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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 119
Terça-feira, 13 de maio de 2014
ASSIS JOGA AO ATAQUE NO DESAFIO DAS EUROPEIAS
GOVERNO TEM MEDO DO POVO
n O cabeça de lista do PS às Europeias acusou, em Lamego, o Governo de estar com “medo do povo” e de recorrer à “obscenidade” ao convocar um Conselho de Ministros extraordinário em período de campanha, ultrapassando os limites da decência. O líder da Aliança Popular quer um “tratamento especial para as regiões do interior”. “Nós pensamos em vocês”, destacou Rangel, apresentando o seu melhor trunfo nas Ruas da Guarda... O desafio está lançado até ao dia 25!
TURISMO
Porto continua a subir no ranking (46.º lugar) mundial da ICCA
CRESCIMENTO
Presidente Cavaco já está na China para “tentar reforçar recuperação económica”
PARLAMENTO PS acusa Governo de “esmagar” negociação coletiva
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Terça-feira, 13 de Maio de 2014
Ocupa a 46.ª posição no ranking mundial de “turismo”
Porto sobe sete lugares O Porto subiu sete lugares (46.º) no ranking mundial da International Congress and Convention Association (ICCA), que distingue as cidades que mais se destacam como destino de turismo de congressos e de negócios. Segundo a Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), o ranking de referência de 2013 da ‘meeting industry’, agora divulgado, coloca o Porto na 23.ª posição entre as cidades europeias, acima de Atenas, Florença, Zurique ou Milão, e, a nível global, melhor posicionada que grandes metrópoles mundiais como Nova Iorque ou Moscovo. O ranking europeu é liderado por Paris, Madrid e Viena. “Francamente satisfeita com este resultado”, a ATP – responsável pela promoção externa do Porto e da região Norte do país – destaca que na base desta subida estiveram os 51 eventos internacionais realizados segundo os critérios da ICCA durante o ano passado. Entre eles, aponta eventos como o 7.º Consejo Europeo de Investigaciones Sociales de America Latina (CEISAL), que trouxe ao Porto 1100 participantes internacionais, ou o 54th Annual
PORTO. A cidade Invicta continua a ser uma das cidades europeias mais visitadas por turistas de todo o mundo European Society for Paediatric Research, com 1150 congressistas. “Orgulha-nos o facto de o Porto ter, todos os anos, um destaque maior neste ranking, que inclui atualmente cidades de mais de 90 países de todo o mundo, demonstrando que a estratégia e trabalho desenvolvido está a alcançar resultados muito positivos. Temos incrementado a nossa presença em eventos internacionais da ‘meeting industry’ e proporcionado aos ‘buyers’ mundiais a oportunidade de conhecerem a oferta da cidade e da região Norte, num trabalho conjunto com os nossos associados”, afirma, em comunicado, a diretora executiva da ATP, Helena Gonçalves. Segundo a associação, o aumento dos eventos da ‘meeting industry’ realizados na cidade do
Porto contribuiu também para que fossem ultrapassados os objetivos para as dormidas de estrangeiros na região. “O objetivo para 2013 era aumentar em 135 000 as dormidas de estrangeiros relativamente a 2012, ou seja, atingir as 2 379 000 dormidas de estrangeiros no Porto e Norte de Portugal. Esse objetivo foi largamente ultrapassado, tendo sido atingidas 2 498 121 dormidas de estrangeiros em 2013, o que equivale a um incremento de 15.2% face a 2012”, refere, tendo por base os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). No ranking da ICCA participam todas as cidades de mais de 90 países de todo o mundo onde se encontram os quase 1000 membros da associação, sendo a avaliação efetuada através da
contagem dos eventos enviados e validados pela equipa desta organização. Os eventos têm que obedecer a requisitos especiais para concorrer, como a participação de pelo menos 50 delegados, serem organizados com base regular e terem rotatividade entre, pelo menos, três países. “O Porto tem vindo a receber várias distinções internacionais, o que tem resultado no aumento do interesse internacional por este destino e contribuído para que a taxa de sucesso na confirmação de eventos internacionais seja cada vez mais elevada”, recorda Helena Gonçalves, salientando que “o produto turístico ‘turismo de negócios’ é uma prioridade estratégica no ano de 2014, tendo como objetivo o incremento na captação de eventos internacionais para o destino”.
CTP e a imagem de Portugal enquanto destino turístico
“Segurança é sempre uma preocupação” A Confederação de Turismo Português (CTP) considera “uma ameaça séria à imagem de Portugal como destino seguro” a entrega pelo Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) de panfletos aos turistas no Aeroporto da Madeira, denunciando “desmotivação” nas forças policiais. “A CTP sempre reconheceu o papel fundamental dos agentes policiais na segurança do território nacional e, consequentemente, na imagem que Portugal granjeou como destino seguro, mas alerta para o facto de esta ação – a repetir-se noutros aeroportos e portos nacionais, como tem vindo
a ser anunciado – poder provocar fortes danos na economia, colocando em causa não só os avultados investimentos feitos no sector do turismo, mas também milhares de empresas e postos de trabalho”, sustenta a CTP em comunicado. Salientando que “a segurança é uma das principais preocupações dos turistas no momento da escolha do seu destino de férias”, o presidente da confederação, Francisco Calheiros, considera que “uma ação desta natureza tem um impacto devastador na imagem que os turistas levam para os seus países ou que transmitem aos seus
amigos e familiares”. “Certamente que irão ponderar a intenção de uma segunda visita ou de aconselhar o destino, se considerarem que a segurança estará posta em causa”, alertou. Embora afirmando compreender “o desânimo dos agentes policiais”, a CTP apela para que procurem “uma solução de diálogo e consenso e não uma medida de protesto que prejudica gravemente um dos setores que mais contribui para a recuperação da economia nacional”. Em causa está uma ação de protesto do SINAPOL contra os
cortes orçamentais, através da entrega de panfletos no aeroporto internacional da Madeira, alertando que as dificuldades por que, alegadamente, passam os polícias podem fazer perigar a segurança do país. Segundo afirmou o presidente do secretariado regional da Madeira do SINAPOL, Luís Costa, os panfletos pretendem “dar a conhecer a situação em que a polícia se encontra, as dificuldades que as famílias policiais e os elementos estão a passar e também o descontentamento e desmotivação que existe no seio da família policial”.
