ÚLTIMA VAGA NA I LIGA PAÇOS E AVES DISCUTEM LUGAR ENTRE OS GRANDES DO FUTEBOL
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 125
Quarta-feira, 21 de maio de 2014
MINISTRO DIZ QUE NÃO HAVERÁ DESPEDIMENTOS NOS CENTROS DE EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL
JUNTAR SERVIÇOS
n Pedro Mota Soares garante que não haverá despedimentos no âmbito da junção de instalações dos centros de emprego e da Segurança Social. “O que nós estamos a estudar é uma forma de termos serviços diferentes a serem prestados no mesmo espaço. Não há despedimentos porque não há fusão de serviços. O que queremos efetivamente fazer é, no mesmo espaço, juntar serviços”, assegurou o ministro da tutela...
PORTO
Rui Moreira preocupado com o estacionamento caótico junto das escolas
CLAUSURA
Assis diz que “Portugal vive ideologia de direita neoliberal excessiva”
SEGURANÇA
Mais de 1100 militares da GNR participam hoje na operação “Anjo da Guarda”
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
Porto Lazer vai gerir Silo Auto
Rui Moreira quer resolver problema junto às escolas
A Câmara do Porto aprovou, com o voto contra da CDU e a abstenção do PSD, deixar a gestão do Silo Auto nas mãos da empresa municipal Porto Lazer, nomeadamente para disciplinar o estacionamento noturno na Baixa. “Temos vindo a estudar, com um conjunto de entidades, a forma de evitar o caos no trânsito da movida noturna da Baixa. Temos vindo a falar com a metro e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto – STCP, para funcionarem durante 24 horas ao fim de semana, e esta vai ser uma forma de resolver o problema”, revelou o presidente da autarquia, Rui Moreira, perante as críticas da oposição na reunião pública camarária.
“Solução de transporte público” O presidente da Câmara do Porto reconhece que a autarquia tem de “encontrar uma solução de transporte público para resolver o problema” causado pelo estacionamento caótico e perigoso junto a muitas escolas da cidade. “Temos um problema do transporte individual para as escolas e temos de encontrar uma solução de transporte público para resolver essa questão, que cria um enorme caos, porque os pais chegam todos à mesma hora, e situações de perigo, porque acabam por estacionar em cima das passadeiras que deviam servir para crianças atravessarem”, admitiu o autarca. No período de antes da ordem do dia da reunião pública camarária, Moreira constatou que há determinadas ruas da cidade que “praticamente fecham” nos horários de entrada e saída das crianças das escolas, porque os estabelecimentos “não estão preparados para este fluxo de trân-
PJ apreende quatro viaturas e três imóveis
PORTO. Rui Moreira reconhece que a autarquia tem de resolver o problema” causado pelo estacionamento caótico e perigoso junto a muitas escolas da cidade sito”. “É um problema que temos de avaliar com muito cuidado”, vincou, alertando que o transporte público escolar não está previsto para cidades como Lisboa e o Porto. O presidente da autarquia falava a propósito de um problema de estacionamento e segurança abordado pelo vereador da CDU, Pedro Carvalho, relativamente à escola da Torrinha, e admitiu que a situação se repete noutras artérias. “A rua Guerra Junqueiro, onde estão concentradas muitas escolas privadas, praticamen-
te fecha e transforma-se em parque de estacionamento”, exemplificou. Entretanto, a Câmara do Porto aprovou por unanimidade reclamar junto do ministro da Defesa a classificação do edifício do Museu Militar, onde funcionou a PIDE durante o Estado Novo, como “memória da resistência e da luta antifascista”. O presidente Rui Moreira admitiu acolher a mostra na Câmara “de forma temporária”, até porque a mesma questão, levantada pelo grupo parlamentar Os Verdes, recebeu do minis-
tério da Defesa a indicação da falta de espaço do Museu Militar, e alertas para as questões que levantaria “a partilha do edifício com a URAP, uma instituição privada”. Admitindo que o mais importante é ter o “edifício classificado” e ter uma posição unânime da Câmara, Pedro Carvalho concordou em retirar aquele ponto da votação, pedindo a Rui Moreira que “estude com o Museu Militar a melhor forma de valorizar a exposição na cidade”.
