PORTUGAL QUER RYDER CUP FPG INTERESSADA EM ORGANIZAR FAMOSA COMPETIÇÃO MUNDIAL DE GOLFE
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 194
Quarta-feira, 10 de setembro de 2014
PASSOS DIZ EM ATENAS QUE FAZ TODA DIFERENÇA GOVERNAR COM AUTONOMIA
TRO!K A
NUNCA MAIS n De visita à Grécia, o primeiro-ministro português sublinhou a necessidade de cumprir as metas traçadas e concluir com êxito o programa de ajustamento, afirmando que os efeitos não se fazem sentir de imediato, mas garantindo que o regresso da autonomia “faz toda a diferença”. “Não atingimos o paraíso, sabemos que temos um longo caminho pela frente, mas agora podemos percorre-lo pelos nossos próprios pés, decidindo nós mesmo o que é melhor”, destacou Passos Coelho...
PORTO
FMUP já colocou em prática projeto “To be a doctor”
MOTOCAMP
Cerca de 400 motociclistas de 19 países juntam-se hoje na região do Douro
TAP
Sérgio Monteiro avisa que “problema está sanado mas não se pode repetir”
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014
FMUP vai seguir um grupo de estudantes
“To be a doctor” já está em prática A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto está a estudar o perfil psicológico dos seus estudantes para “reduzir o stresse e melhorar a qualidade de vida” dos futuros médicos. Em comunicado, a FMUP adianta que o projeto ‘To be a doctor (Medical education: a longitudinal study of students’ satisfaction, performance and psychosocial profile)’ vai seguir um grupo de estudantes ao longo dos seis anos de curso e nos três primeiros anos de prática clínica, avaliando-o regularmente através de entrevistas e resposta a questionários. A avaliação incluirá ainda um “estudo laboratorial com doseamento de substâncias que se sabe serem marcadores de níveis elevados de stresse” e que “sinalizará o risco para algumas doenças”. De acordo com a professora da FMUP e investigadora responsável pelo projeto, Margarida Braga, “o objetivo é avaliar a experiência que o curso de Medicina vai representar para os estudantes em função de características pessoais (género,
personalidade, experiência pessoal, capacidade de comunicação, forma de lidar com o stress) e do contexto (exigências curriculares, atividades de lazer, relacionamentos afetivos e suporte social), a performance académica e a satisfação”. Segundo o comunicado, estão atualmente já a ser seguidos os estudantes que transitaram para o 2.º e 3.º anos do mestrado integrado em Medicina da FMUP, mas ao longo desta semana vão ser recrutados os
“caloiros” da faculdade. “Ser estudante do ensino superior não é fácil. Sair de casa, criar uma nova rede de amigos e dar resposta a um nível de exigência académica elevado pode ser difícil de gerir”, refere a FMUP, salientando que “ser estudante de medicina pode ser ainda mais complicado, quer pelo esforço que permitiu ao estudante ter notas para ingressar neste curso, quer pelos desafios que se lhe vão apresentar nos anos subsequentes”.
De acordo com a fonte, sabe-se hoje que uma “percentagem elevada” de estudantes do ensino superior tem, por exemplo, níveis de ansiedade altos, sendo objetivo dos investigadores do Departamento de Neurociências Clínicas e Saúde Mental da FMUP “saber porquê, em que medida essa ansiedade está relacionada com as características pessoais de cada um e com a vida académica e se há algum risco importante para a saúde dos estudantes”.
Com o projeto os investigadores pretendem ainda “conhecer quais os fatores que protegem os estudantes e contribuem para manter o seu bemestar”, pelo que lhes vai ser pedido que “indiquem o seu grau de satisfação com o curso e com a sua vida pessoal e social ao longo dos anos”. Segundo a FMUP, os resultados do trabalho vão “contribuir para o conhecimento científico de modo a melhorar a compreensão da experiência académica e profissional dos estudantes de medicina, do impacto pessoal e profissional dessa experiência”. “Sabe-se que a saúde dos estudantes de medicina tem impacto no seu desempenho escolar, e na qualidade da sua prática clínica. Em última análise, as conclusões deste estudo vão permitir intervir, minimizando o stresse dos estudantes e melhorando a sua qualidade de vida”, frisa Margarida Braga. Embora esteja atualmente apenas a analisar os estudantes da FMUP, a equipa de investigação – que colabora com estudos que estão a ser desenvolvidos noutras universidades do país, do Reino Unido e do Brasil – diz pretender “em breve” incluir estudantes de outras faculdades. Em preparação está também a avaliação dos padrões do sono dos futuros médicos, que deverá ser realizada com a colaboração de uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro e de Braga.
se ao quilómetro 296, em Vila Nova de Gaia, sentido norte-sul.
nota da UPorto referindo que a universidade preencheu 96% das vagas no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.
bra, Bragança-Miranda, Funchal e Portalegre-Castelo Branco.
com a duração de um ano, presencial e a tempo completo.