Suspeitos de assaltos a carrinhas de valor
Julgamento já começou
Cinco acusados de assaltos em 2013 a carrinhas de valores na zona do Grande Porto e de se apoderarem de mais de 150 mil euros, começaram a ser julgados, não tendo prestado qualquer declaração. Os suspeitos recusaram-se a prestar qualquer declaração ao coletivo de juízes, no arranque do julgamento no Tribunal de São João Novo, no Porto. De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), os suspeitos começavam por assaltar residências com o intuito de se apropriarem de automóveis, a que alteravam as matrículas e escureciam os vidros traseiros, usando-os, mais tarde, nos assaltos às carrinhas de valores. Numa fase seguinte, um dos arguidos fazia a vigilância do local onde as carrinhas levantavam o dinheiro - supermercados e Mercado Abastecedor do Porto - e, de acordo com o MP, avisava o resto do grupo que consumava os roubos. Empunhando armas de fogo, os assaltantes ameaçavam os condutores das carrinhas de valores, obrigando-os a entregar os sacos de dinheiro que entretanto tinham recolhido. Do grupo fazia ainda parte um sexto elemento que, no último assalto, acabou por morrer, depois de disparar inadvertidamente sobre si próprio no momento da fuga. Os arguidos estão acusados de crimes de roubo agravado, falsificação e detenção de arma proibida, estando quatro deles em prisão preventiva. Uso partilhado de bicicletas
“BiConde” para desfrutar da cidade O município de Vila do Conde vai lançar em 05 de junho um sistema de bicicletas de uso partilhado, possibilitando a habitantes e turistas a circulação na cidade de forma ecológica e económica, disse a presidente da Câmara. “Temos uma cidade plana, com imensas zonas pedonais que acompanham belezas do nosso concelho”, contou Elisa Ferraz, explicando que através destes “equipamentos não poluentes as pessoas podem visitar os vários espaços da cidade”. Este novo serviço será designado “BiConde” e, segundo a autarquia, insere-se num conjunto de políticas públicas de planeamento e desenvolvimento sustentável, onde se inclui a promoção de ciclovias e percursos de circulação de bicicletas. O município pretende ter, neste serviço, “uma alternativa válida ou complementar de deslocação aos tradicionais meios de transporte”.
Terça-feira, 13 de Maio de 2014
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Dinheiro aplicado no Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamento da saúde
IPO espera 10 milhões há mais de um ano Uso está definido na lei para aplicação em investimentos na unidade de saúde, recorda Francisco Ramos.
Indagam Governo sobre situação das Lajes
Açores preocupados
O presidente do Governo dos Açores afirmou, ontem, que escreveu ao primeiro-ministro a pedir esclarecimentos sobre o “alegado interesse” dos EUA na base militar de Beja, quando não está “devidamente resolvida” a questão das Lajes. Vasco Cordeiro revelou, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, que enviou a carta a Passos Coelho ontem de manhã, colocando ao primeiro-ministro “as questões que para os Açores são relevantes neste âmbito”. “Em primeiro ligar, a existência ou não desses contactos. Em segundo lugar, a ligação que podem ter com as tomadas posição do Governo português sobre a base das Lajes. E em terceiro lugar, e por último, se o Governo português entende que é possível conceder facilidades aos EUA noutras infraestruturas militares em qualquer ponto do território nacional enquanto não estiver devidamente resolvida a situação da base das Lajes”, explicou. Vasco Cordeiro disse que “oficalmente o Governo dos Açores” não foi informado do alegado interesse dos EUA em usar a base militar de Beja, como noticiaram no sábado os jornais Público e Expresso. Os EUA tinham anunciado a intenção de reduzir significativamente o contingente que têm nas Lajes, na ilha Terceira, já este ano, mas a decisão está suspensa.
