NICO CONTINUA A DOMINAR Piloto da Mercedes vence na Alemanha e reforça liderança do Mundial de F1
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 168
Segunda-feira, 21 de julho de 2014
CAVACO EM SEUL, PASSOS NO SRI LANKA E PORTAS ABERTAS NA FEIRA DE LUANDA
POL!TICA EXTERNA n Os mais céticos defendem que os principais responsáveis pelo país só sabem passear, outros dizem que se trata da melhor estratégia para que a política externa possa dar frutos e contribuir para a recuperação económica de Portugal. Certo é que Cavaco “almoçou bem” em Seul, Passos viu as “raízes portuguesas” deixadas no antigo Ceilão e Portas vai até Luanda para participar na FILDA...
MARÉS VIVAS
Vítor Rodrigues faz balanço “altamente positivo” com recorde de visitantes
SEGURO
critica os que pensam que governar “é apenas lutar para chegar ao poder”
FARO
Desfile de ‘motards’ com menos participantes do que era esperado
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
Festival Marés Vivas com “número recorde” de visitas
Mais de 75 mil pessoas em Gaia O festival Marés Vivas contou este ano com um “número recorde” de visitas, ultrapassando “ligeiramente” as 75 mil pessoas, disse Vítor Rodrigues, ao fazer um balanço “altamente positivo” do evento. “O balanço só pode ser altamente positivo. Pela adesão, mas, mais do que isso, pelo entusiasmo. E nem a chuva o fez esmorecer, sinal da qualidade do festival”, afirmou o presidente da Câmara Muncipal de Gaia. Em declarações, no último dia do festival, Vítor Rodrigues revelou que quinta-feira foi o único dia a não esgotar os 25 mil bilhetes, mas que os 3000 ingressos por colocar foram superados por convites, que fizeram subir os nú-
MARÉS VIVAS. Os tons suaves de Joss Stone abrilhantaram o último dia de um festival que voltou a superar as expetativas meros oficiais todos os dias. “O crescente entusiasmo que sentimos com este festival já nos faz pensar em 2015. Já temos datas, de 16 a 18 de julho. E a aposta é manter o crescimento. Esse é o único caminho, torná-lo ainda maior”, vincou o mesmo autarca. A chuva intensa de sexta-feira, e que também apareceu no sábado, foi desvalorizada, com o autarca a referir que “muitos críticos de música escre-
veram que este foi o melhor concerto dos James em Portugal”, considerando ainda que “nem o tempo instável retira pessoas a este evento com impacto crescente”. O cartaz do próximo ano “vai ser ainda mais forte” e o governante revelou que “em setembro será divulgada a primeira banda, sinal de que tudo está a ser tratado atempadamente”. Entre as inovações para o ano, “a
aquela força policial apreendeu três bastões (um deles extensível), uma soqueira, 69 euros em dinheiro, um telemóvel e quatro documentos de viaturas. A PSP acrescenta que os detidos vão ser presentes junto das Autoridades Judiciárias.
tes proprietários da habitação. O comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar assegura que, no entanto, o rebentamento súbito não pode levar a concluir que a casa ou aquela divisão em particular estivesse fechada há muito tempo. As botijas de gás “estavam no exterior” da habitação e o acidente pode justificar-se pela existência de “gás concentrado na canalização ou em algum eletrodoméstico”, acrescenta a mesma fonte. Também o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real informou de uma explosão “com um ferido grave e um ligeiro”, pelas 14h24. Os feridos foram transportados para o Centro Hospitalar de Vila Real, de acordo com o comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar.
criação de um serviço de ‘babysitting’ que permita às pessoas com crianças muito pequeninas vir aos espetáculos”. Questões como “segurança e higiene” também vão merecer cuidados adicionais. “Este é o primeiro Marés Vivas comigo na presidência da Câmara. Algumas pessoas tentaram, de forma perversa, tirar o festival de Vila Nova de Gaia, mas para o ano cá estaremos, novamente, com um evento ainda maior e mais marcante”, concluiu Vítor Rodrigues. No que toca ao festival propriamente dito, Joss Stone (foto) e Portishead complementaram-se no último dia para um fim “dengoso” do festival Marés Vivas, numa noite de orvalho que voltou a contar com enchente na praia do Cabedelo. A menina que entretanto se transformou em mulher mantém a marca da sua voz “soul”, que, aleada à beleza e sensualidade da sua figura, potencia empatia acrescida com o público. O Marés Vivas terminava assim em tons suaves, depois os The Prodigy e Xutos terem “rasgado” na primeira noite, James serenado a segunda, antes de DJ Skrillex a incendiar com música e espetáculo multimédia memoráveis. Os britânicos Portishead foram fiéis ao seu registo habitual, com Beth Gibbons a mostrar, mais uma vez, a singularidade da sua voz, conferindo uma
envolvência sui generis à melodia dos temas. “Sou mais fã de ritmos mais intensos, mas confesso que gostei muito de ambos os concertos. Não sou propriamente um conhecedor de Joss Stone e Portishead, porém fiquei com vontade de investigar. Dois registos distintos, ambos a ter em conta”, disse Ana Rodrigues, uma aveirense que veio até Gaia com grandes expetativas. Ainda mais do norte, Fábio Serôdio viajou de Bragança para “apreciar ao vivo um festival que decorre num lugar de beleza cénica única, o melhor complemento a um cartaz bastante interessante”. Antes, os The Gift mostraram a sua consistência ao vivo, arrastando milhares para um espetáculo no qual provaram porque são uma das bandas mais apreciadas em Portugal. Vários dos seus êxitos desfilaram junto ao Douro, sendo que, ainda assim, “OK! Do you want something simple?” pareceu recolher as preferências dos seus mais fiéis. Os We Trust de André Tentúgal começaram a aquecer a noite, bem mais serena depois do dilúvio da véspera, num arranque em que também brilharam os Black Mamba. Até às 06h00, a madrugada foi sempre animada por DJ Ride e de Pipa Afonso.
