CHUVA DE MEDALHAS CANOÍSTAS PORTUGUESES BRILHAM NOS EUROPEUS DA ALEMANHA
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 163
Segunda-feira, 14 de julho de 2014
ANA DRAGO ABANDONA BLOCO
MAS CONTINUA AO LADO DA ESQUERDA
PS. NÃO
DESISTO DA LUTA n Como que a estender a mão aos socialistas ou apenas um piscar de olhos, Ana Drago recusa a exclusão automática do PS na construção de uma alternativa política e criticou quem rejeita a possibilidade de exercício de governo, ficando-se pela “inconsequência” de posições de princípio. “Excluir à partida o PS de uma alternativa política que permita resguardar o país, o Estado social e permita oferecer um futuro diferente é desistir da luta, é desistir de ter um Governo com uma parte da esquerda em Portugal”, destaca a ex-dirigente do Bloco...
GONDOMAR Jovem de 18 anos encontrado morto na foz do Sousa
DRAGÃO
Bombeiros tiveram de socorrer jovens afetadas pelo calor no concerto dos One Direction
TOUR
Tiago Machado sobe ao terceiro lugar na Volta a França
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
Pedro Carvalho quer levar a reunião camarária
Gondomar
Ribeira da Granja “claramente ao abandono” O vereador da CDU na Câmara Municipal do Porto diz que tenciona levar à próxima reunião do Executivo a situação da zona da ribeira da Granja, em Ramalde, que considera estar “claramente ao abandono”. Na sequência de uma visita ao local, Pedro Carvalho afirmou que “esse estado de abandono é hoje visível”, com a existência de alta vegetação, lixo e mobiliário urbano degradado. “Há aqui uma dificuldade, porque não é só a questão de reabilitar os espaços que é necessária. É como é que
PEDRO CARVALHO. O vereador da CDU quer que a Câmara do Porto recupere o mais rapidamente possível a zona da ribeira da Granja em Ramalde depois lhes damos vida”, explicou o vereador comunista, referindo-se à segunda fase do projeto de reabilitação da ribeira, no troço da Quinta do Rio, que terá tido um custo de 312 mil euros. Pedro Carvalho sublinhou que sem uma programação adequada acompanhada da criação de condi-
ções como iluminação ou, por exemplo, a definição de pequenas hortas, gera-se um “círculo vicioso”. Desta forma, o vereador da CDU realçou a importância de espaços como aquele serem “vistos numa lógica muito mais vasta”. De acordo com o projeto Ribeiras do Porto, da Águas do Porto, a inter-
venção de recuperação daquele troço da ribeira consistiu no “desentubamento e na requalificação do leito e margens da ribeira da Granja, tendo sido realizado numa perspetiva de valorização das funções de proteção de recursos hídricos, de controlo de cheias e de prevenção de riscos ambientais”.
PSP deteve 12 pessoas
Gin está na moda das bebidas
GIN. Na noite do Porto, por exemplo, o gin começa a ser uma das bebidas preferidas
Um jovem de 18 anos dado ontem como desaparecido na foz do rio Sousa, em Gondomar, foi encontrado morto poucas horas depois de dado o alerta, informou fonte do CDOS do Porto. O alerta para a situação ocorreu pelas 15h10, segundo os Bombeiros Voluntários de Valbom, tendo o corpo sido encontrado pelas 17h00 e depois transportado para o Instituto de Medicina Legal pelos Bombeiros de São Pedro da Cova. A chamada de atenção inicial foi para três crianças desaparecidas, mas duas vieram a ser resgatadas e posteriormente encaminhadas para o Hospital de Santo António, no Porto, tendo depois sido ressalvado pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto que o desaparecido tinha 18 anos. As buscas foram levadas a cabo por mergulhadores dos Sapadores Bombeiros do Porto, que estiveram no local com três elementos, uma viatura de mergulho e um barco, enquanto os Bombeiros Voluntários de Valbom destacaram dois veículos de emergência. Segundo o CDOS do Porto, esteve também presente o Serviço Municipal de Proteção Civil, bem como a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Santo António.
No Porto
“Bulldog” prevê duplicar as vendas em Portugal
Portugal tornou-se em quatro anos no segundo maior mercado mundial da marca norte-americana de gin ‘ultra premium’ Bulldog que, em 2014, prevê mais do que duplicar as vendas no país, para 1,5 a dois milhões de euros. A responsável (‘country manager’) pela “Bulldog Gin” para Portugal adiantou que os objetivos da marca – criada e gerida pelo ex-banqueiro de Wall Street Anshuman Vohra, de origem indiana – passam por vender 80 a 110 mil garrafas no país em 2014, equivalentes a um volume de negócios de 1,5 a dois milhões de euros, mais do que duplicando as 37 mil garrafas, no valor aproximado de 650 mil euros, comercializadas em 2013. “No ano passado ultrapassamos largamente o objetivo que traçámos e a meta das 80 mil garrafas é também previdente e totalmente alcançável”, sustentou Inês Machado. Assim, adiantou, se em 2013 a Bulldog se destacou como a segunda marca mais vendidas no segmento de gin ‘ultra premium’ em Portugal, o objetivo para este ano é “vir a ocupar o primeiro lugar”. Contudo, a responsável ressalvou que, muito além do volume vendido, correspondente
Jovem morre na foz do Sousa
a 6,5% das vendas totais, Portugal “é um mercado muito importante para a Bulldog em termos estratégicos, porque é o mais antigo do portefólio da marca [que está presente no país desde 2010] e um exemplo de boas práticas para outros mercados”. “O mercado português é muito atrativo. Portugal está entre os países que começaram a despertar para o facto de um gin tónico não ser apenas gin, água tónica e limão”, continuou Inês Machado, explicando que a marca possui uma “fórmula única” que contém “três elementos botânicos exclusivos no mundo - papoila, olho de dragão e flor de lótus”. O “Bulldog Gin” é “quatro vezes destilado, três vezes filtrado e engarrafado artesanalmente” na “destilaria mais antiga do mundo”, em Inglaterra, sendo descrito como “um gin menos seco e mais suave do que os tradicionais”, com “um sabor muito floral na boca e um final límpido que o torna ideal para ‘cocktails’”. Em 2014 foram já vendidas 1,2 milhões de garrafas de Bulldog Gin em mais de 40 países, tendo, no ano passado, a Península Ibérica representado 60% das vendas.
