre 2010 e 2013, ano em que acabaram detidos pela PSP do Porto, após 77 buscas domiciliárias. O presumível líder do grupo, de 27 anos, detido no Estabelecimento Prisional de Custóias, contava com a rede para lhe vender a droga, atividade que lhe trouxe lucros “avultados” e que lhe permitiu investir em imóveis, carros de luxo e aplicações financeiras. Um dos arguidos a aguardar julgamento em prisão preventiva, de 32 anos, afiançou ao tribunal que começou a vender droga para pagar duas rendas de habitação em atraso, no valor de 750 euros. O mesmo suspeito frisou que corria o risco de ser despejado pelo senhorio e, tendo dois filhos menores à sua guarda, decidiu “envolver-se” nesta atividade ilícita. “Durante a tarde, trabalhava no café da minha mãe, que me pagava 20 a 30 euros, mas não era suficiente”, disse. Quando foi detido, tendo-lhe sido apreendida droga na roda do carro que conduzia, o alegado traficante frisou estar a pensar sair da rede e vender a viatura da companheira para conseguir o dinheiro que precisava. “Estou arrependido e se fosse hoje teria feito as coisas de maneira diferente”, afirmou ao coletivo. O suspeito confessou ainda não “ter nenhuma ligação” com o alegado cabecilha da rede, apesar do juiz presidente o confrontar com escutas telefónicas relacionadas com a venda de droga. O julgamento prossegue a 14 de outubro, pelas 09h30, estando programado ouvir mais quatro arguidos que demonstraram interesse em prestar declarações, não tendo, por isso, sido convocadas as testemunhas.
regiões
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Oito distritos sob vigilância devido à chuva forte e trovoada
Alerta laranja Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria «laranjas» até às 10h00 de amanhã.
Centro de Ponte de Lima
Dependência bancária assaltada à mão armada Um homem assaltou, ontem à tarde, sob ameaça de arma de fogo, uma dependência do banco Santander Totta, no centro da vila de Ponte de Lima. De acordo com o segundo comandante da PSP de Viana do Castelo, Raul Curva, o assalto deu-se pelas 13h30, num balcão situada na Praça da República, em Ponte de Lima, tendo aparentemente envolvido apenas um indivíduo. “O homem entrou sozinho no balcão e sob ameaça de arma de fogo roubou dinheiro, num montante ainda por apurar”, sublinhou o responsável, a meio da tarde. Segundo o Comando da polícia, o assalto decorreu “numa hora de movimento numa zona central da vila alto-minhota”. A PSP foi chamada ao local mas a competência da investigação transitou para a Polícia Judiciária.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera elevou o aviso de riscos causados pelo mau tempo devido a chuva forte e trovoada em oito distritos, passando-o para laranja, o segundo mais grave de uma escala de quatro. De acordo com o IPMA, os distritos com maior risco são Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria, sendo que o aviso laranja estará ativo até às 10h00 de amanhã. Entretanto, os distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Lisboa e Portalegre vão estar sob aviso amarelo, o terceiro mais grave, também devido a previsão de chuva forte, que poderá ser acompanhada de trovoada. O aler-
Mau tempo. Oito distritos sob alerta laranja, até às 11h00 de amanhã, devido à chuva forte e trovoada
ta vigora até às 12h00 de amanhã. Os distritos do Porto, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga estarão igualmente sob aviso amarelo, mas estes por causa de agitação marítima, estando previstas ondas de noroeste com 4 a 4,5 metros de altura. Estes distritos contam com o aviso amarelo pelo menos entre a meia-noite de hoje até às 12h00 de amanhã, também. O aviso laranja é emitido quando o IPMA considera que a situação meteorológica integra um risco moderado a elevado, enquanto o amarelo identifica risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica. O IPMA previa para ontem, nas regiões do norte e centro do continente, céu muito nublado, períodos de chuva, sendo por vezes forte no litoral a norte do Cabo Mondego para o final do dia, vento em geral fraco do quadrante sul, neblina ou nevoeiro matinal e pequena subida da temperatura mínima.
