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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 55

Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PRIMEIRO-MINISTRO INSULTADO À CHEGADA A CASTELO BRANCO

OFENSA

PARA A POPULAÇÃO n O primeiro-ministro foi recebido em Castelo Branco por algumas dezenas de manifestantes que, entre palavras de ordem e insultos, disseram considerar a presença do governante “uma ofensa para a população”. Passos Coelho deslocou-se à cidade para participar nas comemorações dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia local, instituição que merece “todo o respeito” por parte dos manifestantes, conforme fizeram questão de sublinhar...

PORTO

PSD diz que Rui Moreira não tem motivos para estar preocupado com os fundos

FIGUEIRA

Casal de jovens que morreu intoxicado era de fora da cidade

SOMA E SEGUE

Benfica mantém-se destacado na I Liga após mais dois Paços certeiros...


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

PSD/Porto e os “fundos comunitários” de que fala Rui Moreira

“Faz um barulho que não se justifica”

“Zona de guerra”

O grupo do PSD na Assembleia Municipal do Porto considera que o presidente da Câmara “faz um barulho que não se justifica” sobre a distribuição de fundos comunitários para 2014-2020, assunto que estará hoje em discussão. “Há um reforço claro das verbas para o Programa Operacional Norte”, disse o coordenador do grupo socialdemocrata na Assembleia Municipal do Porto, Luís Artur. Luís Artur ressalvou que “a região Norte foi claramente desfavorecida nos últimos anos” no que respeita aos fundos comentários, “porque nunca houve uma política regional” mas considerou que desta vez há “um reforço de 700 milhões de euros” face ao último Quadro Comunitário de Apoio (QCA). “Esta região pode vir a ter um dos melhores Quadros Comunitários de Apoio de sempre, se o souber aproveitar”, reforçou. O social-democrata pergunta se Rui Moreira pretende continuar a “mandar bocas ou se está interessado em sentar-se à mesa com os outros

RUI MOREIRA. PSD/Porto diz que não há motivos para o presidente da Câmara do Porto protestar quanto à distribuição dos fundos parceiros e negociar” com eles projetos para o Porto, “procurando convencê-los de que vão beneficiar a cidade e a região”. O Bloco de Esquerda (BE) foi o partido que solicitou que os próximos fundos comunitários fizessem parte da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal do Porto, embora o PSD tenha tentado, em vão, discutir a questão na sessão anterior. Rui Moreira colocou a questão no centro das atenções mediáticas exprimindo, por mais do que uma vez, a sua preocupação com a distribuição regional desses fundos e o BE entende que a Assembleia Municipal deve “tomar posição” sobre a matéria.

Os bloquistas tencionam apresentar, por isso, “uma moção” na qual propõem que se deve “inverter o rumo que tem marcado a aplicação dos fundos comunitários, em que o Porto e o Norte têm sido prejudicados”, explicou José Castro. O deputado bloquista referiu que a região recebeu “mais de 3000 milhões de euros entre 1997 e 2007 e apesar disso não houve criação de riqueza”, o que em sua opinião “tem muito a ver com a centralização da distribuição dos fundos”. “Isso mostra como é necessária regionalização”, refere José Castro, concluindo que “o município deve ser um interveniente na definição das áreas onde os fundos serão aplicados”.

O PS é de opinião que, “realmente, o Governo não se tem portado bem” nesta matéria, porque “não tem discutido com as autarquias, as regiões e o Porto”. “Achamos que a Câmara do Porto e Rui Moreira têm razão”, disse Gustavo Pimenta, do PS, concordando com a ideia de que a Assembleia deve tomar “uma posição formal” crítica face ao Governo. A CDU realça que o importante é saber “para que serve o dinheiro e em que vai ser gasto”. “Ficamos todos contentes se houver quem nos contradiga, garantindo que o Norte não vai ser prejudicado”, afirmou, por sua vez, o coordenador do grupo municipal afeto a Rui Moreira, André Noronha.

IHRU garante mais investimentos para a cidade

Bairros do Porto vão ser reabilitados O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) informou que, até 2016, vão ser investidos 2,25 milhões de euros em obras nos bairros de Paranhos, Ramalde do Meio e Amial, no Porto. Em comunicado, o IHRU salientou, ainda, que as obras no bairro de Contumil, iniciadas em outubro de 2012 e ainda em curso, deverão estar concluídas em julho deste ano. O instituto prevê o arranque das obras em Paranhos entre outubro e dezembro, num investimento total de 880 000 euros, seguindo-se Ramalde do Meio no próximo ano, num montante de 929 500 euros, e, em 2016, o

bairro do Amial, cuja verba destinada é de 440 000. O IHRU recorda que já foram investidos 3,05 milhões de euros para obras realizadas nos bairros de Contumil e de Leonardo Coimbra, calculando o valor total do investimento em 5,3 milhões de euros. De acordo com o IHRU, Contumil, Leonardo Coimbra e Paranhos “foram construídos entre 1979 e 1984 e, até às intervenções agora realizadas, nunca tiveram obras”. Hoje, um grupo de moradores dos bairros do IHRU vai organizar uma ação de protesto junto às instalações do instituto no Porto contra o que diz ser um “brutal e repentino aumento

de rendas, que nalguns casos ultrapassa os 1000%, ao mesmo tempo que não são feitas as obras prometidas”. No começo do mês, a Câmara Municipal do Porto aprovou uma manifestação de preocupação junto do Ministério do Ambiente e do presidente do IHRU devido ao aumento das rendas em bairros da cidade. A moção referia que os moradores dos oito bairros que o IHRU tem na cidade receberam em janeiro cartas com o valor dos aumentos e seu escalonamento no tempo, adiantando que “muitos dos aumentos verificados são de grandeza superior” ao valor médio da renda anunciada, que passa “em termos médios dos 27,5 euros mensais