Espanha destacou-se como como o principal mercado da Bulldog, seguida de Portugal, Escandinávia, Colômbia e Reino Unido. Ainda de acordo com a ‘country manager’, “a marca é americana, mas só este ano está a conseguir fazer números na América”, após ter fechado no ano passado um contrato de distribuição mundial até 2020 com a Campari Group. Atualmente, o 6.º maior grupo de bebidas do mundo, a Campari passou a estar responsável pela distribuição mundial da Bulldog, com exceção de alguns mercados, entre os quais Portugal. No âmbito deste contrato, que permitirá à Bulldog Gin “aumentar exponencialmente” as vendas este ano nos EUA, em 2020 a Campari poderá exercer o direito de compra da Bulldog Gin. Também esperadas na sequência deste contrato, acrescentou Inês Machado, são “grandes vendas” da marca ‘ultra premium’ de gin na área do ‘duty free’, já que este mercado é gerido em todo mundo pela Campari. Na mira da Bulldog está ainda o alargamento das vendas para países como El Salvador, Peru, Panamá, Turquia, Vietname e Quénia.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto anunciou ter detido 12 pessoas durante o fim de semana, quatro das quais por tráfico de droga e sete por condução sob efeito do álcool. Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP informou ter realizado “mais uma operação policial que teve como objetivo a fiscalização e prevenção criminal em estabelecimentos, assim como a fiscalização rodoviária”. Deste procedimento resultaram os 12 detidos, um dos quais por condução sem carta, além de apreensões de diversos tipos de estupefacientes, desde haxixe a cocaína, passando por heroína e liamba, em várias quantidades. De acordo com o mesmo comunicado, foram identificados 327 condutores, todos submetidos ao teste de álcool no sangue, bem como 34 pessoas “no âmbito do combate ao consumo e tráfico de estupefacientes”. A PSP acrescentou terem sido levantados autos de notícia por 20 infrações ao Código da Estrada, 14 das quais por condução sob o efeito do álcool.
regiões
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Contra a transferência da gestão da Componente de Apoio à Família
Pais fazem vigília Até início de Setembro
Praias de Odemira com educação ambiental
As praias com Bandeira Azul do concelho de Odemira vão ser palco de um programa de animação e educação ambiental promovido pela Câmara, até início de setembro, com jogos, histórias e atividades lúdicas realizadas nos areais. As praias abrangidas pelas atividades são as do Farol, Franquia, Furnas, Almograve, Zambujeira do Mar e Carvalhal. A equipa de Educação Ambiental vai promover as ações «Maresia de Contos» e «Jogos na Areia», entre as 09h30 e as 12h30, para sensibilizar os banhistas para a preservação e respeito pela natureza.
Musealização da Foz do Enxarrique
Vila Velha de Ródão investe 300 mil euros
O presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão revelou, ontem, que vai investir 300 mil euros na musealização da estação arqueológica da Foz do Enxarrique, cujo projeto ficará concluído no final de 2015. “O município vai investir 300 mil euros na Foz do Enxarrique. O projeto está na sua fase final e prevê-se que no final de 2015 esteja concluído”, disse Luís Pereira, à margem de uma sessão de homenagem aos arqueólogos que estiveram envolvidos no inventário e estudo da Arte Rupestre do Tejo. Este projeto está a ser trabalhado por Luís Raposo há algum tempo.