TC condenou retirada de propaganda da CDU/Porto
Câmara “não tinha justificação” A CDU/Porto anunciou que o Tribunal Constitucional (TC) condenou a retirada de propaganda política por parte da Câmara do Porto, considerando que a autarquia não tinha “justificação para a remoção”. Em comunicado, os comunistas referem que o acórdão do TC foi emitido na segunda-feira, considerando que a sua “conclusão corresponde a uma completa e inequívoca condenação da prática de retirada de propaganda política por parte da Câmara do Porto”. De acordo com a CDU, o TC decidiu “negar provimento ao recurso interposto pelo município do Porto da decisão da Comissão Nacional de Eleições de 09 de maio de 2014”. Para os comunistas, “o desfecho desta tentativa de limitar a campanha eleitoral da CDU corresponde a mais uma derrota de todos aqueles que no pas-
sado e no presente pretendem impor restrições inconstitucionais ao livre exercício do direito de colocação de propaganda política”. A retirada de pendões da CDU de centenas de postes da cidade no início do mês motivou uma queixa da coligação à CNE, tendo sido dado razão à força política e intimado a autarquia a repor o material. Na semana passada, em reunião da Assembleia Municipal, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a autarquia recorreu para o TC, considerando que a CNE “é dos órgãos que podiam perfeitamente ser dispensados” no âmbito de uma reforma do Estado. Já em reunião pública do executivo foi aprovado, por unanimidade, suspender as normas de afixação de propaganda política durante a campanha das europeias, tendo Rui Mo-
reira revelado que a autarquia está a “tratar de um novo regulamento” de afixação de propaganda eleitoral, alertando que o mesmo terá de ser conciliado com o centro histórico da cidade. No comunicado, a CDU acrescenta que o TC fundamentou a sua apreciação contraditando as três principais questões adiantadas pela autarquia no seu recurso, designadamente “a alegada falta de competência da CNE para apreciar situações sucedidas fora do período normal de campanha eleitoral, interpretando que esse período se inicia ‘após a marcação da data das eleições’ e inclui ‘o ato eleitoral e os atos preparatórios das eleições’”. O TC considerou também que “a Câmara não foi capaz de identificar ‘qualquer afetação da beleza ou enquadramento de monumento nacio-
nal, de edifícios de interesse público ou outros suscetíveis de ser classificados pelas entidades públicas’”. A CDU refere ainda que o argumento da autarquia de que a colocação de materiais punha em risco a segurança rodoviária também não foi validado, porque o TC entendeu que “as fotografias apresentadas não evidenciam os factos agora aduzidos”. Os comunistas consideram que, no âmbito da reformulação das normas municipais sobre propaganda política que a autarquia pretende fazer “coloca-se como incontornável que o Código Regulamentar [criado pelo anterior executivo, liderado por Rui Rio] seja expurgado das suas inconstitucionalidades e que, de forma definitiva, se termine com o procedimento autoritário da Câmara do Porto de pretender restringir a colocação de propaganda política”.
O Gabinete de Recuperação de Ativos do Norte da Polícia Judiciária anunciou ter procedido à apreensão de quatro viaturas e ao arresto de três imóveis, nove contas bancárias e outros produtos financeiros, na zona do Grande Porto. Em comunicado, a PJ esclarece que esta ação foi desenvolvida no âmbito da investigação patrimonial e financeira com vista à identificação, localização e apreensão de ativos de um grupo de pessoas, com residência na zona do Grande Porto, cuja principal atividade seria a prática de crimes, nomeadamente de tráfico de droga e branqueamento. No decurso da investigação, “foram apuradas vantagens ilícitas, resultantes da atividade criminosa, num valor aproximado de um milhão e seiscentos mil euros, que agora foram apreendidas com suscetibilidade de perda a favor do Estado”, acrescenta a PJ.
DIAP muda-se para a Rua de Camões
O Ministério da Justiça informou que transferiu para um único edifício, no Porto, as nove secções do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), dispersas por vários locais, e o Tribunal de Instrução Criminal (TIC). “Completou-se a mudança do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto para as novas instalações, sitas na Rua de Camões, Porto, instalações que congregarão num único edifício todas as secções do DIAP, assim como o Tribunal de Instrução Criminal, conferindo um acréscimo assinalável de operacionalidade ao exercício funcional do Ministério Público”, lê-se também na página da Internet da Procuradoria-Geral Distrital do Porto.
regiões
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Nove imigrantes detetados a trabalhar numa herdade em Serpa
“Absoluta irregularidade” Tribunal do Fundão
Homem condenado a 19 anos de prisão
O Tribunal do Fundão condenou a 19 anos de cadeia o homem que estava acusado de ter assassinado a mulher à paulada e que já tinha sido julgado há um ano em processo sumário. No primeiro julgamento, a pena tinha sido fixada em 20 anos de cadeia, mas, agora, o coletivo de juízes optou por reduzi-la em um ano, tendo em conta a confissão realizada de forma “livre, consciente e sem reservas” e o pedido de desculpas formais do arguido à família. O juiz sublinhou ainda que as atenuantes não retiram a gravidade ao crime, que classificou como sendo de “extrema violência”.
No centro de Lisboa
Condenados por roubarem relógios de luxo
Três homens foram, ontem, condenados a penas efetivas entre os seis e os nove anos de prisão por roubarem relógios de luxo a automobilistas que circulavam em várias artérias da cidade de Lisboa, como Amoreiras, Marquês de Pombal e Saldanha. À saída das Varas Criminais, Melo Alves, advogado de dois dos arguidos, escusou-se a prestar declarações, dizendo apenas que “vai pensar” se recorre ou não da decisão. Os homens são oriundos de Nápoles, Itália, país de onde viajavam propositadamente para a capital portuguesa a fim de praticarem os delitos.