Portucalense quer captar 2500 alunos estrangeiros
Trânsito condicionado junto ao Hospital Santos Silva
FMUP. O projeto ‘To be a doctor” vai seguir um grupo de estudantes ao longo dos seis anos de curso e nos três primeiros anos de prática clínica
BREVES Colisão em cadeia na A1 faz cinco feridos ligeiros
A circulação na A1 entre Santo Ovídio e a A29, sentido norte-sul, foi normalizada às 13h10 após uma colisão em cadeia que envolveu uma viatura pesada e três automóveis, causando cinco feridos ligeiros, disseram fontes policiais e do socorro. Segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), os cinco feridos foram encaminhados para o Centro Hospitalar Gaia/Espinho e o seu estado não inspira cuidados, apesar de dois homens de 20 e 26 anos terem sido retirados dos veículos por viaturas de desencarceramento. Foram mobilizados para o local os Sapadores de Gaia, Bombeiros de Coimbrões, bem como de Valadares, e o INEM, com seis ambulâncias e uma viatura de desencarceramento. Fonte do Destacamento de Trânsito da Guarda Nacional Republicana do Porto informou que estiveram envolvidas neste acidente um pesado e três viaturas ligeiras e que o alerta foi dado às 12h06. O choque em cadeia deu-
Quase quatro mil jovens escolhem UPorto
A Universidade do Porto (UPorto) vai receber, neste novo ano letivo, 3984 novos alunos, informou a instituição. Para os receber, agendou uma sessão de boas vindas para amanhã às 14h30 no Pavilhão Rosa Mota (Palácio de Cristal) que terá como intervenientes o reitor Sebastião Feyo de Azevedo, o presidente da autarquia local, Rui Moreira, bem como o presidente da Federação Académica do Porto, Ruben Alves. Está ainda prevista a presença do ex-andebolista Carlos Resende que, como antigo aluno, falará aos mais novos sobre as experiências de estudante e o seu percurso enquanto jogador e treinador de andebol. “A UPorto foi também a universidade portuguesa com o maior número de candidatos em primeira opção (7630) e o maior número de candidatos por vaga (1,83 candidatos por cada uma das 4160 vagas disponibilizadas”, completa a
150.º aniversário do Seminário Maior
As comemorações do 150.º aniversário do Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição, instituição associada à diocese do Porto, têm o seu momento alto agendado para a próxima segunda-feira. Para esse dia (15h00), está agendada uma sessão solene seguida de eucaristia na Igreja de São Lourenço, presidida pelo bispo do Porto, António Francisco dos Santos. A organização pretende com estas comemorações proporcionar uma “confraternização entre as várias gerações que foram formadas no Seminário Maior e os alunos que atualmente o frequentam”, dando “início ao novo ano académico de 2014/15”, conforme se lê em nota enviada às redações. O convite à participação nesta efeméride dirige-se a todos os antigos alunos que frequentaram o Seminário de Nossa Senhora da Conceição, provenientes das dioceses do Porto, Vila Real, Coim-
O Departamento de Direito e o Instituto Jurídico Portucalense (IJP) da Universidade Portucalense (UPT) anunciaram que pretendem captar 2500 alunos estrangeiros até 2020 através de programas de formação avançada. Nota desta instituição refere que o programa de pós-graduação LL.M Transnational Business Law, “que tem como objetivo captar alunos asiáticos e do Próximo, Médio e Extremo Oriente para a cidade do Porto” inicia-se neste mês de setembro. O público-alvo desta formação é constituído por alunos entre os 20 e os 25 anos, que terminaram a sua formação inicial na área do direito, ainda não entraram no mercado de trabalho, tendo como objetivo ganhar experiência internacional e ter contacto com outras culturas. O LL.M Transnational Business Law é um programa de pós-graduação em inglês lecionado, maioritariamente, por docentes da UPT e investigadores do IJP,
O Centro Hospitalar de Gaia/Espinho anunciou limitações à circulação e ao estacionamento no perímetro da unidade 1 (Hospital Santos Silva) decorrentes do início da construção de um novo edifício. Durante a fase inicial da obra, “para assegurar os circuitos internos de circulação de doentes e a distribuição de bens e serviços, por razões de segurança” é proibido o estacionamento de viaturas de utentes no parque do hospital. O acesso ao Serviço de Urgência mantém-se inalterado e para os dadores de sangue que acedam à instituição para esse fim específico foi criado um circuito próprio para entrada, parqueamento e saída, via Portaria Sul. A entrada e saída das viaturas dos acompanhantes de utentes com mobilidade reduzida será efetuada exclusivamente pela Portaria Principal, sendo permitida a permanência gratuita da viatura por um período máximo de 45 minutos.
regiões
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014 Em Lisboa
Jardins da Eletricidade recebem Dia Verde
Os jardins do Museu da Eletricidade, em Lisboa, recebem a iniciativa Dia Verde a 21 de setembro, para uma jornada ecológica entre as 14h00 e as 20h00, informou a organização nas redes sociais. Sob o lema “Por um mundo infinitamente mais verde”, o evento pretende promover meios de transporte não poluentes e outras ideias de sustentabilidade para o quotidiano, através de atividades gratuitas como ‘workshops’, música, corrida de dez quilómetros, caminhada de seis quilómetros, rastreios de saúde, conselhos de alimentação alimentar, passeios de canoa no rio Tejo e mercados (criativo, biológico e de trocas). O Dia Verde é promovido pela associação Verde Movimento e está integrado na Semana Europeia da Mobilidade, que decorre na cidade de 16 a 22 de setembro. Suspeito em prisão preventiva
Acusado de 74 636 crimes de pornografia de menores
O Ministério Público acusou um homem de 42 anos pela prática de 74 636 crimes de pornografia de menores agravados através internet, indicou ontem a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL). Segundo a PGDL, o arguido, que está prisão preventiva desde janeiro, tinha no seu computador e nos mais variados ficheiros “um excecional volume de imagens contendo crianças em atos pornográficos com adultos ou em outras circunstâncias igualmente criminosas”, que eram descarregadas de ficheiros de abuso sexual de crianças e depois as partilhava através da internet. As imagens expunham “criminosamente menores entre os sete e os 14 e os 16 anos em situações de abuso sexual”, tendo o arguido agido com a utilização dos denominados ficheiros “P2P”, “eMule” e “Vuze”, adianta a PGDL. A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa diz ainda que o arguido foi detetado na sequência de uma operação realizada pelas autoridades da Polónia e “todos os ficheiros foram apreendidos e examinados“ após uma busca domiciliária realizada a 13 de janeiro deste ano. A investigação foi realizada pela secção do crime informático da Polícia Judiciária e dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
O Primeiro de Janeiro | 3
33.º Motocamp começa hoje em Vila Real
Motociclistas de 19 países juntam-se no Douro Cerca de 400 motociclistas provenientes de 19 países vão juntar-se na região do Douro, entre hoje e sexta-feira, no 33.º Motocamp, evento que pretende afirmar este território na rota do “mototurismo internacional”. O acampamento será montado no Natur Water Park, em Vila Real, com o “epicentro” do evento a situar-se no concelho vizinho de Sabrosa. O presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques, vai nestes dias conciliar o papel de autarca com o de motociclista, sendo um “apaixonado confesso” pelas motas. O autarca destacou a importância da realização do 33.º Motocamp no Douro Património Mundial da Humanidade, evento que, na sua ótica, vai servir para divulgar este território e afirmá-lo “dentro das rotas do mototurismo europeu”. Por sua vez, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, salientou que a iniciativa contribui
MOTOCAMP. O acampamento será montado no Natur Water Park, em Vila Real, com o “epicentro” do evento a situar-se no concelho vizinho de Sabrosa para consolidar esta cidade como “a capital dos desportos motorizados” em Portugal. Durante os três dias, os motociclistas vão percorrer a região, passando por quintas onde se vindima nesta altura, participando em provas de vinhos e visitando ainda as Caves de Espumante Raposeira, em Lamego. Do programa consta ainda uma viagem de barco e outra de comboio, bem como uma visita ao Museu do Douro.
