MUSEU CR7 INAUGURADO Alberto João agradeceu a Ronaldo o facto de ter escolhido a Madeira
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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 11
Segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
TRAGÉDIA NUNCA VISTA NUMA DAS PRAIAS MAIS FAMOSAS DE PORTUGAL
MECO
n O presidente da Câmara de Sesimbra não tem memória de um acidente idêntico ao que ocorreu na Praia do Meco e que provocou um morto e cinco desaparecidos. “Sabemos que o mar na Praia do Meco é perigoso, que muitas vezes temos bandeira amarela e vermelha, mas é a primeira vez que há um acidente deste género”, disse Augusto Pólvora.
IRC
Paulo Portas diz que ainda é possível chegar a um consenso sobre a reforma
ÚLTIMO ADEUS n Finalmente Nelson Mandela descansa em paz
500 ANOS Bairro Alto de Lisboa festejou com bolo-rei de 85 metros
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Câmara do Porto diz que documento já tem a “marca da nova maioria”
Assembleia Municipal discute orçamento para 2014 A Assembleia Municipal do Porto discute hoje o orçamento da câmara para 2014, que a CDU e o BE dizem ser de “continuidade” e que o PS considera refletir já “uma correção de trajetória” face ao passado. O líder do grupo municipal Porto, o Nosso Partido (candidatura através da qual Rui Moreira foi eleito presidente da autarquia), André Noronha, afirmou, por seu lado, que este “é o orçamento possível, mas já com a marca da nova maioria”. “Mantém a marca da coesão social, mas já tem uma dotação orçamental superior para a cultura, que era uma das bandeiras de Rui Moreira”, exemplificou André Noronha, do grupo de centristas que integraram o grupo eleito pela candidatura Porto, o Nosso Partido. O orçamento da câmara para o próximo ano é de 184,5 milhões de euros, mais 3,4% do que o deste ano, “destacando-se a aposta na coesão social, no investimento na zona oriental da cidade, na cultura e no equilíbrio financeiro, através de uma redução da dívida de 8,5%”, de acordo com a própria autarquia. “Evidentemente, não é orçamento que o PS faria, mas é um orçamento com que o PS está de acordo”, realçou o deputado municipal socialista Gustavo Pimenta. Os socialistas fizeram um acordo
Câmara. Assembleia Municipal do Porto começa hoje a discutir o orçamento para 2014 com o presidente da câmara municipal, o independente Rui Moreira, e garantiram assim uma maioria absoluta no novo executivo, no qual têm dois vereadores com pelouro atribuído, Manuel Pizarro (Habitação e Ação Social) e Correia Fernandes (Urbanismo). Gustavo Pimenta realçou que o executivo, em funções há cerca de um mês e meio, teve “muito pouco tempo” para preparar o seu primeiro orçamento, mas disse notar-se que os objetivos apresentados durante a campanha eleitoral “estão lá plasmados”. “A coesão social, a economia e a cultura surgem como eixos essenciais. Há um acréscimo de verbas para a cultura”, salientou. André Noronha corrobora, no geral, a opinião do socialista e acrescentou tratar-se de um “orçamento muito positivo, sem entrar em investimento criador de défice”. Contudo, observou
tratar-se até de “um orçamento conservador, pois não leva em conta o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] e das receitas fiscais” que o Governo de Passos Coelho prevê. A CDU diverge do PS e do grupo político apoiante de Rui Moreira, considerando que, “no essencial”, este é um “orçamento de continuidade”. O deputado comunista Belmiro Magalhães reforçou, inclusive, que a receita política de Rui Rio (antigo presidente da câmara, pelo PSD) é “repetida com esta proposta de orçamento”. “O Mercado do Bolhão, o Matadouro Municipal os teatros do Rivoli e do Campo Alegre e o centro de congresso” previsto para o Palácio de Cristal “têm, no conjunto, previsto para 2014 158 mil euros, o que corresponde a dizer que vai ficar tudo na mesma”, destacou. O Bloco de Esquerda (BE) também
entende que o orçamento é de “continuidade, sem ruturas com o passado, o que é visível em algumas propostas de receita, como a da derrama”. “Com este orçamento, vai continuar a descer o investimento. É a morte da cidade aos poucos”, considerou o eleito bloquista José Castro, afirmando, a propósito, que entre 2003 e este ano houve uma quebra de 100 milhões de euros no investimento municipal. O orçamento camarário é o tema mais relevante desta assembleia municipal, cuja ordem de trabalhos contém vários outros pontos, como o IRS (imposto sobre o rendimento singular) de 2014 e a derrama deste ano. Devido à extensa ordem de trabalhos, os deputados acautelaram já a necessidade de uma segunda sessão, que foi marcada para o próximo dia 20, às 21h00.
Movimento de Cidadãos por Gaia continua ativo
Hoje realiza-se o último debate do ano O Movimento de Cidadãos por Gaia (MCG), que nas autárquicas de setembro candidatou o seu presidente à câmara, mantém-se em atividade após as autárquicas, inclusive com os “gabinetes de cidadania”, e tem marcado para hoje mais um debate. Manuel Vieira Machado foi o candidato pelo MCG à presidência da Câmara de Vila Nova de Gaia, mas não conseguiu obter mais do que 1,65% nas eleições, cerca 2303 votos. No sábado, voltou a ser eleito presidente do movimento, que quer continuar a
“praticar cidadania”. Para hoje está marcado o último debate que o movimento organiza este ano, com Inês Saraiva Azevedo, coordenadora nacional do Ano Europeu dos Cidadãos, que decorrerá na Junta de Freguesia de Valadares. “Os gaienses entenderam não nos dar a confiança através do voto, mas o MCG vai continuar a praticar aquilo para que se constituiu, que é praticar cidadania”, afirmou Manuel Vieira Machado. Quando se constituiu a associação, que fará três anos em fevereiro, não
lhe passava sequer avançar com uma candidatura à câmara. A entrada na corrida autárquica é justificada com “o que se estava passar em Vila Nova de Gaia” e com o entendimento de que os seus membros poderiam “dar uma ajuda para governar” o município. Para além das conferências, o MCG reabriu os seus “gabinetes de cidadania” nas juntas de freguesia de Canidelo e Sermonde e vai também fazê-lo em Grijó, estando disponível para alargar o serviço a outras localidades. Estes gabinetes funcionam
para aconselhamento aos cidadãos que pretendem auxílio para lidar com problemas como os bancos, a Segurança Social ou as Finanças. “Em determinados momentos da semana ou do mês, conforme o que for acordado, partilharmos aquilo que sabemos com os outros, de uma forma completamente gratuita e desinteressada”, explicou Vieira Machado. A Câmara de Gaia foi conquistada em setembro pelo PS, com uma lista encabeçada por Eduardo Vítor Rodrigues.