Segundo a ACT, os trabalhadores “ainda não tinham recebido qualquer retribuição”, embora “já estivessem há algum tempo” na empresa. Nove imigrantes foram detetados a trabalhar numa herdade em Serpa, através de uma empresa prestadora de serviços, “em absoluta irregularidade”, indocumentados e sem terem recebido, embora já estivessem a trabalhar há algum tempo. Os trabalhadores, oito romenos e um moldavo, foram detetados durante uma ação inspetiva de combate ao trabalho não declarado e verificação das condições de segurança e saúde no trabalho realizada pela Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Num comunicado divulgado ontem, a ACT explica que, durante a ação, realizada com o apoio da GNR, detetou que na herdade agrícola operava uma empresa prestadora de serviços com os nove imigrantes ao seu serviço, sete dos quais estavam “indocumentados” e “todos não declarados à Segurança Social”. Segundo a ACT, os nove trabalhadores “ainda não tinham recebido qualquer retribuição”, embora “já estivessem há algum tempo ao serviço” da empresa, que pertence a uma cidadã romena e já ti-
Serpa. Os inspetores da ACT constataram que não havia contratos que os trabalhadores não tinham seguro de acidentes, nem exames médicos nha faturado no dia 2 deste mês «jornas» a 39 euros mais IVA. Os inspetores da ACT constataram que não havia contratos, nem registo dos tempos de trabalho, e que os trabalhadores não tinham seguro de acidentes, nem exames médicos e a empresa não tinha organizados os serviços de segurança e de saúde no trabalho. Devido à situação de “absoluta irregularidade” por parte da empresa, a ACT refere que levantou os respetivos autos de notícia e apurou as contribuições para a Segurança Social.
A ACT indica também que informou os responsáveis de que “se impunha de imediato a regularização da situação” dos nove trabalhadores ou de outros que os fossem substituir no futuro. Posteriormente, a ACT verificou, através da Base de Dados da Segurança Social, que a empresa procedeu à qualificação de 10 trabalhadores, entre os quais estão cinco dos nove detetados na ação inspetiva. A ACT refere ainda que informou a proprietária da herdade e recebedora da prestação de serviços “da responsabilidade solidária
em algumas das infrações detetadas”. No comunicado, a ACT revela que está a preparar uma campanha nacional de prevenção e combate ao trabalho não declarado, o que se insere no seu plano de atividades. Recorde-se que, no mês de novembro do ano passado, foi detetado mais um caso de alegada escravidão, também no Alentejo. Tratava-se de 15 romenos que foram apanhados nas malhas da imigração ilegal e sujeitos a condições de trabalho desumanas, ganhando menos de um euro por dia de trabalho.
Câmara de Sintra evita fecho de centro
Três funcionários cedidos à saúde A Câmara de Sintra vai disponibilizar três funcionários municipais para assegurar o funcionamento no verão de uma extensão de saúde na União das freguesias de São João das Lampas e da Terrugem. “A Câmara, que tem tido uma ligação estreita com o Ministério da Saúde, disponibiliza-se para pôr lá os funcionários durante esse tempo para o centro não suspender serviços”, explicou Basílio Horta, acrescentando: “não era todo o serviço [que seria suspenso], era só as consultas, mas era um prejuízo grande para as pessoas que tinham de ir à Terrugem.”
Sintra. Câmara vai disponibilizar três funcionários municipais para assegurar o funcionamento no verão de uma extensão de saúde
Segundo o presidente da autarquia, o Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra planeava suspender as consultas, nas férias de verão, na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de São João das Lampas, que seriam asseguradas na Terrugem. Por se tratar de “razões conjunturais”, de pessoal de baixa médica e de férias, Basílio Horta disponibiliza os trabalhadores, convencido de que a situação será ultrapassada com o regresso ao serviço dos funcionários do centro de saúde. “Estou desconfiado de que a ideia será no futuro encerrar a extensão de
saúde”, admitiu Guilherme Ponce de Leão, presidente da junta da União das Freguesias de São João das Lampas e Terrugem. Em comunicado à população, o responsável deu conta de um telefonema a avisar sobre o encerramento, no período de férias, de uma das unidades de saúde. O autarca considerou a “situação preocupante” e disse que o executivo local está “seriamente empenhado em colocar-se ao lado da população, no sentido de se poder travar uma medida que penaliza os cuidados de saúde” que os habitantes merecem.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
Mota Soares garante que “não vai haver despedimentos”
EUROPEIAS
“Só queremos juntar serviços no mesmo espaço” O ministro do Emprego e da Segurança Social garante que não haverá despedimentos no âmbito da junção de instalações dos centros de emprego e da Segurança Social. “O que nós estamos a estudar é uma forma de termos serviços diferentes a serem prestados no mesmo espaço, não é fundir esses serviços que são, na sua natureza, diferentes. Se libertamos cerca de 35 imóveis, acho que estamos a fazer bem o nosso papel. Não há despedimentos porque não há fusão de serviços. O que queremos efetivamente fazer é, no mesmo espaço, juntar serviços”, assegurou o ministro da tutela. Mota Soares comentava uma notícia segundo a qual o atendimento ao público dos centros de emprego e dos serviços de Segurança Social vai passar a ser feita no mesmo local, através da partilha do mesmo espaço. Numa primeira fase, a partilha do espaço ocorrerá em 15 localidades, mas a intenção do Governo é alargar estes “projetopiloto” a outras cidades do país. Mota Soares recusou adiantar a data para a implementação da medida ou quais as regiões do país onde terão início estas alterações, remetendo
MOTA SOARES. O ministro garante que não haverá despedimentos no âmbito da junção de instalações dos centros de emprego e da Segurança Social para a poupança que o Governo terá através da partilha de instalações. “Por exemplo, só na cidade de Lisboa, com a rentabilização de muitos espaços que tínhamos na área do emprego e na área da Segurança Social, conseguimos poupanças superiores a um milhão de euros por ano que, efetivamente, fazem todo o sentido”, sublinhou o ministro. Quanto ao valor da poupança es-
timada com esta medida, Mota Soares disse que o executivo está ainda a “quantificar” e não avançou números. “As poupanças que esperamos ter resultam de conseguirmos libertar 35 espaços ao longo do país, deixar de pagar 35 rendas, deixar de pagar 35 serviços ao longo do país sempre com esta preocupação: manter um serviço de qualidade e um serviço de proximidade e é isso que estamos neste momento aa
estudar, mas não há ainda decisões formadas”, rematou o governante. O ministro do Emprego e da Segurança Social falava aos jornalistas à margem da apresentação do programa “Dia do Emprego”, no âmbito do qual a McDonald’s e o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) assinaram um protocolo para a criação de 600 postos de trabalho nos próximos três anos.
