PRIMEIRO TRIUNFO DO BOAVISTA AUTOGOLO SUFICIENTE PARA ACADÉMICA SAIR DERROTADA DO BESSA
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 197
Segunda-feira, 15 de setembro de 2014
SEGURO INSISTE QUE É PRECISO APURAR RESPONSABILIDADES NO NOVO BANCO
TODA
A V E R DA D E
n O líder do PS voltou a exigir, desta feita em Melgaço, “toda a verdade” e o “apuramento de responsabilidades” nos casos do BES e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), para combater a “crise moral” em Portugal. “Trata-se de um problema do regime democrático”, destacou Seguro...
FC Porto empata em Guimarães para proveito de Benfica e Rio Ave...
QUARTETO
NA FRENTE PORTO
CDU insiste na auditoria às contas do Teatro Rivoli
FISCO
Portas pede moderação num compromisso com “prudência orçamental”
NOVO BANCO
BdP confirma Eduardo Stock da Cunha como sucessor de Vítor Bento
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
CDU insiste na realização de auditoria
CDU pede à CM Porto
Contas do Rivoli em causa A CDU insiste na realização de uma auditoria às contas do Teatro Rivoli, no Porto, e vai levar hoje à Assembleia Municipal do Porto uma proposta nesse sentido, que foi chumbada na última reunião pública do executivo. O Bloco de Esquerda (BE), por seu lado, vai propor naquele órgão o fim puro e simples do fundo imobiliário do Aleixo, criado para a reabilitação do bairro social com o mesmo nome e constituído pela própria autarquia, o ex-selecionador nacional António Oliveira e a Espart, uma sociedade do Grupo Espírito Santo. “A Câmara tem de acabar com aquilo. É um projeto que é um desastre”, disse o deputado bloquista José Castro, referindo-se à operação Aleixo e ao fundo associado, que o atual executivo camarário herdou do anterior, liderado por Rui Rio. José Castro entende que o fundo, designado Invesurb, deve ser extinto e defende que “este assunto seja tratado num grupo de trabalho” a criar no quadro da Assembleia Municipal, “para se fazer uma avaliação”. O deputado notou que, de acordo com o “relatório de
CDU. O vereador Pedro Carvalho insiste que é preciso conhecer as contas do Teatro Rivoli no Porto gestão” de 2013, a liquidez do fundo é de apenas 223 176 euros, fruto de um depósito à ordem de 3176 euros e de um a prazo no valor de 220 000 euros. Encontravam-se ambos no antigo BES. Foi marcada para a última sextafeira uma reunião entre o fundo e a autarquia. O presidente da Câmara, Rui Moreira, disse aí que a reunião entre as duas partes era “muito importante” e tinha como objetivo saber qual é a “situação atual” desse fundo. A Câmara, porém, entendeu não divulgar a hora e o local desse encontro e o seu resultado. Outro tema que vai regressar à Assembleia Municipal é o do Teatro Rivoli, por iniciativa da CDU. Esta força política mantém que as contas daquele
equipamento municipal devem ser auditadas. Através do seu vereador, Pedro Carvalho, a CDU avançou com uma proposta de auditoria na última reunião camarária. A proposta acabou por ser chumbada. Rui Moreira e o próprio PS alegaram que a mesma visava fazer um “ajuste de contas” com o passado e com a linha cultural seguida por Rui Rio e pela então vereadora responsável pelo setor e atual vice-presidente da Câmara, Guilhermina Rego. “Quem não deve não teme. Se não têm medo, deixem fazer a auditoria”, contrapôs o deputado municipal da CDU Artur Ribeiro. “É o próprio programador do Rivoli (Tiago Guedes) que diz que o La Féria deixou aquilo numa desgraça e nós achamos que ele tem razão”, reforçou.
Tiago Guedes disse ainda que o teatro “não tem sido bem cuidado” e foi deixado “em muito mau estado pelo Filipe La Féria” e criticou a “inexistência de uma política cultural” na cidade nos últimos anos. “Nem eu nem o vereador (da Cultura, Paulo Cunha e Silva) nos revemos nas declarações de Tiago Guedes. Convivemos bem com o que passou, mas virámos a página”, realçou ainda o autarca. Rui Moreira disse, ainda, que já informou Tiago Guedes de que discordava das suas declarações. A Assembleia Municipal do Porto vai discutir hoje também uma proposta camarária para que seja atribuída ao realizador americano Oliver Stone a medalha de ouro da cidade. Segundo fonte da autarquia, Stone estará no Porto no dia 26 para a receber.
Festival D’Bandada enche as ruas do Porto
Música e diversão para todos os gostos Em várias ruas da baixa do Porto debitava-se já músicas pelo início da tarde deste sábado, tocadas até por artistas que nada tinham a ver com o festival D’Bandada, mas que o aproveitaram para fazer-se ouvir. Já na sua quarta edição, o evento foi novamente encarado como “um São João da música” por todos os tentaram defini-lo e se as atuações de artistas de rua alheios à organização se multiplicaram, é porque “uma certa perda de controlo do festival” pretendida por quem o projeta se tem concretizado e obrigado a uma constante expansão. “Vamos ter que esticar isto ainda mais para norte ou para sul”, disse Pedro Moreira da Silva, diretor de comunicação do certame, prevendo a sua expansão “mais para a Ribeira ou para a Câmara Municipal” e partindo do princípio de que “as cem mil pessoas da edição de 2013 foram ultrapassadas este ano”.
