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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 222

Segunda-feira, 20 de outubro de 2014

BE TAMBÉM VOTA CONTRA OE DEVIDO À MAIOR CARGA FISCAL DE SEMPRE

SETE PECADOS CAP!TAIS

PORTO

Dia Nacional da Paralisia Cerebral assinala-se hoje pela primeira vez

CONTRA

n Depois do PS, segue-se agora a vez do BE e do PCP anunciarem o seu voto contra o Orçamento de Estado para 2015. O coordenador João Semedo diz que o Bloco reprova o OE2015 por considerar que contém uma lista de “sete pecados capitais” e define uma carga fiscal recorde. “Este é o orçamento que beneficia os lucros das grandes empresas, que prejudica todos os que vivem dos rendimentos do seu trabalho e que esquece os mais pobres”, destaca o dirigente do BE, frisando: “Juntase ainda o embuste do crédito fiscal, que mais não é do que um estratagema, do que uma aldrabice, para iludir aquilo que é a realidade deste orçamento, mais impostos sobre todos os portugueses”...

PCP diz que este OE visa continuar “austeridade, exploração e pobreza”

ÉBOLA

Ministros dos NE europeus reúnem-se hoje para analisar o “desastre da geração”


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

Manuel Pizarro diz que PS tem dado estabilidade governativa

Rui Moreira tem sido “impecável” O vereador socialista na Câmara Municipal do Porto e candidato autárquico às eleições do ano passado diz que o Partido Socialista tem sido uma garantia de estabilidade na maioria governativa da cidade e elogiou o atual presidente da autarquia pela forma “impecável” como tem tratado o PS e a cidade. No balanço do primeiro ano de coligação num evento intitulado Fórum da Cidade, Manuel Pizarro sublinhou que o programa do PS “era suficientemente coincidente” com o programa do atual presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, para que ambos possam agora dizer que estão a cumpri-lo. “Acho que se há palavras que descrevem bem o que foi a participação do PS na governação deste ano da cidade do Porto elas são dedicação à

MANUEL PIZARRO. O também líder da concelhia do PS no Porto faz um balanço positivo da coligação que governa a Câmara Municipal cidade, ao cumprimento dos nossos compromissos, à causa pública e ao mesmo tempo lealdade”, declarou o vereador, que classificou a postura de Rui Moreira como “impecável” para com o PS e para com a cidade. Manuel Pizarro afirmou ainda que não é feita uma distinção entre aquilo que são os pelouros detidos pelo PS e os restantes, ou seja: “Connosco na governação municipal tudo o que se passar de bom e de mau é da nossa responsabilidade. E quando acharmos que não é da nos-

sa responsabilidade evidentemente não podemos estar solidários com a governação municipal, mas felizmente estamos hoje num ambiente muito diferente disso”. Durante uma intervenção de mais de 50 minutos, o também líder da concelhia do PS no Porto elencou os objetivos alcançados pela autarquia desde a revisão do regulamento de gestão do parque habitacional à criação do Fundo Municipal de Emergência Social, passando por críticas à proposta de concessão da Sociedade

de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e elogios ao pelouro da Cultura. “É um daqueles muitos casos em que não conseguimos distinguir a cor política do vereador. O Paulo Cunha e Silva tem sido um excelente vereador da Cultura na cidade do Porto e tem ajudado a que, nesta matéria, esta governação autárquica marque claramente a diferença”, frisou Pizarro, que acrescentou que o “problema da Cultura no Porto nunca foi um problema da cidade, era só um problema da Câmara”.

Dia Nacional da Paralisia Cerebral assinala-se hoje pela primeira vez

“Cortes retiram dignidade às pessoas” O Dia Nacional da Paralisia Cerebral assinala-se hoje pela primeira vez oficialmente, uma data que pretende ser “uma festa”, mas também alertar para os problemas enfrentados pelas 20 mil pessoas afetadas, disse uma dirigente associativa. A presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, Eulália Calado, disse que o que está a acontecer neste momento é que estão a “retirar toda a dignidade” à população de pessoas afetadas por paralisia cerebral com os cortes orçamentais que têm sido aplicados nas várias áreas implicadas, desde a Segurança Social à Saúde. “Não se pode ir

ao sabor de políticas. Tire-se de onde se quiser, dos gabinetes dos ministros, tire-se dos carros, podem andar com carros de mais baixa cilindrada. São estas [as pessoas com paralisia cerebral] que necessitam mais. O Dia da Paralisia Cerebral dá para nós falarmos e os ecos talvez se reflitam nos outros 364 dias em que as pessoas se debatem com problemas tremendos”, referiu a dirigente associativa sobre o dia que vai incluir um concerto do fadista Camané e do pianista Mário Laginha, na Casa da Música, no Porto. A presidente da federação recordou, por exemplo, que famílias com um rendimento agregado superior a

628 euros e “com um filho altamente dependente” não têm direito a transporte para ir a consultas ou a hospitais, algo que “antes era pago pelo hospital”. Eulália Calado mencionou várias outras situações problemáticas, desde as pessoas “completamente presas” em andares cimeiros de um edifício sem acessos corretos que veem dificultadas as criações de rampas quer pelos próprios condomínios quer pelas autarquias até às dificuldades de obtenção de baterias novas para cadeiras elétricas que chegam a demorar um ano. “Isto é a realidade. As pessoas não gostam de ouvir isto, mas

é o dia-a-dia desta população. Nós fazêmo-los sentir perfeitamente lixo. Cidadãos de quinta, culpabilizados por estarem cá. Isto não pode ser”, declarou a presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral. As atividades de hoje, o primeiro Dia Nacional da Paralisia Cerebral desde a publicação em Diário da República, vão desenvolver-se no Porto, começando às 09h30 no Espaço Atmosfera M com várias conversas, seguindo-se diversas oficinas em diferentes locais da cidade e culminando com o concerto, na Casa da Música, a partir das 19h00.