Assis fala numa maioria e presidente de direita
“Clausura ideológica neoliberal” O cabeça de lista socialista nas europeias considera que Portugal vive “uma clausura ideológica neoliberal” com uma maioria de direita e um Presidente da República que alinha com o Governo no essencial. Francisco Assis falava num almoço comício em Aveiro, depois de intervenções da eurodeputada socialista Elisa Ferreira (número quatro da lista) e do líder da Federação de Aveiro do PS, Pedro Nuno Santos, num discurso em que acusou a Comissão Europeia de violar os tratados e de exercer “chantagem” em relação ao Estado Português. “A primeira rutura democrática que temos de fazer é política. Precisamos de uma nova maioria na Europa, cujas principais instituições foram colonizadas por uma linha ultraliberal radical. A Comissão Europeia deixou de cumprir a missão que lhe estava atribuída pelos tratados e ainda na semana passada fez uma ameaça e uma chantagem inadmissível
ao Estado Português”, declarou, numa alusão às advertências de Bruxelas sobre a evolução da consolidação orçamental no país. No plano nacional, Assis atribuiu à direita um completo domínio com uma maioria, um Governo e um Presidente da República, falando então em “clausura ideológica neoliberal”. “Vivemos um tempo de clausura ideológica marcada pela hegemonia da direita neoliberal em todos os lugares de decisão, seja a nível interno, seja a nível europeu. Em Portugal há uma maioria, um Governo de direita e um Presidente da República que nos momentos essenciais sempre esteve ao lado da direita”, sustentou o “número um” da lista europeia do PS. Em Bruxelas, de acordo com Assis, esteve um presidente da Comissão Europeia que seguiu essa agenda ideológica e acabou até por prejudicar institucionalmente a União Europeia”. “Vivemos uma clausura ideológica excessiva”,
salientou o ex-líder parlamentar do PS. Neste contexto, Francisco Assis contrapôs a necessidade de “um novo consenso” em Portugal e na União Europeia, tendo em vista acabar com a atual “austeridade expansionista” – uma filosofia política que considerou ser elementar no neoliberalismo. Relativamente à (o)posição mais à esquerda do PS, Assis acusa PCP e Bloco de adotarem um “sectarismo maximalista”, tornando-se ambos “aliados objetivos da direita” ao centrarem os seus ataques no PS. Estas críticas aconteceram na parte final do seu discurso no almoço comício de Aveiro, depois de defender a tese de que só o PS pode transformar o protesto contra o Governo numa solução alternativa política. “É inadmissível este sectarismo maximalista que tem caraterizado as forças à nossa esquerda e que os leva a dedicarem muito mais energia a atacar o PS do que a atacar este nefasto Governo de direita em Portugal.
Este sectarismo maximalista de uma certa esquerda, que pretende fazer crer que não há qualquer diferença entre o PS e a direita, constitui neste momento histórico um dos principais aliados objetivos da direita em Portugal”, sustentou recebendo palmas. De acordo com o ex-líder parlamentar do PS, “os partidos de extrema-esquerda, quando comparam o PS à direita, estão a insultar milhões de portugueses que todos os dias sentem na carne os efeitos das políticas deste Governo”. “É preciso dizer aos partidos da extrema-esquerda que, tal como o PS não pretende ser dono da esquerda, também não aceitamos que eles pretendam ser os donos. Aliás, a esquerda seria bem pequena se acabasse nas fronteiras do Bloco de Esquerda e do PCP. A grande esquerda de inspiração socialdemocrata, que transformou o mundo, essa grande esquerda é representada pelo PS”, concluiu.
Resultados publicados depois das 22h00
Os resultados das eleições europeias só poderão ser publicados depois das 22h00 de domingo, hora de encerramento das urnas em Itália, e a emissão de projeções pela comunicação social portuguesa está em análise, segundo a CNE e a DGAI. Uma nota da Direção-geral de Administração Interna (DGAI) clarificou que a “divulgação pública dos resultados do escrutínio provisório, tendo em atenção a hora de fecho das urnas em Itália, só poderá ser efetuada a partir das 22 horas (hora de Lisboa) do dia 25 de maio”. João Almeida, porta-voz da CNE, explicou que a comissão contactou os serviços do Parlamento Europeu sobre a questão da divulgação de projeções dos resultados das eleições, que habitualmente acontecem pelas 20h00, após o encerramento das urnas em Portugal. A decisão sobre a questão deverá ser divulgada amanhã, acrescentou.
