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MATEMÁTICA DA UEFA ESTORIL RECEBE HOJE PAÇOS E QUER GARANTIR UM LUGAR EUROPEU

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 98

Segunda-feira, 14 de abril de 2014

OPOSIÇÃO INSISTE EM AFIRMAR QUE GOVERNO TEM AGENDA ESCONDIDA

CORTES NA MANGA n PS e BE não poupam criticas ao Governo por querer esconder mais cortes na manga... “A cada dia que passa há mais provas de que há uma agenda escondida. Não sei se tem a ver com o calendário eleitoral ou com o facto de haver eleições europeias no dia 25 de maio, mas a verdade é que o Governo tem preparados cortes que não está a divulgar aos portugueses”, realça Óscar Gaspar, dirigente socialista, destacando-se ainda “o valor das pensões na dependência exclusiva da vontade dos governantes”...

PORTO

Câmara desiste da candidatura ao Euro2020

PÁSCOA

D. Manuel Clemente apela à solidariedade dos portugueses

SÓ FALTA UMA FINAL

Benfica vence Arouca em Aveiro, com golos de Rodrigo e Gaitan, e pode festejar já o título na Luz na próxima receção ao Olhanense


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 14 de Abril de 2014

Campeonato da Europa de futebol de 2020

Vítor Rodrigues critica Governo

Porto abandona candidatura aos jogos

“PS tem de assumir mudança social”

A Câmara Municipal do Porto anunciou ter-se “desinteressado” da candidatura à realização de jogos do Campeonato da Europa de futebol de 2020, por “não ver garantido retorno mínimo para a cidade”. “Tratando-se de um modelo de campeonato em tudo diferente dos anteriores e não estando definidas as seleções que disputariam um número muito limitado de jogos no Estádio do Dragão (único na cidade do Porto que cumpre os critérios estabelecidos pela UEFA), resulta também indefinido qual o retorno potencial para a cidade”, refere a autarquia, presidida pelo independente Rui Moreira, num comunicado enviado às redações. Apesar de ter aceitado “estudar com a Federação Portuguesa de Futebol” (FPF) o “apertado e exigente caderno de encargos” do Euro2020, a Câmara do Porto concluiu “não estarem reunidas as condições mínimas para que sejam assumidos importantes compromissos futuros (muitos deles externos à autarquia)”, que, sustenta, “apenas fariam sentido se estivessem garantidas correspondentes condições de retorno turístico e promocional para a cidade do Porto e para os seus munícipes”. Segundo esclarece, “o que estava proposto ao Porto seria receber um número muito reduzido de jogos,

PORTO. Câmara desinteressou-se pelo Euro2020 por “não ver garantido retorno mínimo para a cidade” de um grupo, não estando garantido qualquer jogo da seleção portuguesa e não podendo o Estádio do Dragão aceder aos jogos das fases mais adiantadas da prova, devido à sua lotação”. “Por outro lado – acrescenta - face ao alargamento do número de países na primeira fase da competição, nem sequer estava garantido que o jogo ou jogos a disputar no Porto fossem os mais interessantes, quer do ponto de vista desportivo, quer do ponto de vista da promoção externa da cidade nos mercados de maior interesse turístico”. Na sexta-feira, a FPF anunciou ter prolongado até 21 de abril o prazo dado às câmaras municipais de Lisboa e Porto para a entrega de candidaturas à realização de algumas partidas do Campeonato da Europa de 2020. Segundo esclareceu a FPF numa nota publicada no seu sítio oficial na Internet, as duas autarquias poderão

entregar os “dossiers” de candidatura à organização conjunta do Euro2020 até às 12h00 de 21 de abril, de forma a que possam entrar na UEFA até dia 25. A decisão, acrescenta o organismo máximo do futebol português, “levou em conta o interesse manifestado pelas duas autarquias em apresentar ‘dossiers’ de candidatura completos que possam ser analisados e remetidos à UEFA antes do prazo-limite estabelecido pelo organismo que tutela o futebol europeu [dia 25 de abril]”. O prazo oficial dado inicialmente pela FPF tinha terminado na quintafeira, sem que tivesse sido apresentado qualquer “dossier” de candidatura. Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse estar a avaliar, com a FPF e a Câmara do Porto, uma candidatura para que a capital receba jogos do campeonato europeu de futebol de 2020. “Ainda

não há nenhuma decisão final tomada. Temos estado a avaliar isso com a Federação, a Câmara do Porto e entre nós. E [estamos] a medir bem o passo. Temos de tomar bem a decisão e tomá-la-emos no momento oportuno. Mas ainda não temos decisão final”, afirmou António Costa, salientando que esta é uma decisão que tem de ser tomada de “forma ponderada”, pelas especificidades do Euro2020 e pelo caderno de encargos que as cidades que receberem jogos terão de assumir. A fase final do Europeu de futebol de 2020 irá disputar-se de uma forma inédita, já que os jogos vão realizar-se, pela primeira vez na história do campeonato, em 13 países. As regras exigem para as meias-finais e para a final estádios com lotação superior a 70 mil lugares, o que afasta desde logo essas três partidas de Portugal.