Prestes a atuar numa D’Bandada que contou com mais de 60 concertos gratuitos distribuídos uma vez mais entre praças, cafés, igrejas, jardins e diversos estabelecimentos comerciais e culturais da baixa do Porto, um dos vocalistas do grupo de hip-hop de Leça da Palmeira Mind Da Gap, recordava os tempos “em que não havia gente no Porto”. “Cresci a ver esta cidade deserta, à noite”, recordava Ace, antes de atuar na Praça dos Poveiros, recorrendo a uma quase inevitável comparação com a noite de São João até pela variedade de públicos, “tanto de putos como pessoas mais velhas a darem o seu pezinho de dança”, nalgo que considerou “fantástico para a cidade e para os músicos”. “Para bandas que ainda estejam a crescer, tocar aqui é um bom pontapé de partida”, acrescentou, considerando uma vantagem que quem comece a tocar o faça
“logo perante milhares de pessoas que nunca os ouviram”. Para João Vieira, ou DJ Kitten, também mentor do projeto de música eletrónica White Haus, “o Porto está a ficar muito semelhante a Barcelona”, na medida em que “é muito mais capital da Cultura em 2014 do que em 2001”, pelo que ressalvou que “se calhar é preciso ter um bocado de calma, porque a cidade não é assim tão grande, não tem tanta gente e às vezes as pessoas dispersam-se um bocadinho”. “Hoje é uma situação muito especial”, frisou o músico que havia de atuar na rua Cândido dos Reis, considerando ainda assim que “corre-se o risco, para quem atua como DJ, de que a quantidade da oferta, o ‘botellon’, a cerveja barata na rua, acabem por dispersar um pouco a qualidade das coisas”, ou de que “as pessoas comecem também a ficar
desprendidas da qualidade da música”. Minutos antes de Manuela Azevedo, vocalista dos vila-condenses Clã, atuar com a Orquestra de Jazz de Matosinhos na Praça dos Leões, Jonas Fischer, estudante da cidade alemã de Köln, ou Colónia, dizia que “foi uma grande surpresa” deparar-se com tamanha festa na cidade. “Cheguei ao Porto há uma semana e tenho andado em festas desde então”, revelou, salientando a D’Bandada pelo “ambiente em que toda a gente fala com toda a gente e ninguém anda zangado com ninguém”, depois de fazer perguntas sobre a fama de Manuela Azevedo e admitir que chegou a Portugal devido à dica de um amigo, que lhe prometeu “verões mais longos e o oceano”. “Pareceu-me um bom lugar e é”, considerou, para rumar ao concerto, numa Praça dos Leões em que pouca mais gente cabia.
“Resposta urgente” sobre o bairro do Leal
O vereador da CDU na Câmara do Porto pediu uma “resposta urgente” da autarquia para o bairro do Leal, onde “num total de 60 fogos” estão habitados apenas 20, “quatro dos quais isolados e junto a escombros”. “É urgente a Câmara ter uma resposta direta para isto. Este foi mais um crime de Rui Rio (anterior presidente da autarquia), desde que, em 2004, se começou a falar num projeto de recuperação para o bairro. Houve uma migração forçada de moradores e casas demolidas, destruindo-se uma comunidade local”, criticou Pedro Carvalho. O vereador comunista lembrou que os terrenos do bairro estão integrados no fundo imobiliário criado para demolir o bairro do Aleixo, mas considera que o mesmo “está moribundo” e foi “um falhanço total”, pelo que a Câmara “tem de resolver a saída do fundo como já fez no bairro da Mouteira”. No início da constituição do fundo, do qual fazem parte empresas do Grupo Espírito Santo e que a Câmara já investigou sem encontrar qualquer irregularidade, foi referida a reconstrução de casas na Baixa da cidade para realojamento dos moradores do Aleixo. Pedro Carvalho sustentou, por isso, que “é preciso encontrar soluções”, seja de “habitação social” ou a “custos controlados”. “Existe uma zona de 16 fogos ocupados na parte do bairro construída depois do 25 de Abril [de 1974], onde chegaram a viver mais de 600 pessoas. Esta é a parte viva do bairro. No resto, um total de 60 fogos estão habitados por quatro pessoas. Na rua principal, duas pessoas vivem no meio de escombros”, descreveu o vereador, que ontem visitou o local. Para Pedro Carvalho, estes moradores “têm de ser realojados o mais rapidamente possível, até por razões de segurança”, devido aos destroços das casas vizinhas. “Como é possível, no centro da cidade, ter esta zona completamente abandonada?”, questionou o vereador, recordando que a sua recuperação contribuiria para o repovoamento da Baixa. Pedro Carvalho alertou, ainda, para um restaurante abandonado “ocupado por emigração clandestina, que coloca questões de segurança e salubridade pública”. A denúncia foi feita numa reunião camarária pública e, de acordo com o comunista, o vereador da Fiscalização e Proteção Civil, Sampaio Pimentel, terá referido que “nem seria caso único e que a autarquia estaria a estudar formas de intervir no problema”. “Mas a situação mantém-se. É um caso de insalubridade e condições infra-humanas, aparentemente ligadas a redes e máfias de tráfico de pessoas. Não se encontrava ninguém no local, mas dá para perceber que ali estão pessoas a viver tipo colmeia”, concluiu Pedro Carvalho.
regiões
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Comissão de Festas da Moita mantém programação apesar das mortes
Largadas continuam Dois homens morreram, na madrugada de sábado, devido a colhidas dos toiros. Organização mantém a programação. Operação da PSP em Lisboa
Dez condutores detidos por excesso de álcool Dez pessoas foram detidas, ontem, em Lisboa por excesso de álcool e uma por condução sem habilitação legal, no âmbito de uma operação de fiscalização, efetuada entre as 05h00 e as 09h00, informou a PSP. A operação de fiscalização rodoviária decorreu na Avenida de Brasília, Avenida Infante Santo e Avenida da Índia e mobilizou cerca de 40 efetivos da PSP, que fiscalizaram aproximadamente 200 viaturas. Foram ainda levantados 28 autos relativos a infrações ao código da estrada. Segundo a PSP, os detidos “foram notificados para comparecer em julgamento sumário”, hoje, no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa. Em Portugal, é considerado crime taxas a partir de 1,2 gramas por litro de sangue.