empresas”. Em comunicado, a estrutura distrital do BE explica que tal se deve ao facto de estar em causa, no processo, “um mínimo de sete anos a um máximo de dez” e a proposta do Governo em relação à Metro do Porto. “O que agora o Governo propõe vai muito além do modelo de concessão da exploração com que o Metro do Porto tem funcionado desde o seu início. O que está em causa é a destruição da STCP e a diminuição da capacidade de oferta do Metro do Porto”, aleta o BE. Para o mesmo partido, “a destruição de um serviço público imprescindível para os utentes do Grande Porto, sempre esteve presente nos objetivos deste Governo que, de forma implacável, desenvolve a sua estratégia ideológica a favor do sector privado e em prejuízo dos utentes”.
comunitários “já tinha sido apresentada”. As declarações foram feitas em conferência de imprensa por Honório Novo, deputado da CDU na Assembleia Municipal do Porto, que assegura ser o centenário do atual edifício do mercado e defende que, ao “fazer polémica pública” sobre a data, a autarquia “pretende esconder que não tem nada para oferecer”. Honório Novo alertou ainda para a possibilidade de se estar equacionada a possibilidade de se estar a “pensar noutra estratégia, de concessionar o espaço a uma entidade privada, transformando um mercado de frescos de gestão pública numa espécie de centro comercial”. Também Pedro Carvalho, vereador da CDU, alertou que as propostas do presidente independente Rui Moreira e a dos socialistas “não eram compatíveis” mas que foi a do autarca “que o PS subscreveu no acordo político” pós-eleitoral. “No início do ano, Rui Moreira alertou que o quadro dos futuros fundos comunitários não era suficiente bondoso relativamente às prioridades da cidade e que Bolhão não era passível de inclusão nesse quadro, tendo sido consensualmente debatido que tinha de estar. Passados todos estes meses, este silêncio olímpico permite-nos tirar ilações”, justificou o mesmo deputado.
BREVES PSP Porto deteve 11 pessoas
A PSP do Porto anunciou a detenção de 11 pessoas pelos crimes de tráfico de estupefacientes, condução sob o efeito do álcool, posse de arma proibida e resistência e coação a um agente da autoridade. Em comunicado, aquela força policial explica ter sido este o resultado de operações desenvolvidas nas cidades do Porto e de Gondomar durante o fim de semana. Durante a operação, foram identificados 347 condutores e respetivas viaturas, “279 condutores foram submetidos ao teste de álcool no sangue” e três foram detidos por conduzirem alcoolizados. A PSP registou também 18 infrações “ao Código da Estrada e demais legislação rodoviária”. Entre as 11 detenções, cinco deveram-se ao tráfico de droga, três por condução sob o efeito do álcool, dois por posse de arma proibida e um por resistência e coação a um agente. De acordo com a PSP, foram também identificados 44 pessoas “no âmbito do combate ao consumo e tráfico de estupefacientes” e uma “por suspeita da prática do crime de furto”. A PSP revelou ainda ter apreendido haxixe, cocaína e liamba “suficientes para cerca de 506, 18 e 13 doses individuais respetivamente”. Para além disso,
Dois feridos em explosão em Paredes do Alvão
Uma mulher ficou ferida com gravidade e um jovem sofreu ferimentos ligeiros em Paredes do Alvão, Vila Pouca de Aguiar (Vila Real), depois da cozinha de uma habitação ter explodido quando a abriram. “Houve uma explosão, mas não foi de uma botija. Foi uma fuga de gás concentrada num compartimento da casa que ficou completamente destruído e provocou duas vítimas”, explicou o comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar. De acordo com a mesma fonte, a explosão aconteceu mal abriram a porta da cozinha de casa e a mulher, de mais de 60 anos, ficou ferida com gravidade, com “vários golpes no couro cabeludo” e, tal como o jovem com cerca de 20 anos, é “familiar” dos emigran-
BE e a “privatização” dos transportes do Porto
A Comissão Coordenadora Distrital do Porto do Bloco de Esquerda alerta que a concessão da gestão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) e do Metro do Porto “significa de facto privatizar as duas
CDU critica Câmara por causa do Bolhão
A CDU critica a Câmara do Porto por estar “a fazer de conta” que resolve o problema do Mercado do Bolhão, alertando que sem “discursos retóricos”, a candidatura a fundos
regiões
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Campo de Ourique e Ribeira cada vez mais procurados por jovens
Mercados lançam moda Apresentados amanhã
16 novos projetos «Amadora Empreende» A Câmara da Amadora apresenta, amanhã, os 16 projetos apoiados na quinta edição do programa municipal de empreendedorismo social, que visa combater o desemprego através do lançamento de novas ideias de negócio no mercado. “Nesta edição, de entre 64 projetos que se candidataram, foram aprovadas para a fase final 16 ideias de negócio”, disse a presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares (PS), falando sobre o «Amadora Empreende». Uma loja de bicicletas para crianças e um portal de apoio ao ensino da matemática serão negócios em destaque.
Fiscalização nacional
GNR atenta a transporte de crianças
A GNR vai realizar, entre hoje e domingo, uma operação de fiscalização de veículos pesados de mercadorias e passageiros e anunciou que estará particularmente atenta ao transporte coletivo de crianças para as praias. Outras das matérias sobre as quais vão incidir as ações de fiscalização são o controlo do peso e dos tacógrafos (tempos de condução, pausas, tempos de repouso, viciação e manipulação). Algumas das ações de fiscalização da operação «Tispol/ECR» vão ser realizadas em conjunto com a Guardia Civil espanhola nas principais fronteiras terrestres.
