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FAVORITOS MAS POUCO FC PORTO E SPORTING JOGAM CARTADA IMPORTANTE NA CHAMPIONS

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 199

Quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SEGURO ABRE VIA ROSA PARA A REVOLTA ELEITORAL

VOTO

EM L!BERDADE n O líder do PS revela que os deputados socialistas terão liberdade de voto na revisão da lei eleitoral, admitindo quer a introdução de círculos uninominais, quer o voto preferencial do deputado em lista fechada desbloqueada. “Aqui está mais uma prova da nossa abertura e disponibilidade para ir ao encontro de contributos de outros grupos parlamentares e de grupos de cidadãos, como investigadores de ciência política, muitos deles já com bastante produção sobre a matéria”, destaca António José Seguro.

PORTO

Dívida bancária da Câmara baixa 8,2 milhões de euros

NOVO BANCO

Paulo Portas garante que Governo vai “encontrar a melhor solução possível”

ELEIÇÕES

PCP diz que é a única solução para resolver os problemas do país


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

Declaração Contra a Resistência aos Antibióticos

Uso excessivo retira eficácia O presidente do Grupo de Infeção e Sépsis afirmou no Porto que os antibióticos estão a diminuir a sua eficácia face ao desenvolvimento crescente de resistências antimicrobianas pelo uso excessivo e inapropriado desta terapêutica. João Jaime Sá referiu que por esse motivo formou-se a Aliança Mundial Contra a Resistência Antibiótica (WAAAR) que tem como objetivo primordial a preservação do antibiótico. Esta Aliança produziu uma Declaração onde reconhece que a questão “há muito extravasou a esfera dos cuidados hospitalares e exige um esforço dirigido não só à comunidade médica e científica, mas também ao público em geral e aos legisladores”. O texto da Declaração Contra a Resistência aos Antibióticos da WAAAR, subscrito por 700 peritos de 55 países e apoiado por 140 sociedades académicas foi agora divulgado, em conferência de imprensa, no Porto. Em Portugal, o documento foi subscrito pelo Grupo de Infeção e Sépsis, pela Sociedade Portuguesa de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica, pela Aliança Portuguesa para a Preservação do Antibiótico e pela Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos. Com o documento pretende-se sensibilizar a população em geral,

SAÚDE. Um bom acompanhamento numa clínica de referência previne as doenças e também alerta para “os riscos da toma inadvertida do antibiótico” prescritores/utilizadores de antibióticos (saúde humana, veterinária, agricultura), responsáveis políticos, líderes de opinião, organizações de doentes, indústria farmacêutica, organizações internacionais, para a necessidade de preservação do antibiótico, dos graves problemas de saúde que podem ocorrer devido ao recurso excessivo aos antibióticos e promover as medidas necessárias. O presidente da Associação Portuguesa para a Preservação do Antibiótico, Artur Paiva, explicou que o aumento das resistências é algo que tem 20/30 anos e a que os estados têm votado uma atenção crescente. “Portugal tem desde 1999 um programa nacional de controlo da infeção, mas tem apenas desde 2007, um programa para prevenção das resistências”, salientou. “Em 2013, o Estado português resolveu juntar

estes dois programas num único e, reconhecendo a importância do problema, deu-lhe um estatuto de programa de saúde prioritário”, sublinhou Artur Paiva. De acordo com este especialista em Medicina Interna, “alertar a população para os riscos da toma inadvertida do antibiótico é muito importante”. “A DGS tem esta consciência e está a publicar ativamente uma série de normas que ajudam os clínicos a prescrever de forma adequada e sensata” daí que “no final de 2013 tenha libertado uma norma que determina quais são as raras situações (são apenas cerca de 26 situações), em que é necessário usar antibióticos por mais do que sete dias. A maior parte das infeções agudas pode ser tratada com menos ou não mais do que sete dias”, acrescentou. Segundo o especialista, a expo-

sição excessiva a antibióticos está a criar “progressão das resistências das bactérias” de forma que “estamos perto de ter bactérias que são totalmente resistentes ao antibiótico. Só há duas respostas a isto, uma é criar novos antibióticos, que as bactérias desconheçam e para os quais não tenham criado mecanismos de resistência, outro é usar melhor os antibióticos que temos de forma a prolongar a sua vida útil”. O documento apresentado defende assim a implementação de um conjunto de medidas, entre as quais o alerta do público em geral sobre a ameaça que a resistência aos antibióticos representa, a investigação básica e aplicada e desenvolvimento de novos antibióticos e a proposta à UNESCO para que inclua o “conceito do antibiótico” na lista do património imaterial da humanidade.

