AGORA NÃO SE PODE FALHAR SELEÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL PARA PASSAR FASE DE GRUPOS
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 140
Quarta-feira, 11 de junho de 2014
PRESIDENTE DA REPÚBLICA SENTIU-SE MAL COM OS PROTESTOS NO DIA DE PORTUGAL
REAÇÃO
VAGAL
n Perante os protestos dos sindicatos, que pediam a “demissão do Governo”, o Presidente da República sentiu-se mal nas comemorações oficiais do Dia de Portugal e teve de receber mesmo assistência médica. Cavaco Silva sofreu uma “reação vagal” (desmaio), tendo recuperado “rapidamente” e apelado, num discurso posterior, a um “entendimento partidário de médio prazo”, apontando ainda 2014 como o ano em que Portugal conquistou “o direito a ter esperança” e aconselhando a não repetir uma “situação explosiva”, olhando o futuro sem “ilusões”...
PORTO-VIVO
SRU volta a reunir-se hoje em assembleia-geral para aprovar contas de 2013
TAMPINHAS
Toneladas foram juntas para formar no Parque das Nações enorme bandeira de Portugal
SEGURO
diz que “todos os compromissos são bons para o país”
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
José Luís Carneiro garante que PS/Porto está Seguro…
Operação no Porto
“Maioria apoia estratégia” O presidente da federação do PS/ Porto diz que a estratégia traçada pelo secretário-geral do PS, António José Seguro, é apoiada pela “maioria” da comissão política distrital. A comissão política distrital do PS/ Porto reuniu na segunda-feira à noite em Penafiel, encontro no final do qual o líder da concelhia do PS/Porto, Manuel Pizarro, criticou os insultos de “alguns apoiantes” de Seguro àqueles que estão com António Costa, sem especificar nomes, motivo pelo qual o debate “ficou amputado”. Apesar do congresso ou das questões da liderança nacional do partido não estarem na agenda da convocatória – mas sim a análise dos resultados das eleições europeias como um dos pontos principais – as diferentes intervenções foram marcadas pelos apoios aos dois nomes em disputa, António José Seguro e António Costa. José Luís Carneiro realçou que na comissão política distrital do PS/ Porto “mais de 60% são apoiantes de António José Seguro” – grupo no qual se insere – tendo havido uma “nota de preocupação na maior parte das intervenções relativamente à
PS/PORTO. Manuel Pizarro diz que “há alguns apoiantes de António José Seguro que têm, do diálogo democrático, uma visão trauliteira” crise interna no PS” que, se não “for conduzida com responsabilidade e ponderação, poderá ter consequências na afirmação do PS como alternativa nas próximas legislativas”. “Há aqueles que apoiam António Costa (...) mas o entendimento da maioria da comissão política é que o caminho de afirmação de alternativa e combate ao Governo e a estratégia traçada pelo secretário-geral, António José Seguro, merece o apoio da maioria”, revelou. Apesar da avaliação positiva dos resultados das eleições europeias – na qual “todos reconhecem que o PS ganhou as eleições e infligiu uma grande derrota à direita” – o líder da distrital admite que não foi a vitória que todos gostariam de ter. “Esse facto prendeu-se com alguns fenómenos
como a abstenção, que prejudica muito os partidos do arco da governação, a emigração e o voto de protesto, que se canalizou para o MPT”, sistematizou, acrescentando que, “no quadro europeu, a vitória do PS constituiu uma das seis vitórias em 28 países que conseguiram os socialistas”. De acordo com Carneiro, “o pedido de congresso surgiu apenas de vozes mais laterais e não por militantes com especiais responsabilidades”. “Foi importante que tivesse ocorrido um debate com elevação e sentido de moderação por parte dos principais responsáveis”, tendo surgido apenas de alguns membros “as intervenções mais acaloradas”, concluiu. Na opinião de Manuel Pizarro, “há alguns apoiantes de António José Se-
guro que têm, do diálogo democrático, uma visão trauliteira”, relatando insultos e apelidos de traidores àqueles que apoiam António Costa, como é o seu caso. “O debate ficou amputado porque não é possível discutir ideias com quem prefere o insulto à troca de opiniões”, lamentou, acrescentando que não foi tomada nenhuma decisão sobre um eventual congresso. O líder da concelhia do PS/Porto e vereador na autarquia portuense defendeu ainda a necessidade de uma clarificação sobre a liderança do partido, considerando que aquilo que está em causa é a elevação do debate. “Foi uma reunião que começou bem, mas que alguns apoiantes do secretário-geral quiseram transformar em ataques pessoais e insultos”, lamentou.