Portugal Fashion

Talentos Bloom abrem 35.ª edição

Designers da plataforma de novos talentos Bloom abrem na quartafeira o 35.º Portugal Fashion, marcado pelo regresso de Nuno Baltazar ao evento, pela presença de sete nomes emergentes e por uma maior ligação ao Porto, com desfiles em quatro locais. No total são 33 desfiles de moda, com as propostas dos criadores portugueses para a próxima primavera/ verão. O primeiro dia, como já tem sido hábito, decorre em Lisboa e o evento segue depois até sábado para o Porto, cidade onde sai das fronteiras da Alfândega - o habitual quartel-general - e chega a mais três edifícios emblemáticos: Palácio dos Correios, Conservatório de Música do Porto e Mosteiro de São Bento da Vitória. Em antecipação desta edição, sob o tema “Sprinkle”, João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) - a entidade organizadora do evento -, considerou que a utilização de vários locais do Porto e de Lisboa (Teatro Thalia e Museu Nacional de História Natural e da Ciência), pela primeira vez, “vai ser um grande desafio”. “É um esforço de organização hercúleo porque estamos a disseminar e a multiplicar os espaços onde nós temos que estar, mas no fundo estamos a seguir uma tendência internacional, como aquilo que é feito na semana de moda de Paris”, justificou. Para João Rafael Koehler, quer o Porto, quer Lisboa serão “cidades em festa” e, assim, o Portugal Fashion está a aproximarse “daquilo que é feito pela elite da moda mundial”, democratizando o evento. O regresso de Nuno Baltazar à passerelle do Portugal Fashion – com desfile marcado para sábado, no Mosteiro S. Bento da Vitória, onde também Miguel Vieira apresenta a sua coleção – é outra das novidades. Luís Buchinho, Alves/Gonçalves, Fátima Lopes, Luís Onofre, Storytailors, Katty Xiomara, Diogo Miranda e Meam by Ricardo Preto são alguns dos designers que vão passar por esta edição do certame, que mantém a aposta na plataforma Bloom, com a presença de sete novos criadores. “O único evento de moda que tem uma matriz nacional julgo que é o Portugal Fashion e isso tem sido reconhecido pelos próprios estilistas mais conhecidos que querem participar”, acrescentou o presidente da ANJE. O responsável evidenciou ainda a continuidade na aposta no ‘showroom’ Brand Up, que contará com 12 criadores e marcas nacionais, trazendo agentes de compras estrangeiros “para que possam ver as coleções e imediatamente ter acesso ao produto final e fazer negócio efetivamente”. Entre quarta-feira e sábado serão 27 criadores, 11 marcas de vestuário, seis marcas de calçado e quatro escolas de moda espalhadas por seis espaços diferentes do Porto e de Lisboa a marcar as tendências da moda nacional.


Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

regiões

O Primeiro de Janeiro |

Banco Alimentar de Setúbal ajuda 30 mil habitantes mas não chega a todos

“Há mais 10 mil pessoas em lista de espera” “Não é um aumento exponencial, como tinha sido até há um ano atrás, mas tem havido algum aumento”, diz António Alves. Temperaturas máximas vão voltar a subir

Até sete graus

As temperaturas máximas vão subir gradualmente, entre três e sete graus devido a uma “massa de ar quente e seca”, explicou, ontem, a meteorologista Madalena Rodrigues Um comunicado publicado no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) refere que, desde ontem, haverá uma “mudança significativa na situação meteorológica, devido ao estabelecimento de um anticiclone na região adjacente à Península Ibérica e ao transporte para o território do Continente de uma massa de ar quente e seco”. A meteorologista Madalena Rodrigues explicou que esta massa de ar quente e seca “vai dar origem a temperaturas elevadas durante a próxima semana”. “Hoje [ontem] é o dia em que se espera maior subida da temperatura máxima, na segunda-feira [hoje] mantém-se praticamente igual, podendo subir um a dois graus em alguns locais”, afirmou, acrescentando que nos dias seguintes não haverá alterações significativas. A partir de sexta-feira, já se espera uma pequena descida da temperatura, adiantou Madalena Rodrigues. “Ainda não podemos falar do ‘verão de São Martinho’, que ainda está um bocadinho distante, mas podemos considerar que são umas temperaturas um pouco altas para este mês”, comentou.