Pedro Carvalho apela à limpeza urgente da Foz do Douro

para 67 euros”. O documento destacava ainda a “necessidade de reabilitação dos bairros do IHRU na cidade”, nomeadamente o bairro Ramalde do Meio. Por seu lado, o Governo anunciou, em janeiro, que vai investir 4,5 milhões de euros na reabilitação de bairros sociais geridos pelo IHRU, “com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das populações habitantes”. De acordo com informação do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, “este investimento faz parte do Programa de Reabilitação do Parque Habitacional do IHRU, que inclui a reabilitação progressiva de 136 bairros sociais em todo o país (cerca de 13 000 fogos)”.

O vereador da CDU na Câmara Municipal do Porto apela à limpeza urgente da zona da Foz do Douro, bem como à reparação da rede de saneamento daquela área. Depois de uma visita ao bairro social da Pasteleira, que decorreu a convite da associação de moradores daquele local, Pedro Carvalho deslocou-se, com eleitos de freguesia da CDU, até aos molhes da Foz, que descreveu como “uma zona de guerra”. Apesar das dificuldades inerentes aos recentes temporais e “independentemente da responsabilidade da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL)”, o vereador da CDU disse que a Câmara Municipal deve “intervir diretamente” para reparar a rede de esgotos e limpar a área. Assim, Pedro Carvalho pediu que sejam tomadas “as diligências necessárias para que a limpeza se efetue com toda a brevidade possível e que haja uma reparação de toda a rede de saneamento que acabou por ficar cortada”, não só na praia do Ourigo, sendo um problema “contíguo a toda a zona da Foz”. Em várias operações no distrito do Porto

PSP detém oito pessoas

A Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto deteve oito pessoas em várias operações que decorreram no distrito entre sexta-feira e a madrugada de sábado, tendo sido também detetadas 149 infrações por excesso de velocidade. Em comunicado, o Comando Metropolitano do Porto da PSP informou que as operações realizaram-se no Porto, em Santo Tirso e em Vila Nova de Gaia entre as 13h00 de sextafeira e as 06h30 de sábado. Uma pessoa foi detida por roubo, outra por conduzir sem carta, uma terceira por desobediência e as restantes cinco por condução sob o efeito do álcool. Foram “constituídos arguidos no âmbito do combate ao furto no interior de estabelecimentos comerciais” três indivíduos, referiu, ainda, a PSP. No que diz respeito ao controlo da velocidade por radar, de um total de 3355 viaturas foram detetadas 149 infrações, às quais acresceram 35 por desrespeito de sinais vermelhos em semáforos e 34 por conduzir enquanto ao telefone.


regiões

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

População sem-abrigo aumentou 133 pessoas entre 2010 e 2012

Famílias e jovens nas ruas de Coimbra “Temos a clara certeza de que a tendência é para o número aumentar”, afirma representante da Assistência Médica Internacional. Casal intoxicado com monóxido de carbono

Morte em Buarcos Um casal de jovens com cerca de 20 anos de idade morreu, ontem, na localidade Buarcos, na Figueira da Foz, vítima de intoxicação por monóxido de carbono. O casal era de fora da cidade e havia ido pernoitar na casa com um grupo de amigos de Lisboa e Coimbra, disse fonte dos Bombeiros Voluntários. Segundo o comandante João Moreira, o casal pernoitava com um grupo de amigos numa casa da rua Duarte Silva, junto à estação da CP da Figueira da Foz, mas durante a noite mudaram-se para um anexo, onde estava a funcionar um gerador. “De manhã, cerca das 07h00 horas, os amigos deram por falta deles e foram encontrá-los no anexo da casa já sem sinais de vida, tendo acionado o 112”, explicou o comandante, adiantando que o grupo era constituído por pessoas de Coimbra e Lisboa, que chegaram à Figueira da Foz de comboio. No anexo, funcionava o gerador que abastecia de energia elétrica a habitação, que não dispunha de abastecimento público. Os dois óbitos foram confirmados no local por uma equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Os cadáveres foram removidos para as instalações do Instituto Nacional de Medicina Legal na Figueira da Foz.

As ruas de Coimbra não deixam dúvidas: a população sem-abrigo está a aumentar na cidade e encontramse “famílias, casais e jovens” a viver na rua. O Diagnóstico Social do Município de Coimbra de 2013 revela que houve um aumento de 133 pessoas na população sem-abrigo, entre 2010 e 2012, passando de 593 para 714 o número de pessoas na rua. “Temos a clara certeza de que a tendência é para o número aumentar”, afirmou Paulo Pereira, membro do Projeto de Intervenção com os Sem-Abrigo do Concelho de Coimbra (PISACC) em representação da Assistência Médica Internacional (AMI). Paulo Pereira considerou que “a classe média está a engrossar estes números, para além da pobreza tradicional”. “Perdem o carro, o emprego, a casa e acabam na rua. Preocupa-nos imenso este fenómeno”, alertou o membro do PISACC, considerando que, caso houvesse “habitação social disponível, vários dos casos de sem-abrigo não existiriam”. Contudo, de acordo com Paulo Pereira, “nenhuma Câmara tem capacidade para responder a todos os pedidos” e construir “duas ou três mil casas não é fácil nem lógico”. Para o também diretor do Centro Porta Amiga da AMI, “o mercado imobiliário de Coimbra não ajuda”, por apresentar “particularidades”, ao ter uma elevada procura, por parte de estudantes, de quartos para arrendar. Também Teresa Sousa, do Centro de Acolhimento João Paulo II, nota um aumento de sem-abrigo, verificando que, se antes encontrava “20 a 30 pessoas” nos giros de rua, hoje chega a encontrar “80”. “A falta de políticas sociais e a crise” são, para Teresa Sousa, as principais razões deste aumento, observando cada vez mais “casais, famílias completas e jovens” sem-abrigo, “o que era raro”.