Pais de crianças de escola de Benfica temem pelo trabalho das monitoras e auxiliares e receiam perder a CAF de “qualidade”. Os pais da escola básica José Barradas, em Benfica, Lisboa, vão fazer, hoje, às 18h00, uma vigília à porta daquele estabelecimento de ensino contra a transferência da gestão da Componente de Apoio à Família (CAF) para a junta de freguesia. Os pais temem pelos postos de trabalho das monitoras e auxiliares e receiam perder a CAF de “qualidade” que afirmam ter. A CAF daquela escola, com cerca de 300 alunos, foi criada há 20 anos e tem sido gerida desde então pela associação de pais da escola, através de um protocolo celebrado anualmente com a Câmara de Lisboa. “Este ano, a câmara informou-nos que, para o próximo ano letivo, não pretende fazer o protocolo porque transferiu essa competência para as juntas de freguesia”, explicou um membro da associação de pais. Segundo Felisberto Pereira, a junta fez então saber que pretende assumir a gestão da CAF daquela escola. A presidente da junta de freguesia, Inês Drummont (PS), diz que a autarquia já gere as CAF da maioria das escolas de Benfica, faltando apenas a JI n.º1 e a Jorge Barra-
Benfica. Pais da escola básica José Barradas vão fazer, hoje, às 18h00, uma vigília à porta daquele estabelecimento
das. Ao assumir a gestão das CAF daquelas duas escolas a junta pretende ter “programas pedagógicos idênticos, com os mesmos valores e preços” em todos os estabelecimentos da freguesia. “Não faz qualquer sentido que, numa freguesia, a CAF seja mais cara numa escola do que noutra”, disse Inês Drummont. Já Felisberto Pereira disse não ter presente todos os valores praticados, mas negou uma “grande diferença de preços”, afirmando que a diferença máxima entre os
valores exercidos pela associação de pais e os da junta é de oito euros. O representante dos pais disse ainda que a associação de pais já se mostrou disponível para “acompanhar o valor apresentado pela junta”, mas “não foi aceite”. O futuro das sete funcionárias da CAF, seis das quais efetivas, é um dos motivos que leva os pais a contestar a transferência da gestão da CAF para a junta porque temem que fiquem no desemprego. “Temos uma grande preocupação
por aquelas senhoras que cuidam dos nossos filhos. Merecem-nos o maior respeito e enfrentam uma situação de absoluta insegurança laboral”, disse Felisberto Pereira. Segundo o representante dos pais, a proposta da junta de freguesia é de contratá-las a recibos verdes com um salário mensal de 650 euros “brutos”. “Algumas vão perder substancialmente se aceitarem estas condições”, lamentou. Outras das preocupações é a perda da qualidade da CAF.
Após a explosão de uma botija de gás
Incêndio provoca ferido grave no Barreiro Um incêndio com explosão de uma botija de gás, ontem de manhã, numa habitação em Santo António da Charneca, no concelho do Barreiro, provocou ferimentos graves num homem, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal adiantou que o homem foi transportado para o Hospital do Barreiro. Fonte dos bombeiros Sul e Sueste, do Barreiro, que estiveram no local, afirmou que a vítima sofreu queimaduras numa grande extensão do corpo. “No local verificamos que o incêndio era
Barreiro. Bombeiros dizem que vítima sofreu queimaduras numa grande extensão do corpo, em especial os membros e face
de pouca relevância mas que se tinha registado uma explosão de pequena intensidade. A vítima, um homem entre os 30 e os 35 anos, sofreu queimaduras numa grande extensão do corpo, em especial os membros superiores e inferiores e na face”, afirmou. Segundo a mesma fonte, a vítima foi estabilizada no local e estava consciente foi quando foi transportada para o Hospital do Barreiro. “A indicação que temos é que a vítima seria transportada para a unidade de queimados do Hospital de São José, em Lisboa”, acrescentou. Na mesma habitação residia uma
outra pessoa, mas que não estava em casa no momento da ocorrência, tendo sido realojada na casa de familiares, pois os bombeiros consideraram que a casa não tinha condições de habitabilidade. O alerta para o incêndio na Rua Fronteira- Pátio Palmelão, segundo o CDOS, foi dado às 07h39, tendo sido mobilizados para as operações de socorro 16 operacionais dos bombeiros do Sul e Sueste e dos voluntários do Barreiro, apoiados por cinco veículos. No local estiveram também militares da GNR e elementos da Policia Judiciária.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
Ana Drago anuncia demissão do Bloco de Esquerda
Parlamento Europeu
“Excluir o PS é desistir da luta” A ex-dirigente do BE Ana Drago recusa a exclusão automática do PS na construção de uma alternativa política e criticou quem rejeita a possibilidade de exercício de governo, ficando-se pela “inconsequência” de posições de princípio. Ana Drago anunciou a sua demissão do Bloco de Esquerda, assim como a renúncia ao lugar de deputada da Assembleia Municipal de Lisboa. Questionada sobre a forma como encara eventuais entendimentos com o PS, a ex-deputada bloquista apontou “diferentes setores” nesse partido, “o que é percetível até pelo atual debate interno em curso”. “Excluir à partida o PS de uma alternativa política que permita resguardar o país, o Estado social e permita oferecer um futuro diferente; excluir à partida o PS quando ainda está a fazer um debate interno e ainda não se sabe exatamente o que vai apresentar aos portugueses, isso é desistir da luta, é desistir de ter um Governo com uma parte da esquerda em Portugal. Acho que uma esquerda que sabe o que é fundamental tem de obviamente desafiar o PS para a construção de um eixo programático - um eixo que salvaguarde o que é fundamental e permita a construção de um futuro diferente. Esse é o desafio”, começou por referir Ana Drago.