Militares portugueses no Afeganistão já votaram
Os militares portugueses do 8.º Contingente Nacional, em missão no Afeganistão, votaram antecipadamente entre 13 a 16 de maio para as eleições europeias, informou o Estado-Maior-General das Forças Armadas. Durante esses dias, uma representante da embaixada portuguesa na Turquia deslocou-se à base da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), no Aeroporto Internacional de Kabul, para organizar a votação dos militares. Os militares votaram a 6800 quilómetros de distância de Portugal. O Estado-Maior General das Forças Armadas divulgou ainda que também votaram antecipadamente 173 militares portugueses em missão no Kosovo, dos três ramos das Forças Armadas e da GNR. O ato eleitoral, que decorreu no dia 13 de maio, foi organizado por de representantes da embaixada portuguesa em Belgrado, acrescentou o EMGFA, em comunicado. A eleição de 21 deputados ao Parlamento Europeu realizase em Portugal no próximo domingo.
economia
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
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Pires de Lima elogia progresso nas exportações, consumo e investimento
“Portugal está no caminho certo” Portugal já não tem “só um motor a puxar pela economia”, mas sim “três motores essenciais”, defendeu o ministro da Economia. CNA contesta medidas fiscais injusta
Menos 16 mil inscritos A Confederação Nacional da Agricultura afirmou, ontem, que houve menos 16 mil candidaturas aos apoios da Política Agrícola Comum (PAC) nas últimas duas campanhas, atribuindo a redução às medidas fiscais “injustas” que foram impostas aos agricultores. O prazo para apresentação de candidaturas às ajudas da PAC terminou no passado dia 15 de maio e “pelo segundo ano consecutivo, a campanha de receção ficou negativamente marcada pelas injustas imposições fiscais” introduzidas no Orçamento do Estado para 2013, denuncia a CNA num comunicado. Segundo a Confederação, este ano, a redução do número de candidaturas em Portugal Continental foi superior a 10 mil. “São números muito preocupantes já que a actual campanha servirá de referência para a atribuição das ajudas para os próximos 7 anos, portanto até 2020”, justifica a mesma organização, explicando que a redução de candidaturas “corresponde a muitas centenas de milhares de euros que Portugal não utiliza e devolve a Bruxelas”. A CNA reclama a anulação das imposições fiscais introduzidas no Orçamento de Estado. As novas medidas entraram em vigor a 30 de abril, depois de quatro adiamentos, e obrigam todos os agricultores com atividade comercial a inscreverem-se nas Finanças.
O ministro da Economia, Pires de Lima, assinalou, ontem, que Portugal está no “caminho certo”, no crescimento económico e na redução do desemprego, graças a “três motores essenciais”, que são “as exportações, o consumo privado e o investimento”. “Os dados mais recentes da economia portuguesa, relativamente ao consumo e ao investimento, dizem-nos que estamos na direção certa. Esses dados não eram assim há nove meses”, frisou. O ministro discursava na Universidade de Évora, durante a cerimónia de assinatura do memorando de entendimento entre o Estado e a empresa Capgemini Portugal para a abertura de um centro de serviços remotos na cidade alentejana. Uma situação que, segundo o ministro da Economia, constitui “uma novidade muito importante”, porque é demonstrativa da “confiança” na economia, uma vez que, “não existe consumo nem investimento se não existir confiança”. Portugal, por isso, já não tem “só um motor a puxar pela economia”, mas sim “três motores essenciais”, salientou António Pires de Lima, indicando as “exportações, consumo privado e investimento”. “2014 vai ser ano de crescimento”
No mesmo dia em que o INE divulgou que o indicador de clima económico em Portugal atingiu em abril o valor mais elevado desde outubro de 2010, enquanto o indicador de atividade económica voltou a aumentar em março para o máximo desde agosto de 2010, Pires de Lima fez questão de reafirmar que o país está “num momento de viragem económica”. Segundo o governante, “são claros” os “sinais” de que Portugal “vai ter em 2014 um ano de crescimento, pela primeira vez em vários anos”. O primeiro trimestre, aludiu, registou “um crescimento previsto de 1,2%, face ao trimestre homólogo de 2013”,
o que “está em linha” com “a melhor projeção do Governo feita em abril”. O mesmo período, continuou, fechou com uma taxa de desemprego de 15,1%, a qual “ainda é alta”, mas “está 2,6 pontos percentuais abaixo daquela” que o país tinha “há um ano”. “Portugal foi um dos países da Europa que mais viu baixar a taxa de desemprego, ao longo dos últimos 12 meses”, argumentou ainda Pires de Lima. E, por isso, “tanto em termos de crescimento como em termos de redução do desemprego”, o País está “no caminho certo”, acentuou. Lançando ‘farpas’ a quem tentar pôr “em causa a bondade deste crescimento”, perante “qualquer sinal ou notícia menos positiva”, o governante lembrou que “quem é verdadeiramente o motor do crescimento económico não é o Estado, nem sequer o Governo, muito menos o ministro da Economia”. “Multinacionais estão a apostar”
Évora. “Os dados mais recentes da economia portuguesa, relativamente ao consumo e ao investimento, dizem-nos que estamos na direção certa”, diz Pires de Lima
A perder 0,05%
Bolsa de Lisboa fecha sessão em queda ligeira
O principal índice da bolsa portuguesa (PSI20) encerrou a sessão de ontem a recuar ligeiros 0,05% para 6.896,20 pontos, com o BES e o ESFG a liderarem as subidas, num dia maioritariamente negativo no resto da Europa. Das 20 cotadas no PSI20, 13 desvalorizaram, uma ficou estável e seis fecharam o dia em terreno positivo. No resto da Europa, as quedas nos
principais mercados variaram entre os 0,21% de Frankfurt e os 0,62% de Londres. Madrid e Milão foram as exceções, ambas com ganhos a rondar os 0,30%. Por outro lado, os juros da dívida portuguesa estavam a descer em todos os prazos, depois de Portugal ter terminado oficialmente, no sábado, o plano de ajustamento. Às 08h35, os juros a 10 anos estavam a 3,837%, depois de terem terminado a 3,862% na segunda-feira e de terem descido, a 8 de maio, até aos 3,460%, um mínimo desde fevereiro de 2006.