A Comissão de Festas da Moita assegurou que as largadas de toiros vão continuar hoje, apesar das duas vítimas mortais devido a colhidas, afirmando que existem medidas de segurança mas que é impossível controlar milhares de pessoas. “As largadas de toiros vão continuar. Há muito tempo que temos sempre todas as medidas de segurança e existem avisos dos perigos e cuidados a ter na festa brava, mas não podemos controlar milhares de pessoas”, disse Clarisse Santos. Na primeira largada de toiros das Festas da Moita deste ano, na madrugada de sábado, dois homens, de 46 e 27 anos, morreram devido
Moita. Comissão de Festas assegurou que as largadas de toiros vão continuar hoje, apesar das duas vítimas devido a colhidas
a colhidas dos toiros. Um popular presente no local disse que uma das vítimas mortais, um homem de 46 anos residente na Moita, foi colhida com violência pelo toiro que estava na parte no final da avenida. Um outro homem, de 27 anos, também foi colhido pelo toiro e transportado ao hospital do Barreiro, mas acabou por não resistir aos ferimentos causados e morreu durante o dia de sábado. “O espaço onde decorrem as largadas é fechado e só lá entra dentro quem quer. As atividades ligadas à festa brava têm os seus perigos”, explicou Clarisse Santos, que lamentou as mortes dos dois aficionados. Na avenida principal da Moita, que é dividida, são largados três toiros, num evento que atrai milhares de pessoas ao concelho. As largadas de toiros regressam à avenida hoje, pelas 10h00. Até ao fim das Festas da Moita, que terminam a 21 de setembro, estão previstas mais oito largadas de toiros.
Pais «fecham» escola em Penacova
Boicote avança
Quedas em poços matam duas mulheres
Os pais e encarregados de educação da Escola Básica 1 de Figueira de Lorvão, em Penacova, anunciaram que pretendem boicotar a abertura do ano escolar, hoje, exigindo a constituição de mais uma turma. A Comissão de Pais e Encarregados de Educação contesta “o incumprimento da lei” em relação “ao enquadramento das crianças com
necessidades educativas especiais (NEE)” da escola e anunciou que vai organizar, às 09h00, um cordão humano à entrada do estabelecimento. “Na segunda-feira [hoje], as crianças vão permanecer de férias. Estamos muito motivados para a contestação”, disse Jhonny Rocha, que integra aquela comissão. Em reunião realizada na sexta-feira, os pais e encarre-
Após incêndio dentro da sala da casa
Duas mulheres morreram afogadas desde sábado, em poços da Região Centro, em condições que estão a ser investigadas pelas autoridades, informaram fontes da Proteção Civil. Na manhã de ontem, o corpo de uma mulher de 69 anos foi retirado de um poço de rega, na Carapinheira, concelho de Montemoro-Velho. O alerta para o afogamento foi dado pouco depois das 09h00, mas quando os meios de socorro chegaram ao local a vítima já tinha morrido. O cadáver foi transportado por uma equipa da Cruz Vermelha Portuguesa para o Gabinete Médico-Legal do Hospital da Figueira da Foz. Também no sábado, uma mulher morreu num poço em Travancinha, freguesia de São Romão e concelho de Seia. O corpo foi removido pelos Bombeiros Voluntários de São Romão, na sequência de um alerta dado por populares cerca das 14h00. Uma fonte do CDOS da Guarda disse que o caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária.
Mulher e filha assistidas por inalação de fumos
Uma mulher de 38 anos e a filha, de 6, tiveram de ser assistidas na sequência de um incêndio que deflagrou, ontem, numa residência na freguesia da Matriz, concelho da Ribeira Grande, Açores. O Comandante dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, José Nuno, adiantou que o incêndio deflagrou “cerca das 08h00” locais (mais uma hora no continente) “no résdo-chão” da casa, “na sala e ficou confinado àquele espaço”, desconhecendo-se as causas. Segundo aquele responsável, as duas vítimas “foram transportadas para o Centro de Saúde da Ribeira Grande”. Nas operações de socorro estiveram envolvidos 13 bombeiros, apoiados por quatro viaturas.
gados de educação decidiram realizar “um conjunto de protestos” e “não permitir a abertura do ano escolar” enquanto as suas reclamações não forem atendidas pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE). “Só queremos aquilo que a lei prevê. Queremos cinco turmas a funcionar e não apenas quatro”, afirmou Jhonny Rocha.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
Seguro insiste em “toda a verdade” sobre o BES e ENVC
Novo Banco
Porta-voz do PSD elogia atuação do BdP e do Governo
“Apuramento de responsabilidades” O líder do PS exigiu, em Melgaço, “toda a verdade” e o “apuramento de responsabilidades” nos casos do BES e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), para combater a “crise moral e de regime” em Portugal. “Este caso [BES] precisa de ser esclarecido e não basta uma comissão de inquérito no parlamento. É necessário que todas a instituições façam o que é o seu dever. As instituições de regulação, as instituições de supervisão, mas também as instituições da Justiça e do Governo. Isto não pode ficar assim. Os portugueses não podem ser surpreendidos frequentemente de forma desagradável e negativa com notícias sobre os bancos, com relacionamentos que não são claros e com influências e redes de interesses que não são esclarecidas”, afirmou António José Seguro. O secretário-geral dos socialistas falava durante um almoço que juntou
SEGURO. O líder do PS reafirma: “Isto não pode ficar assim. Os portugueses não podem ser surpreendidos frequentemente de forma desagradável e negativa com notícias sobre os bancos” cerca de 330 apoiantes, em Melgaço, a propósito da necessidade de “uma grande mudança”, ao nível da “separação entre política e os negócios”. “A democracia não convive com opacidade ou com obscurantismo. A democracia convive com transparência, com verdade e quando se mexe em dinheiros públicos tudo tem que ser esclarecido. Nada pode ficar escondido e quem cometeu alegados erros ilegais ou criminais deve assumir as suas responsabilidades e deve ser punido”, sustentou. Sobre o Banco Espírito Santo (BES) adiantou que não se trata de “um problema de um banco apenas, ou do sis-
tema bancário”, mas de “um problema do regime democrático”. Seguro explicou que o que se está a passar com o BES “já aconteceu com o BPN, BPP e BCP” e que “não pode ficar assim”. “A nós não nos interessa a versão do A, do B, do C ou do D, isso é para o espetáculo. Aos portugueses o que interessa e o que exigimos é toda a verdade, todo o esclarecimento e apuramento de responsabilidades neste caso do BES”, sublinhou. A mesma exigência, reclamou o dirigente socialista, aplica-se “aos dinheiros públicos”. Apontou como exemplo os ENVC, por se tratar de uma empresa pública,
atualmente em processo de extinção, situada no distrito de Viana do Castelo. Citou o caso do contrato estabelecido entre a transportadora açoriana Atlânticoline e os ENVC para a construção de dois navios para assegurar as ligações entre as ilhas do arquipélago. Concluído em 2009, o “ferryboat” Atlântida, que foi encomendado e rejeitado pelos Açores, deveria ter rendido 50 milhões de euros. Encostado no Alfeite à espera de comprador, foi avaliado em 29 milhões no relatório e contas de 2012 dos ENVC, cuja administração calcula que, até ao momento, o negócio do Atlântida represente prejuízos superiores a 70 milhões de euros. “Quem pagou esses 70 milhões de euros? O Estado, isto é, todos nós com o dinheiro dos nossos impostos. (…) Viram alguém ser responsabilizado por essa situação? (…) Eu não posso e não aceito viver num país onde se desbaratam 70 milhões de euros e ninguém é responsabilizado. (…) Muito menos quando se pedem sacrifícios aos portugueses e não se pedem responsabilidades aos agentes e administradores do Estado”, afirmou. Para Seguro “são casos como estes que minam a relação de confiança entre os portugueses e aqueles que tem a responsabilidade de governar o país e administrar bem” os recursos. O secretário-geral do PS classificou ainda de “marca histórica e uma revolução” os 145 mil portugueses que até à última sexta-feira já se tinham inscrito para votar nas eleições primárias do próximo dia 28.