A técnica daquela instituição de Coimbra considerou também que “a falta de habitação social fomenta a população sem-abrigo”. Teresa Sousa frisou ainda que o Centro de Acolhimento está de momento a lançar uma campanha para recolha de cobertores para sem-abrigo, por estar sem stock, precisando “urgentemente de roupas quentes”. Sentimento de “impotência”

Coimbra. Câmara não consegue dar resposta às pessoas que engrossam os cerca de mil pedidos de habitação social

Farmácia comercial

Falta de decisão “prejudica” Santa Maria

O administrador do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) considera que a falta de decisão judicial sobre a farmácia comercial no Hospital Santa Maria está a fazer com que a instituição perca receita e não concretize poupanças nesta área. Carlos Martins lamentou que a providência cautelar, que a empresa Megalabirinto interpôs em outubro de 2013, após

o CHLN tomar posse administrativamente daquele espaço, ainda não tenha tido uma decisão. Esta farmácia de venda ao público, a funcionar no perímetro do Hospital de Santa Maria desde abril de 2009, nunca pagou uma única renda ao hospital, sendo a dívida superior a seis milhões de euros. Para Carlos Martins, o Centro Hospitalar está a ser “duplamente prejudicado”. “Nem receita de renda, nem poupança através de uma reorganização mais profunda dos serviços de farmácia hospitalar”, sublinhou.

A Câmara de Coimbra não consegue dar resposta às pessoas que se deslocam ao departamento da autarquia, às quintas-feiras, para engrossar os cerca de mil pedidos de habitação social. No Departamento de Habitação, ouvem-se histórias muito diferentes de há quatro anos, surgindo “muitas mulheres, algumas com licenciatura, que tiveram emprego e que agora não conseguem pagar a casa”, “gente a viver do abono ou da bolsa do filho que está no ensino superior” ou pessoas que “estão sem comer há mais de um dia”, conta Francisco Queirós, vereador da CDU e responsável pelo pelouro da habitação. Do milhar de pedidos, cerca de 440 estão processados e formam a lista de pedidos de emergência, alguns à espera de habitação há mais de três, quatro e cinco anos, sendo a elencagem feita através de fatores como “número de filhos, risco de despejo e carência económica”. Muitas das famílias que estão na lista estão em “despejo iminente”, por não pagarem a “prestação ao banco ou a renda ao senhorio”, sendo que o objetivo é sempre “ganhar tempo”, o que Francisco Queirós admite “ir conseguindo”. Apesar disso, o sentimento de Francisco Queirós e dos técnicos do departamento é de “impotência”, porque “enquanto se dá resposta a dois ou três pedidos chegam mais uma dúzia de processos”. “É dramático. Dá vontade de devolver os processos todos ao Governo, que é o responsável por isto”, desabafa. O vereador da Câmara de Coimbra não sabe o dia em que as pessoas que estão na lista de espera vão engrossar a população sem-abrigo da cidade, mas garante que “esse dia vai chegar. Não sei se amanhã ou no próximo mês, mas vai chegar”.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

Primeiro-ministro recebido com insultos em Castelo Branco

Seria bom ter um “entendimento conjunto” Passos Coelho foi recebido em Castelo Branco por algumas dezenas de manifestantes que, entre palavras de ordem e insultos, disseram considerar a presença do governante “uma ofensa para a população”. “Consideramos que a vinda de ministros e deste primeiro-ministro ao distrito é uma ofensa, porque têm feito uma política que está a empobrecer os trabalhadores e a população, e que está a contribuir para a desertificação do distrito”, explicou Luís Garra, coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB) e porta-voz dos manifestantes. Luís Garra referiu ainda que “estas pessoas são ‘personas non gratas’ no distrito”. Passos Coelho deslocou-se a Castelo Branco para participar nas comemorações dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia local, instituição que merece “todo o respeito” por parte dos manifestantes, conforme fizeram questão de sublinhar. Já, quanto ao primeiro-ministro a posição não é a mesma. “Aqui estamos para lhe dizer que a luta vai continuar até que ele se vá embora”, acrescentou Luís Garra. Os manifestantes, que se fizeram

PASSOS COELHO. O primeiro-ministro diz que “é preciso mais investimento” para o interior do país acompanhar de carro onde iam sendo transmitidas músicas emblemáticas do 25 de Abril, foram mantidos a alguns metros de distância do local, mas, disseram, falar com o primeiro-ministro também não era o objetivo. “É pessoa com quem não tenho prazer em falar porque acreditar que ele é sensível aos nossos argumentos é acreditar que o Diabo se pode transformar em Deus. Não é possível. Ele é um diabo e tal como Diabo que é nunca ouvirá o que as pessoas têm para lhe dizer”. “Entendimento conjunto”