Remodelação dos mercados de Campo de Ourique e da Ribeira tornou estas duas zonais mais atrativas para uma nova faixa etária. As zonas de Campo de Ourique e da Ribeira, em Lisboa, estão a ser cada vez mais procuradas por jovens, que apostam principalmente na reabilitação. Entre os motivos desta tendência está a remodelação dos mercados municipais de Campo de Ourique e da Ribeira, que levou a um maior destaque nacional e internacional das zonas. O Mercado de Campo de Ourique sofreu alterações, tendo sido reinaugurado em novembro do ano passado, altura em que se aliou a restauração e as bancas tradicionais, num processo semelhante ao que se fez em Madrid, Espanha, com o mercado de San Miguel. O responsável da RE/MAX Alpha de Campo de Ourique, Daniel Seelow, explicou que o bairro atualmente é “carismático e tradicional”, o que se traduz nos imóveis. Por conseguinte, há uma maior procura por parte de pessoas entre os 25 e os 40 anos, que apostam essencialmente na reabilitação. Também turistas e investidores privados procuram cada vez mais aquela zona para recuperação, acrescentou o representante. “Isto fez com que os preços não
Lisboa. Campo de Ourique e Ribeira estão a ser cada vez mais procurados por jovens, que apostam principalmente na reabilitação
sofressem tanto com a queda do mercado imobiliário”, mantendo-se estáveis, assinalou Daniel Seelow. Situação semelhante verificou-se na zona da Ribeira. O mercado renasceu em maio, com um espaço de restaurantes gourmet e outro com a venda de legumes, fruta, peixe e flores, por exemplo. Vai ser criada uma terceira zona no piso superior do mercado, com discoteca, que deverá abrir em setembro. O diretor-geral da ERA Portugal, Miguel Poisson, reconheceu que,
apesar de se tratar de um fenómeno recente, já se sente um “impacto na valorização” dos imóveis junto à Ribeira e ao Cais do Sodré, essencialmente pelas diferenças entre “o que a zona era e o que é”. Miguel Poisson indicou que a zona é hoje em dia uma “das mais procuradas da cidade”, juntamente com o Chiado, nomeadamente por jovens ligados ao design e à arte, atraídos também pela vasta oferta de transportes públicos. “Estão reunidas as condições
para juntar gerações novas com pessoas que vivem lá desde sempre, promovendo a coexistência”, rematou o responsável. João Barreta, especialista em gestão do território e comércio urbano, disse que “a partir do momento em que as zonas começam a ter um comércio mais requalificado e mais procura, é óbvio que o imobiliário valoriza”. Na opinião do investigador, “isso vai refletir-se no tipo de lojas que vão começar a abrir à volta dos mercados”.
Organização lamenta falta de apoio oficial
Concentração de Faro com menos gente Os motards despediram-se. Ontem, da capital algarvia com o tradicional desfile onde milhares de motas de diferentes cilindradas, marcas e nacionalidades, de uma concentração sem percalços mas com menos participantes. A 33.ª edição Concentração Internacional de Motos de Faro arrancou a 17 de julho e recebeu no recinto do Vale das Almas, no Ludo, perto de 15 mil participantes, 70 por cento dos quais de nacionalidade espanhola, revelou João Anselmo, da organização. Um número inferior aos 20 mil participantes que o presidente do Moto Clube de
Faro. Desde 2011, altura em que a concentração recebeu cerca de 30 mil visitantes, a afluência tem diminuído
Faro havia antecipado mas que não condicionou o sucesso do evento onde as motas são o ponto comum para um convívio internacional recheado de concertos, animação, stands profissionais, exposições, tatuadores, entre outras atividades. Em plena Baixa de Faro, a bancária australiana residente em Londres Debbie Walker, 43 anos, explicou que há 20 anos que é presença assídua. Apesar de notar menos pessoas que em edições anteriores “foi divertido na mesma”, frisou. O desfile de motas que marca o final da concentração foi acompanhado por muitas pessoas que encheram
os passeios e bermas da estrada que liga o Vale das Almas, perto do aeroporto de Faro, até à Baixa de Faro. Desde 2011, altura em que a concentração recebeu cerca de 30 mil visitantes, a afluência tem diminuído, sendo a crise económica nacional e internacional apontada como a principal razão dessa redução pelo presidente do Moto Clube de Faro, entidade responsável pelo evento. “Foi uma boa edição, as pessoas corresponderam e vamos arregaçar as mangas para o ano”, disse João Anselmo lamentando a falta de apoios de entidades oficiais.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
Passos Coelho em visita oficial inédita ao Sri Lanka
Presidente da SPT defende no Dia do Transplante
“Importante destacar raízes portuguesas” O primeiro-ministro destacou as “raízes portuguesas” deixadas no antigo Ceilão, numa visita em que foi recebido pelo primeiroministro e pelo presidente do Sri Lanka, ouviu falar crioulo português e assistiu a danças tradicionais da comunidade lusodescendente. Pedro Passos Coelho esteve com elementos desta comunidade num orfanato apoiado pela AMI, cerca de 70 km a sul da capital, Colombo, onde plantou uma mangueira, árvore nativa da Ásia, descerrou uma placa alusiva à sua visita, içou uma bandeira portuguesa e ofereceu às crianças uma bola da Federação Portuguesa de Futebol. Em declarações, o chefe do Executivo português considerou que é importante “dar destaque a raízes portuguesas em terras muito longínquas de que as pessoas muitas vezes já perderam memória”, a propósito do caráter inédito desta visita oficial. O primeiro-ministro luso falou da referência feita pelo poeta Luís de Camões à Taprobana na obra “Os Lusíadas” e considerou que existe no Sri Lanka “uma herança cultural muito rica que testemunha a passagem dos portugueses por esta região”. Apesar disso, acrescentou, “não
PASSOS COELHO. O primeiro-ministro português disse que um dos motivos da sua deslocação ao Sri Lanka foi “reconhecer o trabalho extraordinário” da AMI tem havido ao longo dos anos possibilidades de, ao nível do Governo português, alguém poder estar nesta região”. Passos Coelho chegou ao Sri Lanka depois de ter viajado cerca de doze horas em voos comerciais, com escala no Dubai, para uma visita oficial de um dia - antes de se deslocar a Díli, Timor-Leste, para participar na X Cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esta visita oficial inédita de um primeiroministro português ao Sri Lanka começou com uma passagem pelo porto da capital, Colombo, onde se encontra uma pedra com o brasão de armas de Portugal, ao lado da qual foi colocada uma faixa de boas-vindas a Passos Coelho. O primeiro-ministro recebeu, à chegada, um colar de flores, e esteve acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Sri Lanka, G. L. Peiris, e pelo embaixador de Portugal em Nova Deli, Índia, Jorge Roza de Oliveira. O chefe do Executivo português passou ainda pelo Museu Nacional, onde observou mais vestígios da passagem dos portugueses pelo antigo Ceilão, dos sécu-
