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SELEÇÃO JÁ ESTÁ NA SUÉCIA Trio Real regressou ao relvado e integra hoje treino de adaptação

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

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DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLV | N.º 234

Segunda-feira, 18 de novembro de 2013

BLOCO APRESENTA QUATRO MEDIDAS PARA COMBATER A POBREZA INFANTIL

EXEMPLO n O Bloco de Esquerda apresentou quatro propostas de alteração ao OE2014 para combater a pobreza infantil relativas à reposição do abono de família e dos passes de crianças. ”Quase três em cada 10 crianças em Portugal vive em situação de carência, número que sobe para cinco em cada 10 para situações de famílias monoparentais, mas o risco sobe ainda para mais de sete crianças em cada 10 para agregados que são afetados pelo desemprego”, destaca Catarina Martins.

PINA RECORDADO

JERÓNIMO acusa Governo de ser “um pau-mandado ao serviço dos grandes interesses”

CÁRITAS regista um aumento de 20% nos pedidos de ajuda das famílias portuguesas

Museu de Imprensa promove hoje, dia em que o escritor fazia 70 anos, uma leitura de poemas. O “Clube dos Amigos à Espera do Pina” também é hoje apresentado na biblioteca Almeida Garrett no Porto

JOVEM do Tourizense morre em campo num jogo do Campeonato Nacional de Seniores


local Porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Manuel Pizarro anuncia recandidatura à concelhia do PS

Iniciativas culturais prometem animar 17 espaços da cidade

“Quem manda no Porto são os do Porto” O líder da concelhia do PS/Porto, Manuel Pizarro, anunciou a sua recandidatura ao cargo, querendo "reforçar a abertura do partido à sociedade" e avisando que "quem manda no Porto são os do Porto". Manuel Pizarro escolheu a sede da distrital do PS/Porto para a cerimónia oficial de apresentação da candidatura à concelhia - intitulada "Primeiro, o Porto"

PS/PORTO. Manuel Pizarro quer continuar a dirigir os destinos da concelhia, reforçando a “abertura do partido à sociedade” - onde garantiu o reforço da voz do concelho e a manutenção da bandeira da Regionalização. "Eu sou socialista com orgulho e o facto de eu achar essencial que o PS se abra à sociedade não me faz abdicar dos meus ideais, dos meus princípios e não me faz abdicar da minha militância. Estas eleições são mais um momento para darmos uma resposta essencial, que eu não tenho dúvidas que será dada no próximo dia 07 de dezembro nas eleições. É que quem manda no Porto são os do Porto", enfatizou. O vereador do PS na Câmara do Porto explicou que a "candi-

datura à concelhia foi construída pelos militantes do Porto, pelas pessoas da cidade do Porto". "Não é portadora de nenhuma mensagem exterior e não é portadora de nenhuma ideia que não seja a de fazer aquilo que o nosso lema exprime muito melhor do que qualquer discurso que possamos fazer: primeiro, o Porto", sintetizou. Para concretizar o objetivo de "reforçar a abertura do PS à sociedade", Pizarro quer "criar duas novas estruturas no PS" que já lidera atualmente: um Fórum da Cidade - que reunirá militantes do PS e independentes para

debater continuamente - e um Gabinete de Estudos. "As eleições não tiveram o resultado que ambicionávamos mas a verdade é que todos sentimos que o PS saiu prestigiado do combate eleitoral. Temos que reforçar a ligação do PS a todos os setores da cidade do Porto", defendeu. O recandidato à concelhia falou ainda do acordo de governação que o partido fez com o presidente independente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerando que esta coligação foi baseada "em princípios, que favorecem o PS e que favorecem a cidade do Porto". "Acordo que honra a melhor tradição do PS. Nós não existimos para ter o poder. Nós ambicionamos ter o poder para concretizar as nossas ideias, os nossos valores", afirmou, perante uma ovação da sala. Pizarro considera que o PS não pode esquecer nunca os valores e os ideais mas também não pode "nunca deixar de assumir uma relação leal com o parceiro de coligação". "É assim que nós estamos na vida: com firmeza nas nossas convicções e com lealdade nos nossos comportamentos. Seria um gravíssimo erro que nós tomássemos agora uma decisão em relação à concelhia que comprometa essa firmeza e essa lealdade, que é indispensável à maneira como o partido se apresenta na sociedade portuguesa", alertou.

Escritor Manuel Pina comemorava hoje 70 anos

Museu de Imprensa promove leitura de poemas Um grupo de mais de 30 pessoas vai formalizar, em breve, a constituição do Círculo Literário e Artístico Manuel António Pina, anunciaram dois dos fundadores desta associação, que pretende promover a figura do escritor e jornalista. O anúncio é feito quando passam, hoje, 70 anos do nascimento do escritor, falecido o ano passado, uma data que será assinalada com diversas iniciativas que incluem leitura de poemas em cafés e locais que Pina frequentava, no Porto. Agostinho Santos, artista plástico e jornalista, e Luís Humberto Marques, diretor do Museu da Imprensa, afirmam que “o leque de fundadores ainda não está fechado”, mas quiseram anunciar na altura do aniversário do escritor. Os artistas José Rodrigues, Armando Alves, Graça Morais, os jornalistas Sérgio Almeida, Fernando