O ministro da Economia disse, ainda, que as empresas multinacionais estão “a apostar, crescentemente, em Portugal”, porque existem no país recursos humanos qualificados, o “maior fator de competitividade” da economia nacional. “Eles [estes investimentos] permitem dar ‘luz’ áquilo que é o maior fator de competitividade da economia portuguesa”, ou seja, “as pessoas”, referiu. Segundo António Pires de Lima, “não existem centros de serviços partilhados qualificados sem pessoas qualificadas”. “Quando uma empresa como a Capgemini decide escolher Évora significa que optou por esta cidade em detrimento de todos os outros sítios no mundo onde poderia localizar este centro de serviços”, sublinhou o governante. “Era bom que pensássemos nisto quando assistimos, muitas vezes, a um discurso político que procura desvalorizar a capacidade dos portugueses”, criticou. O investimento da empresa portuguesa, que pertence ao universo da multinacional francesa Capgemini, e cujo montante não foi divulgado, resulta de uma parceria com a AICEP e o IEFP, com “forte envolvimento” da Universidade e da Câmara de Évora, assim como do PCTA e de outras entidades regionais.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
Paços de Ferreira e Desportivo das Aves disputam última vaga na I Liga
Decisão final Depois do 0-0 da primeira-mão, as duas equipas decidem quem fica na I Liga e quem vai ter que jogar na II em 2014/15. O treinador do Paços de Ferreira, Jorge Costa, disse estar confiante num final feliz frente ao secundário Desportivo das Aves, hoje, no segundo e decisivo jogo do «play-off» de acesso à I Liga. “Estamos com alguma ansiedade pelo início do jogo, mas confiantes num final feliz”, disse Jorge Costa numa conferência de imprensa em que justificou o sentimento de confiança com o “bom jogo nas Aves”, na última sexta-feira. Para o técnico pacense, “o Paços podia ter conseguido um resultado mais positivo” do que o empate 0-0 e lembrou que “está tudo em aberto”. “Jogamos em nossa casa, temos o apoio do nosso público e basta-nos um golo para o objetivo [da permanência]”, sublinhou. Segundo Jorge Costa, “a maior preocupação [dos últimos dias] foi recuperar fisicamente os jogadores”, numa semana de trabalho que considerou “diferente”, por se tratar do final da época e haver ainda “índices de motivação nos jogadores para um jogo que decide tudo”. Só a vitória evita a despromoção da equipa, que, no primeiro jogo da «liguilha», nas Aves, falhou na eficácia ofensiva, desperdiçando a oportunidade que os golos marcados fora poderão ter no desfecho desta “final”. “A ineficácia ofensiva não me preocupa. Vamos melhorar o que fizemos para chegar aos golos”, afirmou Jorge Costa. Aconteça o que acontecer, Jorge Cos-
Magrão, Weldinho e Piris
Sporting anuncia saída de três jogadores
O Sporting anunciou, ontem, que os futebolistas Gerson Magrão, Welder e Piris e vão deixar o clube, não fazendo parte das opções para a próxima temporada. “A Sporting SAD informa que decidiu não acionar a opção de compra dos jogadores Welder e Iván Piris, bem como não acionar a opção de prolongamento de contrato de Gerson Magrão”, referiu o clube em comunicado. Por outro lado, o russo Vadim Vasilyev, vice-presidente do Mónaco, confirmou a saída do treinador Claudio Ranieri, que deve ser substituído por Leonardo Jardim.
«Play-off». O Paços de Ferreira recebe o Desportivo das Aves, terceiro elegível da II Liga, hoje, às 20h15, no segundo e decisivo jogo da «liguilha» ta fala numa “época atípica” do Paços, “com algumas coisas boas e outras horríveis”, que deverão merecer uma análise dos responsáveis do clube, recusando, por agora, alongar-se sobre a sua continuidade ou saída do clube. “[A continuidade] Não é questão para se falar nesta altura. Fui contratado para não deixar cair o Paços e, mais importante do que o Jorge Costa, é dar o nosso melhor”, afirmou, esperando
que “os adeptos façam o que têm feito até aqui”. “Se alguém tem falhado, somos nós e não os adeptos”, concluiu. Já o treinador do Desportivo das Aves defendeu que a equipa mais segura e solidária poderá fazer a diferença frente ao Paços de Ferreira. “Não temos muitos recursos, mas temos ideias e, quando elas são boas, podemos fazer coisas que ninguém está à espera. Acredito que o melhor ainda
está para vir”, disse Fernando Valente. “Temos uma estratégia e uma identidade de que não prescindimos”, sublinhou, rematando: “sendo um jogo decisivo, temos de estar no nosso máximo, mas sinto os jogadores muito determinados e espero que, dentro daquilo que é a disputa com uma grande equipa, possamos ter os nossos momentos e possamos, no fim, ultrapassar o Paços.”
