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TAÇA DA LIGA REGRESSA BRAGA JOGA EM VILA DO CONDE A PENSAR NO ESTADO DO RELVADO

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 51

Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PRESIDENTE DEFENDE UTILIZAÇÃO MAIS EFICIENTE DOS RECURSOS NATURAIS

FUTURO INDUSTR!AL

n O Presidente da República defende o relançamento industrial, apontando a “indústria do futuro” como uma atividade capaz de conciliar as dimensões económicas, ambientais e sociais, repetindo o apelo ao investimento na investigação e desenvolvimento. “A produção industrial deverá basear-se numa utilização mais eficiente da energia e dos recursos naturais, com uma atenção mais responsável à segurança e à qualidade dos produtos e à sua relação com o ambiente”, destaca Cavaco Silva.

GAIA

Incêndio destruiu loja da Conforama e assustou moradores

MAU TEMPO

Mais de 70 estradas cortadas em todo o país devido a cheias

CASO BPP

João Rendeiro diz que tem dificuldades em entender a acusação


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

Incêndio destruiu loja da Conforama em Gaia

34.ª edição do Fantas

Câmara disponível para apoiar reconstrução O presidente da Câmara de Gaia diz estar disponível para apoiar a reconstrução da loja Conforama, que foi totalmente destruída num incêndio que deflagrou esta madrugada. Em comunicado, a Câmara de Gaia refere que o presidente irá levar à próxima reunião do executivo uma proposta de “isenção total de qualquer tipo de licenciamento num projeto de reconstrução da Conforama”, o que deseja que seja possível de concretizar “o mais rapidamente possível”. A Câmara anuncia também que o presidente Eduardo Vítor Rodrigues enviou já uma carta à administração da empresa mostrando preocupação com a destruição do estabelecimento e com “os postos de trabalho que podem ter ficado em causa na sequência do incêndio”. O autarca de Gaia garante ainda que “colocará ao dispor da empresa todos os meios necessários à reedificação da loja e do armazém” destruídos. O incêndio deflagrou cerca das 05h30 e destruiu aquela loja e o armazém de móveis, por causas ainda desconheci-

CHAMAS. Moradores da zona chegaram a temer o pior para as suas casas das. Quando os bombeiros chegaram ao local, as chamas já estavam a sair pela cobertura, o que indicava que o fogo já lavrava há algum tempo, informou o comandante dos Sapadores de Gaia, Salvador Almeida. A combater as chamas estiveram 46 bombeiros apoiados por 17 viaturas. A loja e o armazém de móveis, que vende igualmente eletrodomésticos, têxteis e outros artigos para o lar, empregam 40 pessoas. “Reabrir o mais breve possível”

Susana António, diretora ibérica de marketing da Conforama, refere que a

“prioridade” da cadeia de mobiliário é reabrir a loja de Vila Nova de Gaia que foi destruída por um incêndio de grandes dimensões. “Queremos reabrir a loja o mais breve possível, é a nossa intenção no dia de hoje”, afirmou a responsável, garantindo também que não haverá dispensa de trabalhadores. A mesma responsável salientou que os planos da empresa passam por “investir mais em Portugal, pela abertura de novas lojas”, embora agora a prioridade seja esta reabertura. “Valorizamos o nosso compromisso para com a região do Porto. Já a partir de amanhã começa-

mos a trabalhar para que no mais curto espaço de tempo possamos reabrir a nossa loja. Está fora de questão qualquer outra possibilidade”, frisou. A diretora de marketin disse que ainda não há dados concretos sobre o montante dos prejuízos e afirmou, em relação aos seguros, que “tudo está em ordem”. “Vamos apurar as causas do incêndio o mais rápido possível, para que seja tudo posto em andamento e para que possamos dar a volta à situação”, afirmou, referindo que elementos da direção se deslocaram já para Vila Nova de Gaia para perceberem no terreno o que se passou. Na comitiva seguiu também o responsável pelos Recursos Humanos “para conversar com os trabalhadores”, acrescentou, frisando: “Estamos ainda um bocado surpreendidos com isto tudo e estamos a dirigir-nos para o local para ter mais informação”. Susana António assegurou também que todas as encomendas feitas na loja de Gaia serão cumpridas dentro dos prazos previstos. “Queremos tranquilizar os nossos clientes de que nada está posto em causa porque os nossos serviços são centrais e, portanto, nenhuma informação foi perdida. Nos prazos previstos vão receber a sua mercadoria, vamos entrar em contacto com todos os clientes com encomendas”, explicou. Além disso, vai ser disponibilizado um número de telefone de apoio aos clientes, divulgado no ‘site’ da empresa, para que possam esclarecer todas as dúvidas.

Mulher detida em Gondomar

“Agenda mais eficaz e ambibiosa” misso com uma política industrial para o crescimento inclusivo na Europa”, o documento defende “uma atitude mais corajosa” neste sentido e uma “especial atenção” às economias do sul da Europa. Uma atitude a concretizar, quer através de “políticas nacionais e regionais”, quer de um “esforço coordenado a nível europeu, em particular através do Conselho de Competitividade da União Europeia” (UE). Para uma “reindustrialização bemsucedida” da Europa são apontados “cinco fatores chave”: a promoção da investigação, inovação e empreendedorismo no âmbito da European Research Area; a melhoria contínua de competências e conhecimento dos europeus; o acesso a níveis de financiamento adequados, em particular para as pequenas e médias empresas (PME); o avanço do mercado interno da UE e acesso aos mercados internacionais; e um ambiente regulatório de negócios mais favorável. Neste âmbito, os signatários comprometem-se a prosseguir políticas públicas “que impulsionem a investigação e a inovação” e a fomentar “parcerias indústria-educação para o de-

A 34.ª edição do Fantasporto, a decorrer entre 28 de fevereiro e 09 de março, vai contar com 53 filmes portugueses, sendo, segundo a organização, a primeira vez que Portugal está representado em todas as secções. Dos 53 filmes portugueses, dois são longasmetragens: “O Espinho da Rosa”, produção luso-guineense de Filipe Henriques, a concurso na secção Cinema Fantástico, e “Pecado Fatal” de Luís Diogo, que concorre na Semana dos Realizadores. “As outras presenças portuguesas nas competições internacionais do Fantas incluem as curtas-metragens ‘Project Gideon’, do estudante Fabrício de Carvalho, e ‘Blind Date’, da atrizrealizadora Cláudia Clemente, que se apresentam no Fantas Shorts, a competição destinada às curtas de cinema fantástico”, escreve a organização do Festival Internacional de Cinema do Porto, que ressalva que, por questões de critério, só não há presença portuguesa na secção Orient Express. Cinco curtas-metragens portuguesas são também candidatas ao prémio Cinema Português Manoel de Oliveira, que distingue o melhor filme nacional, acrescentando-se ainda as 44 curtas-metragens de oito escolas de cinema. No âmbito do cinema nacional, o Fantasporto vai homenagear o produtor Henrique Espírito Santo, que a organização do festival considera ter tido uma influência “marcante” no meio. Assim, vão ser exibidos “O Recado” de José Fonseca e Costa, “Veredas” de João César Monteiro, “O Bobo” de José Álvaro Morais, “Cerromaior” de Luís Filipe Rocha e “Hors Saison” de Daniel Schmid.