O ponto alto do encontro decorre na sexta-feira, com a Parada das Nações, que consiste num desfile das motos e das bandeiras de todos os países participantes, que vai unir as câmaras de Sabrosa e a de Vila Real. São esperados motociclistas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Eslováquia, Estónia, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Holanda, Irlanda, Itália, Marrocos, Portugal, República Checa, Rússia, Suécia e Suíça. Entre os condutores, a média de
idades das mulheres que participam no evento ronda os 53 anos e, entre os homens, a média é de 58 anos. O mais velho dos participantes tem 80 anos. O Motocamp é organizado pelo Moto Clube do Porto, com o apoio da Federação de Motociclismo de Portugal. Segundo a organização, esta edição foi a que atraiu o maior número de inscritos dos últimos oito anos. No ano passado, o Motocamp realizou-se na Dinamarca e, no próximo ano, decorrerá na Rússia.
BE alerta para “rutura” no Hospital de Aveiro
“Aumento de auxiliares e enfermeiros” O deputado e líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, responsabiliza o Governo por situações de “rutura” no Hospital de Aveiro, protelando a admissão de profissionais de saúde. Em declarações após reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Filipe Soares disse que o Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, aguarda há vários meses a entrada ao serviço de 14 auxiliares e 18 enfermeiros. “Viemos descobrir que já tinha sido pedido, meses antes do período de férias, o aumento de auxiliares e enfermeiros, antes do período de férias. No entanto, a admissão desses profissionais, que já de-
viam estar a trabalhar, está parada entre o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, o que prova que é também o Governo que impede o funcionamento normal da saúde, com impactos diretos, como neste Hospital”, criticou. O deputado do BE lembrou que o funcionamento do Hospital foi perturbado nos meses de verão porque houve profissionais que estavam esgotados e trabalhavam demasiadas horas, por o seu número ser insuficiente, mas “ainda não houve autorização” para admissões. “Há também vários entraves burocráticos para suprir baixas prolongadas, o que dificulta o agendamento dos profissionais e a resposta aos
utentes”, completou. O atraso nas listas de espera do serviço de Dermatologia foi outro dos temas abordados com a administração hospitalar e que, segundo Pedro Filipe Soares, “apesar do Hospital ter pedido mais profissionais, não há resposta”. “Confirmaram-nos que são mais de sete mil pessoas que estão em lista de espera e o Hospital tem enorme dificuldade em responder a esta situação, apesar de a necessidade estar identificada. Só recentemente é que conseguiram, através de contactos diretos com Coimbra, ter a cedência parcial de um dermatologista e mesmo assim apenas três dias por semana”, relatou. Para o parlamentar bloquista,
“demonstra a incapacidade governamental em colocar os profissionais onde eles fazem falta, apesar dos alertas e de se perceber que até havia um ‘superavit’ desses profissionais mais a sul”. Já quanto à mudança de valências entre as três unidades do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, “a administração defendeu as alterações que fez, quer no Hospital de Águeda, quer de Estarreja, e deu a indicação de que Águeda terá um forte serviço de ambulatório nos próximos tempos”. “Vincámos que para nós não é de menor importância a proximidade dos cuidados de saúde às populações e esse deve ser um valor em cima da mesa”, concluiu.
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nacional
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014
Passos Coelho está de visita a Atenas
Manuel Machado responsabiliza Governo
Regresso da autonomia “faz toda a diferença”
“Instabilidade gerada” na abertura do ano escolar
O primeiro-ministro português de visita a Atenas, afirmouse confiante de que a Grécia concluirá com sucesso o seu programa de assistência e comentou que um país voltar a caminhar pelo seu pé “faz toda a diferença”. Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo grego, Antonis Samaras, após uma reunião de trabalho destinada sobretudo a partilhar a experiência portuguesa do “pós-´troika´”, Passos Coelho, questionado pela imprensa grega, sublinhou a necessidade de cumprir as metas traçadas e concluir com êxito o programa de ajustamento, afirmando que os efeitos não se fazem sentir de imediato mas garantindo que o regresso da autonomia “faz toda a diferença”. “Não atingimos o paraíso (…) sabemos que temos um longo caminho pela frente, mas agora podemos percorre-lo pelos nossos próprios pés, decidindo nós mesmo o que é melhor, e isso faz toda a diferença,
PASSOS. O primeiro-ministro português diz que “não atingimos o paraíso, sabemos que temos um longo caminho pela frente, mas agora podemos percorre-lo pelos nossos próprios pés” como podem imaginar”, afirmou Passos Coelho. Numa longa conferência de imprensa durante a qual falou sempre em inglês, por falta de interpretação para português, o primeiro-ministro sustentou que começam a ser visíveis os primeiros sinais claros de que “os sacrifícios faziam sentido” e eram necessários, apontando em concreto o crescimento económico e o recuo da taxa de desemprego, embora ainda não ao ritmo desejável. Defendendo em diversas ocasiões que é fundamental cumprir o memorando de entendimento firmado com os parceiros internacio-
nais – e não para satisfazer a ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), mas para bem do país -, Passos Coelho frisou que a conclusão do programa não pode significar um abrandamento das reformas que têm que ser feitas, e exemplificou com a determinação do seu Governo em cumprir as metas de défice de 4% para este ano e 2,5% para 2015. Numa conferência de imprensa com vários elogios de parte a parte, Passos Coelho, fazendo questão de deixar “uma palavra de solidariedade” ao povo grego, pois sabe, “também por experiência própria”,
os grandes custos sociais que as reformas acarretam, disse que a Grécia, que tinha “um ponto de partida muito difícil”, já fez muito e tem agora “uma base forte para um futuro sustentável”, afirmando-se convicto de que, tal como Irlanda e Portugal, também a Grécia concluirá com êxito o seu programa. Sobre a forma de saída, disse que tudo depende do contexto na altura da conclusão do programa, recordando que, em Portugal, a cerca de seis meses do final do memorando, a maioria dos analistas considerava que o país necessitaria de um segundo programa ou de um apoio cautelar, tendo Portugal acabado por regressar aos mercados sem qualquer ajuda suplementar. Samaras, por seu turno, garantiu que o seu grande objetivo “assegurar que, em breve, a Grécia estará em condições de fazer exatamente o mesmo que Irlanda e Portugal fizeram”, ou seja, concluir o seu programa, com uma história de sucesso ao nível orçamental e de reformas, seguir em frente, regressar aos mercados, e estar de novo por sua conta”. “Queremos igualar Irlanda e Portugal”, disse. Além da reunião com Samaras, Passos Coelho também se encontrou de manhã com o presidente da Grécia, Karolos Papoulias, durante esta curta visita a Atenas, realizada a convite do primeiro-ministro grego.
