PORTUGAL TENTA RECUPERAR SELEÇÃO REGRESSA AOS TREINOS ABERTOS AO PÚBLICO
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 145
Quarta-feira, 18 de junho de 2014
ESTUDO REVELA QUE UM TERÇO DOS IDOSOS NÃO TEM QUALQUER APOIO
SOZ!NHO EM CASA n Mais de metade dos seniores inquiridos num estudo que tentou perceber quem são os “idosos de hoje” confessam não gostar de viver sozinhos e um terço diz que vive sem “qualquer tipo de apoio”. O estudo “Novos idosos, idosos novos” teve como principal objetivo saber quem são os idosos de hoje, do que gostam e como vivem, sendo que a esmagadora maioria (94%) diz que não beneficia de apoio de uma instituição de solidariedade...
PORTO
Orçamento da Câmara sobe para os 199,8 milhões de euros
UNIVERSIDADES CR diz que funcionamento pode ficar comprometido “nos próximos meses”
DURÃO
defende que Governo “fez muito bem” em dispensar a última tranche do empréstimo
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
Rui Rio vai receber medalha de Honra da Cidade do Porto
Associação denuncia situações em S. Pedro da Cova
Proposta aprovada por unanimidade A proposta de atribuição da medalha de Honra da Cidade do Porto ao antigo autarca Rui Rio foi aprovada por unanimidade pelo executivo da Câmara do Porto, na ausência do vereador da CDU, Pedro Carvalho, que não quis proceder à votação. Pedro Carvalho justificou a sua decisão de não votar com o facto de a proposta em causa não ter sido desdobrada em três, para que cada um dos três nomes propostos – Rui Rio, Vasco Graça Moura (a título póstumo) e o alfaiate Gilles Zeitoun –, fosse levado à votação de forma isolada. Segundo o vereador da CDU, Rui Rio teve uma relação que foi de agressão e crispação com as forças vivas da cidade, em especial com o PCP. Os vereadores da maioria independente e PS e do PSD rejeitaram a proposta de votar em separado o nome de Rui Rio, tendo em conta que os outros quatro blocos de atribuição de medalhas da cidade foram votados em conjunto, de acordo com o que
PEDRO CARVALHO. O vereador da CDU não quis votar a proposta, apontando o estilo “autocrático e prepotente” de Rui Rio, autarca que liderou a cidade nos últimos três mandatos ficou previamente definido. O vereador comunista criticou o estilo “autocrático, prepotente” do antigo autarca que liderou a cidade nos últimos três mandatos, lembrando o facto de a oposição não ter direito a apresentar propostas antes do período da ordem do dia nas reuniões do executivo, bem como ter promovido um regulamento de propaganda eleitoral “ilegal”. Pedro Carvalho criticou também os “traços de personalidade e de relação que não podem levar [a CDU] a votar favora-
velmente” a proposta de atribuição da medalha de Honra da Cidade. O atual presidente da Câmara afirmou que a posição da CDU, “que é perfeitamente legítima, coloca em questão se no próximo ano” a autarquia poderá seguir o método que adotou este ano na questão da atribuição de medalhas da cidade, que este ano engloba 25 nomes, escolhidos pelas diferentes forças políticas do executivo. “Parece que a CDU está a tentar ocultar à cidade que durante quatro anos fez parte do
“Depósito ilegal” de materiais com amianto
executivo da maioria PSD/CDS-PP”, liderado por Rui Rio, no seu primeiro mandato, salientou Rui Moreira. Para o mesmo autarca, já que Pedro Carvalho falou na história, é preciso lembrar tudo o que aconteceu, lembrando que “Rui Rio não foi autarca do tempo da outra senhora, foi eleito democraticamente”. O vereador socialista Manuel Pizarro apelou a um “espírito de tolerância”, considerando que o que estava em causa era “o reconhecimento do esforço” do trabalho que Rui Rio fez ao longo de 12 anos. “Tenho múltiplos desentendimentos políticos com o Dr. Rui Rio mas isso não me impede hoje de me associar a uma homenagem”, vincou Pizarro, que também fez parte de um dos três executivos liderados pelo autarca social-democrata. Pizarro sublinhou que a CDU “é responsável por um terço da maioria” liderada por Rio, considerando que a atitude de Pedro Carvalho “não fica nada bem à CDU”. O vereador do PSD Ricardo Valente afirmou-se “chocado com a postura da CDU”, porque todos os vereadores “sabiam as regras do jogo”, que passou por votar nomes em blocos, de acordo com a medalha a atribuir. Pedro Carvalho votou favoravelmente as outras quatro propostas de atribuição de medalhas da cidade. A cerimónia de entrega de medalhas da cidade terá lugar no dia 09 de julho.