O primeiro-ministro afirmou em Castelo Branco que um “entendimento conjunto” com a oposição daria ao ex-

terior um sinal “muitíssimo melhor” do país. “Nós, Governo e oposição, podemos ter desacordo em muitas matérias, mas se todos conseguirmos, a partir da realidade que tivermos, fazer concessões para podermos ter um entendimento conjunto, eu estou convencido que a perceção do exterior que poderia existir sobre Portugal seria muitíssimo melhor”, afirmou o governante que esteve em Castelo Branco durante a cerimónia comemorativa dos 500 anos da Santa Casa da Misericórdia local. Passos Coelho mostrou-se igualmente convicto de que “a perceção que os portugueses teriam sobre toda a classe política, sobre todos os partidos e sobre o sistema político seria muito melhor, também”. Consciente das diferenças políticas,

o primeiro-ministro defendeu a ideia de que o entendimento não colocaria em causa futuras campanhas eleitorais. “Os portugueses sabem distinguir muito bem as coisas” e “não tenho dúvidas que, no momento em que as pessoas fossem chamadas a decidir, fariam as suas escolhas para futuro”, apontou. Para o primeiro-ministro, entre as vantagens do entendimento está a possibilidade de reduzir os níveis de abstenção. “Teríamos muito mais pessoas a votar do que temos tido estes anos se tivéssemos capacidade para estar de acordo. Mais pessoas sentiriam motivação para dar o seu contributo positivo através do voto”, apontou. No interior do país, Passos Coelho admitiu que “é preciso mais investimento” para que as assimetrias com o litoral “se encurtem”, mas com uma estratégia diferente da que foi seguida nos últimos 25 anos. “Procuramos orientações novas que nos possam ajudar a gastar melhor o dinheiro, não apenas quando se tratam de obras púbicas” mas também apoiando “empresas privadas” ou “instituições do terceiro setor, que devem poder também beneficiar deste tipo de apoio ao investimento”. No entanto, o governante alertou que os apoios deixarão de ser “a fundo perdido”, de modo a que “haja a certeza de que não se gasta o dinheiro apenas para construir aquilo que depois terá menos utilização” do que era suposto. “Queremos ter certeza de que o que se vai fazer nos próximos anos possa trazer emprego sustentável, possa gerar recursos que fiquem e possam ser apropriados nos territórios em que esses investimentos são feitos”, concluiu.

Bloco admite recorrer ao TC por causa das alterações ao código de trabalho

“A lei dos despedimentos não pode passar” A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) revela que o partido admite recorrer ao Tribunal Constitucional (TC) para travar a entrada em vigor das alterações ao código de Trabalho sobre os critérios de despedimento. “A lei dos despedimentos não pode passar. É a nossa prioridade”, disse Catarina Martins, na intervenção final da II conferência nacional do partido, que arrancou no sábado e terminou domingo. A coordenadora do Bloco diz que para tal é necessário existir o “compromisso de toda a oposição” para enviar a proposta do Governo, aprovada no último Conselho de Ministros, “para o caixote do lixo”. Catarina Martins criticou o primeiro-ministro por este ter dito no parlamento que quando era gestor de empresas sempre se deu bem com o

critério de avaliação de desempenho, uma das alíneas da lei criticada pelo Bloco. “Uma lei é justa e aplicável aos quatro milhões de trabalhadores se funcionou com o gestor Pedro Passos Coelho. O problema é que os quatro milhões de trabalhadores não fizeram toda a sua vida nas empresas do seu padrinho no partido, nem têm a lata e os contactos para beneficiar dos fundos comunitários avançados por Miguel Relvas, ele mesmo, para formar centenas de técnicos de aeródromos que ninguém precisava em aeródromos que já estavam fechados”, acusou a coordenadora do Bloco. O “verdadeiro objetivo” do Governo, acredita Catarina Martins, é “permitir despedimento sem justa causa nas empresas. No discurso de encerramento da conferência nacional a bloquista vol-

tou a frisar a luta do partido na Europa, nomeadamente pela rejeição do pacto orçamental, uma direita europeia que trará “austeridade permanente” a Portugal pelas metas orçamentais a que obriga. Durante dois dias o Bloco juntou na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa centenas de militantes e figuras do partido para debater questões internas e preparar a campanha para as eleições europeias de 25 de maio, tendo sido apresentada Marisa Matias, atual eurodeputada pelo partido, como cabeça de lista ao sufrágio. Catarina Martins destacou a “vivacidade” atual do partido, contrária ao que muitos dizem ser um caminho para a desagregação do Bloco, observação que se ouve “desde a fundação do partido, em 1999”.

O Governo aprovou na quinta-feira uma proposta de lei que procede a alterações ao Código do Trabalho, no que diz respeito à cessação do contrato por extinção do posto de trabalho ou por inadaptação, mas sem acordo entre os parceiros sociais. “O papel do Governo é na concertação social é aproximar os parceiros sociais, mas neste caso em concreto não foi possível e, por isso, é para nós muito importante respeitar o espírito original do acordo [tripartido] de 2012”, afirmou na ocasião o ministro do Emprego e Solidariedade Social, Mota Soares. A avaliação de desempenho será o primeiro critério, entre cinco, a considerar pelas empresas para justificar o despedimento por inadaptação ou por extinção do posto de trabalho e “parece-nos o critério mais equilibrado”, considerou o governante.