Em Ermesinde
Protestos contra encerramento das Finanças
Dezenas de cidadãos de Ermesinde manifestaram-se contra o encerramento ou fusão da repartição de Finanças daquela freguesia do concelho de Valongo e iniciaram um abaixo-assinado a contestar essa possibilidade. Empunhando uma faixa e com algumas palavras de ordem, algumas dezenas de cidadãos de Ermesinde manifestaram-se, durante a tarde, no largo fronteiro à estação ferroviária, aproveitando a ocasião para recolher assinaturas num abaixo-assinado a entregar na Assembleia da República. “Eles nem sequer pensem que vão encerrar”, afirmou Ângela Ferraz, do “Movimento de Utentes das Finanças”, para quem a intenção de encerramento é real e por isso há necessidade de informar a população e manter a contestação. Para os que duvidam, a porta-voz do movimento aconselha que leiam o PREMAC – Plano de Redução e Melhoria da Administração Central, “em que consta que no distrito do Porto querem encerrar Baião, querem fazer a fusão de Matosinhos com São Mamede Infesta e de Valongo com Ermesinde”. Ângela Ferraz recordou que a Junta de Freguesia já subscreveu consensualmente uma petição contra o encerramento da repartição e que o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, está a estabelecer contactos com a tutela para que este cenário não se venha a concretizar. Depois de um primeiro protesto em 22 de novembro, a intenção é “recolher o máximo de assinaturas nos cafés”, até porque, defende, “Ermesinde está muito bem servido de transportes, mas mais para a baixa, para o Porto. Para Valongo temos um autocarro dos STCP e temos o comboio (…), a estação fica muito longe da repartição de finanças”. Esta vivência geográfica que leva a designar por “baixa” o centro do Porto é secundada por Hilário Pereira, um dos manifestantes, que lembra que os utentes das Finanças de Ermesinde não se restringem aos moradores da freguesia: “Do concelho da Maia vêm de São Pedro Fins, Águas Santas e Folgosa, de Gondomar vem muita gente de Rio Tinto, Baguim do Monte, vêm de uma freguesia de Santo Tirso que é Água Longa, até de São Romão - que é da Trofa - vêm aqui, porque apanham o comboio, é facílimo”. Hilário Pereira tem receio que o destino final seja entregar as finanças à gestão de “grupos privados”. “É como nas aldeias, com o fecho dos correios é nas mercearias que as pessoas têm de ir levantar as pensões”, justifica. Um outro manifestante, Joaquim Silva, acredita que a vontade de fechar é real e considera que “não tem lógica, porque o edifício das finanças é do Estado”. “Também se falou da polícia e, quando fomos a ver, deixámos de a ter”, alertou.
regiões
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
O Primeiro de Janeiro | 3
Onda arrasta para o mar sete jovens universitários na localidade de Alfarim
Tragédia noturna ensombra praia do Meco Assembleia Municipal de Lisboa reúne hoje
Orçamento em debate A Assembleia Municipal (AM) de Lisboa debate, hoje, o orçamento para 2014, no valor de 730 milhões de euros, aprovado na Câmara com a abstenção do PSD e CDS-PP e o voto contra do PCP. O orçamento foi assim aprovado apenas com os votos do PS, que nas últimas eleições autárquicas venceu as eleições para a Câmara de Lisboa e a AM com maioria absoluta. O valor do orçamento para 2014 é semelhante ao deste ano, e a autarquia estima arrecadar 225 milhões de euros com a venda de bens de investimento, dos quais 131 milhões correspondem apenas à venda de património do município e da antiga Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), assumida este ano pelo município. O executivo socialista estima ainda que os impostos diretos representem a maior fatia da receita (36,1%), esperando arrecadar mais de 260 milhões de euros, dos quais 104 milhões são provenientes do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). A autarquia contabiliza ainda receitas provenientes da derrama (76.403.150 euros) e do Imposto Municipal sobre Transmissões (IMT - 65 milhões), que o Governo admite cortar. Com o previsto fim destes dois impostos, o presidente da Câmara de Lisboa admitiu já o aumento de taxas municipais em 2014 para compensar uma perda de receita que ronda os 140 milhões de euros.