los XVI e XVII. Depois, teve encontros de cerca de meia hora com o primeiro-ministro, Disanayaka Mudiyanselage Jayaratne, e com o Presidente da República Democrática Socialista do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, com quem almoçou. A maior cerimónia desta visita, contudo, estava reservada para a tarde, num orfanato da instituição D. Bosco, na localidade de Maggona, que incluiu uma receção de boas-vindas por uma banda militar, uma série de atuações artísticas e de discursos de agradecimento a Passos Coelho. Participaram nessa cerimónia o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, e membros da comunidade Burgher de origem portuguesa, que vieram propositadamente de outras partes da ilha para estar com o primeiro-ministro português. Passos afirmou ainda que um dos motivos da sua deslocação ao Sri Lanka foi “reconhecer o trabalho extraordinário” da organização Assistência Médica Internacional (AMI) presidida por Fernando Nobre que, no seu entender, “enche Portugal de orgulho”. “Era importante
“Acesso facilitado aos cuidados de saúde”
que, num dos exemplos múltiplos deste serviço extraordinário que a AMI presta nos quatro cantos do mundo eu pudesse, como chefe do Governo português, testemunhar e enaltecer esse trabalho que essa organização tem tido em todo o mundo e que enche Portugal de orgulho”, acrescentou Passos, com Fernando Nobre, ao seu lado, durante uma visita a um orfanato apoiado pela AMI, na localidade de Maggona, cerca de 70 km a sul da capital do Sri Lanka, Colombo. O primeiro-ministro luso rejeitou também qualquer relação entre esta visita e “a questão política” que o ligou a Fernando Nobre quando este foi cabeça de lista pelo PSD às legislativas de 2011, no círculo de Lisboa, tendo renunciado ao mandato depois de falhar a eleição para presidente da Assembleia da República: “São coisas diferentes, e eu não gostaria de as misturar”. “Uma coisa foi, há três anos, uma participação cívica da parte do doutor Fernando Nobre numa campanha eleitoral portuguesa, outra coisa é o trabalho da AMI e que o presidente da fundação AMI, o doutor Fernando Nobre, tem ao longo destes anos: é um trabalho que não tem fronteiras de natureza político-partidária. São realidades muito distintas, na verdade”, declarou. Por sua vez, Fernando Nobre não quis, nesta ocasião, falar do passado recente que o ligou ao PSD, mas afirmou que não o renega. “Fi-lo por convicção, e não estou meramente arrependido. Quanto ao estar ao lado do doutor Pedro Passos Coelho, que considero um amigo, para mim é uma honra, e estou aqui com muito prazer para o receber em visita a um projeto da AMI que já tem dez anos”, disse. Quanto à ação da AMI neste orfanato, referiu: “Temos um projeto em curso que é dar alojamento condigno aos trabalhadores da pocilga, que também alargámos para poder ter 600 porcos - e que é a razão da sustentação financeira deste orfanato”. “Ao longo dos dez anos, financiámos um dormitório para 120 crianças, construímos um centro social”, concluiu.
Cavaco Silva elogia almoço de Jorge Lavos da Costa
“Comemos muito bem” em Seul O Presidente da República elogiou o almoço que o ‘chef’ português Jorge Lavos da Costa lhe preparou em Seul, onde se encontra em visita oficial, e convidou-o a regressar a Portugal. O chefe de Estado, que realiza uma visita oficial à Coreia do Sul, e a mulher, Maria Cavaco Silva, almoçaram no restaurante do hotel Conrad, cuja cozinha é chefiada pelo português Jorge Lavos da Costa. Após o almoço privado, o Presidente reviu, mais tarde, o cozinheiro num encontro com membros da comunidade portuguesa e teceu-lhe vários elogios, dizendo: “Cá está um português que vai ter grande sucesso na Coreia do Sul”. No menu que preparou para o chefe de Estado, Jorge Lavos da Costa quis mostrar sabores típicos da gastronomia
coreana, como os cogumelos ou um bife especial, de vacas tratadas de forma a terem muita gordura. “Comemos muito bem”, assegurou Cavaco Silva. Depois de se dirigir à comunidade e aos empresários portugueses que integram a comitiva oficial, o chefe de Estado e a mulher trocaram algumas palavras com o jovem ‘chef’ português, que vive em Seul há quase dois anos. “Espero que um dia volte como ‘chef’ para Portugal”, disse Cavaco Silva, ao que Jorge Lavos da Costa, que já trabalhou na Suíça, no Dubai e agora na Coreia do Sul, respondeu que é esse o seu objetivo, dentro de poucos anos. Maria Cavaco Silva sugeriu que o cozinheiro vá trabalhar num restaurante no Algarve distinguido com duas estrelas
Michelin, que “é muito perto” da casa que possuem na região, de onde Cavaco Silva é natural. “Com que ‘chefs’ portugueses aprendeu? Com o José Avillez [cujo restaurante em Lisboa tem uma estrela Michelin]? Conhece-o?”, perguntou depois o Presidente, que quis também saber se Jorge Lavos da Costa tem procurado apresentar a gastronomia portuguesa aos sul-coreanos. O cozinheiro respondeu que o menu do restaurante tem arroz de marisco ou leitão à Bairrada e que todas as semanas prepara um prato português diferente, como bacalhau à Brás ou rancho, garantindo que os sul-coreanos “adoram a comida portuguesa”. O “leitão à Bairrada” é uma criação sua, já que o cozinheiro reproduz na
Coreia do Sul o prato com uma técnica diferente da forma como é feito em Portugal, cozendo o leitão a baixa temperatura durante 18 horas. “Fica tenrinho”, notou Maria Cavaco Silva, enquanto o embaixador português na Coreia do Seul, António Quinteiro Nobre, garantiu: “É o leitão legítimo, é como se estivéssemos na Bairrada”. A este propósito, o Presidente da República disse esperar que a sua visita permita desbloquear “um problema”: Portugal ainda não consegue exportar carne de porco para a Coreia do Sul, mas estão a decorrer negociações para resolver esta situação: “Espero que não daqui a muito tempo tenhamos autorização para que possa importar diretamente” a carne de porco de Portugal.