Porta-voz do PSD recusa críticas da Câmara de Gaia

“PS está a falar com o Costa errado” O antigo vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, refere que o “ataque” do PS de que foi alvo acontece “numa semana particularmente difícil para o seu líder”. O também porta-voz do PSD reagia, assim, às acusações do secretário nacional do Partido Socialista (PS), António Galamba, que o considera um dos responsáveis pela dívida da Câmara de Gaia e pede explicações sobre o tema. A situação financeira da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia está particularmente difícil, uma que o município é o segundo “mais endividado do país, só batido por Lisboa”. Questionado sobre a dívida, Marco António Costa escusou-se a fazer comentários, mas decidiu apontar a “circunstância curiosa” de três anos depois de ter saído da Câmara de Gaia e de “já não ser notícia o assunto financeiro” da autarquia, porque “tem sido recorrentemente tratado”, o PS, “numa semana particularmente difícil para o seu líder, venha com este tipo de ataques ao porta-voz do PSD”. E acrescentou: “Só me apetece dizer uma única coisa: é verdade que o Partido Socialista tem graves problemas com os Costas, mas eu julgo que está a falar com o Costa errado, não é com o Marco António Costa que tem problemas, que procure os seus problemas e a solução para os seus problemas no outro Costa que não sou eu”. “Verificámos hoje que a Câmara Municipal de Gaia está à beira da falência e tem uma dívida de 300 milhões de euros. Perante o que temos assistido nos últimos dias, sobretudo do dr. Marco António, percebemos bem porque é que ele tem falado sobre bancarrota e sobre políticas antigas. Porque de facto ele é um dos rostos responsáveis por esta situação e era bom que desse explicações ao país”, tinha afirmado António Galamba. O PS considerou “inaceitável este comportamento” e sublinhou que, sendo Marco António Costa (que deixou a Câmara de Gaia em 2011) “um dos pais desta criança de 300 milhões de dívida na Câmara Municipal de Gaia (…) não tem autoridade moral para vir falar sobre o país e lançar permanentes reptos em relação ao PS quando depois na Assembleia [da República] a prática dos deputados é chumbarem as propostas do PS”. Em novembro do ano passado, o novo presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que as dívidas da autarquia colocavamna numa “situação penalizadora e difícil”, tendo encerrado o primeiro semestre de 2013 com 232 milhões de dívida. No mês seguinte, Eduardo Vítor Rodrigues afirmava que, em janeiro, se iria reunir com o Ministério das Finanças para discutir o “peso” das dívidas da autarquia, mostrando-se preocupado com a “solvência” do município.


economia

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 5

Ministros da Agricultura da UE preparam futuro do setor

Leite centra preocupações Ministro vão debater desafios provocados pelo fim das quotas nacionais de produção, marcado para 1 de abril de 2015. Membro independente da UE

Adesão da Escócia é quase “impossível”

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, considerou, ontem, que será “extremamente difícil, senão impossível” para a Escócia independente aderir à União Europeia, no caso desta região britânica votar pela independência no referendo de setembro. “Penso que será extremamente difícil, senão impossível” para uma Escócia independente integrar a União Europeia, já que a adesão de um Estado saído de um país membro da UE “tem que ser aprovado por todos os outros membros”, disse Durão Barroso à cadeia de televisão BBC. “Não quero interferir neste debate democrático, mas será extremamente difícil” conseguir que todos os países da UE aceitem um país surgido de um dos seus membros, disse Barroso.

Os ministros da Agricultura da União Europeia reúnem-se, hoje, em Bruxelas, com o futuro do setor do leite e a criação de um programa conjunto para distribuir fruta e de leite nas escolas em agenda. Portugal estará representado na reunião pela ministra da Agricultura e das Pescas, Assunção Cristas. Os ministros irão debater os desafios que o mercado do leite irá enfrentar - a curto, médio e longo prazo - com o fim das quotas nacionais de produção, que está marcado para 1 de abril de 2015. Na agenda do debate entre os ministros dos 28 estão ainda os dispositivos previstos na nova Política Agrícola Comum para prevenir crises de mercado,

Agricultura. Ministros deverão dar luz verde à fusão dos dois programas de distribuição alimentar nas escolas

especialmente nas regiões mais desfavorecidas ou com uma produção mais frágil, como os Açores. Na reunião, os ministros deverão dar luz verde à fusão dos dois programas de distribuição alimentar nas escolas, passando a ser distribuídos em conjunto o leite e a fruta, com o objetivo de promover o consumo de ambos. O novo programa, proposto em janeiro pela Comissão Europeia, terá uma dotação de 230 milhões de euros por ano letivo (150 milhões de euros para a fruta e as verduras e 80 milhões para o leite). No orçamento de 2014, esta dotação é de 197 milhões de euros (122 milhões de euros e 75 milhões de euros, respetivamente). Segundo dados de Bruxelas, no ano letivo 2011/2012, Portugal recebeu perto de 2,6 milhões de euros no âmbito do programa de distribuição de leite e perto de 2,2 milhões no de fruta, mas, neste caso, em regime de cofinanciamento europeu de 68%.