Porto Vivo-SRU volta a reunir-se hoje em assembleia-geral
Contas de 2012 finalmente aprovadas As contas relativas a 2012 da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) foram aprovadas na primeira assembleia-geral após a assinatura do memorando de entendimento entre a Câmara do Porto e o Estado a 08 de maio. A celebração do acordo permitiu o “desbloqueio” de vários processos decisórios pendentes, nomeadamente a aprovação dos novos estatutos e das contas relativas a 2012 e a eleição dos novos órgãos sociais que contam com Álvaro Santos como presidente executivo do Conselho de Administração. Luísa Maria Aparício (Diretora da Delegação do Porto do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana) e Rui Loza são os dois vogais não executivos do Conselho, nomeados, respetivamente, pelo Estado e pela Câmara do Porto. “Atos que eram indispensáveis e que foram concretizados em
virtude do desbloqueio realizado com o memorando de entendimento”, afirmou o chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto, Azeredo Lopes, o único a prestar declarações aos jornalistas no final da assembleia-geral que teve a duração de três horas. A reunião permitiu assim “clarificar, de uma vez por todas, aspetos em que os acionistas tinham algumas divergências, que ficaram sanadas [e] que preveem agora um novo modelo de governação, cujos princípios resultam do memorando de entendimento”, assinalou, explicando: na assembleia-geral ficou a faltar a aprovação das contas relativas a 2013, porque é “preciso agora é aplicar a metodologia que foi aplicada às de 2012”. As contas relativas a 2012 da Porto Vivo (cuja aprovação foi adiada por cinco vezes) chegaram a ter três versões, tendo sido votado e aprovado
um dos modelos recomendados pela Inspeção-Geral das Finanças após uma auditoria concluída no início deste ano. Os novos estatutos da Porto Vivo não irão alterar a estrutura acionista, mantendo-se o IHRU (em representação do Estado) com 60% e a Câmara do Porto com 40%, sendo esta a distribuição a aplicar na reposição dos prejuízos operacionais da sociedade, relativos a 2012 e 2013. Já para viabilizar o funcionamento da sociedade, o compromisso é assegurado em partes iguais pelos dois acionistas, num total de dois milhões de euros anuais, durante cinco anos “a contar da data de aprovação do Tribunal de Contas” do contrato-programa, frisou Azeredo Lopes. O memorando de entendimento prevê também a elaboração pelo Conselho de Administração de um plano
de atividades para aquele período de tempo, tema esse que não chegou a ser abordado nesta reunião. Ao novo conselho de administração da SRU do Porto caberá a elaboração de um Plano de Atividade com vista “à obtenção do reequilíbrio económicofinanceiro da empresa, garantindo assim a eficiente reabilitação urbana nas áreas de intervenção” daquela entidade, refere o memorando Como objetivos essenciais do plano são estacados a redução de custos de funcionamento, nomeadamente com pessoal, definição da estratégia de reabilitação e a limitação de novos investimentos, ficando estes condicionados à valorização e rentabilização dos atuais. A próxima assembleia-geral ficou marcada para hoje, pelas 15h00, dia em que se prevê que sejam aprovadas as contas de 2013.
PSP deteve sete pessoas
A PSP do Porto deteve sete pessoas durante a noite de segunda e a manhã de ontem, no âmbito de uma operação policial de fiscalização rodoviária e de combate ao consumo e tráfico de estupefacientes. A operação, desenvolvida através do efetivo da 1.ª Divisão Policial, decorreu entre as 21h00 de segunda-feira e as 08h00 de ontem e teve “como objetivo a prevenção e combate ao consumo e tráfico de estupefacientes assim como a fiscalização rodoviária de forma a promover o sentimento de segurança junto dos cidadãos”, refere comunicado do Comando Metropolitano do Porto da PSP. Durante a operação foram detidos sete pessoas – cinco por tráfico de estupefacientes e dois por condução sob o efeito de álcool – e identificados 20 cidadãos no âmbito do combate ao consumo e tráfico de estupefacientes. A PSP procedeu ainda à fiscalização de 102 condutores e respetivas viaturas, tendo todos s condutores sido submetidos ao teste de álcool no sangue. Foram apreendidas 223 doses de haxixe, 22 doses de cocaína, 11 doses de heroína, duas doses de liamba e 46 doses de anfetaminas. PSP em Vilar de Andorinho
Habitantes contra encerramento do posto
Habitantes da freguesia de Vilar de Andorinho, em Gaia, entregaram um abaixo-assinado contra o encerramento do posto da PSP local e pela construção de uma nova esquadra. O documento, assinado por “mais de 500 pessoas”, foi entregue, às 10h30, na Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, revelou Marta Costa, porta-voz dos signatários. “A existência de policiamento de proximidade é uma necessidade sentida pela população de Vilar de Andorinho e um seu direito”, refere o abaixo-assinado. Segundo Marta Costa, “o que a população mais estranha é o silêncio por parte da Junta de Freguesia de Vilar de Andorinho e da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia”. “Queremos uma resposta”, sublinhou a responsável, que garantiu que a comunidade não irá ficar parada…
regiões
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Câmara de Alenquer preocupada com quartel da GNR exige medidas do MAI
Instalações “sub-humanas” Tribunal de Ponta Delgada
Jovem julgado por esfaquear colega O Tribunal de Ponta Delgada inicia, hoje, o julgamento de um jovem acusado de ter desferido um golpe com uma navalha a outro à saída de uma discoteca após uma festa de finalistas de uma escola secundária. Este caso remonta à madrugada de 6 de agosto de 2011 quando o ofendido estava com “um grupo de amigos, numa festa de finalistas” de uma escola secundária de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, e os dois rapazes ter-se-ão envolvido num “desentendimento”. O Ministério Público acusa o jovem de um crime de ofensa à integridade física qualificada.
Garante Carlos Humberto
Oficinas da EMEF continuam no Barreiro
O presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, afirmou que a presidente administração da EMEF confirmou que as oficinas ferroviárias vão continuar no concelho, podendo mesmo alargar a sua atividade. “No fundo veio confirmar uma coisa que nós, há muito, vínhamos propondo e, já sabíamos que estava encaminhado, mas é importante que a presidente o tenha feito: que as oficinas vão continuar, que vão diversificar a sua atividade e, daquilo que conhecemos, eventualmente, vão aumentar postos de trabalho. Isto é uma excelente novidade”, afirmou.