Seguro rejeita que país seja “telecomandado” sempre pelos mesmos
“Falarei até que a voz me doa” O candidato às eleições primárias do PS diz que “ter coragem não é avançar quando o tempo está de feição”, rejeitando que o país seja “telecomandado pelo Terreiro do Paço, sempre pelos mesmos”. Na véspera do primeiro debate com António Costa e não seguindo os conselhos “médicos e de alguns amigos”, António José Seguro decidiu comparecer no jantar em Valongo com apoiantes, apesar de estar afónico e com dificuldades visíveis em discursar, tendo até brincado com o facto de ter levado à letra a frase que disse: “Falarei até que a voz me doa”. Num discurso em que optou por dizer “coisas simples”, o secretário-geral do PS evidenciou a separação da política dos negócios e foi perentório: “Estamos aqui para dizer que ter coragem não é avançar quando o tempo está de feição, é avançar em todos
os momentos e particularmente nos momentos difíceis”. “Estamos aqui para afirmar que não podem ser sempre os mesmos a pôr e a dispor quando lhes apetece e como lhes apetece, só quando lhes dá jeito”, sublinhou. Seguro tem a firme intenção de criar um “país que não seja telecomandado pelo Terreiro do Paço, sempre pelos mesmos, que se habituam a pôr e a dispor mesmo quando o Governo muda de partido”. “Estamos aqui para dizer que Portugal não é só uma certa Lisboa e que o resto é paisagem. Estamos aqui para afirmar todo o país. Não têm que ser sempre os mesmos no Terreiro do Paço a decidir o que é melhor para Portugal”, enfatizou. O candidato às eleições primárias do PS deixou um apelo aos socialistas, simpatizantes e militantes do PS para
que digam “aos cínicos que se pode optar pelos valores e que nem sempre os interesses vencem, bem pelo contrário, merecem ser vencidos”. Antes do discurso de Seguro subiu ao púlpito o eurodeputado e cabeça de lista pelo PS nas últimas eleições europeias, Francisco Assis, que aproveitou o momento para explicar os motivos do apoio àquele contra o qual disputou a liderança em 2011, sendo um deles o facto de ser a favor da estabilidade. Seguro considerou que a disputa da liderança com Assis foi “democrática e aberta” e sempre pautada pelo respeito, considerando que o eurodeputado foi “um homem de uma enorme coragem quando há três anos, em momentos muito difíceis, se disponibilizou para liderar o PS”. O secretário-geral do PS deixou ainda rasgados elogios a Assis, por
durante este tempo não ter ido “para a retaguarda à espera que as coisas corressem mal” e estar sempre ao lado do secretário-geral, garantindo que hoje voltaria a fazer a mesma escolha para cabeça de lista do PS às eleições europeias. Francisco Assis considerou que se os líderes partidários estiverem permanentemente sujeitos a um escrutínio, não haverá “lideranças suficientemente fortes”, defendendo que o PS não pode “correr esse risco”. O socialista apoia Seguro porque não encontra “as tais razões extraordinárias para interromper” o ciclo de liderança, recordando que o PS ganhou as duas eleições - autárquicas e europeias que travou enquanto Seguro esteve à frente do partido e confessando que às vezes tem dificuldades para explicar no Parlamento Europeu o que se passa no interior do PS.
A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) responsabilizou o Governo pela “instabilidade gerada” na abertura do ano escolar e apelou às câmaras municipais para combaterem o encerramento de escolas onde elas são necessárias. “Há uma instabilidade que está a ser gerada na abertura do ano escolar, porque o Ministério da Educação não está a cumprir o que acordou com as autarquias”, disse o presidente da ANMP, Manuel Machado, em Coimbra. O recomeço das atividades letivas está a ser preparado “de forma imperfeita e atabalhoada”, criando problemas que “têm consequências na qualidade do ensino e em termos de despesa pública”, acrescentou. Manuel Machado disse que a ANMP “dialogou com o Governo numa base séria, para que o ano escolar abrisse com todas as condições de funcionamento pleno e socialmente útil”, lamentando que “não foram cumpridos” pelo Ministério da Educação os aspetos acordados com a estrutura representativa dos municípios. Manuel Machado, também presidente da Câmara Municipal de Coimbra, falava aos jornalistas no final de uma reunião do conselho diretivo da ANMP, na sede da associação. Na sua opinião, “cada município deve zelar pelo interesse” das populações que representa, incluindo com recurso aos tribunais”. “Não podemos ficar de braços cruzados, a ver encerrar escolas onde elas não devem encerrar, ou em sítios onde as novas escolas não tem condições adequadas para o ensino”, disse o autarca socialista, ao recordar que alguns municípios já avançaram com providências cautelares contra tais decisões do Ministério da Educação e Ciência. Em geral, o encerramento de escolas contra a vontade das populações e das autarquias “é um contributo para a desertificação do país”, frisou. Manuel Machado exortou os municípios nesta situação a “recorrerem a todos os meios legítimos ao seu alcance”, incluindo o recurso aos tribunais, “para que este desmando do Ministério da Educação não prossiga”.