ANA DRAGO. A ex-deputada bloquista diz que “é preciso ter forças políticas que ofereçam consequências às pessoas”… Segundo a ex-deputada bloquista, “o problema da esquerda à esquerda do PS em Portugal, durante muitos anos, foi uma incapacidade de puxar o PS para a esquerda – e obviamente também houve indisponibilidade do PS para isso”. “Mas já não estamos em 1995 quando apareceu António Guterres, em 1999 quando apareceu o Bloco de Esquerda, ou em 2005 quando apareceu José Sócrates, porque o que está a acontecer em Portugal é um momento único, ninguém o previu, ninguém estava preparado para esta violência. O facto de estarmos a discutir a incapacidade de Portugal se voltar a reconstituir no prazo de uma ou de duas décadas torna necessário que quem está à esquerda consiga fazer um processo de análise entre o que é fundamental na nossa batalha política, o que estamos a defender e, em torno disso, construir compromissos políticos. Se não for possível, não é possível, mas esse esforço tem de ser feito”, destacou, antes de voltar a insistir: “Esse processo não pode obviamente co-
meçar pela eliminação automática de um conjunto de interlocutores, ainda antes de estar feito um processo de debate programático”, salientou. Confrontada com a ideia de “influência de Governo” presente no comunicado do Fórum Manifesto, mas que sempre foi recusada pela parte maioritária do Bloco de Esquerda, Ana Drago contrapôs: “Se as pessoas querem ter um partido para se sentirem dentro de um grupo de pessoas, que faz um conjunto de lutas políticas, mas sem consequências na estruturação da nossa vida? Creio que os partidos servem para oferecer escolhas políticas às pessoas que tenham uma consequência na sua vida. Tem de haver uma consequência e não pode ser uma afirmação de princípios que não tenha depois uma disponibilidade para levar avante (com todos os constrangimentos que conhecemos) uma via diferente deste empobrecimento perpétuo”, sublinhou a ex-dirigente bloquista. Ou seja, de acordo com Ana Drago, “uma posição exclusiva-
mente de princípio à esquerda, mas sem consequência alguma, tem pouca utilidade”. “Pode ser simpático para a consciência das pessoas, mas não tem consequências na vida dos cidadãos. É preciso ter forças políticas que ofereçam consequências às pessoas”, voltou a destacar. Interrogada sobre o facto de defender convergências políticas com protagonistas políticos em relação aos quais membros da direção do Bloco apontam falhas graves até no plano ético, Ana Drago respondeu: “Com mais de um milhão de desempregados, com as pensões a serem reduzidas, com a privatização de setores fundamentais para a sustentação do Estado social e para o desempenho da economia, com a fragmentação do Serviço Nacional de Saúde, não creio que a incapacidade de apresentar soluções aos portugueses se baseie nas relações pessoais e nas zangas que houve no passado - e acho isso pouco responsável face ao tempo que estamos a viver”, concluiu.
Manuel Alegre é um dos subscritores do MIC
Participar nas eleições primárias do PS O ex-candidato presidencial é um dos subscritores do apelo do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) para a participação nas eleições primárias do PS, alegando que deste ato eleitoral depende a escolha do futuro Governo. Além de Manuel Alegre, presidente do Conselho de Fundadores do MIC, o documento é ainda assinado pelo general Alfredo Assunção (presidente da Assembleia Geral deste movimento) e pelo arquiteto Manuel Correia Fernandes (presidente interino da direção). Neste manifesto, os três responsáveis
do MIC consideram que a realização de eleições primárias para a escolha do candidato a primeiro-ministro no PS, abertas a simpatizantes que estejam de acordo com a Declaração de Princípios desta força política, “é um fenómeno novo, que pela primeira vez ocorre num grande partido em Portugal”. “Não se trata de uma mera questão interna do PS, pois do seu desfecho poderá depender a escolha do futuro Governo do país. Por outro lado, caso este ato decorra de forma transparente e genuinamente participada, será uma
oportunidade de abertura democrática que nessa medida deve ser saudada”, sustentam Manuel Alegre, Alfredo Assunção e Correia Fernandes. “Em nome dos valores da cidadania e da democracia participativa que informam o MIC”, os três responsáveis deste movimento apelam por isso “a todos os cidadãos ou cidadãs que, não sendo filiados em nenhum partido, se sintam confortáveis com a Declaração de Princípios do PS e desejem intervir nas eleições primárias de 28 de setembro de 2014, no sentido de se inscreverem para
poderem tomar parte ativa na decisão na qual são chamados a participar”. No mesmo documento, os três subscritores acrescentam que o MIC, criado em 2006 e inspirado pelos princípios informadores da candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, “tem como objetivo contribuir, através de todos os meios de intervenção cívica, para o aprofundamento da democracia participativa, visando a renovação da vida democrática por via do preenchimento e efetivação das metas morais e sociais da Constituição da República.
Assis preside delegação para o Mercosul
O PS anunciou que o seu cabeça de lista nas europeias, Francisco Assis, vai assumir a presidência da delegação do Parlamento Europeu para o Mercosul, sendo Carlos Zorrinho “vice” das relações diretas com o Brasil. Em comunicado, o PS salienta que a formalização dos nomes vai ocorrer durante a sessão plenária do Parlamento Europeu que decorrerá a partir de segunda-feira em Estrasburgo. As delegações a que ficarão ligados os dois últimos líderes da bancada socialista na Assembleia da República “são responsáveis pela ligação, reforço e aproximação de relações económicas, sociais e políticas entre os países parceiros”. Quanto aos restantes eurodeputados socialista, o ex-ministro da Presidência Pedro Silva Pereira assume a vice-presidência da comissão dos Assuntos Constitucionais e Francisco Assis pertence à Comissão dos Assuntos Externos. A ex-ministro Maria João Rodrigues vai pertencer à comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais, Elisa Ferreira à dos Assuntos Económicos e Monetários, Ricardo Serrão Santos à das Pescas, e Ana Gomes à Comissão de Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos. Por fim, e ainda segundo a nota emitida pelo PS, Liliana Rodrigues, da Madeira, foi eleita para as comissões de Desenvolvimento Regional e dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros, e na comissão da Indústria, da Investigação e da Energia, Carlos Zorrinho será o único representante português. Os eurodeputados socialistas são ainda membros suplentes em mais sete comissões do Parlamento Europeu: Francisco Assis no Desenvolvimento; Maria João Rodrigues no Emprego; Carlos Zorrinho no Ambiente; Elisa Ferreira no Mercado Interno; Ricardo Serrão Santos na Agricultura; Ana Gomes nos Assuntos Externos; e Liliana Rodrigues na Educação e Cultura.