Cinco jovens desaparecidos, um foi resgatado morto e outro retirado do mar com vida e transportado para o Hospital Garcia de Orta. Sete jovens universitários, três rapazes e quatro raparigas, foram arrastados por uma onda na praia do Moinho de Baixo, na localidade de Alfarim, no Meco, em Setúbal, na madrugada de ontem. Um dos jovens foi encontrado morto e o corpo foi resgatado, outro conseguiu sair do mar com vida e foi transportado para o hospital. Ao final da tarde, continuavam desaparecidos um homem e quatros mulheres, com idades entre os 21 e os 25 anos. As buscas pelos jovens desaparecidos ia continuar durante a noite, mas só através de meios terrestres, revelou o comandante do Porto de Setúbal, Lopes da Costa. As buscas estavam a ser feitas desde as 02h00 e juntaram meios aéreos, marítimos e terrestres, mobilizando 50 operacionais. As operações por mar e ar foram suspensas às 19h30 para recomeçarem hoje de manhã, em caso de necessidade. No local estiveram mais de 40 operacionais, um meio aéreo da Força Aérea, lanchas e 18 veículos dos bombeiros, da Polícia Marítima, da GNR, INEM e Serviço Municipal de Proteção Civil de Sesimbra. As buscas pelos jovens concentramse a sul do local do desaparecimento, “onde há mais probabilidade de deriva”, numa área que abrange desde a Lagoa de Albufeira, a norte, e se estende até à praia da Foz, a uma distância de três milhas de costa. Apoio psicológico
Segundo o comandante, o até agora único sobrevivente relatou que o grupo de sete estudantes universitários de que fazia parte se encontrava sentado na praia, numa zona possivelmente próxima da rebentação, quando foi surpreendido por uma onda que arrastou os jovens. Este sobrevivente conseguiu escapar pelos seus próprios meios e dar o alerta. Pelo menos alguns elementos do
grupo de jovens que foi arrastado são alunos da Universidade Lusófona de Lisboa, informou o comandante do porto de Setúbal, Lopes da Costa. De acordo com o mesmo responsável, que falou com o jovem sobrevivente e que teve, pouco depois, alta do hospital Garcia de Orta, o grupo tinha uma casa arrendada em Alfarim e terá ido passear até à Praia do Meco. A Proteção Civil montou uma tenda para receber os familiares dos jovens arrastados pela onda e há uma equipa de três psicólogos pronta para dar apoio às famílias. Segundo o vereador da Proteção Civil Municipal de Sesimbra, Francisco Luís, estão disponíveis dois psicólogos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e um outro dos Bombeiros. Foram estes psicólogos que se deslocaram à casa que alguns dos jovens do grupo de sete universitários tinham arrendado em Alfarim, nas proximidades, para tentar descobrir dados que levaram à identificação dos mesmos, para poderem contactar com os familiares. “Mar pode surpreender”
Meco. “Sabemos que o mar na Praia do Meco é perigoso, mas é a primeira vez que há um acidente deste género”, disse presidente da Câmara de Sesimbra
Centro hospitalar do Oeste
Enfermeiros em risco fazem feira simbólica
Um grupo de enfermeiros vai, hoje, montar uma banca com doces à porta do Ministério da Saúde e vendê-los para angariar dinheiro para a tutela, em protesto contra o despedimento de 40 profissionais no Centro Hospitalar do Oeste (CHO). “Vamos promover uma feira de Natal com venda de doces frente ao Ministério da Saúde para simbolicamente angariar
verbas”, afirmou Rui Marroni, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, sublinhando: “queremos reforçar o orçamento da tutela para manter os enfermeiros, que estão ameaçados de despedimento e que fazem falta às populações.”Trinta enfermeiros subcontratados nos hospitais de Caldas da Rainha e Torres Vedras serão despedidos até ao final do ano e 10 serão aposentados até março de 2014, sem serem substituídos. Para o sindicato, a “redução vai afetar os serviços e aumentar os riscos para os doentes”.
Durante a tarde, no local, encontravam-se familiares dos jovens desaparecidos, com exceção dos familiares próximos de um dos jovens, que as autoridades ainda não conseguiram contactar. Além dos familiares, estão na praia muitos curiosos. Segundo o vereador da Proteção Civil Municipal de Setúbal, Francisco Luis, “é muito fácil ser surpreendido pela rebentação das ondas na praia do Meco, principalmente durante a noite”. “O mar pode parecer que está chão durante quatro ou cinco minutos e, de repente, podem aparecer duas ou três ondas muito grandes e surpreender quem está à beira mar”, explicou. O presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, não tem memória de um acidente idêntico ao que ocorreu ontem de madrugada na Praia do Meco. “Sabemos que o mar na Praia do Meco é perigoso, que muitas vezes temos bandeira amarela e bandeira vermelha, mas é a primeira vez que há um acidente deste género”, disse aos jornalistas o autarca sesimbrense, que se deslocou ao local.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Paulo Portas defende mais “cultura de negociação política”
PCP denuncia intenção do Governo e da troika
Reforma do IRC ainda pode gerar consenso
“Novo ataque aos salários”
O presidente do CDS-PP reiterou a disponibilidade do Governo para chegar a um acordo sobre a reforma do IRC, que considera boa para as pequenas empresas, incentivadora para as médias e menos generosa para as grandes. “Parece-me que é consensual que a reforma do IRC [imposto sobre o rendimento coletivo] é boa para as micro e pequenas empresas porque vão pagar menos imposto, é incentivadora e protetora das médias empresas e das exportadoras. Não será tão positiva para as grandes por razões de equidade fiscal”, afirmou Paulo Portas. O também vice-primeiro-ministro recusou comentar os argumentos do líder da oposição, António José Seguro, sobre a matéria. “Se todos tivermos vontade chegaremos [a acordo]”, reforçou o presidente do partido, sublinhando que, mesmo sendo “menos generosa para as grandes” empresas, a
Portas. Líder do CDS-PP diz que ainda é possível chegar a um consenso sobre a reforma do IRC reforma é “um sinal importante para haver crescimento”. Paulo Portas defendeu ainda que Portugal precisa de ter mais cultura de negociação política e que, em democracia, sentar-se à mesa com o adversário não é “pecado”, mas “serviço” ao país. “Eu sou daqueles que acham que Portugal precisa de ter mais cultura de negociação política”, afirmou o líder do CDS-PP, considerando que sentar-se à mesa “com o adversário, em democracia, não é pecado, é trabalho”. “Sentar-se à mesa com pessoas
que não pensam como nós, para procurar um bom acordo para o país em certas áreas, não é vergonha, é serviço a Portugal”, reforçou Paulo Portas, defendendo uma “atitude de boa-fé” que deve comprometer “todos aqueles que aspiram a governar” o país. “Os partidos do arco da governabilidade também fazem parte do arco da responsabilidade”, sublinhou o também vice-primeiro-ministro, questionando “quem pode ficar infeliz” com os indicadores que demonstram que “Portugal saiu da recessão técnica”. De
entre eles, Portas destacou o aumento do rendimento efetivo por agricultor, que, segundo o Eurostat, “este ano subiu 4,5%” quando nos restantes países da Europa desceu 1,3%. Para o presidente do CDS-PP, este crescimento está relacionado não apenas com o “engenho e determinação dos agricultores”, mas também com o facto de “os pagamentos serem feitos a tempo e horas” e de o Governo ter feito “uma aposta claríssima na agricultura, nomeadamente pondo o PRODER [Programa de Desenvolvimento Rural] a funcionar”. Paulo Portas falava nas Caldas da Rainha, onde encerrou o XX Congresso Nacional da Juventude Popular e inaugurou um relógio para fazer a contagem decrescente o tempo que falta para a ‘troika’ deixar Portugal. E ainda que “chegar ao fim do programa com a ‘troika’ não signifique chegar ao fim das dificuldades”, Paulo Portas apontou o crescimento da economia, o aumento das exportações e os resultados positivos de setores como o turismo para demonstrar que não terão sido em vão “os sacrifícios e esforços” exigidos aos portugueses nos últimos anos. Após o encerramento do congresso, que reuniu este fim de semana cerca de 450 congressistas da juventude Popular nas Caldas da Rainha, o relógio vai ser transferido para a sede do partido, no Largo do Caldas, em Lisboa.
