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ESQUECER O PASSADO MOUTINHO DIZ QUE A SELEÇÃO TEM DE SE AGARRAR ÀS NOVAS IDEIAS

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 215

Quinta-feira, 09 de outubro de 2014

OPOSIÇÃO EM BLOCO INSISTE NA SAÍDA DO MINISTRO NUNO CRATO

HIG!ENE DEMOCRÁTICA

n O ministro da Educação esteve ontem no Parlamento e, perante os insistentes pedidos para abandonar o cargo, por parte de toda a oposição, apenas respondeu: “Não nos demitimos de corrigir erros”. O Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Luís Fazenda, desafiou o ministro a demitir-se, considerando mesmo que seria uma atitude de “higiene democrática”, e exigiu a divulgação das listas de colocação de professores, perguntando ainda se o Ministério da Educação vai “honrar os contratos que assinou”...

MODA

Portugal Fashion vai ter desfiles “espalhados” pela cidade do Porto

NOVO BANCO

Ministra admite perdas: “Depende do valor a que for vendido”

JOB DAY

AECT-GNP apresenta em Bruxelas projeto para combater desemprego


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

Nuno Baltazar regressa ao Portugal Fashion

Desfiles descentralizados no Porto O 35.º Portugal Fashion, que decorre de 22 a 25 de outubro, vai cruzar as fronteiras da Alfândega do Porto e chegar a mais três edifícios emblemáticos da cidade, numa edição marcada pelo regresso de Nuno Baltazar ao evento. Como vem sendo habitual, o Portugal Fashion tem o seu primeiro dia marcado para Lisboa, rumando depois ao Norte para mais três jornadas de moda, sendo a maior novidade desta edição a descentralização dos desfiles. A organização do evento – da responsabilidade da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) – anunciou que além do “centro nevrálgico”, que continua a ser a Alfândega, há desfiles marcados para o Palácio dos Correios (dia 23), para o Conservatório de Música do Porto e para o Mosteiro de São Bento da Vitória (ambos no dia 25). O regresso de Nuno Baltazar ao Portugal Fashion é outro dos atrativos do evento no qual vão ser apresentadas as propostas para a primavera/verão do próxi-

Ponte Dom Goimil em Matosinhos

Obras prontas até ao final do outono

MODA. A 35.ª edição do Portugal Fashion arranca já no próximo dia 22 em Lisboa e depois “espalha-se” pelo Porto mo ano, tendo o estilista estado pela última vez nesta passerelle em 2006. Nuno Baltazar, “cuja carreira está intimamente ligada ao Portugal Fashion”, volta assim à cidade onde se formou em Design de Moda. O seu desfile está marcado para o último dia, 25 de outubro, no ano em que não participa na edição deste mês da ModaLisboa. Sob o tema “Sprinkle”, a 35.ª edição do Portugal Fashion assume, com a descentralização dos locais dos desfiles, “o modelo organizativo dos grandes eventos

de moda internacionais”, refere a organização. Segundo o presidente da ANJE, João Rafael Koehler, esta opção obedece “a esse princípio de maximização das potencialidades promocionais do Portugal Fashion, bem como de reforço da ligação do evento às cidades onde se realiza”. “Enquadra-se, portanto, na dinâmica inovadora e na natureza cosmopolita do Portugal Fashion, que, apesar de sediado no Porto, ao longo da sua história conheceu edições em várias cidades do país e tem uma forte vertente interna-

cional”, acrescentou o mesmo responsável. O próprio tema desta edição de verão – que significa espalhar – sugere esta pulverização de “toda a cidade com um movimento de moda, criatividade e design”. Antes da edição em território nacional, o Portugal Fashion marcou presença em Viena, Londres e Paris durante semanas da moda internacionais, em setembro e outubro, levando nomes como Luís Buchinho, Fátima Lopes e Ricardo Preto às passerelles europeias.

Concerto único na Casa da Música

Banda Arte & Ofício de regresso A banda portuguesa Arte & Ofício, referência do rock progressivo na década de 70, vai juntar-se para um concerto único, dia 30, na Casa da Música, no Porto, momento que ficará gravado em disco. Mais de 30 anos após o fim do grupo, subirão ao palco os três elementos sobreviventes da sua fundação, António Garcez, Sérgio Castro e Álvaro Azevedo (Sérgio Cordeiro e Juca Rocha já faleceram), que irão recriar de forma efémera um projeto por onde passaram ainda os pianistas António Pinho Vargas, André Sarbib e Jorge Filipe Santos. O trio referido terá a companhia de Fernando Nascimento e Jorge Filipe, músicos que também

passaram pela banda antes da sua paragem, motivada pelo empenho dos seus vários elementos em projetos paralelos, como os Psico, Trabalhadores do Comércio e Pop Five Music Inc. O momento será registado em disco, já que, segundo a assessoria da banda, as gravações mestras terse-ão perdido irremediavelmente, facto que, por exemplo, torna os poucos exemplares existentes, ainda em registo vinil, autênticas peças de museologia, à venda na internet por muitas centenas de euros. Os Arte & Ofício estrearam-se em 1975 e duraram até maio de 1983, tendo editado dois longaduração (lp), “Faces” (1979) e

“Danza” (1982), além de uma série considerável de “singles”, iniciada com o lançamento de “Festival/Let Yourself Be” (1977). Referência da música progressiva e do jazz-rock português, os Arte & Ofício atuaram, nos últimos anos da década de 70, como banda suporte nos concertos dos Can, Joe Jackson e The Stranglers nas suas passagens por Portugal, o que mereceu, na altura, referências elogiosas nas revistas britânicas Melody Maker e Billboard. Para a história fica ainda o facto de ter sido a primeira banda de rock a fazer uma digressão por todo o continente, com concertos quase consecutivos entre junho e julho de 1979.