O Banco Alimentar Contra Fome de Setúbal distribui alimentos para mais de 30 mil pessoas, mas há mais 10 mil em lista de espera e este número não para de aumentar, revelou, ontem, o presidente da instituição, António Alves. “Não é um aumento exponencial, como tinha sido até há um ano atrás, mas tem havido algum aumento. Neste momento, temos entre 50 a 60 instituições em lista de espera, o que dá cerca de 10 mil pessoas”, enumerou António Alves. “Damos alimentos a cerca de 15 mil pessoas contratualizadas e a mais 15 mil, para além dos contratos. Temos contratualizadas 145 instituições, a quem garantimos os alimentos todas as semanas, e mais algumas instituições que temos estado a apoiar de forma extraordinária, porque temos estado a receber produtos que não esperávamos, devido ao embargo decretado pelas autoridades russas”, acrescentou António Alves. Mas, apesar deste reforço inesperado de bens alimentares, graças ao embargo de produtos europeus por parte da Rússia, António Alves admitiu que o Banco Alimentar não consegue chegar a todas as pessoas que precisam de ajuda e reconhece que a pobreza continua a aumentar na região de Setúbal, historicamente sempre muito afetada durante os períodos de crise. “Ajuda do BA é uma dadiva”

A opinião de António Alves é corroborada por Manuel Cardoso, coordenador do grupo sócio caritativo da Paróquia de São Brás, no Samouco, concelho de Alcochete, uma das muitas instituições de solidariedade social da região que ajudam centenas de famílias, com o apoio do Banco Alimentar Contra a Fome. “No grupo sócio caritativo de

Setúbal. António Alves admitiu que BA não consegue chegar a todas as pessoas e que a pobreza continua a aumentar na região

Placas toponímicas

Cascais homenageia bombeiros falecidos em 2003

A Câmara de Cascais descerrou, ontem, duas placas toponímicas em duas ruas em homenagem a Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo, os dois bombeiros do concelho que morreram no ano passado num incêndio florestal no Caramulo. A iniciativa decorreu no âmbito da comemoração do Dia Municipal do Bombeiro, numa organização da Câmara e da corporação de Alcabideche,

em “homenagem às centenas de homens e mulheres que integram as cinco corporações, sendo um reconhecimento público pelo trabalho enquanto soldados da paz”. Os dois bombeiros de Cascais morreram no verão de 2013 num incêndio da Serra do Caramulo que provocou ainda a morte de outros dois bombeiros, vários feridos e prejuízos elevados. Os suspeitos de terem ateado os vários fogos estão em julgamento, acusados de crimes de homicídio qualificado, incêndio florestal e ofensa à integridade física.

São Brás servimos, neste momento, em frescos, 44 famílias, mas temos inscritas 66, que recebem cabazes de produtos secos. Esta ajuda do Banco Alimentar é uma dádiva para as famílias carenciadas”, disse Manuel Cardoso. Sinal de que se mantêm as dificuldades, o vaivém diário de viaturas de instituições de solidariedade social do distrito, é uma constante junto ao armazém do Banco Alimentar de Setúbal, instalado na zona de Vila Amélia, no concelho de Palmela. Situado a poucos quilómetros da fábrica de automóveis da Autoeuropa, uma das empresas que mais contribui para a riqueza nacional e para o Produto Interno Bruto de Portugal, o Banco Alimentar procura minimizar os problemas dos mais carenciados. “Nos armazéns de Vila Amélia, em Palmela, e de Vila Nova de Santo de André, em Santiago do Cacém, entregamos a instituições de todo o distrito mais de quatro mil toneladas de alimentos por ano, o que equivale a cerca de 5 milhões de euros”, disse António Alves. “Neste momento estamos a entregar 90 toneladas de frescos por semana, a que se juntam as 21 toneladas de peixe fresco que já foram distribuídas este ano, proveniente das lotas de Setúbal e Sines”, acrescentou. Recorde-se que em retaliação às medidas adotadas por Bruxelas depois da ação dos separatistas prórussos na Ucrânia, a Rússia decidiu há semanas proibir a entrada no seu território de produtos alimentares provenientes da Europa, sendo que Portugal não foi exceção. Perante isto, os agricultores portugueses decidiram doar esses produtos ao Banco Alimentar contra a Fome. Tal situação, explicou a presidente do BACF, Isabel Jonet, já permite alargar a ajuda a mais instituições. Em declarações à Rádio Renascença, Isabel Jonet revelou que são produtos hortofrutículas que, face ao embargo russo, iriam “inundar o mercado na Europa, baixando os preços aos agricultores”. No que à sua instituição diz respeito, os produtos doados são “cenouras e couves” e vários tipos de fruta, nomeadamente “pêras, maçãs e ameixas”.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

BE também vai votar contra OE2016

“Sete pecados capitais” O coordenador do Bloco de Esquerda anunciou que o partido vai votar contra o Orçamento do Estado para 2015 por considerar que contém uma lista de “sete pecados capitais” e define uma carga fiscal recorde. Numa conferência de imprensa em que o voto negativo foi anunciado, João Semedo sublinhou que, “em 2015, os portugueses vão voltar a pagar mais impostos como nunca pagaram até hoje” e que vão continuar “a ver os seus salários cortados, os apoios sociais diminuídos”, para além de reduções no financiamento de serviços públicos. “Este é o orçamento que beneficia os lucros das grandes empresas, que prejudica todos os que vivem dos rendimentos do seu trabalho e que esquece os mais pobres”, declarou o coordenador do Bloco de Esquerda. De acordo com João Semedo, a lista dos “sete pecados capitais” inicia-se precisamente com “a maior carga fiscal de sempre”, à qual se junta “o embuste do crédito fiscal, que mais não é do que um estratagema, do que uma aldrabice, para iludir