Paulo Portas defende “moderação fiscal”
“Compromisso com prudência orçamental” O presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro defende uma “moderação fiscal” que não ponha em causa a consolidação orçamental, um “compromisso” que conjugue “prudência orçamental” numa mão e “sinais de mudança” noutra. No encerramento da “escola de quadros” do CDS-PP, em Peniche, a ‘rentrée’ dos centristas, Paulo Portas argumentou que na atual segunda metade da legislatura a “excecionalidade” que ditou o aumento da carga fiscal “já não é a regra”. Portas dirigiu-se aos funcionários públicos e aos pensionistas na sua intervenção de cerca de 50 minutos. O vice-primeiro-ministro disse ainda que “2015 será o primeiro ano em que os funcionários públicos recuperarão 20% do que tinham perdido com os cortes”. “A meu ver, deve ser o primeiro de vários anos em que sucessivamente se faz essa recuperação”, frisou. Sobre os pensionistas, disse que fica-
rão melhor no próximo ano: “Debateremos certamente em sede de Orçamento do Estado, mas há uma coisa que vos posso garantir: os pensionistas afetados pela CES ficarão certamente melhor em 2015”. Relativamente à “moderação fiscal”, que ocupou parte substancial do discurso, Portas disse que “seria um erro” tentar “condicionar” o parceiro de coligação, o PSD, e quis sublinhar que “a questão não é partidária”. Para Portas, inaugura-se “um tempo político novo e diferente, [e] isso terá que ter um reflexo nas principais políticas públicas, incluindo nas orçamentais”, e disse que é obrigação dos políticos apontarem para a necessidade de moderação fiscal já que “os técnicos” habituam-se a ter mais receita. Contudo, o vice-primeiro-ministro foi sempre referindo que “a moderação fiscal não pode colocar em risco a consolidação orçamental”, embora também tenha insistido que esta consolidação se
faz “essencialmente pelo lado da despesa”. “Não podemos voltar automaticamente a 2010, se não voltamos à origem do problema, mas também não podemos tratar como permanente o que é excecional”, declarou. “Eu proponho-vos um caminho intermédio, gradualismo nos objetivos e faseamento no método, prudência orçamental numa mão, sinais de mudança na outra mão. Eu acho que é possível chegar a este compromisso”, sustentou. Portas afirmou que a questão fiscal coloca-se em 2015 não por se tratar de um ano eleitoral, mas porque é o primeiro ano após a saída da ‘troika’ e sublinhou a capacidade que o Governo português readquiriu com o fim da missão externa. “Se é certo que temos metas a atingir no quadro europeu também é certo que agora somos nós que escolhemos as medidas e as políticas certas para atingir essas metas”, disse. Num momento do discurso dedicado
a “variáveis externas” que influenciam a vida interna, o vice-primeiro-ministro, que foi ministro dos Negócios Estrangeiros, expôs o seu pensamento sobre a Ucrânia e assumiu um “exercício de realismo”, ao defender que “para a União Europeia é importante ter uma relação estável e de segurança com a Rússia”. “Não confundo a Rússia com a União Soviética, o que é Rússia antes da União Soviética já la estava”, enunciou. Portas sublinhou ainda a proximidade com as posições do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e o distanciamento relativamente à diretora-geral do FMI, Christine Lagarde. “Os problemas que o euro tem tratam-se dentro do euro. Nesta matéria, não estranharão que vos digam: Nós, no partido, estaríamos mais próximos de algumas intervenções que o senhor Draghi tem tido do que de algumas declarações que a senhora Lagarde tem feito”, concluiu.
O vice-presidente do PSD Marco António Costa elogiou a atuação do Banco de Portugal e do Governo, afirmando que “já lá vai” o tempo “em que as instituições varriam para debaixo da carpete os problemas”. “O que se passou com uma das principais instituições financeiras portuguesas é algo de muito relevante, com enorme impacto na nossa economia e no nosso futuro. [...] É que, contrariando muito das práticas antigas, o Banco de Portugal detetou o problema dentro das suas competências legais e enfrentou o problema. Não o meteu na gaveta, nem o varreu para debaixo da carpete”, declarou Marco António Costa, numa referência à situação no Grupo Espírito Santo, que levou à cisão do Banco Espírito Santo (BES). O vice-presidente do PSD falava nas Capelas, ilha de São Miguel, nos Açores, no encerramento da primeira Universidade de verão do PSD e da JSD/Açores. “Eu julgo que há muitas pessoas que ainda não perceberam que esse tempo do velho Portugal, em que as instituições de supervisão varriam para debaixo da carpete os problemas ou os metiam numa gaveta bem fundo, já lá vai. E, portanto, andou bem o Banco de Portugal naquilo que fez. Andou bem o Governo em apoiar o Banco de Portugal nas decisões que foram tomadas nos termos da lei e das competências legais”, disse Marco António Costa, acrescentando: “Atuou de forma independente de todos os poderes em Portugal e, acima de tudo, de todas as pressões que no passado aconteciam nestas circunstâncias para se dar um jeitinho para aqui ou um jeitinho para ali”. Marco António Costa frisou que este “é um novo tempo em que não haverá soluções de primeira, nem de segunda e que cada instituição responde pelas suas obrigações e atua dentro das suas competências não estando à espera que outros o façam, nem omitindo a sua ação em momentos relevantes quando lhes cabe atuar perante as circunstâncias que ocorrem”. “E é por isso que nem o Governo se substitui à supervisão, nem sequer se intrometeu no espaço de competência própria da supervisão para surpresa de muitos que estavam habituados no passado a uma certa promiscuidade para estas realidades”, sustentou ainda. O dirigente social-democrata voltou a criticar a postura da oposição, que disse ser “negativista”, que “convive mal com as boas notícias” e “tenta descredibilizar a ação” do Governo e referiu-se à nomeação do comissário europeu Carlos Moedas. “Disseram que Portugal não tinha voz e tentaram criar a ideia de que seriamos colocados […] numa escolha de quinta categoria. A verdade é que o engenheiro Carlos Moedas terá à sua responsabilidade uma das pastas mais estratégicas para o futuro da Europa”, disse, indicando que ao comissário foi atribuída uma pasta “relevantíssima para o desenvolvimento de investigação e de inovação” com “80 mil milhões de euros”.