O presidente da Câmara de Matosinhos anunciou que as obras na ponte de Dom Goimil, Custóias, têm que ficar prontas até ao final do outono, esperando que esta volte a ser utilizada pelos peregrinos dos Caminhos de Santiago. Guilherme Pinto falava aos jornalistas durante uma visita que fez às obras de reabilitação desta ponte românica – cujo investimento é de 121 mil euros -, considerando que “é uma das peças mais notáveis que Matosinhos tem do ponto de vista do seu património histórico”. “Para além desta obra temos que continuar [a recuperação] uma vez que de acordo com os estudos que foram feitos se verifica que, por ventura, a ponte possa ser o dobro do que aqui está exposto. Nós vamos criar condições para podermos voltar a colocar a ponte no seu estado original. Queremos repor a ponte tal como ela nos foi legada por quem a construiu no século XII”, antecipou. De acordo com o presidente da Câmara de Matosinhos, “esta parte da obra tem que ficar concluída muito rapidamente” porque “o rio Leça tem torrentes muito fortes no inverno”, estabelecendo como prazo o final do presente outono. “Esta ponte fazia parte dos Caminhos de Santiago. Quando tivermos esta ponte em condições de voltar a ser percorrida por peões e por ciclistas, vamos obviamente ter aqui romeiros como acontece já hoje em Matosinhos”, antecipou. Na opinião do independente Guilherme Pinto, “este é um dos locais mais bonitos de Matosinhos” e “uma parte quase intocada pela mão do homem porque se manteve assim desde sempre, utilizada para fins agrícolas”. “Estamos a celebrar um Matosinhos diferente, que tem uma aposta clara em algumas áreas mais imateriais e na cultura”, justificou. A empreitada inclui a reabilitação da estrutura em alvenaria resistente de granito, com um só arco ogival, bem como a reposição do pavimento original de lajes regulares, o qual se encontrava coberto com betuminoso, betão e cubos.


regiões

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Queda de um ninho de vespa asiática em escola de Viana do Castelo

600 alunos evacuados Queda do ninho provocou ferimentos num rapaz de 14 anos, que se encontra bem de saúde.

Tráfico em Loures e Odivelas

Dois detidos na posse de 161 quilos de haxixe

A PSP anunciou, ontem, a apreensão de 161 quilos de haxixe, mais de 323 mil doses, e a detenção de duas pessoas suspeitas de tráfico de droga na área metropolitana de Lisboa, com maior incidência nos concelhos de Loures e Odivelas. Segundo o Comandante da PSP Resende da Silva, os dois detidos, de 47 e 49 anos, foram intercetados quando procediam ao transporte da droga para a área metropolitana de Lisboa. A droga era originária do sul do país e destinava-se a ser comercializada na AML, com maior incidência nos concelhos de Loures e Odivelas, com um valor de mercado na ordem dos 186 mil euros. Ambos os detidos têm antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo um deles já cumprido pena de prisão efetiva.

A queda de um ninho de vespa asiática, ontem, na Escola Básica e Secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, provocou ferimentos numa criança e levou à evacuação do estabelecimento de ensino. Segundo fonte dos Bombeiros Municipais, o rapaz, com cerca de 14 anos foi transportado ao hospital de Viana do Castelo “por meios escolares” onde foi “medicado, encontrando-se bem de saúde”. Segundo aquela fonte o rapaz “estaria nas proximidades do vespeiro quando ele foi detetado pelas crianças da escola após a queda da árvore, devido ao vento que se faz sentir”. A fonte dos bombeiros municipais adiantou que, “quando caiu ao chão o

Viana do Castelo. Os bombeiros municipais registaram desde novembro de 2012 cerca de 448 ninhos de vespa asiática

ninho, que não estava sinalizado pela corporação, partiu-se”. A evacuação dos cerca de 600 alunos da escola teve início cerca das 10h45, e foi decidida por precaução, tendo ido para o local duas viaturas dos bombeiros e outras tantas da GNR, para destruir o ninho. O presidente da Associação de Pais revelou que “alguns jovens foram recolhidos pelos pais, calmamente, e os que não tiveram essa possibilidade” ficaram concentrados na cantina escolar”: “a evacuação decorreu com tranquilidade.” Segundo números revelados em agosto passado pela Câmara de Viana do Castelo, os bombeiros municipais registaram desde novembro de 2012 cerca de 448 ninhos de vespa asiática, dos quais 216 só nos primeiros oito meses deste ano. De acordo a autarquia, dos 216 ninhos desta espécie predadora georreferenciados este ano no concelho 27 foram destruídos por populares e 63 pelos bombeiros municipais.