Preço da gasolina vai aumentar

Dois cêntimos

SISAB cresce até “limite da capacidade”

O preço da gasolina deverá subir dois cêntimos por litro a partir de hoje, acompanhando a evolução das cotações dos produtos petrolíferos em euros. As cotações da gasolina subiram na semana passada, o que tem impacto no preço. Quanto ao valor do gasóleo manteve-se estável. De acordo com os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia

(DGEG), o preço médio da gasolina em Portugal na sexta-feira era de 1,53 euros por litro, em 2.183 postos de abastecimento. Já o preço médio do gasóleo era de 1,35 euros por litro em 2.204 postos de combustível. Na sextafeira, 14 de fevereiro, o preço de barril de Brent para entrega em março, subiu 0,32% para os 109,08 dólares, em Londres. O

Assume assessor económico da Casa Branca

A 19ª edição do salão alimentar SISAB estreia-se, hoje, em Lisboa, com o espaço expositivo esgotado e mais de 1.600 compradores estrangeiros, com China, países árabes, Brasil e Américas a duplicarem a presença. O evento, que cresceu este ano “até ao limite da capacidade”, segundo o diretor da feira, Carlos Morais, terá cerca de 500 empresas portuguesas de 28 setores de alimentação e bebidas a mostrar os seus produtos a profissionais provenientes de mais de 110 países. O responsável do SISAB (Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebida) sublinhou que foram recusadas mais de 170 empresas, porque o salão aposta apenas em produtos 100% nacionais, e destacou a importância da feira na abertura de novos mercados para exportação. Do lado da oferta, o destaque vai para o aumento da presença de produtos congelados e pré-preparados, bem como o vinho, o azeite e a carne.

“Ainda há muito trabalho para fazer nos EUA” O principal assessor económico da Casa Branca, Jason Furman, acredita que a economia dos EUA vai continuar a sua recuperação este ano, embora reconheça que “ainda há muito trabalho a fazer” para reparar os danos provocados pela recessão. “A economia continua em recuperação, o desemprego está a cair rapidamente, mas continua inaceitavelmente alto, e ainda há muito trabalho a fazer para reparar todos os danos provocados pela recessão”, afirmou Furman, à Efe. Durante a entrevista, Furman, desde agosto passado presidente do conselho de assessores económicos, destacou o progressivo “retorno à normalidade” da economia norte-americana.

petróleo do Mar do Norte é a referência na Europa. Em Nova Iorque, preço do barril de petróleo para entrega em março recuou cinco cêntimos para 100,30 dólares, sendo que no conjunto da semana a subida foi de 0,4%. O Nymex, marcado onde é transacionado o petróleo nos EUA vai estar encerrado hoje devido a feriado nacional.


6 | O Norte Desportivo

futebol

Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

Jesualdo Ferreira deseja que o Sp. Braga mostre a sua qualidade frente ao Estoril

Aproveitar a revolta para voltar a vencer Estoril-Praia recebe, hoje, às 20h00, o Sp. Braga em jogo de encerramento da 19.ª jornada, que será arbitrado por Carlos Xistra. O treinador do Sporting de Braga, Jesualdo Ferreira, espera que a revolta pela arbitragem na Taça da Liga seja aproveitada no sentido positivo já diante o Estoril-Praia, hoje, na 19ª jornada da I Liga. Os bracarenses criticaram duramente a atuação do árbitro Olegário Benquerença no recente jogo com o Rio Ave, das meias-finais da Taça da Liga (derrota por 2-1), com o presidente, António Salvador, a falar em «roubo» e a garantir que o clube vai enviar uma exposição ao Conselho de Arbitragem. “A revolta foi geral e imediata, mas agora queremos aproveitá-la no sentido positivo, esperando que não seja uma condicionante, como é muitas vezes se não for conduzida para objetivos claros. Não podemos perder o que já ganhámos apenas porque aconteceu aquilo, situação em que somos os menos culpados”, afirmou o técnico. Segundo Jesualdo Ferreira, a sua equipa “tem sido sujeita a acontecimentos que outras não foram e teve que passar por cima disso”. “Assim não, mas a realidade é que há mais vida para além desse jogo, aquela final já não conta. Queremos voltar a mostrar a qualidade e o valor que temos, este foi um dos pontos negativos da época, mas temos que o transformar em desafios do futuro”, reforçou. Hoje, os bracarenses defrontam o Estoril, equipa que já bateram por duas vezes (no campeonato por 3-2, e na Taça da Liga, fora, por 2-1), mas Jesualdo Ferreira espera muitas dificuldades no reduto dos estorilistas. “Para se ser feliz lá é preciso trabalhar muito, ser competente e, aqui e ali, ter a sorte que não tivemos noutros jogos. É um desafio às nossas capacidades depois de um ciclo de jogos grande que se iniciou a 29 de dezembro [de 2013], porque o Estoril tem bons jogadores e uma boa equipa”, disse.

Garantir manutenção

O treinador do Estoril-Praia, Marco Silva, assumiu, por sua vez, a ambição de vencer na receção de segunda-feira o Sporting de Braga para ultrapassar o patamar dos 30 pontos, barreira considerada como garantia da manutenção na I Liga. “A nossa ambição é enorme jogo após jogo. Há equipas com um plantel superior ao nosso, como a equipa de amanhã [hoje], apesar de estar atrás de nós na classificação. O objetivo é chegar à 19.ª jornada e ultrapassar os 30 pontos”, adiantou. “Não fazemos planos a longo prazo, fazemos semana após semana. Trabalhamos diariamente para nos apresentarmos cada vez mais fortes. Esta tem sido uma época azarada em termos de lesões, mas, ainda assim, não temos medo de admitir que queremos ganhar mesmo com uma equipa superior a nossa”, rematou. “Castigo exemplar”

Liga. Estoril recebe, hoje, às 20h00, o Sp. Braga em jogo de encerramento da 19.ª jornada, arbitrado por Carlos Xistra

Jogos Olímpicos de Sochi

Primeira semana “difícil” para comitiva lusa

Pedro Farromba, chefe da missão portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi2014, na Rússia, admitiu, ontem, que a primeira semana não correu da melhor maneira, num balanço feito no site do Comité Olímpico de Portugal. A menos de 48 horas de Portugal entrar em prova, o também presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal explicou

que “esta primeira semana ficou marcada pela lesão do Pedro Flávio, que teve um acidente numa das pistas quando acompanhava a Camille entre a zona de treino e o final das pistas”. “Foi um momento muito difícil para toda a comitiva”, acrescentou. Portugal será representado pelos esquiadores Camille Dias e Arthur Hanse, que vão competir em Slalom Gigante e depois Slalom. Camille será a primeira a estrear-se na prova, amanhã, às 07h00 em Portugal Continental. Arthur vai competir no dia seguinte.