Martins, Leite Pereira e Manuel Tavares, o diretor da Faculdade de Belas Artes, Francisco Laranjo, o presidente da cooperativa Árvore Amândio Secca, o subdiretor do Museu Reina Sofia, João Fernandes, a presidente do Instituto Politécnico do Porto, Rosário Gambôa, e os familiares diretos de Manuel António Pina, são algumas das pessoas anunciadas como integrando esta iniciativa. O objetivo da associação é “promover sem fins lucrativos e por todos os meios ao seu alcance, o desenvolvimento de atividades culturais e científicas relacionadas com a vida e obra do jornalista e escritor Manuel António Pina”. A edificação de um busto na cidade, que conta com a oferta de José Rodrigues para a conceção, é uma das primeiras iniciativas em ideia, revelou Agostinho Santos. Hoje, dia em que o escritor faria 70

anos, o Museu de Imprensa promove a leitura de dez poemas em sete locais frequentados pelo escritor, numa iniciativa intitulada “7 X 10 - Homenagem a Manuel António Pina”, que inclui também o descerrar de placas de homenagem. O périplo poético que, do Museu, passa, a partir das 12h00 horas, pela padaria Ribeiro, Livraria Lello, café Piolho, estação de metro da Trindade, terminando nos cafés Orfeuzinho e Convívio, local onde a leitura caberá ao ator António Capelo. Neste local, haverá também um momento de fado, com Helena Sarmento, que interpretará “saudades da Prosa, de Manuel António Pina. Esta iniciativa do Museu Nacional da Imprensa será acompanhada do lançamento de milhares de panfletos com poemas de MAP, em diversos locais da cidade do Porto.

Entretanto, foi fundado o "Clube dos Amigos à Espera do Pina", por dez amigos do escritor como forma de preservar a sua memória e promover a sua literatura, que será também apresentado hoje, na biblioteca Almeida Garrett, no Porto. Este clube pretende preservar a memória do escritor que morreu há um ano, "promover a sua literatura" e, nas datas do seu aniversário, organizar "uma sessão evocativa" em sua homenagem. Ontem, o museu inaugurou no Sabugal uma exposição intitulada “Lugares – Homenagem a Manuel António Pina, composta por cinco núcleos: Infância, Literatura Infanto-Juvenil, Teatro, Poesia e Jornalismo. Ficará patente até 31 de janeiro de 2014 e servirá de base a um Concurso Escolar dirigido a todas as escolas do distrito da Guarda.

Festival MEXE II arranca hoje no Porto

O festival MEXE II - Encontro de Arte e Comunidade, arranca hoje no Porto, com uma série de iniciativas artísticas, promovidas pelo Espaço de Contacto Social e Cultural (PELE), que prometem animar 17 espaços da cidade, durante uma semana. No primeiro dia do encontro serão inauguradas, nas estações de metro de S. Bento e Trindade, a exposição fotográfica "3 Sítios a Mexer", de Paulo Pimenta, e o trabalho fotográfico "À Flor da Pele", de Alexandre Sampaio, acolhendo ainda o espetáculo de dança inclusiva "A_Ju_Dança". A peça teatro "M.E.T" e uma Mostra de Vídeos documentais na Fábrica da Rua da Alegria são também algumas propostas para hoje. O quinto dia do evento leva, à mesma Fábrica, o espetáculo de dança "A Construção", protagonizado por reclusas do estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo. Quem visitar o festival no sábado vai poder assistir ao musical "Outra voz", do Coro Comunitário de Guimarães, e à oficina "Percussão Corporal", dinamizada pelo Serviço Educativo da Casa da Música. A peça "Senalonga", do grupo teatral de Seia com a adaptação de uma obra de Avelino Cunhal, é uma das iniciativas a encerrar a semana de atividades no dia 24. Na programação deste evento bienal, que procura promover o diálogo e o encontro entre participantes de diferentes territórios, constam 47 ações entre as quais, teatro, dança, música, oficinas e exposições. "É o intercâmbio e partilha entre projetos artísticos comunitários, nacionais e internacionais, olhando e sentindo a arte como um espaço privilegiado de encontro e diálogo entre as pessoas e os territórios", explicou o diretor artístico da PELE, Hugo Cruz. Nesta segunda edição, vão estar representados sete países e 12 cidades portuguesas com a participação de 600 pessoas. "Esperamos que o público corresponda ao envolvimento de tanta gente que, de forma voluntária e através da arte, vai falar sobre o que é a sua identidade, o que são as suas urgências e o que é, na verdade, aquilo que caracteriza as suas rotinas diárias", explicou Hugo Cruz.


regiões

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013

O Primeiro de Janeiro | 3

Paragem de obras em escola de Alverca por decisão governamental muito criticada

Seis milhões de euros a degradarem-se Câmara de Vila Franca de Xira está disponível para concluir as obras começadas pela Parque Escolar na Secundária Gago Coutinho. 103 doses apreendidas entre Cacilhas e Lisboa

Haxixe nos barcos A Polícia Marítima e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras apreenderam 103 doses de haxixe e levantaram 17 autos de notícia numa operação levada a cabo nas carreiras fluviais entre Cacilhas e Lisboa. Em comunicado ontem divulgado, a Polícia Marítima anunciou ter efetuado na madrugada de 16 de novembro, em pareceria com o SEF, uma operação no âmbito da prevenção e combate à criminalidade e emigração ilegal, nas carreiras fluviais da Transtejo, entre Cacilhas e Lisboa. Desta ação policial resultou a apreensão de 103 doses de haxixe e foram levantados 17 autos de notícia, por posse de estupefacientes para consumo, remetidos para a Comissão de Dissuasão da Toxicodependência de Setúbal. Foram identificadas cerca de seiscentas e trinta pessoas, entre nacionais, comunitários e extra comunitários, dois dos quais em situação irregular no território nacional, pelo que foram notificados pelo SEF para abandonar o País. Nesta ação estiveram envolvidos 26 elementos da Polícia Marítima e 6 do SEF, 8 viaturas e 2 meios náuticos, tendo sido fiscalizadas 6 carreiras fluviais. O Comando Local da Polícia Marítima de Lisboa prevê a realização de outras ações similares em todos os transportes fluviais do Rio Tejo.