Na avenida entre Guerra Junqueiro e António Cardoso
Obras na Boavista arrancam hoje A Câmara do Porto anunciou para hoje o início de novas obras na avenida da Boavista, entre as ruas Guerra Junqueiro e António Cardoso, onde a partir de 02 de julho, e até novembro, o trânsito deixará circular. Esta quarta fase da requalificação da maior via urbana do Porto foi antecipada para “provocar menos impactos no ano escolar” e, numa fase inicial, apenas implica o “condicionamento de meia faixa até à Rua José António da Costa”, esclarece a autarquia em comunicado. “A partir do dia 02 de julho irá efetivar-se o corte total de trânsito (sem impedimento de acesso às garagens, a cargas e descargas) para toda a fase 4”, acrescenta a Câmara do Porto. Devido ao impedimento da circulação, as viaturas que descerem a avenida em direção à Foz vão ser obrigadas a seguir pela rua João de Deus e descer a rua de Pedro Hispano até voltarem à
avenida da Boavista. No sentido contrário, o desvio será feito “pelas ruas António Cardoso, António Patrício e Guerra Junqueiro, desembocando na avenida”, acrescenta a autarquia, concretizando: “Apesar do fim da requalificação estar previsto para novembro, nessa altura novamente com um considerável volume de tráfego provocado também pelo regresso das aulas, a Câmara do Porto tudo fará para minimizar os constrangimentos de trânsito”. O perfil dos trabalhos previstos para esta fase da empreitada “são idênticos aos já realizados”, incluindo “levantamento dos pavimentos existentes, substituição das redes existentes de águas pluviais com a colocação de tubagem em betão armado, substituição da rede de águas residuais e de abastecimento de águas, substituição das atuais redes de baixa e média tensão por parte da
EDP e instalação de novas redes de semaforização”. Estão ainda previstas alterações ao nível do mobiliário urbano, “com a substituição da atual rede de iluminação pública” e colocação de “novas colunas de iluminação”, bem como o enterramento dos “contentores para a recolha seletiva de resíduos”. O pavimento dos passeios e das faixas de rodagem vai ser substituído, vão ser construídas baias de estacionamento, prevendo-se ainda a “execução de um pequeno separador central em granito, execução de duas ciclovias em cada um dos sentidos e a colocação de árvores também de cada um dos lados da avenida”. “A partir da rua Belos Aires, e com o alargamento do perfil da avenida, o separador passará a incorporar uma zona ajardinada”, revela a autarquia. Em abril, o município iniciou a
terceira fase da empreitada de recuperação da avenida, entre as ruas de Agramonte e Guerra Junqueiro, assegurando que até julho a circulação de trânsito naquele troço seria sempre “realizada em meias faixas, de forma a garantir a circulação nos dois sentidos” daquela artéria. Na altura, a Câmara esclareceu que a beneficiação de toda a avenida ficaria concluída em 2015, após mais três fases de obra: entre as ruas Guerra Junqueiro e António Cardoso, entre António Cardoso e Bessa Leite e entre esta rua e a de O Primeiro de Janeiro. O troço nascente da avenida da Boavista, esteve entre junho e novembro de 2013 cortado ao trânsito entre a Rotunda da Boavista e o cruzamento com a rua de Agramonte. O troço poente da avenida foi recuperado em 2008, numa obra que custou à autarquia 800 mil euros.
A associação “Projeto J – Viver, Educar Mudar!” alerta para o “depósito ilegal” de materiais com aminato em S. Pedro da Cova, Gondomar, vincando que a situação se repete “há anos”. Nelson Vidal, um dos responsáveis por esta associação, garantiu que têm sido detetadas placas de amianto, algumas partidas e “em grave estado de degradação”, em vários locais da localidade, nomeadamente “junto a zonas habitacionais”. “Infelizmente, em S. Pedro da Cova, há de tudo: placas em zonas menos utilizadas, onde só passam pessoas ao fim de semana para fazer caminhadas, mas também em áreas habitacionais, como é o caso da zona do Passal. (…) Esta situação repete-se há anos”, explicoue Nelson Vidal. A associação Projeto J, que tem sede na União das Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, decidiu denunciar esta situação agora por estar “preocupada” com as placas de amianto “devido à sua conhecida perigosidade para a população que mantenha um contacto direto com este tipo de material”, conforme se pode ler num comunicado. “Por esta altura, é efetivamente do conhecimento geral que as estruturas contendo amianto são realmente perigosas devido á possibilidade de inalação das suas fibras, que podem alojar-se nos pulmões e lá permanecerem durante anos”, continua o documento. Nelson Vidal explicou ainda que esta tomada de posição pública, tem como objetivo “alertar as autoridades locais e nacionais, nomeadamente a câmara de Gondomar e a Agência Portuguesa do Ambiente, bem como informar a população”. O comunicado da associação “Projeto” alude à portaria n.º 40/2014, de 17 de fevereiro, que estabelece as normas para a correta remoção dos materiais contendo amianto, assim como para o acondicionamento, transporte e gestão dos respetivos resíduos. A mesma associação acrescenta que no distrito do Porto, existem operadores vocacionados a receber este tipo de resíduos nos concelhos da Trofa, Gaia e Póvoa de Varzim.
regiões
Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
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PSP de Cascais com instalações novas e definitivas junto à Baía
60 anos depois Detido fugiu algemado
Preventiva após fugir em carro da GNR
MAI reconheceu que as antigas instalações “não tinham as mínimas condições operacionais, nem de acolhimento e dignidade”.
O Tribunal Judicial de Famalicão aplicou, ontem, prisão preventiva ao homem que na quarta-feira fugiu algemado ao volante de um carro da GNR, após ter sido detido por um alegado assalto em Famalicão. O homem, de 30 anos, vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Custóias. Foi recapturado na madrugada de domingo, em Braga, numa operação que envolveu a PSP e a GNR. Segundo a GNR, o detido é suspeito da prática de “diversos crimes”. Na quarta-feira, o homem tinha sido detido quando estaria a assaltar uma pastelaria.
Os agentes da divisão da PSP de Cascais aguardavam há 60 anos por instalações definitivas e com condições dignas de trabalho no concelho e, ontem, viram inaugurada a nova 50.ª Esquadra e a Esquadra de Turismo. Desde 1954 que os agentes da PSP da Divisão de Cascais trabalhavam numa esquadra provisória e sem condições. As instalações definitivas há muito prometidas foram finalmente inauguradas, no edifício que antes pertencia à Guarda Fiscal da GNR, junto à Docapesca, na Baía de Cascais, que vai também albergar a Esquadra de Turismo do Comando de Cascais. Para o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que presidiu à cerimónia de inauguração, “não há explicação” para a demora da criação das novas instalações. “Durante pelo menos os últimos 40 anos não foram feitos os investimentos de forma planeada que eram necessários nas forças de segurança. É de realçar que estas instalações eram da GNR e essa boa cooperação que existe entre as duas instituições permitiu que
Politécnico de Castelo Branco
Após a grande derrocada em São Miguel Arcanjo
Fundo de apoio para alunos carenciados
Continuam a ocorrer “alguns deslizamentos”
O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco disse, ontem, que a instituição vai criar um fundo de apoio social dirigido a alunos que ficam no limiar da atribuição da bolsa, mas que são carenciados. “Estamos neste momento a trabalhar para criar um fundo de apoio social, em parceria com outras entidades da região, no sentido de ser possível abranger cada vez mais alunos carenciados”, disse Carlos Maia. Os critérios para a atribuição deste apoio vão ser similares aos da atribuição das bolsas de estudo, “baixando os limiares da capitação”.