economia
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
José Maria Ricciardi anuncia que quer deixar já a presidência do BESI
“Efeitos imediatos” Divergências na Sérvia
Ministro sai por não poder aplicar austeridade
O ministro das Finanças da Sérvia demitiu-se, sábado à noite, após ter tomado posse há dois meses, por divergência com o primeiro-ministro Aleksandar Vucic que rejeitou as propostas de austeridade. Lazar Krstic tinha previsto implementar medidas de austeridade, nomeadamente através do corte das pensões entre 20 a 25 por cento e da redução de mais de 20 por cento dos funcionários públicos. “Krstic está certo mas neste momento não estou preparado para autorizar a implementação de certas medidas”, disse o chefe do governo sérvio.
Entre China e Angola
Relações permitem comércio ilegal de marfim
As relações económicas entre a China e Angola estão impedir o combate ao tráfico ilegal de marfim, considera um investigador norte-americano, acusando as autoridades angolanas de nada fazerem porque querem “atrair os consumidores”. “Bastava livrarem-se dos intermediários e dos ‘barões criminosos’ que são os comerciantes que conhecem os contactos na Ásia e em África e seria muito fácil fechar estes mercados porque a legislação existe e no entanto o comércio é público porque eles querem atrair os consumidores, que são 95% chineses”, disse à Bloomberg.
Para que a nova equipa possa entrar em funções, Ricciardi pede saída imediata e não apenas no próximo dia 30 deste mês. O presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi, quer que a sua demissão do grupo tenha “efeitos imediatos” para que a nova equipa possa entrar em funções, segundo um comunicado divulgado, ao final da noite de sábado. No dpcimento, José Maria Ricciardi considera “indispensável para reforçar a confiança dos clientes, colaboradores e público em geral que a Comissão Executiva do Banco Espírito Santo (BES) seja, o mais breve possível, substituída pela nova equipa que mereceu o acordo dos acionistas e do Banco de Portugal”. “Para facilitar essa substituição, o pedido de demissão do Banco Espírito Santo que apresentei oportunamente deverá ter efeitos imediatos, não se mantendo o meu mandato até dia 30 de Julho de 2014”, lê-se no documento. O ainda presidente do BESI lembra que o seu pedido de demissão pretendeu “facilitar a missão do Banco de Portugal em encontrar uma solução alternativa global que permitisse encarar o futuro” do grupo. José Maria Ricciardi nega pertencer a um eventual Conselho Estratégico, afirmando
BESI. José Maria Ricciardi nega pertencer a um eventual Conselho Estratégico, falando em ser preciso idoneidade
que “quem não tem idoneidade para figurar nos órgãos sociais não pode, nem deve integrar o Conselho Estratégico”. O responsável adianta que só aceitará fazer parte de um Conselho Estratégico “se porventura a todos os outros membros que o integram for reconhecida a aludida idoneidade”. De acordo com uma convocatória da assembleia-geral do banco divulgada na quarta-feira, o presidente do Conselho de Administração (‘chairman’) do BES, Paulo Mota Pinto, será o presidente do Conselho Estratégico
e Ricardo Salgado um dos membros daquele organismo. O documento propunha ainda aos acionistas a eleição de José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva e Pedro Mosqueira do Amaral como membros do Conselho Estratégico. Os acionistas do BES vão votar a 31 de julho a designação do economista Vítor Bento (atual presidente da gestora do Multibanco, SIBS) para presidente executivo e de João Moreira Rato (atual presidente do IGCP, entidade responsável pela
emissão e gestão da dívida pública) para administrador financeiro. Recorde-se que, na passada sexta feira, a agência de notação financeira DBRS colocou o «rating» BBB (baixo) do BES em revisão com implicações negativas, devido à pressão que o banco está a sofrer nos seus rácios estruturais. Em comunicado, a empresa baseada em Toronto, Canadá, identificou as fontes daquela pressão como sendo o Banco de Portugal e as mudanças na gestão de topo.
Sucesso do turismo de Lisboa explicado
Diversidade de oferta e preços baixos ajudam A Associação de Turismo de Lisboa (ATL) considera que o sucesso do turismo da capital portuguesa se deve à diversidade de oferta e aos baixos preços das novas rotas aéreas. De acordo com o Observatório do Turismo de Lisboa da ATL, a capital está a atravessar “um bom ano turístico”, depois de em maio passado ter registado uma taxa de ocupação hoteleira que atingiu os 86,84 por cento(%), um aumento de 5,9% face a 2013, segundo dados do INE citados pela associação. Segundo André Sousa, coordenador do Observatório, Lisboa
Lisboa. Capital está a atravessar “um bom ano turístico”, tendo registado em maio uma taxa de ocupação hoteleira de 86,84%
está a ganhar novos adeptos em zonas como o Terreiro do Paço e o Intendente, que começam a “tornar-se interessantes”. Diz ainda que a vida noturna lisboeta tem “registado um impulso muito forte, sobretudo na zona do Cais do Sodré”. “Cosmopolitismo”, “atratividade”, “beleza”, “qualidade urbana” e “capacidade de gerar sensações” pelo seu clima, paisagens e relação com o mar e rio são os pontos fortes destacados pela ATL, numa cidade com um “património e arquitetura” de “autenticidade” cultural.