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Aceitou o convite para suceder a Vitór Bento na presidência do Banco Novo
Eduardo Stock da Cunha é a escolha do BdP Novo sindicato dos operadores de «call center»
Desgaste rápido
O novo sindicato que representa os trabalhadores dos «call center» lançou, ontem, uma petição pública na qual defende que a profissão seja considerada de desgaste rápido e que sejam introduzidos limites às horas “em linha”, bem como intervalos obrigatórios. O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC), que em junho teve luz verde da tutela para funcionar, esteve reunido no sábado para eleger a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e respetiva Direção e para assinalar o lançamento, ontem, da petição pública. Manuel Afonso, um dos membros eleitos da Mesa da Assembleia Geral, explicou, no entanto, que só na primeira reunião de direção, que deverá ter lugar ainda este mês, os estatutos preveem que sejam eleitos os respetivos membros, de entre as listas que se apresentarem ao cargo. De acordo com Manuel Afonso, a recolha de assinaturas concentrarse-á, numa primeira fase, na sensibilização dos trabalhadores de «call center» em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, mas rapidamente quer chegar a todo o País, pela dignificação da profissão. A organização arranca de forma independente, com cerca de 60 associados, mas espera reunir em breve mais operadores que, tal como os elementos fundadores da estrutura, não se sentem “devidamente representados”.
Paulo Portas defende que “etapas difíceis” do processo têm que ser ultrapassadas por “profissionais” e com “espírito de missão”. O Banco de Portugal vai ter Eduardo Stock da Cunha como o sucessor de Vítor Bento na presidência do Novo Banco, depois de o responsável ter aceitado o convite que lhe foi endereçado pelo supervisor durante a semana passada, na sequência da intenção manifestada pela equipa de gestão em exercício de renunciar aos cargos que desempenhavam na entidade. Stock da Cunha conta com quase 30 anos de experiência na banca, tendo ocupado lugares de destaque em instituições financeiras em Portugal e no estrangeiro. Atualmente, o futuro líder do Novo Banco estava a trabalhar no banco britânico Lloyds, liderado pelo português António Horta Osório, gestor com quem tinha estado na origem do Santander Portugal. Aos 51 anos, Stock da Cunha vai abraçar o desafio que o Banco de Portugal, com o acordo do Governo, lhe lançou para ultrapassar o pedido de saída da gestão do Novo Banco apresentado também na semana passada por Vítor Bento (presidente), José Honório (vice-presidente) e João Moreira Rato (administrador financeiro). A preparação da venda do Novo Banco é a missão que o responsável vai abraçar nos próximos tempos. Stock da Cunha esteve nos últimos dias dedicado à escolha da equipa que vai passar a liderar na instituição financeira resultante da cisão do Banco Espírito Santo (BES). A equipa de gestão do Novo Banco liderada por Vítor Bento confirmou no sábado, em comunicado, que durante a semana apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração da entidade. “Em face da especulação mediática sobre o assunto, confirmamos que durante esta semana comunicámos ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos
cargos desempenhados na administração do Novo Banco, dando tempo para que pudesse ser preparada uma substituição tranquila”, lê-se no documento assinado pelos três administradores demissionários. “Gostaríamos de salientar que não saímos em conflito com ninguém, mas apenas porque as circunstâncias alteraram profundamente a natureza do desafio com base no qual aceitáramos esta missão em meados de julho”, sublinham os responsáveis. “Espírito de missão”
Banco Novo. Stock da Cunha esteve nos últimos dias dedicado à escolha da equipa que vai passar a liderar na instituição financeira
Setor das conservas
Exportações atingem valores máximos de 1923
As exportações do setor das conservas de pescado em Portugal atingiram, em 2013, as 53 mil toneladas, ao nível do máximo histórico de 1923, segundo um estudo feito pelo antigo Subdiretor-Geral das Pescas António Duarte de Almeida. No estudo, o também economista sublinha que, no ano passado, as 53 mil toneladas de conservas de pescado representaram receitas de mais
de 218 milhões de euros. António Duarte de Almeida assinala ainda que, em 1923, existiam em Portugal cerca de 400 conserveiras, comparando com as 23 unidades existentes atualmente. O estudo revela que “o setor conserveiro exporta tradicionalmente cerca de 70% da sua produção, representando mais de um quarto das exportações nacionais de produtos da pesca”. Neste momento, “está a tentar resistir aos problemas no abastecimento interno da sardinha, cujas capturas nacionais caíram para menos de um terço nos últimos anos”.