A zona da ilha do Pico, nos Açores, onde na sexta-feira ocorreu uma derrocada de grandes dimensões, tem registado desde então “alguns deslizamentos de terra”, sem provocarem feridos, nem perda de bens materiais, revelou, ontem, fonte dos Bombeiros. O Comandante dos Bombeiros Voluntários de São Roque do Pico, Fernando Andrade, acrescentou que os vários deslizamentos que têm ocorrido em São Miguel Arcanjo resultam de “um processo natural de erosão da costa”, numa zona com “ravinas muito altas”. Na sexta-feira uma derrocada
Cascais. Desde 1954 que os agentes da PSP desta divisão trabalhavam numa esquadra provisória e sem condições a polícia pudesse estar agora mais bem instalada. Este é um passo muito significativo aqui”, afirmou. Miguel Macedo reconheceu que as antigas instalações “não tinham as mínimas condições do ponto de vista operacional e não tinha nenhumas condições de acolhimento e dignidade”. Também para o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, o momento de ontem tem um grande significado no concelho. “Os profissionais da PSP já não acreditavam [que viessem a
Pico. Comandante dos bombeiros Voluntários diz que deslizamentos resultam de “um processo natural de erosão da costa”
ter instalações definitivas]. Este é também o reconhecimento do trabalho que a PSP tem feito, de dar-lhes agora condições condignas, quer no trabalho da promoção da segurança, mas também na componente social, de promover a coesão social e desenvolvimento económico”, sustentou. Já o chefe da Divisão da PSP de Cascais, subintendente Luís Ribeiro, as novas instalações vão trazer outro ânimo para os agentes policiais. “As antigas instalações estavam muito degradadas e
na zona desalojou 31 pessoas que foram realojadas em casas de familiares ou em habitações arrendadas pelas autoridades. Fernando Andrade adiantou que a recuperação dos bens das famílias em algumas casas “está a ser possível”, mas nas moradias localizadas “mais para o interior do perímetro de segurança é arriscado ir lá” recuperar bens. A situação da derrocada está a ser acompanhada em permanência pelas autoridades regionais, nomeadamente através das secretarias regionais da Solidariedade Social e do Turismo e Transportes, bem como
sem condições de atendimento ao público. Claro que vir para umas instalações destas trabalhar, vemse com outro ânimo, outra vontade e um sorriso nos lábios”, disse. O acordo com o MAI prevê ainda novas instalações para a sede de Divisão Policial de Cascais, a Esquadra de Investigação Criminal de Cascais e alguns serviços da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial de Cascais. Todos estes serviços vão ficar instalados em edifícios localizados junto à antiga Praça de Touros.
a Câmara Municipal de São Roque do Pico, a par de técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC). Recorde-se que, no domingo, o diretor regional da Habitação dos Açores considerou que a situação resultante da derrocada ainda era “evolutiva” e está a ser acompanhada em permanência pelas autoridades. Carlos Faias acrescentou que espera estar na posse do relatório do LREC “nos próximos 15 dias”. As famílias afetadas foram realojadas em casas de familiares ou em habitações arrendadas pelas autoridades.
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nacional
Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
Estudo diz que um terço vive sem “qualquer tipo de apoio”
Exame de Português do 9.º ano de escolaridade
Idosos não gostam de viver sozinhos Mais de metade dos seniores inquiridos num estudo que tentou perceber quem são os “idosos de hoje” confessam não gostar de viver sozinhos e um terço diz que vive sem “qualquer tipo de apoio”. O estudo “Novos idosos, idosos novos” teve como principal objetivo saber quem são os idosos de hoje, do que gostam e como vivem. Os autores do estudo, realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar e Intervenção Comunitária do Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo (ISCET), explicam que estas questões “permitem compreender esta fase da vida e ainda ajustar as respostas e intervenções sociais no sentido de proporcionar níveis compatíveis de bem-estar e felicidade” a esta população. O inquérito envolveu 100 idosos residentes em Cedofeita, no Porto, mas o estudo ressalva que, tendo conta que nesta freguesia residem 5365 pessoas com 65 ou mais anos, segundo o Censos 2011, a amostra não é representativa da população. Os dados preliminares do estudo,
IDOSOS. Mais de metade dos seniores inquiridos num estudo confessam que “não gostam de viver sozinhos” divulgados no colóquio “Novos idosos, idosos novos”, no Porto, referem que 53% dos inquiridos não têm apoio da família, 78% não tem ajuda de amigos, 73% dos vizinhos e 33% dizem não ter qualquer tipo de apoio. A esmagadora maioria (94%) diz que não beneficia de apoio de uma instituição de solidariedade, uma situação que Fátima Vilela, uma das autoras do estudo, atribui ao facto de estes idosos ainda terem alguma autonomia e conseguirem gerir a sua vida. Para o coordenador do estudo, Adalberto Carvalho, estes “números são alarmantes” e demonstram a solidão em que vivem os idosos. “Estamos
a lidar com uma amostra de apenas 100 pessoas, mas são indicadores que nos devem pôr em alerta”, disse Adalberto Carvalho, comentando que são estes idosos que ainda vivem nas suas casas que “passam despercebidos aos mecanismos de intervenção social”. O estudo refere que quanto mais velha é a pessoa, “maior é a propensão para o agregado ser mais pequeno” e para a pessoa ter menos apoio da família e dos amigos. Para Adalberto Carvalho, “o ciclo biológico da vida”, que leva à morte dos familiares, não está a ser contrariado pela sociedade: “As pessoas mais idosas são as mais necessitadas e são aquelas que ficam sozinhas”.