O Instituto Português de Oncologia de Lisboa reclama, há mais de um ano, a utilização dos 10 milhões de euros que tem aplicados no Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamento (FASP) da saúde para investimentos na instituição. De acordo com o presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa, Francisco Ramos, neste Fundo – criado quando o administrador estava no governo, na equipa do socialista António Correia de Campos – está aplicada “parte do capital” da instituição. Logo após assumir funções neste IPO, em março de 2012, Francisco Ramos solicitou autorização ao Ministério das Finanças para utilizar os 10 milhões de euros, um uso que está definido na lei para aplicação em investimentos na unidade de saúde. “Já solicitei o dinheiro de volta há muito tempo. Mas ainda não foi autorizado”, disse. Entre os investimentos que o IPO necessita está a área de radioterapia, “fundamental para reduzir a despesa que hoje é feita com a aquisição de serviços a entidades privadas nesta área”. O IPO de Lisboa ainda tem por realizar obras nas instalações, estando em curso melhoramentos na área do internamento. “Estamos muito longe” dos objetivos desta administração, disse, esperando obter financiamento para dar ao IPO de Lisboa “condições para os próximos dez anos, dando tempo para o País recuperar condições para voltar a pôr na agenda um novo IPO de Lisboa”. Centralização nas Finanças prejudica
O administrador do IPO de Lisboa considera, ainda, que a centralização das decisões no Ministério das Finanças dificulta a gestão porque atrasa procedimentos simples como a substituição de funcionários em licença de maternidade. “Tudo o que é relevante – recursos humanos e dinheiro - carece de uma decisão casuística por parte
do Ministério das Finanças”, explicou Francisco Ramos. “É uma situação que não se poderá arrastar muito mais. É preciso mudar ou o modelo de controlo de ajustamento orçamental ou, pelo menos, geri-lo de uma forma diferente”, defendeu. Francisco Ramos, recentemente nomeado administrador do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil – que reúne os IPO de Lisboa, Porto e Coimbra –, critica a lentidão das decisões das Finanças, com algumas delas, sobre recursos humanos, a demorarem mais de um ano. Esta centralização de decisões no ministério de Maria Luís Albuquerque traduzse numa “quase completa ausência de autonomia” das instituições, que não conseguem resolver “em tempo útil” uma coisa “tão simples como a substituição de um profissional em licença de maternidade”. Para Francisco Ramos, este estado das coisas “ameaça a empresarialização dos hospitais”, medida tomada quando se encontrava no governo de António Correia de Campos. A esta dificuldade somam-se as restrições orçamentais, que Francisco Ramos considera não ser possível prolongar mais. “Os processos de esticar os recursos internos que estão disponíveis, de forma a colmatar todas as brechas, sem de facto prejudicar a assistência aos doentes, estão esgotados”, disse. Lisboa. Entre os investimentos que o IPO necessita está a área de radioterapia, “fundamental para reduzir a despesa”, e obras nas instalações
Concelho de Lousã
Detido por alegados abusos a enteada com 12 anos
Um homem de 45 anos foi detido no concelho da Lousã por suspeita da prática reiterada de abusos sexuais a uma menor de 12 anos, filha da companheira. Segundo explicou, ontem, fonte da Polícia Judiciária, o homem, manobrador de máquinas na construção civil, foi detido no dia 7 de maio, no âmbito de investigações que decorriam desde o final de
abril. A mesma fonte adiantou que os abusos decorriam desde o início do ano, na casa que ambos partilhavam, e que a menina denunciou a situação na escola. O detido vivia “há muitos anos”em união de facto com a mãe da criança, desde que esta era bebé, mantendo com ela uma relação de “pai para filha”. O TIC de Coimbra sujeitou o suspeito à obrigação de abandonar a localidade onde reside a vítima, proibição de contactar com a criança e à apresentação periódica às autoridades.
Ensaios não são para poupar
Por outro lado, Francisco Ramos assumiu que defende a realização de ensaios clínicos no âmbito da investigação, mas não como uma forma alternativa de acesso a novos medicamentos. “Os ensaios clínicos não servem para introduzir novos medicamentos nos hospitais, servem para fazer investigação clínica, validar as premissas que esses novos produtos precisam de provar antes de serem utilizados na prática clínica”, adiantou. Para o administrador, “é muito importante separar essas duas coisas e não aceitar o argumento de que os hospitais públicos devem aderir aos ensaios clínicos como uma forma de poupar dinheiro. Essa é uma visão errada, distorcida e perigosa”.
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nacional
Terça-feira, 13 de Maio de 2014
Assis “joga ao ataque” em Lamego
PS acusa Governo
“Governo tem medo do povo” O “número um” socialista às europeias acusa o Governo de estar com “medo do povo” e de recorrer à “obscenidade” ao convocar um Conselho de Ministros extraordinário em período de campanha, ultrapassando os limites da decência. Francisco Assis falava no final de um almoço com apoiantes em Lamego, onde fez um dos discursos mais violentos contra a atuação da maioria PSD/CDS e do Governo. Numa referência à convocação pelo Governo, para sábado, de um Conselho de Ministros extraordinário, Assis declarou: “O desespero conduz à perda da vergonha, ao despudor mais absoluto – e temos visto uma campanha de promessas, própria de um Governo que não tem limites no esforço propagandístico, porque tem medo do povo”, sustentou. Francisco Asis referiu-se depois à tese do cabeça de lista da coligação PSD/CDS, Paulo Rangel, advogando que os socialistas, no sábado,
ASSIS. O cabeça de lista do PS às Europeias endureceu o discurso contra o “despudor mais absoluto” dos governantes em período de campanha para as europeias, também apresentarão propostas para um futuro Governo. “A maioria parlamentar acha que a melhor maneira agora é tentar enganar o povo, mas o povo não se vai deixar enganar. Há alguma comparação possível entre uma iniciativa de um partido e uma iniciativa de um Governo? Na campanha eleitoral os partidos têm de ter a primazia”, advogou o dirigente socialista, contrapondo que o Conselho de Ministros extraordinário convocado para sábado corresponde “a uma partidarização inadmissível de uma instituição democrática fundamental”. “PSD e CDS têm legitimidade para governar, mas não são donos
das instituições democráticas que conjunturalmente ocupam em função do voto. Este ato [Conselho de Ministros extraordinário] é um desrespeito profundo pela democracia, é um ato obsceno que tem de ser profundamente criticado, porque a decência tem de prevalecer na disputa política”, advertiu o cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu. Assis deixou depois um apelo à maioria PSD/CDS: “A decência é fundamental na vida política e tem de haver uma decência mínima”. “Infelizmente, esta maioria, no seu desespero, está a ultrapassar todos os limites com a uma atuação indecente, pondo em causa os princípios da convivência democrática. A nós não nos intimidam nem nos enga-
nam”, referiu, num discurso muito aplaudido pelos socialistas. Na sua intervenção, o cabeça de lista do PS pediu aos militantes socialistas que sensibilizem os eleitores “descrentes” sobre o que está em causa no próximo dia 25. “Não estamos a dizer que as dificuldades vão desaparecer da noite para o dia, ou que não há sacrifícios ainda por fazer, mas dizemos que Portugal não está condenado a um estatuto de subalternidade. Contrariamente a outros não prometemos o céu para amanhã, mas também recusamos uma condenação a uma espécie de inferno. Por isso, dia 25, temos de dizer que não aceitamos este caminho e que outro caminho é possível”, concluiu.