As infraestruturas construídas pela Parque Escolar na Escola Secundária Gago Coutinho (ESGC), em Alverca, orçadas em mais de seis milhões de euros, estão sem uso e a degradar-se, situação que prejudica o normal funcionamento das aulas de 1300 alunos. O alerta é feito pela direção da escola, associação de pais e Câmara de Vila Franca de Xira, que criticam o facto de as obras estarem suspensas há quase dois anos - decorreram de março a dezembro de 2011 -, por decisão governamental, após a conclusão da primeira das três fases da empreitada, que tinha um prazo de execução de 18 meses e estava orçamentada em mais de 17,7 milhões de euros. “Temos alguns espaços oficinais, da área da informática e da educação física, porque há um ginásio que já está construído, mas que não podemos utilizar. Estão construídas salas de aulas fundamentais que não estão a ser usadas. Continuamos a utilizar instalações já degradadas, muitas delas com salas exíguas que, com o aumento do número de alunos por turma, criou dificuldades de espaço para terem as aulas”, sublinhou Sérgio Amorim, diretor da Escola Secundária Gago Coutinho (ESGC). O projeto inicial da Parque Escolar contemplava a construção de um novo bloco com salas de aulas, oficinas, refeitório e ginásio, mas previa também obras de recuperação das atuais instalações, que têm cerca de três décadas, mas que nunca avançaram. Assim que se entra nos blocos das salas de aulas é visível o acentuado abatimento dos pisos, que levou à abertura de fendas no chão e nas escadas. Em relação à cozinha, o diagnóstico também é bastante negativo. “O refeitório já tem 30 anos, os equipamentos já estão todos obsoletos e temos, sistematicamente, que os mandar arranjar. O refeitório não está ade-

quado às necessidades atuais”, reconheceu Sérgio Amorim. MEC não comenta situação

A nova direção da associação de pais da ESGC, que tomou posse há meio ano, é também muito crítica quanto à paragem das obras. “Deparamo-nos com uma situação de seis milhões de euros que não estão a ser utilizados e que estão parados. Não podemos concordar com uma situação destas. (…) Não podemos compreender que, estando instalações novas feitas, estejam fechadas e, ainda por cima, estejam a criar constrangimentos ao resto da escola”, criticou José Vieira, representante da associação de pais. “Neste momento, grande parte do espaço escolar está fechado e os alunos não têm acesso a ele. Há campos de prática desportiva que estão cortados ao meio, além das questões de segurança que são inerentes a todo este processo”, alertou José Vieira. Em reação, o Ministério da educação referiu, apenas, que “o Orçamento do Estado está ainda em discussão e que neste momento não serão feitos comentários sobre escolas da Parque Escolar”, enquanto a empresa pública se limitou a dizer que as obras na ESGC “foram suspensas no final de 2011, devido a dificuldades financeiras”. À espera de uma resposta

Espera. Câmara de Vila Franca de Xira está disponível para concluir as obras na escola e aguarda pela decisão do Ministério da Educação e de Nuno Crato

Na Grande Lisboa

Detida e condenada rede de emigração ilegal

Elementos de uma rede criminosa de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos foram detidos e condenados, no âmbito de uma investigação levada a cabo pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), foi, ontem, anunciado. O grupo criminoso fabricava e fornecia documentação contrafeita a imigrantes ilegais de diversas naciona-

lidades, a troco de elevadas quantias em dinheiro, e atuava em Lisboa, Odivelas, Loures, Seixal e Queluz. Os criminosos também se dedicavam à angariação de cidadãs nacionais em situação precária para, a troco de dinheiro, contraírem casamentos de conveniências com estrangeiros tendo em vista a sua legalização. O principal arguido foi condenado a uma pena única de 5 anos e 6 meses de prisão, enquanto um segundo arguido viu-lhe ser aplicada a pena única de 5 anos e 3 meses de prisão.

A Câmara de Vila Franca de Xira está disponível para concluir as obras na escola. “Não é compreensível que se tivesse feito o investimento que já se fez (…) e tudo o que foi construído se esteja a degradar. Já dissemos ao senhor ministro [Nuno Crato] que a Câmara Municipal está disponível para celebrar um contrato programa com o Ministério para ser a Câmara a assumir a obra e depois ser ressarcida pelo Ministério”, afirmou o presidente do município, Alberto Mesquita (PS), revelando que está à espera de uma resposta. O presidente da autarquia tem conhecimento de que existe um contencioso entre o consórcio a quem foi adjudicada a obra e a Parque Escolar, mas considera que essa situação não inviabiliza a proposta do município.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Bloco de Esquerda apresentou propostas de alteração ao OE2014

Combate à pobreza infantil O BE apresentou quatro propostas de alteração ao OE2014 para combater a pobreza infantil relativas à reposição do abono de família e reposição dos passes de crianças. "Quatro medidas sobre abono de família, majoração do abono de família em caso de desemprego e a reavaliação automática de escalão para acesso à ação social escolar, bem como a reposição dos passes para crianças e jovens como medidas mínimas, urgentes e exigentes para combater a pobreza infantil", afirmou a coordenadora do BE Catarina Martins, em conferência de imprensa na sede do partido. Segundo explicou, estas quatro propostas estão entre o