PSP Porto

Países do sul defendem “reindustrialização” da Europa

Portugal, Espanha, Itália e Comissão Europeia defenderam uma “agenda industrial mais eficaz e ambiciosa” com vista à reindustrialização da Europa, propondo políticas públicas de âmbito regional, nacional e europeu que a fomentem. “É essencial prosseguir ativamente a reindustrialização da Europa e aumentar as suas capacidades produtivas, especialmente num momento em que sinais económicos positivos estão a ser sentidos de forma consistente por todo o continente, em particular em Portugal, Espanha e Itália”, refere uma declaração conjunta da ministra da Educação, Universidade e Investigação de Itália, do ministro da Indústria, Energia e Turismo de Espanha, do ministro da Economia de Portugal e do vice-presidente da Comissão Europeia e comissário para a Indústria e Empreendedorismo. Apresentada na terça-feira aos chefes de Estado de Portugal, Espanha e Itália, a declaração foi lida agora pelo ministro da Economia de Portugal, António Pires de Lima, durante a sessão de encerramento do IX Encontro COTEC Europa. Considerando que “um dos principais objetivos políticos” na Europa deve ser “o compro-

Portugal representado em todas as secções

senvolvimento da formação profissional, de estágios e da aprendizagem contínua”. Exortam ainda as instituições financeiras a apresentarem “soluções que permitam que as empresas europeias tenham acesso a financiamento adequado” e afirmam-se empenhados em “apoiar a criação de alternativas ao financiamento bancário, incluindo o capital de risco e o ‘private equity’”. A este nível, reconhecem a “necessidade urgente de uma união bancária total e completa”, que apontam como “a única solução duradoura para o acesso desigual ao crédito dentro do Mercado Interno da União Europeia”. Portugal, Espanha e Itália afirmam-se ainda “empenhados na consolidação do Mercado Interno Europeu, aumentando a interligação das redes de energia e de transportes” para que “todas as empresas europeias tenham acesso a financiamento acessível e a preços competitivos”. “Trabalharemos no sentido da legitimação do comércio internacional livre e equilibrado, tanto no que diz respeito ao acesso ao mercado para as exportações europeias, como também à possibilidade de as empresas europeias comprarem

matéria-prima em condições de igualdade”, sustentam. Também proposto é um “ambiente regulamentar favorável” aos negócios” que elimine os atuais “regulamentos excessivamente pesados e regras vagas” que motivam “ineficiências no setor empresarial”. “Principal força motriz da Europa”, o setor industrial europeu representa 34 milhões de postos de trabalho, 75% das exportações e 80% da despesa em Investigação e Desenvolvimento da União. Contudo, segundo se alerta na declaração conjunta, durante a última década o peso da indústria europeia esteve em declínio, com uma diminuição de 10% do emprego desde 2000 e uma quebra para 15,1% da contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) na Europa (aquém do objetivo de 20% definido pela Comissão Europeia). Particularmente penalizadas, as economias do sul da Europa - que incluem 54 milhões de trabalhadores e sete milhões de empresas, principalmente PME - “requerem uma especial atenção em termos de definição da nova política industrial”, sustenta o documento.

A PSP do Porto anunciou a detenção de duas pessoas para cumprimento da pena de prisão, uma pelo crime de roubo e posse de arma proibida, outra por tráfico de estupefacientes. Em comunicado, aquela força policial informa ter detido, pelas 11h45, na Travessa Tomás Barbosa, em Gondomar, uma mulher de 34 anos “sem atividade profissional conhecida” e residente naquele concelho. A mulher foi intercetada e detida “na execução de mandado de detenção para cumprimento de pena de seis anos de prisão efetiva pela prática dos crimes de roubo e posse de arma proibida”, acrescenta a PSP. A detida foi conduzida ao Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo. O mesmo aconteceu a um homem de 37 anos detido na Rua de Vilanova, no Porto, com vista à “execução de mandado de detenção para cumprimento de pena de 18 meses de prisão efetiva pela prática do crime de tráfico de estupefacientes”. A PSP anunciou, ainda, a detenção de outras 17 pessoas, duas das quais – um homem de 46 anos e uma mulher de 25 anos - por furto de uma viatura automóvel.


regiões

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

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Num total de 852 pessoas que vivam nas ruas de Lisboa em dezembro de 2013

21 sem-abrigo com estudos superiores Ex-treinador julgado por abuso de menores

“Uma revolta intensa”

O julgamento de um antigo treinador de futsal do Vale Milhaços, no Seixal, acusado de crimes de abuso sexual de menores começou, ontem, no Tribunal de Almada, à porta fechada, só tendo sido autorizada a presença de testemunhas. Os familiares das alegadas vítimas compareceram no local para a primeira sessão do julgamento, mas alguns não puderam assistir por não irem prestar testemunho. O antigo treinador de futsal do Vale Milhaços, acusado de abuso sexual de 17 menores, terá violado pelo menos quatro crianças, segundo o pai de uma das vítimas, que falava junto ao tribunal. “Sentimos uma revolta intensa muito grande. Há pelo menos quatro crianças que foram violadas e que estão muito mal tratadas, tanto em termos físicos como psicológicos”, disse. “Fui alertado pelo pai de outra criança que estranhou as mensagens trocadas pelo filho no Facebook, pelo que decidi ver também as mensagens do meu filho, mas como só encontrei conversas normais pensei que não havia nada com ele”, acrescentou o pai de uma outra criança, posteriormente surpreendido por saber que o filho também teria sido alvo de abusos sexuais. Só mais tarde, com a investigação, disse, é que o filho contou os abusos. Alguns familiares não sabem ainda se irão avançar com pedidos de indemnização e alguns consideram que é impossível fazer justiça neste tipo de casos porque as crianças ficam traumatizadas para o resto da vida.