Uma vítima e seis feridos em Abrantes

Colisão mortal

Seis anos de prisão por tentar matar o marido

Uma colisão frontal entre um pesado de mercadorias e uma carrinha em Bemposta, Abrantes, causou, ontem de manhã, um morto e seis feridos, quatro dos quais em estado grave, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém. Fonte do CDOS de Santarém, disse que o acidente ocorreu cerca das 07h00,

na Estrada Nacional n.º 2, que atravessa a freguesia de Bemposta, em Abrantes, e que o trânsito levando ao corte do trânsito na zona, que foi desviado para vias alternativas. “Foi uma colisão frontal entre uma viatura ligeira de passageiros, de nove lugares, e um veículo pesado de mercadorias, e que causou a morte de um indivíduo, quatro feridos

«Operação Santo António» em todo o País

O Tribunal de Guimarães condenou a seis anos de prisão uma mulher de 58 anos acusada de tentar matar o marido, de 85 anos, colocando raticida na sonda por onde o idoso se alimentava e tomava a medicação. Numa nota ontem publicada na sua página da internet, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto informa que a mulher foi condenada pelo crime de homicídio qualificado, na forma tentada. Segundo a Procuradoria, os factos registaram-se entre 13 e 28 de novembro de 2013, numa altura em que o idoso estava internado na Unidade de Cuidados Continuados e de Manutenção, em Nespereira, Guimarães, com “sérias limitações”, dependendo em absoluto de terceiros para todos os cuidados. A arguida, “aproveitando” essa circunstância, administrou ao marido, pelo menos em quatro ocasiões, porções de raticida e rodenticida, que esmagava e transformava em pasta, misturando-as com água.

GNR sensibiliza para acidentes com tratores A GNR vai promover, até dia 19, uma operação de sensibilização para minimizar os efeitos dos acidentes com tratores agrícolas, que causaram 115 mortos e quase 100 feridos graves entre janeiro de 2013 e julho deste ano. Militares dos comandos territoriais da GNR, “com especial empenhamento das secções de Programas Especiais”, estão a realizar, de norte a sul do País, a «Operação Santo António», que inclui diversas ações de sensibilização das pessoas para as regras de segurança na utilização daquelas máquinas, explicou uma nota da Divisão de Comunicação e Relações Públicas do Comando-Geral da GNR.

graves e dois ligeiros, tendo sido todos transportados ao hospital de Abrantes”, adiantou a mesma fonte. Para o local do acidente foram mobilizados os Bombeiros Municipais de Abrantes, com sete viaturas, a corporação de bombeiros de Ponte de Sor, com duas viaturas, a Viatura Médica de Emergência Médica (VMER) e a GNR.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

Oposição pede em bloco demissão de Crato

Presidente do INEM descansa portugueses

“Não nos demitimos de corrigir erros”

Portugal está preparado para combater Ébola

Toda a oposição pediu a “cabeça” do ministro da Educação, devido aos caos nas escolas com os erros na colocação de professores, mas Nuno Crato não se demite e diz apenas que os erros são para “corrigir”… A oposição parlamentar, em bloco, pediu no parlamento a demissão do ministro da Educação, Nuno Crato, durante um debate agendado para esclarecer os problemas relacionados com a colocação de professores e os danos causados aos alunos. “Neste momento, Nuno Crato, por mais que a maioria queira, já não tem legitimidade política para liderar o Ministério da Educação”, afirmou o deputado do PS Acácio Pinto, defendendo que está em curso “um crime político” na área da educação. Perante os pedidos de demissão, o ministro respondeu apenas: “Não nos demitimos de corrigir erros”. O PS lembrou que há alunos que estão há quase um mês sem aulas e que já se sentem danos nas aprendizagens. O debate resultou de um agendamento

NUNO CRATO. O ministro da Educação foi ao Parlamento responder aos pedidos de toda a oposição: “Não nos demitimos de corrigir erros” potestativo do PEV (direito de dominar a agenda), tendo a deputada Heloísa Apolónia feito a intervenção inicial em nome do partido para dizer que se impõe um esclarecimento urgente do ministro. “Estes erros são indesculpáveis, hoje o país pede que o Governo assuma o mínimo que tem de assumir, indemnize os professores lesados e divulgue as listas de colocação. O país precisa de um método estável de colocação de professores”, sustentou Heloísa Apolónia. A deputada lembrou que professores mal colocados tiveram de celebrar contratos de arrendamento, pagar mais de um

mês de renda, havendo casos em que levaram os filhos consigo para outras localidades e agora têm de “voltar para trás”. Rita Rato, do PCP, acusou a equipa ministerial de ter criado “um problema gravíssimo” ao país. “A situação das escolas é insustentável. Cada dia a mais deste governo é um dia a mais para o país e para a escola pública”, criticou. O PSD, através de Amadeu Albergaria, assumiu que o processo de colocação de professores através da Bolsa de Contratação de Escola (BCE) não correu bem e defendeu que devem ser ponderadas todas as

possibilidades legais para ressarcir os docentes que foram “vítimas de um erro”. O Bloco de Esquerda, pela voz do deputado Luís Fazenda, desafiou o ministro a demitir-se no parlamento, considerando mesmo que seria uma atitude de “higiene democrática”. Luís Fazenda exigiu a divulgação das listas de colocação de professores e perguntou se o Ministério da Educação vai “honrar os contratos que assinou” com os professores que ficaram sem trabalho depois de corrigido o erro associado à plataforma da Bolsa de Contratação de Escola. Entretanto, Nuno Crato revelou que o Governo pediu ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) que designe um representante para uma comissão avaliar junto das partes eventuais compensações a professores lesados com erros nas colocações. Esta foi a resposta do ministro à oposição parlamentar, que reclamou indemnizações para os professores lesados com contratações anuladas. O ministro disse apenas que o objetivo do pedido ao CSM para designar um magistrado que presida a uma comissão que avalie eventuais compensações é resolver problemas “de uma forma célere”. Sobre os atrasos na colocação de docentes e as aulas que os alunos já perderam, o governante indicou que será feito um levantamento das horas letivas em falta junto dos diretores escolares, com vista ao acompanhamento dos estudantes. Esta semana, serão concluídos mais dois processos de colocação de professores, após o que o número de docentes não colocados baixará dos atuais 150 para cerca de uma centena, revelou ainda o secretário de Estado da Administração Escolar, João Casanova de Almeida.