Tutela admitiu estar “consciente das condições”, motivo pelo qual “têm sido realizadas reuniões no sentido de encontrar uma solução”. Mais de meia centena de militares da GNR de Alenquer trabalha em instalações “sub-humanas”, onde chove e existe muita humidade, afirmou, ontem, o presidente da Câmara municipal, que exigiu soluções ao Ministério da Administração Interna. Pedro Folgado (PS) que, nas últimas semanas visitou as instalações do Posto e do Destacamento da GNR de Alenquer em conjunto com outros dirigentes socialistas, disse que “chove lá dentro e as infiltrações são visíveis em todo o edifício”, concluindo tratar-se de “condições muito deterioradas e sub-humanas”. Contactada, a tutela admitiu estar “consciente das condições”, motivo pelo qual “têm sido realizadas diversas reuniões, envolvendo a GNR, o MAI, a Direção Geral de Infraestruturas e Equipamentos e o município de Alenquer no sentido de encontrar uma solução”. Além disso, é um espaço de tal modo “exíguo” que existe apenas um quarto para os militares do sexo feminino, com dois beliches e cinco camaratas, as mais altas das quais ficam muito próximas do teto. “Na última
Alenquer. Destacamento da GNR de Alenquer funciona em instalações que são cedidas pela Câmara e que foram uma antiga prisão
camarata, tem de se ser muito magro para conseguir lá dormir”, sublinhou o autarca, adiantando ainda que a janela do quarto “é tapada com um cobertor à falta de estore”. “Isto preocupa-me e tenho vindo a encontrar pelo menos uma alternativa para os militares dormirem, porque estão a respirar aquela humidade toda”, realçou. Segundo o autarca, o edifício “não está adaptado a pessoas com mobilidade reduzida” e o atendimento ao público é feito
em “condições muito primárias”. O Destacamento e o Posto Territorial da GNR de Alenquer funcionam em instalações que são cedidas pela Câmara e que já foram uma antiga prisão, na zona mais antiga da vila, com ruas apertadas e de difícil acesso. Na reunião com o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, o autarca mostrou disponibilidade para ceder um terreno, com vista à construção de um novo edifício.
Apesar de a construção de novas instalações estarem, desde 2008, entre as compensações pela deslocalização do concelho do projeto do Aeroporto Internacional de Lisboa, a construir na Ota, “não estão entre as prioridades”. De acordo com o MAI, “ainda não está definida a solução a adotar”, mas espera ter concluído “nos próximos meses os estudos e projetos”. O Destacamento é responsável pelos postos de Alenquer, Azambuja e Cadaval.
Quercus alerta para dias de feriados
“Cuidado com praias no norte e no centro” A Quercus alertou, ontem, que a época balnear começa no domingo em muitas praias, principalmente no norte, e nas águas interiores só a 1 de julho, e os portugueses que vão aproveitar o fim de semana devem estar atentos. “A época balnear começa a 15 de junho na maioria das praias e é domingo. Para os municípios como Lisboa, em que sextafeira é feriado, é necessário ter em atenção se forem para norte e centro” para questões “como a segurança, a vigilância ou o controle de qualidade da água, que não terão de estar a funcionar na
Alerta. Época balneária só abre domingo ou dia 1 de julho e Quercus pede cuidado aos banhistas
sexta-feira nem no sábado”, disse Francisco Ferreira, da Quercus. O ambientalista lançou um alerta principalmente para as praias interiores em que a época balnear só irá começar a 1 de julho. Portugal tem “543 zonas balneares e a Quercus vê com grande satisfação que há apenas duas praias [interiores] que se apresentam com má qualidade, a de Prado Faial, em Vila Verde, e Navarra, em Braga”, apreciação que resulta da análise dos dados da Agência Europeia do Ambiente. No entanto, “do total, 23 não estão classificadas, ou porque são praias novas ou porque
os dados ainda estão em avaliação”, segundo Francisco Ferreira. Os ambientalistas estão satisfeitos, mas Francisco Ferreira apontou a existência de “falhas de saneamento básico e de problemas com a gestão da bacia hidrográfica”, recordando que o objetivo é que em 2015 não haja qualquer praia com má qualidade. Em relação à qualidade da água balnear, o técnico da Quercus defendeu “a informação tem de ser dada ao público e estar presente na praia de forma clara, explícita e atualizada, mas também deve ser dada à escala nacional”.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
Dia de Portugal marcado pela indisposição de Cavaco Silva
Presidente assistido na Guarda O Presidente da República sentiu-se mal nas comemorações oficiais do 10 de Junho, que decorreram na Guarda, tendo recuperado “rapidamente” e apelado, num discurso posterior, a um “entendimento partidário de médio prazo”. O chefe de Estado sentiu-se mal no seu discurso na cerimónia militar do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, tendo durante cerca de meia hora sido assistido devido a uma “reação vagal” (uma das causas mais comum de desmaio), da qual “recuperou rapidamente”, nunca tendo perdido a consciência, informou o médico que o assistiu. Sem qualquer referência ao motivo da interrupção, Cavaco Silva retomou posteriormente o discurso onde o tinha deixado. As cerimónias foram temporariamente suspensas e os jornalistas foram afastados do local onde estavam, perto do local onde o chefe de Estado esteve a ser assistido, sendo encaminhados pela segurança para
CAVACO SILVA. O Presidente da República sentiu-se mal quando discursava na Guarda e teve de receber assistência durante cera de meia hora longe do local. O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas interveio, depois, a informar que o Presidente da República iria regressar “dentro de momentos”, tendo pedido na ocasião aos que estavam a “perturbar as cerimónias” que mostrassem “respeito pelas comemorações”. No começo do discurso do Presidente, um grupo de manifestantes que estava na assistência começou a assobiar, a fazer ruído com apitos e a gritar ‘Governo para a rua’, sendo que no regresso de Cavaco Silva após a indisposição – e depois da chamada de atenção do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas – foram escutados diversos aplausos por parte dos populares. A indisposição de Cavaco fez lembrar o dia da tomada de posse de António Guterres, em 1995, quando o então primeiro-ministro cessante se