Catarina Martins (BE) e o empobrecimento do país
“Avaliações positivas não dizem nada” A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou que o programa de ajustamento português “só serviu para o país empobrecer”, acrescentando que a ‘troika’ deu sempre nota positiva ao que “empobreceu mais” o país. “Foi-nos dito que com o programa de ajustamento da ‘troika’, Portugal iria empobrecer para ter um novo modelo económico. [O programa] Só serviu mesmo para o país empobrecer, quer pela perda de emprego, de salários, de pensões, pelas pessoas que saem do nosso país e pelas privatizações que retiraram recursos ao nosso país e ao nosso povo”, disse Catarina Martins. A responsável falava à margem da sua participação no congresso do Partido da Esquerda Europeia (PEE), em Madrid. Numa altura em que decorre a décima avaliação ao cumprimento do programa de ajustamento português, a coordenadora do Bloco de Esquerda
disse que, desde o início do resgate, Portugal aumentou a dívida pública e ainda não tem uma saída para a crise “à vista”. Ao Bloco de Esquerda, disse Catarina Martins, “as avaliações positivas da ‘troika’ não dizem nada”, até porque as três instituições avaliaram “sempre positivamente aquilo que empobreceu mais o país”. Os responsáveis da missão da ‘troika’ estão em Portugal desde 04 de dezembro para a décima avaliação ao cumprimento do programa de ajustamento. Esta será a antepenúltima avaliação deste programa de resgate, que termina em junho do próximo ano, e em causa estará mais um desembolso de 2,7 mil milhões de euros. Entretanto, o Partido da Esquerda Europeia aprovou a criação de uma plataforma comum para as eleições europeias e a realização de uma conferência sobre a renegociação da dívida.
“Foi dado um passo importante para a esquerda europeia. No congresso do Partido da Esquerda Europeia foi aprovada uma plataforma comum para as eleições europeias, que rejeita a austeridade, o tratado orçamental e esta Europa do diretório de Angela Merkel”, afirmou Catarina Martins, no final da reunião, que decorreu em Madrid. A plataforma representa também, segundo a coordenadora do Bloco de Esquerda, “um compromisso forte por uma alternativa de esquerda na Europa, na defesa da democracia, da soberania das suas várias nações e de políticas para criação de emprego e para a defesa do Estado social”. Durante o congresso, o Partido da Esquerda Europeia decidiu apresentar um candidato comum à Comissão Europeia, o líder do partido grego Syriza, Alexis Tsipras. Tsipras “será uma voz dos povos contra a ‘troika’ [Comissão Europeia, Banco
Central Europeu e Fundo Monetário Internacional] na denúncia da falta de democracia das instituições europeias e do garrote financeiro sobre os povos da Europa”, disse Catarina Martins. No congresso foi ainda aprovado por uma “esmagadora maioria” um documento político, coordenado pela eurodeputada portuguesa Marisa Matias, “contra a dívida, a chantagem da finança e por uma alternativa de esquerda para uma outra Europa”, de acordo com coordenadora do Bloco de Esquerda. A eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias foi reeleita vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia. Em 2014, depois das eleições europeias, o Partido da Esquerda Europeia vai promover a realização, na Alemanha, de uma conferência europeia sobre a renegociação da dívida. As eleições europeias decorrerão entre 22 e 25 de maio de 2014.