Julgamento de incêndio no Caramulo
“É tudo falso”
Câmara de Lisboa discute 2,2 milhões de euros
Um dos acusados de ter ateado vários fogos na Serra do Caramulo em agosto de 2013, que provocaram a morte de quatro bombeiros e vários prejuízos, garantiu, ontem, estar inocente. “É tudo falso. Não tenho nada a ver com a acusação que me fazem”, afirmou Luís Patrick, durante a primeira sessão do julgamento. Luís Patrick e Fernando Marinho
estão acusados, em coautoria, de um crime de incêndio florestal, de quatro homicídios qualificados e de 13 de ofensa à integridade física qualificada. Sobre o primeiro recai também a acusação de condução sem qualificação legal. Antes, o advogado de Luís Patrick tinha deixado claro que, durante a defesa, irá desmontar vários pontos da acusa-
Juntamente com mais 14 cidades europeias
A Câmara de Lisboa vai discutir, hoje, a transferência de quase 2,2 milhões de euros para as freguesias de Ajuda, Alcântara, Beato, Belém, Carnide, Lumiar, Parque das Nações, Penha de França e Santa Clara, ao abrigo da reforma administrativa. As freguesias do Beato e de Belém são as que deverão receber mais, num total de 350 mil euros cada. Caso o executivo municipal e posteriormente a Assembleia Municipal aprovem a proposta, esta transferência será feita “até ao final do ano em curso, para a prossecução das competências que lhes foram atribuídas em sede da reorganização administrativa da cidade de Lisboa”, lê-se no mesmo documento. Em março, concretizou-se o início da reforma administrativa com a assinatura dos autos de transferência para as juntas de freguesia de Lisboa. Com a assinatura destes autos, foi também formalizada a passagem de cerca de mil funcionários da Câmara para as 24 juntas.
Câmara de Cascais recebe prémio ambiental
A Câmara de Cascais foi distinguida, num universo de 1600 municípios da Europa, com o prémio «Climate Star», como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na sensibilização ambiental nas escolas do concelho. “Nesta sexta edição, todos os 1.600 municípios que fazem parte do European Climate Alliance puderam participar, mas, no entanto, o prémio “Climate Star” foi atribuído apenas a 14 cidades europeias, entre as quais Cascais, tornando o concelho como referência de responsabilidade social e na defesa do ambiente”, revelou, ontem, a autarquia. O galardão foi entregue na semana passada, em Viena, na Áustria.
ção, nomeadamente o de ele ter estado na noite de 20 para 21 de agosto com Fernando Marinho. “As mortes não foram em consequência do incêndio de Alcofra”, afirmou, acrescentando que este incêndio “foi apagado no dia 21, no máximo na madrugada de 22” e que “há reacendimentos muito mais próximos do lugar das mortes”.
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nacional
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2014
Encerramento da conferência “The Future of Europe is Science”
Passos defende “participação mais empenhada” das empresas O primeiro-ministro defendeu uma “participação mais empenhada” das empresas na “transferência do conhecimento científico para o setor produtivo”, recusando que a ligação ao mundo empresarial signifique “desinvestimento em ciência fundamental”. No encerramento da conferência “The Future of Europe is Science”, promovida pela Comissão Europeia, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que um dos problemas de Portugal tem sido “a insuficiente transferência do conhecimento científico para o setor produtivo”. “Transformar o conhecimento científico em benefício social e económico é um dos grandes desafios com que a competitividade da Europa se depara. Em Portugal, esta dificuldade não resulta da falta de investimento”, afirmou, argumentando que o esforço “predominantemente público” resultou “numa capacidade instalada rica e diversificada com forte potencial inovador”. “Falta
PASSOS COELHO. O primeiro-ministro diz que “não basta lamentarmos”, é preciso “reformar e agir” concretizar este potencial. E essa concretização depende de uma participação mais empenhada do setor produtivo e empresarial. No entanto, os indicadores disponíveis também sugerem que o reforço qualitativo da nossa investigação pode ajudar a minimizar esta dificuldade”, sustentou. Para Passos, “isto não significa uma prioridade de desinvestimento em ciência fundamental. Rejeito essa escolha por se tratar de uma falsa escolha. O valor da descoberta científica, bem como as recompensas longínquas mas reais da investigação fundamental, apelam à paciência, tanto dos governos como da sociedade”. Para o chefe de Governo, “isto não significa uma prioridade de desinvestimento em ciência fundamental. Rejeito essa escolha por se tratar de uma falsa escolha. O valor da descoberta científica,
bem como as recompensas longínquas mas reais da investigação fundamental, apelam à paciência, tanto dos governos como da sociedade”. Passos Coelho fez uma defesa das mudanças operadas pelo seu Governo no setor da ciência, nomeadamente ao nível da atribuição de bolsas e da avaliação de centros de investigação. Sobre o concurso individual de bolsas, o primeiro-ministro sublinhou que “deixou de ser o único mecanismo de formação avançada em Portugal”, argumentando que o “concurso individual de bolsas não desapareceu, mantem-se para áreas não cobertas pelos programas de doutoramento, ou para áreas emergentes, ainda que com menor dimensão que anteriormente”. Acerca da avaliação de unidades de investigação e desenvolvimento, o chefe
de Governo defendeu que foram convocados para essa avaliação “apenas peritos internacionais desligados das instituições nacionais”, considerando que, depois desse exercício, o financiamento público irá para quem o merece, e para quem tem mais capacidade de traduzi-lo em conhecimento e inovação”. “Esta orientação para a consolidação e expansão da qualidade e excelência é absolutamente crucial para que as unidades portuguesas possam competir no mundo global e, ao contrário do que tem sucedido consecutivamente nos últimos anos, aceder com sucesso a fontes de financiamento europeias fundamentais”, declarou, concluindo: “Não basta lamentarmos a condição injustificável de sermos contribuintes líquidos do sistema de financiamento científico europeu. É preciso reformar e agir”.