Segundo dados citados Catarinaontem Martins, Portugal é neste BLOCO. Catarina Martinspor apresentou medidas momento o país da zona Euro com amaior número de crianças concretas que permitem combater pobreza infantil conjunto de alterações que o BE apresentou ao Orçamento do Estado para 2014 e são "diretamente vocacionadas para a infância". Assim, uma das propostas o BE vai no sentido de repor o abono de famílias às cerca de 600 mil crianças que deixaram de o receber em 2010, bem como a majoração dos dois primeiros escalões desta prestação. Outra das propostas do BE é para a reavaliação automática do escalão de abono de família para efeitos de ação social escolar. Conforme explicou Catarina Martins, neste momento quando uma família perde rendimentos tem de esperar um mínimo de 90 dias desde a prova anual de rendimentos até pedir um novo

escalão. "Quando os rendimentos da família têm uma quebra, essa situação tem de ser reavaliada automaticamente e inserimos um prazo de diferimento tácito em 30 dias", adiantou a coordenadora do BE. A terceira alteração ao Orçamento do Estado para 2014 apresentada pelo BE é para a majoração do abono de família em 20 por cento nos agregados que estão afetados pelo desemprego. "Quase 3 em cada 10 crianças em Portugal vive em situação de carência, segundo um estudo da UNICEF, número que sobe para 5 em cada 10 para situações de famílias monoparentais, mas o risco sobe ainda para mais de 7 crianças em cada 10 para agregados que são afetados

pelo desemprego", frisou Catarina Martins, considerando que se as famílias monoparentais já têm uma majoração de 20 por cento do abono de família, isso também deve acontecer para as famílias que são afetadas pelo desemprego. Como quarta medida, o BE defende a reposição dos passes 4-18 e sub23 para os transportes públicos. Enfatizando que Portugal é o único país da Europa em que uma criança de quatro anos paga exatamente o mesmo que um adulto para andar de metro ou de autocarro, Catarina Martins considerou que se trata de uma situação que "não é aceitável". "O que o BE propõe é que todas as crianças voltem a ter acesso a 50 por cento de desconto no passe", disse. De acordo com a coordenadora do BE, estas quatro propostas "têm um impacto financeiro relativamente diminuto no Orçamento do Estado", mas "são medidas que podem significar o apoio de 50 euros por mês a famílias que neste momento têm rendimentos de 700 euros". Embora sem quantificar o peso das quatro medidas, Catarina Martins adiantou apenas que "juntas são cinco vezes menos do que o Estado gastou este ano em SWAP" e que quando o abono de família foi retirado a 600 mil famílias e acabou a majoração para os dois primeiros escalões, isso significou uma poupança inferior a 300 milhões de euros.

Jerónimo de Sousa (PCP) acusa Governo de ser um “pau-mandado”

“Castiga os mesmos do costume” O secretário-geral do PCP acusa o Governo de ser “um pau-mandado ao serviço de grandes interesses” e de “castigar os mesmos do costume”. “O governo, neste momento, é um pau-mandado que está ao serviço de grandes interesses”, disse Jerónimo de Sousa, frisando que “a natureza” do Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) “revela bem” essa situação. Por isso, o líder dos comunistas questionou qual o objetivo do “esforço nacional” pedido aos portugueses pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para concluir o programa de assistência financeira. “Nós continuamos a fazer comparações que não são comparáveis. Mais um esforço, mais uma exigência sobre quem? Para quê? Porque esta é a questão fundamental que se coloca”, argumentou.

O Governo está a exigir algum esforço suplementar aos poderosos, aos grandes grupos económicos, ao setor financeiro? Está a pedir algum esforço? Não”, disse o secretário-geral do PCP. O líder comunista falava aos jornalistas em Évora, no final da tarde de ontem, depois de intervir na sessão pública do partido ”Basta de roubos e mentiras”, realizada no Palácio D. Manuel. Passos Coelho apelou, no sábado, para que todos os portugueses se aliem no esforço que o país está a fazer para concluir o programa de assistência financeira, independentemente do seu partido político. Questionado sobre este tema, Jerónimo de Sousa retorquiu hoje que o Governo, apesar de pedir esta aliança no esforço nacional para tirar o país da crise, só

aplica a austeridade “aos mesmos de sempre”, de que é exemplo o OE2014. “Todas as medidas que estão contidas no OE, aquilo que é estruturante”, passam por “penalizar, castigar os mesmos do costume”, ou seja, “os trabalhadores, reformados, desempregados, doentes”, aqueles que “menos têm e menos podem”, aos quais são exigidos “mais sacrifícios”. “É inaceitável pensar que este país recupera, que este país se desenvolve, sacrificando aquilo que é a força motora de qualquer economia, os trabalhadores e aqueles que trabalharam uma vida inteira”, sublinhou. Esse não é mais do que “o caminho para o desastre”, pelo que o apelo do primeiro-ministro “é apenas mais uma tentativa para dar cobertura a esta ofensiva tremenda que o OE2014

contém”, criticou Jerónimo de Sousa. E Portugal, defendeu o líder do PCP, não tem nada que se comparar à Irlanda: “Temos que olhar para a nossa vida” porque “a salvação nunca vem de fora e o exemplo nunca vem de fora”. Jerónimo de Sousa lembrou ainda que, depois de já terem sido “sacados 20 mil milhões de euros de austeridade sobre quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira”, os problemas do país persistem. “Já vimos que não resolvemos nem o problema do défice, nem da dívida ou do desemprego. Qual foi o resultado [da austeridade]? Agravamento, agravamento”, afirmou, contrapondo que, “se o resultado é este, há que provocar uma rotura com este caminho” traçado pelo Governo.