Devido à grande oferta turística da capital, a associação considera que Lisboa “tem a sorte de atrair todos os tipos de turistas”, já que consegue ir ao encontro de “um turista que é cada vez mais heterogéneo, com gostos muito particulares”. Segundo as empresas que organizam visitas turísticas, a afluência de visitantes estrangeiros parece ser “superior à dos anos anteriores”, o que se deve “à coincidência com as férias de Verão da maioria dos países do Hemisfério Norte”, refere a empresa Lisboa Autêntica.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
Portugueses brilham nos Campeonatos Europeus de Canoagem
«Chuva» de medalhas O momento alto do último dia de competição foi o ouro conquistado pela dupla Emanuel Silva e João Ribeiro, em 52 500 metros. A dupla portuguesa formada por Emanuel Silva e João Ribeiro sagrou-se, ontem, campeã da Europa de K2 500 metros, nos campeonatos de canoagem que decorreram em Brandenburg an der Havel, na Alemanha. Cerca de meia hora depois de subirem ao terceiro lugar do pódio de K4 1000, com Fernando Pimenta e David Fernandes, Emanuel Silva e João Ribeiro juntaram o título europeu ao Mundial, conquistado em 2013 na cidade alemã de Duisburgo. Esta foi a quinta medalha, a primeira de ouro, conquistada para Portugal na última jornada des-
Canoagem. Dupla portuguesa formada por Emanuel Silva e João Ribeiro sagrou-se, ontem, campeã da Europa de K2 500 metros, na Alemanha
Classificação geral do Tour
Machado em terceiro O ciclista português Tiago Machado (NetApp-Endura) subiu, ontem, ao terceiro lugar da geral da Volta a França, ao ser 10.º na nona etapa, ganha pelo alemão Tony Martin (Omega PharmaQuickstep). Machado era um dos componentes de uma fuga, na qual também estava o novo camisola amarela, o francês Tony Gallopin (Lotto-Belisol), que chegou com
cinco minutos de vantagem para o anterior camisola amarela, o italiano Vincenzo Nibali (Astana), e 02.45 minutos de desvantagem para o vencedor da etapa Tony Martin. O grupo de Machado, onde também seguia outro português Sérgio Paulinho (TinkoffSaxo), chegou à meta liderado pelo suíço Fabian Cancellara (Trek). O campeão do mundo Rui Costa
(Lampre-Merida) chegou no pelotão, com os restantes favoritos, a 07.46 minutos do vencedor. Na geral, Gallopin lidera com 01.34 minutos de vantagem para Nibali e 02.40 para o português da NetApp-Endura. Hoje, a alta montanha chega ao Tour, na décima etapa, um sobe e desce permanente de 161,5 quilómetros entre Mulhouse e La Planche des Belles Filles.
Após Grande Prémio de motocrosse na Finlândia
Rui Gonçalves em 11.º lugar no Mundial
O português Rui Gonçalves registou, ontem, a nona melhor prestação no conjunto das duas mangas do Grande Prémio da Finlândia de motocrosse (MXGP), 13.ª prova do Mundial da especialidade, disputada em Hyvinkaa. O campeão nacional, em Yamaha, acabou em 13.º na primeira manga, depois de alguns problemas mecânicos, mas conseguiu acabar a segunda corrida no sexto lugar, prestações que permitiram ao português subir uma posição no Mundial, figurando agora em 11.º lugar. Cairoli (KTM) venceu as duas mangas na Finlândia e reforçou a liderança no Mundial: soma agora 577 pontos, mais 62 que o perseguidor direto, o belga Jeremy Van Horebeek (Yamaha).
tes Europeus de canoagem. Um sorriso do tamanho do Mundo «pintou» o rosto da canoísta olímpica Teresa Portela, após ter sido medalha de bronze em K1 200 e 500, esta a primeira na sua distância predileta. “Correu muito bem. Sabia que dentro das cinco primeiras era possível ficar. Ter dois bronzes, duas medalhas, ainda por cima a minha primeira nos 500 metros, a minha distância favorita, soube muito bem e estou mesmo muito contente”, disse. A melhor canoísta portuguesa recorda que os 500 metros foi a prova que mais preparou: “É também a mais competitiva, também por ser a mais antiga. É mais complicado” Depois de festejar o êxito, a atenção de Teresa Portela vira-se para os Mundiais, na Rússia, de 20 a 24 de agosto. “Não há muito a fazer. É tentar manter a minha preparação. Claro que vou mais motivada do que nunca e espero sentir-me lá bem como aqui e poder mais uma vez estar nas melhores”, concluiu.