Maria Luís Albuquerque admite perdas com o Novo Banco

“Depende do valor que for vendido” A ministra das Finanças admitiu que os bancos participantes no Fundo de Resolução do BES podem vir a ter prejuízos com a operação, entre os quais a CGD, ou seja, no limite, os contribuintes. “A CGD [Caixa Geral de Depósitos], tal como todos os outros bancos, está sujeita a perdas. Depende do valor a que for vendido o Novo Banco”, afirmou Maria Luís Albuquerque, na audição da Comissão de Orçamento e Finanças. A mesma governante realçou que esse é o custo de Portugal “ter um banco público”. Em causa estão os 4,9 mil milhões de euros (dos quais 3,9 mil milhões de euros de empréstimo estatal) injetados no Fundo de Resolução do BES, usados na capitalização do Novo Banco. “Não vou aqui especular se o valor [da futura venda do Novo Banco] é ou não superior a 4,9 mil milhões de euros”, sublinhou, acrescentando que não se pronuncia sobre se a entidade “vale menos do que o valor que lá foi colocado”. Certo é que, segundo a ministra, “até ser vendido, os mercados podem especu-

lar sobre o valor por quanto o banco vai ser vendido. E a incerteza é sempre o pior para os mercados”. Contudo, Maria Luís realçou que “o mercado percebeu que, apesar dos riscos, esta é a solução que melhor salvaguarda o interesse público”, apontando para as taxas que Portugal tem pago nas emissões de dívida pública. A mesma responsável vincou ainda que “o Estado é credor do Fundo de Resolução e não acionista”, devido ao empréstimo de 3,9 mil milhões de euros que foi concedido ao instrumento. Maria Luís Albuquerque revelou, ainda no Parlamento, que tem conhecimento da existência de várias entidades interessadas na compra do Novo Banco, considerando que é provável que a operação seja feita antes do prazo máximo de dois anos. “Tem havido manifestações de interesse por parte de várias instituições”, afirmou aos deputados a governante, sublinhando que, face às diretivas comunitárias sobre a resolução bancária, há um prazo de dois anos para vender o Novo Banco. “Estou em crer que

haverá condições para vender muito antes do prazo”, destacou a ministra. Antes, Maria Luís Albuquerque já tinha dito que a venda do Novo Banco deve ocorrer o mais depressa possível, o que não significa que vai ser feita “nem à pressa, nem ao desbarato”. Questionada pelo deputado socialista João Galamba sobre a venda estar datada, a governante reafirmou que deve ocorrer “no prazo mais curto possível para vender o banco em boas condições”, referindo que o “enquadramento da resolução não se coaduna com um plano de reestruturação de cinco ou seis anos”. “Como tal, a venda deve ser rápida, o que não significa à pressa nem ao desbarato”, declarou Maria Luís Albuquerque, que foi ouvida na comissão parlamentar de Finanças, Orçamento e Administração Pública, no Parlamento, sobre a demissão da administração constituída por Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato, três meses após assumirem funções. Em relação à modalidade de venda, Maria Luís Albuquerque limitou-se a di-

zer que “quando houver uma proposta, o representante do Ministério das Finanças votará de acordo com a posição do Governo”, sendo “um dos três votos no Fundo [de Resolução]”. O Novo Banco é considerado uma “instituição de transição com uma vida máxima de dois anos”, lembrou. A 3 de agosto, dia em que o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, o Ministério das Finanças garantiu que os contribuintes não teriam que suportar custos relacionados com a intervenção na instituição financeira. Nesse mesmo dia, pouco depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, o supervisor bancário anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

O INEM investiu cerca de 200 mil euros na aquisição de material de proteção contra o Ébola, contando com cinco “biobags”, uma espécie de casulo para transportar o doente em segurança, revelou o presidente deste organismo. Paulo Campos garantiu que Portugal está preparado para combater a infeção, dispondo de sete “biobags”, cinco dos quais do INEM. Cada uma destas câmaras de pressão negativa custa entre sete a dez mil euros, bem mais do que os 50 euros que custa cada equipamento de proteção individual. Segundo Paulo Campos, o INEM dispõe de uma quantidade “suficiente” de fatos, a qual foi estimada tendo em conta as exigências de proteção no contacto com uma pessoa infetada com Ébola. A esse propósito, lembrou que um profissional só pode usar este fato durante uma hora. “Estamos preparados para ir buscar qualquer doente, em qualquer situação e em qualquer sítio”, disse. De acordo com o balanço da atuação do INEM, “no âmbito do Plano de Contingência para o vírus Ébola, até ao momento foram solicitados ao instituto quatro transportes de casos suspeitos, que vieram a confirmar-se todos eles como negativos”. Tratou-se de situações que ocorreram nos dias 08 e 14 de agosto, no dia 02 de setembro e no dia 02 de outubro. Numa destas situações, “o transporte do doente para a unidade de saúde de referência não se efetivou, por entretanto uma melhor avaliação ter confirmado que o caso não cumpria os critérios clínicos”. “O INEM tem atualmente equipas específicas - compostas por técnicos de emergência, enfermeiros e médicos com capacidade de intervenção em todo o território continental, para atuar no socorro e transporte de casos suspeitos de contaminação pelo vírus ébola”, indica o balanço do instituto. Entretanto, o hospital de Dallas anunciou que o primeiro doente de Ébola diagnosticado fora de África, um liberiano internado no estado norte-americano do Texas, morreu ontem de manhã. “É com profunda tristeza que informamos da morte de Thomas Eric Duncan esta manhã às 07h51 locais (14h51 em Lisboa)”, afirmou um porta-voz do centro hospitalar Texas Health Presbyterian, Wendell Watson, em comunicado. Duncan, natural da Libéria, foi contagiado com o vírus naquele país africano, mas a doença só se manifestou depois de chegar aos Estados Unidos, a 20 de setembro, tendo sido internado a 28 de setembro. O hospital tinha anunciado na segunda-feira que Duncan, então em estado muito grave, estava a ser tratado com um tratamento experimental, brincidofovir, um antiviral administrado por via oral desenvolvido pela Chimerix, uma empresa bio-farmacêutica norteamericana.