Entre três e sete graus até sexta-feira

Temperaturas máximas a subir

JOÃO SEMEDO. Um dos líderes do BE diz que “este orçamento beneficia os lucros das grandes empresas e esquece os mais pobres” aquilo que é a realidade deste orçamento: mais impostos sobre todos os portugueses”. João Semedo recordou ainda os cortes nos serviços públicos, em particular nas áreas da educação e da justiça, acrescentando, noutro ponto, que o “aumento nas pensões mínimas no valor de dois euros mensais” é um dos elementos “mais revoltantes, mais vergonhosos deste Orçamento do Estado” por não ser um aumento, mas sim “um insulto”. De seguida, o dirigente do Bloco de Esquerda salientou o “teto criado agora pelo Governo sobre os apoios

sociais”, em particular “no momento em que a pobreza atinge níveis como até hoje nunca [se tinham] visto na história da democracia portuguesa”. O coordenador do Bloco de Esquerda adicionou também o que considerou ser um “Orçamento do Estado zero em matéria de investimento público”, o que “torna impossível o crescimento económico e sem crescimento económico não há mais emprego e sem mais emprego não há mais rendimento e sem mais rendimento não há mais consumo”. Por último, João Semedo classificou o Orçamento do Estado para

2015 como um documento “irrealista”, contendo metas “impossíveis de concretizar” face à situação da economia portuguesa e da zona euro. “O pior ponto deste Orçamento do Estado é que é o Orçamento do Estado em que de uma forma mais flagrante quem sai favorecido são os acionistas das grandes empresas, que vão pagar menos impostos, e os que saem mais prejudicados são exatamente todos os que vivem do seu trabalho e, sobretudo, isso é flagrante, é um Orçamento do Estado que esconde os mais pobres”, afirmou o responsável do Bloco de Esquerda.

Jerónimo de Sousa e o Orçamento de Estado para 2015

“O nosso voto é contra esta proposta” O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, anunciou o voto contra dos comunistas ao Orçamento do Estado para 2015 decidido em reunião do Comité Central, o órgão máximo do partido entre congressos. “Nós colocámos essa questão na reunião do Comité Central e, obviamente, o resultado é inequívoco, o nosso voto é contra, a partir da leitura, do estudo da proposta do Orçamento do Estado, que, de facto, no essencial, visa continuar uma linha de empobrecimento, de aumento da exploração dos trabalhadores e do nosso povo”, afirmou Jerónimo de Sousa. O anúncio foi feito em conferência de imprensa, na sede do PCP, em Lisboa, onde decorreu a reunião do Comité Central. Para Jerónimo de Sousa, a proposta de Orçamento do Estado (OE) “tem uma marca e natureza de classe, visa continuar austeridade, exploração e pobreza e não resolve nenhum dos problemas na-

cionais”. “Este é um Orçamento que procura esconder o agravamento do endividamento e da dependência do país, mantém e confirma o assalto aos salários e pensões de reforma, promove o desemprego, designadamente na administração pública, prossegue a asfixia financeira e o desmantelamento das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, reduzindo direitos constitucionalmente consagrados”, sustentou. De acordo com o PCP, esta é a “uma proposta de Orçamento que prossegue uma política fiscal assente na insuportável tributação sobre os trabalhadores e outras camadas não monopolistas a par de uma escandalosa proteção ao grande capital”, além de consagrar “ainda mais a criminosa política de alienação de empresas e setores estratégicos, com a intenção de novas privatizações”. Jerónimo de Sousa criticou particularmente a proposta relativa à

sobretaxa do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), cujo corte, eventualmente devolvido em 2016, fica sujeito às medidas de combate à evasão fiscal. “Ninguém acredita, acho que nem o próprio Governo acredita que, definindo uma verba sobrevalorizada para o IRS, para o IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado], venha dizer que lá para 2016 seja possível baixar os impostos”, declarou. “Revela má-fé e serve para encobrir outro elemento que gostaria de sublinhar: os únicos impostos que vão baixar são para as grandes empresas, para os grandes grupos económicos, através da baixa do IRC [Imposto sobre o Rendimento Coletivo], que não vai beneficiar em nada as micro e pequenas empresas”, declarou. O líder comunista sublinhou ainda o “elemento chocante” da proposta de OE de um corte de 100 milhões de euros em apoios sociais, ao passo que

a banca é chamada a contribuir com 30 milhões de euros para o fundo de resolução, uma verba que, assinalou, nem passa pelo Orçamento. No comunicado do Comité Central que Jerónimo de Sousa começou por ler há uma referência a “manobras e processos para construir soluções que garantam o prosseguimento da política de direita e ao mesmo tempo visam enfraquecer a construção de uma verdadeira alternativa”. Como “exemplos de realinhamentos que visam reduzir a margem para a concretização de uma política patriótica e de esquerda” sã apontados “a encenação que o PS promoveu com a inventada eleição de um ‘candidato a primeiro-ministro’ para procurar iludir o seu alinhamento com a política de direita” e as “rearrumações do quadro partidário com a criação de novas forças políticas, as movimentações para oferecer ao PS um renovado ar de abertura ‘à esquerda’”.