sentiu também mal por alguns momentos. Ontem, e já num discurso posterior, o Presidente da República alertou para o “preço muito elevado” que se poderá pagar se um entendimento partidário continuar a ser adiado, apontando o período até à discussão do Orçamento como o indicado para “o tempo de diálogo”. “Os desafios que temos diante de nós, de todos nós, só podem ser vencidos através de uma cultura de compromisso. Adiar por mais tempo um entendimento partidário de médio prazo sobre uma trajetória de sustentabilidade da dívida pública e sobre as reformas indispensáveis ao reforço da competitividade da economia é um risco pelo qual os portugueses poderão vir a pagar um preço muito elevado”, afirmou Cavaco Silva. O Presidente da República apon-
tou ainda 2014 como o ano em que Portugal conquistou “o direito a ter esperança”, mas recomendou atenção para não se repetir uma “situação explosiva” e pediu para que se olhe o futuro sem “ilusões”. Nas reações ao discurso, o secretário-geral do PS, António José Seguro, considerou que “todos os compromissos são bons” para Portugal, advogando que o PS tem “insistido que a base para esse compromisso tem que ter uma prioridade: o crescimento da nossa economia e a criação de emprego no nosso país”. Já o antigo comissário europeu António Vitorino, condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, concordou que o apelo para um entendimento partidário preconizado pelo Presidente da República “faz todo o sentido”, mas defendeu também uma convergência social. Pelo CDS-PP, a vice-presidente do partido Caeiro declarou esperar que seja “concretizável” um entendimento entre as forças políticas do ‘arco da governabilidade”, tal como o Presidente da República. Na sessão solene na Guarda, o presidente da Comissão Organizadora do Dia de Portugal, Silva Peneda, considerou que o país precisa de outro modelo de investimento e de medidas de discriminação positiva “a favor do interior”. “O país precisa de outro modelo, baseado em muito e bom investimento, capaz de gerar alto valor acrescentado em bens e serviços transacionáveis, com empresas sólidas e sustentáveis, tanto do ponto de vista económico como ambiental”, concluiu Silva Peneda.
Protestos deixam Presidente da República indisposto
Sindicatos exigem “demissão do Governo” Cerca de três centenas de manifestantes protestaram, na Guarda, no momento em que o Presidente da República discursava na cerimónia militar do dia 10 de Junho e se sentiu mal. “O protesto foi para pedir a demissão do Governo, tendo em conta o ataque às funções do Estado, encerramento das escolas e contra a destruição do Serviço Nacional de Saúde”, explicou Honorato Robalo, dirigente sindical da CGTP. Segundo o sindicalista, participaram no protesto, promovido pelo Movimento Sindical Unitário afeto à CGTP, “cerca de três centenas de pessoas, a maior parte professores, enfermeiros e elementos de movimentos
comunitários e contra as portagens” nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador). Honorato Robalo disse ainda que o protesto foi realizado no momento do discurso de Cavaco Silva, alegando que “o Presidente da República devia destituir” o atual Governo “uma vez que houve oito momentos em que as decisões do Governo foram consideradas inconstitucionais”. Cavaco Silva “disse que iria fazer cumprir a Constituição da República e era seu dever demitir o Governo”, acrescentou o mesmo dirigente sindical. Quando começou o discurso do Presidente, os manifestantes que estavam na assistência começaram a
assobiar, a fazer ruído com apitos e a gritar ‘Governo para a rua’. Também exibiam pequenos cartazes com mensagens como “Governo Rua” e “Presidente incompetente. Deixe o seu palácio para melhor gente”. O Presidente da República sentiu depois uma “reação vagal”, uma das causas mais comuns de desmaio, da qual “recuperou rapidamente”, nunca tendo perdido a consciência, explicou o médico que o assistiu. A indisposição de Cavaco Silva foi notada pela assistência, mas dada a distância, algumas pessoas apenas se aperceberam “da paragem no discurso” e da “confusão”. “Do sítio onde estava não consegui ver nada.
Apenas me apercebi que houve uma quebra no discurso e depois soube que o Presidente da República se tinha sentido mal”, contou Paulo Canelas. Referiu que naquele momento se gerou “a preocupação normal” relacionada com um episódio desta natureza. “Estávamos a assistir a um momento festivo e houve o receio de que fosse quebrado, mas rapidamente nos apercebemos que não foi nada de grave e a cerimónia foi retomada”, concluiu. Joaquim Matos referiu que assistiu a “uma confusão” na altura em que Cavaco Silva discursava e surgiram “protestos contra o Governo”.
PS e as declarações de Teresa Leal Coelho
“Ataques intoleráveis”
O PS acusou ontem a vice-presidente do PSD Teresa Leal Coelho de fazer “ataques pessoais intoleráveis” aos juízes do Tribunal Constitucional (TC), reclamando a intervenção do Presidente da República para dizer que “as instituições mantêm o seu regular funcionamento”. “Estão a ser atacadas as instituições do Estado. Ninguém está acima de qualquer crítica, mas o que estamos aqui em presença é de um ataque pessoal, de uma ameaça pessoal, aos juízes do TC”, disse o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro. O parlamentar falava depois de Teresa Leal Coelho ter defendido nas cerimónias do Dia de Portugal na Guarda, que quem exerce cargos em órgãos de soberania deve estar disponível para o escrutínio e para serem “observados e analisados do ponto de vista jurídico ou político”. Para José Junqueiro, a vice-presidente do PSD parece agir como “cúmplice daqueles que atuam fora da lei”, dizendo o socialista que o PSD e o Governo “julgaram que tinham comprado a consciência dos juízes e a sua independência”. “Isso é algo de absolutamente inaceitável”, prosseguiu o dirigente do PS, lamentando a “escalada de violência verbal” contra os juízes do TC. Jerónimo de Sousa defende em Santarém
“Presidente deve convocar eleições antecipadas”
O secretário-geral do PCP diz que o Presidente da República “não pode assistir passivamente” ao “conflito institucional” que opõe o Governo ao Tribunal Constitucional, devendo convocar eleições antecipadas. “O Presidente da República não pode assistir passivamente ao desenvolvimento desta situação de claro confronto e conflito institucional, porque isso, em correspondência com o juramento que fez de cumprir e fazer cumprir a Constituição, do nosso ponto vista, era motivo para a demissão deste Governo e a convocação de eleições antecipadas”, afirmou Jerónimo de Sousa, durante uma visita à Feira Nacional da Agricultura, que decorre em Santarém até domingo. O líder comunista lamentou “mais um ataque descabelado” do PSD aos juízes do Tribunal Constitucional, “com ameaças sancionatórias”, numa referência à dirigente social-democrata Teresa Leal Coelho.