Tradição esteve suspensa durante 40 anos

Bois à solta na Póvoa de Varzim Dezenas de bois de várias raças desfilaram ontem pelas ruas do centro da Póvoa de Varzim, numa tradição esteve suspensa durante 40 anos e cuja recuperação foi agora realizada pelo segundo ano consecutivo. A tradição consistia em “apresentar os bois que eram abatidos quando havia o matadouro da Póvoa”, começou por explicar Miguel Ribeiro, comerciante de carnes e “poveiro de gema”, referindo que “as pessoas ficavam assim a conhecer a carne que iam consumir na semana da Páscoa”. Enquanto alguns exemplares de bois de raça galega se preparavam para passear os seus 650 quilos pelas ruas

da cidade, Lucinda Delgado, vereadora do Desenvolvimento Económico da Câmara da Póvoa de Varzim, recordou que “a tradição deixou de existir após o 25 de Abril de 1974”, sobretudo por “uma certa descrença” nesta prática, que constituía também “uma homenagem aos agricultores e produtores”. O desfile do gado, adornado com sinos e cravos, é precedido por uma exposição aos comerciantes na Praça Marquês de Pombal, em pleno centro poveiro, “durante a qual alguns talhantes acabam por adquirir os animais”, contou a vereadora, frisando que “um dos objetivos é também divulgar o

mercado municipal aos talhantes de fora do concelho”, além do “reavivar da tradição que a maior parte das crianças nunca viu”. Aos 78 anos, Maria da Conceição Vinagre, “filha da Tia Maria Vinagre, que todo o povo da Póvoa conhecia”, lamentou apenas que no desfile “já não haja concertinas”. “Antigamente havia mais alegria”, garantiu. “Vinham com as concertinas a tocar, as moças vestidas à lavradeira, a minha falecida mãe vinha da aldeia a tocar uma gaita”, recordou, com uma certa pena de que “as coisas agora sejam mais mortas”, mas com desejos de que o desfile seja

“para manter”, pois “não devem acabar as tradições”. Com mão firme num boi “de raça galega ou minhota”, Nélson Ferreira, cortador de carnes da Póvoa de Varzim, considerou o regresso deste costume pascal “uma coisa muito linda para a cidade”, até porque reafirma “as tradições de boa carne” ali vendida. Avaliando os milhares de pessoas que assistiam ao cortejo, Nélson Ferreira não hesitou em vaticinar um regresso em força da tradição dos bois da Páscoa na Póvoa, augurando, “com toda a certeza”, que haverá “uma audiência muito maior para os próximos anos”.

O presidente da Câmara de Gaia defende ser “necessário mexer no sistema económico predatório vigente”, pelo que aconselhou o PS a “assumir sem preconceitos a defesa da mudança social”, e criticou o atual Governo. “O PS tem de assumir sem preconceitos a defesa da mudança social, das políticas públicas e dos sistemas de comparticipação das eventualidades. A defesa convicta dos mínimos sociais. Tudo isto ao contrário do que este Governo tem feito”, disse Vítor Rodrigues. O mesmo autarca, que integrava o painel “O papel da ação social” da conferência “Um novo contrato para a proteção social”, integrada na convenção Novo Rumo para Portugal, promovida pelo PS e realizada em Vila Nova de Gaia, com a presença de Seguro, defendeu a economia social e o terceiro setor, considerando que “estes podem ter um papel ativo na melhoria das condições atuais de vida”.

Operações no Grande Porto

PSP detém 19 pessoas

Dezanove pessoas foram detidas e mais de uma centena de doses de droga foram apreendidas em diversas operações policiais realizadas na noite passada e na madrugada de ontem nas cidades do Porto, Matosinhos e Ermesinde, informou a PSP. Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP adianta que 13 pessoas foram detidas por condução sob o efeito de álcool, três por tráfico de estupefacientes, uma por desobediência, outra por condução sem carta e uma outra por furto. No âmbito das operações policiais - realizadas entre as 22h00 de sábado e as 08h00 de ontem por efetivos da 1.ª divisão policial e das divisões de Matosinhos e da Maia – foram apreendidas 92 doses de haxixe, três de cocaína, três de heroína e 28 de anfetaminas, além de 101 euros em dinheiro e de 26 documentos de viaturas. Foram ainda fiscalizados 877 condutores e respetivas viaturas e identificadas 81 pessoas no âmbito do combate ao consumo e tráfico de droga. Segundo a PSP do Porto, as operações terminaram com o levantamento de um auto de ocorrência por consumo de estupefacientes e de 24 autos de notícia por contraordenação relativos a infrações ao Código da Estrada e um outro no âmbito da fiscalização de estabelecimentos.


regiões

Segunda-feira, 14 de Abril de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Comerciantes e taxistas lamentam situação da estação do metro no Areeiro

Obras atrasadas três anos... estão paradas Obras começaram em 2008 e deviam ter terminado em 2011. Contudo, só a primeira fase da obra demorou cinco anos.

Fuga de gás pode ter provocado acidente

Explosão destrói escola ma explosão, alegadamente provocada por uma fuga de gás, destruiu parcialmente, na noite de sábado, uma antiga escola primária em Bico, concelho de Paredes de Coura, sem provocar feridos, disse, ontem, fonte da associação que ocupa o espaço. A escola tinha sido desativada há menos de dez anos e foi entretanto cedida pela Câmara Municipal de Paredes de Coura para sede do Rancho Folclórico Camponês de Bico. A explosão ocorreu cerca das 23h35, na véspera de um almoço-convívio de tocadores de concertinas agendado para ontem, e destruiu paredes, portas e janelas, além de parte do telhado do edifício. “À partida terá sido uma fuga de gás. Mas foi uma explosão muito forte, sentida a quilómetros. As casas à volta, que ainda ficam longe, tremeram todas e os destroços foram projetados a vários metros”, explicou Carlos Alberto, da direção daquele grupo, garantindo que no interior não se encontrava ninguém na altura da explosão. “Caso contrário teria sido uma tragédia”, acrescentou. “Sabemos que será sempre um prejuízo muito grande, porque além do edifício ficamos sem muita coisa que estava lá dentro. Sem ajudas não conseguiremos ultrapassar estas dificuldades e não sei como será o futuro”, acrescentou Carlos Alberto.