A cidade de Lisboa contava, em dezembro do ano passado, com 852 sem-abrigo. De acordo com a Misericórdia, 4,6% são licenciados. A cidade de Lisboa contava, em dezembro do ano passado, com 852 sem-abrigo, na sua maioria homens, portugueses, solteiros e sem fontes de rendimento, segundo um levantamento cujos resultados foram, ontem, apresentados pela Santa Casa da Misericórdia. Na contagem, realizada a 12 de dezembro de 2013, foram sinalizados 509 sem-abrigo na rua e 343 que dormiram em Centros de Acolhimento nessa noite. As freguesias de Santa Maria Maior e do Parque das Nações registaram a maior concentração, com 83 pessoas cada, seguidas de Santo António, com 64. A operação teve a participação de mais de 800 voluntários que percorreram todas as ruas da capital e foi o culminar do trabalho desenvolvido pelo «Programa Intergerações | InterSituações de Exclusão e Vulnerabilidade Social» que, de abril a dezembro de 2013, contactou com 649 sem-abrigo, dos quais 454 responderam a um inquérito. Segundo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, na origem da situação de exclusão estão, na maior parte dos casos, conflitos familiares e relacionais, o desemprego e a doença física ou mental. Dos 454 inquéritos feitos, concluise que 30,6% dos sem-abrigo está na rua há menos de um ano, 17% entre um a três anos e 15%, entre três a seis anos. Cinco por cento encontra-se há mais de duas décadas em situação de vulnerabilidade e surgiu um caso de uma pessoa que vive na rua há 40 anos. A grande maioria dos sem-abrigo inquiridos é homem (87%) e tem entre 35 e 54 anos (48%), seguido pelo escalão 55-64 anos (20%). A pessoa mais nova contactada tem 16 anos e a mais velha 85. Os sem-abrigo inquiridos são maioritariamente solteiros (44,5%) e portugueses (58,4%), tendo sido

Lisboa. Em dezembro, existiam 852 sem-abrigo, na sua maioria homens, portugueses, solteiros e sem fontes de rendimento

60 crimes violentos

Julgamento de 10 arguidos mudado para Sintra

O tribunal de Cascais começou, ontem, o julgamento de um grupo de suspeitos acusados de associação criminosa, 60 assaltos com armas de fogo, tentativa de homicídio e sequestro. A juíza-presidente do coletivo, em resposta à evidente falta de condições adequadas para os mais de dez advogados de defesa e dos assistentes, anunciou que ia tentar “continuar o julgamento

em Sintra”. Sob rigorosas medidas de segurança, a primeira sessão foi preenchida com a identificação de sete arguidos e a marcação das audiências para ouvir as testemunhas de mais de uma centena de ofendidos pelo grupo de oito suspeitos. Dos sete arguidos, seis dos quais em prisão preventiva, cinco prescindiram do direito de prestar declarações no início do julgamento. Um manifestou vontade de falar, e outro também disse querer esclarecer algumas questões relacionadas com as acusações.

registados 14,3% sem-abrigo pertencentes a outros países da União Europeia, alguns dos quais querem apenas um bilhete que lhes permita regressar a casa. Quanto à educação, um terço concluiu o ensino secundário, técnico ou superior, 4,6% têm qualificações superiores e 7,7% não sabe ler nem escrever. A grande maioria (71,8%) não tem atualmente qualquer fonte de rendimento e 68,9% recebe apoio na alimentação. Muitos preferem também dormir na rua por considerarem que os centros de acolhimento noturno não são adequados, quer pelo elevado número de pessoas seguidas, quer pelo “desfasamento de horário com as suas rotinas de higiene – levantam-se entre as 04h00 e as 07h00, mas estes espaços só abrem às 09h00 ou mesmo depois”, indica a Santa Casa. Apenas 36,3% dos sem-abrigo recorre àqueles centros de acolhimento. Dos inquiridos, 54,2% dizem ter filhos, mas 36,2% não mantêm contacto em eles. Contudo, 13,8% afirmam ter contacto diário ou quase diário e 66,8% tem contactos frequentes com outros familiares. A nível de saúde, apesar de 45,2% ter problemas de saúde, a maior parte não frequenta regularmente o médico ou outras entidades promotoras de saúde. Só cinco por cento referiram ter apoio em cuidados primários ou na medicação, sendo os problemas de saúde oral, diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares e neurológicas e doenças sexualmente transmissíveis os mais comuns. Dos inquiridos, apenas 15,4% revelaram sinais de desorganização mental. Após a análise destes dados, a Santa Casa da Misericórdia lança o apelo aos organismos públicos e privados para concertarem “estratégias para mudar o paradigma de intervenção junto dos sem-abrigo, evoluindo da assistência para a reintegração social”. A Santa Casa sublinha, ainda, a urgência de se adaptarem as respostas existentes, “permitindo o acesso a cuidados de saúde e adequando os horários e serviços dos espaços de acolhimento às reais necessidades desta população”.


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nacional

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

Presidente da República defende relançamento industrial

“Utilização mais eficiente da energia e dos recursos naturais” O Presidente da República defende o relançamento industrial, apontando a “indústria do futuro” como uma atividade capaz de conciliar as dimensões económicas, ambientais e sociais, repetindo o apelo ao investimento na investigação e desenvolvimento. “A indústria do futuro deve ser (...) uma atividade produtiva capaz de conciliar as dimensões económicas, ambientais e sociais do desenvolvimento sustentável. A produção industrial deverá basear-se numa utilização mais eficiente da energia e dos recursos naturais, com uma atenção mais responsável à segurança e à qualidade dos produtos e à sua relação com o ambiente”, afirmou Cavaco Silva, no encerramento do IX Encontro da COTEC Europa, que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa. Rejeitando um regresso à indústria do passado, “à visão obsoleta e saudosista das grandes indústrias pesadas, de baixo valor acrescentado, com um uso intensivo de energia e recursos naturais, com uma relação precária, ou mesmo nociva, com o ambiente e com a qualidade de vida das po-