As temperaturas máximas vão subir gradualmente, entre três e sete graus, devido a uma “massa de ar quente e seca”, informou a meteorologista Madalena Rodrigues Um comunicado publicado no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) refere que, a partir de domingo, haverá uma “mudança significativa na situação meteorológica, devido ao estabelecimento de um anticiclone na região adjacente à Península Ibérica e ao transporte para o território do Continente de uma massa de ar quente e seco”. A meteorologista Madalena Rodrigues explicou que esta massa de ar quente e seca “vai dar origem a temperaturas elevadas durante a próxima semana”. “Hoje (ontem) é o dia em que se espera maior subida da temperatura máxima, na segunda-feira (hoje) mantém-se praticamente igual, podendo subir um a dois graus em alguns locais”, afirmou, acrescentando que nos dias seguintes não haverá alterações significativas. A partir de sexta-feira, já se espera uma pequena descida da temperatura, adiantou Madalena Rodrigues. Apesar de estas temperaturas não serem uma “situação anormal”, a meteorologista disse que “estão acima dos valores médios para este mês do ano”. “Ainda não podemos falar do ‘verão de São Martinho’, que ainda está um bocadinho distante, mas podemos considerar que são umas temperaturas um pouco altas para este mês, a rondarem os 29, 31 graus Celsius na região de Vale do Tejo e nas regiões do interior Sul entre os 30 e os 33 graus”, comentou. O IPMA prevê para os próximos dias céu pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade por nuvens altas a partir da hoje, e subida da temperatura máxima. As temperaturas máximas medidas ontem foram de 29ºC em Lisboa e 28ºC no Porto e em Faro, um dia em que muitos portugueses aproveitaram para matar saudades da praia, com ótima temperatura da água na zona de Gaia e Porto.


Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

308 municípios do País viram número de trabalhadores reduzir desde 2011

Menos 16.053 trabalhadores em três anos Redução de funcionários nas autarquias foi uma imposição do memorando de entendimento celebrado com a «troika». Rússia e Ucrânia chegam a acordo sobre gás

Preço provisório

O presidente ucraniano, Petro Porochenko, confirmou ter concordado com a Rússia, durante conversações em Milão, relativamente a um preço provisório do gás russo fornecido à Ucrânia durante os próximos meses de inverno. “Com base nas consultas, posso dizer que a Ucrânia terá gás, terá aquecimento”, garantiu Petro Porochenko, numa entrevista divulgada pelas televisões ucranianas. Depois das conversas, com Porochenko, na sexta-feira em Milão, o presidente russo, Vladimir Putin, tinha aludido já a “progressos” e um “acordo sobre as condições para a retoma da entrega do gás, pelo menos no inverno”. Em meados de junho, a Rússia cortou o fornecimento de gás à Ucrânia devido à recusa de Kiev em pagar o preço imposto por Moscovo no contexto da crise entre os dois países. Segundo a Rússia, a dívida ucraniana ascende a 5,3 milhões de dólares (4,3 milhões de euros). “Chegámos a um acordo [relativamente ao preço]. A posição ucraniana foi, de facto, aceite: falamos apenas do inverno e fixamos um preço de 385” dólares por mil metros cúbicos, declarou Porochenko, acrescentando que “os russos aceitaram”. “Antes de 21 de Outubro [amanhã], esperamos encontrar uma solução para a questão da energia”, afirmou.

Os municípios portugueses perderam 16.053 trabalhadores, ou seja, 10,78% desde o início de 2011 e até ao fim de 2013, de acordo com dados disponibilizados pelo Governo no Portal da Transparência Municipal. No final de 2010, de acordo com a mesma fonte, os 308 municípios do País tinham um total de 148.909 trabalhadores e, no final de 2013, os mesmos municípios empregavam 132.856 funcionários. Há uma diferença de 16.053 funcionários, que correspondem a menos 10,78%. No final de 2010, a região Norte tinha 46.995 funcionários municipais, o Centro 32.358, Lisboa 33.648, o Alentejo 18.321, o Algarve 10.737, os Açores 3.269 e os municípios da Madeira empregavam 3.581. Em 2013, o Norte acabou o ano com 41.315 trabalhadores nos municípios, o centro com 28.114, a região de Lisboa com 31.187, o Alentejo com 16.433, o Algarve com 9.227, os Açores com 3.161 e a Madeira com 3.419. Estes dados não incluem os trabalhadores do setor empresarial local. A redução de funcionários nas autarquias foi uma imposição do memorando de entendimento celebrado com a «troika», traduzida pelo Governo na obrigação de redução de pelo menos 2% anuais no número dos funcionários da Administração Local e Regional. Agora, já sem a «troika», a proposta de Orçamento do Estado para 2015 (OE 2015) volta a impor a redução de funcionários entre 2% a 3% para os municípios endividados que se encontrem em situação de saneamento ou em rutura financeira. Desde 15 de outubro e até 30 de junho do próximo ano está a decorrer um programa de rescisões amigáveis na administração local, com condições mais vantajosas para os trabalhadores com menos qualificações. As indemnizações aos trabalhadores que aceitem rescindir os contratos

com as autarquias serão pagas pelos municípios. Trio na liderança

Municípios. Mourão, Alcoutim e Barrancos são as Câmaras do continente com maior percentagem de funcionários por cada mil habitantes

Oitava desde abril

Pilotos da Lufthansa fazem greve de dois dias

Os pilotos da companhia aérea alemã Lufthansa vão estar novamente em greve, hoje e amanhã, segundo uma convocatória do sindicato Cockpit, que prevê perturbações nos voos de todo o país. Com início marcado para as 11h00 locais (12h00 de Lisboa), a paralisação continuará por todo o dia de amanhã e vai afetar os voos que se realizem com os aparelhos Airbus 320-

Family, Boeing 737 e Embraer, segundo o sindicato. Esta convocatória surge após a greve de 12 horas registada na passada quinta-feira pelos pilotos da Germanwings, a filial de voos de baixo custo da Lufthansa, e será a oitava paralisação dos pilotos da empresa desde abril. As anteriores greves concentraramse em alguns dos principais aeroportos alemães e afetaram sobretudo voos nacionais ou trajetos europeus. Os pilotos estão contra as alterações no regime de reformas antecipadas que estão a ser negociadas.