As obras de ampliação da estação do metro no Areeiro, Lisboa, deviam ter acabado em 2011, mas duram há seis anos e agora estão paradas para desespero dos comerciantes e taxistas que se dizem “muito prejudicados” com a situação. “A obra está parada. Está a correr muito mal”, disse o presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braancamp (PSD), que se tem mostrado muito crítico com a duração da obra. “Não se justifica. A construção do Canal da Mancha durou 70 meses e o túnel do Rossio 30. Para aumentar uma estação – e atenção que não é fazer uma nova linha – duram já 72 meses?”, questionou. As obras de remodelação e ampliação no Areeiro (Linha Verde) começaram em 2008 e, segundo Fernando Braancamp, deviam ter terminado em 2011. Contudo, só a primeira fase da obra, no átrio sul, demorou cinco anos e apenas em novembro de 2013 se deu início à segunda fase (átrio norte) da expansão daquela linha do metro. O autarca frisou que os comerciantes daquela freguesia são muito prejudicados e viram, “de um momento para o outro, a sua atividade a perder clientes” porque o estaleiro está “a tapar” lojas e “obrigou” à mudança da praça de táxis. “As obras são um benefício para a cidade, mas são subterrâneas. Os estaleiros podem estar a 50 metros de distância. Não precisam de ter o estaleiro em cima porque não há obras à superfície”, defendeu o social-democrata. “Perdi 100 euros por dia”

Com os estaleiros a meia dúzia de passos da porta, o sócio-gerente da Pastelaria Cinderela admitiu que o negócio tem sido prejudicado, principalmente aos pequenos-almoços. “Nos pequenos-almoços perdi muito. Perdi cerca de 100 euros por dia em pequenos-almoços”, disse. “Taparam a entrada do metro

[junto à pastelaria] e as pessoas vinham aqui e já não veem. Os taxistas, que tiveram de mudar, também deixaram de vir”, lamentou José Félix. Os estaleiros impedem ainda o sócio-gerente de “estender a esplanada” porque “senão as pessoas não passam” na rua. Para José Félix não há dúvidas: “sem as obras e com as pessoas a saírem aqui [no metro], o negócio melhorava”. Na porta do lado, a funcionária da «Geo 2000 Pedras Naturais» mostrou-se preocupada com o futuro das obras porque “prejudicam muito o negócio” e “agora estão paradas e ninguém sabe como vai ser”. Por seu lado, Nuno Martins, funcionário de uma loja de jogos da sorte, disse que não sentiu uma redução de clientes, mas admitiu que “ter o estaleiro à porta” incomoda visualmente e tirou claridade ao estabelecimento. “Aqui não há nada”

Areeiro. “A obra está parada. Está a correr muito mal”, diz o presidente da Junta de Freguesia do Areeiro, Fernando Braancamp

Governo dos Açores

Cursos de português para imigrantes duplicam

Os Cursos de Língua Portuguesa para Imigrantes promovidos pelo Governo Regional dos Açores desde 2013 duplicaram o número de inscritos este ano, segundo dados oficiais. “Há sempre um número de pessoas que querem fazer estes cursos não só pela questão da sua própria integração mas também pela questão do processo da nacionalidade. E acompanhamos esta preocu-

pação do Governo [dos Açores] de promover a plena integração”, disse o presidente da Associação dos Imigrantes nos Açores (AIPA), Paulo Mendes. Os cursos são uma iniciativa do Governo dos Açores e serão lecionados em horário pós-laboral. A obtenção de aproveitamento no curso, com duração de 150 horas, “permite ao imigrante cumprir com as exigências dos regimes para aquisição de nacionalidade portuguesa, para concessão de autorização de residência permanente e para estatuto de residência de longa duração”.

Taxista há 20 anos, Mário Leite não gostou da mudança da praça de táxis para o outro lado da praça do Areeiro. “Prejudica-nos. Estávamos perto da estação dos comboios e autocarros e tínhamos o metro à porta e um café aberto até às 22h30. Aqui não há nada”, lamentou. Opinião partilhada por Francisco Gonçalves, para quem as obras só “pioraram a vida de taxistas e comerciantes, que têm menos clientes”. Segundo informação no site do Metropolitano de Lisboa, aquelas obras vão aumentar o cais para 105 metros de comprimento para receber composições com seis carruagens. A empresa não indica na sua página de Internet quando a obra estará concluída. Contactada para prestar esclarecimentos, a Metropolitano de Lisboa não respondeu. Recorde-se que a Câmara de Lisboa e o Governo vão negociar a passagem da gestão da Carris e do Metropolitano para o município antes de a tutela tomar uma decisão definitiva quando à concessão destas empresas de transportes a privados. António Costa marcou para amanhã uma reunião de câmara extraordinária, onde o PS tem maioria absoluta, para “aprovar formalmente” a abertura destas negociações com o Governo e os moldes da negociação.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 14 de Abril de 2014 Arménio Carlos (CGTP) e o cálculo das pensões

PS acusa Passos de não divulgar cortes aos portugueses”

“Governo tem uma agenda escondida” O PS acusa novamente o Governo de ter “uma agenda escondida” e de ter “preparados cortes que não está a divulgar aos portugueses” em relação à nova fórmula de cálculo das pensões. “A cada dia que passa há mais provas de que há uma agenda escondida. Não sei se tem a ver com o calendário eleitoral ou com o facto de haver eleições europeias no dia 25 de maio, mas a verdade é que o Governo tem preparados cortes que não está a divulgar aos portugueses”, afirmou Óscar Gaspar, dirigente nacional do PS, comentando um documento da Comissão Europeia que terá sido entregue à Assembleia da República. No documento, que é uma proposta de decisão de execução do Conselho Europeu para a aprovação final da 11.ª avaliação regular ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) e que foi ontem divulgado pela imprensa, está escrito que o Governo terá de realizar “uma reforma global do regime de pensões”, que deverá incluir “medidas a curto prazo”. Estas medidas terão de reforçar “o vínculo entre direitos de pensão e critérios demográficos e