O comunista Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do PCP, considera que existe “sintonia e coordenação” entre o Governo e a ‘troika’ para “um novo ataque aos salários”. “Não estamos perante uma ‘troika’ que defende os credores e um Governo que defende o país, como habilidosamente procuram fazer crer”, sustentou Vasco Cardoso num comunicado distribuído após uma conferência de imprensa em Lisboa, marcada para comunicar a posição do PCP sobre a 10.ª avaliação da ‘troika’. Para o comunista, “o que a realidade tem demonstrado é uma articulação, sintonia e coordenação na aplicação de uma política de traição nacional favorável aos interesses do grande capital nacional e estrangeiro”. Exemplo disso, segundo o membro da Comissão Política do PCP, é que “uma das questões centrais que está a ser articulada com o Governo no âmbito desta 10.ª avaliação é um novo ataque aos salários e um brutal agravamento da exploração de quem trabalha”. O PCP considera que Governo e ‘troika’ “preparam a facilitação e liberalização dos despedimentos e a liquidação da contratação coletiva”, medidas que, “num contexto em que mais de um milhão e quatrocentos mil trabalhadores estão desempregados, traduzir-seiam num retrocesso para níveis de exploração semelhantes aos dos tempos do fascismo em Portugal”. Para Vasco Cardoso, atendendo aos números do desemprego, à emigração ‘forçada’ e ao empobrecimento da população, “não pode haver nenhuma avaliação positiva do cinicamente chamado programa de assistência financeira”. O Partido Comunista considera que o país não pode esperar pelo fim do “chamado programa de assistência financeira” em junho do próximo ano ou pelo fim da legislatura em 2015, “como quer o PS”, e exige a demissão do executivo e a convocação de eleições antecipadas. Os responsáveis da missão da ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) estão em Portugal desde 04 de dezembro para a 10.ª avaliação ao cumprimento do programa de ajustamento. Esta será a antepenúltima avaliação deste programa de resgate, que termina em junho do próximo ano, e em causa estará mais um desembolso de 2,7 mil milhões de euros.
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
economia
O Primeiro de Janeiro | 5
Portugal tem juros mais altos e mais necessidades de financiamento
Irlanda, uma realidade muito diferente Dublin terminou oficialmente o seu programa de resgate e tem financiamento assegurado até meados do primeiro trimestre de 2015. Governo de Merkel com pastas definidas
Economia para o SPD O presidente do Partido Social-Democrata alemão (SPD), Sigmar Gabriel, será o novo ministro da Economia e Energia e vice-chanceler do novo Governo de coligação de Angela Merkel, anunciou a direção do partido. Os dirigentes do SPD vão ocupar seis ministérios, segundo o que ficou definido no acordo para formar Governo. A pasta dos Negócios Estrangeiros será entregue ao líder do grupo parlamentar social-democrata, Frank-Walter Steinmeier. A secretária-geral do SPD, Andrea Nahles, terá a tutela do Emprego e Assuntos Sociais, e a atual tesoureira do partido, Barbara Hendricks, ocupará o Ministério do Meio Ambiente e Segurança Nuclear. Manuela Schwesig, até agora ministra do Trabalho, Igualdade e Assuntos Sociais do estado federado de Mecklemburgo-Antopomerania, ficará responsável pelo Ministério da Família. Heiko Maas, atual ministro da Economia no estado federado de Sarre, vai encarregar-se do Ministério da Justiça e Proteção do Consumidor. Do acordo entre os partidos fazem parte, entre outras medidas, a criação de um salário mínimo nacional de 8,5 euros/hora, a flexibilização da reforma aos 67 anos e uma reforma energética que passa pela diminuição das isenções de que as empresas gozam.
terceiro trimestre deste ano. Deste valor, apenas estão disponíveis 11,5 mil milhões, uma vez que a banca, depois de ter usado 5,6 mil milhões de euros, ainda pode usar 6,4 milhões do montante total que lhe estava reservado. Endividamento distinto
A Irlanda terminou, ontem, o seu resgate externo, com uma almofada de 25 mil milhões de euros e com juros abaixo dos 3,5%, estando Portugal, ainda a seis meses do fim do seu programa, numa situação bastante diferente. Dublin terminou oficialmente o seu programa de resgate a 15 de dezembro e, segundo o instituto que gere a dívida pública irlandesa, o país tem financiamento assegurado até meados do primeiro trimestre de 2015, contando para isso com uma almofada financeira que ronda os 25 mil milhões de euros. Já antes de pedirem ajuda, os irlandeses tinham por prática acumular uma almofada que permitissem ao Estado ter financiamento durante um ano, algo que não acontece em Portugal. À procura de financiamento
No Orçamento do Estado para 2014, o Governo estimava que as necessidades líquidas de financiamento do próximo ano fossem de 11,8 mil milhões de euros. Este valor foi reduzido recentemente, depois de o Governo ter feito uma operação de troca de obrigações que venciam em 2014 e 2015, tendo conseguido ‘empurrar’ 2.477 milhões de euros que venciam em 2014 para 2016 e 2017. Além disso, de acordo com o OE2014, o Governo vai buscar 1.060 milhões com certificados de aforro, 1.440 milhões de euros com certificados do tesouro e mais 10.500 milhões em bilhetes do tesouro. O Governo conta ainda com o que falta receber do empréstimo da «troika» até ao final do programa (até outubro, tinham sido desembolsados 65.752 milhões do envelope estimado de 79,4 mil milhões, dos quais 12 mil milhões eram exclusivamente para banca). Finalmente, o Governo conta também com o montante dos depósitos da administração central, que totalizavam 17,9 mil milhões no final do
Crise. O problema dos irlandeses foi o endividamento do setor bancário, ao passo que, em Portugal, o problema era o endividamento excessivo
Acordo de associação
UE suspende negociações com governo de Kiev
A União Europeia suspendeu os trabalhos com vista ao acordo de associação com a Ucrânia devido à falta de um compromisso claro do Presidente Viktor Ianukovitch em assinar o documento, que rejeitou no mês passado. Bruxelas anunciou à Ucrânia que a continuação das negociações dependia de um “compromisso claro para uma assinatura, mas não obteve
qualquer resposta”, declarou o comissário europeu para o Alargamento, Stefan Fuele numa mensagem no Twitter. O vacilar do presidente em assinar o acordo com a UE, em detrimento de uma aproximação à Rússia, tem vindo a originar manifestações de protesto na capital, Kiev, com milhares de opositores e apoiantes da decisão. Sob pressão da Federação Russa, o Presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch, renunciou no final de novembro a assinar o acordo de associação negociado durante anos com os europeus.