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Ministra das Finanças admite hipótese mas diz que decisão não está tomada
Governo pondera prescindir do último cheque Caso não esteja resolvida até ao final do mês clarificação do TC, ministra reconhece que pode haver uma extensão técnica do programa. Oli Rehn não espera facilidades para País
“Decisões duras” O comissário europeu dos Assuntos Económicos elogiou, ontem, as “decisões difíceis que tiveram de ser tomadas” em Portugal nos últimos três anos, defendendo que, para consolidar aquilo que foi alcançado, será necessário continuar a tomar “decisões duras”. Rehn, que falava no Fórum Económico de Bruxelas, no qual participa também a ministra das Finanças, dirigiu-se durante a sua intervenção a Maria Luís Albuquerque para dar conta da sua “grande admiração pelas muitas decisões difíceis que tiveram de ser tomadas, e pelos esforços feitos pelo povo português, ao longo dos últimos três anos, de forma a ‘dar a volta’ à economia” do País. Com base nas melhorias registadas ao nível da competitividade, estabilidade financeira e finanças públicas, sustentou, “Portugal experimenta hoje uma retoma económica moderada e descida do desemprego”. “Estamos todos conscientes de que segurar e desenvolver estes feitos continuará a envolver decisões duras”, advertiu. As perspetivas de recuperação económica para Portugal mantêm-se positivas, tal como para a generalidade dos países da zona euro, segundo os indicadores compósitos avançados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
A ministra das Finanças admitiu, ontem, em Bruxelas, que o Governo “pode ponderar a hipótese” de prescindir da última tranche dos empréstimos concedidos no quadro do programa de assistência financeira, mas reiterou que não há ainda decisões tomadas. Em declarações à imprensa portuguesa, à margem de um «Fórum Económico» na capital belga, Maria Luís Albuquerque, questionada sobre se Portugal pode passar sem o último “cheque” da ‘troika’ – em suspenso até à adoção de medidas alternativas àquelas chumbadas pelo Tribunal Constitucional -, admitiu que sim e que é uma possibilidade que pode ser ponderada pelo Governo. “Poder, pode… Podemos ponderar essa hipótese, mas não há decisões ainda, ainda estamos a ponderar o que fazer”, disse, apontando por diversas vezes que o Governo desconhece ainda “a dimensão do problema” que tem para resolver. Na segunda-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu que o Governo não tenciona reabrir o programa de assistência económica e financeira, que ficou concluído a 17 de maio, apontado que aquilo que está em causa é apenas o pagamento da última tranche de empréstimos que deveriam ter sido canalizados para Portugal na sequência da 12.ª avaliação, tendo Maria Luís Albuquerque especificado que em causa estão “pouco mais de 2 mil milhões de euros”. A ministra das Finanças insistiu que não existem negociações concretas em curso com a «troika» sobre medidas alternativas, pois, insistiu, o Governo desconhece ainda a dimensão das consequências dos chumbos do Tribunal. “Nós não estamos a negociar nada. Nós estamos a ponderar o que é que pode ser feito em termos de programa. Mas, como já foi dito, nós ainda não conhece-
mos a dimensão do problema para podermos encontrar uma solução. Portanto, nesse sentido, não podemos negociar solução nenhuma”, disse, reforçando que “não há nenhuma solução em cima da mesa”. A ministra sublinhou que, independentemente do programa de assistência financeira, há outros compromissos que o País deve respeitar, pelo que terá sempre de encontrar medidas compensatórias. “Os nossos compromissos em termos de metas não são só no âmbito do programa, são também no âmbito do tratado orçamental”, que é “independente do programa”, realçou. Também, ontem, a Comissão Europeia disse que “compreende” que Portugal queira “clarificar” a legalidade das medidas antes de as substituir, mas alerta que “naturalmente, isso influencia” o desembolso da tranche final do empréstimo concedido a Portugal. Num esclarecimento, o porta-voz Simon O’Connor, afirmou que “a Comissão permanece em contacto próximo com o Governo português em relação às implicações da última decisão do Tribunal Constitucional”. Resposta coordenada
Portugal. Ministra das Finanças afirmou que “não se pode pensar que a crise acabou” porque os mercados parecem ter estabilizado
Apesar do feriado
Bolsa de Lisboa fecha sessão a valorizar 0,74%
O índice de referência da bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou, ontem, a valorizar 0,74% para 7.445,36 pontos, com os títulos da Altri e da Portugal Telecom a registarem os maiores ganhos da sessão. Entre as 20 cotadas que compõem o PSI20, treze valorizaram, seis perderam valor e uma fechou inalterada (Mota-Engil, nos 6,25%). A liderar os ganhos
estão as ações da Altri, que apreciaram 5,56% para 2,44 euros. Entre os «pesos pesados», a Portugal Telecom avançou 4,08% para 2,98 euros e o retalhista Jerónimo Martins apreciou 1,16% para 12,66 euros. Por outro lado, os juros da dívida de Portugal desceram a dois anos, atingindo mínimos históricos, e subiram ligeiramente a cinco e 10 anos. Às 08h30 de ontem, os juros a 10 anos estavam a negociar-se no mercado secundário a 3,372%. No prazo a cinco anos, os juros estavam a subir para 2,134%.