Fernando Macário, presidente Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), defende a necessidade facilitar o acesso dos doentes transplantados aos cuidados de saúde, até porque a ausência às consultas de seguimento põe em risco o novo órgão. “É preciso que os doentes tenham acesso facilitado aos seus cuidados. É transversal a todas as áreas da saúde: existe alguma dificuldade de acesso dos doentes aos seus cuidados de saúde. Está a fazer-se um esforço para não onerar o doente no seu seguimento porque, se começar a faltar, corre o risco de perder o seu órgão”, descreveu o responsável, no Porto, à margem das celebrações do Dia do Transplante. Fernando Macário lembrou que a Sociedade de Transplantação reivindica “há muito tempo, a descentralização do seguimento dos doentes transplantados”, elogiando o processo “em curso para que doentes transplantados renais possam ser seguidos perto de casa”. “Esperemos que [o processo] esteja pronto até ao fim do ano”, observou, no evento que assinalou o 45º aniversário do primeiro transplante em Portugal e homenageou todos os transplantados há mais de 25 anos. O presidente da SPT alertou ainda para a necessidade de “otimizar a colheita de órgãos”, nomeadamente no caso do rim, onde “a lista de espera é grande” e ronda “em média quatro anos”, apesar de anualmente serem transplantadas “entre 450 a 600 pessoas por ano”. “Portugal tem uma razoável taxa de colheita a partir de cadáver, mas quanto mais cedo for feito transplante melhor, sobretudo se o doente for transplantado antes de iniciar a diálise”, esclareceu. Para isso, a SPT defende uma “organização ótima da deteção do dador”, para o que é fundamental “que todos os hospitais onde seja decretada morte cerebral, públicos ou privados, sejam referenciados como potenciais dadores”. “Isso está a ser feito”, vincou. Maria Araújo Martins, de 62 anos, deslocou-se de propósito de Lisboa para assinalar no Porto um transplante de rim que recebeu há 28 anos. Foi operada antes dos 40, depois de três anos de diálise, e a única preocupação era o filho de sete anos. “A quem corre bem é muito melhor do que o Euromilhões. Estar quatro horas agarrada a uma máquina de diálise sem poder ir para lado nenhum… O transplante é um descanso, é um sossego”, descreveu, revelando que, quando foi transplantada, pensou que viveria mais 12 anos. Já passou mais do dobro do tempo: “Sou muito persistente e acho que ele gosta de mim”, ironizou.
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Acionistas da PT apresentam ações contra Comissão Executiva da operadora
“Violação grave” dos deveres da gestão Vice-primeiro-ministro presente na FILDA
Portas em Luanda
O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, vai participar na sexta-feira na FILDA Feira Internacional de Luanda, em Angola, que vai acolher Portugal como principal expositor estrangeiro, informou, ontem, o seu gabinete. A FILDA é uma feira de negócios angolana que este ano vai contar com a presença de quase 100 empresas de setores como o agroalimentar, a maquinaria e a indústria farmacêutica, entre outros, e tem Portugal como “principal expositor estrangeiro”. Esta é a terceira edição consecutiva a que Paulo Portas comparece, segundo fonte do seu gabinete, e nesta edição vai manter contactos a partir de segunda-feira com a delegação empresarial portuguesa, organizada pelo Aicep, que vai estar representado pelo seu presidente, Miguel Frasquilho. De acordo com a mesma fonte, em 2013, o volume de trocas comerciais entre Portugal e Angola atingiu os sete mil milhões de euros, sendo por isso um mercado “estratégico” para Portugal. As exportações de bens atingiram os 3,1 mil milhões de euros e as de serviços chegaram aos 1,4 mil milhões de euros, num total de 4,5 mil milhões de euros em 2013, ao passo que as importações de Angola aumentaram 120% entre 2009 e 2013, para 2,63 mil milhões, segundo a mesma fonte.
As ações, que vão ser apresentadas esta semana, contestam a aplicação de 900 milhões de euros na Rioforte, do GES. Acionistas da PT vão apresentar duas ações contra a Comissão Executiva da operadora, por entenderem que houve “violação grave dos deveres fundamentais da gestão” quando foram aplicados 900 milhões de euros na Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES). Octávio Viana, presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais, adiantou, ontem, que as ações, movidas por acionistas que se sentem lesados por aquele ato de gestão da Comissão Executiva da PT, deverão dar entrada, nos próximos dias, no Tribunal de Comércio de Lisboa e na Justiça Cível. A ação a intentar no Tribunal de Comércio de Lisboa prende-se com os “danos” causados aos acionistas pela compra pela PT de perto de 900 milhões de euros de papel comercial da Rioforte, enquanto a ação cível pretende apurar a “resposnabilidade civil” dos membros da Comissão Executiva naquele ato de gestão. Segundo Octávio Viana, já são meia centena os acionistas que pretendem subscrever as ações judiciais, mas por questões práticas (procurações e outras) e de rapidez os autores dos processos deverão ser menos, mas todos concordam que houve uma “violação grande e grave dos deveres fundamentais da gestão” por parte da Comissão Executiva da PT, nomeadamente por não ter sido feita uma “correta repartição de riscos” na aplicação em causa. “É impensável que uma gestão cuidadosa, criteriosa, diligente e com conhecimento técnico aplique 40 por cento da liquidez da empresa (PT) em 2013 e aproximadamente 50 por cento da sua capitalização em bolsa numa única entidade (Rioforte), desrespeitando assim qualquer regra prudencial de repartição dos riscos”, comentou à Lusa Octávio Viana. Em sua opinião, a Comissão Excecutiva da PT, presidida por Henrique Granadeiro,”tão-pouco observou a
probabilidade de incumprimento, vezes o impacto desse incumprimento”, pelo que “não atuou com a lealdade a que estava obrigado para com a sociedade e, consequentemente, para com os acionistas”. Além do mais - prosseguiu -, a aplicação de 900 milhões de euros incidiu numa entidade que é “parte relacionada”, pois indirectamente (atraves do GES) detém cerca de 10 por cento da PT. Caso em segredo de justiça
Justiça. Um Fundo de Investimento nos EUA está a perder milhões de euros com as ações da PT e pondera intentar uma ação nos tribunais norte-americanos
17,5 mil milhões de euros
Tabaqueira dos EUA vai recorrer de condenação
A segunda maior tabaqueira dos EUA, a RJ Reynolds Tobacco, vai recorrer da condenação que a obriga a pagar 17,5 mil milhões de euros à viúva de um fumador que morreu com cancro de pulmão, segundo a imprensa local. A indemnização decidida pelos tribunais é “gravemente excessiva e inadmissível, [tendo em conta] as leis estatais e inter-
nacionais”, diz o vice-presidente da empresa, J.Jeffery Raborn, em comunicado citado pela imprensa local. O veredito “é completamente inconsistente com as provas apresentadas”, segundo o vice-presidente da RJ Reynolds Tobacco. Em 2006, o Tribunal Supremo da Florida rejeitou um pedido coletivo respeitante a 145 mil milhões de dólares e referiu na sentença que os fumadores e as suas famílias necessitavam de demonstrar a sua adição e que o consumo de tabaco causou a doença ou a morte.