Rui Moreira realça “comportamento positivo”

Dívida da CMP baixa 8,2 milhões O presidente da Câmara do Porto revela que “a dívida bancária de médio e longo prazo” do município até agosto era de “91,8 milhões de euros”, menos 8,2 milhões face a igual período de 2013. Rui Moreira, que falava na Assembleia Municipal, sobre a situação financeira do município, sublinhou também que se mantém a “inexistência de dívidas bancárias de médio e longo prazo nas quatro empresas municipais. O autarca salientou também que, até agosto, a receita cobrada cresceu 7,3 milhões de euros face ao período homólogo do ano passado, tendo-se situado nos 144,6 milhões. Tal “comportamento positivo” deveu-se às receitas fiscais, nomeadamente de impostos como o IMT

(mais 7,7 milhões) e o IMI (mais dois milhões). “O prazo médio de pagamento a fornecedores, reportado a junho de 2014, é de três dias, inferior em 15 dias ao verificado em junho de 2013”, destacou também Rui Moreira. As forças políticas ignoraram estas informações financeiras, mas Artur Ribeiro, da CDU, aproveitou para falar de outras questões e começou pela “minicrise política” no executivo chefiado por Rui Moreira. Em pleno verão surgiram notícias de problemas entre Rui Moreira e o vereador militante do CDS-PP Sampaio Pimentel tendo como epicentro as salas de chuto que o gabinete de Rui Moreira admitiu criar no âmbito

de um programa de combate à toxicodependência e declarações do novo diretor artístico do Teatro Rivoli. Sampaio Pimental disse que as salas eram “o grau zero da dignidade humana” e o líder distrital do seu partido, Álvaro Castello-Branco, acusou de “arrogância” e “ignorância” o recém-nomeado diretor artístico do Teatro Rivoli, Tiago Guedes, por este ter feito criticado a gestão anterior daquela sala de espetáculos. Chegou a ser noticiado que Rui Moreira tencionava retirar a Sampaio Pimental os pelouros respetivos, que são o da Fiscalização e o da Proteção Civil. Tal, porém, não aconteceu e o autarca independente comunicou que sanou com o vereador as di-

vergências. Artur Ribeiro pretendia abordar essa situação na Assembleia Municipal, mas o presidente deste órgão, Miguel Pereira Leite, interrompeu-o por considerar que o deputado devia cingir-se às questões financeiras – que Rui Moreira focou, muito embora o mesmo ponto prever também informação sobre a “atividade do município”. O deputado da CDU contestou, alegou não haver nada que impedisse qualquer deputado de “ter um debate com o presidente” e sustentou que “qualquer partido utiliza como quer” a ordem de trabalhos. Finda a querela, o deputado da CDU falou do Mercado do Bolhão e do Bairro do Aleixo e ignorou as questões financeiras.

Ambisousa e a rentabilidade dos painéis solares

Receita anual de 35 mil euros

A Ambisousa, empresa intermunicipal que gere os aterros sanitários do Vale do Sousa, instalou 304 painéis solares para produção de energia elétrica que significarão uma receita anual de 35 mil euros. Macedo Dias, presidente da empresa, explicou que os equipamentos já estão em funcionamento nos aterros de Rio Mau, em Penafiel, e Lustosa, em Lousada. A energia elétrica produzida pelos painéis fotovoltaicos já está a ser vendida à EDP, tendo sido gerados em agosto, nos dois aterros, cerca de 23 000 quilowatts. Cada um dos painéis da designada “mini geração” produz cerca de 70 quilowatts por hora. Estima-se que a produção de energia, no conjunto dos dois sistemas, seja de 230 megawatts por ano. A instalação dos sistemas representou um investimento de 190 000 euros, totalmente assumidos pela empresa, no quadro de uma licença de exploração atribuída pela tutela em 2012. Macedo Dias sublinhou que a taxa de retorno é “muito boa”, esperando que o investimento seja amortizado em menos de seis anos. “A partir daí é quase tudo lucro”, exclamou, frisando que os custos de funcionamento dos painéis são reduzidos. O mesmo responsável assinalou ainda que o projeto “tem a vantagem de contribuir favoravelmente para o fenómeno das alterações climáticas”, uma vez que, frisou, “evita a emissão de cerca de 600 toneladas de CO2”. “Este projeto demonstra também que os aterros sanitários não são apenas áreas de deposição de resíduos sólidos”, acrescentou. O presidente da Valsousa destacou também que os dois aterros da região são os únicos do norte do país com painéis fotovoltaicos. Aqueles sistemas juntamse ao aproveitamento do biogás nos dois aterros, que produzem anualmente quase oito milhões de quilowatts de energia elétrica. O aproveitamento do potencial energético do biogás gerado pelos resíduos começou em Rio Mau, em 2007, e foi alargado, três anos depois, em Lustosa. A transformação do biogás em energia elétrica representa para a empresa uma receita anual de cerca de 260 000 euros. No aterro de Lustosa são depositados os resíduos sólidos domésticos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira. Para o equipamento de Rio Mau são encaminhados os resíduos produzidos em Penafiel, Paredes e Castelo de Paiva. Em 2013, a Ambisousa gerou 195 000 euros de lucro, dando trabalho a 40 pessoas.


Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro | 3

Ryanair aposta na capital portuguesa e lança seis novas rotas aéreas

De Lisboa… para o resto da Europa “Lisboa é a capital por descobrir no turismo europeu, ideal para casais e famílias”, diz o presidente executivo da companhia. Trabalhadores e administração da Autoeuropa

Ainda sem acordo Trabalhadores e administração da Autoeuropa estão a negociar o acordo laboral que deverá vigorar de outubro de 2014 a setembro de 2015, mas ainda não há entendimento sobre aumentos salariais. Segundo revelou, ontem, a Comissão de Trabalhadores, nas três reuniões já realizadas, a empresa avançou com uma proposta de aumentos salariais de 1,1%, mas ainda não há acordo sobre esta matéria. De acordo com a Comissão de Trabalhadores, estão também a ser discutidas alterações às progressões horizontais, organização dos tempos de trabalho e prémios de objetivos. “A Comissão de Trabalhadores reiterou a prioridade a curto e médio prazo na defesa do emprego”, refere um comunicado da Comissão de Trabalhadores, em que dá conta do andamento das negociações com a administração, iniciadas no passado dia 4 de setembro. Cabe à Comissão de Trabalhadores eleita negociar o Acordo Laboral com a administração da Autoeuropa, mas o documento só é válido depois de ter sido discutido e aprovado, por voto secreto, pelos funcionários. A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, é muitas vezes referida como um exemplo de paz social e do clima de bom entendimento entre empregadores e funcionários.