ÓSCAR GASPAR. O dirigente socialista diz que o seu partido “exige saber toda a verdade” e os portugueses também… económicos”, mas também de respeitar os princípios de progressividade pedidos pelo Tribunal Constitucional em relação à convergência do regime de pensões dos funcionários públicos com o regime geral. Além disso, o documento refere que “as especificidades conceptuais” da reforma serão apresentadas na 12.ª avaliação regular ao programa, esperando-se que seja entregue ao Parlamento um projeto de lei neste sentido até junho.

O socialista Óscar Gaspar recordou o ‘briefing’ no Ministério das Finanças, no final de março, “em que supostamente tinha sido dito aos jornalistas que ia avançar uma nova formulação das pensões e que as pensões passariam a estar dependentes da evolução económica e demográfica”. “Criou-se uma grande contestação a nível nacional e, passados uns dias, o primeiro-ministro disse que era uma mera especulação e que isso não es-

“Um novo ataque à segurança social”

tava em causa (...). Aquilo que passámos a conhecer agora foi um documento oficial da Comissão Europeia, que decorre do final da 11.ª avaliação do memorando de entendimento, em que está - preto no branco - que o Governo vai avançar com medidas no curto prazo no sentido de que as pensões passem a depender de critérios económicos e demográficos”, resumiu Óscar Gaspar. Para o socialista, isto demonstra que “o ‘briefing’ foi verdadeiro, não só aconteceu, como o secretário de Estado [da Administração Pública] sabia o que estava a dizer”. Por isso, o PS “exige saber toda a verdade”, até porque “o primeiro-ministro e o Governo não podem continuar a dizer uma coisa em Bruxelas e outra completamente diferente aos portugueses”, afirmou, acrescentando que é preciso “acabar com esta duplicidade do Governo”. No documento da Comissão Europeia lê-se ainda que “o Governo criará uma tabela salarial única durante 2014, com vista à sua aplicação em 2015”, e que “a tabela única de suplementos, cuja aplicação está prevista para 2014, deve exercer o seu pleno impacto orçamental em 2015”. Em relação a este aspeto, Óscar Gaspar destacou que, “entre uma medida e outra, estão previstas poupanças de 450 milhões de euros”, concluindo que se trata de “cortes adicionais, contrariamente ao que o Governo disse”.

João Semedo critica Governo e Durão Barroso

“Pensões e reformas ao sabor dos governantes” O coordenador do Bloco de Esquerda (BE) acusou o Governo de “esconder” o acordo com a ‘troika’ sobre cortes nas pensões e salários da Função Publica e Durão Barroso de ser um “especialista em branqueamentos”, nomeadamente do fascismo em Portugal. Em Braga, João Semedo considerou a forma do cálculo de reformas que consta num documento da Comissão Europeia, ontem divulgado em diversos órgãos de comunicação social e que aponta a intensão de indexar o valor das reformas a critérios económicos e demográficos, como sendo uma “treta” porque deixa na “dependência exclusiva da vontade dos governantes” o valor das reformas. Ainda sobre o aumento do salário mínimo, também referido naquele relatório, o coordenador do BE acusou Passos Coelho de se “lembrar” desta questão porque “dá certamente

votos” para PSD e CDS-PP. Referindo-se ao episódio do briefing com os jornalistas que envolveu o secretário de Estado da Administração Pública, que revelou a intenção do Governo de alterar a forma de cálculo das pensões, Semedo apontou que agora se ficou a saber que, “afinal de contas” só foi revelado “aquilo que o Governo já tinha acordado com a ‘troika’”. Ou seja, “o corte nos salários, o corte nas pensões, nos serviços públicos, o desemprego na administração pública, tudo para reduzir a despesa pública a partir do ano de 2015”. Para João Semedo, José Leite Martins “merece uma salva de palmas porque teve coragem de dizer ao País aquilo que o Governo escondia que já tinha acordado com a Comissão Europeia, o FMI e com a ‘troika’”. Segundo o coordenador do Bloco de Esquerda, “ficamos a saber que pensões e reformas deixam de estar dependentes do que cada um des-

conta, para ficar ao sabor da vontade dos governos que podem, a qualquer momento, alterar o valor de reformas e pensões”. Semedo considerou “treta” a forma de cálculo avançada no relatório: “Dizem que vão ficar indexadas à economia, ao crescimento económico, à evolução demográfica e a um conjunto de outros indicadores com uma relação entre os inativos e ativos. Treta. Isto significa que deixam de ficar dependentes do que cada trabalhador desconta para ficarem na dependência exclusiva da vontade dos governantes”. Além do primeiro-ministro e do Governo, também Durão Barroso foi alvo de críticas por parte de João Semedo. “Lembrou-se agora de Portugal, seguramente porque há eleições para o Parlamento Europeu, que dizem respeito ao seu PDS e a ele próprio, pessoa interessada em eleições não para o Parlamento

Europeu mas as presidenciais”, disse. Segundo João Semedo, “Durão Barroso mostrou-se neste dois dias um especialista em branqueamento” porque “tentou branquear o passado do PSD no BPN e vem agora tentar branquear o passado fascista do nosso país”. Isto porque, explanou, “apesar de algumas liberdades cortadas, é assim que Durão Barroso se refere a 48 anos de ditadura fascista, encontrou méritos na educação do regime fascista”. Mas, salientou, “esqueceu-se das brutais taxas de analfabetismo, que só ia à escola quem tinha pais que a pudessem pagar”. A discussão sobre o salário mínimo, cujo aumento é referido no documento da Comissão Europeia, não passa para Semedo de “conversa da treta” por parte de Passos. “O primeiro-ministro não pretende aumentar o salário mínimo, pretende aumentar os votos do PSD E CDS”, acusou.