Paulo Rangel promete lutar pelas regiões do interior
“Nós pensamos em vocês” O cabeça de lista da Aliança Portugal promete que os deputados eleitos por esta coligação vão lutar no Parlamento Europeu por um tratamento especial para as regiões do interior, semelhante ao das regiões ultraperiféricas. Durante um almoço com apoiantes, na Guarda, em que esteve presente Fernando Ruas, número dois da lista PSD/CDS-PP às eleições europeias, Paulo Rangel apontou-o como um “porta-voz para o interior” e afirmou que o ex-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses “vai desenvolver no Parlamento Europeu uma estratégia para criar um tratamento especial para as regiões do interior, que possa ser paralelo, semelhante,
inspirado naquele que existe para as regiões ultraperiféricas”. “Nós, na Europa, em Bruxelas e em Estrasburgo, vamos estar a lutar por um estatuto para estas regiões, por o valorizar, e vamos ter com certeza essa garantia, porque temos no Fernando Ruas um representante genuíno”, acrescentou Paulo Rangel, alegando que a Aliança Portugal é “a única lista que tem alguém do interior”, e ainda por cima ainda “no lugar número dois, em lugar elegível”. “Nós pensamos em vocês, sabemos o que vocês sofrem”, declarou o social-democrata, dirigindo-se à plateia de apoiantes da região da Guarda. O eurodeputado social-democrata reclamou que os eurodepu-
tados da Aliança Portugal têm “um trabalho já feito na área dos fundos comunitários” a favor das regiões menos desenvolvidas: “Fomos nós que conseguimos, claramente, com o trabalho dos deputados do PSD e do CDS-PP no Parlamento Europeu, que Portugal pudesse ter este quadro que vai trazer 11 milhões de euros por dia para o país, entre 2014 e 2020”. A este propósito, elogiou também o papel de Passos Coelho: “Aí, o nosso primeiro-ministro teve um papel decisivo quando reuniu o ‘Grupo da Coesão’, de 15 países, e o chefiou ao lado do primeiro-ministro polaco”. Após os discursos, como tem acontecido em todas as ações de campanha da coligação PSD/
CDS-PP em que há intervenções, os candidatos ouviram de pé o hino nacional. Antes do almoço, Paulo Rangel, Fernando Ruas e Nuno Melo visitaram o Instituto Politécnico da Guarda, onde não havia alunos por ser semana académica, e estiveram num encontro com imprensa regional, durante o qual o social-democrata atribuiu considerou que “um certo desencanto dos portugueses com a política em geral” contribui para a abstenção. Em seguida, a comitiva da Aliança Portugal, acompanhada por um tocador de bombo e por um acordeonista, percorreu a pé algumas ruas do centro da Guarda, que estavam praticamente vazias.
Contratação coletiva estilhaçada O PS acusou o Governo de “esmagar” a negociação coletiva, criticando a proposta de alteração da caducidade das convenções coletivas de trabalho de cinco para dois anos que deixa os trabalhadores “à mercê da discricionariedade dos seus empregadores”. “Com ironia poderíamos assinalar aqui um acontecimento inédito. O senhor primeiroministro cumpriu uma promessa. Persegue com toda a determinação o caminho de estilhaçar a contratação coletiva”, afirmou o deputado do PS Nuno Sá, numa declaração política no plenário da Assembleia da República. Insistindo nas acusações de que o Governo de maioria PSD/CDS-PP “esmagou completamente a contratação coletiva”, Nuno Sá destacou a proposta de alterar a caducidade das convenções coletivas de trabalho de cinco para dois anos, considerando que se trata de uma forma de o executivo “atalhar três anos na sua cruzada de ofensiva contra os direitos dos trabalhadores alcançados arduamente nos últimos 40 anos”. “Esta senda ideológica tem como objetivo último a desvalorização do fator trabalho, deixando os portugueses à mercê da discricionariedade dos seus empregadores. Não basta este Governo ser o pior patrão de Portugal, como ainda quer forçar os empregadores responsáveis, que acreditam na concertarão social e na contratação coletiva como instrumento de desenvolvimento económico e social, a desistirem do diálogo laboral”, frisou. Na resposta a estas críticas e acusações, o deputado do PSD Adão Silva lembrou os anos de governação socialista, acusando o PS de ter “gasto à tripa forra”. “Vocês comeram os figos, a nós é que rebentaram os beiços”, ironizou, lembrando a aposta que o Governo de maioria PSD/CDS-PP no compromisso social. Pelo CDS-PP, o deputado Artur Rego corroborou a aposta do executivo na concertação social, lembrando que tudo tem sido discutido com os parceiros sociais. “O que foi levado à concertarão social foi uma proposta, uma base de trabalho para ser conversada, negociada”, acrescentou o deputado democrata-cristão, assegurando que só haverá uma decisão final sobre a caducidade das convenções coletivas de trabalho depois da solução ter sido consensualizada e que “não é verdade que se vá cortar nas remunerações base ou na antiguidade”. Mariana Aiveca, do BE, acompanhou as críticas dos socialistas, acusando a maioria de proteger “a parte mais forte das relações laborais: o patronato”. O deputado comunista Jorge Machado recusou igualmente “a tentativa de aniquilar a contratação coletiva e fazer mais uma vez baixar os salários”, aproveitando também para questionar o PS sobre a disponibilidade manifestada por António José Seguro para acordos de Governo. “O compromisso do PS é com os portugueses, melhorar a vida dos portugueses, dar esperança e futuro a este país”, respondeu o deputado socialista Nuno Sá, sem fazer referência direta às declarações do secretário-geral do seu partido.