CAVACO. Presidente da República defende uma “atividade produtiva capaz de conciliar as dimensões económicas, ambientais e sociais do desenvolvimento sustentável” pulações”, o chefe de Estado reiterou a necessidade de investir em “Investigação&Desenvolvimento”, notando que as empresas que o fazem são aquelas com maior sucesso. Falando perante o seu homólogo italiano e o rei de Espanha, o Presidente da República focou a situação dos países do sul da Europa, alertado que um menor investimento em inovação conduziria ao agravamento do défice tecnológico das empresas das economias do sul, que se situa em cerca de 20 por cento face à média da União Europeia. “Há que evitar o enfraquecimento das políticas de Investigação & Desenvolvimento, porque tal significaria, a médio prazo, reduzir a eficiência

dos sistemas de inovação e alargar o fosso que nos separa dos países mais competitivos da União Europeia”, referiu, insistindo que para competir com países que têm vindo a intensificar a aposta em áreas tecnológicas de elevado potencial de crescimento, não se pode continuar a reduzir o investimento na produção de conhecimento e desenvolvimento tecnológico. Na sua intervenção, Cavaco Silva fez ainda um apelo à aposta nas novas industrias e industrias criativas, considerando que o novo quadro financeiro Europeu, os fundos comunitários devem contemplar o relançamento industrial, com políticas europeias atentas às necessidades específicas dos vários Estados-membros.

Lembrando que grande parte das empresas portuguesas economicamente viáveis, em particular as PME, “tem enfrentado custos financeiros desmesurados, com as empresas exportadoras a suportarem encargos de juro muito superiores às suas congéneres europeias, Cavaco Silva alertou igualmente para a necessidade de, “face à fragmentação que se verifica na no mercado financeiro europeu”, concretizar de forma urgente, à escala da União Europeia, de “novas fontes de financiamento não-bancário”. Além disso, continuou, o esforço de reindustrialização tem de ser acompanhado por uma política comercial comum da União Europeia mais eficaz e mais exigente, caso contrário dificilmente existirão efeitos visíveis no crescimento da economia e na criação de emprego. A um nível mais global, o Presidente da República reforçou a necessidade da União Europeia defender os seus interesses de forma “mais rigorosa e integrada, quer no quadro da Organização Mundial de Comércio, quer através de parcerias de cooperação com outras regiões do mundo. “É essencial que o ´free trade’ seja também um ´fair trade’. Se o comércio mundial não for leal, nunca será verdadeiramente livre”, vincou. Já no final do seu discurso, Cavaco Silva destacou a nova iniciativa da Comissão Europeia para uma estratégia industrial, integrada na “Estratégia Horizonte 2020”, reiterando que “continuar a investir no incremento do conhecimento científico e tecnológico e na sua difusão à economia deverá ser uma prioridade”.

Passos Coelho lança “convite” aos investidores estrangeiros

Portugal pode criar pontes comerciais com todo o mundo O primeiro-ministro lançou um “convite” a quem tem investido em Portugal para criar, através do nosso país, pontes comerciais com todo o mundo, da América do Sul à Ásia, do Oriente a África. “A verdade é que nós precisamos de manter um ritmo adequado das nossas exportações e precisamos de investimento exterior em Portugal porque não temos o capital necessário e adequado”, destacou Passos Coelho. O desafio foi lançado diretamente aos administradores da Mitsubishi Fuso Truck Europe (MFTE), cuja fábrica instalada no

Tramagal, Abrantes, assinalou 50 anos de produção automóvel, tendo o primeiro-ministro apontado para África ou América Latina como destinos que podem ser aproveitados pela multinacional. “Desafio a Mitsubishi a ir para outros mercados, tais como África ou América Latina, assinalo o casamento feliz entre Japão, Alemanha e Portugal, no âmbito da MFTE, e agradeço o valor acrescentado que traz para Portugal”, disse Passos Coelho. O primeiro-ministro referiu ainda a importância das ligações marítimas e da posição geográfica do

país para as transações internacionais. “Estamos a preparar-nos para o novo canal do Panamá, que deverá estar concluído em 2015, e para que navios de grande porte possam vir até Sines, talvez o primeiro porto de águas profundas que a Europa oferece ao Atlântico”, notou. “Temos muitas possibilidades de ampliar o comércio através das rotas comerciais marítimas”, vincou Passos, reiterando a necessidade de atrair investimento externo. Este ‘cluster’ automóvel, tal como outros, ajudam-nos a abrir ao mundo”, continuou.

Para preparar a unidade fabril para o futuro, a Daimler Trucks investiu na MFTE um total de cerca de 27 milhões de euros entre 2011 e 2014, inclusive, no sentido da modernização das operações de produção e de um maior desenvolvimento do Fuso Canter no Tramagal. Deste montante, cerca de 5,5 milhões de euros serão aplicados este ano na aquisição de novo equipamento e no desenvolvimento do veículo elétrico FUSO Canter E-Cell. O Governo português está também a apoiar estas medidas com um investimento de 3 milhões de euros.

Mau tempo

Mais de 70 estradas cortadas

Mais de 70 estradas e caminhos estavam ao final da tarde cortados em Portugal continental devido ao mau tempo, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). De acordo com um balanço publicado às 18h00 na página da Internet da ANPC, as 70 estradas estavam cortadas devido a inundações, neve e desmoronamentos, continuando isoladas as povoações de Reguengo do Alviela e das Caneiras, no distrito de Santarém. A ANPC adianta que só no distrito de Santarém estavam cortadas àquela hora 41 estradas, devido a inundações, nomeadamente quatro no concelho de Almeirim, sete no da Golegã, 10 no de Santarém, cinco no de Alpiarça e quatro no de Coruche. No mesmo distrito havia ainda uma estrada, no concelho de Alpiarça, com circulação condicionada devido a inundação. No distrito de Coimbra havia 12 estradas cortadas devido a inundações (quatro no concelho da Figueira da Foz, três em Montemor-o-Velho e três em Mira) e duas por causa de desmoronamentos nos concelhos de Miranda do Corvo e Montemor-o-Velho. No distrito de Aveiro estavam às 18h00 cortadas sete estradas devido a inundações, todas no concelho de Águeda. Estavam também sete estradas cortadas, nos distritos de Castelo Branco e da Guarda, devido à neve. Os distritos de Leiria e Lisboa tinham uma estrada cortada cada um devido a inundação. Havia ainda uma outra estrada cortada no distrito de Viseu devido à queda de inertes. A chuva, por vezes persistente, vai afetar o continente até amanhã, mas no fim de semana regressa o sol e o frio, prevendo-se uma descida das temperaturas da ordem dos 5 a 7 graus Celsius, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.


economia

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

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Pires de Lima e a menor competitividade da energia na Península Ibérica

“Registo de mercado fechado” Poupança das famílias

Em queda pelo sexto mês consecutivo

O indicador de poupança APFIPP/Universidade Católica recuou em janeiro, pelo sexto mês consecutivo, baixando de 121,9 pontos em dezembro para 119,4 pontos. Numa nota divulgada ontem pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e pela Universidade Católica, destaca-se assim para a continuação da “tendência decrescente” do indicador, após o pico histórico em agosto de 2013. O indicador de poupança APFIPP/Universidade Católica procura antecipar a evolução da taxa de poupança das famílias portuguesas em percentagem do PIB.