“Textos ‘bué’ fáceis”
Traçando o perfil dos inquiridos, o estudo refere que 65% são mulheres, com uma média de idade de 78 anos, 41% são viúvos e 35% casados. Mais de metade (54%) tem o ensino primário e 16% não sabe ler nem escrever. Nove por cento ainda trabalham. A grande maioria (86%) é pensionista, sendo que 35% aufere um rendimento entre os 100 e os 300 euros e 41% entre 301 e 600 euros. “Atendendo que a maioria dos idosos tem casas arrendadas, despesas com a medicação e com as restantes necessidades básicas, os rendimentos são muito baixos para sobreviverem”, observa ainda o estudo. Relativamente ao número de filhos, 31% têm dois, 25% não tem e 23% têm um filho. Metade dos inquiridos vive em apartamentos, 26% numa moradia e 23% numa parte de casa, sendo que 73% vivem numa casa arrendada. Para Fátima Vilela, estes dados mostram a existência de “uma população bastante envelhecida que vive ainda no seu domicílio” e “uma fragilidade nas dimensões de solidariedade social”. “É importante refletir sobre novas respostas sociais para contrariar esta solidão”, que vão para além das respostas tipificadas que existem (lares, centros de dia e apoio domiciliário), adiantou. Adalberto Carvalho acrescentou que “o drama” destes idosos é a solidão: “Precisamos de pessoas com o sentido comunitário que façam companhia a estas pessoas”.
Conselho de Reitores das Universidades deixa mais um alerta...
Funcionamento pode ficar comprometido O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) alertou que o funcionamento destas instituições pode ficar comprometido “nos próximos meses”, sem o reforço pelo Governo da dotação orçamental do ensino superior, devido ao acórdão do Tribunal Constitucional. O presidente do CRUP, António Rendas, disse ser necessário que o Governo reforce em cerca de 85 milhões de euros a dotação orçamental para as universidades. “Se não vier essa dotação, todas as universidades, nos próximos meses, vão entrar num processo de extrema dificuldade orçamental”, o que significa “duas coisas muito simples, deixar de pagar salários e não ter a possibilidade de funcionar do ponto de vista do pagamento de prestações, como a eletricidade e a água”, avisou. António Rendas falava aos jor-
nalistas após uma reunião do CRUP realizada na Universidade de Évora, na qual foram analisadas as implicações do recente acórdão do Tribunal Constitucional (TC) no funcionamento das instituições de ensino superior. Em conferência de imprensa, o presidente do CRUP explicou que este reforço orçamental reclamado do Governo resulta dos 30 milhões de euros do Orçamento do Estado para este ano (OE2014) e dos “cerca de 55 milhões de euros” decorrentes do acórdão do TC, que ‘chumbou’ os cortes dos salários dos funcionários públicos acima dos 675 euros. “Há uma deterioração gravíssima do funcionamento do ensino superior”, não só por o Governo “não ter ainda dado indicação para a transferência dos 30 milhões que foram identificados em novembro”, mas também devido ao acórdão do
TC, que leva a que “seja necessário um financiamento na ordem dos 55 milhões”, afirmou Rendas. Em relação à decisão do TC, o presidente do CRUP revelou que as universidades vão pagar, a partir de julho, os salários aos funcionários sem os cortes impostos pelo Governo e, agora, declarados inconstitucionais. Essa reposição não foi feita já este mês porque, primeiro, teve que ser adotado “um conjunto de medidas técnicas”, justificou António Rendas. Apesar de ter contactado o Ministério da Educação e Ciência “logo que soube do acórdão”, o CRUP ainda não recebeu “qualquer resposta concreta” da tutela sobre “a maneira como essas verbas irão ser transferidas”. “É lamentável que esta situação se mantenha. Há um grande empenho por parte das universidades em viabilizar a qualidade da formação, da investiga-
ção científica, mas vemos com grande dificuldade o final deste ano letivo e a preparação do próximo”, criticou. Por isso, revelou Rendas, enquanto não houver “uma clarificação da dotação orçamental para 2014 e não se compreender como é que” vai ser feito “o reforço orçamental que corresponde à aplicação do acórdão do TC”, o CRUP “decidiu suspender a sua participação” no grupo de trabalho criado pelo Governo que tem como objetivo refletir sobre a fórmula de financiamento do ensino superior para 2015. “Mantemos o diálogo com a tutela, não se trata de uma situação de rutura. Trata-se da clarificação de posições de ambas as partes dentro da responsabilidade de cada uma delas”, até porque “não faz sentido nenhum estar a fazer um desenho de uma fórmula sem se perceber exatamente em que dotação é que ela se aplica”, concluiu.
O adjetivo “fácil” foi o mais usado pelos alunos da escola Delfim Santos, em Lisboa para classificar o exame de hoje de Português do 9.º ano, explicando que tinha “perguntas de gramática do 6.º ano” e textos “bué fáceis”. A prova começou com uma entrevista de Carlos Vaz Marques a Mário de Carvalho. “Fácil”, garantiu Joana Fonseca, que não precisou dos 30 minutos extra para terminar o exame, que trazia também um outro texto de Machado de Assis. No final, foi pedido aos cerca de 106 mil alunos do 9.º ano que dessem a sua opinião sobre a função do humor na sociedade. Sem estrofes de “Os Lusíadas” para analisar nem excertos de “O Auto da Barca do Inferno”, os alunos da escola Delfim Santos saíram da prova contentes. “Os textos foram ‘bué’ fáceis”, disse Jéssica Silva, mostrando o enunciado da primeira prova realizada este ano pelos estudantes do 9.º ano. As perguntas de gramática também surpreenderam a maioria dos alunos pela positiva. Desde que saiu de casa até chegar à escola, Jéssica fez todo o percurso “a cantar as conjugações para não as esquecer”. Mas, quando recebeu o enunciado percebeu que aquela tinha sido uma tarefa inglória: “Estudei bué horas, revi a gramática toda e, afinal, as perguntas eram muito fáceis. Até um aluno do 6.º ano conseguia responder a este exame”, disse. “Saíram antónimos e sinónimos, depois tínhamos de substituir um nome por um pronome pessoal. Era matéria do 5.º ano”, corroborou a colega Magda Pereira. Para Magda, a prova deste ano foi bem mais acessível do que a do ano passado, mas a estudante admite que alguns alunos possam vir a ter surpresas quando as notas forem afixadas na pauta. Muitos estudantes daquela escola no bairro de Benfica saíram da prova logo às 11h00, mas alguns optaram por sair apenas às 11h30. À saída explicaram que tinham feito a composição na folha de rascunho e a meia hora serviu precisamente para passar a composição e voltar a rever as respostas dadas.