A companhia aérea de baixo custo Ryanair vai lançar seis novas rotas a partir do aeroporto de Lisboa, no próximo verão, reforçando assim a oferta para 16 destinos. Brémen, Eindhoven, Hamburgo, Milão, Roma e Varsóvia são os novos destinos da companhia irlandesa, que inaugurou em abril a base em Lisboa, a terceira em Portugal. A partir do próximo verão, a Ryanair vai também reforçar ligações para Londres (de duas para três diárias), Manchester (de quatro para cinco semanais), Pisa (de duas para três por semana) e Porto (de cinco por semana para duas diárias). Em conferência de imprensa, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, manifestou confiança no crescimento da base instalada no aeroporto da Portela, considerando que “Portugal é um mercado muito importante para a Ryanair e Lisboa tem um enorme potencial turístico”. “É evidente que Lisboa tem potencial para aumentar o tráfego e o turismo. Tem capacidade para substituir Barcelona como um dos mercados com maior movimento de turistas na Europa”, declarou. Para o presidente da companhia de baixo custo “Lisboa é a capital por descobrir no turismo europeu, ideal para casais e famílias, porque tem um tempo magnífico, ótima gastronomia e muita história”. “Mais e mais pessoas de toda a Europa virão passar o fim de semana e as férias em Lisboa”, declarou. Madeira e Açores como objetivos

A Ryanair chegou a Portugal em 2003 e tem atualmente três bases (Porto, Lisboa e Faro), com 13 aviões e opera mais de 80 rotas. A meta é chegar aos seis milhões de passageiros em 2015. Ontem, o presidente executivo da companhia aérea de baixo custo anunciou que a Ryanair quer voar para os Açores e para a Madeira, estando a ne-

gociar o lançamento dessas rotas. Michael O’Leary manifestou interesse neste projeto nos Açores, explicando que “o Governo tem que resolver a liberalização e encorajar as companhias aéreas”. Já em relação à Madeira, o responsável explicou que está a negociar o lançamento de ligações, mas antes a companhia tem que “ultrapassar complicações” uma vez que os pilotos têm que ter “treino especial” para descolar e aterrar no aeroporto do Funchal. “Precisamos de pilotos com treino especial, porque é um aeroporto muito complicado”, adiantou. Em julho, o presidente do Governo dos Açores anunciou um acordo com o executivo nacional que prevê a liberalização das ligações aéreas entre o continente e duas ilhas do arquipélago e a diminuição para metade das tarifas para residentes. Ultrapassar TAP até 2017

Aposta. “Lisboa é a capital por descobrir no turismo europeu, ideal para casais e famílias”, diz o presidente executivo da irlandensa Ryanair

E ainda um ferido grave

Acidente faz duas vítimas mortais no Fundão

Duas mulheres morreram, ontem, na sequência do despiste de um veículo ligeiro de passeiros, junto ao cruzamento do Alcaide, no Fundão. De acordo com fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Castelo Branco, do acidente resultaram ainda um ferido grave e um ferido ligeiro, ambos do sexo masculino, que foram

transportados para o Centro Hospitalar da Cova da Beira. Fonte da GNR, confirmou que as vítimas seguiam todas no mesmo veículo, que “depois de ter entrado em despiste acabou por embater numa árvore”. Segundo o CDOS, o acidente ocorreu às 11h44, na Estrada Nacional 18, no troço que liga o Fundão à vila de Alpedrinha. No local estiveram 12 viaturas e 33 operacionais dos Bombeiros do Fundão, Covilhã e Castelo Branco, a ambulância Suporte Básico de Vida e elementos da GNR.

O’Leary anunciou, ainda, que a Ryanair vai atingir os 12 milhões de passageiros em três anos e assim ultrapassar a TAP e ser líder em Portugal. O presidente executivo explicou que a companhia irlandesa vai duplicar o número de passageiros transportados, de seis para 12 milhões de euros, em apenas três anos, através do reforço da oferta nas três bases em Portugal. “É possível ultrapassar a TAP e ser a primeira companhia em Portugal”, declarou. Michael O’Leary adiantou que, se a TAP for privatizada, vai ficar “mais pequena”, numa primeira fase, e só depois começará a crescer. Em relação ao aumento das taxas aeroportuárias – com novo aumento anunciado para 1 de dezembro -, o responsável da Ryanair considerou “um problema para todas as companhias aéreas”. “Já falámos com a Vinci para que não continuem a aumentar as taxas ou que introduzam descontos para as companhias que aumentam o tráfego, à semelhança do que fazem outros aeroportos europeus, para incentivar o crescimento do turismo e a criação de emprego”, acrescentou. Em agosto, a ANA anunciou o aumento das taxas reguladas cobradas às companhias aéreas em 7,56% no aeroporto de Lisboa e em 1,50% no aeroporto do Porto.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