“É preciso ligar os sistemas de energia que existem em Portugal e Espanha aos países do centro da Europa”, disse o governante O ministro da Economia, António Pires de Lima, considerou, ontem, que na Península Ibérica se mantém um “registo de mercado fechado” nas ligações europeias na área da energia, situação que impede que haja uma maior competitividade. “Nós continuamos na Península Ibérica num registo de mercado fechado e é preciso ligar os sistemas de energia que existem em Portugal e Espanha aos países do centro da Europa, de forma a que aumente a competitividade”, disse o governante a margem do IX encontro da Cotec Europa, que se realiza em Lisboa. Os custos da energia são um dos aspetos importantes para que a reindustrialização dos países ibéricos tenha sucesso, acrescentou António Pires de Lima. Para o ministro, “há que ter uma maior diversidade da oferta na área da energia, em termos gerais, na Península Ibérica”. O governante falou também da diferença dos custos da energia entre a Europa e os Estados Unidos da América, em particular no gás natural. “Existe um custo substancial, que afeta objetiva-

Competitividade. Pires de Lima defende que custos da energia são um dos aspetos importantes para que a reindustrialização dos países ibéricos tenha sucesso mente a indústria europeia, por isso é muito relevante colocar este tema na agenda europeia”, realçou. Pires de Lima lembrou ser esta a altura certa para o fazer, pois está em preparação um acordo de comércio comum, entre a União Europeia e os Estados Unidos. O ministro enfatizou ainda a necessidade de as empresas e as universidades estarem cada vez mais ligadas e haver uma maior qualificação e formação das pessoas para que o processo de reindustrialização seja alcançado. Por outro lado, o presidente exe-

cutivo da EDP viu com “enorme naturalidade” a saída da Iberdrola da elétrica portuguesa, já que as duas empresas são concorrentes, sublinhando que a espanhola saiu “com mais-valias” e logo a posição que detinha era “um bom ativo”. “A empresa [Iberdrola] tinha, por razões históricas, decidido ter praticamente 10% [da EDP], agora quis desfazerse da posição. É uma evolução natural entre duas companhias que são concorrentes, concorrem no mercado ibérico, um dos de

maior concorrência no mercado europeu”, disse António Mexia, à margem da assinatura de um protocolo da elétrica com os CTT, para a comercialização de energia nas lojas dos Correios. Mexia lembrou que as ações estão a subir mais de 8% desde o início do ano e disse que apesar desta saída significativa de quase 7% do capital, o comportamento da ação diz que “há credibilidade na história da EDP” e “é um sinal da atratividade de uma empresa baseada em Portugal”.

Entre a «troika» e os parceiros sociais Contraciclo com a Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão em queda

O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI20, fechou, ontem, no vermelho, a recuar 0,41%, ficando abaixo da barreira dos 7.000 pontos, em contraciclo com as principais praças europeias, penalizado pela Galp e pela EDP. De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o PSI20 desvalorizou 0,41%, para os 6.985,42 pontos, com 12 cotadas do índice a fechar em terreno negativo, uma inalterada e sete a valorizar. A liderar as perdas estiveram os títulos da Galp e os da EDP, que perderam 1,45% e 1,44%, respetivamente.

Reunião marcada para dia 26 de fevereiro O Governo convocou os parceiros sociais para uma reunião com a «troika» no dia 26 de fevereiro, no âmbito da décima primeira avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) a Portugal. “No âmbito da décima primeira avaliação do PAEF, venho por este meio confirmar a deslocação dos representantes da ‘troika’ (composta pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia) ao Conselho Económico e Social para uma reunião com os parceiros sociais no próximo dia 26 de fevereiro às 15h00”, refere a con-

Encontro. Governo convocou os parceiros sociais para uma reunião com a «troika» no dia 26 de fevereiro

vocatória enviada pelo chefe de gabinete do Secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas. De acordo com a convocatória, “no sentido de assegurar a eficácia do encontro, cada confederação sindical e patronal deverá fazer uma intervenção inicial de dez minutos”. Os parceiros sociais foram ainda convocados, a pedido do Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, para uma reunião da Comissão Permanente de Concertação Social no dia 19. A reunião de concertação social da próxima semana tem como ponto único de agenda a prepa-

ração, com a Ministra de Estado e das Finanças, da décima primeira avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal pela «troika». A décima primeira avaliação da «troika», e penúltimo exame regular a Portugal, começa a 20 de fevereiro. Este exame, à semelhança dos anteriores, tem como objetivo analisar “o trabalho realizado e o planeamento dos últimos meses” do PAEF. O PAEF prevê, ao longo da sua vigência, a realização de exames regulares trimestrais, sendo este o penúltimo antes do final do programa, em junho de 2014.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