Ministro da Defesa e os consensos com o PS

“O interesse nacional está muito para lá de eleições"

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco defendeu ontem que o PS deveria manifestar uma “disponibilidade inequívoca” para consensos em torno da saída do programa de ajustamento português, independentemente de essa convergência vir a ser exigida pelos credores. Para o governante, que visitou empresas portuguesas que participam no Dubai Air Show – a maior feira aeronáutica do Médio Oriente, que hoje abriu portas -, “quanto maior for o consenso político e a estabilidade política, menos gravosa será a ida de Portugal aos mercados”. “O interesse nacional está muito para lá de eleições, de lugares (…) e quanto maior for essa perceção que os mercados têm quanto ao consenso e à estabilidade política que existe em Portugal, maior confiança terão em financiar a nossa economia. E, se essa confiança for elevada, menor será a taxa de juro que Portugal terá de pagar por esse financiamento que irá buscar aos mercados”, disse. Para Aguiar-Branco, o “interesse nacional” reclama, por isso, uma manifestação de “disponibilidade inequívoca” por parte do PS. “Quanto maior for o consenso político e a estabilidade política, menos gravosa será a ida de Portugal aos mercados (…) a taxa de juro será tanto menor quanto maior confiança terão quem nos empresta. E por isso, a forma como o PS responder a esta necessidade de consenso será muito importante para a forma menos gravosa de Portugal financiar a sua economia”, frisou. A forma como Portugal for capaz de projetar uma imagem de confiança será importante, no entender do governante, para que o país possa “ter a mesma saída que a Irlanda teve”. “Quando formos aos mercados, a taxa de juro que haverá disponibilidade para aplicar aos empréstimos que Portugal solicitar será tanto menor quanto maior for a estabilidade e o consenso político que os mercados eles próprios pressentirem que existe em Portugal”, reforçou.


economia

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013

O Primeiro de Janeiro | 5

Portugal com direito a «fatia» de 7,7 mil milhões de euros

Semana decisiva para PAC

Custos de transporte em África

Produtos 75% mais caros devido a fragilidades Os custos de transporte das mercadorias em África fazem os produtos encarecer 75%, conclui-se num relatório do African Development Bank Group, salientando-se a importância de integrar as vias de comunicação para aumentar o comércio global. “Sistemas de alfândega corruptos e restrições à entrada de produtos em novos mercados estão a bloquear o desenvolvimento do transporte multimodal”, pelo que “estes e outros impedimentos atrasam a carga, aumentam os custos de transporte internacional, e comprometem o sistema de logística de que depende o comércio global”, afirma o relatório da Africa Infrastructure Country Diagnostics, do Banco para o Desenvolvimento Africano, que analisa os portos e dos caminhos-de-ferro em África.

Plenário do Parlamento Europeu vota a reforma da política agrícola comum para 2014-20, com um orçamento total de 362,8 mil milhões de euros. O Parlamento Europeu deve aprovar, quarta-feira, a reforma da política agrícola comum para o período 2014-2020 que conta com um orçamento de 362,8 mil milhões de euros, dos quais 7,7 mil milhões destinados a Portugal. Da agenda da sessão plenária, que decorre entre 18 e 21 de novembro em Estrasburgo, consta igualmente a votação do quadro financeiro plurianual para os próximos sete anos, que conta com uma dotação de 959.988 mil milhões de euros para autorizações (3,5% inferior ao do período anterior) e 908.400 mil milhões de euros para pagamentos(-3,7%).

Estrasburgo. PE deve aprovar no PAC que conta com um orçamento de 362,8 mil milhões de euros, dos quais 7,7 mil destinados a Portugal

Para cada linha orçamental do orçamento comunitário, há dois tipos de dotações, as autorizações e pagamentos: as primeiras, referem-se ao valor que a UE se pode comprometer a gastar (por exemplo, assinar um contrato ou iniciar um procedimento de concurso) num determinado ano, enquanto os níveis de pagamento regulamentam os pagamentos reais feitos naquele ano. A votação, prevista para amanhã, foi adiada diversas vezes porque o PE considerou que não estavam preenchidas todas as condições necessárias para aprovar o documento, nomeadamente garantir que estivessem cobertos os pagamentos em falta para este ano. Com a aprovação deste quadro, os deputados europeus poderão votar também outros programas europeus como o Erasmus+, o programa-quadro de investigação e inovação Horizonte 2020 e o mecanismo Interligar a Europa que visa simplificar a concessão dos fundos no domínio dos transportes, energia e telecomunicações.

Grupo alemão investe no Alentejo

5 milhões de euros

Durão elogia «Roda da seda» moderna

O grupo alemão Lidl inaugurou uma nova loja e reabriu outras duas no Alentejo, no último mês, com a criação de cerca de 40 postos de trabalho, num investimento global de cinco milhões de euros. No espaço dos “últimos 30 dias, reabrimos as lojas de Santo André [Santiago do Cacém] e de Portalegre e abrimos a nova loja de Estremoz”, as quais

empregam, no conjunto, “cerca de 40 pessoas”, revelou, ontem, o administrador-delegado do Lidl em Portugal, Marin Dokozic. O responsável precisou que estas três apostas envolveram, ao longo deste ano, um investimento total na ordem dos cinco milhões de euros e que, em 2014, deverá abrir mais uma nova loja. “No próximo ano, está prevista a

Grande impacto económico para ambos

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, elogiou, ontem, a nova «Rota da seda» do século XXI reaproximando Ocidente e Oriente, num discurso proferido na Universidade Nacional da Mongólia, onde recebeu um doutoramento ‘honoris causa.’ “Uma das mais importantes lições que aprendemos é que, a par do importante contacto entre os governos, os contactos entre cidadãos e entre empresas são a Roda da Seda moderna, através da qual passam os valores”, referiu, num discurso divulgado em Bruxelas. No âmbito da reaproximação verificada no século XXI, José Manuel Durão Barroso anunciou ainda o apoio, nos próximos sete anos, da União Europeia (UE) à Mongólia, “num orçamento de cooperação de cerca de 60 milhões de euros”. O chefe do executivo comunitário lembrou também que a paz imposta pela dinastia Khan na Rota da Seda - nos séculos XIII e XIV garantiu, durante anos, que a Mongólia e a Europa estivessem “mais próximas do que se pensaria, olhando para o mapa” e permitiu “a troca de bens, tecnologia ideias e cultura”.