Ainda em relação ao jogo da Taça da Liga, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) lançou duras críticas ao presidente do Sporting de Braga, pedindo uma decisão disciplinar “célere” e um “castigo exemplar” a António Salvador. Para a APAF, as declarações após o jogo “ultrapassam por larga margem o razoável” e contribuem “para um clima de suspeição e de violência dentro e fora de campo”. “Torna-se premente a atuação das instâncias disciplinares competentes para a análise e julgamento deste tipo de situações, para que sejam punidas, já vai sendo hora destas instâncias, protegerem verdadeiramente o futebol português, sob pena de se tornarem coniventes com o estado atual”, refere. Segundo a associação, “as sanções aplicadas não têm sido suficientemente dissuasoras, deste género de declarações difamatórias, dado que, têm aumentado, tanto no número de ocorrências, como na gravidade das mesmas” “Vem, deste modo, a APAF pedir, de uma vez por todas, que a decisão deste caso seja célere e o castigo exemplar para quem, sistematicamente, continua a instigar este clima no futebol português”, conclui o comunicado.

Shikabala joga pelo Sporting B e lesiona-se

Estreia azarada O médio egípcio Shikabala lesionou-se, ontem, na estreia ao serviço do Sporting B, em partida da 30ª jornada da II Liga, frente ao Tondela, num jogo que os «leões» perderam por 0-1, e foi substituído ainda na primeira parte. Após uma entrada de um jogador do Tondela, Shikabala, que levou muitas pessoas à Academia em Alcochete para verem a estreia do médio, ficou deitado no relvado. O médio egípcio ainda foi assistido e jogou mais uns minutos em nítida inferioridade física, sendo substituído aos 28 minutos por Dramé. Por outro lado, Penafiel e Portimonense, dois dos principais candidatos à subida, empataram sem golos, num encontro com três expulsões. Com este resultado, o Penafiel ficou a dois pontos de Moreirense e FC Porto B, que partilham o primeiro lugar, enquanto a formação de Portimão está dois pontos abaixo. Os rivais estavam conscientes de que uma derrota poderia comprometer as aspirações e tudo fizeram para chegar ao golo. A primeira parte foi marcada por grande equilíbrio, com o Portimonense a ter a melhor ocasião. No segundo tempo, o encontro tornou-se mais duro, acabando mesmo a equipa algarvia por ficar reduzida a nove. O «nulo» acabou por ser o resultado mais justo.


Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

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O Primeiro de Janeiro | 7


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PIERRE DE COUBERTIN, ESTEJA LÁ ONDE ESTIVER… Pode haver países em que o desporto vale mais do que aquilo que custa. Entre esses países não está certamente Portugal na medida em que a mais-valia social do desporto é anulada pela menos-valia social de alguns dos seus principais dirigentes. Não de todos mas de alguns que, no vértice estratégico da organização desportiva, Gustavo Pires* custam demasiado dinheiro aos contribuintes em função daquilo que são capazes de produzir. Desde logo porque se servem das posições que ocupam para resolverem os seus problemas de ordem social, económica ou até mesmo política pelo que se transformam em autênticos contorcionistas sem personalidade, sem moral e sem futuro. Em consequência, perante uma sociedade que aceita viver com um alto padrão de corrupção, o País definha para níveis insuportáveis de mediocridade e pobreza enquanto uma clique protofascista, nos mais diversos setores sociais, vide à custa do erário público. E o Estado Social? O Estado Social, em muitas circunstâncias, foi social só para alguns: no desporto criaram um modelo a que pomposamente passaram a chamar de “Modelo Europeu de Desporto” que, pelas suas contradições económicas, sociais e políticas está a rebentar por todos os lados, como ficou demonstrado no celebérrimo “relatório com o rabo de fora” intitulado “Independente European Sport Review (2006), que ficou conhecido como o relatório “Durão / Arnaut” essas duas pérolas da política nacional. Repare-se que, bem vistas as coisas, os recursos financeiros que o Estado põe à disposição do desporto no modelo atual de desenvolvimento são consumidos por menos de 20% da população económica e socialmente mais favorecida. Claro que, depois, os 20% da população economicamente menos favorecida não sabe o que é desporto: os jovens, porque têm uma disciplina de educação física que, embora custe “rios de dinheiro”, não cumpre a sua missão; os adultos porque não têm nem dinheiro, nem tempo, nem disposição. Em consequência, perante um governo inepto os portugueses são obrigados a pagar milhares de euros por uns ridículos “Lusofonia Games” e uns largos milhões de euros por um projeto Olímpico que, nas duas últimas edições, se saldou num autêntico naufrágio. Simultaneamente, os dirigentes desportivos que ainda mantêm algum discernimento já começaram a perceber que há filhos e enteados. No meio disto tudo, alguns pândegos que vegetam no vértice estratégico do desporto nacional há dezenas de anos, alguns deles a saltarem de poiso em poiso sem nada, para além de uma boa vidinha, de significativo terem alcançado, resolverem consultar uma musa vinda de Espanha a fim de explicar a suas excelências como deve ser realizado o financiamento ao desporto. Mas o tiro saiu-lhes pala culatra porque a musa espanhola explicou-lhes que se querem mais dinheiro que se façam à vida e se querem menos controle que mudem de vida porque, como o dinheiro está caro, não há dinheiro sem controlo. Perante o que se vive hoje em Portugal no domínio do desporto é tempo do Estado se afastar e deixar o Movimento Olímpico (MO) respirar se é que o sabe fazer. Porque, não há nada mais humilhante para o MO do que, por meros motivos de propaganda política, vermos o Sr. Secretário de Estado do Desporto anunciar repetidamente que o Comité Olímpico de Portugal recebeu mais 8% de orçamento (21-02-2014), quando se sabe que as federações não têm dinheiro para mandar cantar um ceguinho. Este tipo de procedimento é um atentado à independência do MO cujo COP devia estar completamente livre de qualquer tutela governamental. Pierre de Coubertin, esteja lá onde estiver, está certamente perdido de vergonha.