economia
Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
Mais de metade das novas pensões atribuídas pela CGA o ano passado
Reformas antecipadas Diz Wolfgang Schäuble
“Sem nenhuma preocupação com Portugal”
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, mostrou-se, ontem, em Albufeira, “absolutamente confiante” em Portugal e com a decisão do Governo de abdicar da última tranche do empréstimo da «troika». “Não tenho nenhuma preocupação com Portugal, que está muito bem. Estou absolutamente confiante no que o Governo português está a fazer”, disse Wolfgang Schäuble, reforçando: “acho que foi a decisão certa. Portugal é que toma as suas decisões, mas concordamos totalmente, já que a alternativa era ter um prolongamento do programa.”
Em linha com Europa
Bolsa de Lisboa fecha com ligeira subida
O principal índice da bolsa portuguesa (PSI20) encerrou a sessão de ontem a subir 0,11% para 7.202,49 pontos, em linha com a Europa, beneficiando da valorização significativa da Portugal Telecom (PT). Das 20 cotadas no índice de referência português, oito cresceram, um ficou inalterado face à cotação da véspera (os CTT, nos 7,75 euros), e os restantes 11 desvalorizaram. No resto da Europa, entre os principais mercados, os ganhos variaram entre os 0,18% de Londres e os 0,58% de Paris, num dia de valorizações ligeiras.
Das 20.330 novas pensões de aposentação e reforma atribuídas, 52% dizem respeito a processos de aposentações antecipadas. Mais de metade das novas pensões atribuídas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) no ano passado correspondem a reformas antecipadas, de acordo com o Relatório e Contas da Caixa Geral de Aposentações. De acordo com o documento, ontem tornado público, das 20.330 novas pensões de aposentação e reforma atribuídas, 52% dizem respeito a processos de aposentações antecipadas. A atribuição de um elevado número destas pensões é justificada pela CGA “pelo afluxo excecional” de pedidos de aposentação no final de 2012, na sua maioria de aposentação antecipada, depois do anúncio de um agravamento das condições de aposentação para todos os funcionários públicos que apresentassem o seu pedido após janeiro deste ano. Ainda assim, a penalização média pela antecipação da reforma subiu de 12,2% em 2012 para 14,6% em 2013. Apesar dos requisitos para a atribuição da aposentação antecipada se terem mantido inalterados de 2012 para 2013 (55 anos de ida-
2013. Das 20.330 novas pensões de aposentação e reforma atribuídas, 52% dizem respeito a processos de aposentações antecipadas de, desde que se tenha completado 30 ou mais anos de serviço), o cálculo da pensão agravou-se em 2013, nomeadamente na idade a considerar para a aplicação das penalizações por aposentação antecipada (que passou de 63,5 anos para 65 anos em 2013). Nas restantes pensões atribuídas no ano passado, 5.176 (25,6%) dizem respeito a aposentações voluntárias não antecipadas e que não dependem de verificação de incapacidade, de acordo com a CGA um dos números
mais baixos dos últimos 5 anos. Em 2013 foram formulados 21.379 novos pedidos de aposentação/ reforma, menos 55,3% de pedidos do que em 2012, mas a CGA respondeu no ano passado a um enorme fluxo de pedidos feitos no último trimestre de 2012 (29.815, dos quais 17.577 realizados durante o mês de dezembro). Por outro lado, dois em cada três pensionistas da Caixa Geral de Aposentações chamados a apresentarem-se a uma junta médica em 2013 foram considerados ap-
tos para trabalhar. Durante o ano passado foram presentes a uma junta médica, para avaliação da incapacidade para o exercício de funções, um total de 5.400 funcionários públicos, tendo 66% sido consideradas aptas para trabalhar, num total de 3.578 pessoas. O número de juntas médicas realizadas em 2013 subiu 24,5% face a 2012. Em 2012, foram chamadas 4.895 pessoas que estavam de baixa, tendo as juntas médicas considerado que 3.252 pessoas estavam aptas para se apresentarem ao trabalho.
Alterações nos suplementos remuneratórios
MAI garante que “ainda nada está decidido” O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou, ontem, que “ainda nada está decidido” sobre as alterações nos suplementos remuneratórios na Função Pública e que poderão afetar sobretudo a PSP, a GNR e as Forças Armadas. Uma notícia do Correio da Manhãm, publicada na sua edição de ontem, dá conta de que os suplementos remuneratórios na Função Pública vão deixar de ser atualizados com a progressão na carreira, de acordo com uma nova tabela que deverá ser aprovada esta quinta-feira e que se aplica a todos os trabalhadores do
Estado, sendo os mais afetados os agentes da PSP, os militares das Forças Armadas e da GNR. Segundo a notícia, os suplementos remuneratórios passarão a ter um valor mensal fixo, diferente do que acontece atualmente, em que a percentagem é calculada a partir do salário base, traduzindo-se numa redução na remuneração mensal dos funcionários públicos. Confrontado com a notícia, Miguel Macedo disse que “nada está decidido”. “Falarei quando tivermos a solução para isso. Não vou estar a fazer nenhuma antecipação em relação a essa situação e
não confirmo nada dessa informação. Ainda não tive oportunidade de ler com cuidado a notícia mas não vou fazer nenhuma consideração antes de a matéria estar decidida e nada está decidido. Não percebo os termos em que algumas dessas notícias têm saído. Os suplementos e subsídios não são todos determinados em percentagem. Não percebo qual é o problema”, disse aos jornalistas. O ministro da Administração Interna presidiu, ontem, à cerimónia de inauguração da 50.ª Esquadra da PSP de Cascais e da Esquadra de Turismo.