Angola vai construir ramal direto para Zâmbia Angola está a preparar a construção de um ramal direto para a Zâmbia na ligação de caminho-de-ferro entre Benguela e a República Democrática do Congo (RDC). Segundo o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, a ligação de Benguela ao município fronteiriço de Luau, atravessando Angola este a oeste, “é um projeto de grande impacto não só para a economia de Angola, mas para as dos dois países fronteiriços [a RDC e a Zâmbia]”. A ligação entre o porto de Lobito e a cidade do Luau significa mais do que os quase 1400 kms de linha férrea, tendo uma importância estratégica do ponto de vista político e económico.

abertura da nossa loja de Évora”, no centro comercial Évora Fórum, pelo que o funcionamento “está dependente” da conclusão da construção do mesmo. O administrador-delegado lembrou que, “só este ano”, o grupo alemão assumiu um investimento para Portugal que totaliza os 45 milhões de euros, objetivo que deverá ser atingido.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013

Humberto Coelho acredita que Portugal “vai carimbar passaporte” para o Brasil

“É importante marcar na primeira parte” DR

Portugal partiu para a Suécia, após treino na Luz com todos os jogadores disponíveis. «Vice» da FPF fala em “jogo muito difícil”. O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) Humberto Coelho considerou, ontem, importante a equipa das «quinas» marcar um golo ainda na primeira parte frente à Suécia para fazer cair a estratégia nórdica. Minutos antes de a seleção lusa partir para Estocolmo, o antigo selecionador acredita que Portugal “carimbará o passaporte” para o Campeonato do Mundo no Brasil, embora considere que a eliminatória ainda não esteja resolvida. “Estamos com uma vantagem. Vamos agora para a segunda parte da eliminatória. Vai ser um jogo muito difícil. Em casa, os suecos são muito fortes. Vai ser um jogo que vai exigir muita concentração, muita determinação e muito espírito de sacrifício. Penso que podemos ter espaço para os nossos jogadores mais criativos poderem fazer a diferença”, afirmou. Para Humberto Coelho torna-se fundamental Portugal marcar cedo um golo como forma de passar a pressão para cima da Suécia. “Temos que espreitar sempre a oportunidade de marcar um golo. Se isso acontecer irá desmoronar a estratégia da Suécia. Vamos tentar, mas sempre com uma grande concentração e com uma grande segurança defensiva. Penso que é importante marcar um golo na primeira parte, porque isso irá dar-nos uma certa tranquilidade”, asseverou. Completamente recuperado, Cristiano Ronaldo mantém o estatuto de «salvador» de Portugal. Para Humberto Coelho, o «capitão» da «equipa das quinas» está talhado para os jogos com elevada dose de pressão. “Cristiano Ronaldo não precisa deste jogo para mostrar que é o melhor do Mundo. Ele tem alegria em marcar golos. Espero que ele a tenha e marque. Cristiano Ronaldo tem todos os dias muita pressão, ele é pressionado de tal maneira que acaba por se libertar durante o jogo”, concluiu.

Todos os jogadores disponíveis

Depois do triunfo na sexta-feira, por 1-0, Portugal defronta na terçafeira, às 20h45 locais (19h45 em Lisboa), a Suécia no Friends Arena, em Solna, em jogo da segunda mão dos «playoffs» de apuramento para o Mundial, que terá a arbitragem do inglês Howard Webb. Os futebolistas portugueses que representam o Real Madrid, Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão, foram a principal nota de destaque no último treino da seleção portuguesa em solo luso antes da viagem para a Suécia. No sábado, os três jogadores não tinham trabalhado sob as ordens do selecionador Paulo Bento, tendo Cristiano Ronaldo e Pepe ficado no hotel e feito trabalho individualizado de ginásio, enquanto Coentrão pediu dispensa por motivos pessoais. Ontem, a sessão de trabalhos só começou verdadeiramente após a entrada de Cristiano Ronaldo no relvado do Estádio da Luz. Antes disso, parte do grupo realizou um pequeno treino de futvólei, no qual Bruno Alves, amante desta modalidade, foi uma das figuras. A importância de não sofrer golos

Mundial 2014. Portugal treinou no Estádio da Luz antes de partir para a Suécia onde vai tentar garantir o apuramento para o torneio no Brasil

Maratona de Yokohama

Jessica Augusto alcança terceiro lugar no Japão

A atleta portuguesa Jessica Augusto ficou, ontem, classificada em terceiro lugar na Maratona Feminina de Yokohama, com o tempo de 2 horas, 29 minutos e 11 segundos. A prova foi ganha pela russa Albina Mayorova, com o tempo 02h25:55, quase três minutos a mais do que a atleta japonesa Azusa Nojiri, que acabou em segundo

lugar com um tempo total de 02h28:47. A veterana russa, de 36 anos, que terminou em nono lugar nos Jogos Olímpicos de Londres, acelerou aos 25 quilómetros e a partir do quilómetro 28 impôs-se claramente até à linha da meta, nos 42,195 quilómetros. A Maratona feminina de Yokohama é classificatória para os Jogos Asiáticos de 2014. No ano passado a vencedora da prova de Yokohama foi a Queniana Lydia Cheromei, que conseguiu uma marca de 2 horas, 23 minutos e 7 segundos.

Em Solna, a seleção portuguesa vai procurar rentabilizar a magra, mas preciosa, vantagem de um golo alcançada em Lisboa. O tento marcado aos 82 minutos por Ronaldo, o 44.º do avançado com a camisola das «quinas», deverá fazer toda a diferença na estratégia a adotar pelo selecionador Paulo Bento. O facto de não ter sofrido golos em casa é uma mais-valia não negligenciável neste tipo de eliminatórias, pois qualquer tento concretizado em Solna terá valor reforçado e deixará a Suécia na obrigação de marcar por três vezes, ainda que o ataque seja, claramente, o setor mais forte dos nórdicos. No entanto, se o jogo da primeira mão, realizado na sexta-feira no Estádio da Luz, pôs a nu uma evidência foi a diferença de qualidade entre as duas equipas, pois a Suécia, à exceção da primeira meia hora, praticamente resumiu a sua ação ao interior do meio campo defensivo e à tentativa de adiar o mais possível o golo português.