O secretário-geral da CGTP criticou a alteração do cálculo das pensões em 2015 consoante a economia e demografia, abordada num documento da Comissão Europeia, afirmando que tal significa o aumento da idade da reforma ou uma penalização do valor. Segundo o documento, agora divulgado em diversos órgãos de comunicação social, o cálculo das pensões de reforma da Caixa Geral de Aposentações (CGA) e da Segurança Social em 2015 vai passar a integrar critérios demográficos e económicos para travar a despesa. O documento, citado pelos jornais, refere que a reforma das pensões deve incluir medidas de curto prazo e prevê que as novas medidas vão entrar em vigor no próximo ano e serão aplicadas a todas as pensões, mesmo aquelas que já se encontram em pagamento. Além disso, segundo os dados divulgados na imprensa, deverá ainda ser fixada uma cláusula de salvaguarda que impedirá a redução das reformas. “Isto é um novo ataque à segurança social e às pensões dos trabalhadores e significa que ou se aumenta o número de anos para a idade de reforma ou há uma penalização do valor da contribuição”, disse o secretário-geral da CGTP. Arménio Carlos considera que os trabalhadores “vão saber quando começam a ter uma contribuição definida, mas a idade de reforma vai ser indefinida” e alerta para o problema de sustentabilidade. “Ou se mudam de políticas ou põem-se em causa a sustentabilidade da segurança social. O Governo primeiro destrói a economia, a liberdade e as garantias dos trabalhadores e agora vem às pensões e à idade de reforma”, disse. Tendo em conta que a nova fórmula de cálculo se baseia em critérios demográficos e na economia, o dirigente sindicalista alerta que para as previsões da emigração e da quebra de ativos de 17% estimada até 2060, assim como da economia, que deverá estagnar.


Segunda-feira, 14 de Abril de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro | 5

Administração dos Estaleiros Navais de Viana vende maquinaria pesada

Leilão para ganhar mais de dois milhões Em causa estão cinco leilões de material pesado a realizar hoje, no âmbito do encerramento dos estaleiros públicos.

Quercus e as alterações climáticas

“Ir ainda mais longe” A Quercus considerou, ontem, que os países têm de se esforçar mais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para evitar os efeitos das alterações climáticas no futuro e destacou o setor dos transportes. Comentando a terceira parte do 5.º relatório de avaliação do IPCC - painel intergovernamental para as alterações climáticas das Nações Unidas, divulgado em Berlim, Francisco Ferreira, da Quercus, realçou que “entre a intenção e algum trabalho que está a ser feito, [os cientistas] dizem que é necessário ir mais longe”. “E se quisermos evitar os custos das alterações climáticas no futuro, temos de ter uma transição para uma economia de baixo carbono feita de forma muito mais estruturante e global do que aquela que estamos a fazer”, defendeu. Portugal tem de prosseguir o trabalho realizado com o Roteiro de Baixo Carbono para 2050, mas também “olhar para a eficiência energética onde ainda temos um enorme potencial, [pois] comparativamente com a média europeia continuamos a gastar mais energia por unidade de riqueza, e na produção por fontes renováveis não podemos estagnar”, apontou. Para a Quercus, é no transporte rodoviário, no ordenamento do território e na mobilidade elétrica que Portugal tem de avançar.

A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) vai tentar vender, durante o dia de hoje, em leilão, por mais de dois milhões de euros, maquinaria pesada como guindastes e gruas, segundo os anúncios dos concursos já tornados públicos. Em causa estão cinco leilões de material pesado a realizar na empresa durante todo o dia de hoje, no âmbito do encerramento dos estaleiros públicos e a subconcessão dos terrenos e infraestruturas ao grupo privado Martifer já em maio. O período para a apresentação de propostas de aquisição para estes cinco leilões terminou na passada sexta-feira. O procedimento, de acordo com os anúncios dos concursos, começa às 08h30, nas instalações da empresa, com a abertura das propostas para a alienação de acessórios de elevação, seguindo-se o leilão e a venda à oferta mais alta. Às 10h30 realiza-se o leilão, nos mesmos moldes, dos sete emblemáticos guindastes dos estaleiros, com capacidade de carga de que vai das dez às 100 toneladas (t). Só pelos dois mais relevantes e históricos guindastes da empresa (100t) - visíveis a vários quilómetros da cidade -, os estaleiros pedem 800 mil euros. A concretizar-se a venda pelo menos ao preço base definido pela administração dos ENVC, só o total dos guindastes a leilão pode representar um encaixe financeiro superior a 1,7 milhões de euros. A partir das 14h00 realiza-se o leilão de cinco gruas de várias dimensões e capacidade de carga, com um preço base global de 143.400 euros. Segue-se a venda de quatro plataformas elevatórias com um preço base total de 53.900 euros e depois de 15 empilhadores, estes avaliados pelos estaleiros em 177.700 euros. Estão ainda agendados para os próximos dias leilões de meios de escavação

e carga, zorras hidráulicas, viaturas, material de cozinha, cavaletes metálicos, equipamentos de metalomecânica e de equipamentos de navios. 20 mil itens para venda

ENVC. Administração tem de concluir até 30 de abril a venda de vário material móvel da empresa que ficou fora da subconcessão