desporto
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
Hugo Almeida revela esperança de “voltar rapidamente” da lesão
“Obrigada a quem continua a acreditar” DR
Ontem, foi dia de folga. Hoje, Portugal volta ao trabalho com um treino aberto, para preparar o jogo de domingo. O avançado Hugo Almeida revelou, ontem, a esperança de “voltar rapidamente”, após ter saído lesionado na derrota de segunda-feira da seleção portuguesa frente à Alemanha, por 4-0, na primeira jornada do Grupo G do Mundial2014. “Estreia triste no Mundial mas ainda a tempo de recuperar. Espero estar de volta rapidamente, obrigado pelas mensagens e a todos os que continuam a acreditar em Portugal. Contem connosco”, lê-se na página oficial do avançado dos turcos do Besiktas no Facebook. Na segunda-feira, após o jogo da equipa das «quinas» frente à Alemanha, o médico da seleção portuguesa Henrique Jones revelou que a lesão de Hugo Almeida, que foi substituído aos 28 minutos, só deveria ser recuperável num período “entre 10 dias a três semanas”, tal como Fábio Coentrão. Os jogadores da seleção portuguesa cumpriram, ontem, um dia de folga. Hoje, realiza-se o segundo treino aberto, em Campinas, cujos bilhetes esgotaram em pouco menos de sete minutos. De acordo com a nota da prefeitura, os seis mil ingressos disponíveis para o treino, às 10h30 (14h30 em Lisboa), esgotaram em seis minutos e 54 segundos no sítio oficial do organismo. Entre as 12h00 e as 12h06.54, a página da prefeitura teve 361.950 acessos, com uma média de 855 acessos por segundo. A procura dobrou em relação ao primeiro treino, realizado na quinta-feira, o que de acordo com a diretora de Turismo da Prefeitura, Alexandra Caprioli, se deveu à mudança de horário das inscrições, que tinha sido às 7h00. 46 MILHÕES DE INTERAÇÕES
A derrota de Portugal frente à Alemanha motivou 46 milhões de interações na rede social Facebook, entre publicações, comentários, gostos e partilhas. Já na rede social Twitter, a partida entre por-
tugueses e alemães foi o segundo jogo do Mundial mais comentado, com 8,9 milhões de tweets, atrás do Brasil-Croácia (12,2 milhões de tweets), o jogo inaugural da prova. Os 46 milhões de publicações, comentários, gostos e partilhas no Facebook relativos ao Alemanha-Portugal foram feitos por 22 milhões de pessoas. Tanto no Facebook como no Tweeter, os dois jogadores mais comentados foram Thomas Muller (autor de um ‘hattrick’) e o português Cristiano Ronaldo, Bola de Ouro para melhor jogador da FIFA em 2013. Os três momentos da partida mais comentados foram, por ordem, o quarto golo da Alemanha (e terceiro de Thomas Muller, ao minuto 78), o momento do apito final (concretizando a pior derrota de sempre de Portugal num Mundial) e a expulsão de Pepe aos 37 minutos. Os comentários ao AlemanhaPortugal tiveram origem principalmente em Inglaterra, EUA, Indonésia, Alemanha e Tailândia. O outro jogo do Grupo G, entre o Gana e os EUA, que os norte-americanos venceram por 2-1,teve 4,2 milhões de tweets. MORREM POR FALTA DE DESCANSO
Brasil. “Estreia triste no Mundial mas ainda a tempo de recuperar. Espero estar de volta rapidamente”, disse Hugo Almeida, no Facebook
800 FUTEBOLISTAS CONTROLADOS
Nenhum caso positivo de doping no Mundial
A FIFA anunciou que 800 futebolistas das 32 seleções que participam no Mundial2014, se submeteram a análises de sangue e urina antes do início da competição, não tendo sido registado nenhum caso positivo de doping. O organismo que superintende o futebol mundial, que pela primeira vez utiliza o
passaporte biológico, refere que o número de futebolistas testados antes de 12 de junho corresponde a 91,5 por cento dos incluídos nas listas definitivas. De acordo com o regulamento antidopagem da FIFA, os restantes futebolistas poderão realizar análises a qualquer momento durante o Mundial, que termina a 13 de junho. Além dos controlos prévios, em cada jogo do Mundial dois jogadores de cada equipa efetua análises para deteção de substâncias proibidas.
Por outro lado, pelo menos três adeptos chineses morreram depois de passarem várias noites sem dormir para verem em direto os jogos do Mundial, segundo os media oficiais chineses. O primeiro caso, noticiado na segunda-feira, envolveu um jovem de 24 anos que morreu repentinamente na madrugada de sábado em Suzhou, no leste da China, quando assistia ao jogo entre a Espanha e a Holanda. O segundo caso, noticiado ontem, diz respeito a um homem de 51 anos, que morreu de ataque cardíaco em Dalian (noroeste), quando assistia ao mesmo jogo. Também noticiado ontem, o terceiro caso envolveu um adepto de 39 anos que morreu no domingo em Xangai (sudeste), durante o jogo entre o Uruguai e a Costa Rica. Estas cidades chinesas têm uma diferença horária média de 11 horas em relação ao Brasil, pelo que os jogos do Mundial são transmitidos no país durante a madrugada.