O presidente do CDS-PP e viceprimeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou que as “etapas difíceis” do processo do Novo Banco têm que ser ultrapassadas por “gente profissional” e com “espírito de missão” e defendeu uma “supervisão eficiente”. No discurso de encerramento da «escola de quadros» do CDS-PP, a «rentrée» política dos centristas, em Peniche, Paulo Portas defendeu também a venda do Novo Banco. Já o ex-dirigente social-democrata Pacheco Pereira considerou que o processo do Novo Banco foi conduzido “em modo navegação de cabotagem” e “à vista da costa”. “Eu tive, não sei se a vantagem, [se] a desvantagem, de há cerca de uma semana ter escrito sobre esta matéria antes dos acontecimentos. E era evidente, não é preciso sequer ter informação privilegiada, para saber que a condução de todo este processo é tipo navegação de cabotagem, é à vista, é à vista da costa”, afirmou. Pacheco Pereira acrescentou que, tendo o processo sido conduzido “à vista da costa, está sempre a mudar, conforme a costa”. No dia 3 de agosto, o BdP tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No «banco bom», o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
Piloto italiano da Yamaha vence Grande Prémio de São Marino de MotoGP
Valentino Rossi não dá hipóteses em «casa» Em Moto3, o português Miguel Oliveira (Mahindra) alcançou a sua pior classificação do ano, ao terminar na 22.ª posição. O piloto italiano Valentino Rossi (Yamaha) conseguiu, ontem, a primeira vitória da temporada ao triunfar no Grande Prémio de São Marino de MotoGP, prova na qual o campeão e líder do Mundial, Marco Márquez, foi 15.º. Rossi, seis vezes campeão do Mundo, concluiu as 28 voltas ao circuito Marco Simoncelli em 44.14,586 minutos, impondo-se aos espanhóis Jorge Lorenzo (Yamaha) e Dani Pedrosa (Honda), segundo e terceiro da geral, respetivamente. Marc Márquez, que procura revalidar o título mundial, obteve a pior classificação da temporada, terminando no 15.º posto, depois de ter protagonizado uma queda. Quando rodava na segunda posição, atrás de Rossi, Márquez caiu devido a falta de aderência na sua roda dianteira e acabou por regressar à pista na última posição. O líder do Mundial, que nas 12 provas disputadas antes de São Marino só tinha ficado fora do pódio uma vez – quarto no GP da República Checa –, conseguiu ainda recuperar algumas posição mas não foi além do 15.º posto. A cinco provas do final do campeonato, Marc Márquez mantém a liderança, com 289 pontos, mais 74 do que o seu compatriota Dani Pedrosa, segundo, e mais 75 do que o italiano Valentino Rossi, terceiro. Partindo do terceiro lugar da grelha, Valentino Rossi assumiu cedo o comando da prova, ultrapassando na mesma volta Jorge Lorenzo – que saiu da «polé» – e Marc Márquez, e assegurou o lugar mais alto do pódio, ao qual não subia desde junho de 2013, quando venceu o GP da Holanda. Na categoria de Moto2, o espanhol Esteve Rabat (Kalex) garantiu a terceira vitória consecutiva e sétima da temporada, impondo-se ao finlandês Mika Kallio, seu companheiro de equipa e detentor da
«polé», e ao francês Johann Zarco (Suter), que completaram o pódio. Esteve Rabat lidera o mundial com 258 pontos, mais 22 pontos que Kallio, que é segundo, e mais 79 que o também espanhol Maverick Viñales (Kalex), terceiro. “Corrida desapontante”
MotoGP. O veterano Rossi venceu em São Marino, impondo-se aos espanhóis Lorenzo (Yamaha) e Pedrosa (Honda), segundo e terceiro
Vitórias quenianas
Sara Moreira segunda na Meia Maratona do Porto
Os quenianos Bernard Kipyego e Rionoripo Cherotich ganharam, ontem, a oitava edição da Meia Maratona do Porto, que teve em Sara Moreira, segunda classificada na corrida feminina, a melhor participação portuguesa. Kipyego, que se isolou nos quilómetros finais, gastou 1h00.38, deixando os seus compatriotas Vincent Chepkok e Titu Mbishei a 15 e
a 36 segundos, respetivamente. O melhor português foi Youssef el Kalai, atleta de origem marroquina, que foi nono classificado. No setor feminino, triunfou Rionoripo Cherotich, em 1h10.40, mas Sara Moreira, a preparar a Maratona de Nova Iorque, esteve em excelente plano, ao terminar a escassos 10 segundos da vencedora, que acompanhou até cerca dos 15 km. Dulce Félix, igualmente a preparar-se para Nova Iorque mas num estado de forma bem mais atrasado, foi sexta, com 1h15.15.
Em Moto3, o português Miguel Oliveira (Mahindra) alcançou a sua pior classificação do ano, ao terminar na 22.ª posição, depois de ter protagonizado uma queda a meio da prova, quando seguia no terceiro lugar. A meio da corrida, quando seguia no terceiro lugar, Miguel Oliveira sofreu uma queda, quando “a traseira da moto fugiu ao controle numa curva”, refere um comunicado da Federação de Motociclismo de Portugal (FMP). Depois de ter partido da quinta posição da grelha, o piloto português subiu ao terceiro lugar na quarta volta, acompanhado Alex Marquez e Alex Rins, que viria a triunfar, numa fuga ao pelotão. Miguel Oliveira manteve a posição até à 12.ª volta, altura em que a queda, apesar de ligeira, o obrigou a sair da pista e a voltar na 24.ª posição. Miguel Oliveira continua no nono lugar na classificação do mundial de pilotos. Na classificação do Mundial, quando faltam ainda cinco corridas para terminar a época, Miller lidera, com 195 pontos, mais nove que o perseguidor direto, Alex Marquez (186), enquanto Rins segue na terceira posição, com 175. “Hoje [ontem] a corrida foi desapontante. Estava a sentir-me bastante bem até metade da corrida. Notei que o pneu traseiro estava a causar muito mais movimento do que o normal e, quando cheguei à boxe, conseguimos verificar que ao longo da corrida o pneu foi perdendo ar e mais pressão do que aquilo que é normal. No final, fez com que caísse”, afirmou o piloto português no final da prova. Miguel Oliveira garantiu que antes da queda sentia “que conseguia lutar pelo pódio ou mesmo ganhar a corrida”. A próxima prova do Mundial de Moto3 disputa-se a 28 de setembro, no MotorLand Aragón, em Espanha.