economia
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014 Taxa de juro de 0,05% para 144 bancos da zona euro
BCE empresta mais 110 milhões de euros
O Banco Central Europeu (BCE) informou que emprestou 110 702 milhões de euros a uma taxa de juro de 0,05%, quando na semana anterior tinha emprestado 111 199 milhões de euros a 0,15%. A entidade monetária concedeu crédito a 144 bancos da zona euro, que devem devolver o dinheiro ao BCE a 17 de setembro. Na passada quinta-feira, o BCE baixou inesperadamente a sua taxa de juro diretora de 0,15% para 0,05%. O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou também o lançamento de um programa de compra de dívida titularizada, que deixou os países mais necessitados bastante tranquilos. Numa mina perto de Pretória
Encontrado diamante de 232,08 quilates
Um diamante de 232,08 quilates “de um tamanho e clareza excecionais” foi descoberto numa mina sul-africana próxima de Pretória, particularmente rica em diamantes fora do usual, anunciou hoje a empresa proprietária da mina. A sociedade londrina Petra Diamonds Cullinan, proprietária da mina desde 2008, não comunicou o valor exato da pedra, da categoria “D de tipo II”, ou seja, transparente ou incolor e sem impurezas mensuráveis. O último diamante branco vendido pela sociedade, com um peso de 507,3 quilates, atingiu o preço recorde de 35,3 milhões de dólares em 2010, disse à agência France Presse uma porta-voz da Petra Diamonds. Segundo Cathy Malins, os especialistas avaliam o novo diamante excecional entre 10 e 20 milhões de dólares, tendo em conta os preços registados nos últimos anos. A venda realiza-se até ao final do ano. Em junho, a empresa anunciou outra descoberta rara, um diamante azul de 122,52 quilates, na mesma mina, situada a cerca de 40 quilómetros da capital sul-africana. Em 1905, o maior diamante do mundo – o “Cullinan” de 3106 quilates – foi igualmente descoberto naquela mina e, mais tarde, foi talhado em dois para integrar as joias da Coroa Britânica.
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Sérgio Monteiro diz que a TAP aprendeu com os erros
“Problema não se pode repetir” O secretário de Estado das Infraestruturas diz que as perturbações que afetaram a TAP em junho e julho estão sanadas, considerando que a companhia aprendeu com os erros deste verão, que não se podem repetir. “Pareceu-nos uma boa atitude: aprender com os erros que podem existir do ponto de vista do planeamento operacional e fazer tudo para que no próximo ano exista uma resposta diferente da que existiu este ano”, considerou Sérgio Monteiro, no final de uma reunião com o presidente da companhia, Fernando Pinto. Em declarações aos jornalistas, Sérgio Monteiro afirmou que “o problema está sanado, mas não se pode repetir”. Na reunião de hora e meia, que contou também com a presença do ministro da Economia, Pires de Lima, Fernando Pinto apresentou o plano da companhia aérea nacional, que passa pelo reforço da frota para ter aviões de reserva em momentos de picos de procura. Como foi noticiado no início de agosto, a TAP pretende adquirir um avião de médio curso, acelerar o
TAP. Sérgio Monteiro espera que a companhia “possa fazer tudo para que no próximo ano exista uma resposta diferente da que existiu este ano” processo de substituição da frota da Portugália e formar mais uma turma de pilotos para evitar perturbações semelhantes às dos meses de junho e julho. Em cima da mesa da tutela foi ainda colocada a possibilidade de contratar mais um avião de longo curso, planos que exigem o aval do Ministério das Finanças. Sérgio Monteiro garantiu que o Governo está confortável e confiante com o que ouviu do presidente da companhia, mas que vai manter a exigência e a “monitorizar de perto”. De fora da reunião ficou o tema da privatização da transportadora, que continua a ser um objetivo estratégico do Governo, porque “a TAP precisa de capital, precisa de crescer, de servir melhor o país”. “O único
referencial é o que o mercado nos vai dizendo. Ainda não sabemos se temos condições para tomar a decisão no curto prazo”, declarou Sérgio Monteiro. À entrada para a reunião, Fernando Pinto (foto) confirmou que “o problema está resolvido”, adiantando que os seis aviões que a companhia comprou para responder ao reforço da oferta já estão operacionais, ficando a faltar a formação de 20 tripulantes. O último avião, um Airbus A319, realizou o seu primeiro voo ao serviço da TAP no sábado. O presidente da TAP adiantou ainda que tem recebido “muitos pedidos de informação” de potenciais interessados numa eventual privatização da companhia.
A 02 de setembro, a TAP indicou, em comunicado, que realizou em agosto 10.541 voos, “com um índice de regularidade de 99,1%, melhor do que os 98,9% registados em 2013” e entre voos cancelados e regressos ao ponto de partida registou 73 ocorrências. Segundo a transportadora, “entre voos cancelados e regressos ao ponto de partida a TAP registou 76 ocorrências em agosto de 2013, contra 73 no mesmo período de 2014, apesar de ter efetuado mais 303 voos e transportado mais 105 mil passageiros”. Antes, a 05 de agosto, a companhia enviou uma carta aos trabalhadores na qual informava que tinha cancelado 468 voos entre 01 de junho e 30 de julho, o que equivale a uma taxa de cancelamentos de 2,3%.