Rio Ave e Sp. Braga jogam hoje meia final da Taça da Liga

Relvado e tempo preocupam Caso o Benfica avance até às «meias» da Liga Europa, fica sem data disponível para disputar a sua meia-final da Taça da Liga. O treinador do Sporting de Braga admitiu, ontem, que o estado do relvado do estádio do Rio Ave e o tempo vão influenciar a meia-final da Taça da Liga entre as duas equipas, hoje. “Esperamos um relvado em más condições, penso que estão todos, e se existir vento, como é normal em Vila do Conde, é óbvio que vai influenciar o jogo das duas equipas”, considerou Jesualdo Ferreira na antevisão da partida. O técnico notou que “o Braga tem uma forma de jogar muito mais elaborada” e não “um jogo direto, de choques e de grande agressividade”. “Demonstramos a agressividade de outra forma, com um jogo mais corrido e apoiado. O Rio Ave também tem esses pontos nos seus processos, por isso um bom relvado ajudaria a um bom espetáculo, mas esteja como estiver vamos brigar até aos nossos limites para estarmos na final”, garantiu. Jesualdo Ferreira quer muitos adeptos do Braga no estádio vilacondense para ajudarem a ultrapassar as “muitas dificuldades” que antevê diante um adversário que vai defrontar por quatro vezes até ao final da temporada, entre campeonato, Taça da Liga e Taça de Portugal. Sobre o facto da outra meia-final não se realizar por causa da polémica do atraso no jogo FC Porto - Marítimo, com o Sporting a exigir ser o semifinalista, afirmou que “essas questões não são as melhores para as competi-

V. Setúbal anuncia

Plano de renegociação de dívidas aprovado

O Tribunal do Comércio de Lisboa aceitou o plano de renegociação de dívidas apresentado pela SAD do Vitória de Setúbal e que visa acertar com os credores o pagamento de 29 milhões de euros, anunciou, ontem, o clube. No mesmo comunicado, o clube setubalense acrescenta ter conseguido “um perdão da dívida por parte de alguns credores”, que não especifica, e diz que acordou “uma forma de pagamento faseada” para outros. Por outro lado, a SAD do Vitória de Setúbal explica que negociou uma extensão para 10 anos nos acordos com a banca.

Taça da Liga. Sp. Braga e Rio Ave disputam hoje meia final de uma prova já marcada pela polémica ções, mas não são casos virgens nem em Portugal, nem lá fora”. Caso o Benfica avance até às meiasfinais da Liga Europa, como na época passada, fica sem data disponível para disputar a sua meia-final da Taça da Liga, até à data marcada para a final da prova. Tendo em conta que o Benfica ainda está a disputar duas competições, além da I Liga, nomeadamente Liga Europa e Taça de Portugal, e há pelo

meio uma data FIFA, para jogos particulares de seleções, caso os «encarnados» vençam as três próximas eliminatórias da Liga Europa apenas podem jogar o acesso à final da Taça da Liga na data em que está prevista a final (26 de abril). A dificuldade será a mesma no caso de ser o FC Porto a qualificar-se para as meias-finais da Taça da Liga, uma vez que os «dragões» também competem nas mesmas três provas

que os «encarnados». O Sporting, que não disputou a Liga Europa e já foi afastado da Taça de Portugal, tem um calendário menos sobrecarregado, mas aí, caso o CD da FPF decida favoravelmente para os «leões», permanece a dúvida sobre a «disponibilidade» do Benfica. Quando questionada, fonte oficial da LPFP revelou-se apenas confiante na “celeridade” da decisão do CD da FPF.

Cardinal vai ser colega de Ricardinho

Maicon, Fernando e Quaresma ao dispor

Trio de regresso aos treinos do FC Porto A integração sem limitações de Maicon, Fernando e Quaresma foi a nota de destaque do treino de ontem do FC Porto, integrado na preparação do jogo com o Gil Vicente, para a 19.ª jornada da I Liga. O treino do plantel principal dos «dragões» contou ainda com a presença dos defesas Víctor García, Rafa e Tiago Ferreira e dos médios Mikel, Tomás Podstawski e Tozé, todos elementos do FC Porto B. De acordo com a nota publicada no sítio dos portistas, o treinador Paulo Fonseca “não pôde contar com o médio Carlos Eduardo, que

FC Porto. Integração sem limitações de Maicon, Fernando e Quaresma foi a nota de destaque do treino

fez trabalho de ginásio, seguido de treino condicionado”. Também o defesa Alex Sandro e o belga Steven Defour “mantiveram-se a realizar trabalho específico no ginásio e o defesa Mangala esteve ausente, devidamente autorizado para assistir ao funeral do pai”. O FC Porto volta a treinar pelas 10h00 de hoje, no Olival. O encontro entre o FC Porto, segundo classificado a quatro pontos do líder Benfica, e o Gil Vicente (12.º), está marcado para as 19h15 de domingo, no Estádio Cidade de Barcelos. Por outro lado, o AS Mónaco comunicou que Falcao terminou

Espanhóis do Inter Movistar

a primeira fase na recuperação a uma lesão num ligamento do joelho esquerdo e aproveitou para agradecer ao cirurgião que o operou e ao FC Porto. “O AS Mónaco e o jogador querem agradecer calorosamente a todos os que se ocuparam de Falcao no Porto, nomeadamente à equipa médica de José Carlos Noronha e ao FC Porto”, referiu o clube monegasco no seu site. A partir de hoje, o futebolista irá a segunda fase de recuperação, numa clínica de Madrid especializada em desporto e em estreita colaboração com o clube.

O português Cardinal manifestou-se, ontem, entusiasmado por juntar-se a Ricardinho na equipa de futsal espanhola Inter Movistar, afirmando que está a concretizar “um sonho de criança” ao ingressar na formação madrilena. “Foram tempos muito difíceis para mim. Estou muito feliz por voltar a jogar futsal e jogar no Inter Movistar era um sonho que tinha desde criança. Chego com vontade de ajudar a equipa a ganhar títulos”, disse Cardinal, que chegou ao último Europeu sem estar vinculado a qualquer clube e sem competir desde junho, devido a lesão.


Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 7

«O PRIMEIRO DE JANEIRO», 13/02/2014

COMARCA DO BAIXO VOUGA AVEIRO – JUÍZO DO COMÉRCIO ANÚNCIO Processo: 671/13.8T2AVR INSOLVÊNCIA: Grão de Ouro – Sociedade de Importações e Exportação Café, Lda VENDA DE BENS Por determinação do Administrador da Insolvência, e com a anuência da Assembleia de Credores, vai proceder-se a venda, por negociação particular, através de propostas em carta fechada, na universalidade dos bens móveis apreendidos a favor da massa insolvente, composto por verbas de equipamento direcionado para actividade da empresa, veículos, material de escritório e a marca da empresa. O valor minino é de 32.160,00€. Os interessados poderão verificar os mesmos através do auto de apreensão, que deverão solicitar pelo telefone n.º 223 774 130, já que, face ao número das verbas e difícil descriminá-los no presente anúncio. Ademais, todos os interessados deverão visitar o local onde se encontram os bens, de forma a poderem apresentar a melhor proposta. As visitas serão previamente agendadas e serão efectuadas no dia 18/02/2014 (3 dias após anúncio), pelas 10 horas. Adverte-se, desde já, que os bens em questão deverão ser vistos já que, devido às centralizações de bens penhorados e removidos, poderá haver desfasamentos em relação às listagens de apreensão efectuadas. As propostas poderão ser apresentadas para o todo ou para verbas isoladas. Dar-se-á preferência às propostas apresentadas para o conjunto das verbas. As ofertas deverão ser acompanhadas de cheque/caução correspondente a 20% do valor da proposta, sob pena de rejeição, sendo o restante preço pago no acto do levantamento dos bens. Para qualquer esclarecimento adicional, poderá contactar o Administrador da Insolvência, através do telefone 223774130. As propostas deverão vir instruídas com o endereço e demais contactos do proponente e fotocópia do bilhete de identidade e do n.º de contribuinte, da pessoa ou dos responsáveis legais, sob pena de não poderem ser consideradas.

MUDAMOS DE INSTALAÇOES:

As propostas deverão ser enviadas (ou entregues em mão) em carta fechada com indicação no exterior do respectivo envelope, do número do processo para o escritório do administrador de Insolvência Dr. António Dias Seabra, Av. da República, 2208-8º.Dtº.Frt 4430-196 – Vila Nova de Gaia, até ao dia 24/02/2014. No dia 26/02/2014, pelas 14H30 serão abertas as propostas entregues na morada em Vila Nova de Gaia

ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3º - Sala12

A adjudicação do bem será feita à proposta de maior valor; caso existam valores iguais, proceder-se-á logo à licitação entre os proponentes de propostas iguais;

4050-626 Porto

Se por motivos alheios à nossa vontade a venda for considerada sem efeito, por quem de direito, a quantia recebida será devolvida em singelo. Desde já, se informa que se irá dar cumprimento ao n.º 2 do art.º 816 do Código do Processo Civil, ou seja, serão aceites propostas correspondentes a 85% do valor anunciado. O Administrador de Insolvência António Dias Seabra

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A SOVIETIZAÇÃO DA SOCIEDADE PORTUGUESA… A pergunta que hoje fazemos é que a que procura saber se, em Portugal, vivemos, de facto, numa sociedade democrática? Estou convencido que não. A sociedade em que hoje vivemos se, do ponto de vista formal, pode ser considerada democrática, do ponto de vista real não Gustavo Pires* é democrática pela simples razão de que os seus dirigentes públicos e privados não são democratas e o rebanho que eles governam aceita humildemente ser dominado através das mais aviltantes situações político-administrativas só possíveis de suportar por um País que ainda não perdeu o hábito de viver sob a pesada canga fascista que o dominou durante 48 anos. Em consequência, as assimetrias económicas e sociais são cada vez mais revoltantes. Ao ponto de os nossos filhos já não terem lugar no país que os viu nascer. O protofascismo que hoje vemos começar a surgir na Europa há muito que está instituído em Portugal e quem mais fez para que ele se consolidasse nas diversas instituições nacionais foi precisamente o Bloco Central que, desgraçadamente, tem governado o País. Por isso, chegam-nos avisos de todos os lados. E dizem-nos ‒ põe-te a pau. ‒ Cuidado com as intempéries. O direito à crítica tem limites e os limites não estão no critério de verdade mas sim na condescendência de suas pequeninas excelências aceitarem ser incomodadas. Porque elas foram eleitas para exercerem o poder, e não para serem incomodadas. E fazem-no ao melhor estilo protofascista através da ameaça velada. ‒ Cuidado que estás a pisar o risco. E mandam recados e “recadeiros”. E ameaçam com os tribunais porque têm uma catrefada de advogados e juristas, todos eles de água na boca sempre prontos a fazerem mais um serviço ao poder a troco de chorudos vencimentos. As lideranças protofascistas que, hoje, em muitas instituições, governam, a ferro e fogo, o País, aproveitaram-se das formalidades da democracia para atingirem o poder, momento a partir do qual se consideram seus detentores permitindo-se, depois, como autênticos fascistas, fazer aquilo que muito bem entendem, servindo-se do próprio poder para conseguirem cada vez mais poder. O que hoje vemos é a sovietização das mais diversas instituições nacionais. Protagonizada precisamente por muitos daqueles que há cerca de trinta e cinco anos quiseram sovietizar o País. Hoje, do pondo de vista formal, vivemos num regime democrático mas, do ponto de vista real, vivemos numa ditadura comandada pelo oportunismo e a mediocridade. Em consequência, o País, em muitos dos seus mais diversos sectores, está a ser governado por gente, incompetente, desonesta para quem o exercício do poder é tão só uma farsa que resolveram viver até arranjarem um lugar mais conveniente a fim de tratarem da vidinha. Por isso, do desporto à economia, o País vide inúmeras situações em que os valores mais nobres e leais da democracia estão a ser vilipendiados ao serviço de uma casta oligárquica de crápulas que se protege uns aos outros à custa de um rebanho de seguidores e de oportunistas condescendentes (para todas as estações) que, em troca de um prato de lentilhas, sujeita-se à uma humilhação aviltante de ser governada por gente sem categoria que está a destruir o País. É o protofascismo no seu melhor… e a sovietização da sociedade portuguesa. Não acreditam?! Esperem para ver…

João Rendeiro e o julgamento do “caso BPP”