economia

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

O Primeiro de Janeiro |

Previsão do BdP é ligeiramente mais pessimista do que a do Governo

Crescimento para 2014 revisto em baixa Instituição liderada por Carlos Costa prevê um crescimento do PIB de 0,9% para este ano, em vez de 1,1% apresentado em junho. Zeinal Bava deixa presidência da brasileira Oi

Saída confirmada

Pouco mais de um ano depois do anúncio da fusão entre a Portugal Telecom (PT) e a brasileira Oi, Zeinal Bava, um dos rostos da operação, renunciou à presidência, deixando o futuro da empresa em aberto. A Oi divulgou na terça-feira à noite que Bava, que tinha assumido a presidência da Oi em junho de 2013, tinha pedido a demissão do cargo, depois de ter abandonado a liderança da PT Portugal em agosto. Um ano e seis dias depois do anúncio do processo de fusão, o futuro dos ativos da PT está em aberto, já que os protagonistas da operação saíram dos seus cargos nos últimos meses, num efeito dominó provocado pelo investimento de cerca de 900 milhões de euros da operadora portuguesa em papel comercial da Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES), de que a empresa nunca foi reembolsada. O presidente executivo do Santander Totta, António Vieira Monteiro, classificou como natural a saída de Zeinal Bava da Oi. “Acaba por ser natural a demissão, depois do que aconteceu”, disse António Vieira Monteira, durante um encontro em Lisboa para apresentar o lançamento de 1500 bolsas de estágios remunerados em pequenas e médias empresas (PME), um projeto do banco que implica um investimento de 2,5 milhões de euros.

O Banco de Portugal reviu em baixa a previsão de crescimento da economia portuguesa em 2014, esperando que o Produto Interno Bruto (PIB) aumente apenas 0,9%, menos 0,2 pontos percentuais do que o estimado em junho. De acordo com o Boletim Económico, ontem, publicado, a instituição liderada por Carlos Costa prevê um crescimento real do PIB de 0,9% este ano, o que compara com a projeção de +1,1% apresentada em junho. Esta previsão é ligeiramente mais pessimista do que a do Governo, que antecipa que a economia portuguesa cresça 1% este ano. Também o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que Portugal cresça 1% este ano, segundo as previsões divulgadas na terça-feira. A previsão de crescimento do PIB em 2014, inferior em 0,2 pontos percentuais face ao estimado anteriormente, deve-se a uma ligeira revisão em baixa do consumo público e das exportações líquidas, que não é compensada pela revisão em alta do consumo privado e do investimento. O Banco de Portugal antecipa que o consumo público recue 0,6% (contra a previsão anterior de crescimento de 0,2%) e que as exportações cresçam 3,7% (e não 3,8%) no próximo ano. Para as importações, a previsão aponta para que aumentem 6,4% este ano, acima do crescimento de 4,6% antecipado há três meses. O consumo privado deverá crescer 1,9% este ano, acima dos 1,4% previstos em junho, e o investimento deverá crescer 1,6%, acima dos 0,8% antecipados anteriormente, segundo os dados ontem conhecidos. Quanto à inflação, a previsão aponta para uma estabilização do nível de preços (0%) em 2014, o que representa uma revisão em baixa da previsão feita em junho, quando o Banco de Portu-

gal estimou que a taxa de inflação se situasse nos 0,2% este ano. O banco central continua a antever que Portugal termine este ano com contas externas positivas, de 2,2% do PIB, embora tenha revisto em baixa a previsão do saldo da balança corrente e de capital, que em junho era de 2,8% do PIB. A projeção tem subjacente uma melhoria das contas externas ao longo do segundo semestre, refletindo, em larga medida, a evolução da balança de bens e serviços, em particular a recuperação das exportações. Desemprego é “desafio importante”

2014. Banco de Portugal reviu em baixa previsão de crescimento da economia em 2014, esperando que PIB aumente apenas 0,9%

Obrigações do Tesouro

Portugal coloca mil milhões de euros a juros de 1,8%

Portugal colocou, ontem, mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro que vencem em junho de 2020 a uma taxa de juro média de 1,8171%, anunciou o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP). Na página do IGCP na Blommberg, a instituição anunciou ainda que a procura para este leilão foi de 1.804 milhões de euros, ou seja

1,80 vezes superior ao montante colocado. Num comunicado, a agência que gere a dívida pública referia que este leilão de Obrigações do Tesouro com maturidade a 15 de junho de 2020, num montante indicativo entre os 750 e os mil milhões de euros, foi o primeiro leilão de dívida pública do quarto trimestre do ano, período em que o IGCP espera colocar no mercado até 5 mil milhões de euros. A agência que gere a dívida pública prevê realizar um a dois leilões de Obrigações do Tesouro até final do ano.