Paulo Portas e a situação no Novo Banco

PSD prefere esperar pelas Primárias do PS

“Vamos encontrar a melhor solução possível”

Revisão da lei eleitoral

O vice-primeiro-ministro diz que o Governo vai trabalhar para encontrar “a melhor solução possível” para o problema do Banco Espírito Santo e do Novo Banco e frisou que dispensaria este problema no sistema financeiro português. “Trabalharei na medida do que posso para que [o problema] tenha a melhor solução possível, tal a importância que tem para a nossa economia e reputação enquanto país. Não lhe posso dizer mais nada e nem me ficaria bem”, disse Paulo Portas. O vice-primeiro-ministro respondia desta forma a uma questão sobre o impacto que a situação do BES e do Novo Banco poderá ter na economia portuguesa, após um almoço de trabalho, realizado no âmbito da conferência sobre Competitividade e Crescimento, organizado pela consultora ATKearney, que decorreu em Lisboa. “Reconheci a importância do facto e disse até que dispensaríamos este problema no sistema financeiro”, acrescentou Paulo Portas. Paulo Portas falou ainda sobre “o

PAULO PORTAS. O vice-primeiro-ministro diz que o Governo vai trabalhar para encontrar “a melhor solução possível” para o problema do BES e do Novo Banco… progresso significativo do país” desde 2011, quando foi pedido o resgate financeiro. “O que aconteceu a Portugal em 2011 foi um ‘bailout’ [resgate], já com um problema no final do programa chamado BES”, disse. Mas depois centrou-se na recuperação do país, na descida das taxas de juro e na evolução positiva dos indicadores de crescimento. “Deixamos há ano e meio a recessão técnica. Não vale a pena ignorar que os indicadores de crescimento comparam bem com os períodos homólogos da zona euro. Uma parte significativa do sistema financeiro cumpriu os seus

deveres do programa e já começou a devolver o que recebeu, sem desprezar o que aconteceu na fase seguinte do programa, com o problema BES”, disse. Depois do “precipício financeiro” à beira do qual Portugal esteve em 2011, frisou, o país tem hoje uma “margem de liberdade de decisão que é diferente da vivida no período de protetorado”. Paulo Portas falou ainda sobre o aumento do salário mínimo nacional, dizendo que “quem sabe da poda são as empresas” e não se comprometendo com eventual subida. “Podemos ter

muitas opiniões, mas quem sabe da poda são as empresas e quem representa os quadros e os trabalhadores das empresas”, disse o vice-primeiroministro, concretizando: “Quem sabe se atualização do salário mínimo nacional, que está bloqueado há vários anos, é boa ou má para as empresas, motiva ou não os trabalhadores, consegue ou não resultados, não é nenhum de nós, são as empresas e na Concertação Social sentam-se as empresas e senta-se a UGT, que é uma entidade muito importante para a manutenção da coesão social em Portugal”.

António José Seguro e a revisão da lei eleitoral

Deputados socialistas terão liberdade de voto O secretário-geral do PS afirmou ontem que os deputados socialistas terão liberdade de voto na revisão da lei eleitoral, admitindo quer a introdução de círculos uninominais, quer o voto preferencial do deputado em lista fechada desbloqueada. Estas posições foram transmitidas por António José Seguro, em conferência de imprensa, após apresentar os princípios para uma revisão da lei eleitoral para a Assembleia da República, matéria que exige uma aprovação por dois terços dos deputados. De acordo com o líder socialista, a proposta de deliberação do PS contém duas possibilidades: A criação de círculos uninominais; ou a manutenção de listas fechadas mas não bloqueadas, com o eleitor a ter a possibilidade de escolher o seu deputado ao mesmo tempo que vota no seu partido. “A

abertura do PS em relação a este processo está expressa no princípio de que cada português poderá escolher o seu deputado, mas a forma de o fazer tanto pode ser através de listas como as que atualmente existem (mas desbloqueadas) ou através de círculos uninominais. Aqui está mais uma prova da nossa abertura e disponibilidade para ir ao encontro de contributos de outros grupos parlamentares e de grupos de cidadãos, como investigadores de ciência política, muitos deles já com bastante produção sobre a matéria”, frisou Seguro. Nesta questão relativa à introdução de círculos uninominais, compatibilizando esse princípio com o preceito constitucional da proporcionalidade, o secretário-geral do PS assumiu uma posição prudente. “Não queremos começar pelo fim e queremos este pro-

cesso sem contaminações”, justificou. Confrontado com o facto de alguns deputados do PS já terem manifestado oposição a alguns dos princípios de uma reforma do sistema político, António José Seguro admitiu “opiniões diferentes” dentro do seu partido, mas vincou que ele próprio, enquanto líder, introduziu a liberdade de voto enquanto regra dominante na bancada socialista, salvaguardando as matérias de governabilidade. Seguro defendeu então que é importante que se manifestem todas as opiniões em matéria de reforma do sistema eleitoral. “Esta é uma matéria [de representação onde] por excelência onde cada um deve expressar as suas opiniões e assumir as suas divergências. Naturalmente, haverá sempre um objetivo de congregar todos numa posição comum e veremos a seu tem-

po se essa posição comum será fácil de alcançar, mas esse é o meu objetivo”, destacou. O líder do PS apresentou ainda um projeto para reforço das incompatibilidades dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, com obrigação da revelação de origem dos rendimentos e indicação das entidades pagadoras. Seguro apresentou, basicamente, onze propostas para aumento da transparência na atividade política e pública, visando “vencer a crise de confiança” entre os cidadãos e o regime democrático. Nas onze propostas, além da obrigatoriedade de revelação da origem de rendimentos, o líder socialista quer alargar o regime de impedimentos ao “exercício de funções pelos titulares de cargos políticos a quaisquer empresas privadas de setores que tenham sido por si diretamente tutelados”.