Português garante estar “a melhorar”
Ancelotti confirma Ronaldo na final de Lisboa O técnico do Real Madrid revelou, ontem, que Cristiano Ronaldo vai estar em condições para jogar a final da Liga dos Campeões, ao contrário de Pepe, que estará em dúvida até sábado. “Ronaldo não treinou porque fez trabalho específico e não precisou de sair para o relvado. Optámos por fazer esse tipo de trabalho. Vai jogar a final assim como o Bale”, anunciou o italiano Carlo Ancelotti em conferência de imprensa, no dia aberto à imprensa do Real Madrid. Mais difícil está a vida de Pepe. O central luso-brasileiro está afastado dos relvados há duas
«Champions». “Ronaldo vai jogar a final assim como o Bale”, anunciou Ancelotti. Pepe e Benzema estão em dúvida
semanas, também devido a questões musculares, e voltou a ser umas das ausências no treino dos «merengues». “Não sou pessimista, sou realista. Se a final fosse hoje [ontem], tanto Pepe como Benzema não poderiam jogar. Mas ainda faltam alguns dias e vamos ver o que acontece”, referiu Ancelotti, acrescentado que o jovem central francês Varane será escolhido para render o internacional luso, caso se confirme a sua indisponibilidade. Em dúvida, mas por opção técnica, estará também Fábio Coentrão, que discute um lugar no lado esquerdo da defesa com
o brasileiro Marcelo. “O Fábio tem jogado bem, mas o Marcelo, desde que regressou de lesão, também esteve em bom nível. Vamos ver. Os dois têm possibilidade de jogar”, disse o italiano. Já Ronaldo disse que espera estar a “100 por cento” na final, apesar de ter alguns problemas físicos, e sonha levantar o troféu no “mítico” Estádio da Luz. “Estou a melhorar, comecei hoje [ontem] a trabalhar no campo, senti-me bem, faltam quatro dias para a final, há muito tempo para recuperar e espero estar a 100 por cento no sábado”, afirmou.
Estreia no Mundial
Passos Coelho vê jogo contra a Alemanha
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, desloca-se ao Brasil entre 12 e 16 de junho, passando por São Paulo, Recife e Salvador da Baía, onde assistirá ao jogo de abertura da seleção nacional no Mundial2014, entre Portugal e Alemanha. De acordo com fonte do gabinete do primeiro-ministro, integram a comitiva de Passos Coelho o ministro da Economia, António Pires de Lima, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, e o presidente da AICEP, Miguel Frasquilho.
Quarta-feira, 21 de Maio de 2014
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O BOMBO DA FESTA A questão das eleições, tratando-se de eleições europeias que, bem vistas as coisas, em termos práticos e imediatos da vida do dia-a-dia dos portugueses, nada significam, coloca-se de uma maneira bem simples: votar nos partidos do arco da desgovernação é uma espécie de sadomasoquismo; votar nos partidos do arco da não goverGustavo Pires* nação é uma espécie de suicídio. Partindo do princípio de que as próximas eleições podem ser uma excelente oportunidade para o exercício do direito pedagógico dos portugueses puxarem as orelhas aos políticos, o melhor que há a fazer é tirar-lhes legitimidade a fim de não continuarem a sentir-se no direito de fazerem o que muito bem entendem a partir de um chorrilho de mentiras com que, sem qualquer sombra de vergonha, se permitem ganhar eleições. Por isso, para além da abstenção que irá certamente atingir um valor recorde, os votos em branco e os nulos acabam por ser um instrumento de ordem pedagógica com que os portugueses podem manifestar o seu descontentamento para com um regime em final de ciclo. Contudo, é bom que se entenda que o mal do País não são os partidos que, nos últimos quarenta anos, governaram o País. O mal do País são os políticos corruptos, oportunistas e devassos que se apossaram dos partidos e transformaram o regime saído do 25 de Abril numa partidocracia que está a comer o corpo e a sugar o sangue dos portugueses. Não se pode aceitar que os portugueses, depois de 48 anos a suportarem um regime fascista de partido único, devido às naturais fragilidades da democracia, aceitem agora viver uma espécie de ditadura dos partidos em que tudo se resume a uma pantomina protagonizada por uma casta para quem as eleições não passam de um instrumento que legitima o seu poder de características cada vez mais protofascistas. Hoje, os portugueses não devem continuar a suportar gente do antigamente com pretensões a gerir o País de amanhã. Alguns já vão na segunda e até na terceira geração. Por isso, já não chega uma reforma do Estado. Tem de ser mais do que isso. Tem de ser uma reforma do regime. Porque a implosão de um regime em que os políticos se afirmam pela mentira e pela trapaça é só uma questão de tempo. Assim sendo, para que o voto continue a ser a “arma do povo”, infelizmente, o tiro tem de acertar no branco ou no nulo do boletim de voto sob pena dos políticos continuarem a fazer dos portugueses o bombo da festa. Claro que da festa deles.
José Manuel Trigoso e a revalidação da carta de condução
“Exames sérios e rigorosos” O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa defende que os exames médicos obrigatórios para revalidar a carta de condução deviam ser feitos pelas Administrações Regionais de Saúde para garantir “o rigor” dessas avaliações. A legislação “empurra” para os médicos de família a emissão do atestado médico – obrigatório a partir dos 50 anos para as categorias de ciclomotores, motociclos e ligeiros –, uma situação já criticada pelos clínicos. “A Ordem dos Médicos considera que a emissão de um atestado de condução não faz parte da carteira básica dos cuidados de saúde. Portanto, não é uma obrigação dos médicos de família, o que não significa que não possam passálo e não tenham competência para o emitir”, explica o bastonário da OM. Contudo, sublinha José Manuel Silva, “a complexidade” de alguns casos exige o recurso a outras especialidades médicas para emissão do atestado. Estas situações abrangem muitas vezes idosos, que vão perdendo ao longo da vida capacidades, o que os pode prejudicar na condução.