O presidente da Associação de Investidores do Mercado de Capitais explicou ainda que, para já, não haverá queixa-crime contra a Comissão Executiva da PT, porque, de momento, os acionistas não dispôem de dados que lhes permitam avançar com esse tipo de ação, tanto mais que o Ministério Público está a investigar o caso, em segredo de justiça. No entanto, disse ser importante, nesse campo, apurar se houve ou não dolo na compra da dívida da Rioforte, porque supostamente já existia uma auditoria da Ernst & Young que alertava que o passivo da Rioforte “ultrapassava largamente” o ativo. Entre os que se sentem lesados estão pequenos acionistas que estão a perder 500 e 1000 euros, mas tambéme existem outros acionistas e empresas que estão a perder 300 a 400 mil euros com a queda das ações da PT, após a divulgação da aplicação dos 900 milhões de euros em dívida da Rioforte. Revelou ainda que um Fundo de Investimento nos EUA está a perder milhões de euros com as ações da PT e que pondera intentar uma ação nos tribunais norte-americanos, porque a justiça portuguesa é lenta e pouco eficaz. Entre os acionistas que se sentem lesados pelo caso PT/Rioforte estão ainda dois investidores chineses, disse. Contactada, fonte oficial da PT recusou fazer comentários. Recorde-se que o Banco Espírito Santo garantiu que “tem assegurado o reembolso”, no prazo, “do capital investido pelos clientes não institucionais, junto das redes comerciais do grupo BES” de “todas as emissões de papel comercial” da Espírito Santo Internacional e Rioforte.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
Piloto da Mercedes reforça liderança com vitória na Alemanha
Rosberg vence em «casa» Piloto alemão aumentou para 19 pontos a vantagem sobre o colega de equipa na Mercedes, Lewis Hamilton. O alemão Nico Rosberg (Mercedes) reforçou, ontem, a liderança do Mundial de pilotos de Fórmula 1 (F1), ao dominar de forma incontestada o Grande Prémio da Alemanha, 10.ª prova do campeonato de 2014. Rosberg, que procura conquistar o primeiro título de F1, aumentou para 19 pontos a vantagem sobre o colega de equipa na Mercedes, o britânico Lewis Hamilton, que foi a outra grande figura da corrida, ao recuperar da 20.ª posição na grelha de partida para o terceiro lugar. O finlandês Valteri Bottas (Williams) resistiu à pressão final de Hamilton e segurou o segundo lugar do pódio, ao lado dos dois pilotos
Fórmula1. Rosberg alcançou o quarto triunfo no campeonato de 2014, o sétimo da carreira, ao vencer o GP da Alemanha
Canoísta Joana Vasconcelos medalhada
Bronze em K1200 A canoísta portuguesa Joana Vasconcelos conquistou, ontem, a medalha de bronze na prova de K1 200 metros nos Mundiais sub-23, que estão a decorrer em Szeged, na Hungria. A atleta do Benfica gastou 41,149 segundos para cumprir a distância, ficando a 0,804 da húngara Ana Kárász, nova campeã mundial, que bateu a russa Natalia Po-
dolskaya por 0,336. Um pouco mais tarde, Joana Vasconcelos voltou à pista para disputar a final de K1 500 metros, na qual foi sétima classificada, com um tempo de 1.57,467 minutos, a 3,196 segundos de Ana Kárász, que conquistou nova medalha de ouro. Francisca Laia e Maria Cabrita participaram na regata decisiva de K2 500 de sub-23,
na qual foram sextas, com uma marca de 1.48,875 minutos, mais 4,292 segundos do que as alemãs Sabrina Hering e Steffi Kriegerstein. Nas provas da parte da manhã, Tiago Tavares foi oitavo na final de C1 200 metros de sub-23, enquanto Márcia Aldeias foi primeira na final B de K1 200, mas na categoria de juniores.
Vincenzo Nibali mantém camisola amarela
Alexander Kristoff alcança segunda vitória
O ciclista norueguês Alexander Kristoff (Katusha) conquistou, ontem, a sua segunda vitória na 101.ª Volta a França, depois de ultrapassar nos 100 metros finais os fugitivos da 15.ª etapa. Num final emocionante, Jack Bauer (Garmin-Sharp), o último resistente, e Martin Elmiger (IAM Cycling) foram apanhados já em pleno sprint, depois de quase 220 quilómetros em fuga, com o norueguês da Katusha a voltar a ser o mais forte na chegada, batendo Haussler e Peter Sagan. No pelotão seguiam todos os grandes nomes, incluindo o português Rui Costa e o camisola amarela Vincenzo Nibali. Hoje, o Tour cumpre o seu segundo dia de descanso.
da Mercedes, cuja supremacia do Mundial deste ano se traduz em nove vitórias em 10 provas, quatro das quais por intermédio de Rosberg. O piloto germânico alcançou o quarto triunfo no campeonato de 2014, o sétimo da carreira, ao cumprir as 67 voltas ao circuito de Hockenheim em 1:33.42,914 horas, menos 20,789 segundos do que Bottas e menos 22,530 em relação a Hamilton, que está agora a 19 pontos de Rosberg na classificação dos pilotos. O australiano Daniel Ricciardo (Red Bull), o único que conseguiu este ano contrariar a supremacia da Mercedes, ao vencer o GP do Canadá, está já a 84 pontos do líder de Rosberg, depois de ontem ter terminado no sexto lugar. O colega de equipa de Ricciardo na Red Bull, o alemão Sebastian Vettel, campeão do Mundo nas últimas quatro temporadas, ficou-se pela quarta posição. “Ganhar em casa é uma sensação fantástica. É um dia muito especial”, admitiu Rosberg.