O PSD remeteu comentários sobre as propostas do PS para a revisão da lei eleitoral para depois das primárias do partido, argumentando que António José Seguro e António Costa têm visões diferentes sobre o tema. “Resta esperar pelo próximo dia 28, pelas eleições internas, e então a partir daí saber o que o PS pensa na realidade, depois de o próprio PS consensualizar entre as várias partes aquilo que é a opinião própria do PS e aquilo que pretende em relação à lei eleitoral”, disse José Matos Rosa, secretário-geral do PSD, em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa. O social-democrata falava no final de uma reunião com uma delegação da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). Lembrando que o PS “está em campanha eleitoral para um ato eleitoral interno” e as propostas de revisão para a lei eleitoral “não são consensuais entre os candidatos”, Matos Rosa advogou que as propostas do PSD sobre a matéria “são conhecidas”, e escusou-se a prestar mais comentários sobre as ideias hoje apresentadas por António José Seguro, líder do PS. “Sem saber qual é a posição final do PS, o PSD não comenta estas questões”, sublinhou. O secretário-geral do PS anunciou uma proposta de revisão da lei eleitoral para a Assembleia da República, com redução de 230 para 181 deputados e introdução do voto preferencial do eleitor em relação ao deputado. Na mesma conferência de imprensa, na sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, António José Seguro adiantou que proporá que a nova lei eleitoral entre em vigor já nas próximas eleições legislativas. Na comunicação aos jornalistas, Seguro apresentou também um projeto para reforço das incompatibilidades dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos, com obrigação da revelação de origem dos rendimentos e indicação das entidades pagadoras. Posteriormente, António Costa, candidato opositor a Seguro nas primárias de 28 de setembro, considerou que uma eventual redução do número de deputados seria uma “declaração de guerra” aos partidos mais à esquerda e um “favor ao PSD”.


economia

Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 5

Alexandre Soares dos Santos e o valor do salário mínimo nacional

Decisão de cada empresa Elogios de Bruxelas

UE e Ucrânia ratificam o acordo de associação

Os presidentes do Conselho Europeu, Van Rompuy, e da Comissão Europeia, Durão Barroso, consideraram, ontem, que a ratificação pelos parlamentos Europeu e da Ucrânia do acordo de associação, que visa o aprofundamento das relações políticas, económicas e comerciais entre as partes, é um “passo importante” que contribuirá para a transformação do país. “O Acordo de Associação irá fornecer um modelo para a transformação da Ucrânia numa democracia europeia moderna e próspera”, acrescentaram os dois líderes europeus na breve nota.

Em linha com a Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a desvalorizar

O PSI20, principal índice da bolsa portuguesa, recuou, ontem, 0,08% para 5.818,13 pontos, com o BCP a cair mais de 5%, tendo as principais praças europeias fechado no vermelho. Dos 18 títulos cotados no índice principal, metade ficou em terreno negativo e os restantes registaram ganhos, com a Portugal Telecom (PT) a ganhar 6,08% para 1,78 euros. Apesar do forte ganho da PT, em processo de fusão com a brasileira Oi, este foi insuficiente para segurar o PSI20 em terreno positivo. O BCP liderou as perdas, ao derrapar 5,37% para 0,1022 euros.

Em reação, Paulo Portas frisou que “quem sabe da poda são as empresas”, não se comprometendo com eventual subida. O antigo presidente da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, desvalorizou, ontem, as negociações em concertação social para aumento do salário mínimo nacional, defendendo que deve ser cada empresa a definir o montante de ordenado. “Cada companhia deve pagar de acordo com o que pode”, disse o empresário em Carcavelos, Cascais, na apresentação da nova School of Business and Economics, que vai contar com o apoio da Jerónimo Martins. Soares dos Santos disse também que “não acredita” nos acordos para aumento do salário mínimo, que têm estado a ser negociados no âmbito da concertação social. Mas o empresário ressalvou a importância de salários justos em Portugal: “não há ninguém que trabalhe com gosto a ganhar pouco”. Soares dos Santos defendeu a importância do papel dos sindicatos para evitar ou impedir o pagamento de salários muito baixos. O ex-presidente da Jerónimo Martins criticou ainda a “elevada” carga fiscal sobre os salários. Sobre o Novo Banco, que o Go-