Três pontos conquistados frente ao Sp. Covilhã
Chaves vence na serra
O Chaves venceu, ontem, no terreno do Sporting da Covilhã por 3-0, na sexta jornada da II Liga, num jogo em que os anfitriões acertaram na barra, desperdiçaram dois penáltis e viram Soares expulso. Aproveitando o desacerto do Sporting da Covilhã, Ícaro (16 minutos), Patrão (79) e Luís Pinto (85) fizeram as «despesas» do Chaves, que somaram o primeiro triunfo fora de casa. O Sporting da Covilhã foi a primeira equipa a assustar, quando Erivelto, e depois Gilberto, fizeram pontaria à baliza, mas foram os flavienses a marcar, aproveitando a desatenção coletiva da defesa serrana. Paulo Monteiro, solto na direita, cruzou para a área, João Reis tocou para Ícaro e o brasileiro, sem oposição, inaugurou o marcador. No reatamento, os serranos podiam ter empatado, de grande penalidade, a sancionar mão de Barry dentro da área, só que Erivelto atirou ao lado. Ao minuto 60, os «leões da serra» voltaram a beneficiar de uma grande penalidade, novamente falhada. Quando estavam jogados 79 minutos, num “contra-golpe”, Luís Pinto assistiu Patrão, que no coração da área dilatou a vantagem. A cinco minutos dos 90, Luís Pinto, de grande penalidade, sentenciou a partida.
Segunda-feira, 15 de Setembro de 2014
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O Primeiro de Janeiro | 7
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AROUCA FILM FESTIVAL
“Electric Indigo” conquista Lousa de Ouro O filme franco-belga “Electric Indigo”, de Jean-Julien Collette, foi o vencedor da 12.ª edição do Arouca Film Festival, um evento que apoia novos projetos e produções cinematográficas independentes a nível mundial, anunciou a organização. A película conquistou a Lousa de Ouro, o prémio maior do evento que terminou ontem e começou na sexta-feira, com ‘workshops’, projeção de filmes e três sessões competitivas. “The Jigsaw”, de Basil Al-Safar e Rashaj Al-Safar (Portugal), venceu a Lousa de Prata, ao passo que o melhor argumento foi atribuído a “Remissão Completa”, de Carlos Melim (Portugal). O melhor filme de animação foi “Tarzan”, do americano Signe Baumane, acrescentam os responsáveis do Arouca Film Festival numa nota enviada às redações. Na área do documentário, o júri atribuiu o galardão à produção espanhola “Ngutu”, de Felipe del Olmo e Daniel Valledor. A melhor representação foi para o elenco de “O meu avô”, de Tony Costa e David Serôdio (Portugal). “D-Tox”, de Paulo César Fajardo (Portugal) venceu o prémio de melhor videoclip, “Balança”, de Rui Falcão (Portugal), foi contemplado com o galardão de melhor realização e “Inertial love”, de Cesar Esteban Alenda e José Esteban Alenda (Espanha), com o de melhor montagem. Foi ainda concedida uma menção honrosa ao videoclip “Insects for Alice”, do português Luís Costa, acrescenta a nota de imprensa. O primeiro prémio do público foi para “Remissão Completa”, de Carlos Melim. Durante os três dias de duração, o Arouca Film Festival exibiu 31 curtas-metragens, oriundas da Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, Espanha, EUA, França, Inglaterra, Irão e Portugal. O certame, organizado pelo Cine Clube de Arouca, baseia a sua intervenção na “inovação e criatividade, assumindo-se como um dos eventos emergentes no panorama do cinema e das artes visuais”, projetando alguns dos melhores filmes independentes produzidos mundialmente, destaca a organização.
Vitória e FC Porto dividem pontos na I Liga
Penáltis decidiram em Guimarães Vitória de Guimarães e FC Porto empataram a uma bola (1-1), na quarta jornada da I Liga de futebol, num jogo “nervoso” com golos de grandes penalidades e que esteve interrompido na primeira parte por desacatos nas bancadas. O primeiro golo pertenceu aos portistas, por Jackson Martinez (quinto golo no seu jogo 100 na Liga portuguesa), aos 61 minutos, tendo respondido o Vitória aos 70, também através de um castigo máximo, muito contestado pelos “azuis e brancos”, por Bernard (quarto golo do jovem ganês). A partida ficou ainda marcada por um lance que terminou com a bola dentro da baliza vitoriana, golo que seria de Brahimi e que colocaria o FC Porto em vantagem, mas Paulo Baptista anulou por alegado fora-de-jogo do argelino que aparentemente não existiu. Destaque no FC Porto para as saídas da equipa do lesionado Oliver e de Quaresma e Adrián Lopez (nem no banco se sentou) e para a entrada de Herrera, Ruben Neves e Quintero, enquanto Rui Vitória apresentou apenas uma alteração, fazendo estrear o defesa direito Bruno Gaspar devido ao castigo de Nii Plange. Foi um jogo equilibrado, mas com sinal mais do FC Porto, que esteve mais perto de vencer a partida, sobretudo na segunda parte. A melhor oportunidade de golo dos primeiros 45 minutos parte pertenceu aos visitantes e nasceu de um pontapé de baliza de Fabiano: Bruno Gaspar e Defendi confundiram-se e falharam
o corte, Brahimi isolou-se frente a Douglas, mas rematou contra o guarda-redes brasileiro (31). O jogo esteve depois interrompido durante quase sete minutos por desacatos na bancada afeta às claques do Vitória, sem que, no momento, se tenha percebido o motivo. Alguns adeptos saltaram mesmo para o recinto de jogo, o que fez com que o árbitro auxiliar tenha dado indicação a Paulo Baptista que não estavam reunidas as condições de segurança para o jogo prosseguir. O Vitória entrou melhor na segunda parte e Julen Lopetegui não gostava do que via, mexendo cedo na sua equipa, colocando Evandro (saiu Ruben Neves), recuando Herrera para o seu lugar natural, o de ‘8’, e conferindo um pendor mais ofensivo ao seu meio-campo. Aos 60 minutos, Brahimi fugiu a Bruno Gaspar que, já dentro da área, agarrou e derrubou o jogador argelino. Na conversão da respetiva grande penalidade, Jackson Martinez fez o primeiro golo da partida. Contudo, quando parecia ter o jogo controlado, uma grande penalidade duvidosa de Jackson sobre André deu ao Vitória a possibilidade de empatar, que Bernard não enjeitou, convertendo-a no seu quarto golo no campeonato. Pouco depois, Brahimi chegou a colocar a bola na baliza, aproveitando o muito espaço concedido mais uma vez por Bruno Gaspar, mas o lance foi invalidado por um fora-de-jogo duvidoso.