PS pede a Crato que já não vá hoje ao Parlamento…
Passos deve demitir ministro da Educação O socialista Marcos Perestrello defende que, se o ministro da Educação, Nuno Crato, não assumir as suas responsabilidades, o primeiro-ministro, Passos Coelho, terá de o fazer e que este só não o demite por não o conseguir substituir. “Se o senhor ministro da Educação não assumir as suas responsabilidades, resta ao primeiro-ministro assumi-las por ele. E, se o senhor primeiro-ministro não demitir o ministro da Educação, na sequência do que se sucedeu neste início de ano letivo, […] não o faz, porque não encontra ninguém para o substituir”, justificou o deputado do PS. Marcos Perestrello argumentou que esta situação acontece, “porque o Governo e a maioria estão num claro processo
de desagregação acelerada”. O deputado socialista falava aos jornalistas numa conferência de imprensa realizada à porta da Escola Básica Francisco Arruda, em Lisboa, que está atualmente a funcionar “a meio gás”, após ter estado encerrada na segunda-feira, devido à falta de 23 docentes. Este estabelecimento, situado na Calçada da Tapada da Ajuda, freguesia de Alcântara, tem cerca de 600 alunos, que ontem só tiveram aulas até às 13h30, devido à falta de 15 professores, horário que se deverá manter até ao final da semana. Excetuam-se os casos dos alunos dos cursos profissionais, que têm aulas das 08h30 às 16h30. Na sexta-feira, vários agrupamentos de escolas receberam orientações do Mi-
nistério da Educação para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação, cujos resultados foram conhecidos a 12 de setembro. “É preciso assumir o erro e retirar as consequências que decorrem desse erro e da incapacidade de resolver os problemas que se colocam no dia-a-dia”, considerou Marcos Perestrello, referindo que “estamos perante uma ação absolutamente inacreditável de desacreditação da escola pública”. As aulas começaram há cerca de um mês e, segundo o deputado, atualmente há alunos que já estão a fazer testes e outros que não têm sequer professores, como acontece nos concelhos da Amadora e de Sintra, onde faltam 200
professores em cada, assinalou. Questionado pelos jornalistas sobre a presença de Nuno Crato hoje no Parlamento, Marcos Perestrello disse esperar que o governante já não vá e que haja uma nova equipa à frente do Ministério da Educação. Também presente, o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, Davide Amado (PS), afirmou que situação semelhante à da EB Francisco Arruda se verifica na Escola Básica do 1.º ciclo Raul Lino, onde apenas os monitores contratados por esta autarquia conseguiram colmatar a falta de professores, neste primeiro mês de aulas. O autarca lamentou ainda que as famílias sejam afetadas, “porque os pais não têm onde deixar os filhos”.
FESAP alerta
Governo quer dispensar 12,5% dos trabalhadores
A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) estima que o Governo pretenda dispensar 12,5% dos trabalhadores da função pública no próximo ano, tendo em conta o número de funcionários contactados no âmbito de reestruturação de serviços. A estimativa foi divulgada pelo secretário-geral da FESAP, Nobre dos Santos, que lembrou aos jornalistas, a título de exemplo, os contactos feitos aos trabalhadores do Instituto de Segurança Social com vista à sua colocação no regime de requalificação (ex-mobilidade especial. A FESAP marcou a conferência de imprensa para divulgar o seu caderno reivindicativo, que irá de seguida apresentar ao Governo e aos grupos parlamentares. A estrutura sindical, filiada na UGT, exige a reposição integral dos salários aos níveis de 2010, o descongelamento de carreiras, a reposição do horário das 35 horas semanais de trabalho, a publicação e aplicação dos acordos coletivos estabelecidos com as autarquias.