Vitória sobre Kuznetsov
Elias no quadro principal de Hamburgo
O tenista português Gastão Elias assegurou, ontem, a presença no quadro principal do torneio de Hamburgo, da categoria 500 ATP, depois de vencer o russo Andrey Kuznetsov na última ronda da qualificação. Na sua primeira presença no torneio alemão, o 150.º tenista mundial contrariou o favoritismo do quinto cabeça de série, impondo-se pelos parciais de 2-6, 7-6 (7-2) e 6-3, em duas horas e 10 minutos. “Foi um jogo muito parecido com o de Roland Garros. Ele é um jogador que arrisca bastante durante todo o jogo. Consegui aguentar-me em momentos em que ele jogou bastante bem e quando tive as oportunidades joguei agressivo e arrisquei nas alturas certas. Servi e respondi muito bem e isso fez muita diferença”, descreveu.
Marquez alcança nona vitória em nove provas
O espanhol Marc Marquez (Honda) manteve o pleno de vitórias no Mundial de motociclismo de velocidade ao ganhar o Grande Prémio da Alemanha, nona prova do campeonato de MotoGP. Com este novo troféu antes da pausa para «férias», Marc Marquez reforçou a liderança no Mundial e ficou a uma vitória de igualar o recorde do italiano Giacomo Agostini, que em 1970 ganhou 10 grandes prémios consecutivos. Com nove corridas disputadas, Marc Marquez soma 225 pontos. Em Moto2, o suíço Dominique Aegerter (Suter) alcançou a primeira vitória da carreira, superando o finlandês Mika Kallio (Kalex) e o italiano Simone Corse, seu colaga de equipa na Suter. Na terceira categoria, Moto3, o australiano Jack Miller (KTM) venceu a corrida alemã e somou a quarta vitória desta temporada. Menos sorte teve o português Miguel Oliveira (Mahindra) forçado a abandonar a oito voltas do fim depois de ter sido abalroado pelo checo Karel Hanika (KTM).
Segunda-feira, 14 de Julho de 2014
publicidade
O Primeiro de Janeiro | 7
1868
Há 144 anos, todos os dias consigo.
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82
O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt
O GRANDE SALTO EM FRENTE A comitiva portuguesa, num total de 21 atletas adolescentes, 12 treinadores e 4 oficiais, que vai participar na 2.ª edição dos Jogos Olímpicos da Juventude que decorrerá de 16 a 28 de agosto em Nanjing / China foi especialmente recebida pelo Sr. Secretário de Estado do Desporto e Juventude. Sua Excelência teve a oportunidade de Gustavo Pires* proclamar àquele grupo de jovens: “O governo deposita inteira confiança no vosso comportamento”. A cerimónia em causa trouxe-nos à memória o que se passava nos anos sessenta na República Popular da China (RPC) quando Zhou Enlai recebia as equipas de jovens chineses que iam participar nos Jogos das Novas Potências Emergentes que pretendiam ser a alternativa maoista aos Jogos Olímpicos. Para o Primeiro-ministro chinês a comitiva da RPC devia ser portadora de um espírito propiciador do desenvolvimento de uma nova atmosfera política entre as nações envolvidas. Dizia ele que não se tratava de competir numa perspetiva Ocidental em que os atletas se consideravam uns aos outros como rivais, mas de promover a amizade mútua através do desporto. E Zhou Enlai deu o mote que devia animar a comitiva da RPC: “Unidade contra o imperialismo”. E recomendou à comitiva para “ajudar a equipa da Indonésia a conseguir bons resultados na medida em que era um país fundador dos Jogos…” Quer dizer, os Jovens chineses, a fim de ser salvaguardada as relações fraternais entre os países participantes, se necessário fosse, eram obrigados a perder. Perante tal desonra houve pelo menos um atleta que acabou por se suicidar. Mao Zedong e o regime comunista utilizaram-se miseravelmente do desporto e dos atletas colocando-os ao serviço da revolução. Nos anos sessenta e setenta esta perspetiva ideológica teve inúmeros seguidores em vários países da Europa entre os quais Portugal. Aqueles que viveram o desporto naqueles anos ainda estão bem lembrados das selvajarias praticadas pelos nossos pequenos maoistas de pacotilha que, hoje, continuam por aí a exorbitar olimpicamente a sua vocação totalitária, oportunista e irresponsável. O que acontece é que, infelizmente, entre nós, os partidos do Bloco Central que governaram o País nos últimos quase quarenta anos (o 1º Governo Constitucional tomou posse em 23 de julho de 1976) nunca foram capazes ou não quiseram perceber o que é uma política desportiva de um país liberal de economia social de mercado. Nunca foram capazes de perceber que entre o “trabalhar para a educação de personalidades socialistas, ambiciosas de realizarem altas performances para a glória da RDA” e uma perspetiva em que o desporto tem “como missão proporcionar alegria, felicidade e libertação ao maior número possível de indivíduos” como acontecia na RFA existe uma grande diferença. E hoje, numa espécie de “grande salto em frente” do século XXI, estamos no pior de dois mundo em que as políticas públicas, numa espécie de “um desporto dois sistemas” à chinesa, a par de um estatismo execrável, se traduzem num inaceitável “liberalismo de irresponsabilidade” em que o Estado, ao abdicar das suas inalienáveis responsabilidades, tal qual patrocinador comercial, se limita a despejar no Movimento Olímpico dezenas de milhões de euros na expectativa de vir a obter dividendos em medalhas olímpicas enquanto o País tem as mais baixas taxas de participação desportiva da Europa e uma cultura desportiva mais do que deficiente. Por isso, não podemos estranhar que os portugueses não se revoltem nem sequer se admirem que aqueles 21 adolescentes tenham sido levados ao ritual do beija-mão político a fim de sua Excelência o Secretário de Estado do Desporto, tal qual Zhou Enlai à portuguesa, lhes poder manifestar que “o governo deposita inteira confiança” no comportamento deles. Esteja lá onde estiver, Pierre de Coubertin está certamente bem indignado pela maneira como os ideais olímpicos estão a ser tratados.