Terça-feira, 13 de Maio de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Desempregados e beneficiários do RSI abrangidos em novo protocolo
Vigilância nas florestas para 2000 pessoas Para o desenvolvimento desta iniciativa, o IEFP alocou uma verba de cerca de meio milhão de euros. Três ministérios envolvidos. Redução de funcionários públicos em 2013
Menos 22 mil cargos
O número de funcionários públicos caiu 3,8% em dezembro de 2013, menos 22 mil face ao mesmo mês de 2012, para um total de 563.595 trabalhadores, segundo o Boletim Estatístico de Emprego Público, ontem divulgado. De acordo com o BOEP, para este comportamento contribuiu essencialmente o subsetor da administração central, o qual representa 74,4% dos postos de trabalho no setor das administrações públicas. Considerando a variação acumulada do emprego desde o final de 2011, as diferenças mais significativas ocorrem nos terceiros trimestres de 2012 e 2013: entre 30 de junho e 30 de setembro houve uma redução de 23 mil trabalhadores e de 16 mil postos de trabalho, respetivamente. Esta redução é explicada pelo caráter sazonal do emprego na educação resultante da mudança de ano letivo durante este período, em particular com significativa caducidade de contratos a termo de docentes em estabelecimentos de ensino e saída definitiva de trabalhadores, refere o BOEP. De destacar igualmente que em 2012 e em 2013 a passagem à situação de reforma ou aposentação constituiu o principal motivo de saída definitiva de trabalhadores, representando 60,2% das saídas para o total administrações públicas nos dois anos acumulados.
levante no âmbito da floresta e da prevenção”. “Estamos aqui no coração das ações de prevenção que tem uma importância grande na altura mais crítica dos fogos, uma vez que contribui, se não elimina, de uma forma significativa os efeitos e as consequências dos fogos florestais”, comentou Miguel Macedo. Contudo, acrescentou, “temos todos a consciência de que, pese embora a importância destas ações, nem todos os problemas ficam resolvidos”. Miguel Macedo salientou ainda que a cerimónia teve por objetivo “dinamizar e apelar a toda as entidades que podem acorrer a este programa” para que o trabalho realizado possa ter continuidade. “É muito importante para a floresta e é importante para o país, porque evita muitos problemas”, sustentou o ministro.
Cerca de 2000 desempregados e beneficiários do Rendimento Social de Inserção vão participar em quase 550 ações de prevenção de incêndios, reflorestação e vigilância das florestas em todo o País, anuncio, ontem, o Governo. Para o desenvolvimento desta iniciativa, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) alocou uma verba de cerca de meio milhão de euros, avançou o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social durante a assinatura de renovação do protocolo de cooperação com os ministérios da Administração Interna e da Agricultura e do Mar.
Cultura de colaboração ativa
Acelerar regresso ao trabalho
O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, adiantou que protocolo «Trabalho Social pelas florestas» permite acelerar o regresso dos desempregados ao mercado de trabalho. “Quanto mais estiver integrado o cidadão, mais facilidade terá em criar um conjunto de redes de ligação e oportunidades que venham a surgir no mercado de trabalho”, sustentou. Por outro lado, sublinhou, estão a “ajudar a preservar” o património, “muito especialmente o património florestal”, através da prestação de atividades socialmente úteis. Mota Soares salientou a “ligação muito especial” com as câmaras municipais para o desenvolvimento deste protocolo, mas também com instituições sociais e associações de bombeiros. Segundo o ministro, os 2000 beneficiários de todo o País vão “realizar ações de vigilância dos espaços florestais, assegurar a manutenção e a recuperação do património florestal”. Presente na cerimónia, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, adiantou que estes beneficiários “vão ser distribuídos por perto de 550 ações, contribuindo para um trabalho que é muito re-
Protocolo. Cerca de 2000 desempregados e beneficiários do Rendimento Social de Inserção vão participar em quase 550 ações de prevenção aos incêndios
Dia positivo na Europa
Bolsa de Lisboa fecha a subir quase 1%
O índice de referência da Bolsa de Lisboa, o PSI20, encerrou, ontem, a subir quase 1% para 7.375,92 pontos. Entre as 20 cotadas que compõem o PSI20, quinze encerraram com ganhos, quatro em queda e uma inalterada. As ações da Portucel foram as que mais se destacaram no fecho, ao subirem 3,16%. A Semapa avançou 2,46% para 11,02 euros. No setor financeiro,
o BES apreciou 1,97% para 1,24 euros, o BCP valorizou 1,71% para 0,20 euros e o Espírito Santo Financial Group avançou 1,34%. Também o BPI subiu 0,17% para 1,76 euros. Na energia, a Galp avançou 1,29% para 12,96 euros, a EDP cresceu 1,03% para 3,52 euros, a EDP Renováveis subiu 2,43% para 5,05 euros, enquanto a REN perdeu 0,83% para 2,75 euros. A Portugal Telecom avançou 0,47% e a Jerónimo Martins recuou 0,28%. Na Europa, o dia foi positivo em todas as praças de referência.
Para a ministra da agricultura e do Mar, Assunção Cristas, este protocolo “mostra que é possível” trabalhar em rede e concretizar ações que “são relevantes” para o País. “Naturalmente, só por si, [estas ações] não nos resolvem os problemas, mas ajudam a criar uma cultura de colaboração ativa, de soluções que nos permitem valorizar a floresta, falar da floresta, sinalizar a possibilidade de mais gente a trabalhar na floresta”, disse Assunção Cristas Com isso, acrescentou, “estamos a preservar um espaço que é uma riqueza endógena, do nosso país, que contribui muito para a economia portuguesa” e para a criação de postos de trabalho. Segundo o protocolo, a maioria dos projetos aprovados, 422 (77%), reporta-se à prevenção dos incêndios florestais e à minimização dos seus efeitos. As autarquias foram as entidades promotoras de 340 projetos aprovados (62%). Cento e trinta pessoas foram detidas em 2013 pelo crime de incêndio, mais 34 do que em 2012, e 48 ficaram em prisão preventiva, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2013. Os distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo foram os mais fustigados pelos incêndios. Este ano, a fase Bravo começa a 15 de maio e prolonga-se até 30 de junho.