Por outro lado, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou em Bruxelas que “não se pode pensar que a crise acabou” porque os mercados financeiros parecem ter estabilizado, considerando que a resposta à crise “tem de ser coordenada”. A ministra começou a sua intervenção a enumerar “aquilo que correu mal”, destacando que Portugal enfrenta os mesmos desafios que os outros países – “uma população envelhecida, perda de competitividade, necessidade de reformas estruturais e uma fragmentação financeira severa” – a que acrescem “desafios adicionais por ser um país periférico”. Maria Luís Albuquerque deixou ainda um recado para a Europa: “esta crise demonstrou que o enquadramento institucional europeu não era suficientemente forte”. A governante referiu-se ainda à necessidade de potenciar o crescimento para responder às expectativas das pessoas, mas alertou que é preciso “fazer as pessoas perceber aquilo que é realista e aquilo que não é”.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
Selecção nacional chega hoje ao Brasil e primeiro treino realiza-se amanhã
Campinas recebe sonhos de Portugal Seis mil ingressos disponibilizados gratuitamente e pela internet, para o treino, esgotaram em menos de seis minutos. O público que irá assistir ao primeiro treino aberto de Portugal no Brasil, amanhã, começou ontem a levantar os ingressos, com a esperança de ver de perto Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo. O treino ocorrerá às 10h30 horas locais (14h30 em Lisboa), no Estádio Moisés Lucarelli, da equipa Ponte Preta. Os seis mil ingressos disponibilizados gratuitamente e pela internet, a 5 de junho, esgotaram em menos de seis minutos. “Sou fã do Cristiano Ronaldo desde o Euro2004. Espero que ele esteja bem e possa, pelo menos, treinar mais, para nós vermos”, afirmou o funcionário público Bruno Rezende, 23 anos, que irá ao treino aberto com um primo. Rezende, que mora na cidade de Limeira (no interior de São Paulo, assim como Campinas), andou ontem quatro quilómetros, até ao estádio, para levantar seu bilhete. “Foi difícil conseguir, mas valeu a pena. Abri quatro pestanas no meu navegador e acordei bem cedo. Enquanto não vinha a resposta, foi um desespero”, disse, acrescentando que a caminhada valeu a pena. O estudante Renan Quinaia Jacinto, de 12 anos, também afirmou querer ver Ronaldo. “Quero que ele treine, mas também queria muito conseguir um autógrafo”, disse, ao lado do pai e com seu ingresso nas mãos. O estádio da Ponte Preta tem capacidade para 19.221 pessoas, mas o treino aberto só permitirá a entrada de 10 mil, segundo Elias Rodrigues da Silva, administrador do local. Não foi preciso fazer mudanças estruturais no local, mas o relvado foi cortado no padrão exigido, de 19 milímetros. O esquema de segurança de Campinas para o Mundial2014 terá cerca de 300 polícias militares, além de agentes federais e do exército. Há outro treino aberto previsto para 18 de junho.
A seleção portuguesa viajou logo após o jogo contra a Irlanda para o Brasil, estando a chagada prevista para as 10h00 horas (14h00 em Lisboa) de hoje, a Campinas, local escolhido para funcionar como quartel-general durante o torneio, que se vai realizar naquele país sul-americano entre amanhã e 13 de julho. Portugal integra o grupo G do Mundial2014, em conjunto com a Alemanha, frente à qual se vai estrear, a 16 de junho, em Salvador, os Estados Unidos, que defrontará a 22, em Manaus, e o Gana, último adversário na primeira fase de prova, a 26, em Brasília. Apostas «desvalorizam» Portugal
Mundial2014. Seleção às 10h00 horas (14h00 em Lisboa) de hoje a Campinas, local escolhido para funcionar como quartel-general
Críticas de Maradona
“FIFA é um poder feio e está a comer a bola”
O ex-internacional argentino Diego Maradona, um dos melhores futebolistas mundiais de sempre, considera que a FIFA “está a comer a bola”, em referência aos ganhos que o organismo tem com o Mundial de futebol. “A FIFA é um poder feio. Porque é que ganha 4 mil milhões de dólares e o campeão ganha 35 milhões, há uma diferença inacreditável. Todos
têm de saber isso. A multinacional [FIFA] está a comer a bola”, disse «El Pibe» na estreia de um programa televisivo. Maradona, que divide o programa da Telesur com o jornalista uruguaio. A antiga estrela disse ainda que a competição, que tem início na quinta-feira, tem tudo para ser um “grande Mundial”, mas que não pode esquecer-se das pessoas. “Sou um adepto da Dilma [Rousseff], mas o cimento levou muitas pessoas que não devia ter levado. Se tivessem feito as coisas de uma outra forma já estaríamos em ‘campo’”, justificou.
Portugal é a nona equipa da lista de favoritos ao Mundial2014 e Cristiano Ronaldo é ultrapassado por Messi e Neymar na luta pela Bola de Ouro e de melhor marcador, para o mercado de apostas desportivas. O prestigiado sítio Bet365, um dos mais utilizados em todo o Mundo, coloca a seleção portuguesa longe dos possíveis vencedores da prova. Portugal apresenta uma «odd» de 29.00 por cada euro apostado, um valor bem mais alto do que o dos principais favoritos. O Brasil, candidato número 1, tem uma probabilidade de 4.00 e é seguido pela Argentina, com 5.00, a Alemanha, com 7.00, e a Espanha, atual campeã mundial, que apresenta 7.50. A Costa Rica é mesmo a seleção que tem menos probabilidades de levantar o troféu no dia 13 de julho e, por isso, oferece uma «fortuna» de 2.501 por cada euro apostado. Para chegar à final, que se vai disputar no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, a seleção lusa tem uma odd de 13. A nível individual, para o mercado de apostas, Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid, perde em todos os níveis para Lionel Messi (Argentina) e Neymar (Brasil), ambos futebolistas do FC Barcelona. O argentino é o principal candidato a melhor marcador da prova, com uma «odd» de 8.50, seguido do jogador «canarinho», com 11.00, e só depois aparece o «capitão» da seleção lusa, com 15.00.