Mourão, Alcoutim e Barrancos são os municípios do continente com maior percentagem de funcionários por cada mil habitantes, com mais de 60, quando a média nacional é de 12,66. Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Governo, no final de 2013 apenas 98 dos 308 municípios tinham, em média, 12 ou menos trabalhadores por cada mil dos respetivos habitantes. Mais de dois terços dos municípios estavam acima da média nacional de funcionários por habitantes e em 92 câmaras o rácio de trabalhadores por habitante era superior ao dobro da média nacional. No topo da lista dos municípios do continente que mais empregam estavam Mourão, com uma média de 77,42 funcionários para cada mil habitantes, Alcoutim (70,09 funcionários para mil habitantes) e Barrancos (63,41 funcionários para mil habitantes). No entanto, a campeã de funcionários por número de habitantes era a Vila do Corvo, nos Açores, um ‘município-ilha’ com características muito próprias, que emprega 47 trabalhadores para cerca de 430 pessoas, o que lhe daria uma proporção de 104,91 funcionários se por acaso tivesse mil habitantes. No lado oposto da tabela estavam Esposende (com uma média de 5,57 por mil habitantes), Leiria (5,82), Santo Tirso (5,92), Vila Franca de Xira (6,01), Vila Nova de Gaia (6,28), Alcobaça (6,35), Caldas da Rainha (6,66), Valongo (6,75), Sintra (6,90). A média nacional em 2013 era de 12,66 funcionários municipais por cada mil habitantes. Em termos absolutos, em 2013 verificava-se uma média de 431 trabalhadores por município, sendo Lisboa, com 9.138, a Câmara com mais funcionários e o Corvo, com 47, o que tinha menos. De acordo com o Anuário dos Municípios portugueses, em 2013 Alcochete, Barrancos, Montijo, Alvito e Redondo eram os municípios que apresentavam maior peso de despesas com pessoal nas despesas totais, num valor superior a 50%.


desporto

6 | O Norte Desportivo

Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

Santa Maria elimina Académica na terceira ronda da Taça

Queda de penalti Depois de eliminar o Nacional, a temporada passada, a equipa de Barcelos voltou a vencer um primodivisionário na Taça de Portugal. Um golo de Hugo Veiga, de grande penalidade, deu, ontem, a vitória ao Santa Maria, do Campeonato Nacional de Seniores (CNS), frente à Académica, da I Liga, na terceira eliminatória da Taça de Portugal. Depois de, na época passada, ter eliminado o Nacional desta competição, com uma vitória por 1-0, o sétimo classificado da Série A do CNS repetiu a proeza à custa dos «estudantes», tendo justificado a passagem à quarta eliminatória pela forma como, mesmo em vantagem, procurou sempre levar perigo à baliza da Académica, que apenas na última meia hora de jogo conseguiu

ameaçar a defensiva barcelense. Depois de um início em que o Santa Maria assumiu o controlo da bola e tentou chegar com perigo à área da Académica, os «estudantes» criaram a primeira ocasião de golo da partida, aos 10 minutos, quando Rui Pedro, à entrada da área, rematou à barra. A equipa de Coimbra pareceu, após esse lance, capaz de assumir as «rédeas» do encontro, mas, aos 21 minutos, Aníbal Capela cometeu grande penalidade, quando intercetou um cruzamento de David Freitas com a mão. Hugo Veiga converteu o castigo máximo para o lado contrário de Lee, aos 23 minutos, e garantiu uma vantagem que o conjunto de Barcelos soube gerir durante o resto do primeiro tempo perante uma Académica apática e incapaz de ameaçar a igualdade. A formação conimbricense, embora com as mesmas dificuldades dos primeiros 45 minutos, mostrou mais atitude ofensiva na segunda parte e esteve perto do empate, mas o Santa Maria respondeu e conseguiu sempre aliviar a pressão.

«Tomba-gigantes». Depois de, na época passada, ter eliminado o Nacional, o Santa Maria repetiu a proeza à custa dos «estudantes»

«Saca» espera manter-se entre elite

“Algumas hipóteses” O português Tiago Pires acredita na sua permanência no circuito mundial de surf, depois de ter terminado o Moche Rip Curl Pro Portugal, da 10.ª e penúltima etapa, entre os 25.ºs classificados. “Estou com um pé fora, mas sinto que ainda tenho algumas hipóteses pela frente, nomeadamente no circuito de qualificação. Não era a coisa mais bonita de se fazer,

mas se me conseguir manter pelo circuito de qualificação, olho essa oportunidade com bons olhos”, afirmou o 25.º do «ranking» mundial. A cumprir a sétima temporada no circuito mundial, «Saca» voltou a falhar a qualificação para a terceira eliminatória da etapa de Peniche, num «heat» frente ao australiano Kai Otton, vencedor da etapa lusa em 2013. “A minha es-

tratégia foi errada, foi esperar por tubos e neste momento do dia não havia muitos”, lamentou o surfista da Ericeira. Apesar do desconforto durante a bateria, Tiago Pires agradeceu o apoio proveniente da praia. “De ano para ano parece que há mais pessoas, mais barulho. Isso deixa-me realmente muito orgulhoso e é bom para o país também”, rematou.