Sessão especial na Euronext Lisbon
“Closing bell” comemora privatização dos CTT A Euronext Lisbon promoveu ontem uma sessão especial de comemoração da conclusão da privatização dos CTT - Correios de Portugal, concretizada na sexta-feira, com o toque do sino que assinala o encerramento do mercado bolsista. A cerimónia teve início cerca das 16h00, cabendo a abertura ao secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, tendo o ‘closing bell’ tocado às 16h30. Depois seguiram-se as intervenções do presidente da Euronext Lisbon, Luís Laginha de Sousa, do presidente do conselho de administração dos CTT, Francisco de La-
cerda, e do secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues. A Parpública anunciou na passada sexta-feira ter concluído a venda dos 31,5% que o Estado ainda detinha nos CTT, ao preço de 7,25 euros por ação, encaixando 343 milhões de euros com a operação. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Parpública diz ter concluído a colocação de 47.253.834 ações dos CTT, representativas de aproximadamente 31,5% do capital social dos CTT e da totalidade de ações por si detidas através de um processo de ‘accelerated bookbuilding’ (processo de venda rápida)
dirigido em exclusivo a investidores institucionais. A liquidação da oferta está prevista para hoje. “O modelo aprovado pelo Governo foi considerado o mais vantajoso face às condições atuais do mercado. A colocação foi feita ao preço de 7,25 euros por ação e o encaixe bruto foi de 343 milhões de euros, comprovando-se assim o mérito da solução escolhida”, pode ler-se no comunicado emitido pela Parpública. O encaixe final da reprivatização dos CTT situou-se nos 909,2 milhões de euros, acrescenta. A conclusão da segunda fase de reprivatização dos CTT foi aprovada pelo Governo, em Conselho de
Ministros, na passada quinta-feira. Em dezembro de 2013, o Estado vendeu 70% do capital social da empresa a 5,52 euros por ação, uma operação que permitiu um encaixe de 579 milhões de euros, inspirado no sucesso da dispersão em bolsa dos correios britânicos, Royal Mail, e belgas, Bpost. Na altura, o Estado português comprometeu-se a manter pelo menos durante nove meses 30% do capital social e direitos de voto dos CTT com que ficou. O lucro dos CTT subiu 14% nos primeiros seis meses do ano, face a igual período do ano passado, para 36,1 milhões de euros.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014
Mais famosa competição mundial de golfe
Família anuncia em comunicado
Portugal quer organizar Ryder Cup em 2022
“Schumi” deixa hospital para recuperar em casa
Portugal é um dos sete países europeus que manifestaram interesse em organizar a Ryder Cup em 2022, um dos eventos desportivos mais mediáticos do mundo, anunciou a Federação Portuguesa de Golfe. Além de Portugal, manifestaram interesse em receber a mais famosa competição mundial de golfe por equipas e o terceiro evento desportivo de maior impacto mediático a nível mundial, a Áustria, a Alemanha, a Dinamarca, a Espanha, a Itália e a Turquia. “Estamos encantados pelo nível de interesse verificado por toda a Europa e recebemos cada uma das sete cartas de intenções através das suas federações nacionais, como manda o regulamento de candidatura”, afirmou Richard Hills, diretor da Ryder Cup Europe, a entidade responsável pelas organizações das edições realizadas na Europa, em cada quatro anos. Portugal já se tinha candidatado a receber do evento – que coloca frente a frente as seleções da Europa e dos Estados Unidos – , em 2018, tendo apresentado como local a Herdade da Comporta, mas perdeu a organização para a França. Miguel Franco de Sousa, secretário-geral da FPG, que integrou
GOLFE. A Ryder Cup é o terceiro evento desportivo de maior impacto mediático a nível mundial a comissão executiva no processo de candidatura portuguesa à Ryder Cup de 2018, explica que, neste momento, trata-se, efetivamente, de uma mera declaração de intenções. “O European Tour convidou todos os países que tenham jogadores elegíveis para representar a equipa da Europa na Ryder Cup a apresentar uma intenção de candidatura ao evento de 2022”, disse, citado pela assessoria de imprensa da FPG. Segundo Miguel Franco de Sousa, “essa intenção não tem qualquer vínculo, serve apenas para receber o dossier com os requisitos para apresentação oficial de candidatura, podendo a FPG retirar-se do processo em qualquer momento, se considerar que Portugal não tem condições de
apresentar uma candidatura competitiva”. Miguel Franco de Sousa admite que a experiência adquirida com a anterior candidatura poderá ser muito útil a Portugal e lembrou o valor estratégico da modalidade. “O golfe é um produto estratégico do turismo nacional e é obrigatória a sua promoção (…) a realização de um evento como a Ryder Cup é o melhor veículo para esse efeito, pois é um dos maiores eventos desportivos no planeta”, disse. O secretário-geral da FPG garante que o organismo está “consciente do momento que o país atravessa”, mas acrescenta: “não se pode deixar de investir em áreas estratégicas e esta é uma excelente oportunidade
para que Portugal se assuma como um dos principais destinos de golfe mundiais”. Miguel Franco Sousa assegura que a FPG “procurará entrar em diálogo com a administração pública e privados, a fim de tomar a decisão quanto à possibilidade de apresentar uma candidatura à Ryder Cup de 2022”. Os sete países interessados receberão agora um dossier de candidatura, antes de serem convocados para reuniões e posteriores visitas da Ryder Cup Europe até ao final do ano. A 16 de fevereiro de 2015 as federações nacionais interessadas terão de entregar as suas candidaturas formais, devendo o anúncio da candidatura vencedora ser feito no outono de 2015.
“Rock’n’Roll Meia-maratona Vodafone” apresentada
Campeão europeu vem a Lisboa O campeão europeu da maratona e o recordista mundial da meiamaratona figuram entre os grandes nomes que vão marcar presença na “Rock’n’Roll Meia-maratona Vodafone”, anunciou a organização da prova, agendada para 05 de outubro. Além do italiano Daniele Meucci – que tem como melhor marca na distância 61.06 minutos - e do recordista da “meia”, o eritreu Zersenay Tadese (58.23), a prova, com partida na Ponte Vasco da Gama, contará com a presença do etíope Guye Adola e do marroquino Aziz Lahbabi, ambos com tempos abaixo da hora.
O presidente do Maratona Clube de Portugal e organizador da prova, Carlos Móia, admite que “devido às dificuldades do percurso, será difícil conseguir um novo recorde mundial da distância”, mas antevê “uma prova fantástica em termos de elite”. O recorde mundial da distância, 58.23, foi estabelecido em 2010, em Lisboa, por Zersenay Tadese, mas na Meia-maratona disputada na Ponte 25 de Abril. No setor feminino, a prova contará com a presença da italiana Valeira Straneo, atual vice-campeã europeia da maratona, da japonesa
Mizuki Noguchi e da etíope Worknesh Degefa, todas com tempos abaixo dos 68 minutos. A organização divulgará mais tarde a lista dos nomes dos atletas portugueses, que ainda está a ser ultimada devido à recente realização do campeonato da Europa de atletismo, disputado em agosto, em Zurique. Em paralelo com a meia-maratona realiza-se a mini-maratona, prevendo a organização um total de 17 000 participantes. A pouco menos de um mês do evento, e com 17 000 como limite máximo de participantes, estão já inscritas
para as duas provas mais de 16 000 pessoas. A meia-maratona, que terá início na Ponte Vasco da Gama, renovou este ano o título de Gold Road Race – a mais alta distinção atribuída pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) – e integra pelo terceiro ano consecutivo. Além das duas provas, decorrerá no mesmo dia uma prova para deficientes motores em cadeira de rodas. Também a 05 de outubro decorrerá a maratona de Lisboa, também Gold Road Race, com partida de Cascais, que deverá juntar cerca de 4000 participantes.