Ambição de Portugal

Duplicar consumo do café nos próximos 5 anos

Os industriais do café em Portugal querem que o consumo desta bebida aumente 50% nos próximos cinco anos no País, para igualar à média europeia, apostando para isso em quebrar a sazonalidade e em formar especialistas. A proposta foi avançada pela secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café, Teresa Ruivo, que admitiu tratar-se de “um objetivo ambi-

cioso”. A propósito do Dia Mundial do Café, que se comemora hoje, Teresa Ruivo referiu que a ideia é levar cada português a consumir uma média de seis quilos de café por ano. “Os últimos dados que temos da European Coffee Federation dizem que os portugueses consomem, neste momento, 4,7 quilos de café por pessoa por ano”, avançou, embora reconheça que os portugueses têm a ideia que consomem muito café. “O consumo médio por pessoa na Europa situa-se nos 6,4 [quilos por pessoa por ano]”, esclareceu.

A administração dos ENVC terá de concluir até 30 de abril a venda de vário material móvel da empresa - cerca de 20 mil itens - que ficou fora do concurso da subconcessão. Esse processo está a ser assegurado por cerca de 40 trabalhadores dos ENVC que, à semelhança dos restantes cerca de 550, aceitaram as rescisões amigáveis dos contratos mas continuam ao serviço, sendo por isso os últimos a saírem da empresa pública. A West Sea, empresa criada pelo grupo Martifer, quer assumir a subconcessão dos ENVC a 02 de maio, já com uma carteira de encomendas de reparação e construção naval, disse esta semana fonte oficial da empresa. Acrescentou que a West Sea “está a desenvolver todos os esforços para entrar nos ENVC e anunciar os contratos de reparação e construção naval que está nesta altura a negociar”. Quando tomar posse dos terrenos a West Sea espera ter “em funções” cerca de 50 trabalhadores, recrutados entre os antigos funcionários dos ENVC. Nesta altura “já se encontram em funções cerca de 15 ex-trabalhadores dos ENVC”, mas o processo de recrutamento de pessoal para o novo projeto “continua a decorrer”. “Ao longo do mês de maio deverão entrar em funções os restantes cerca de 30 ex-trabalhadores dos ENVC”, disse a mesma fonte. Segundo a West Sea, além da construção e da reparação naval, o projeto para os estaleiros de Viana do Castelo, que estão em processo de liquidação, está “muito voltado” para o mercado da prospeção de gás ‘offshore’. Já o ministro da Defesa afirmou, na passada sexta feira, que “os velhos do Restelo vão ter que aplaudir” a solução encontrada pelo Governo para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, referindo-se à possibilidade de lá serem construídos quatro novos navios-hotéis.


futebol

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 14 de Abril de 2014

Técnico Marco Silva traça objetivo claro para a recepção ao Paços de Ferreira

Estoril quer carimbar a Liga Europa já hoje DR

Também Jorge Costa garante que a sua equipa vai jogar para conquistar os três pontos, apesar das “muitas dificuldades”. O treinador do Estoril-Praia, Marco Silva, pretende garantir matematicamente o acesso à Liga Europa já, hoje, na receção ao Paços de Ferreira, em jogo da 27.ª jornada da I Liga. O Estoril-Praia, quarto classificado da I Liga, com 46 pontos, recebe o Paços de Ferreira 15.º, com 23, em jogo que será arbitrado por Manuel Oliveira, do Porto. Em antevisão ao encontro com a equipa orientada por Jorge Costa, Marco Silva diz ter consciência de que será um jogo difícil e de capital importância para os pacenses, que ainda não garantiram a manutenção no escalão maior do futebol português. “O nosso objetivo passar por vencer, naquele que será um jogo difícil, frente a uma equipa com jogadores que têm tudo para estar numa posição diferente. Apesar do lugar que ocupam neste momento, não significa que o jogo seja menos difícil. Será um jogo complicado, mas que queremos vencer, frente a um adversário que nos vai obrigar a estar muito concentrados no jogo e a ser uma equipa equilibrada. Teremos de ser um Estoril à nossa imagem para discutir os três pontos”, realçou. Depois do triunfo em Guimarães, por 3-1, a 04 de abril, os estorilistas estão a apenas um ponto de garantir o acesso à Liga Europa, contudo Marco Silva promete uma equipa que tudo fará para manter o quarto posto da I Liga até ao final do campeonato. “Sabemos que estamos perto de fechar o que tem sido uma época fantástica para o Estoril. Falta um ponto para garantirmos matematicamente um lugar na Liga Europa. Agora queremos e vamos lutar muito para garantir o quarto lugar. Temos consciência da nossa posição, mas não existe nenhuma euforia pois ainda não garantimos nada. Vamos fazer tudo para vencer mais um jogo”, rematou.

“Temos que fazer as nossas obrigações”

I Liga. Estoril-Praia pretende garantir matematicamente o acesso à Liga Europa já, hoje, na receção ao Paços de Ferreira

Emoção na II Liga

Desp. Aves vence e reentra na luta pela subida

Um feliz Desportivo das Aves venceu, ontem, o líder Moreirense, com um golo nos descontos de um emotivo jogo, e relançou a formação avense na luta pela promoção na II Liga, na 38.ª jornada. Vasco Rocha foi o «herói» dos locais, com um cabeceamento certeiro, após centro de Grosso da direita, aos 90+1 minutos. O Aves foi feliz na forma como

alcançou o triunfo, numa altura em que o nulo parecia subsistir, após uma primeira parte equilibrada e um segundo tempo de domínio quase absoluto do Moreirense. Os líderes do campeonato entraram melhor e revelaram ser uma equipa personalizada e confiante, mas o seu domínio nos primeiros 10 minutos não teve tradução em oportunidades de golo. Seriam, aliás, os locais, mais objetivos e diretos nas ações ofensivas, com Quim a segurar um empate só desfeito num dos últimos lances do encontro.