Aguiar-Branco fala sobre resposta às atuais ameaças
“Mecanismos da democracia”
O ministro da Defesa adverte que uma resposta eficaz às atuais ameaças carece da “formação atempada da vontade política” e considerou que “às vezes” os “mecanismos da democracia” complicam mais do que facilitam as decisões. “Como conciliar a necessidade de agregar várias nações para uma capacidade operacional de escala superior fundamental para poder vencer este desafio com a atempada formação da vontade política ?”, questionou. Aguiar-Branco intervinha na abertura do colóquio “Portugal e a I Guerra Mundial”, na sala do Senado da Assembleia da República, apelando para “um mergulho na realidade” para questões que “são tão atuais como há cem anos” e interferem nas opções políticas que os Estados tem de tomar. O ministro sustentou que a Defesa Nacional faz-se “num quadro de defesa coletiva” e pela participação nas plataformas como a NATO e a União Europeia e agora também na “coligação internacional” que visa combater “a praga do dito estado islâmico” que constitui uma ameaça terrorista que “assola todos os que pugnam pela liberdade e pela democracia”.
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Fundo Monetário Internacional acompanha estimativas recentes do Governo
FMI revê crescimento de Portugal em baixa Quanto à taxa de desemprego, o FMI antecipa que esta se fixe nos 14,2% este ano, melhorando as previsões. Crédito malparado as famílias atinge os 4,27%
Novo recorde
O crédito malparado nas famílias voltou a subir e atingiu um novo recorde, representando em agosto 4,27% dos empréstimos concedidos, segundo dados divulgados, ontem, pelo Banco de Portugal. O malparado registado no total do crédito concedido a particulares subiu de 4,21% em julho para 4,27% em agosto, num aumento de 0,06 pontos percentuais. No início do ano, o crédito de cobrança duvidosa ultrapassou 4% do total dos empréstimos concedidos e desde então que alcança novos máximos todos os meses. Também os créditos de cobrança duvidosa na habitação em percentagem do total do crédito concedido para este fim subiram de 2,43% em julho para 2,46% em agosto. Em relação ao crédito ao consumo, os dados do Banco de Portugal mostram que o malparado voltou a aumentar ligeiramente de 10,92% em julho para 10,98% em agosto, depois de ter reduzido 0,07 décimas entre junho e julho. Quanto ao crédito para outros fins, os números do regulador dão conta de que o malparado aumentou de 14,53% para os 14,77% nos dois últimos meses, alcançando também um novo recorde. Os créditos de cobrança duvidosa neste setor vinham a subir desde dezembro, conforme números do banco central português.
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a sua previsão de crescimento para Portugal, alinhando a estimativa com os números mais recentes do Governo, esperando um crescimento de 1% este ano e de 1,5% em 2015. De acordo com o «World Economic Outlook» ontem divulgado, a instituição liderada por Christine Lagarde antecipa que Portugal cresça 1% este ano, abaixo dos 1,2% previstos em abril na última edição das previsões económicas do FMI e previstos igualmente na 11.ª avaliação regular ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), que decorreu no mesmo mês. No Documento de Estratégia Orçamental, apresentado também em abril, o Governo previa que a economia portuguesa crescesse 1,2% em 2014, mas esta estimativa foi revista em baixa em agosto aquando da apresentação do segundo Orçamento Retificativo para este ano, altura em que o Executivo passou a prever um crescimento de apenas 1% em 2014. Para 2015, no entanto, as previsões mantêm-se alinhadas com as estimativas apresentadas, tanto pelo Governo no Documento de Estratégia Orçamental, como pelo FMI nos seus relatórios mais recentes, prevendo-se que a economia portuguesa cresça 1,5%. Quanto à taxa de desemprego, o FMI antecipa que esta se fixe nos 14,2% este ano, uma estimativa que coincide com a previsão mais recente do Governo, apresentada no segundo retificativo, em agosto. Na última edição do «World Economic Outlook», publicada em abril, o Fundo previa uma taxa de desemprego superior para Portugal, de 15,7% em 2014. Em 2015, a taxa de desemprego em Portugal deverá recuar para os 13,5%, de acordo com o FMI, abaixo da previsão mais atualizada do Governo, que foi apresentada em abril
e que apontava para uma taxa de desemprego de 14,8% no próximo ano. Comparando com as últimas previsões económicas, o Fundo melhorou as suas estimativas, uma vez que em abril antecipava uma taxa de desemprego de 15% em 2015. Zona euro em queda
Portugal. FMI antecipa que taxa de desemprego se fixe nos 14,2% este ano, melhorando as previsões feitas anteriormente
Em linha com a Europa
Bolsa de Lisboa fecha sessão a desvalorizar 0,54%
O PSI20, principal índice da bolsa portuguesa, caiu, ontem, 0,54% para 5.507,53 pontos, em linha com as principais praças europeias, com a construtora Mota-Engil a desvalorizar 4,57% e o BPI a derrapar mais de 3%. Dos 18 títulos cotados no índice, 13 encerraram no «vermelho», a Teixeira Duarte ficou inalterada e quatro em alta. A Mota-Engil liderou as
perdas, seguida da Impresa, Sonae e BPI, que desvalorizaram mais de 3%. Por outro lado, ontem, a operadora brasileira Oi esclareceu que não existe qualquer decisão quanto à eventual venda da PT Portugal e que nem sequer recebeu qualquer proposta nesse sentido. A comunicação social portuguesa divulgou na segunda-feira que o grupo francês Altice está em negociações para comprar a PT Portugal e, segundo fonte ligada ao processo, essas negociações “estarão numa fase preliminar”.