Após vitória frente a Nicolas Mahut

Gastão Elias no quadro principal de Basileia

O português Gastão Elias qualificou-se, ontem, para o quadro principal do torneio ATP 500 de Basileia, ao vencer o francês Nicolas Mahut na segunda eliminatória do «qualifying». O tenista natural da Lourinhã, 137.º do «ranking» mundial, necessitou de 2h42.11 para se impor, por 6-1, 6-7 (2-7) e 7-6 (9-7), a Mahut, 108.º da hierarquia, e assegurar a segunda presença num torneio desta categoria em 2014. Depois de vencer o primeiro parcial, no segundo parcial Elias ainda salvou dois pontos de «set», sem conseguir evitar a derrota no desempate. No terceiro «set», o português levou a melhor no «tiebreak».

3-2 frente ao QPR

Liverpool vence jogo com final de «loucos» O Liverpool venceu, ontem, no terreno do Queens Park Rangers por 3-2, num encontro da oitava jornada da Liga inglesa, em que três golos foram marcados no período de descontos dados pelo árbitro. Aos 90 minutos, o Liverpool fez aquele que parecia ser o golo de uma vitória sofrida (2-1), pelo médio internacional brasileiro Philippe Coutinho (que entrou aos 66 minutos), mas o Queens Park Rangers ainda marcou aos 90+2 (com o segundo golo de Vargas). No entanto, a explosão de alegria no banco da equipa da casa não durou muito, já que o Liverpool ainda voltaria a dar a volta, quando novo autogolo, desta feita de Caulker (90+5), que colocaria o resultado em 3-2 para os «reds». O triunfo coloca o Liverpool no quinto lugar, com 13 pontos.

Rossi ganha na Austrália nove anos depois

O italiano Valentino Rossi (Yamaha) venceu, ontem, o Grande Prémio da Austrália em motociclismo, beneficiando da queda e abandono do já campeão do mundo Marc Marquez a dez voltas do fim. A última vitória de Rossi na Austrália remontava a 2005. Em Moto2, o espanhol Maverick Viñales (Kalex) ganhou a corrida, deixando o suíço Thomas Luthi (Suter) a 1,329 segundos e o compatriota Esteve Rabat (Kalex) a 1,509 segundos. Na terceira categoria, onde corre o português Miguel Oliveira (Mahindra), o australiano Jack Miller (KTM) ganhou e reentrou na discussão pelo título mundial. Miguel Oliveira ficou em sétimo lugar, depois de ter partido da 15.ª posição da grelha. O piloto português - que em 2015 vai correr pela equipa de Jack Miller - ocupa o 11.º lugar do campeonato, com 102 pontos. “Vamos agora para a Malásia um pouco mais tranquilos, mais seguros, principalmente eu, com muito mais confiança”, disse.


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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2014

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MINISTROS EUROPEUS DOS NE REÚNEM-SE HOJE NO LUXEMBURGO

“O desastre da geração” em cima da mesa Os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros vão reunir-se hoje, no Luxemburgo, numa altura em que aumenta a pressão para responder à epidemia provocada pelo vírus Ébola, que poderá ser o “desastre da geração”. Citado pela agência France Presse, um diplomata da União Europeia afirmou que a Grã-Bretanha espera “galvanizar a ação da Europa”, já que é um país que enviou um navio da Marinha para Serra Leoa com profissionais e equipamento médico. “Há o sentimento real de que temos que lidar com a situação agora. Se conseguirmos lidar no país, não teremos que lidar com a situação em casa”, comentou o diplomata, que informou haver planos de apoio dos Estados Unidos para a Libéria, Grã-Bretanha para a Serra Leoa e da França para a Guiné Conacri. A organização não governamental Oxfam, que trabalha na Libéria e Serra Leoa, lançou o aviso que a epidemia pode “tornar-se o desastre humanitário desta geração” e tem solicitado mais ajudas. Para hoje está marcada uma reunião de ministros dos Estadosmembros da UE responsáveis pelos Negócios Estrangeiros, presidida pela alta representante para os Negócios Estrangeiros e a política de Segurança, Catherine Ashton. Em discussão no Luxemburgo estão temas como o Ébola, Líbia, Iraque/Síria/Estado Islâmico, processo de paz no Médio Oriente/faixa de Gaza e Ucrânia. Portugal está representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. A epidemia já provocou mais de 4500 mortos, em cerca de 9200 casos, a maioria dos quais na África ocidental, mas casos isolados sugiram na Europa e nos Estados Unidos. A Libéria tem sido o país mais atingido, com mais de 4200 casos, dos quais resultaram 2484 mortes, até 13 de outubro.

Acidente com dois autocarros em Espanha

Vítimas mortais eram de Amarante As três vítimas mortais do acidente de sábado, que envolveu portugueses que viajavam em dois autocarros, eram de famílias diferentes e oriundos da região de Amarante, confirmou fonte consular em Espanha. A mesma fonte explicou que as famílias das vítimas mortais já foram informadas no sábado e que agora se está a definir a questão da trasladação dos corpos para Portugal. Entretanto, fonte da subdelegação do Governo em Palencia confirmou que hoje se realizará a autopsia aos corpos das vítimas. As vítimas são dois homens, de 64 e 74 anos – que viajavam num dos dois autocarros envolvidos no acidente – e de um outro, de 35 anos, que era condutor auxiliar do segundo autocarro e, ao que tudo indica, familiar de um dos proprietários da empresa de transportes. O processo de trasladação está a sofrer “algum impasse” pelo facto do acidente ter envolvido um autocarro com matrícula portuguesa e outro com matrícula francesa, logo com seguros dos dois países. Fonte da conselharia de Saúde do Governo regional de Castela e Leão confirmou que três feridos graves do acidente continuam internados em dois hospitais da região, nomeadamente o Rio Carrion em Palencia e o Clínico Universitário de Valladolid. O caso que inspira mais cuidados é o de um homem de 79 anos que foi transferido de Palencia para Valladolid e que, segundo a mesma fonte, está “muito grave” na unidade de cuidados intensivos. Cerca de 20 outros feridos