6 | O Norte Desportivo
futebol
Terça-feira, 13 de Maio de 2014
Técnico confirma saída do Estoril e pode ocupar vaga deixada pelo madeirense
Marco Silva apontado como sucessor de Jardim DR
Imprensa estrangeira dá como garantida a ida de Leonador Jardim para o Mónaco. Deste modo, Marco Silva pode seguir para Alvalade. O treinador Marco Silva anunciou, ontem, a saída do comando técnico do Estoril-Praia, que levou em 2013/14 ao quarto lugar da I Liga, depois de ter recolocado o clube no primeiro escalão do futebol nacional. “A vida é feita de ciclos. E eu entendi que o meu ciclo no Estoril termina nesta época”, pode ler-se na mensagem do treinador, de 36 anos, que orientou os «canarinhos» em 2011/12, quando conseguiu o regresso à I Liga, e 2012/13, antes de alcançar sucessivamente as duas melhores classificações de sempre do clube, quinto lugar na é época passada e quarto na presente época. O antigo defesa, que vestiu as camisolas de Belenenses, Atlético, Trofense, Rio Ave, Sporting de Braga B, Salgueiros, Odivelas e Estoril-Praia, terminou a carreira ao serviço da formação da linha em 2010/11, para assumir o cargo de diretor desportivo do clube. “Ao fim de nove anos de ligação ao Estoril-Praia, sinto este clube como uma família. Foi aqui que escolhi terminar a minha carreira de jogador profissional e é ao Estoril que devo o início da minha carreira como treinador. Por isso, agradeço ao seu presidente, Tiago Ribeiro, a aposta que fez e a oportunidade que me deu para desenvolver este trabalho fantástico”, refere Marco Silva, na mensagem divulgada no site oficial do clube. Além do presidente do clube, Marco Silva dirige-se ainda aos jogadores, “profissionais de corpo inteiro”, que “marcaram a diferença quando souberam alcançar as vitórias e também quando souberam reagir às derrotas”. “Quero deixar uma palavra muito especial aos jogadores, Foi com eles que mais aprendi e foram eles, a cada dia, que me ajudaram a ser um melhor profissional”, sublinhou o técnico, destacando o “coleti-
vo muito forte”, que “integrado pelos mesmos objetivos e determinado pelas mesmas ambições” entrou na “história deste clube” e “a escreveu a letras de ouro”. A importância do coletivo é, de acordo com Marco Silva, a sua própria “filosofia enquanto treinador”. “Cada um de nós só conseguirá atingir os seus próprios objetivos se em primeiro lugar colocar os objetivos da equipa. Os resultados falam por si. Mas a vida é feita de ciclos. E eu entendi que o meu ciclo no Estoril termina nesta época”, rematou o treinador. Marco Silva salienta que este momento deve ser encarado com “naturalidade”, não pela vontade de trocar projetos, “mas antes no âmbito do decurso normal, de evolução”, agradecendo ainda o apoio dos adeptos estorilistas. E em Alvalade?
Mudanças. Marco Silva anunciou a saída do comando técnico do EstorilPraia e, tudo indica, pode vir a suceder a Leonardo Jardim no Sporting
Mote luso para Brasil
“O passado é história, o futuro é a vitória”
“O passado é história, o futuro é a vitória” foi a frase escolhida pelos utilizadores do site da FIFA para estar escrita no autocarro da seleção, durante o Mundial2014. Esta frase levou a melhor sobre as outras duas possibilidades colocadas a votação em abril, em detrimento de «Aqui vai uma seleção que orgulha uma nação. Força Portugal!» e de «Muito mais
que futebol, uma paixão!». Para a primeira adversária de Portugal no Grupo G do Mundial2014, a Alemanha, foi selecionada a frase “Um país, uma equipa, um sonho”, enquanto para os EUA a escolha recaiu na mensagem “Unidos pela equipa, guiados pela paixão”. A estrela negra da bandeira do Gana é a protagonista do rival africano: “Estrelas negras, aqui para iluminar o Brasil”. “Preparem-se! o hexa está chegando!” vai estar na viatura que transportar a seleção anfitriã.
Ontem, alguma imprensa noticiou que Leonardo Jardim está de saída do Sporting, depois de ter recebido um convite para substituir Claudio Ranieri no Mónaco, e que Marco Silva é o treinador desejado para o banco do clube de Alvalade, que terminou o campeonato em segundo lugar, a seis pontos do campeão, o Benfica. O antigo futebolista Beto admitiu que, “se Leonardo Jardim sair do comando técnico do Sporting, será uma grande perda”. À margem do World Scouting Congress, em Vila Nova de Gaia, o ex-capitão do Sporting esclareceu que preferia que não houvesse qualquer alteração na equipa técnica dos «leões», admitindo, no entanto, o valor de Marco Silva, do Estoril-Praia. “O Leonardo Jardim foi uma peça fundamental. Se sair, será uma grande perda. Fez um trabalho notável, promovendo a união entre os jogadores e recuperando a vontade de vencer”, disse Beto, sublinhando que “ a estrutura tem de estar preparada para encontrar alguém que dê o máximo em prol do clube, caso se confirme a saída”. “Há muitos treinadores com provas dadas e ambição de vencer competições. Marco Silva fez um excelente trabalho no Estoril e será sempre um treinador a ter em conta”, rematou.