Por outro lado, o FMI piorou em 0,3 pontos percentuais a previsão do crescimento económico na zona euro para este ano, estimando agora um aumento médio de 0,8% do PIB nos países da moeda única. A instituição liderada por Christine Lagarde reviu em baixa também o crescimento da zona euro para 2015, prevendo que se fixe nos 1,3%. O FMI defende que “a prioridade” na zona euro é “reforçar a recuperação económica, aumentar a inflação e alavancar o crescimento a médio prazo através de políticas monetárias, de um reforço dos balanços dos bancos e das empresas, da implementação de reformas estruturais e da implementação da união bancária”. O FMI estimou que, com as atuais políticas, a inflação na zona euro poderá ficar “substancialmente abaixo” dos 2% “pelo menos até 2019”, recomendando ao Banco Central Europeu que compre dívida soberana. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ligeiramente em baixa as perspetivas de crescimento da economia mundial, esperando que cresça apenas 3,3% em 2014 e 3,8% em 2015. No WEO de hoje, o Fundo estima que a economia global aumente 3,3% este ano, uma redução de 0,1 pontos percentuais. Quanto a 2015, nas previsões de julho, a instituição liderada por Christine Lagarde estimava que a economia global crescesse 4% e, nas previsões ontem divulgadas, calcula um crescimento inferior em 0,2 pontos percentuais, de 3,8%. O Fundo justifica esta revisão em baixa das suas previsões com o facto de o crescimento na primeira metade de 2014 ter sido inferior ao projetado, o que refletiu uma série de “surpresas negativas”, incluindo o desempenho mais fraco dos EUA, o crescimento estagnado na zona euro e a progressão da economia nipónica abaixo do previsto.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2014
Ricardo Carvalho “pede desculpa a toda a gente” pela fuga do estágio em 2011
“Todos sabem que me arrependo do meu ato” “Estou preparado para jogar os dois jogos ou zero minutos”, disse o defesa do Mónaco, no regresso à selecção. O central Ricardo Carvalho pediu, ontem, desculpas pelo ato que cometeu em 2011, que o afastou da seleção portuguesa durante mais de três anos, e considerou que acabou por ser ele o principal prejudicado. “Peço desculpa a toda a gente. O mais prejudicado fui eu próprio, fiz mal a mim próprio”, afirmou Ricardo Carvalho em conferência de imprensa, na zona de Óbidos, na unidade hoteleira em que Portugal prepara a dupla jornada com França e Dinamarca, com vista ao apuramento para o Euro2016. Em agosto de 2011, o defesa central abandonou subitamente o estágio da seleção nacional, em choque com Paulo Bento, e acabou por nunca voltar aparecer nas opções do agora ex-selecionador. Três anos depois, Ricardo Carvalho regressa à equipa das «quinas», chamado por Fernando Santos. “Toda gente sabe que me arrependo do meu ato. Paguei por isso, aceitei o castigo e enquanto jogar futebol vou estar sempre disponível para representar o meu País”, frisou o jogador de 36 anos. O central do AS Mónaco, que passou por três anos “muito duros a ver a seleção jogar”, diz ter compreendido a decisão de Paulo Bento, mas lamentou nunca ter podido falar pessoalmente com o antigo selecionador. “Pelo erro que cometi, se estivesse na posição dele, talvez tivesse feito o mesmo e também nunca mais me convocava. Sempre disse que gostava de voltar a falar com ele, mas isso não aconteceu. Foi um dia em que estava de cabeça quente e não fiz as coisas da melhor maneira”, recordou. O antigo jogador de FC Porto e Real Madrid assumiu que teve “sempre a esperança de voltar a ser chamado” e recebeu a notícia de que estava convocado com “enorme alegria”. “Agradeço a toda gente por me ter recebido bem, aos jogadores e à federação. Cometi um erro, mas felizmen-