Muito calor no concerto dos “One Direction” no Dragão
Bombeiros obrigados a intervir O calor e a concentração de dezenas de milhares de fãs do grupo pop britânico One Direction em torno do Estádio do Dragão, no Porto, motivaram uma autêntica operação de hidratação de massas realizada pelos Bombeiros Portuenses. Fonte do INEM informou que, pelas onze da manhã, tinham já sido assistidas 15 raparigas por “quebras de tensão, crises de ansiedade e falta de alimentação adequada”. O refrescar dos ânimos por parte dos bombeiros, com uma mangueira de dispersão no topo de um camião, foi acolhido com gritos e aplausos dos fãs, que clamavam também pela abertura antecipada das portas
do estádio. Apesar de as entradas no Dragão estarem agendadas para as 15h30 e o concerto para as 18h00, já acampavam alguns fãs nas imediações do recinto desde quarta-feira à noite, tudo para conseguir estar nas primeiras filas do concerto inserido na “Where We Are Tour 2014” da banda britânica. “São muitas miúdas juntas, é muita gritaria e muito suor, porque está um calor desgraçado”, disse Matilde, uma jovem de 15 anos e natural de Braga, entre um mar de gritos de outras fãs do grupo e considerando que, ainda assim, “está-se bem, vale a pena, porque eles são muito fixes”. Também para Miriam, fã ga-
lega de 15 anos, a viagem fez-se pela “oportunidade que não se pode perder”, visto tratar-se dos seus “ídolos” que são “perfeitos em tudo”. Leonor Loureiro, de 13 anos, veio de Lisboa com quase uma dezena de amigas para ver a banda porque “eles são anormais, estão sempre a brincar e isso é fixe”. Fonte da PSP informou que, “à parte de algumas escaramuças entre pais”, tudo decorreu com “a normalidade possível” em eventos que atraem milhares de pessoas e que, neste caso, motivaram filas que percorreram toda a Alameda do Dragão, rodearam o estádio e dificultaram muito o trânsito em toda a zona circundante.
22.º Festival de Curtas de Vila do Conde
“Cambodia 2099” vence grande prémio A coprodução franco-cambojana “Cambodia 2099”, de Davy Chou, venceu o grande prémio do 22.º Curtas de Vila do Conde, enquanto o melhor filme nacional foi “O Triângulo Dourado”, de Miguel Clara Vasconcelos, anunciou a organização. O grande prémio deste ano do festival de Curtas de Vila do Conde já tinha marcado presença na Quinzena dos Realizadores do festival de Cannes e passa-se no Camboja, país de origem do realizador, onde “dois amigos contam um ao outro os sonhos que tiveram na noite anterior”, segundo a sinopse. O prémio de melhor filme nacional (que agregou o prémio BPI ao galardão Pixel Bunker) foi atri-
buído a “O Triângulo Dourado”, de Miguel Clara Vasconcelos, no que também foi uma coprodução com França, mas neste caso de Portugal, descrito como “um filme feito de materiais caseiros, artesanais, um pouco frágeis até”. Por seu lado, o prémio do Público - Sociedade Portuguesa de Autores distinguiu “Fuligem”, de David Doutel e Vasco Sá, que também receberam o prémio Digimaster para melhor realização portuguesa. Na competição internacional, o prémio ficção foi atribuído a “Person to Person”, de Dustin Guy Defa, enquanto em termos documentais a distinção foi para “El Palacio”, do mexicano Nicolás Pereda. O prémio de animação foi para
Tomasz Siwinski por “Niebiesky Pokój”, mas o prémio do público – Aveleda foi atribuído o mais recente “Panique au village: La bûche de nöel”, de Vincent Patar e Stéphane Aubier, que é também a nomeação do Curtas de Vila do Conde para os prémios de cinema europeus deste ano. Vasco Mendes ganhou o prémio para melhor vídeo musical com o trabalho feito para “Far from everything” do projeto de João Vieira White Haus. No campo dos filmes experimentais, o prémio para melhor obra foi para “Hacked Circuit”, de Deborah Stratman. A 22.ª edição do Curtas Vila do Conde terminou ontem com a repetição dos filmes premiados.
Em três edifícios de Casablanca
Derrocada provoca 15 mortos A derrocada de três edifícios na cidade marroquina de Casablanca, na madrugada de sextafeira, já provocou pelo menos 15 mortos e 17 feridos, segundo o último balanço das autoridades. Os últimos cadáveres encontrados hoje foram o de um homem e o de uma mulher, aumentando
para 15 o número de vítimas da derrocada, encontradas depois de mais de 50 horas de buscas. Dezassete pessoas continuam hospitalizadas, enquanto outras 39 já tiveram alta hospitalar depois de terem recebido os primeiros socorros. Os trabalhos de busca foram entretanto in-
terrompidos devido ao risco de caírem alguns pisos que ficaram intactos nos edifícios que desmoronaram. O Tribunal de Casablanca já ordenou a abertura de uma investigação para determinar as circunstâncias do sinistro, cujas causas ainda são desconhecidas.