O FC Porto lançou-se na busca do golo que lhe daria o triunfo e aos 84 minutos esteve muito perto disso quando Jackson falhou de forma incrível o desvio que parecia fácil. FICHA DE JOGO Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Ao intervalo: 0-0. Marcadores: 0-1, Jackson Martínez, 61 minutos (grande penalidade). 1-1, Bernard, 69 (grande penalidade). Vitória de Guimarães: Douglas, Bruno Gaspar, Defendi, João Afonso, Traoré, Cafú, André André, Bernard (Bouba Saré, 90+2), Hernâni (Bruno Alves, 75), David Caiado (Gui, 67) e Tomané. (Suplentes: Assis, Josué, Bouba Saré, Bruno Alves, Gui, Knezevic e Alvez). Treinador: Rui Vitória. FC Porto: Fabiano, Danilo, Martins Indi, Maicon, José Ángel, Casimiro, Rúben Neves (Evandro, 54), Herrera (Aboubakar, 90), Quintero (Cristian Tello, 64), Brahimi e Jackson Martínez. (Suplentes: Andrés Fernandez, Ricardo, Marcano, Evandro, Quaresma, Cristian Tello e Aboubakar). Treinador: Julen Lopetegui. Árbitro: Paulo Batista (Portalegre). Ação disciplinar: cartão amarelo para Bruno Gaspar (60), Maicon (64), Tomané (64), Evandro (68), Jackson Martínez (69), Brahimi (74), Gui (76), Casimiro (81) e Bernard (90+1) Assistência: 25 358 espetadores.
Boavista arranca primeira vitória
Bastou um autogolo de Ofori
O Boavista alcançou ontem a primeira vitória na I Liga portuguesa de futebol ao vencer perante o seu público a Académica por 1-0, graças a um autogolo de Ofori, em jogo da quarta jornada. O golo nasceu de um ataque “axadrezado” conduzido pelo flanco esquerdo. Correia cruzou rasteiro e tenso e Ofori, infeliz, introduziu a bola na sua própria baliza, aos 56 minutos, perante o gáudio boavisteiro dentro e fora do relvado. O conjunto coimbrão acusou o golo e, por outro lado, deu ânimo extra aos boavisteiros, que defenderam com “unhas e dentes” a preciosa vantagem. Depois de um séria negra de três derrotas em outros tantos jogos, o Boavista tinha como objetivo principal conseguir os primeiros pontos. A missão acabou por ser plenamente cumprida, ainda que com ajuda, involuntária, de Ofori. Os “axadrezados” somam agora três pontos, mais um do que a Académica, que confirmou atravessar um mau momento. A equipa de Paulo Sérgio continua sem saber o que é ganhar, tendo dois empates e duas derrotas. Curiosamente, a Académica esteve melhor na primeira parte, mostrou um futebol mais fluido, com algumas iniciativas atacantes interessantes, a maioria delas pelo flanco esquerdo e criou inclusive situações de perigo junto à baliza de Mika. Iago, de cabeça (22), e Rui Pedro (25) ameaça-
ram seriamente a baliza “axadrezada”. Mas o Boavista, em estilo aguerrido e muito esforçado, respondeu logo aos 26 minutos, num remate de Pouga que saiu ligeiramente ao lado da baliza de Cristiano. A Académica exibiu mais qualidade, mas pouca objetividade, ao passo que o Boavista mostrou hoje maior segurança defensiva e um coletivo que não se tinha visto nos jogos anteriores. Na segunda parte, o azar bateu à porta do Boavista: Pouga e Brito lesionaram-se e foram substituídos, por Wei e Miguel Cid, respetivamente. Em poucos minutos, desfez-se assim a dupla atacante inicial do conjunto treinado por Petit. A equipa do Bessa reagiu bem a essas contrariedades, manteve a mesma concentração e entrega e acabou por se adiantar no marcador devido a uma intervenção infeliz do lateral esquerdo adversário, Ofori. A Académica acusou muito o golo sofrido e o seu futebol perdeu lucidez. Raramente, a equipa voltou a aproximar-se com perigo real da baliza contrária e, quando tal aconteceu, teve pela frente um guarda-redes (Mika) atento e seguro. Com Tengarrinha sempre em bom plano, tal como Beckeles e até a própria defesa, o Boavista segurou a preciosa vantagem e não deu grandes hipóteses a uma Académica sem ideias e que, no geral, fez uma segunda parte medíocre. Com menos qualidade geral do
que o seu opositor, o Boavista demonstrou, todavia, grande determinação e vontade, disputando cada bola como se fosse a última.
FICHA DE JOGO Jogo no Estádio do Bessa Século XXI, no Porto. Ao intervalo: 0-0. Marcador: 1-0, Ofori, 56 minutos (na própria baliza). Boavista: Mika, João Dias, Philippe Sampaio, Carlos Santos, Anderson Correia, Beckeles, Tengarrinha, Zé Manuel (Yoro Li, 79), Anderson Carvalho, Pouga (Wei, 50) e Brito (Miguel Cid, 59). (Suplentes: Mamadou Ba, Fábio Ervões, Fary, Miguel Cid, Yoro Ly, Idris e Wei Shihao). Treinador: Petit. Académica: Cristiano, Aderlan, Iago, Ricardo Nascimento, Ofori (Marinho, 86), Nuno Piloto, Rui Pedro, Obiora (Ivanildo, 73), Marcos Paulo, Magique (Schumacher, 45) e Rafael Lopes. (Suplentes: Lee, Marinho, Jimmy, Schumacher, Ivanildo, Pedro Nuno e Lucas Mineiro). Treinador: Paulo Sérgio. Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Ricardo Nascimento (28), Correia (34), Miguel Cid (63), Rui Pedro (81) e Beckeles (90). Assistência: 4.127 espetadores.