Alex, jogador do Tourizente, morre aos 20 anos

Morte em campo O avançado Alex, do Tourizense, de 20 anos, morreu, ontem, durante um jogo de futebol da nona jornada da Série E do Campeonato Nacional de Seniores. O jovem futebolista sofreu uma paragem cardiorrespiratória aos sete minutos da partida entre o Tourizense e o Carapinhense, disputado em Touriz, Tábua, no distrito de Coimbra. O encontro foi interrompido aos sete minutos, quando o jogador caiu inanimado. Os Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha tentaram reanimar o jovem, mas as manobras de reanimação não tiveram sucesso. No local esteve uma equipa do INEM e outra da VMER, além dos bombeiros e médicos dos clubes. “Aos sete minutos de jogo ele caiu para o lado e já não conseguimos fazer nada. Só a autópsia poderá dizer o que se passou”, conta Jorge Alexandre Marques, ao MaisFutebol. “Já é o segundo jogador que me morre, um de 19 e outro de 20. Há oito anos morreu o Mauro e o Humberto ficou sem as duas pernas. Parece que este clube está amaldiçoado. Não sei se vale a pena continuar”, lamentou o líder do clube. Alex era natural de Esposende e formou-se no F.C. Porto, onde foi treinado por Pedro Emanuel. Na formação, passou ainda pelo Rio Ave e como sénior jogou no Esposende. No início da época, transferiu-se para o Tourizense.


Segunda-feira, 18 de Novembro de 2013

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LUÍS AHRENS TEIXEIRA Há muito que dizemos que o desporto tem dinheiro a mais. E tem dinheiro a mais porque o administra mal a começar pelos organismos públicos e a acabar nas Federações Desportivas. Não em todas mas em algumas. Quer dizer, muitas Federações Desportivas Gustavo Pires* são autênticos sorvedouros de dinheiros públicos sem qualquer utilidade para os praticantes, para os clubes e para o desenvolvimento desportivo do País. Por outro lado, Federações existem que vivem à míngua de recursos perante uma tutela que, há muito, por completa ausência de projeto público, deixou de ter capacidade para perceber o que se está a passar. Nem lhe interessa na medida em que a última coisa que pode permitir é o mais pequeno desequilíbrio no natural estado de podridão partidária que equilibra País. Federações Desportivas existem em que os dirigentes, através de manobras indignas de um regime democrático, perante a passividade da tutela política e dos próprios órgãos de cúpula do Movimento Desportivo, sem a mínima réstia de pudor, mantêm-se agarrados ao poder para além do tempo que a lei permite. Toda a gente sabe quem são mas ninguém ousa dizer o que quer que seja porque tem medo. O medo há muito que tomou conta do desporto nacional. Para além do mais nem vale a pena protestar porque depois, o Bloco Central, alternadamente, protege os militantes que ao serviço dos Partidos e num nepotismo descarado cometem os maiores dislates à conta do dinheiro e da dignidade dos portugueses. Salvo honrosas exceções o Movimento Desportivo nacional, a nível do vértice estratégico, carece de uma profunda reforma porque não se pode admitir que numa cultura de trapaça, um dirigente, depois de anunciar a mudança, uma vez eleito e instalado nas mordomias do poder, passe olimpicamente a seguir o exemplo e o comportamento daqueles que já lá estão instalados. Entretanto, na semana passada o País foi surpreendido pelas declarações de Luís Ahrens Teixeira presidente da Federação Portuguesa de Remo que resolveu denunciar publicamente que a Federação Portuguesa de Remo foi uma espécie do “BPN do desporto português”. O que mais incomoda das declarações de Luís Ahrens Teixeira não é que “o Estado foi conivente com o que se passou no remo em Portugal”, na medida em que o Estado em matéria de desporto, desde 2004, entrou numa lógica de embuste políticopartidário. O que mais perturba nas corajosas declarações de Luís Ahrens Teixeira é ele dizer que o que se passou na Federação de Remo aconteceu porque os clubes aceitaram que assim fosse. Quer dizer que a corrosão do caráter já chegou aos interstícios da malha mais fina do desporto nacional. Este é o grande problema do País. Somos um País em que os cidadãos assistem impávidos e serenos aos maiores dislates de uma oligarquia pública e privada que lhes come a carne e suga o sangue. E os portugueses assistem calados a tudo isto pela simples razão de que têm medo. Medo de serem prejudicados, de serem afastados e até perseguidos por gente sem honra e sem caráter que, nas mais diversas instituições, tomou conta do País. Uma coisa é certa. Luís Ahrens Teixeira vai pagar caro a sua ousadia. Porque não se diz impunemente que há corrupção no mundo do desporto. De qualquer maneira Sr. Luís Ahrens Teixeira, bem vindo ao clube… daqueles que não desistem.

Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Redatores: Joaquim Sousa (CP-5632), Andreia Cavaleiro (CP-6983), Cátia Costa (Lisboa) e Vasco Samouco. Fotografia: Ivo Pereira (CP-3916) Secretariado de Direção: Sandra Pereira. Secretariado de Redação: Elisabete Cairrão. Publicidade: Conceição Carvalho (chefe), Elsa Novais (Lisboa, 918 520 111) e Fátima Pinto. E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua de Santa Catarina, 489 2º - 4000-452 Porto. Contactos: redação - Tel. 22 096 78 47 - Tm: 912 820 510 E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46, Fax: 22 096 78 45 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82 Impressão: Coraze, Telefs.910252676 / 910253116 / 914602969, Oliveira de Azeméis. Distribuição: Vasp. Tiragem: 20 000

