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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
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DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 35
Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
PS DENUNCIA INTENÇÃO DO GOVERNO IMPOR CORTES DEFINITIVOS NAS PENSÕES
SECRETO n O PS acusa o Governo de estar a tratar de forma “indigna”, com uma “inaceitável brutalidade social”, a generalidade dos pensionistas. “Está reunida uma espécie de comissão para-secreta que, na obscuridade e na penumbra, está a preparar em segredo cortes definitivos e permanentes nas pensões dos portugueses”, alerta o deputado socialista Nuno Sá.
AQUI JAZ A CIÊNCIA
SAÚDE
Ministro Paulo Macedo confirma surto de gripe e “vacinas ilegais” provenientes de Espanha
MACHETE
“Marroquinos estão prontos para investir em Portugal”
n Mais de 200 bolseiros estiveram concentrados à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em S. Bento, onde representantes da associação que organizou o protesto entregaram uma moção a pedir “emprego científico dignificante”.
PORTO
Câmara quer participar ativamente na negociação dos fundos comunitários
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
Rui Moreira e a “opacidade dos fundos comunitários” para 2014-2020
Burla à Segurança Social
Reabilitação do Mercado do Bolhão em causa
Julgamento adiado
O presidente da Câmara do Porto salienta que a “opacidade dos fundos comunitários” para 2014-2020 é preocupante no âmbito do objetivo da autarquia de reabilitar o Mercado do Bolhão. “Estamos a trabalhar num projeto para a reabilitação do Mercado do Bolhão e essa é uma das razões pelas quais estamos preocupados com a opacidade dos fundos”, explica Rui Moreira, no âmbito da discussão da proposta de redução de taxas aos comerciantes do interior do mercado municipal, aprovada por unanimidade e que prevê uma redução até 40% do valor das taxas mensais devidas por cada ocupante, até ao mínimo de 10 euros. A 10 de dezembro Rui Moreira revelou a hipótese do projeto para o Mercado do Bolhão avançar com “parcerias institucionais”, por considerar a reabilitação exclusivamente municipal
BOLHÃO. Mercado emblemático da cidade do Porto continua à espera de melhores dias… “absolutamente inexequível” sem fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Rui Moreira considera agora “justo manter o mesmo” regime de redução das taxas, considerando ser “uma pequena forma de compensar o esforço” dos comerciantes que “têm dificuldades acrescidas causadas pelo estado do edifício”. O vereador do PSD Ricardo Almeida considerou que o executivo “está a
adiar” a reabilitação do Bolhão, que “foi objeto de consenso na campanha eleitoral para as autárquicas, considerando que “existem outras formas” de conseguir avançar com o projeto, como através da concessão a privados. Rui Moreira afirmou que a reabilitação do mercado “é um compromisso”, mas “não é para lá de irrelevante haver ou não fundos comunitários”. “Tomando agora uma decisão podemos amanhã, conhecendo o novo
Quadro Comunitário de Apoio, achar que decidimos mal”, justificou. O vereador do PSD Amorim Pereira questionou o porquê da proposta não estabelecer “desde logo” o valor que cada comerciante paga de renda com a redução de até 40%. Para que os comerciantes beneficiem desta redução já este mês, Rui Moreira comprometeu-se a apresentar um “quadro demonstrativo” com os valores das rendas (com a redução aprovada) de todos os comerciantes. Quanto à zona da Lomba, o executivo camarário aprovou, por unanimidade, a proposta da CDU para a requalificação/reparação dos arruamentos e passeios. A proposta do vereador Pedro Carvalho define ainda como intervenção prioritária a rua de Vera Cruz, “de forma a melhorar a circulação e as condições de segurança da mesma”. No domingo, no âmbito de uma visita à Lomba, na freguesia do Bonfim, Pedro Carvalho defendeu uma “intervenção urgente” na zona, onde há “quase caminhos de cabras” e ruas com “crateras” que podiam ser reabilitados “sem grandes investimentos”.