Kevin Gameiro deixa aviso ao Benfica
Sevilha quer vencer
O francês Kevin Gameiro, do Sevilha, garante que a equipa “não vai a Turim só para ver o Benfica jogar”, em entrevista à página oficial da UEFA, antevendo a final da Liga Europa de amanhã. O avançado, de 27 anos, é o melhor marcador do Sevilha na campanha europeia (21 golos em todas as provas) e considera que o emblema espanhol “fez uma grande época na Liga Europa, sobretudo nos jogos contra o Betis, FC Porto e Valência”. Kevin Gameiro jogará a sua primeira final e considerou que o Sevilha é o finalista surpresa: “Sabemos que o Benfica está a fazer uma grande época, que ganharam a liga portuguesa e que bateram a Juventus nas meias-finais, o que não é tarefa fácil, especialmente em Turim”. “Mas é uma final e tudo é possível. O mais importante é darmos tudo de nós e no final não nos arrependermos de nada. Dar os 100 por cento e depois vê-se”, esclareceu. Segundo o atacante francês, “a equipa vai tentar vencer, pois não vai a Turim para ver apenas o Benfica a jogar. O mais importante é vencer o troféu, o qual seria o terceiro no historial do clube”. Gameiro acha que “o Benfica dará tudo o que tem”, recordando que o clube da Luz esteve na final da época passada [perdida para o Chelsea], mas que isso “não interfere” com os planos do Sevilha.
Terรงa-feira, 13 de Maio de 2014
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O Primeiro de Janeiro | 7
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PATRIARCAS DE LISBOA E JERUSALÉM EM DEBATE
Médio Oriente em cima da mesa
Cavaco Silva já iniciou visita à China
“Reforçar a recuperação económica”
A situação no Médio Oriente, onde as perseguições violentas estão a forçar milhares de cristãos a abandonar a região, vai estar em debate amanhã numa conferência com os patriarcas de Lisboa e Jerusalém. O patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, está em Fátima, onde ontem e hoje, preside à peregrinação anual. Amanhã, dá uma conferência na Universidade Católica sobre a situação dos cristãos no Meio Oriente, em que participará também o patriarca de Lisboa Manuel Clemente. A violência contra os cristãos em países como a Síria, o Iraque ou o Egito, agravou-se nos últimos dois anos e a Igreja Católica alerta que poderá estar em causa a sua sobrevivência naquela região, incluindo na Terra Santa. O mais recente relatório [2011-2013] da fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), da Santa Sé, aponta o Médio Oriente como uma das regiões onde a perseguição aos cristãos “é mais acentuada” e onde “a sobrevivência da Igreja está em causa”. O papa Francisco, que de 24 a 26 de maio visita a Terra Santa, manifestou em novembro, durante um encontro com patriarcas e arcebispos das igrejas orientais católicas, “grande preocupação” com “as condições de vida dos cristãos que em muitas partes do Médio Oriente sofrem de maneira particularmente forte”. A Síria, em guerra civil há mais de três anos e de onde nas últimas semanas chegaram imagens chocantes de crucificações de cristãos, é atualmente um dos piores países. “Temos documentados casos de violência arbitrária contra cristãos, violência com requintes de malvadez e com uma mensagem clara: os cristãos têm que sair desta terra”, disse Félix Lungu, da AIS.
O Presidente da República disse esperar que a sua visita à China contribua para reforçar a recuperação da economia portuguesa e combater o desemprego, lembrando que as exportações, o turismo e o investimento são os pilares do crescimento económico. “Todos sabem que as exportações, o turismo e o investimento são os pilares do crescimento económico português e a da criação de emprego, eu penso com esta visita dar um contributo para que se reforce a recuperação da economia portuguesa e se combata o flagelo do desemprego”, refere Cavaco Silva, numa mensagem que será divulgada no ‘site’ da Presidência da República e que foi distribuída aos jornalistas que acompanham a deslocação do Presidente à China, à chegada a Xangai. Na mensagem, o chefe de Estado, que iniciou uma visita de Estado
NUMA ESCOLA EM BRAGA
Quercus e o Estado (!) do Parque Natural do Douro Internacional
Seis crianças feridas com restos de foguete Seis crianças, entre os 6 e os 10 anos, ficaram ontem feridas sem gravidade numa escola de Braga, com o rebentamento de “restos” de um foguete, informou fonte dos bombeiros voluntários. O acidente aconteceu na Escola EB 1 de S. Paio d’ Arcos, pelas 17 horas e, segundo a mesma fonte, “uma das crianças pegou no resto de uma girândola que foi usada numa festinha este fim-de-semana e o resto da pólvora do foguete acabou por rebentar”. Até às 19h00 não foi possível confirmar aquela versão junto da direção da escola. “Ficaram feridos seis miúdos mas sem gravidade, só se queixavam de zumbidos nos ouvidos e cefaleias. Ainda assim, foi mais o pânico que outra coisa”, explicou a fonte. As crianças, disse, “foram encaminhadas para o Hospital de Braga mas apenas por precaução”.
FÁTIMA
António Marto apela ao voto
O bispo de Leiria/Fátima, António Marto, apelou ontem ao voto para combater o abstencionismo, que considerou um sinal “triste e grave” dos tempos atuais e exortou os políticos a discutirem as questões europeias. “Eu faço daqui um apelo, aos responsáveis políticos, para que discutam verdadeiramente os problemas europeus e não se fechem na política caseira de tipo eleitoralista. E um apelo também aos cidadãos, para que cada um assuma a sua responsabilidade própria”, disse António Marto, em conferência de imprensa, no santuário de Fátima. Classificou de sinal “triste e grave dos tempos” o anúncio de um abstencionismo de 60, 63 por cento em toda a Europa, o que, na opinião do bispo de Leiria/Fátima, “representa uma decadência da Europa”. “Não é com abstencionismo que resolvemos o assunto. Estamos a assistir a uma decadência da política, no sentido de que estamos a cair numa discussão apenas política por motivos eleitoralistas, onde se perde o sentido do bem comum e se põe em primeiro lugar os interesses particulares”, alegou. A eventual elevada abstenção nas eleições europeias significa, segundo António Marto, um “alerta” aos responsáveis políticos europeus de que “não se pode limitar a Europa do Euro à Europa dos mercados”. “Mas têm de ter raízes espirituais, culturais e morais, que sejam partilhadas e deem uma nova esperança à Europa e, também, concretamente, a Portugal”, referiu. Para o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a crise que atravessa a União Europeia, “agudizada pela crise financeira, económica e social, não pode por em perigo o projeto europeu comum”. No entanto, deixou o alerta: “A democracia europeia precisa de virtudes para além do mercado e por causa do mercado. Virtudes para crescer em unidade e solidariedade”, frisou António Marto.