te o meu passado fala por mim e por isso está tudo bem”, disse. O jogador diz que está de regresso à equipas das «quinas» para “ajudar os mais novos” e sonha ainda com uma presença na fase final do Euro2016. “Venho aqui para ajudar. Estou preparado para jogar os dois jogos ou zero minutos. Quero ajudar e fazer o melhor para voltar a ter o meu nome na lista dos convocados”, afirmou, reforçando: “quando cheguei à seleção, em 2003, quem jogava era o Fernando Couto. Fez os jogos todos antes do Euro2004, mas na fase final acabei por ser eu a jogar. Cada um tem o seu papel e agora o meu é ajudar os mais novos.” Ricardo Carvalho desvalorizou ainda a ausência, devido a castigo, de Fernando Santos no banco frente à Dinamarca e lembrou que os jogadores têm a obrigação de fazer o seu melhor. “Todos gostaríamos que ele estivesse no banco, mas infelizmente não será possível. Tudo depende de nós jogadores”, explicou. “A primeira vez” de João Mário
Euro2016. “Se estivesse na posição de Paulo Bento, talvez tivesse feito o mesmo e também nunca mais me convocava”, disse o central
Jogos Olímpicos de 2004
Grécia acusa dois responsáveis por gestão ruinosa
A justiça grega indiciou, dez anos depois dos Jogos Olímpicos de Atenas2004, um antigo responsável da empresa encarregada de desenvolver as instalações desportivas, muitas das quais atualmente ao abandono. Konstantinos Matalas, antigo responsável do organismo público «Olympiaka Akinita», criado em 2002, é, após oito meses de inquérito
judicial, acusado de ter provocado um défice de dez mil milhões nas contas públicas. A justiça grega pediu ainda o levantamento da imunidade parlamentar a um deputado do partido conservador do governo, o Nova Democracia, que foi o sucessor de Matalas à frente da empresa pública e que se encontra desaparecido. O deputado em causa, Dyonisis Stamenitis, contestou, através de comunicado, as acusações da justiça, sublinhando que pelo menos três das instalações tiveram utilidade após os JO.
Com menos 15 anos e estreante na seleção principal, João Mário defendeu que a ausência em campo do selecionador não poderá “influenciar em nada os resultados” de Portugal. “Não será bem um problema. Gostávamos de tê-lo no banco, mas teremos de nos adaptar a isso”, afirmou. O jogador de 21 anos revelou que encontrou um “ambiente muito bom” na seleção nacional e frisou que está “preparado e com vontade de ajudar Portugal”. “É um orgulho estar cá e espero que a seleção consiga atingir os objetivos nestes dois jogos. Para mim estão a ser momentos únicos, é a minha primeira vez. Trabalhei muito para que o selecionador contasse comigo”, referiu. João Mário, um dos seis jogadores do Sporting convocados para a seleção, contou ainda que Nani o tem “ajudado muito” na sua integração na equipa e que está mais à vontade a jogar com Adrien e William Carvalho. “Mas o selecionador é que decide. Estou cá para ajudar e fazer o meu melhor”, assegurou.
Vezo não imagina sub-21 foram do Euro2015
“Grande injustiça” O defesa Rúben Vezo admitiu, ontem, que as ausências na seleção portuguesa de sub21 são “baixas importantes”, mas observou que os substitutos oferecem suficiente “qualidade” para vencer a Holanda no «play-off» de apuramento para o Euro2015. “São baixas importantes, todos fazem falta, mas os que os vêm substituir também tem qualidade e vão dar o melhor pela seleção”, disse o defesa central. O selecionador Rui Jorge perdeu na segunda-feira o defesa Edgar Ié e o avançado Bruma, devido a lesão. O central Tobias Figueiredo, em estreia absoluta na representação de sub-21, e o avançado Tó Mané foram chamados. Rúben Vezo considerou que a seleção holandesa tem “muita qualidade”, mas assinalou que seria numa grande injustiça que Portugal não marcasse presença no torneio, na República Checa, depois de ter completado um percurso cem por cento vitorioso na fase de grupos da qualificação. “Fizemos oito jogos, com oito vitórias. Se agora ficássemos de fora do Europeu iria ser um bocado mau, mas não é esse o nosso objetivo”, disse o defesa dos espanhóis do Valência, lembrando que “Portugal já não vai há muitos anos a este tipo de competição”. O primeiro jogo realiza-se, amanhã, às 18h30 (17h30 em Lisboa).