Salário mínimo. “Cada companhia deve pagar de acordo com o que pode”, defende antigo presidente da Jerónimo Martins verno pretende vender até ao próximo verão depois da mudança de administração conhecida no domingo, o empresário disse não querer comentar por “não ter conhecimento de nada”, mas disse que os problemas da instituição tem “impacto” na economia e já são sentidos pelos empresários em dificuldades para obter crédito. Soares dos Santos lamentou ainda a perda de um banco como o BES. Em reação, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, frisou que sobre o aumento do salário mínimo na-

cional “quem sabe da poda são as empresas”, não se comprometendo com eventual subida. “Podemos ter muitas opiniões, mas quem sabe da poda são as empresas e quem representa os quadros e os trabalhadores das empresas”, disse o vice-primeiro-ministro. “Quem sabe se atualização do salário mínimo nacional, que está bloqueado há vários anos, é boa ou má para as empresas, motiva ou não os trabalhadores, consegue ou não resultados, não é nenhum de nós, são as empresas

e na Concertação Social sentamse as empresas e senta-se a UGT, que é uma entidade muito importante para a manutenção da coesão social em Portugal”, disse. Durante o seu discurso no almoço, Paulo Portas adiantou que o Governo vai “por estes dias” aprovar o novo código de apoio fiscal ao investimento e frisou que “o Estado não pode falhar nos regulamentos e nas regras”, de forma “a antecipar o mais possível a entrada em vigor o novo quadro comunitário de apoio”.

Pires de Lima fala sobre empresas privadas

“Responsabilidade social” na gestão O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou, ontem, que “ser dono de uma empresa privada não é um mero ato de interesse individual”, mas tem um “impacto público” que exige “responsabilidade social” na gestão. “Às vezes há a presunção de que ninguém se deve meter com a gestão das empresas privadas, porque, no final, os gestores das empresas privadas fazem aquilo que defende os seus interesses. Eu acho que há uma dimensão de responsabilidade social e, portanto, de responsabilidade pública na gestão de uma empresa privada, há um impac-

Matosinhos. Pires de Lima esteve presente na inauguração das novas instalações da cervejeira Unicer

to público daquilo que fazemos quando somos donos, proprietários, gestores, colaboradores ou trabalhadores de uma empresa privada”, sustentou o ministro. Pires de Lima falava durante a cerimónia de celebração dos 50 anos da cervejeira Unicer, que marcou também a inauguração dos seus novos edifício-sede e centro de produção, em Leça do Balio, Matosinhos, num investimento total de 100 milhões de euros. Apontando a Unicer como “um emblema do Norte e uma empresa de referência em Portugal”, Pires de Lima – que, entre 2006 e 2013, presidiu à

comissão executiva da cervejeira, de onde saiu para integrar o Governo – diz sempre ter ali notado “esse sentido de responsabilidade social” que defende no setor empresarial privado. O edifício-sede e o centro de produção da Unicer integram um complexo industrial descrito como “um dos melhores da Europa”, que inclui ainda um novo armazém logístico, totalmente automatizado. Segundo referiu o presidente da comissão executiva da cervejeira, João Abecasis, a Unicer fica dotada de uma capacidade de produção de 450 milhões de litros de cerveja.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Quarta-feira, 17 de Setembro de 2014

Lopetegui elogia adversário do FC Porto na primeira partida da «Champions»

“Importante começar bem e fazer boa partida” «Dragões» iniciam prova frente ao BATE Borisov. Já o Sporting deslocase a casa do Maribor, no regresso à Liga dos Campeões. O Sporting, de regresso após seis épocas de ausência da Liga dos Campeões de futebol, e o «cliente habitual» FC Porto enfrentam, hoje, adversários acessíveis na estreia na fase de grupos da principal prova europeia de clubes. Num dia em que entram também em ação FC Barcelona e Bayern de Munique, dois dos mais fortes candidatos ao título conquistado pelo Real Madrid na final de Lisboa, os «leões» deslocam-se à Eslovénia para defrontar o Maribor, enquanto os «dragões» recebem os bielorrussos do BATE Borisov. Com apenas uma vitória em quatro jogos disputados no campeonato, o Sporting, com o estreante Marco Silva no comando técnico, encontra no arranque do agrupamento G o opositor ideal para se reencontrar com os êxitos, numa edição em que procura atingir pela segunda vez os oitavos de final. Na única vez que atingiu aquela fase, em 2009, na última presença, o Sporting sofreu a maior derrota da sua longa história na competição (Taça dos Campeões Europeus incluída), ao ser batido pelo Bayern de Munique por 7-1, antes de ser de novo goleado em Alvalade, por 5-0, o maior desaire caseiro. O Sporting está mesmo proibido de perder pontos frente ao campeão esloveno, no qual se destaca o avançado, Luka Zahovic, filho do ex-internacional Zlatko Zahovic, pois ainda terá de medir forças com o Chelsea, treinado por José Mourinho, e o Schalke 04, protagonistas do outro embate do grupo. “Será difícil, será duro”

Na «poule» H, o FC Porto procura apagar a má imagem deixada pela participação da última temporada, a pior de sempre na liga «milionária», na qual terminou a fase de grupos com apenas cinco pontos conquistados e sem qualquer vitória em casa.

«Champions». “Vejo-os competitivos, com a sã intenção de querer ganhar, jogue-se contra quem se jogar”, disse o técnico sobre os jogadores do FCP

Entra Rui Quinta

Chéu deixa comando técnico do Penafiel

O Penafiel anunciou, ontem, que Rui Quinta vai ser o sucessor de Ricardo Chéu no comando técnico do 18.º e último classificado da I Liga, na sua página oficial no Facebook. “Está encontrado o sucessor para Ricardo Chéu. Rui Quinta foi o eleito e rubricou um contrato válido até ao fim da presente temporada. O novo treinador iniciará

os trabalhos com a equipa durante a tarde de amanhã [hoje]”, lê-se no comunicado do clube. Rui Quinta regressa ao comando técnico da equipa principal do clube que orientou na temporada de 2008/09. Antes, o Penafiel tinha oficializado a saída de Ricardo Chéu, agradecendo ainda todo o empenho do treinador, igualmente num comunicado divulgado no Facebook. O Penafiel soma quatro derrotas nos primeiros quatro jogos do campeonato, sendo a única equipa da I Liga sem qualquer ponto.