“Continuo a ter dificuldade em entender a acusação” O fundador do Banco Privado Português (BPP) considera “absurdas” as acusações que o levaram a julgamento, designadamente que foi ocultada informação aos clientes sobre investimentos do BPP em ações do BCP, que resultaram em prejuízos elevados. “Sou economista e continuo a ter dificuldade em entender a acusação”, declarou João Rendeiro, na qualidade de arguido, ao prestar as primeiras declarações no julgamento que se iniciou nas Varas Criminais de Lisboa e que sentou ainda no banco dos réus Salvador Fezas Vital, ex-administrador do BPP. O terceiro arguido, Paulo Guichard, também antigo gestor do banco, que reside no Brasil, esteve ausente da audiência. Em resposta a perguntas do coletivo de juízes, presidido por Nuno Salpico, João Rendeiro frisou que foi presidente do banco, mas que deixou de exercer funções executivas a partir de 2005, para se dedicar à Private Equity, ou seja à área de capital de risco. João Rendeiro explicou ao tribunal que, em termos estratégicos, o BPP decidiu investir na compra de ações do BCP, que estava envolvido numa Oferta Pública de Aquisição (OPA) com o Banco BPI, admitindo que as diversas “guerras internas” no BCP, nomeadamente entre Paulo Teixeira Pinto e Jardim Gonçalves, não eram do conhecimento dos responsáveis do BPP. O fundador do BPP, que responde pelo crime de burla qualificada, falou ainda da “facilidade” com que o BPP obteve um fi-

nanciamento avultado junto do banco norte-americano JP Morgan para apostar nos títulos do BCP e da queda acentuada da sua cotação em janeiro de 2008, altura em que Filipe Pinhal ficou “inibido” de se candidatar à direção do BCP por ser um dos visados numa investigação que estava em curso. Explicando a desvalorização acentuada das ações do BCP nessa altura, João Rendeiro lembrou que os investidores “não gostaram da indigitação” de Carlos Santos Ferreira para a presidência do banco fundado por Jardim Gonçalves, tendo a nomeação do gestor, em pleno governo de José Sócrates (PS), sido entendida como uma espécie de “estatização do BCP”, com a entrada de uma equipa que vinha da Caixa Geral de Depósitos e que integrava o antigo ministro socialista Armando Vara. João Rendeiro explicou ainda que o BPP não se deixou, contudo, “impressionar” com a queda do valor das ações do BCP, mantendo o entendimento que se tratava ainda de um “bom investimento”, apesar de o banco estar na altura envolvido num processo de aumento de capital, o que não agrada aos investidores, já implica a diluição do valor das ações ou, nas palavras do arguido, “pôr dinheiro em cima da mesa”. Os problemas de liquidez do BPP e a supervisão do Banco de Portugal levaram João Rendeiro a ter uma reunião com os supervisores bancários em 31 de janeiro de 2008, em que ficou decidido que teria de comuni-

car aos investidores da Privado Financeiras um aumento de capital. A inquirição de Rendeiro foi precedida de uma alegação inicial do seu advogado José Miguel Júdice, que atacou a acusação do Ministério Público e apontou para a inocência do seu cliente. Segundo a acusação, a atuação dos arguidos teve como consequência um prejuízo patrimonial para os clientes da Privado Financeiras, veículo de investimento do universo BPP, calculado em 40 milhões de euros. O MP considera que Rendeiro, Fezas Vital e Guichard “enganaram os ofendidos, todos clientes do BPP e investidores na Privado Financeiras”, já que criaram “de forma voluntária, consciente e intencional uma errada convicção acerca da sustentabilidade financeira deste veículo [Privado Financeiras]”. Francisco Pinto Balsemão e Stefano Saviotti são os nomes mais sonantes da extensa lista de testemunhas que irá depor neste julgamento, que é o primeiro a arrancar no âmbito do chamado Caso BPP. Em outubro, uma fonte judicial revelou que está em investigação um outro processo “importante” do BPP, relacionado com a primeira intervenção no banco e que incide sobre vários aspetos ligados à gestão, aos clientes e ao fisco. Neste processo principal existem múltiplos indícios da prática de crimes económico-financeiros.

Comissão Nacional e a igualdade de tratamento nas Europeias

“Concertação pode garantir pluralidade” A Comissão Nacional de Eleições (CNE) defende que a igualdade de tratamento jornalístico na cobertura das europeias pode ser atingida com vários debates com alguns candidatos e não somente com debates integrando simultaneamente todas as listas que concorrem ao sufrágio. “É perfeitamente possível garantir a pluralidade desde que haja uma concertação”, disse o porta-voz da CNE, João Almeida, quando questionado sobre a fiscalização do tratamento jornalístico para as europeias a realizar em maio. O representante da CNE esteve esta manhã na representação do Parlamento Europeu em Portugal, situada em Lisboa, a

esclarecer junto dos jornalistas alguns pontos da legislação sobre a matéria, que gerou polémica nas últimas eleições autárquicas, com as televisões em sinal aberto a limitar a cobertura da campanha eleitoral. João Almeida escusou-se a comentar para já as propostas do PS de alterações à lei eleitoral, onde é proposto um sistema de concertação entre partidos e comunicação social, mas alertou para o curto espaço de tempo que resta até ao sufrágio de 25 de maio. Contudo, o responsável da CNE sublinha que a entidade já procurou no passado atuar de igual modo: “Tentámos muitas vezes fazer algum tipo de concertações des-

tas”, disse. Comparando as eleições autárquicas com as europeias, João Almeida admite que o segundo é “bastante mais simples”, não só pelo “número de candidaturas inferior” mas também porque todo o território nacional “constitui um único círculo eleitoral”. A CNE é em períodos eleitorais e referendários a entidade competente pela fiscalização do cumprimento do princípio da igualdade de tratamento jornalístico conferido pelos órgãos de comunicação social às diferentes candidaturas ou aos intervenientes nos referendos.

EDP e CTT assinam protocolo

Contratos podem ser feitos nas lojas dos correios Os portugueses vão poder a partir de março fazer contratos com a EDP para o mercado liberalizado de eletricidade e gás nas 624 lojas dos Correios existentes no país, segundo um protocolo assinado entre as duas empresas. A parceria comercial foi assinada em Lisboa e permite a realização de novos contratos de eletricidade e/ou gás com a EDP Comercial, assim como o pagamento das faturas na rede de lojas CTT em Portugal.

O presidente dos CTT, Francisco Lacerda, destacou a “rede única” que os Correios possuem e sublinhou que a atividade nas lojas visa angariar clientes para o mercado liberalizado de energia. Por sua vez, o presidente executivo da EDP, António Mexia, colocou o enfoque na “proximidade” com os clientes que a rede dos CTT permite, e adiantou que com esta parceria a EDP passa a ter uma “rede adicional” e “multiplica quase por dez vezes o número de lojas”.

Questionado sobre o valor da compensação recebida pela prestação deste serviço à EDP, Francisco Lacerda apenas disse que será efetuada por “ato praticado”. “Em estudo” está ainda o projeto de prestação de serviços de gestão de consumo de energia e eficiência pela EDP Comercial aos CTT, sobre o qual Francisco Lacerda diz que “os contornos ainda não estão definidos”, mas vai no sentido de melhorar o desempenho

energético.


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