Além das necessidades de financiamento diferentes, também as taxas de juro da dívida de longo prazo são distintas entre Portugal e a Irlanda: na sexta-feira, os títulos a 10 anos portugueses estavam com uma taxa de juro de 6,054%, ao passo que os irlandeses estavam nos 3,473%. Alguns economistas consideraram que os casos de Portugal e da Irlanda têm origens diferentes: o problema dos irlandeses foi o endividamento do setor bancário, que obrigou o Estado a injetar capital na banca, ao passo que, em Portugal, o problema era o endividamento excessivo decorrente do baixo nível de crescimento e o desequilíbrio da conta corrente. Filipe Garcia, da Informação de Mercados Financeiros (IMF), destacou que “a Irlanda está a crescer desde 2011 e Portugal não” e que “a Irlanda é muito mais agradável para os investidores estrangeiros do que Portugal”, considerando que “as duas situações praticamente não se comparam”. Já o diretor de investimentos do banco Carregosa, João Pereira Leite, disse que o modelo económico irlandês é “muito diferente” do português, mas considerou que há aspetos em que os dois países têm situações semelhantes. “A Irlanda também tem um rácio dívida/ PIB nos 120%. Em 2014, esperase que tenha um saldo primário negativo e Portugal já vai ter um saldo primário positivo. A Irlanda está a crescer e tem um modelo económico muito baseado no consumo privado. Portugal já deverá estar a crescer em 2014”, disse. João Pereira Leite entende que “a questão essencial é saber se Portugal vai conseguir captar a confiança dos investidores, ter o défice que está previsto ter e ter o PIB a crescer”, além de garantir taxas de juro mais baixas, já que “uma taxa em torno dos 6% para a dívida a 10 anos ainda é proibitiva”.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Cristiano Ronaldo inaugura Museu CR7 para mostrar a sua história no Funchal
“Ainda há espaço para a Bola de Ouro aqui” Museu CR7 contem os 126 troféus, individuais e coletivos, que já ganhou, incluindo a Bola de Ouro conquistada em 2008. Cristiano Ronaldo garante não viver “obcecado” pela Bola de Ouro de 2013, mas admitiu ter espaço para ela no Museu CR7 na Região Autónoma da Madeira, que o futebolista internacional português mostrou, ontem, à comunicação social. “Tenho mais espaço, se a Bola de Ouro vier, tem espaço”, disse o avançado do Real Madrid. Sobre o prémio de jogador do ano da World Soccer, Cristiano Ronaldo reconheceu ter sido “um bom prémio”, mostrando-se, por isso, “extremamente feliz”. “É um prémio importante, mas isso não quer dizer que seja um indício para ganhar a Bola de Ouro. Espero bem que sim, não vivo obcecado por isso, não fiz este Museu baseado naquilo que vou ganhar no futuro mas sim para aquilo que já ganhei”, opinou. O internacional português mostrou à comunicação social, em jeito de pré-inauguração, o Museu CR7 no Funchal, um espaço de 400 metros quadrados dedicado à sua história como profissional do futebol e que contem os 126 troféus, individuais e coletivos, que já ganhou ao longo da sua carreira, incluindo a Bola de Ouro conquistada em 2008. O museu expõe ainda várias bolas de futebol e fotografias de Ronaldo e de alguns companheiros de equipa. “Decidi abrir o Museu na Madeira porque foi onde nasci e cresci e onde tenho praticamente toda a minha família. Estou feliz e sintome orgulhoso, sinto que é algo útil para o mundo e para a sociedade, para os mais jovens, para os mais velhos e acho que é algo importante para a Madeira”, explicou. O jogador realçou ainda que o Museu é destinado a todos os seus fãs “para verem um pouco mais de perto” aquilo que conquistou “ao longo da carreira de 11 anos de profissional”. Cristiano Ronal-
do confessou que todos os troféus no Museu “são importantes” e revelou querer ganhar mais prémios no futuro, mas escusou-se a falar da Bola de Ouro de 2013. “Tenho 28 anos e naturalmente tenho muitos mais troféus para ganhar”, disse, frisando: “todos são importantes, não vou mencionar nenhum em especial. Tudo o que eu tenho aqui é fruto do meu trabalho individual e de um coletivo.” Sobre o Mundial2014, Cristiano Ronaldo referiu que a seleção quer “fazer um bom Mundial”, passar a primeira fase e “depois se verá”. Por outro lado, Ronaldo garantiu que ainda não é certo que vá estar na gala da Bola de Ouro. O português é um dos três finalistas ao prémio, juntamente com Messi e Ribery, mas diz que a decisão sobre a viagem a Zurique ainda não está tomada. “Ainda não sei”, frisou: “tenho mais vinte dias para decidir, estou a conversar com o clube e logo veremos em conjunto o que devemos fazer.” “É o melhor do mundo”
Cristiano Ronaldo. “Decidi abrir o Museu na Madeira porque foi onde nasci e cresci e onde tenho praticamente toda a minha família”, disse
Europeus de piscina curta
Carlos Almeida oitavo na final de 200m bruços
O nadador português Carlos Almeida ficou em oitavo lugar na final dos 200 metros bruços dos Europeus de piscina curta, que terminaram, ontem, em Herning, na Dinamarca. O nadador do Cardinal Aquatics completou a prova decisiva em 2.06,98 minutos, encerrando assim a participação portuguesa nos campeonatos. O vence-
dor da prova foi o recordista do mundo da especialidade, o húngaro Daniel Gyurta, que cumpriu a distância em 2.00,72 minutos, ou seja a cinco centésimos da melhor marca mundial que fixou nos Campeonatos do Mundo de 2009, em Istambul. Nas qualificações para os 200 metros livres, Diogo Carvalho fez o 31.º tempo, com 1.47,21 minutos, despedindo-se destes Europeus. Na quinta-feira, o nadador do Galitos tinha conquistado a medalha de bronze nos 200 metros estilos.