Seara decide afastar-se de processo eleitoral
Sai mas não convencido Fernando Seara anunciou, ontem, em comunicado, que vai afastar-se do processo eleitoral da Liga Portuguesa de Futebol, embora considere que a justificação apresentada para a rejeição da sua candidatura não tem suporte legal. “Não posso deixar de expressar a minha profunda indignação relativamente aos fundamentos de rejeição da lista por mim apresentada, os quais não têm qualquer suporte regulamentar e violam frontal e gravemente o direito associativo”, lê-se em comunicado subscrito pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Sintra. Na segunda-feira, o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga, Carlos Pereira, rejeitou as candidaturas de Fernando Seara e Rui Alves e apenas admitiu a lista encabeçada por Mário Figueiredo, atual presidente daquele organismo, para as eleições que estão marcadas para hoje. “Sem prejuízo desta imensa indignação que não posso - nem admito - esconder ou branquear, quero comunicar que, perante todos os acontecimentos que pretenderam envolver o meu nome, decidi que, honrando a minha dignidade pessoal, não posso permanecer ligado a estas eleições e a estes acontecimentos”, afirmou Seara, ex-presidente da Câmara Municipal de Sintra e atual vereador em Lisboa.
Quarta-feira, 11 de Junho de 2014
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O ESTÁDIO NACIONAL DE 1944 A 2014 O Estádio Nacional, uma das obras de Duarte Pacheco, simboliza uma época já que na monumentalidade do seu granito, independentemente dos gostos, está incrustada a ideia de um tempo e a filosofia de um regime. Chegou a ser considerado a “jóia da coroa” do desporto nacional, o “cartão-de-visita” do nosso Gustavo Pires* desporto, um espaço de comunhão entre a liderança do País e as populações, na medida em que, em 1933, aquando do I Congresso dos Clubes Desportivos, foi o próprio Movimento Desportivo que, entre outras coisas, pediu a Salazar a construção de um grande estádio que dignificasse o desporto e o País. E assim aconteceu. Aquando da sua inauguração a 10 de Junho de 1944, a ideia do estádio, do hipódromo, do ténis, do INEF, da marina, da estação fluvial e de comboios dava ao projeto uma lógica de desenvolvimento que o projetava no futuro. Aquela era bem a obra de um homem que não admitia improvisações. Dizia Oliveira Salazar na altura da trágica morte de Duarte Pacheco: “o engenheiro Duarte Pacheco detestava as improvisações e os expedientes, como indignos da seriedade, da inteligência e da gravidade do tempo”. Os tempos mudaram. E como mudaram, nos últimos trinta anos, o Estádio nacional tem sido palco dos maiores impropérios. A Secretaria de Estado do Desporto chama-lhe pomposamente “mudança de paradigma”. Contudo, o que se tem verificado a mais profunda irresponsabilidade. A gravidade do tempo simbolizada por todo aquele monumental bloco de granito foi substituída por uma cultura que esquece a história e despreza o futuro. Em consequência, hoje, o Estádio Nacional reflete bem o que têm sido as políticas públicas em matéria de desporto. De leviandade em leviandade, transformaram aquela área que devia ser um grande centro de recreio e de lazer da região de Lisboa numa infraestrutura que pela desorganização, desleixo e desperdício só envergonha o País. Plastificaram o granito do estádio; espetaram-lhe quatro torres de iluminação; construíram lagos ou laguinhos que não servem para coisa nenhuma; abarracaram com “comes e bebes” o corte central do ténis; construíram novas instalações desportivas que são simplesmente uma agressão paisagística; transformaram as vias de circulação em escapatórias alternativas ao trânsito da autoestrada para Lisboa; implantaram uma pista de “cross” para satisfazer alguns egos e as moscas; perante os mais variados lamentos uns pândegos insistiram em lá manter a feira abarracada que é o “Estoril Open”; projetaram uma nave megalómana e acabaram por construir uma piscina mal-amanhada; rebentaram com a estação de comboios; uns pândegos que hoje militam no nosso triste nacional olimpismo quiseram transferir para lá as oficinas de manutenção dos comboios da linha do Estoril; gastaram milhões de euros sem que hoje o Estádio Nacional apresente a mínima dignidade. Finalmente, em nome do demagógico “golfe para todos” construíram um campo de golfe que segundo consta vai servir para viabilizar um hotel (200 quartos) e um aparthotel (200 apartamentos), para além de também satisfazer uma certa burguesia endinheirada que pratica a modalidade mais por “status” do que por amor ao desporto. A única voz que se levantou contra este estado de coesas foi a da deputada Ana Drago do Bloco de Esquerda que e tempos apresentou um requerimento de protesto à Assembleia da República que, no fundo, lembrava ao Governo do Bloco Central as palavras de Salazar, isto é, “as improvisações e os expedientes são indignos da seriedade, da inteligência e da gravidade do tempo”.