Benfica mantém-se destacado no comando da I Liga

Garay abriu e Markovic fechou O Benfica, invicto desde a primeira ronda, consolidou a liderança da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer no reduto do Paços de Ferreira por 2-0, em encontro da 19.ª jornada, uma partida que valeu mais pelo resultado do que pela exibição dos “encarnados”. O central argentino Ezequiel Garay, que “bisara” no jogo da primeira volta, aos 54 minutos, e o avançado sérvio Lazard Markovic, aos 68, apontaram os tentos dos “encarnados”, que somaram o 14.º triunfo na prova o sétimo fora. FICHA DE JOGO

Jogo no Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira. Ao intervalo: 0-0. Marcadores: 0-1, Garay, 54 minutos. 0-2, Markovic, 68. Paços de Ferreira: Degra, Tony, Flávio Boaventura, Tiago Valente, Hélder Lopes, Romeu, Rodrigo António (Minhoca, 63), Seri (Sérgio Oliveira, 70), Bebé, Del Valle e Fernando Neto (Manuel José, 83). (Suplentes: António Filipe, Jaílson, Ricardo, Filipe Anunciação, Sérgio Oliveira, Manuel José e Minhoca).

Treinador: Henrique Calisto. Benfica: Oblak, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Siqueira, Fejsa, Rúben Amorim (André Gomes, 89), Markovic, Nico Gaitán (Sulejmany, 61), Rodrigo e Lima (Djuricic, 83). (Suplentes: Artur, Sílvio, Jardel, André Gomes, Sulejmany, Djuricic e Funes Mori). Treinador: Jorge Jesus. Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Maxi Pereira (37), Flávio Boaventura (37), Siqueira (44), Garay (45+1), Nico Gaitán (59), Tony (76), Rúben Amorim (81), Bebé (84) e Manuel José (88). Assistência: cerca de 7000 espetadores. OPINIÃO TÉCNICA

Henrique Calisto (treinador do Paços de Ferreira): “Estivemos bem em todo o jogo, tivemos mais posse de bola, mas sabíamos que depois do primeiro golo o Benfica iria gerir o jogo. Os meus jogadores estiveram muito bem. O Benfica é melhor que nós e não há mais nada a dizer”. Flávio (jogador do Paços de Fer-

reira): “Sofremos dois golos por falta de atenção e perdemos por causa disso. Mesmo assim estamos de parabéns porque jogámos de igual para igual contra uma equipa grande. Errar é humano, faz parte do futebol e agora é olhar para a frente. Estamos a tentar o máximo, sabemos que não merecemos a posição que ocupamos e é continuar a acreditar”. Jorge Jesus (treinador do Benfica): “Todos os jogos são difíceis, já não há jogos fáceis. Defrontámos uma grande equipa, que está mais forte do que estava no início do campeonato. Mudámos alguma coisa na segunda parte em termos de ideia de jogo e o primeiro golo foi determinante. O Benfica foi uma equipa taticamente disciplinada e para se ser campeão também tem que se ter poder físico e determinação”. Ruben Amorim (jogador do Benfica): “Na segunda parte havia mais espaço, o Paços de Ferreira correu muito na primeira parte. O que interessa é que vencemos e continuamos na frente. Quando não dá para jogar bem, é ganhar o jogo”.

Turista alemão continua desaparecido na Madeira

Buscas no mar foram “infrutíferas” As buscas para encontrar o turista alemão que ontem desapareceu nos mares da Achada da Cruz, no concelho do Porto Moniz, no norte da ilha da Madeira, foram “infrutíferas”, disse o comandante da Capitania do Porto do Funchal. Félix Marques informou que a operação de busca, que terminou às 19h00 “foi até ao limite da autonomia do helicóptero e da visibilidade”. “Amanhã [hoje] vamos avaliar a situação e as condições de mar e se forem favoráveis retomaremos as buscas”, disse. “Está desaparecido no mar que banha a Achada da Cruz, na zona onde existe um teleférico, um turista alemão de 63 anos que se encontrava acompanhado por um seu conterrâneo, que deu o alerta à PSP do Porto Moniz”, informou o comandante da Capitania do Porto do Funchal, Félix Marques. Segundo o comandante, a situação foi reportada por voltas das 15h00. Du-

rante a tarde estiveram no local uma embarcação salva-vidas e uma mota de água da autoridade marítima e o helicóptero EH101 da Força Aérea Portuguesa. A

Capitania do Porto do Funchal emitiu ontem um aviso de agitação marítima forte para a costa norte do arquipélago da Madeira.


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