O Museu CR7 foi inaugurado pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, e contou com as presenças do colega de equipa Pepe, do empresário Jorge Mendes, o selecionador nacional Paulo Bento, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o diretor desportivo do Real Madrid, Emílio Butragueno, entre outros convidados, incluindo a namorada Irina. A foi feita pelo filho de Cristiano Ronaldo: Cristianinho teve a honra de descerrar a placa comemorativa. À margem da inauguração, o selecionador nacional não deixou de comentar a corrida à Bola de Ouro. “É indiscutível que Ronaldo é o melhor do Mundo neste momento. Já merecia em épocas anteriores ganhar a Bola de Ouro e seria uma extrema injustiça se não ganhasse agora. Já fez o seu trabalho dentro do campo, mostrou que é o melhor, por isso há que aguardar, mas acredito que vai ser coroado como melhor do Mundo”, afirmou Paulo Bento. E prosseguiu: “Um jogador da qualidade de Cristiano Ronaldo merece este museu, onde estão as suas grandes conquistas”.
Estoril e Nacional desejam voltar a vencer
À procura da vitória O treinador do Estoril, Marco Silva, pretende vencer, hoje, o Gil Vicente, fazendo regressar a equipa aos triunfos no Estádio António Coimbra da Mota, na 13.ª jornada da I Liga “Não gosto de dividir o campeonato em jogos em casa ou fora. O que tem acontecido nos últimos jogos em nada torna esta situação negativa, visto os pontos que temos. Somos uma equipa confiante. Amanhã [hoje] voltaremos a sê-lo. Queremos ganhar. Queremos voltar às vitórias na Amoreira. É isso que iremos à procura”, disse. Para Marco Silva, não restam dúvidas que a derrota de quinta-feira com o Slovan Liberec (2-1), na última jornada do Grupo H da Liga Europa, não irá afetar a equipa, até pela dificuldade da competição, cujo ritmo difere do da I Liga. Também o treinador adjunto do Nacional, Basílio Marques, desejou que os madeirenses possam “regressar às vitórias”, após cinco jogos sem ganhar, na recepção ao Paços de Ferreira. O adjunto de Manuel Machado, afirmou que “as expectativas são sempre elevadas” quando o Nacional joga em casa, reconhecendo, todavia, que o clube madeirense terá “pela frente um adversário extremamente difícil”. “O Paços virá ao Funchal jogar uma cartada decisiva”, avaliou.
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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
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O PATO DONALDO E O PATETA PARA O CONSELHO SUPERIOR DE DESPORTO Depois de Sócrates e de Laurentino e o famigerado Congresso do Desporto em que as pessoas foram simplesmente afastadas para não atrapalharem, agora, com Coelho e Guerreiro a coisa parece que é mais direta, mais cirúrgica, pelo que, se Laurentino se entreteve numa espécie de pesca à rede por onde só pasGustavo Pires* savam os acólitos suficientemente alinhados, já Emídio entretém-se a pescar à linha pelo que, com uma espécie de olímpico rigor, porque nada acontece por acaso, calhou a Carlos Móia ser fisgado pelo anzol. E assim, o presidente do Maratona Clube de Portugal, que desde a sua fundação em 1989 tem prestado relevantes serviços ao desporto e ao País, foi pura e simplesmente dispensado do Conselho Superior de Desporto (CSD) por sua Excelência o Secretário de Estado. E como ninguém acredita em bruxas mas que as há, há, pelo que nada acontece por acaso, sendo Carlos Móia um prestigiado dirigente do SL e Benfica trata-se, para memória futura, de perceber de que travessa veio a olímpica voz de comando bem como quem o irá substituir. E esta teoria é tanto mais credível quanto se sabe que a capacidade de Emídio Guerreiro fazer política tem sido, tão só, a de proferir discursos vazios e a de entregar taças e medalhas. Diga-se de passagem que o CSD não serve para coisa nenhuma. Assim sendo, pouco interessa que no CSD lá esteja Carlos Móia ou outra pessoa qualquer. Até lá podem pôr o Pato Donaldo ou o Pateta. Aquele órgão não serve para nada a não ser para, salvo raras exceções, cobrir com incompetência as incompetências dos governantes do Bloco Central que, desgraçadamente, têm tutelado o desporto. Por isso, quando o “Record” (2013-12-15) anuncia que “a decisão de Emídio Guerreiro “está a levantar uma onda de incompreensão e indignação” por Carlos Móia ter sido afastado do CSD, somos de opinião de que o jornal está profundamente enganado. E está ainda mais enganado quando diz que os “meandros partidários” também estão profundamente indignados com a maldadezinha que Emídio Guerreiro está, olimpicamente, a fazer a Carlos Móia. Não conhecemos pessoalmente Carlos Móia mas reconhecemos que ele, ao longo dos últimos mais de vinte anos, tem sido uma figura importante para o atletismo bem como para o desporto nacional. Por isso, ser dispensado do CSD por um secretário de Estado como Emídio Guerreiro que, a par de Hermínio Loureiro, Laurentino Dias e Alexandre Mestre, faz parte do clube dos piores Secretários de Estado que, desde sempre, tutelaram o desporto nacional, só lhe fica bem. E quando, perante a olímpica indiferença dos demais membros do CSD, são os famigerados Miguel Relvas e Jorge Coelho altas figuras públicas do Bloco Central que saem em sua defesa, então só resta a Carlos Móia dizer: não sou eu que sou obrigado a sair, sou eu que vos condeno a ficarem. Substituam-me pelo Pato Donaldo ou pelo Pateta.