O treinador Jorge Costa também disse que o Paços de Ferreira vai defrontar o Estoril-Praia com o único objetivo de conseguir os três pontos, apesar de esperar “muitas dificuldades”. “Pelo segundo ano consecutivo, [o Estoril-Praia] é a equipa sensação da I Liga por mérito próprio, mas nós vamos ao Estoril com o único objetivo de conseguir os três pontos”, disse Jorge Costa em conferência de imprensa. O técnico pacense relativizou, por outro lado, as vitórias dos adversários diretos no sábado (o Belenenses derrotou o Vitória de Guimarães, por 3-1, e o Olhanense foi vencer no reduto do Rio ave, por 2-1), lembrando que o Paços continua a depender de si próprio para conseguir a permanência. “Ontem [sábado] ficou vincado que temos fazer as nossas obrigações e seguir esse caminho até final. Até dá a sensação de que já jogámos contra o Estoril-Praia e perdemos os três pontos”, sublinhou. Jorge Costa disse também não se sentir mais pressionado do que quando foi apresentado como treinador do Paços de Ferreira, uma equipa a quem repetiu os elogios, após a derrota frente ao Sporting (3-1), na última jornada. “Não há vitórias morais, mas o que demonstrámos contra o Sporting deu para tirarmos ilações positivas”, acrescentou. Na conferência de antevisão ao jogo que vai encerrar a 27.ª jornada, Jorge Costa passou ao lado das polémicas declarações de um responsável do Belenenses após a vitória sobre o Guimarães (3-1), afirmando que “há questões em que se deve respeitar a hierarquia e quem anda no futebol sabe que há pessoas certas para responder a isso”. “Não me compete a mim falar disso. Sabemos qual é o nosso caminho e só dependemos de nós para conseguir os nossos objetivos”, insistiu o técnico pacense. Joaquim Neutel, assessor da SAD do Belenenses disse que o emblema que representa registou o comportamento do Rio Ave frente a um adversário direto, o Olhanense, ao apresentar um «onze» sem nenhum dos habituais titulares.

Sexto lugar na Maratona de Londres

Jessica brilha A portuguesa Jéssica Augusto classificou-se, ontem, em sexto lugar na Maratona de Londres, com um novo recorde pessoal de 2h24.25, a segunda marca nacional de sempre, em prova ganha pela queniana Edna Kiplagat. A outra portuguesa em prova, Dulce Félix, foi oitava, com 2h26.46, a pouco mais de um minuto do seu recorde pessoal, enquanto Kiplagat gastou 2h20.20, terminando dois segundos à frente da compatriota Florence Kiplagat e com 14 de vantagem sobre a etíope Tirunesh Dibaba, campeã mundial e olímpica dos 10.000 metros. Jéssica Augusto fez uma prova cautelosa, com uma segunda metade mais rápida do que a primeira: passou à meia-maratona em 1h12.33 e fez a segunda metade em 1h11.52, melhorando em oito segundos o seu recorde pessoal, que fora conseguido na sua estreia, em Londres, há três anos, com 2h24.33. A prova masculina foi ganha pelo queniano Wilson Kipsang, com 2h04.29, novo recorde da Maratona de Londres. Kipsang é o recordista mundial, com 2h03.23 na Maratona de Berlim de 2013. O britânico Mo Farah, campeão olímpico de 10.000 e 5000 metros e campeão mundial da dupla légua, foi oitavo na estreia, com 2h08.21, aquém do recorde britânico de Steve Jones, que gastou 2h07.13 em 1985.


Segunda-feira, 14 de Abril de 2014

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A FOME PODE ESPERAR Só há uma palavra para caracterizar a atitude do Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM) relativamente ao que li na peça do jornalista Orlando Drumond (DN-Madeira), relativamente ao corte de apoios ao Pólo Sócio-Comunitário de Machico: NOJO. Não há outra palavra. Talvez porque o PSD perdeu as últimas autárquicas naAndré Escórcio* quele concelho, logo, toca a encostar a população à parede. E logo da forma mais miserável: através da fome, relata o DIÁRIO. Ora, o Programa de Emergência Alimentar (PEA) não surge por mero acaso. Ele é, obviamente, consequência de necessidades sentidas e, portanto, de famílias que batem à porta das instituições. O Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Machico, Luís Delgado, confessou que a ideia que resulta de tudo isto é que “os valores decididos para Machico foram uma penalização política”, que conduziu à retirada do prato a 95% dos agregados que frequentavam a cantina social. O Provedor desafiou a tutela a explicar-se: “(...) como, com tanta falta de verbas e tantos pedidos, como é que a Segurança Social irá solucionar o problema, tanto mais que a verba que o Pólo irá receber diminuiu e as pessoas continuam com graves problemas de comida” e “quais os critérios de atribuição dos valores concedidos às instituições”. Ora, quem decide, a presidente da Segurança Social da Madeira, tem as refeições do dia garantidas, pois aufere um salário superior ao de Primeiro-Ministro (base) fora as despesas de representação. Por isso, é um NOJO, sabendo-se que há fome, que há gente a contar cêntimos, enquanto os decisores políticos contam milhares. Políticos que se comportam de forma tão insensível deveriam ter, todos os dias, à sua porta, em ruidosa manifestação, os pobres e excluídos, as crianças e os idosos, os desempregados e os familiares dos que emigram. Leio no trabalho do jornalista Orlando Drumond: em Machico “(...) se em Janeiro eram apoiadas 104 famílias, entre cantina e vales, em Fevereiro o Governo retirou esse direito a dois terços das famílias carenciadas, indicando apenas 35 agregados. Número que voltou a ser reduzido em Março para 24 famílias. Já este mês registou-se novo corte avassalador, retirando da lista do apoio de emergência alimentar 75% dos beneficiários, pelo que restam apenas 6 agregados com o aval do Governo (...)”. Uma VERGONHA, um escândalo que deveria levar, imediatamente, à demissão da presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira. Isto acontece no mesmo período em que o Jornal Oficial dá conta da atribuição de 12,5 milhões ao desporto regional. Fica claro que para o governo, primeiro, a bola, depois a “bola” no estômago. www.comqueentao.blogspot.com