Formação do Sporting em destaque
Oitavo lugar A formação do Sporting surge no oitavo lugar num «ranking» de 821 clubes que contribuíram para o desenvolvimento de jogadores selecionados para o Mundial2014. O «ranking» foi elaborado pelo Observatório do Futebol (CIES Football Observatory) e lista os clubes cruzando duas variáveis: o número de jogadores da sua formação presentes no Campeonato do Mundo e o número de jogos realizados por estes jogadores «mundialistas» na equipa principal do clube até aos 23 anos. No topo da lista surgem os holandeses do Feyenoord, com nove jogadores no Mundial treinados na sua formação e 882 jogos na equipa principal de «mundialista»” enquanto eram sub23. Seguem-se o FC Barcelona, o Dínamo Zagreb, o Ajax, o Lille, o Manchester United e o Deportivo Saprissa. O Sporting surge no oitavo lugar do ranking, com oito «mundialistas» formados no clube (Beto, Nani, William Carvalho, Rui Patrício, Cristiano Ronaldo, Miguel Veloso, João Moutinho e Varela) e 502 jogos de jogadores sub-23. Quatro lugares depois, no 12.º posto, aparece o FC Porto, com sete jogadores da formação e 471 jogos de sub-23. Já o Benfica consegue apenas a 82.ª posição, com um jogador e 353 jogos de sub-23 (João Pereira).
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
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ASSUMIR RESPONSABILIDADES… Muitos comentários relativos à prestação da seleção nacional de futebol opinam que o verdadeiro problema não foi ter-se perdido com a Alemanha. O verdadeiro problema foi ter-se perdido por muitos que podiam ter sido mais. Assim sendo, as causas da derrota não estão no domínio da tática mas sim no domínio da estratégia. Gustavo Pires* Atempadamente, uma vez conhecido o quadro de apuramento dos oitavos, era necessário haver capacidade de decisão estratégica para, perante os mais diversos circunstancialismos (condição física, controlo emocional, organização tática, adversários, condições climatéricas, objetivos da equipa, organização, etc.), assumir que o jogo com a Alemanha estava perdido. Em conformidade, do ponto de vista estratégico, o jogo cingia-se tão só a conseguir que fosse o menos mau possível e, se por vontade dos deuses surgisse uma oportunidade, “fazer uma flor”. Portanto, tratava-se de perder pelo mínimo e, se possível, empatar o jogo. Pelo que se ficou a saber só um espírito perfeitamente delirante podia alguma vez pensar que Portugal tinha alguma hipótese de ganhar à Alemanha. O problema é que o País em geral e a Federação em particular, por obra e graça da comunicação social, entraram num completo delírio. Ganhar à Alemanha passou a ser tão só dependente do joelho de Ronaldo. Infelizmente, aos doze minutos de jogo, os portugueses ficaram a saber que, no estado atual de organização do futebol nacional, é mais fácil pagar a dívida pública do que ganhar um jogo de futebol contra a Alemanha. E não nos venham dizer que a culpa foi dos penteados do Veloso, das poses do Cristiano, das tatuagens do Meireles ou das cabeçadas do Pepe. A responsabilidade está bem a montante de todos estes percalços. A responsabilidade está na ausência de pensamento estratégico que compete aos dirigentes e técnicos da Federação. O pensamento estratégico, no abstrato da oposição das partes, na agonística do jogo, na dialética de vontades e na soma nula do resultado, abre um vasto campo de reflexão que deve suportar o processo de tomada de decisão nas suas dimensões política e técnica. Quer dizer, o pensamento estratégico antecede em tempo e oportunidade o sistema de jogo enquanto conjunto tático de modelos (4.4.2; 4.3.3; 4.2.3.1; etc.) que, em interação dinâmica, estruturam e dão um sentido de finalização à equipa. O pensamento estratégico pode não servir para ganhar jogos mas servirá certamente para saber como evitar derrotas estrondosas absolutamente desnecessárias. Assim sendo, a derrota de Portugal, uma espécie de Alcácer-Quibir do futebol nacional, tinha sido perfeitamente evitável se as deficiências e dificuldades da seleção portuguesa, em função dos circunstancialismos da COPA, tivessem sido ajustadas às capacidades e competências da seleção alemã. Quer dizer que, os campeonatos já não se jogam como outrora na ludicidade da competição. O jogo é muito mais do que a competição propriamente dita. Ora, a equipa nacional estava preparada para competir mas, os dirigentes, os técnicos e os jogadores revelaram não estar preparados para jogar. Assim sendo, a arte do treinador, que se traduz na sua atitude estratégica relativamente à preparação de cada jogo em particular e no campeonato em geral, é uma questão fundamental na organização da vitória. Quer dizer, na dialética de confronto de cada jogo em particular e do campeonato em geral, o treinador, tem de decidir em função das forças e fraquezas do adversário e tentar surpreende-lo através das suas próprias forças e fraquezas. E foi o que Joachim Low fez relativamente a Portugal. Foi bom que o Ministro Marques Guedes ao lado da Chanceler Merkel tivesse passado pela vergonha que passou. Ele enquanto, membro do Governo, é o principal responsável pelo estado de desorganização total em que se encontra o desporto nacional.