O Banco de Portugal alertou, por outro lado, que, apesar da queda do desemprego, “o emprego ainda se situa em níveis próximos dos observados em meados da década de 90”, destacando que a redução do desemprego estrutural é um “desafio importante”. No Boletim Económico, o banco central refere que as estatísticas do mercado de trabalho apontam para a continuação do crescimento do emprego por conta de outrem no setor privado e para a queda do emprego no setor das administrações públicas. No entanto, a instituição liderada por Carlos Costa aponta que “o emprego ainda se situa em níveis próximos dos observados em meados da década de 90”. Apesar do perfil descendente da taxa de desemprego desde meados de 2013, situando-se nos 14,5% (dados do BdP) no primeiro semestre, o Banco de Portugal escreve que “o desemprego de longa duração se situa ainda num nível muito elevado”. Além disso, reitera que a diminuição do “elevado desemprego estrutural (...) é um desafio importante para a condução da política económica”. Ontem também, o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social revelou que a negociação do programa operacional Inclusão Social e Emprego foi já fechada pelo Governo português em Bruxelas. De acordo com Agostinho Branquinho, o acordo foi conseguido à custa de “duras e complexas negociações” entre Bruxelas e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, mas o “resultado acabou por ser favorável ao País”.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

Moutinho diz que selecção deve “agarrar o mais cedo possível” ideias de Santos

“Não se pode mudar o passado, só o futuro” “Estamos numa nova fase, temos novo treinador, novos métodos e estamos focados”, disse o médio do Mónaco.

o futuro”, afirmou João Moutinho. Na zona de Óbidos, na unidade hoteleira em que Portugal está a estagiar, o médio de 28 anos defendeu que falar na derrota (1-0) frente à Albânia, no arranque da fase de qualificação para o Euro2016, “não vai ser servir de nada” e o que importa é “agarrar” as ideias do novo selecionador, Fernando Santos. “Só assim podemos entrar mais fortes em campo e ganhar. Sabemos que temos capacidade para ganhar à Dinamarca, mas temos de demonstrar isso dentro de campo”, frisou. Questionado sobre as palavras Paulo Bento, que considerou João Moutinho como o jogador mais profissional e completo com quem trabalhou, o internacional luso agradeceu os elogios do ex-selecionador, mas, mais uma vez, lembrou que só o futuro interessa. O médio elogiou ainda o “líder” Cristiano Ronaldo, lembrando que o avançado do Real Madrid é “um excelente capitão e um exemplo”, e considerou que o regresso de jogadores como Ricardo Carvalho e Tiago é benéfico para a seleção. “Vieram para dar o seu contributo, são jogadores de extrema qualidade e espero que nos possam ajudar com a sua experiência”, disse.

A seleção portuguesa, já com José Fonte em pleno, continuou hoje a preparar a dupla jornada frente a França e Dinamarca numa primeira sessão do dia em que a chuva fez uma aparição. No campo de treinos da unidade hoteleira em que está a estagiar, na zona de Óbidos, o defesa central do Southampton esteve sem limitações durante os 15 minutos da sessão abertos à comunicação social, um dia depois de ter trabalhado à parte devido a gestão de esforço. O selecionador Fernando Santos, acompanhado pelo adjunto Ilídio Vale, juntou todos os 23 jogadores disponíveis no centro do relvado para uma palestra que durou apenas alguns minutos, seguindo-se os habituais exercícios de aquecimento com bola, numa altura em que chuva começou a cair na zona de Óbidos. À tarde, a seleção voltou a treinar, numa sessão fechada à comunicação social.

Eliseu com “orgulho”

“Nós também temos culpa”

Após o treino, João Moutinho afirmou que a seleção deve “esquecer o passado” e “agarrar o mais cedo possível” as ideias de Fernando Santos para garantir a qualificação para o Euro2016. Em conferência de imprensa, o jogador do AS Mónaco preferiu quase sempre «fugir» às perguntas sobre a saída do ex-selecionador Paulo Bento e frisou que, neste momento, só pensa em “ajudar Portugal” vencer o encontro particular frente à França e o duelo com a Dinamarca, do Grupo I de apuramento para o próximo Europeu. “No futebol, todos sabem que, quando se perde, a culpa é do treinador, mas nós também temos a culpa. Agora, temos de pensar no futuro. Estamos numa nova fase, temos novo treinador, novos métodos e estamos focados. Não se pode mudar o passado, só

Euro2016. João Moutinho elogiou o “líder” Cristiano Ronaldo, lembrando que o avançado do Real Madrid é “um excelente capitão e um exemplo”

Particular com Portugal

Mangala espera “um belo encontro” no sábado O defesa internacional francês Eliaquim Mangala espera “um belo encontro” no jogo particular de sábado com Portugal, realçando a presença de um “novo selecionador” português e os regressos de Tiago e Ricardo Carvalho, “que trazem a experiência”. “Portugal tem um novo selecionador, é uma equipa que é bastante técnica,

que tem bons jogadores, como Cristiano Ronaldo, que dispensa apresentações, Nani, que joga no Sporting, e outros de regresso, como Tiago e Ricardo Carvalho, que trazem a experiência”, observou o antigo jogador do FC Porto. Em declarações ao site da Federação Francesa de Futebol, Mangala observou que a seleção portuguesa é “uma boa equipa na Europa, que sabe jogar futebol”, antecipando, por isso, “um belo encontro”. “É bom para nós, para a preparação, para o espetáculo em si e para o público”, assinalou.