Conflito na Ucrânia
Sete futebolistas recusam regressar
Seis futebolistas estrangeiros do Shakhtar e um do Metalist Kharkiv recusaram-se, ontem, a regressar à Ucrânia, devido à devido à instabilidade política e aos conflitos no país. Segundo a ITAR-TASS, seis jogadores do Shakhtar, na sua maioria brasileiros, recusaram-se a entrar no avião depois do encontro particular de sábado com o Lyon, em França. Responsáveis do campeão ucraniano de futebol recusaram-se a confirmar a informação. Também o médio argentino do Metalist se recusou regressar, depois do estágio que a equipa realizou na Áustria. “Depois da queda do avião da Malaysia Airlines não tenho qualquer intenção de regressar à Ucrânia. A situação lá é anormal, vou regressar a Buenos Aires”, disse o jogador.
Wilson Eduardo no Dínamo Zagreb
A equipa de futebol croata do Dínamo de Zagreb anunciou, ontem, a contratação, por empréstimo de uma época, do avançado do Sporting Wilson Eduardo, tendo assegurado a opção de compra. “O Dinamo Zagreb assegurou a contratação do avançado do Sporting Wilson Eduardo. O atacante, que costuma alinhar nas alas, chega ao Dínamo para um empréstimo de uma temporada, com o clube a assegurar a opção de compra”, refere o clube no seu site O técnico Zoran Mamic mostrou-se satisfeito com a contratação do avançado português, referindo que é um reforço importante para o ataque da equipa, que nesta altura tem limitações devido a problemas físicos de vários jogadores. “É um jogador de grande qualidade, veloz e objetivo, que pode alinhar em várias posições no ataque. É uma grande contratação”, afirmou. No Dínamo de Zabreb, Wilson Eduardo vai encontrar os compatriotas Eduardo, Ivo Pinto, Paulo Machado e Gonçalo Santos.
Segunda-feira, 21 de Julho de 2014
publicidade
O Primeiro de Janeiro | 7
1868
Há 144 anos, todos os dias consigo.
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82
O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt
TRISTE CONSCIÊNCIA OLÍMPICA O Movimento Olímpico (MO) nacional encontrase numa posição muito difícil no que diz respeito à organização do futuro. Porque, se por um lado, não é possível reformar as organizações desportivas sem que se reforme a mentalidade das pessoas, por outro lado, não é possível reformar a mentalidade das pessoas sem que se reformem as organizações desportiGustavo Pires* vas. Devido a esta impossibilidade lógica, a instituição que devia tomar a liderança do processo de inovação e desenvolvimento do desporto nacional continua a funcionar tal qual pesada máquina, vazia de pensamento, desgastada em processos burocráticos e administrativos que não lhe competem e acomodada às circunstâncias que decorrem de um programa de 16 milhões de euros, atribuídos pelo poder político vigente que, sobre o desporto nacional, se limita a felicitar os vencedores e a lavar as mãos relativamente aos esquecidos da prática desportiva. Em consequência, o desenvolvimento do desporto nacional encontra-se bloqueado. Quer dizer que, se da parte governamental existe uma profunda alienação quanto às suas responsabilidades o que é grave, no que diz respeito ao MO não existe uma verdadeira assunção do credo, da vocação, da missão e dos objetivos que devem presidir à instituição que o lidera o que, do nosso ponto de vista, é muito mais grave. Sob a ação governamental já foi tudo dito. O Bloco Central que tomou conta do poder há cerca de 40 anos é o principal responsável pelo estado de confusão generalizada em que o deporto se encontra. Relativamente ao MO são deveras preocupantes as posições institucionais manifestadas no documento que temos vindo a tratar já que elas traduzem uma profunda desorientação ideológica acerca do posicionamento do Comité Olímpico de Portugal (COP) no quadro da organização político-administrativa do País. Diz o presidente do COP que “o que ocorre de quatro em quatro anos com os resultados olímpicos é bem elucidativo. Consciências adormecidas acordam e descobrem que não somos tão competitivos quanto devíamos. E que outros já descobriram soluções que teimosamente não queremos seguir. E para que as soluções sejam credibilizadas nada melhor que alinhar números, despesas, rankings e comparar resultados, mesmo que a métrica de avaliação e ponderação quanto à representatividade internacional seja arbitrária com notórias consequências internas.” Estranha posição manifestada pelo representante de uma organização fundada em 1912 a fim de organizar a primeira Missão Portuguesa aos Jogos da Vª Olimpíada que se realizaram em Estocolmo. E tanto mais estranha quanto se sabe que, nos últimos vinte anos, o COP ganhou um peso e uma preponderância no vértice estratégico do desporto nacional que não se ajusta à prosa do seu Presidente que se tem limitado a seguir a mesma lógica de ação. Senão vejamos: (1º) se só de quatro em quatro anos é que as consciências acordam relativamente às questões olímpicas tal responsabilidade só pode ser assacada à indiferença do COP cuja última manifestação, numa linha de continuidade, foi a realização de um Congresso Nacional Olímpico fechado; (2º) se há quem tenha soluções que teimosamente o COP não quer seguir, teria sido muito útil para a produção de conhecimento relativo à situação do desporto nacional que as diversas soluções tivessem sido confrontadas e discutidas no Congresso Nacional Olímpico; (3) se há quem alinhe números, despesas, rankings sem “métrica de avaliação” e ponderação quanto à representatividade teria sido muito bom que tivessem sido confrontados com outras “métricas” no Congresso Nacional Olímpico. Portanto, o presidente do COP, em vez de se lamentar acerca da incompreensão dos portugueses perante o fenómeno olímpico, devia ter invertido o curso da prática da organização e, tomando como exemplo o que se passou no último Congresso Olímpico promovido pelo Comité Olímpico Internacional, abrir o Congresso Nacional Olímpico às mais diversas pessoas e opiniões. O problema é que, em Portugal, é demasiado perigoso dar a palavra às pessoas. Infelizmente, a norma é apostar-se numa estratégia de silêncio. O problema é que, como as pessoas não mudam as organizações também não. E, depois, lá vem o coitado do presidente do COP lamentar-se de que os portugueses estão de consciência olímpica adormecida. Triste consciência. (Continua)
Seguro critica os que “apenas lutam para chegar ao poder”
“Nós temos um projeto político para mudar Portugal”
O secretário-geral do Partido Socialista considera que as candidaturas a Presidente da República “não são formadas no interior dos partidos”, comentando a declaração de apoio a Guterres do seu adversário nas eleições primárias do PS, António Costa. “São os cidadãos que estão disponíveis para ser candidatos a Presidente da República que se apresentam”, frisou Seguro. António Costa considera que “seria um privilégio para o país” ter Guterres como Presidente: “Se tivesse que esco-
lher, creio que era seguramente o melhor que a esquerda poderia ter”. Presente em Condeixa-a-Nova, nas comemorações do Dia da Federação Distrital de Coimbra do PS, António José Seguro salientou que António Costa se afastou da corrida a Belém. “É verdade, eu vi o António Costa numa entrevista dizer que apoia António Guterres para Presidente da República, mas eu acho que a notícia é que o António Costa não é candidato a Presidente da República”, disse António José Seguro aos jornalistas.