ESPANHA. Mais um acidente fatal entre dois autocarros na A-62, que desta feita fez três vítimas mortais e dezenas de feridos ligeiros tiveram já alta médica. Contactado ontem, o secretário de Estado das Comunidades, que se encontra de visita ao Canadá, disse apenas saber que as vítimas mortais eram do norte de Portugal e que as famílias já tinham sido informadas. O acidente, que ocorreu pelas 21h00 locais de sábado (20h00 em Portugal) no quilómetro 65 da A-62 (que liga Burgos, em Espanha, a Portugal), na zona de Torquemada, perto de Palencia, envolveu dois autocarros em que viajavam 59 pessoas (16 num e 43 noutro). Os autocarros faziam parte de uma linha regular que ligava a Suíça e França a Portugal, viajando neste caso em direção a França. Citando dados da guardia civil espanhola, uma fonte da Autoridade Nacional de Proteção Civil portuguesa disse no sábado que os autocarros, que

pertencem à empresa francesa Andrade Voyages, embateram lateralmente quando seguiam no mesmo sentido. Segundo as investigações iniciais, dadas a conhecer pela Guarda Civil às autoridades consulares portuguesas, o acidente terá ocorrido quando os dois autocarros regressavam à autoestrada depois de fazerem uma troca de passageiros na área de serviço ao quilómetro 64. Um primeiro autocarro terá feito uma manobra fora do normal pelo que o segundo acabou por embater nele, explicou fonte consular. A 07 de novembro de 2008, na mesma estrada, morreram seis portugueses também num acidente envolvendo dois veículos portugueses: uma carrinha e um camião com reboque. Neste caso, as vítimas eram trabalhadores que tinham estado em França e regressavam a Portugal.

Reitor de Fátima destaca a figura de Paulo VI

“Não temeu afrontar regimes políticos” O reitor do Santuário de Fátima destacou a figura de Paulo VI, o primeiro papa a peregrinar ao templo e agora beatificado em Roma, considerando que “não temeu afrontar os regimes políticos para afirmar a primazia de Deus”. “Não temeu afrontar os regimes políticos para afirmar esta primazia de Deus e, consequentemente, a primazia do ser humano e da sua dignidade sobre as ideologias”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas, na missa internacional a que presidiu, citado numa nota de imprensa da instituição, que se associou à beatificação de Paulo VI. Referindo que “um dos aspetos relevantes do seu magistério pontifício foi precisamente a afirmação destemida da centralidade de Deus na vida dos cristãos e dos povos”, Carlos Cabecinhas salientou que é essa mesma centralidade que “fala a mensagem de Fátima”. Aos fiéis, o reitor referiu que Paulo VI foi o primeiro papa a peregrinar a Fátima, a 13 de maio de 1967, por ocasião do 50.º aniversário dos acontecimentos de Fátima, e apontou a atualidade das palavras por ele

proferidas no maior templo mariano no país. “A sua forte exortação, aqui em Fátima, ‘Homens, sede homens’, é desafio a descobrirmos que trazemos em nós a imagem de Deus e uma dignidade inalienável, que por motivo algum pode ser aviltada”, salientou o sacerdote. Ontem, no santuário de Fátima, ouviu-se a reprodução de um trecho das palavras que o novo beato proferiu em 1967 na Cova da Iria, onde apelou aos homens para serem bons e cordatos. “Homens, procurai ver o vosso prestígio e o vosso interesse não como contrários ao prestígio e ao interesse dos outros, mas como solidários com eles”, referia Paulo VI, na altura da peregrinação de 13 de maio de 1967 no santuário e agora, de novo, ouvido no templo. Então, perante milhares de peregrinos, o papa desafiou ainda os homens a não pensarem “em projetos de destruição e de morte, de revolução e de violência”, mas antes “de conforto comum e de colaboração solidária”. “Homens, pensai na gravidade e na grandeza desta hora, que pode ser decisiva para a história

da geração presente e futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intenções de construir um mundo novo; sim, um mundo de homens verdadeiros, o qual é impossível de conseguir se não tem o sol de Deus no seu horizonte”, acrescentou Paulo VI. O decreto para a beatificação foi aprovado, pelo papa Francisco, a 10 de maio. O papa Paulo VI (1897-1978), batizado Giovanni Battista Montini, sucedeu a João XXIII, tendo-lhe cabido o encerramento do Concílio Vaticano II e a concretização da reforma litúrgica da Igreja Católica. Giovanni Battista Montini foi arcebispo da arquidiocese de Milão, no norte de Itália, e criado cardeal em 1958 por João XXIII. Paulo VI esteve à frente dos destinos da Igreja Católica durante 15 anos, desde junho de 1963, quando foi entronizado, até agosto de 1978, quando morreu em Castelgandolfo, estância de férias pontifícia. Foi o primeiro papa a visitar os cinco continentes e o primeiro a celebrar em Fátima, a cujo santuário concedeu a sua primeira Rosa de Ouro.


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