Bruxelas só quer pagar última tranche em 29 de junho

Ajuda externa deve ser prolongada

A assistência financeira a Portugal deverá ser prolongada por mais seis semanas, até 29 de junho, data em que Portugal receberá a última tranche do empréstimo, de acordo com um documento da Comissão Europeia. “A assistência financeira é disponibilizada durante três anos e seis semanas a partir do primeiro dia após a entrada em vigor da presente decisão”, lê-se num relatório da Comissão Europeia para a aprovação final da 11.ª avaliação ao Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal. No documento, a Comissão refere

que o período de disponibilização de assistência financeira termina a 18 de maio e dá conta de que este prazo será prorrogado por seis semanas, previsivelmente até 29 de junho. Bruxelas justifica a decisão com “razões técnicas” relativas à disponibilidade de dados, bem como com a necessidade de fazer uma “apreciação cabal do cumprimento do programa no âmbito da avaliação final, com a devida diligência, o que é uma das condições para o pagamento da última fração” do resgate. Por isso, Bruxelas refere que se “impõe, como

formalidade necessária, uma pequena prorrogação do período de disponibilidade da assistência financeira por seis semanas”, o que significa que o programa, afinal, se estenderá até 29 de junho. O Governo tinha já anunciado – e por várias vezes o tem repetido – que o programa de resgate de Portugal termina a 17 de maio, exatamente três anos depois da assinatura do memorando de entendimento inicial, ainda pelo Governo socialista de Sócrates. Para já, o Ministério das Finanças ainda não fez qualquer comentário a esta situação.

D. Manuel Clemente apela à solidariedade dos portugueses

“Façamos esta Páscoa olhando em redor” Na primeira mensagem de Páscoa enquanto Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente apelou ontem aos portugueses para que façam a Páscoa “olhando em redor”, acompanhando os mais desfavorecidos e carenciados. “Façamos esta Páscoa olhando em redor, vendo aquelas situações e circunstâncias onde a Páscoa ainda não se deu, porque as

pessoas estão sós, estão desacompanhadas, não têm trabalho, não têm saúde, nãoo têm companhia. Façamos a Páscoa aí”, afirmou o bispo. Recordando que Páscoa significa “passagem”, Manuel Clemente apelou aos católicos para que pratiquem “uma dedicação que se assemelhe à de Jesus”.

A mensagem de Páscoa foi divulgada ontem apenas em formato vídeo na página oficial do Patriarcado de Lisboa em http://www. patriarcado-lisboa.pt/site/. Esta é a primeira mensagem pascal de Manuel Clemente, 64 anos, enquanto Patriarca de Lisboa, cargo que assumiu no verão de 2013, sucedendo ao cardeal José Policarpo.

Benfica vence Arouca e está mais próximo da festa

Vitória dedicada a Sílvio O Benfica venceu ontem o Arouca por 2-0, em Aveiro, em jogo da 27.ª jornada da I Liga de futebol, e está agora a apenas um triunfo da conquista do título nacional, a três jornadas do final. Um golo de Rodrigo, com dedicatória especial (camisola de Sílvio foi erguida em destaque), em cima do intervalo, aos 45+2, e outro de Nico Gaitan, aos 54, deram mais esta vitória ao Benfica, que pode festejar na próxima jornada, na receção ao Olhanense, a conquista do seu 33.º título de campeão nacional, caso vença ou o Sporting não ganhe no Restelo. Com esta vitória, o Benfica passou a somar 70 pontos, mais

sete do que o segundo classificado, o Sporting, enquanto o Arouca é 13.º com 25. No final, os jogadores dedicaram o triunfo a Sílvio, jogador que está a recuperar das fraturas na tíbia e no perónio. Ficha de Jogo Jogo no Estádio Municipal de Aveiro. Ao intervalo: 0-1. Marcadores: 0-1, Rodrigo, 45+2; 0-2, Gaitan, 54. Arouca: Cássio, Balliu, Nuno Coelho, Diego Galo, Tinoco, Bruno Amaro (Lassad, 69), Rui Sampaio, David Simão, Ceballos (Serginho, 58), Pintassilgo e Roberto (André Claro, 74). (Suplentes: Rui Sacramento,

Miguel Oliveira, André Claro, Serginho, William Soares, Salim e Lassad). Treinador: Pedro Emanuel. Benfica: Oblak (Artur, 70), Maxi Pereira, Jardel, Garay, Siqueira, André Almeida, Enzo Perez, Nico Gaitan, Markovic (Cardozo, 80), Rodrigo (Sálvio, 75) e Lima. (Suplentes: Artur, Steven Vitória, André Gomes, Djuricic, Sulejmani, Sálvio e Cardozo). Treinador: Jorge Jesus. Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa). Ação disciplinar: cartão amarelo para André Almeida (43), Tinoco (44) e Diego (83). Assistência: cerca de 30 mil espetadores.


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