De volta, passados quase três anos de ausência, está também Eliseu, que apontou o seu regresso a Portugal para atuar no Benfica como uma “fator muito importante” para poder ter a possibilidade de voltar a vestir a camisola das “quinas”. “Recebi a notícia com enorme orgulho. Não estava à espera. O estar a fazer bem no meu clube ajudou a esta chamada. Estou preparado se for chamado”, afirmou o lateral-esquerdo. Depois de ter vivido nos últimos anos os jogos de Portugal como “adepto”, Eliseu pode regressar à seleção no último palco da sua última aparição, o Estádio Parken, em Copenhaga. “Desde esse jogo nunca mais fui convocado. Paulo Bento nunca me explicou a razão, mas respeitei e continuei a trabalhar. Agora, espero voltar e, mesmo sabendo que será um jogo muito difícil, quero ajudar Portugal a ganhar”, disse o jogador de 31 anos.

Quatro internacionais na qualificação da CAN

Zonas de risco

Quatro internacionais que atuam na I Liga vão representar seleções africanas em jogos de qualificação da Taça das Nações Africanas (CAN) de 2015 agendados para zonas de maior risco relacionado com o vírus Ébola. O internacional guineense Boubacar Fofana, que representa o Nacional (I Liga), é um dos convocados para um duplo confronto entre a Guiné-Conacri e o Gana, a 11 e 15 de outubro, a contar para o grupo E de qualificação para a CAN2015. O primeiro jogo entre as duas seleções (que deveria ser em território guineense) foi deslocado para Casablanca (Marrocos). Já o encontro entre entre Gana e Guiné-Conacri, na próxima quarta-feira, será disputado em Tamale (região Norte do Gana). Outro dos países mais preocupantes quanto ao Ébola é a Serra Leoa, cuja seleção joga na sexta-feira e na próxima quarta-feira duas partidas contra os Camarões, a contar para o Grupo D da CAN2015. Convocados para a dupla jornada estão os camaroneses Edgard Sally (Académica de Coimbra) e Aboubakar (FC Porto). Também para o grupo D, a República Democrática do Congo e a Costa do Marfim disputam dois jogos, no sábado e na quarta-feira seguinte. O marfinense Jean Mickael Seri (Paços de Ferreira) está convocado.


Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014

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CASA DA RODA DO PORTO

ADP apresenta “Partes da Diretora” O Arquivo Distrital do Porto (ADP) apresenta amanhã o projeto “Partes da Diretora”, um novo arquivo documental que disponibiliza para consulta pública informação sobre a Casa da Roda do Porto/Hospício dos Expostos do Porto. Este projeto, cofinanciado pela Fundação Calouste Gulbenkian, reúne 6063 processos, constituídos pelos relatórios diários que a diretora da Casa da Roda enviou aos responsáveis pela instituição, entre 1813 e 1884 (com algumas lacunas cronológicas), bem como bilhetes e mais de “500 sinais”, objetos deixados com as crianças e que alegadamente serviriam para as identificar mais tarde. Com este projeto, o ADP “disponibiliza para consulta na sua base ‘online’ uma nova área de trabalho”, destacou a diretora deste arquivo distrital. Maria João Pires de Lima referiu que o projeto inclui um vasto conjunto de documentos que pertenciam à Assembleia Distrital do Porto e que se encontravam em más condições. “Cada um dos relatórios [da diretora da instituição] é muito rico”, sublinhou, acrescentando que foi preciso um ano para a concretização do trabalho. Com a aprovação do projeto foi possível contratar recursos humanos e adquirir material de conservação e restauro adequado para garantir as condições necessárias à estabilidade físico-química e às exigências individuais de todos os materiais. Segundo ainda Maria João Pires de Lima, a par da disponibilização deste novo arquivo, o ADP vai promover também amanhã uma conferência que incluirá uma contextualização sobre as memórias da instituição, seguindo-se a apresentação técnica do projeto “Partes da Diretora”. O ADP vai ainda mostrar ao público, até ao dia 06 de novembro, parte dessa diversidade de materiais que foram tratados no âmbito deste projeto e outros livros sobre a Casa da Roda, sendo a entrada livre. Quer os registos descritivos já criados, quer as 7643 imagens digitais, de cerca de 9000 peças digitalizadas, podem ser consultados na área de pesquisa da página na internet do ADP. A Casa da Roda do Porto foi criada em 1680 com o objetivo de dar refugio e amparo às crianças abandonadas, mas com o tempo foi ganhando novas competências, como “a lactação dos nãoenjeitados e a criação de crianças, que apesar de não terem sido abandonadas voluntariamente, adquiriram a condição de expostas”. Em 1865 a instituição foi denominada Hospício dos Expostos do Porto, mantendo-se sob administração da Câmara Municipal do Porto. Já em 1879, a Junta Geral do Distrito tomou posse da instituição.