Cáritas regista grandes dificuldades das famílias

Aumento de 20 por cento de pedidos de ajuda A Cáritas Portuguesa registou no último ano um aumento de 20% nos pedidos de ajuda de famílias portuguesas afetadas pela crise económica, que atingiu até classes sociais “impensáveis”, informou o presidente daquela instituição. “Nós sabíamos que em Portugal qualquer problema deste tipo atingiria sempre a classe média porque era das mais vulneráveis, mas esta crise até atingiu uma faixa da classe média que era impensável, que é a faixa da classe média alta”, disse Eugénio Fonseca. “Há pessoas que auferiam rendimentos consideráveis porque trabalhavam por conta própria e que a crise, por força da impossibilidade de fazerem escoar o resultado das produções que tinham, as afundou. Muitos deles tentaram por tudo salvar esses empreendimentos que tinham e endividaram-se. Muitas dessas pessoas entraram numa espiral de endividamento que as atirou para uma situação de pobreza de que dificilmente se vão libertar nos próximos tempos”, acrescentou.

Eugénio Fonseca falava no final do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que se realizou este fim de semana em Fátima. Segundo o responsável, entre outubro de 2012 e outubro de 2013 foi registado um aumento de 20% do atendimento a famílias nas dioceses. Afirmando que esses dados são uma média nacional que não contemplam o atendimento nas paróquias, o presidente da Cáritas Portuguesa frisou que há dioceses em que “aumento foi na ordem dos 65%, concretamente em Braga”. Se as paróquias estivessem incluídas nessas contas, “estaríamos a falar de outros valores” porque existem no país 4350 paróquias, das quais cerca de 2000 fazem atendimentos regulares. Também aquilo que as pessoas pedem mudou com esta crise, enquanto dantes pediam trabalho, hoje “as necessidades são tantas que o que pedem é alimentação e sobretudo duas coisas: ajuda para não perder a casa e aquilo que é o conforto para a casa - eletricidade, água e gás, ajuda para

despesas de saúde e, nalguns casos que já são bastantes, ajuda para que os filhos continuem a estudar, sobretudo aqueles que estão no ensino universitário”, disse. Para conseguirem dar resposta a estes novos casos de pobreza, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa aprovou na reunião deste fim de semana o plano estratégico para os próximos dois anos, onde a grande preocupação é dotar as paróquias de meios que respondam às atuais necessidades. Segundo Eugénio Fonseca, cada paróquia tem de “dispor de um grupo de ação social devidamente organizado e formado por pessoas capacitadas para responder aos desafios que, cada vez mais, são complexos em termos da realidade social e económica do nosso país”. “Esta crise trouxe uma mudança do perfil da pobreza em Portugal, portanto é preciso que os agentes sociais estejam, devidamente preparados para responder a esses novos desafios. Essa foi a grande linha estratégica”, concluiu.

Fiscalização relativa ao uso dos cintos de segurança, SRC e uso de TM

Perto de dois mil militares dão corpo ao “Anjo da Guarda” Cerca de dois mil militares da GNR participam, hoje e amanhã, nas 873 ações de fiscalização rodoviária relativa ao uso dos cintos de segurança, sistemas de retenção para crianças (SRC) e o uso indevido do telemóvel. A Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta ontem, em comunicado, que esta operação, denominada “Anjo da Guarda” e destinada a sensibilizar os condutores para o exercício adequado da condução rodoviária, abrange todo o território nacional, designadamente as estradas nacionais, regionais e municipais.

No terreno vão estar 1973 militares dos comandos territoriais e da Unidade Nacional de Trânsito, que vão orientar as 873 ações de fiscalização que incidirão sobretudo nas vias de acesso aos estabelecimentos de ensino e nas vias situadas no interior das localidades, locais onde as infrações relativas a estas matérias são mais frequentes. A GNR refere que, desde o início do ano até 31 de outubro, foram detetadas 21 540 infrações por uso de telemóvel durante a condução (mais 539 do que em igual período de 2012), 22 893 infrações por falta

de uso de cinto de segurança (menos 362) e 1491 infrações por falta de sistemas de retenção (mais 266). Apesar de se registar um decréscimo dos números da sinistralidade rodoviária na área de responsabilidade da GNR, as estatísticas dos acidentes de viação ocorridos em Portugal continuam a ser preocupantes, de acordo com esta força de segurança. A GNR reitera, assim, o compromisso de combater a sinistralidade rodoviária, através de ações de caráter preventivo e de fiscalização, no âmbito da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária.

Num discurso proferido na Universidade Nacional da Mongólia

Barroso elogia nova “Rota da Seda” O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, elogiou a nova “Rota da seda” do século XXI reaproximando Ocidente e Oriente, num discurso proferido na Universidade Nacional da Mongólia, onde recebeu um doutoramento ‘honoris causa’. “Uma das mais importantes lições que aprendemos é que, a par do importante contacto entre os governos, os contactos entre cidadãos e entre empresas são a Roda da Seda moderna, através da qual passam os

valores”, referiu, num discurso divulgado em Bruxelas. No âmbito da reaproximação verificada no século XXI, José Manuel Durão Barroso anunciou ainda o apoio, nos próximos sete anos, da União Europeia (UE) à Mongólia, “num orçamento de cooperação de cerca de 60 milhões de euros”. O chefe do executivo comunitário lembrou também que a paz imposta pela dinastia Khan na Rota da Seda - nos séculos XIII e XIV garantiu,

durante anos, que a Mongólia e a Europa estivessem “mais próximas do que se pensaria, olhando para o mapa” e permitiu “a troca de bens, tecnologia ideias e cultura”. “Uns séculos mais tarde, um português, Vasco da Gama, abriu um caminho alternativo entre o Este e o Oeste, a ‘Rota da Pimenta’”, lembrou, gracejando, a propósito: “Mais do que 500 anos depois, espero que não me responsabilizem pessoalmente por esse feito”.


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