No discurso proferido perante cerca de 150 militantes e simpatizantes do PS, Seguro disse que “alguns”, que não identificou, consideram que governar “é apenas lutar para chegar ao poder”, criticando essa opção e assegurando que não possui um projeto de poder em Portugal. “O poder não é um fim em si mesmo, o poder é um meio para nós aplicarmos um projeto político. Nós não temos um projeto de poder em Portugal, nós temos um projeto político para mudar Portugal”, alegou o líder socialista.
33.ª edição Concentração Internacional de Motos de Faro
Desfile com milhares de motos… diferentes
Os ‘motards’ despediram-se da capital algarvia com o tradicional desfile onde milhares de motas de diferentes cilindradas, marcas e nacionalidades, de uma concentração sem percalços mas com menos participantes, conforme revelou a organização. A 33.ª edição Concentração Internacional de Motos de Faro arrancou a 17 de julho e recebeu no recinto do Vale das Almas, no Ludo, perto de 15 mil participantes, 70 por cento dos quais de nacionalidade espanhola, disse João Anselmo. Um número inferior aos 20 mil participantes que o presidente do Moto Clube de Faro havia antecipado, mas que não condicionou o sucesso do evento onde as motas são o ponto comum para um convívio internacional recheado de concertos, animação, stands profissionais, exposições, tatuadores, entre outras atividades. Em plena Baixa de Faro, a bancária australiana residente em Londres Debbie Walker, 43 anos, explicou que há 20 anos que é presença assídua na concentração e que veio com a família de avião. “Apesar de notar menos pessoas, que em edições
anteriores, foi divertido na mesma”, frisou. Numa esplanada à beira das Docas de Faro, a irlandesa Louise Joy, 42 anos, contou foram os testemunhos de amigos ‘motards’ que a atraíram para a concentração algarvia. “Este é o segundo ano mas definitivamente vai passar a ser uma coisa anual” assegurou admitindo que apesar de ser preciso garantir tempo para a viagem de mota, um dia quer trazer a sua até ao sul de Portugal. Do outro lado da mesa, Declan Coady, pescador de 53 anos, contou que há seis anos que vem ao Algarve para a concentração, mas que no para o ano virá de avião. “Da próxima vez não virei de moto, é muito duro e muito longe”, comentou observando que a deslocação da Irlanda até ao Algarve demorou quatro dias. Apesar de participar com frequência em concentrações na Irlanda Declan Coady admite que lhes falta o clima algarvio. O desfile de motas que marcou o final da concentração foi acompanhado por muitas pessoas que encheram os passeios e bermas da estrada que liga o Vale das Almas, perto
do aeroporto de Faro, até à Baixa de Faro. Agora que já não tem moto, Manuel Bimbarra, 67 anos, de Olhão, disse que veio assistir ao desfile com a esposa para matar saudades. “Os homens gostam muito de ver estas coisas”, comentou Fernanda Bimbarra que não escondeu que acha piada a todo o espírito ‘motard’ associado, desde as motas às roupas e acessórios. “Se não tiverem roupas de motoqueiros também não presta”, sublinhou. Desde 2011, altura em que a concentração recebeu cerca de 30 mil visitantes, a afluência tem diminuído, sendo a crise económica nacional e internacional apontada como a principal razão dessa redução pelo presidente do Moto Clube de Faro, entidade responsável pelo evento. O palco da 33.ª Concentração de Motos de Faro recebeu as atuações dos artistas: Steve Harris acompanhado pelos British Lion, os Moonspell, Kalu, Mu e Los Inhumanos, entre outros. “Foi uma boa edição, as pessoas corresponderam e vamos arregaçar as mangas para o ano”, disse João Anselmo, lamentando a falta de apoios de entidades oficiais.
Volodymyr Groisman deixa o alerta ao Ocidente
Ucrânia não garante segurança dos peritos O vice-primeiro ministro ucraniano alertou que a Ucrânia não pode garantir a segurança dos peritos que se deslocaram ao local onde tombou o avião malaio e que é controlada pelos separatistas pró-russos. “O poder ucraniano não pode garantir a segurança naquele território. A Rússia, nem
por um instante, tomou a decisão de assegurar a segurança no local”, declarou Groisman, durante uma conferência de imprensa, numa altura em que o Ocidente exige acesso “total e livre” dos inspetores internacionais à zona da tragédia, controlada pelos rebeldes. A bordo do Boeing 777 malaio,
que ligava Amesterdão a Kuala Lumpur na passada quinta-feira, seguiam 298 passageiros, tendo a aeronave sido derrubado presumivelmente por um míssil disparado pelos separatistas prórussos da região, muito embora as acusações de parte a parte continuem…