O alemão Michael Schumacher, antigo campeão mundial de Fórmula 1, saiu do hospital suíço onde se encontrava internado após um acidente de esqui e vai continuar a sua recuperação em casa, anunciou ontem a sua família. “Daqui em diante, a reabilitação do Michael [Schumacher] vai decorrer em sua casa” na Suíça, anunciou a sua família através de um comunicado. Schumacher, sete vezes campeão mundial de F1, foi internado em coma a 29 de dezembro, depois de ter sofrido uma queda quando esquiava fora dos limites da pista na estância de Meribel, nos Alpes franceses, na sequência da qual embateu com violência com a cabeça numa pedra. “Tendo em conta os graves ferimentos que ele sofreu, têm sido feitos progressos nas últimas semanas e meses. Há ainda, no entanto, um longo e difícil caminho pela frente”, acrescenta o comunicado. O antigo campeão do mundo de F1 só saiu do coma em meados de junho, tendo então sido transferido de Grenoble para o Hospital de Lausanne, na Suíça. Vitória de Cilic no US Open
Croatas saíram à rua para festejar
A vitória de Marin Cilic no US Open, quarto e último “Grand Slam” da temporada, levou muitos croatas para as ruas na madrugada de ontem, pouco depois do triunfo do tenista sobre o japonês Kei Nishikori. A imprensa croata deu o devido destaque ao êxito do jogador nas suas edições digitais. Para o Vecernji List, esta foi “a vitória de uma vida de um jogador que esteve imparável”. O portal Index Internet considerou que Goran Ivanisevic, treinador do novo campeão do US Open e também vencedor de um “Grand Slam” (Wimbledon), “tem um sucessor, o fantástico Cilic, que ‘destruiu’ Nishikori”. Em Zagreb, o encontro de Flushing Meadows foi transmitido num ecrã gigante no centro da capital, na Praça Jelacic, onde se juntaram algumas centenas de pessoas. Na terra natal de Cilic, em Medjugorje, onde ainda vivem os seus pais, cerca de uma centena de pessoas juntaram-se nas ruas para festejar o triunfo do tenista. Como o próprio jogador confessou na conferência de imprensa que se seguiu à final, a sua vitória no US Open foi celebrada “como se fosse um jogo do Mundial de futebol”. “Este é um dia especial para mim, mas para toda a Croácia”, explicou Cilic, depois de vencer o primeiro “major” da carreira.
Quarta-feira, 10 de Setembro de 2014
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OS DIRIGENTES DO DESPORTO FORAM ENGANADOS! Os dirigentes do desporto regional da Madeira foram enganados. Coisa que não se soubesse desde há muito. Em 2010, passados três anos de um documento apresentado na Assembleia Legislativa da Madeira, asssumi: “(...) Em uma terra pobre e dependente, prometeram e deram o que tinham e o que não tinham. O resultado é este: fragilidade absoluta ao nível do desporto educativo escolar e associativismo desportivo com dívidas até ao André Escórcio* céu-da-boca. Aliás, tenho vindo a denunciar essa situação e, há muitos anos, que saliento que o desfecho só poderia ser este. As dívidas dos clubes têm uma origem e essa sustenta-se em uma política desportiva desastrosa, alimentada por irresponsabilidade e pelo princípio de que o desporto tem de estar ao serviço da política e não ao serviço do desenvolvimento. Interessaram-se mais pela representatividade externa do que propriamente por uma prática entendida como bem cultural. Agora, sem vergonha na cara, pedem ao associativismo um desconto de 15% sobre as dívidas. Merecem uma acçãocolectiva na Justiça, porque os contratos foram assinados e não cumpridos por uma das partes. Houve aldrabice e dolo. No meio desta situação há dirigentes aflitos, uns que adiantaram dinheiro e outros que assinaram documentos bancários que os compromete. Há quatro anos, volto a salientar, escrevi: “(...) As promessas de solução do grave problema financeiro dos clubes e associações, cujos dirigentes reuniram ontem com o Secretário da Educação, obviamente que não serão satisfeitas a curto prazo. Demorará muito tempo, quando se sabe, entre outros sectores e áreas, que as escolas se debatem com problemas de financiamento. E esses são prioritários. O dinheiro não é elástico e, por isso, alguém vai ter que esperar. Enquanto esperam, lamentavelmente, o rol das dívidas vai aumentar até ao estoiro final. Lamento, profundamente, porque quem apostou nesta política não foram os dirigentes do desporto, mas alguém que os empurrou para esta situação”. Uma única palavra pode catalogar esta gente que governa: indecentes. Eles sabiam ou tinham a noção que o processo estava errado, até porque a dívida da Região da Madeira, em 2007 e anos seguintes, era já insustentável, todavia, continuaram a insistir naquilo que não podiam pagar a tempo e horas. E quem assim actua, consecutivamente, deve ser chamado à Justiça. Não é pedindo 15% de desconto para liquidar dívidas, depois dos clubes e associações terem cumprido os seus orçamentos. Isso designa-se por aldrabice. E seja onde for, no exercício da política desportiva ou em qualquer outro sector ou área da governação (ou não) o aldrabão é punido porque causa danos a outros. Daí que, do meu ponto de vista, todo o associativismo deveria juntar-se e reclamar Justiça. É que o dinheiro não é deste ou daquele, dos que circunstancialmente estão no poder, o dinheiro é fruto dos impostos, é de todos, e se não cumprem o que acordaram deve ser motivo de cabal explicação. Os clubes e associações não são culpados, pois aplicaram em função de critérios e julgando ser a entidade pública portadora de boa-fé. Afinal, as suas receitas tornaram-se teóricas, falsas e mentirosas. Serviram-se dos dirigentes para um desporto ao serviço da política e não de um desporto ao serviço do desenvolvimento. www.comqueentao.blogspot.com
Estradas de Portugal verifica estado dos pavimentos