Segunda-feira, 68de de 2014 Quarta-feira, deOutubro Outubro de 2014
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
Deficiência e Reabilitação em debate na ESTESL Amanhã realiza-se a I Conferência – Deficiência Visual e Reabilitação, um desafio multidisciplinar com vista à inclusão, no auditório da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa – ESTESL (Parque das Nações), entre as 09h30 e as 16h30. O desporto adaptado e a orientação e mobilidade serão tratados no primeiro painel, com a colaboração de professores da Faculdade de Motricidade Humana. A deficiência visual, baixa visão e patologias associadas são os temas do segundo painel que conta com técnicos de saúde como palestrantes. Da parte da tarde, tempo para refletir sobre a cultura e a comunicação inclusiva e a acessibilidade digital. A inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, económica e política, assegurando o respeito pelos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público. Trazer estes temas para o debate público é uma forma de garantir que a sociedade vai evoluindo, no sentido de permitir à pessoa com deficiência, neste caso, visual, realizar-se plenamente na sociedade em que se insere, tendo acesso aos mesmos bens e serviços, beneficiando de todas as facetas da cidadania e da vida em comunidade. A Associação de Retinopatia de Portugal (ARP) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, com sede em Lisboa. Fundada em julho de 1997, conta com cerca de 1650 associados. Tem como objetivos, a promoção da saúde visual, valorização da qualidade de vida e inclusão social dos seus associados, inspirados no conceito de saúde defendido pela Organização Mundial de Saúde - OMS (que defende o bemestar físico, psíquico e social). Disponibiliza serviços especializados nas áreas da Oftalmologia, Baixa Visão, Ortóptica, Psicologia e Sociologia. Além dos serviços clínicos, a associação também desenvolve atividades formativas, socioculturais, pedagógicas e de educação social, de modo a intervir junto da população, sensibilizando para a temática de questões relacionadas com a saúde visual. A ARP também presta serviços a doentes não associados, numa perspetiva de intervenção alargada, pondo o nosso saber e experiência ao serviço da comunidade.
Segundo números da Organização Mundial de Saúde
Ébola já matou 3439 pessoas O Ébola já provocou a morte de 3439 pessoas entre os 7470 casos conhecidos (confirmados, prováveis e suspeitos), segundo a Organização Mundial de Saúde, e o primeiro caso de contágio fora de África foi detetado esta semana em Espanha. Segundo o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado na sexta-feira, 739 pessoas já morreram na Guiné-Conacri, onde existem 1199 casos (confirmados, prováveis e suspeitos). A Libéria é o caso mais preocupante, com 2069 mortes e 3834 casos da doença, já a Serra Leoa registou, até ao momento, 623 mortes e 2437 casos. Ainda de acordo com a OMS, na Nigéria foram registados 20 casos de ébola e oito mortes, no Senegal há um caso da doença. Nos Estados Unidos, um homem que regressou da Libéria encontra-se atualmente hospitalizado, em estado grave, no Hospital Presbiteriano de Dallas, no Texas. A infeção foi confirmada por testes realizados pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC). Os casos de Ébola que foram recentemente divulgados na República Democrática do Congo não têm aparentemente relação com os da África Ocidental. Alguns médicos, missionários e religiosos contaminados pelo vírus em África retornaram aos seus países de origem (sobretudo europeus e norte-americanos) para tratamento, mas nem todos conseguiram sobreviver. Em Espanha, uma auxiliar de enfermagem foi infetada pelo vírus Ébola – no primeiro caso de contágio fora de África - e há mais dois casos suspeitos. Estão ainda a ser acompanhadas 52 outras pessoas por pos-
sível contágio em Espanha. A maior parte das pessoas, 30, são do setor sanitário. A Comissão Europeia também pediu explicações a Madrid sobre o que falhou no primeiro caso de contaminação fora de África pelo vírus Ébola, que afetou a auxiliar de enfermagem espanhola. A Europa chegou tarde ao combate ao Ébola e a comunidade internacional foi negligente, acusaram 44 especialistas mundiais em Saúde Pública. O presidente Barack Obama classificou segunda-feira como insuficiente a resposta da comunidade internacional face ao avanço da epidemia na África ocidental. Obama declarou que vai “pressionar chefes de Estado e de Governo para que façam tudo o que puderem para se juntarem aos Estados Unidos”. No total, o Pentágono poderá enviar cerca de 4000 soldados para a África ocidental, para participarem no combate à epidemia, mais 1000 do que o previsto no plano anunciado inicialmente pelo presidente norte-americano. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-
moon já apelou por várias vezes à comunidade internacional para ajudar na crise do Ébola que atinge a África Ocidental. Cerca de 10 mil doses de vacinas experimentais contra o vírus, desenvolvidas pelas empresas GSK (britânica) e a NewLink Genetics (norte-americana), deverão estar disponíveis no início de 2015, divulgou a OMS. Este é o pior surto registado da doença, que foi detetada no início do ano, com o maior número de infetados e mortes. O Ébola é um vírus que foi identificado pela primeira vez em 1976. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por cento. A infeção resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de doentes, como sangue, urina, fezes ou sémen. O período de incubação da doença pode durar até três semanas. A febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas que sobrevêm são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragias, interna e externa.