Com um novo técnico, o espanhol Julen Lopetegui, a equipa «azul e branca» passou sem grande dificuldade pelos «play-offs» de acesso à fase de grupos, com triunfos sobre o Lille por 1-0 e 2-0, e entrou em boa forma na I Liga portuguesa, mas «tropeçou» no domingo ao empatar 1-1 na visita ao Vitória de Guimarães. Ao contrário do Sporting, o FC Porto é o mais forte candidato a vencer o agrupamento, que integra também o Athletic Bilbau e o Shakhtar Donetsk – a jogar longe da sua casa devido ao conflito na Ucrânia -, com o BATE Borisov a perfilar-se como uma espécie de «lanterna vermelha» antecipada. Porém, Lopetegui considera o Bate “uma equipa muito organizada e que se prepara quase exclusivamente para esta prova”. O técnico espanhol referia-se ao facto de os bielorrussos, que visitam o Estádio do Dragão, “ganharem sempre o seu campeonato com vantagens de 15 e 20 pontos”, razão para “um foco constante” na «Champions». “Será difícil, será duro, será um jogo longo e, por isso, teremos de fazer bem as coisas continuadamente para podermos ganhar”, disse o técnico portista, para quem, “começar a ganhar será, obviamente, muito bom”. Não assumindo qualquer favoritismo, o treinado insistiu que o importante é “começar bem e fazer uma boa partida”, atendendo a que “o Bate tem bons jogadores e vai obrigar o FC Porto a jogar no seu limite”. Sobre o estado de espírito dos jogadores, que perderam os primeiros pontos para o campeonato no domingo (empate a uma bola em Guimarães contra o Vitória local), revelou que é assunto “já esquecido” e que o único sentimento que encontra é “vontade, ganas e fome de competição”. “Vejo-os competitivos, com a sã intenção de querer ganhar, jogue-se contra quem se jogar”, revelou o espanhol, que confirmou a disponibilidade de Alex Sandro, recuperado de uma lesão. Em conversa com os jornalistas esteve, ainda, o central Maicon, que deu conta da “grande motivação” dos seus companheiros para uma prova “que também é prioridade do clube”.

APAF e as ameaças feitas aos árbitros

Alerta às autoridades A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol vai alertar as autoridades policiais para as ameaças feitas a elementos das equipas de arbitragem, disse, ontem, o presidente da associação, José Fontelas Gomes. “Vamos alertar as autoridades, como fizemos no ano passado, para este tipo de casos. Sabemos que muitas destas ameaças são da boca para fora, mas nunca sabemos até que ponto alguma delas possa vir a ser real”, disse, aludindo ao caso de Valter Rufo. O árbitro auxiliar, que no domingo integrou a equipa liderada por Paulo Baptista no jogo Vitória de Guimarães-FC Porto, foi alvo de insultos e ameaças na rede social Facebook. José Fontelas Gomes confirmou a notícia do Correio da Manhã, que dá conta das ameaças, e considera que a situação começa a tornar-se preocupante. O presidente da APAF recusa a ideia de que os árbitros possam estar assustados com estas situações, mas assume que “não estão confortáveis”. “Não é uma questão de estarem assustados, é uma questão de verem a sua vida a começar a ser invadida, a tranquilidade no dia-a-dia passa a não existir”, frisou. Após quatro jornadas, José Fontelas Gomes faz um balanço positivo da arbitragem, consciente de que “o erro nunca vai deixar de existir”.


Quinta-feira, 17 de Setembro de 2014

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FESTA DO CINEMA FRANCÊS

“Montra” chega a seis aldeias portuguesas A Festa do Cinema Francês, que cumpre 15 anos em outubro, alarga-se nesta edição a 18 cidades de todo o país, mas a produção cinematográfica francesa chegará também, pela primeira vez, a seis aldeias, anunciou a organização. A programação deste ano, que inclui cinema recente francês e retrospetivas dedicadas a Alain Resnais e Marcel Pagnol, decorrerá de 02 de outubro a 22 de novembro, expandindo-se de sete para 18 cidades, às quais se juntam as aldeias de Vila Chã de Braciosa, Palaçoulo, Malhadas, S. Martinho, Lage e Escariz. A Festa do Cinema Francês arrancará em Lisboa, no cinema São Jorge, com a antestreia do documentário “La cour de Babel”, de Julie Bertuccelli, que regista um grupo de adolescentes de várias nacionalidades, acabados de chegar a França, que tentam aprender francês. Da programação, agora apresentada, destaca-se “Amar, beber e cantar”, último filme de Alain Resnais, falecido em março aos 91 anos. O realizador terá uma retrospetiva da obra na Cinemateca Portuguesa, onde serão exibidos, por exemplo, “Hiroshima, meu amor”, “O meu tio da América” e “O último ano em Marienbad”. Das 25 antestreias previstas destacam-se ainda “Hope”, de Boris Lojkine, “Run”, de Philippe Lacôte, ambos exibidos este ano em Cannes, e “Attila Marcel”, comédia de Sylvain Chomet, o mesmo realizador das animações “Belleville Rendez-Vous” e “O Mágico”. A Festa prestará ainda homenagem ao escritor e realizador Marcel Pagnol, falecido em 1974 e de quem serão exibidos os filmes “Naïs”, “Topaze”, “Le Schpountz” e “Les lettres de mon moulin”. Toda a programação das respetivas cidades estará disponível em www.festadocinemafrances.com.