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Redatores: Joaquim Sousa (CP-5632), Andreia Cavaleiro (CP-6983), Cátia Costa (Lisboa) e Vasco Samouco. Fotografia: Ivo Pereira (CP-3916) Secretariado de Direção: Sandra Pereira. Secretariado de Redação: Elisabete Cairrão. Publicidade: Conceição Carvalho (chefe), Elsa Novais (Lisboa, 918 520 111) e Fátima Pinto. E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua de Santa Catarina, 489 2º - 4000-452 Porto. Contactos: redação - Tel. 22 096 78 47 - Tm: 912 820 510 E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46, Fax: 22 096 78 45 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82 Impressão: Coraze, Telefs.910252676 / 910253116 / 914602969, Oliveira de Azeméis. Distribuição: Vasp. Tiragem: 20 000
Nelson Mandela enterrado com honras militares
Último adeus a ‘Madiba’ Nelson Mandela foi enterrado ontem com honras militares, junto dos seus próximos na sua propriedade em Qunu, aldeia no sudeste da África do Sul, na qual passou a infância. O ex-presidente foi sepultado na mais estrita intimidade, acompanhado unicamente pela família, amigos íntimos e alguns convidados, em Qunu, onde Mandela pediu expressamente para descansar para sempre. Helicópteros militares e aviões de combate sobrevoaram o local durante o enterro e 21 salvas de canhão foram disparadas em honra do herói que combateu o regime racista do ‘apartheid’. O funeral de Estado de Nelson Mandela terminou cerca das 12h00 locais (10h00 em Lisboa) em Qunu, aldeia na qual passou a infância, permitindo dar início ao
enterro dos restos mortais do exPresidente. O funeral, que durou pouco mais de duas horas e acabou mais tarde do que o previsto, foi um ato emotivo celebrado no interior de uma grande tenda instalada na quinta de Mandela perante cerca de 5000 pessoas, incluindo a família do ex-Presidente e responsáveis de diferentes países. A família, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, amigos íntimos do antigo chefe de Estado e outros deslocaram-se para o cemitério do clã Mandela, enquanto o resto dos convidados permanecem na tenda, segundo o programa oficial do funeral, que decorrerá na mais restrita intimidade e durará cerca de duas horas. O caixão foi depois trasladado para o cemitério numa procissão militar.
Depois, a bandeira sul-africana que cobria o caixão foi retirada, cantou-se o hino nacional e foram disparadas 21 salvas de canhão em honra do herói que combateu o regime racista do ‘apartheid’, enquanto aviões de combate sobrevoaram o céu de Qunu. Depois, foi interpretada a melodia “The Last Post”, com a que tradicionalmente se rende homenagem aos soldados caídos. Finalmente, o bispo metodista Don Dabula, capelão da família, deu a benção aos restos do ex-presidente, que foram sepultados em Qunu, onde ‘Madiba’ pediu expressamente para descansar para sempre. Nelson Mandela morreu, com 95 anos, a 05 de dezembro passado na sua casa em Joanesburgo rodeado pela família, depois de uma longa doença.
Bairro Alto em Lisboa de parabéns pelos seus 500 anos
Velas apagadas num bolo-rei de 85 metros Os parabéns pelos 500 anos do Bairro Alto, em Lisboa, foram cantados e as velas apagadas num bolo-rei de 85 metros que se estendeu pela Travessa da Queimada. Os marchantes do Lisboa Clube Rio de Janeiro, vestidos a rigor, foram os primeiros a afinar a voz, mas logo a população acompanhou em alto e bom som os parabéns ao “menino Bairro Alto”. A presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira, saudou a união de esforços de comerciantes e moradores para oferecer o bolo de 85 metros aos lisboetas e turistas. Para Carla Madeira, os “500 anos do Bairro Alto permitiram divulgar o bairro para o resto da cidade de Lisboa e até para o resto do país”, pelo que as comemorações pelo meio milénio devem continuar até à celebração dos 501 anos. “As comemorações deviam continuar, para divulgar o que de bom é feito no bairro e não só os seus problemas”, afirmou a
autarca, defendendo que eventos como o de hoje mostram a “maior riqueza - as vivências -” do Bairro Alto. Depois dos discursos de várias entidades ligadas ao bairro e de um representante da Câmara Municipal de Lisboa, ainda se ouviu vivas ao Bairro Alto. Com a população a servir-se de fatias do bolo, era o fado o som que mais se ouvia na Travessa da Queimada, onde foram pendurados balões dourados com o número 500. Manuel Correia, um comerciante da zona, acompanhava a gravação musical e garantia cantar o fado, afirmando que iria continuar sempre por ali. “Em tempos este bairro não prestava para nada, é verdade. Mas agora tem tudo de bom: turismo, comércio e indústria”, enumerou. As comemorações do 500.º aniversário do bairro - que começou por ser Vila Nova de Andrade - começaram em abril pelas associações de moradores e de al-
farrabistas e livreiros, pelo Lisboa Clube Rio de Janeiro, pela Irmandade de São Roque e pelo Museu de Farmácia. Com o apoio de mais 20 entidades (entre eles a Associação de Comerciantes do Bairro Alto, a Câmara de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia) e a criação de uma ‘comissão de comemorações’, o 500.º aniversário tem vindo a ser celebrado com mercados, passeios, tertúlias, cinema, teatro e música. Uma lotaria da Santa Casa dedicada ao aniversário e uma corrida de atletismo pelo bairro foram outras iniciativas. Até ao apagar das velas houve festa: visitas guiadas, ciclos de cinema, lançamentos de livros e DVD e concertos. O objetivo destas comemorações foi, segundo Luís Paisana, da Associação dos Moradores do Bairro Alto, “mostrar a perspetiva de um bairro com património e cultura, rodeado de História e monumentos”.
Ator irlandês do fime “Lawrense da Arrábida”
Peter O’Toole morre aos 81 anos O ator irlandês Peter O’Toole, mundialmente conhecido pela interpretação do coronel T.E. Lawrence no filme “Lawrence da Arábia” (1962), morreu aos
81 anos, informou ontem o seu agente Steve Kenis. O filme ganhou sete Óscares e Peter O’Toole obteve uma das suas oito nomeações para
o galardão da Academia de Hollywood. “Ele foi único no melhor sentido do termo e um gigante no seu campo”, disse Kenis.