Fenprof e as colocações anuladas

Professores devem ser indemnizados A Fenprof exigiu no Parlamento que os professores que viram anulada a sua colocação, devido a erros nos concursos, sejam indemnizados tendo em conta as despesas efetuadas e os contratos que tinham com as escolas. Horas antes da chegada ao Parlamento do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, foi a vez de os deputados da comissão de Educação, Ciência e Cultura receberem sete das nove organizações sindicais de professores que alertaram para a “insustentável” situação em que vivem professores e alunos devido aos erros detetados nos processos de colocação nas escolas. O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) defendeu na comissão que os professores que viram anulada a sua colocação, feita através da Bolsa de Colocação de Escola (BCE), devem ser indemnizados tendo em conta gastos realizados, tais como terem alugado uma casa. Mário Nogueira defendeu ainda que também devem ser indemnizados pelos contratos que realizaram com as escolas onde foram colocados, tendo em conta a “expectativa jurídica constituída com o ato entretanto anulado”. Os sindicalistas alertaram para outros dois problemas que as escolas estão a viver em relação a estes docentes: dificuldades na forma de pagamento pelo trabalho realizado e dúvidas sobre como deverão requerer o subsídio de desemprego. Sobre os ordenados, Mário Nogueira disse que “as escolas têm até

hoje para pedir a verba para pagar a esses professores”, o que poderá significar atrasos nos pagamentos. Além disso, acrescentou, as direções escolares não sabem bem como enquadrar estes processos para que os docentes possam requerer o subsídio de desemprego, já que a anulação de contrato é uma figura que se usa quando são detetadas ilegalidades por parte dos professores. Mas os problemas não são apenas para quem ficou desempregado. Os sindicalistas lembraram os docentes que ainda andam a mudar de escola, devido aos concursos, defendendo que também estes devem ser indemnizados. A deputada do PCP, Rita Rato, lembrou o caso de um professor de Bragança que, no início do ano, foi colocado em Aljustrel, mas agora está a dar aulas em Loures. Contrariando a posição do Ministério da Educação, que tem garantido que a situação nas escolas deverá estar regularizada muito em breve, Mário Nogueira diz que os problemas se po-

derão prolongar até ao final do mês: “Até 23 de outubro haverá professores a permutar e mudar novamente de escola”, afirmou, lembrando que só nesse dia termina o prazo para quem quer pedir mobilidade por doença ou acompanhamento. Como os processos de colocação de professores ainda está a decorrer e, segundo Mário Nogueira, ainda se poderá prolongar até ao “final do primeiro período”, os sindicatos querem que o tempo de serviço de todos os docentes, independentemente da data em que forem colocados, comece a contar desde o passado dia 01 de setembro. Com turmas a funcionar a meio gás e alunos ainda em casa, a comissão parlamentar ouviu algumas propostas para minimizar as dificuldades da vida escolar dos alunos. Os sindicalistas pediram autorização para que as escolas possam compensar os alunos pelas aulas perdidas, através de medidas como a “contratação de docentes, reforço de horários incompletos ou pagamento de serviço extraordinário”.

AECT-GNP apresenta em Bruxelas

“Job Day” para combater desemprego O Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial - Galiza e Norte de Portugal (AECT-GNP) apresentou, em Bruxelas, o seu projeto “Job Day”, que mostra como é possível combater o desemprego aproximando empresas e trabalhadores transfronteiriços de um determinado setor. “Estou convencida que o desemprego não se vai resolver com grandes programas e medidas, mas nesta relação de proximidade entre a procura e a oferta. Este ‘Job Day’ trabalhou mais na procura, em perceber o que procuravam as empresas”, explicou a diretora do AECT-GNP, Maria Geraldes, que apresentou o projeto ao Comité das Regiões, no âmbito da 12.ª Semana Europeia das Regiões e Cidades. Foi nesse sentido que a direção da AECT-GNP quis desenvolver o ‘Job Day’, uma “iniciativa completamente distinta de uma feira de emprego” que começou por “auscultar as empresas de um determinado setor” para perceber as suas necessidades e, em seguida,

dar-lhes a oportunidade de, durante um dia, “entrevistar pessoas cujo perfil obedecesse aos seus requisitos”. O setor escolhido foi o do metal, tendo o Agrupamento feito um levantamento junto da Associação das Empresas Metalomecânicas da Galiza e da congénere portuguesa AIMMAP sobre quais eram as necessidades de contratação dos seus associados. No total, foram identificados 50 postos de trabalho “muito distintos” que as empresas dos dois lados da fronteira “tinham interesse em contratar” e, da primeira edição do ‘Job Day’ realizada em Tui a 01 de julho, saíram “efetivamente contratos de trabalho”. “Durante um dia inteiro tivemos 18 empresas a fazer entrevistas e pré-seleções no sentido da contratação. Paralelamente foram desenvolvidos ‘workshops’ sobre mobilidade e o que é ser um trabalhador transfronteiriço, que tem particularidades muito próprias”, explicou a dirigente. Os testemunhos obtidos nesse dia foram transformados num filme agora

apresentado em Bruxelas “como uma boa prática do que pode ser feito num território transfronteiriço que tem objetivos económicos muito semelhantes, setores ‘clusters’ tão necessitados de novas empresas e pessoal qualificado que contribuam para a resolução do desemprego”. A iniciativa “pode ser replicada” até porque não é objetivo do Agrupamento “ficar exclusivamente com este modelo”. “O que interessa é que a ideia seja boa e possa ser replicada por outras regiões europeias, pelos serviços públicos de emprego, para que a Comissão Europeia olhe para este exemplo como uma boa prática e que seja muito mais focalizada no resultado e menos nas grandes manifestações”, frisou a mesma responsável. Perante o “resultado animador” da primeira edição, o AECT-GNP está já a preparar um segundo Job Day, desta vez vocacionado para o setor têxtil e previsto para o final de novembro em Famalicão.


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