PCP reforça a ideia de que é necessário eleições

“Solução para os problemas do país” O PCP reiterou que a solução para os problemas do país, nomeadamente no setor da educação, está na realização de eleições antecipadas, frisando que mais de 90 por cento dos professores sem vínculo ficaram no desemprego. “Não temos por hábito exigir a demissão dos ministros, o problema com que a sociedade portuguesa se confronta é a política do Governo. O PCP há muito que vem colocando aos portugueses a necessidade de interromper esta política e exigir eleições antecipadas”, disse aos jornalistas Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central. No final de uma declaração em que criticou os problemas associados à abertura do ano letivo, aque-

le responsável defendeu a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições: “Aí é que está a solução para os problemas da educação e de todos os outros setores”. O mesmo dirigente frisou que mais de 90 por cento dos professores sem vínculo que se candidataram a contrato ficaram no desemprego, tendo sido contratados 3256 docentes, contra 4545 no ano anterior, “o número mais baixo alguma vez verificado”. Jorge Pires destacou, por outro lado, que se aposentaram 30 mil professores, desde 2007. O encerramento de mais 300 escolas do 1.º Ciclo, com a transferência das crianças para grandes agrupamentos que classificou como “espaços profundamente

desumanizados”, esteve também entre as críticas do partido. Numa declaração lida na sede do partido, em Lisboa, Jorge Pires defendeu que os dados mais recentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) confirmam Portugal como “um dos países que menos investiu em educação, entre 2000 e 2010, uma situação que, disse, “se agravou” com a chegada da troika. “Nos últimos três anos, os cortes no orçamento para o ensino não superior atingiram 1700 milhões de euros (-26 por cento) e 401 milhões para o Ensino Superior (-16 por cento)”, alegou. Além dos professores, faltam pelo menos 5000 funcionários nas escolas, segundo o PCP.

Maria Luís Albuquerque e Carlos Costa explicam Novo Banco

Ministra e governador ouvidos na AR As audições da ministra das Finanças e do governador do Banco de Portugal (BdP) na Assembleia da República (AR), solicitadas pelo Bloco de Esquerda (BE) devido à demissão da equipa de gestão de Vítor Bento, foram aprovadas por unanimidade. “Foi hoje aprovado por unanimidade, na Comissão de Orçamento e Finanças, o requerimento do Bloco para audição, com caráter de urgência, da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, a propósito da demissão da administração do Novo Banco”, pode ler-se num comunicado do BE. “Alegou-se divergências entre a administração, que pretendia uma reestruturação sólida do Novo Banco, e os objetivos políticos que pressionam para uma venda rápi-

da da instituição. Perante esta situação, que mantém a turbulência do caso BES [Banco Espírito Santo], e tendo em conta que o Novo Banco, detido pelo Fundo de Resolução, é uma entidade bancária capitalizada com dinheiros públicos, são necessárias mais explicações, assim como a clarificação dos objetivos do governo e do Banco de Portugal para o Novo Banco”, justificou o BE no mesmo documento. O BdP confirmou no domingo que Eduardo Stock da Cunha foi o escolhido para suceder a Vítor Bento na liderança do Novo Banco, depois de o último ter pedido para deixar o cargo na semana passada, apenas dois meses depois de ter sido nomeado. Da equipa de gestão do Novo Banco, também o vice-presidente, José Honório, e o administrador financeiro, João

Moreira Rato, acompanham a decisão de Vítor Bento e vão deixar a instituição. Já a nova equipa de gestão inclui ainda Jorge Freire Cardoso (administrador financeiro), Vítor Fernandes e José João Guilherme. No dia 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas. No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas. No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

Aguiar-Branco chamado ao Parlamento

Cimeira da NATO em cima da mesa A comissão parlamentar de Defesa Nacional aprovou por unanimidade um requerimento conjunto do PSD e do CDS-PP para ouvir o ministro da tutela, José Pedro Aguiar-Branco, sobre as conclusões da cimeira da NATO. A situação internacional e as conclusões da cimeira da NATO foram os temas propostos pela maioria. Por proposta do PS, o ministro da Defesa será também

questionado sobre a situação das Forças Nacionais Destacadas. Na cimeira, que se realizou entre 4 e 5 de setembro, em Newport, no País de Gales, os membros da Aliança Atlântica decidiram criar uma força de intervenção “muito reativa” que possa ser destacada em poucos dias para qualquer lugar do mundo, comandada a partir de uma “presença permanente” no leste europeu. Estas

decisões foram apresentadas pelo secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, como uma resposta à atitude da Rússia na Ucrânia e à ameaça do ‘jihadismo’. Na altura, o primeiro-ministro, Passos Coelho, disse que “é natural” que Portugal também esteja envolvido enquanto país aliado mas frisou que é prematuro detalhar qual seria a participação portuguesa.


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