Durão Barroso aprova opção do Governo português
“Fez muito bem” em dispensar a última tranche do empréstimo O presidente da Comissão Europeia diz que o Governo “fez muito bem” em dispensar a última tranche do empréstimo da ´troika’, até porque já dispõe de “condições financeiras” que o permitam fazer. “Se agora, por causa das decisões do Tribunal Constitucional (TC), se tivesse de prolongar mais o programa [de ajustamento], isso teria consequências talvez em termos de falta de confiança dos mercados. E portanto acho que o Governo fez muito bem, e fez bem porque felizmente Portugal tem hoje uma confiança que não dispunha há algum tempo atrás, e já tem condições financeiras para dispensar esta última tranche”, disse Barroso aos jornalistas em Albufeira, no Algarve. O presidente do executivo comunitário falava à margem do segundo dia de trabalhos das “jornadas de estudo” do Partido Popular Europeu (PPE) em Portugal, que findam na quarta-feira no Algarve. A ministra das Finanças anunciou na semana passada que o Governo abdicou de “receber o último reem-
bolso do empréstimo” por não querer solicitar “uma nova extensão que reabrisse o programa com a ‘troika’”. Pedir a continuação do programa de assistência teria sido “bastante penalizador” para Portugal, acredita Barroso. A “confiança” e “margem financeira” do país levaram a que o Governo pudesse tomar uma decisão “que há algum tempo atrás” não seria possível, reforçou. A baixa dos juros para que Portugal se financie nos mercados é bom sinal e prova de que o programa de ajustamento funcionou nesse sentido, mas há agora “muito mais coisas a fazer”, nomeadamente “criar as bases para um crescimento sustentável” e acabar com “níveis tão elevados de desemprego”. Para Durão Barroso, o Governo mantém também presente o sinal “indispensável” para a Comissão Europeia de que vai cumprir as suas obrigações “independentemente do programa”. “Como sabem, há um tratado, o tratado orçamental, que obriga os governos (...) coletivamente na
União Europeia”, advertiu o presidente da Comissão. O presidente da Comissão Europeia destacou ainda que “seria bom” haver entendimentos “pelo menos de médio prazo” entre os principais partidos de Portugal. “Seria bom, na minha perspetiva, que as principais forças políticas se entendessem num plano de longo prazo, ou pelo menos de médio prazo. Porque há muitas medidas que requerem um consenso que vai além do governo que conjunturalmente tem a responsabilidade do país”, explicou. Durão Barroso lembrou que Portugal “estava à beira do abismo” e conseguiu sair desse cenário embora ainda com trabalho pela frente. “Agora Portugal conseguiu sair desse abismo. Não estamos na situação de emergência em que estávamos há algum tempo atrás. Mas há muito trabalho a fazer ainda no futuro”, ressalvou, antes de apelar a um entendimento de “pelo menos” médio prazo, o que, acredita, se irá “impor naturalmente” a seguir às próximas eleições legislativas.
Gestão do Parque Habitacional da Câmara do Porto
Assembleia aprova novo regulamento A CDU considera que o novo Regulamento de Gestão do Parque Habitacional da Câmara do Porto “é melhor do que anterior” e o PSD entende que o documento “prima por uma visão assistencialista”. O regulamento foi aprovado pela Assembleia Municipal do Porto na noite de segunda-feira com os votos favoráveis do PS e do grupo Porto, O Nosso Partido (PONOP), afeto ao presidente da Câmara, Rui Moreira. PSD, CDU e Bloco de Esquerda votaram contra e o social-democrata Alberto Machado, presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, absteve-se. O deputado Artur Ribeiro sustentou que matriz utilizada para a atribuição de uma casa camarária “tem que ser aprovada pela Assembleia Municipal”, considerando que, de outro modo, não faz sentido aprovar o regulamento. A bloquista disse que o anterior regulamento pecava por ser “anacrónico”, ao passo que o novo “está muito distante” do que devia ser. “Tem que ser mais depurado” para lhe ser retirado o que ainda tem de discricionário, considerou. O social-democrata Luís Artur afirmou que devia ter sido feito “um esforço” para uma solução consensual e referiu que o documento “prima por uma visão assistencialista”, desvaloriza as juntas de freguesia no processo de atribuição de casas municipais e prevê a “sucessão hereditária direta, para sem-
pre”, o que, no seu entender, é errado. Luís Artur Ribeiro considerou, tal como a CDU, que “a matriz é para ser aprovada pela Assembleia Municipal”, o que, no seu entender, seria “transparente”. O deputado Pedro Moutinho, do PONP, Saudou a “visão dinâmica” do executivo camarário sobre o que é a habitação social. “O que vejo neste documento é que este executivo soube perceber o contexto em que o Porto vive e dar um sinal de estabilidade social, afirmou Pedro Moutinho. O mesmo deputado ressalvou que “a habitação social não deve ser para sempre”, declarando-se a favor de “uma visão da sociedade em que o elevador social tem de funcionar” e da “autodeterminação” dos cidadãos. “Gostaríamos que não houvesse candidatos à habitação social”, declarou, por seu lado, o socialista Gustavo Pimenta, considerando, ainda que o novo regulamento difere do anterior por não ser discricionário, o que é um ponto a seu favor. O vereador Manuel Pizarro realçou que a “oferta de habitação social é inferior às necessidades” e que a Câmara pretende “promover o elevador social e não expulsar pessoas dos bairros camarários”. Pizarro disse ainda que a matriz, que a CDU e o PSD defenderam que devia ser aprovada pelos deputados municipais, “é uma falsa questão a partir do
momento em que ele está disponível na internet”. O vereador destacou que a Câmara pretende avançar com um “plano de melhoramento das ilhas” e recuperar as casas que possui no Centro Histórico. Pizarro revelou também que haverá “tolerância zero ao tráfico de droga nos bairros sociais”. Por seu lado, Rui Moreira acrescentou que a Câmara procurou “diminuir a discricionariedade e ter em conta a realidade social da cidade”. “Não vamos pôr as pessoas fora de casa neste momento”, concluiu o presidente. Relativamente às contas, a Assembleia Municipal do Porto aprovou a primeira revisão ao orçamento camarário deste ano, que sobe de 184,5 para 199,8 milhões de euros por incorporação parcial do saldo de gerência da autarquia relativo a 2013. O saldo foi de 23,6 milhões, dos quais 15,3 milhões vão ser aplicados para reforçar o orçamento para 2014. Em contrapartida, o executivo reviu em baixa a sua “previsão de receita com a alienação de património municipal” e de “receita cobrada ainda em 2013”. “Face à conjuntura económica do país”, as receitas extraordinárias previstas com a venda de terrenos e edifícios sofreram um corte “por uma questão de prudência”, alegou o executivo presidido por Rui Moreira.