Retângulo de 45 por 30 metros no Parque das Nações
Bandeira de tampinhas para apoiar Seleção nacional Toneladas de pequenas tampas de plástico foram juntas por crianças e alguns adultos para formar no chão do Parque das Nações uma enorme bandeira de Portugal, para apoiar a seleção nacional, obter cadeiras de rodas e promover a reciclagem. Desde cedo, de manhã, começaram a juntar-se os voluntários, principalmente crianças, de escolas e de grupos de escuteiros, mas também agentes da PSP, entidade da qual partiu a ideia de recolher tampinhas com as cores da bandeira de Portugal. Depois de os mais velhos terem feito o centro da bandeira, a parte mais difícil, os mais novos espalharam as pequenas tampas verdes e vermelhas ao longo do retângulo de 45 por 30 metros, usando “os pés e vassouras para nivelar”, como descreveu Margarida, escuteira de 12 anos de um agrupamento do Parque das Nações, em Lisboa. “É para dar apoio à seleção nacional [no Mundial de Futebol], para participar no Guiness, o que vai dar visibilidade ao país e prémios, mas também vai reverter para cadeiras de rodas”, explicou a mesma criança. A iniciativa da PSP, com apoio das juntas de freguesia dos Olivais e do Parque das Nações, da Meio Arena, do Aki, da Associação Abraço Positivo e de alguns grupos de escuteiros desta área de Lisboa, levou à recolha de tampas de plástico. “Foram muitos os parceiros que colaboraram voluntariamente na mobilização das pessoas para esta causa
comum, para alertar para a reciclagem, com o símbolo das tampinhas, convertíveis [em cadeiras de rodas], e tentar entrar no Guiness”, explicou Rui Costa, do comando metropolitano de Lisboa da PSP. Questionado acerca da polémica vindo a público em maio, com os sindicatos da polícia a denunciarem que os agentes da PSP tinham recebido ordens para participar na iniciativa, no tempo de serviço e de folga, Rui Costa disse que foi aberto um inquérito para esclarecer a situação. “Desde o início, o projeto foi mobilizar a sociedade civil e os polícias, mas em regime de voluntariado, nos dias de folga”, salientou. Diogo, de 12 anos, veio com o amigo Gonçalo, de 13 anos, que se inscreveu na sua escola, no Parque das Nações, porque considera ser importante reciclar “para gastar menos e não poluir o ambiente”. Para Gonçalo, “como 10 de junho é o Dia de Portugal, é oportuno alertar o pais
para dar a quem necessita, como acontece através das tampinhas”. O aquecimento global foi a referência apontada para justificar a necessidade de reciclar e evitar a poluição por Isabel de 13 anos, que veio com a amiga Joana cuja mãe é agente da polícia. O apoio à seleção, que “muda muito o esforço dos jogadores”, e a importância da reciclagem foram os pontos mais referidos pelos pequenos voluntários, embora nem todos façam a seleção do lixo em casa. Mas, “a caridade” também foi uma razão “porque as pessoas não têm todas as mesmas possibilidades e, assim, sentem-se mais apoiadas”, como disse a escuteira Francisca, de 13 anos. À volta da megabandeira estavam muitos agentes da PSP, uns fardados e outros não, e outras personalidades públicas, como os ex futebolistas Futre e Shéu, e no espaço foram realizadas outras atividades como a demonstração dos cães do Grupo Operacional Cinotécnico.
Seguro diz que “todos os compromissos são bons para o país”
“Crescimento e criação de emprego” O secretário-geral do PS considera que “todos os compromissos” são “bons” para o país, após o apelo para um entendimento partidário defendido pelo Presidente da República. “Todos os compromissos, em sentido abstrato são bons. Quem é que não quer fazer compromissos para bem do nosso país”, declarou aos jornalistas na Guarda, no final da sessão solene comemorativa do 10 de Junho. No entender de António José Seguro, “a questão coloca-se em concreto: isto é, qual é a base para esse compromisso”, referindo que o PS tem “insistido que a base para esse compromisso tem que ter uma prioridade: o crescimento da nossa economia e a criação de emprego no nosso país”. “E esse tem sido o consenso que tem sido gerado na sociedade portuguesa e, portanto, como é sabido, há aí uma divergência em relação ao atual Governo que coloca no empobrecimento a sua principal prioridade”, referiu. Para o líder nacional do PS, “cortes
e mais cortes não são solução” como “infelizmente os portugueses têm sentido”. “Por isso, os compromissos que têm que ser feitos, têm que ser feitos nesta base do crescimento da nossa economia, em consolidação sustentável das nossas contas públicas e não como tem existido este aumento de dívida pública”, declarou. Seguro lembrou ainda que, na sequência do terceiro chumbo do Orçamento de Estado por parte do Tribunal Constitucional, propôs que o Presidente da República “convide todos os partidos políticos com assento parlamentar para uma discussão séria e aprofundada sobre os problemas que o país tem à nossa frente”. “Considero inaceitável que em democracia o Governo tenha feito compromissos com a ‘troika’ que não sejam do conhecimento dos portugueses. Isto não pode ser assim. E, perante os problemas que nós temos que são, de facto, profundos, como o senhor Presidente disse, é muito importante que se criem condições
para que todos possam expressar as suas opiniões e se faça um consenso em torno daquilo que são as prioridades de que os portugueses precisam”, acrescentou. O líder do PS referiu também que primeiro-ministro “insiste em cortes e mais cortes” e o PS considera “que essa não é a solução”. Para o PS a saída tem que ser encontrada “não em belas palavras mas numa proposta muito concreta e numa proposta muito séria”. Seguro referiu que já no passado pediu, “por duas ou três vezes”, audiências ao Presidente da República. “Neste momento o senhor Presidente da República não pode ficar pelas palavras, tem que agir. Eu considero que a situação grave do país exige da parte do senhor Presidente da República não apenas palavras, mas ação”, concluiu, sem antes deixar mais um reparo ao discurso de Cavaco Silva no Dia de Portugal: “É estranho que o Presidente da República não tivesse falado do interior e dos problemas do interior”.