José Manuel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), ressalva que “não é automático” que “todas as pessoas que ultrapassem determinada idade possam constituir um perigo” na estrada. “O que constitui um perigo é a degradação das qualidades físicas e psicológicas das pessoas sem serem acompanhadas por exames sérios e rigorosos que garantam que quem continua a conduzir tem efetivas condições para isso”, sublinhou. O mesmo responsável disse ter “seríssimas dúvidas” sobre o rigor dessas avaliações, que podem ser feitas por “qualquer médico”. Nesse sentido, defendeu, as administrações regionais de saúde “deviam tomar isso a sério e serem elas as responsáveis pela avaliação da continuação da autorização para a condução de acordo com determinados critérios”. José Trigoso sublinhou que a sinistralidade é um “problema de saúde pública”, com custos elevadíssimos em termos de internamento, de tratamento, etc, que tem de ser combatido com prevenção. “No
caso dos idosos, a prevenção é um controle sério das suas capacidades para poderem continuar a conduzir”, frisou. Também o bastonário dos médicos defende que “deveria haver, a nível das estruturas do Serviço Nacional de Saúde, ou outras, uma forma diferente da emissão desses atestados”. “Se o médico de família entender poderá passá-lo quando os seus doentes lhe pedem”, mas não deve constituir uma obrigatoriedade, defendeu, sustentando que a missão dstes clínicos é “prestar cuidados de saúde e não estar a emitir atestados”. Para o bastonário, o Governo devia “criar alternativas para que os cidadãos pudessem ter a emissão de atestados que não decorressem de uma avaliação dos cidadãos em situações de doença”. O presidente da PRP acrescentou que os idosos devem poder “continuar a conduzir até aos limites”, desde que não ponham em causa a sua segurança e a dos outros. “É isso que o Estado tem que garantir com muito mais eficácia do que está a fazer agora”, concluiu José Trigoso.
Barcadouro amplia oferta a partir de hoje
Turismo fluvial no Douro A empresa de turismo fluvial no Douro Barcadouro transportou em 2013 um número recorde de passageiros – mais de 50 mil – o que lhe permitiu aumentar a faturação em 48%, para mais de 2,2 milhões de euros. Segundo informou fonte da empresa, que opera quatro embarcações marítimo-turísticas (duas de médio porte e duas de grande porte), 2013 foi o ano em que, nos seus 18 anos de atividade, mais turistas transportou nos cruzeiros de um e de dois dias que assegura no rio Douro. A partir de hoje, a Barcadouro amplia a sua oferta ao passar a integrar uma visita guiada ao Museu do Côa – recentemente distinguido com o Prémio de Arquitetura do Douro -no programa do seu mais recente serviço Régua-Pocinho-Ré-
gua, denominado “Douro Côa”. “No mesmo dia, o turista fica a conhecer o essencial de duas áreas classificadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Património Mundial da Humanidade: a paisagem característica do Alto Douro Vinhateiro e a arte rupestre do Parque Arqueológico do Vale do Côa”, destaca a empresa. O cruzeiro parte pelas 8h30 do cais da Régua, subindo o rio Douro até ao Pocinho, onde se articula com um autocarro com destino a Vila Nova de Foz Côa, para visita ao museu local. O regresso à Régua é feito de comboio ao final da tarde, pelas 19h07, desde a estação do Pocinho. Segundo Fernando Costa, fundador e administrador da Barcadouro, esta é a 17.ª proposta do portefólio
da empresa e resulta de uma parceria com a Fundação Côa Parque para “lançar um produto turísticocultural inovador que contribua para a diversificação do turismo fluvial no Douro e a dinamização económica do vale do Côa”. O serviço está disponível até final da corrente época turística, de terça a sexta-feira e com o preço de 89 euros por pessoa, realizando-se sempre que a procura o justifique. “Estamos num período experimental ainda, mas gostaríamos de passar a realizar este cruzeiro diariamente em 2015. É uma proposta diferente e em que iremos apostar. Para além do seu valor cultural e turístico, terá impacto na economia do vale do Côa e nós somos sensíveis a esse aspeto”, salientou o mesmo responsável da Barcadouro.
GNR lança operação “Anjo da Guarda”
Atenção aos cintos e telemóveis! Mais de 1100 militares da GNR participam, hoje, na operação Anjo da Guarda, de fiscalização do uso de cintos de segurança, sistemas de retenção para crianças e uso indevido de telemóvel. Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana (GNR) afirma que a operação de intensificação de fiscalização
mobiliza 1148 militares, que vão efetuar 470 ações, especialmente direcionadas para as vias no interior de localidades e nas proximidades de estabelecimentos de ensino, locais onde as infrações daquele género são mais comuns. “As estatísticas dos acidentes de viação ocorridos em Portugal continuam a apresentar nú-
meros preocupantes no que se refere ao transporte de passageiros nos bancos da retaguarda, sem fazerem uso de sistema de retenção. Outro comportamento de risco, associado à condução, é a utilização do telemóvel, comportamento que distrai o condutor”, pode ler-se no comunicado da GNR.