de sete dias à China a convite do seu homólogo, destaca a importância da deslocação, lembrando que Portugal e a China celebram o 35.º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países. “Regresso à China depois de a ter visitar como primeiro-ministro em 1987 e 1994 para resolver a questão de Macau que a história tinha deixado aos dois países”, lembra o chefe de Estado. Destacando os encontros institucionais que terá com o Presidente e o primeiro-ministro chineses, o presidente do Congresso do Povo e o presidente da câmara de Xangai, Cavaco Silva assinala igualmente a “importante delegação empresarial” que o acompanha. “A China apresenta-se como um mercado com um grande potencial de expansão para os produtos portugueses”, frisa o chefe de Estado, que irá participar em dois semi-
nários económicos durante a visita à China e terá encontros com empresários chineses. “Quero que eles fiquem a saber que Portugal é uma localização competitiva para o investimento estrangeiro”, adianta o Presidente da República. Segundo Cavaco Silva, a cooperação na área da ciência e do ensino da língua portuguesa irão também ocupar um “lugar de relevo” na sua visita à China, que o levará a Xangai, Pequim e Macau. “Quero com esta minha visita que a China fique a conhecer melhor Portugal, as potencialidades económicas e cientificas do nosso país, que os chineses fiquem a conhecer melhor a qualidade dos produtos portugueses e a riqueza da nossa cultura, que mais chineses possam visitar Portugal, queremos receber mais turistas vindos da China”, concluiu.
“Desinvestimento e abandono” Associação ambientalista Quercus acusa o Estado de “desinvestimento e abandono” das áreas protegidas, em especial a do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), uma situação que está a contribuir para o despovoamento da região. “O Estado terá de investir na gestão das áreas protegidas, na recuperação dos ‘habitats’, em políticas de conservação da natureza, nas atividades humanas tradicionais, com incidência na agricultura ou no turismo sustentável”, começa por justificar o vice-presidente da direção nacional da Quercus, João Branco. A posição da Quercus surge numa altura em que se assinalam 16 anos sobre a criação da área protegida do PNDI. “O PNDI é uma área protegida bastante grande [a segunda maior do
país] e que se estende pelos concelhos transfronteiriços de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo, tendo no seu território inúmeras potencialidades. Mas, enquanto não houver políticas para a promoção destes territórios a todos os níveis, vão ficar esquecidas e abandonadas”, frisou. O PNDI surgiu com o propósito de valorizar e conservar o património natural e o equilíbrio ecológico. Salvaguardar o património arquitetónico, histórico e cultural, com integral respeito pelas atividades tradicionais, designadamente uma parte do Alto Douro Vinhateiro é outro objetivo do parque, criado em 1998. “Passados quatro anos, foi criado o Parque Natural de Arribes del Duero em território espanhol, que
complementa a proteção da zona mais sensível em termos de conservação da natureza, que corresponde ao canhão dos rios Douro e Águeda, em conjunto com o PNDI forma um dos maiores espaços protegidos da Europa, que se estende ao longo de 130 quilómetros e constitui a fronteira natural entre Portugal e Espanha”, acrescentou em comunicado a Quercus. Para a Quercus, a área correspondente ao PNDI já tem problemas “que cheguem” devido ao despovoamento que a torna numa zona economicamente deprimida. “Um dos objetivos da criação deste parque foi mesmo o desenvolvimento de atividades que fossem compatíveis com a conservação da natureza, mas que promovessem o desenvolvimento da região”, enfatizou.
Patriarcas de Lisboa e Jerusalém em debate
Médio Oriente em cima da mesa A situação no Médio Oriente, onde as perseguições violentas estão a forçar milhares de cristãos a abandonar a região, vai estar em debate amanhã numa conferência com os patriarcas de Lisboa e Jerusalém. O patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, está em Fátima, onde ontem e hoje, preside à peregrinação anual. Amanhã, dá uma conferência na Universidade Católica sobre a situação dos cristãos no Meio Oriente, em que participará também o patriarca de Lisboa Manuel Clemente. A violência contra os cristãos em países como a Síria, o Iraque ou o
Egito, agravou-se nos últimos dois anos e a Igreja Católica alerta que poderá estar em causa a sua sobrevivência naquela região, incluindo na Terra Santa. O mais recente relatório [2011-2013] da fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), da Santa Sé, aponta o Médio Oriente como uma das regiões onde a perseguição aos cristãos “é mais acentuada” e onde “a sobrevivência da Igreja está em causa”. O papa Francisco, que de 24 a 26 de maio visita a Terra Santa, manifestou em novembro, durante um encontro com patriarcas e arcebispos
das igrejas orientais católicas, “grande preocupação” com “as condições de vida dos cristãos que em muitas partes do Médio Oriente sofrem de maneira particularmente forte”. A Síria, em guerra civil há mais de três anos e de onde nas últimas semanas chegaram imagens chocantes de crucificações de cristãos, é atualmente um dos piores países. “Temos documentados casos de violência arbitrária contra cristãos, violência com requintes de malvadez e com uma mensagem clara: os cristãos têm que sair desta terra”, disse Félix Lungu, da AIS.