Luís Sambo admite possibilidade real de inversão no Ébola
Epidemia pode ser controlada nos próximos três meses O diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, Luís Sambo, afirmou no Porto que a epidemia de Ébola “está a espalhar-se mais depressa”, mas admitiu a possibilidade de ser controlada nos próximos três meses. “A epidemia já afetou um total de 7500 pessoas, é difícil fazer previsões, mas pensamos que nos próximos 90 dias possamos inverter a tendência da epidemia e, eventualmente, controlá-la. Mas são previsões, é muito difícil dar certezas ou estabelecer prazos com exatidão”, disse Luís Sambo. O responsável da OMS para África falava no Porto numa conferência sobre a epidemia de Ébola que atinge a África ocidental e que já chegou à Europa e aos EUA. “Temos exemplos de epidemias no Senegal e na Nigéria que foram contidas e que neste momento tranquilizam”, disse, referindo que “ao nível das fronteiras, tem sido recomendado o controlo sanitário, sobretudo de passageiros que chegam de países afetados pela epidemia”. Esse controlo, sublinhou, “tem sido feito regularmente, o que facilita, naturalmente, a deteção de casos suspeitos”. “É uma medida
que não dá uma garantia de 100 por cento, mas que ajuda na deteção de casos eventuais de infeção para que sejam tratados em enfermarias de alta segurança e que se evite deste modo a propagação”, acrescentou. Segundo o diretor regional para África da OMS, “não há critério para declaração de pandemia, existe uma epidemia que afeta principalmente o continente africano e que está a evoluir de forma preocupante, mas já foram tomadas medidas a nível nacional e internacional para que se reforce os meios de combate e de controlo”. “O risco de propagação para fora de África é real e já temos provas disso nos EUA e em Espanha. Mostra que a transmissão de homem para homem em ambiente hospitalar, ou fora dele, é possível”, afirmou, destacando contudo: “Não existe razão para tanto pânico e, no caso concreto de Espanha, tratou-se de uma infeção intra-hospitalar. É um caso que pode ser controlado”. Em declarações aos jornalistas, no final da conferência na Universidade do Porto, Luís Sambo admitiu que “se tivesse existido uma intervenção forte logo desde o início, as hipóteses de contenção teriam sido mui-
to maiores”. “Infelizmente, a vigilância não funcionou na aldeia em questão [na GuinéConacri] e fomos surpreendidos pela epidemia”, disse, referindo que, neste momento, os países mais afetados são a Libéria e a Serra Leoa. Luís Sambo lembrou ainda que a epidemia eclodiu “num meio muito pobre onde não existiam e não existem os meios para atender problemas de rotina e de saúde. E, sobretudo, problemas extraordinários, como é o caso de uma epidemia”. “É uma situação que“exige meios especiais técnicos e tecnológicos que não estavam disponíveis na altura a começar pelo próprio sistema de vigilância de doenças da Guiné. O sistema de vigilância não funcionou a nível local, portanto houve uma apatia durante os primeiros meses de epidemia, que começou em dezembro e foi declarada no mês de março”, referiu, concluindo: “Logo que tivemos a informação agimos, só que infelizmente esta epidemia é muito especial está a propagar-se de forma muito rápida, está a afetar muitos países ao mesmo tempo, inclusive as capitais, e tem um forte risco de propagação a nível mundial”.