Campanha de inspeções já arrancou A Estradas de Portugal (EP) arrancou com a campanha de inspeções de 2014 e vai verificar o estado dos pavimentos em 14 mil quilómetros, depois de verificar que no ano passado a maioria das estradas estava em bom estado de conservação. Segundo um comunicado da empresa enviado às redações, no ano passado, a campanha de inspeções revelou que 78% da rede rodoviária, correspondente a 10 800 quilómetros, se encontrava em bom estado de conservação. Apenas 22% da rede, cerca de 3000 qui-
lómetros, precisava de “algum tipo de intervenção de conservação ou reparação”, de acordo com o documento. A campanha 2014 arrancou em agosto e deverá estar concluída até novembro. A EP realiza anualmente uma avaliação da qualidade dos pavimentos das suas estradas, de forma a obter os indicadores necessários para uma boa gestão de conservação e manutenção. A inspeção é realizada com recurso ao Veículo de Inspeção Mecânica com Perfilómetro Laser, que irá percorrer todo o país recolhendo dados das caracte-
rísticas dos pavimentos e, baseado num conjunto de parâmetros como a textura, a geometria, a irregularidade longitudinal e transversal, avaliar com elevado rigor o estado de conservação das estradas. No mesmo comunicado, a EP sublinha que a qualidade da rede rodoviária nacional é reconhecida internacionalmente e que no relatório para a competitividade mundial, elaborado pelo World Economic Forum, “é considerada como a melhor da Europa e segunda melhor do mundo, apenas atrás dos Emirados Árabes Unidos”.
David Justino critica escolha dos professores
“Critérios podem deturpar o mérito” O presidente do Conselho Nacional de Educação criticou os critérios de escolha dos professores, no concurso nacional, considerando que as regras não permitem selecionar os melhores. “Se a escola pública quer ser uma referência, tem de escolher os melhores professores e os que estão seriados na lista ordenada não são necessariamente os melhores”, disse David Justino no Fórum Educação “Sucesso Escolar: Que Estratégias?”, organizado pela Câmara de Leiria. Recordando que nos últimos três anos tem formado futuros docentes, o ex-ministro da Educação sublinha não ter dúvidas de que “darão excelentes professores, melhores do que outros que já estão no sistema”. Porém, realçou que como leciona numa universidade pública, uma escola mais “exigente”, os futuros professores não terão notas tão elevadas e “serão ultrapassados por outros que vêm de faculdades de vão de escada que dão 18 e 19”. O presidente do CNE explicou que esse é um dos problemas que foi identificado e que será “refletido
na próxima publicação” deste organismo. Sem querer revelar antecipadamente o conjunto de problemas do sistema de ensino detetados no parecer do CNE, David Justino assegurou não ter “dúvidas de que há professores bons que são ultrapassados por professores que não têm qualquer garantia”. “Os critérios existentes para a colocação de professores pela primeira vez podem deturpar o mérito e a qualidade na escolha dos professores”, frisou. David Justino abordou também o tema da retenção escolar, adiantando que, “no atual sistema de ensino, um em cada três alunos já reprovou pelo menos uma vez”, dizendo que existe uma “cultura de retenção”, que leva a que um aluno uma vez retido prossiga um “trajeto de retenção”. “Já a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], nos últimos dois anos, tinha identificado que Portugal era um dos países com maiores taxas de retenção na Europa” a par de “Espanha, França, Bélgica francófona e a Holanda”. Sublinhando que não pretende
“acabar com as retenções”, nem defender o “facilitismo”, considerou ser importante criar condições para evitar a retenção, logo nos primeiros anos de escolaridade, porque, muitas vezes, “quando se tenta recuperar o aluno já é tarde”. Por isso, sugere “organizar as aprendizagens e as escolas para poderem acudir precocemente estes alunos”. Admitindo que já há alguns projetos nesse sentido, como o “Fénix”, David Justino alerta para que se “generalize” estes projetos. Segundo o ex-governante, “só no ensino público, o Estado português gasta com estas retenções entre 250 e 300 milhões de euros por ano”, somando “aquilo que a sociedade gasta e depois volta a gastar quando esse percurso de insucesso escolar se transforma no insucesso social”. David Justino criticou ainda as escolas que “eliminam os alunos mais fracos para não irem a exame por terem notas mais baixas”, para não estragarem os ‘rankings’. Por isso, o presidente do CNE equaciona sugerir ao ministro da Educação que “todos os alunos façam exame”.
Chefias do grupo Águas de Portugal
Governo quer reduzir metade dos cargos O Governo quer reduzir até 2015 mais de metade dos cargos de chefia do grupo Águas de Portugal, disse no parlamento o ministro do Ambiente, adiantando que o executivo não equaciona a privatização da empresa. “Tenciono reduzir em 55 por cento o número de chefias no grupo Águas de Portugal até 31 de dezembro de 2015”, disse Moreira da Silva. O ministro falava na comissão do Ambiente, onde foi questionado sobre esta matéria pelo deputado
socialista Pedro Farmhouse, que criticou a estratégia de gestão da empresa. Moreira da Silva acrescentou que a medida faz parte de um plano de reorganização e reestruturação do grupo, que prevê apresentar ainda esta semana aos autarcas. A harmonização dos sistemas de abastecimento de água e de tarifas entre o litoral e o interior prevista pelo Governo representará, segundo o ministro, um esforço maior para alguns municípios.
Por isso, Moreira da Silva quer fazer acompanhar este esforço de uma “redução significativa” de administradores, de chefias, de consumos intermédios e de gastos com pessoal. “É importante que este esforço[...] seja acompanhado de um esforço interno” no grupo Águas de Portugal, disse, acrescentando: “Como este governo não pondera, não admite, não equaciona e não vai privatizar a empresa, só há uma solução que é reestruturar”.