Câmara do Porto quer participar ativamente na negociação do QCA
“Este é o momento de chamar a atenção” A Câmara do Porto pretende participar ativamente na conceção e negociação do próximo Quadro Comunitário de Apoio (QCA), aprovando uma moção em que manifesta também preocupação por “nada saber” sobre as suas prioridades. A proposta foi apresentada em reunião privada do executivo pelo presidente da autarquia, Rui Moreira, sendo aprovada com 11 votos a favor e as abstenções de dois dos três vereadores do PSD. Na apresentação da moção, Rui Moreira afirmou que foi “com muita preocupação” que soube que a Comunidade Europeia “manifestou perplexidade às propostas apresentadas pelo Governo”. Na moção, o executivo lembra que “a Comissão Europeia recusou assinar o Acordo de Parceria proposto pelo Estado português por considerar que este não acautelava os mecanismos de promoção de coesão territorial e de valorização das regiões de convergência, nomeadamente da região Norte”. Segundo Rui Moreira, este é mo-
mento de chamar a atenção sobre o assunto, porque “depois já não adianta chorar sobre o leite derramado”. “Não podemos deixar-nos enganar para depois, no dia seguinte, nos queixarmos de que isto correu mal”, disse, acrescentando que “o país não conhece o próximo Quadro Comunitário de Apoio e já estamos em 2014”. A moção salienta que “a convergência com a Europa, que ocorreu de forma assinalável em regiões como Lisboa e Vale do Tejo, Açores, Algarve e Alentejo, deixou o Norte de fora”. “É absolutamente incompreensível que a contribuição do município do Porto para a construção do novo QCA esteja a ser ostensivamente ignorada. Como é inaceitável que a proposta que o Estado português tenha a fazer aos seus parceiros europeus para, em nosso nome, pedir fundos de coesão, seja, afinal, uma vez mais, a do investimento centralista que corresponde a uma visão macrocefálica do país que nem Bruxelas quer aceitar”, sublinha o texto. Rui Moreira critica ainda “a forma
pouco empenhada como o dossiê tem vindo a ser conduzido, que se traduz num atraso lamentável e de que resultam ainda maiores prejuízos para a região Norte”. Esta moção dividiu os três vereadores do PSD, sendo que Ricardo Valente concordou com a proposta, enquanto Ricardo Almeida e Amorim Pereira se abstiveram. O vereador Ricardo Valente concordou que “a Câmara não pode ficar calada”, parecendo-lhe “claro que tem que haver uma proximidade com as autarquias” no processo de preparação dos fundos comunitários no período 2014-2020, justificando, assim, o seu voto favorável. Já o social-democrata Amorim Pereira, que defendeu que a questão deve ser colocada ao nível da Área Metropolitana e não da autarquia, considerou que “esta moção não fica bem” ao presidente da Câmara do Porto, porque “dispara a torto e a direito contra o Governo, numa linguagem pouco convencional”, só lhe faltando “dizer que o Governo é nojento”. “É uma no-
ção panfletaria e quase uma ‘selfie’ do presidente da Câmara do Porto, o que em termos constitucionais é redutor e desprestigiante para a influência da cidade junto das autoridades centrais”, acrescentou Amorim Pereira. Amorim Pereira disse mesmo não se rever “em posturas de inspiração napoleónica” e não aceitar “uma governação local à base de very lights deste jaez, que apenas ridicularizam” a autarquia. O social-democrata Ricardo Almeida também considerou que esta é uma “moção avulsa, sem qualquer envolvente com outros municípios da região”, o que a torna “fraca”, devendo ser colocada “noutro patamar”. Na moção, a autarquia exige ainda que “as unidades de gestão dos diferentes programas temáticos estejam sedeadas nas regiões de convergência, na medida em que isso também contribui para o desenvolvimento e para a atração e fixação de massa crítica, sendo que uma delas deve estar localizada na região norte”.
O início do julgamento de 54 pessoas acusadas de burlas à Segurança Social, que estava marcado para ontem nas Varas Criminais do Porto, foi adiado para 18 de fevereiro porque dois dos arguidos não foram notificados em tempo útil. Segundo a acusação do Ministério Público, o grupo burlou a Segurança Social em 764 041,51 euros e tentou lesá-la em mais 244 650,44 euros. A acusação descreve um “negócio” de “remunerações fictícias” em que empregadores faz-de-conta e supostos funcionários colaboraram entre si, entre 2003 e 2009, para obterem indevidamente subsídios de desemprego e outras prestações sociais.
Felgueiras
Mosteiro de Pombeiro
A Câmara de Felgueiras vai criar um núcleo de receção ao visitante do Mosteiro de Pombeiro, monumento nacional, reconstruindo um núcleo rural próximo, adiantou o vice-presidente. Segundo João Sousa, o projeto também prevê, no mesmo espaço, um polo expositivo e interpretativo da envolvente rural ao mosteiro, para além de outros equipamentos de apoio ao turista. O projeto está a ser concluído e a obra, para a qual já há financiamento, deverá arrancar até ao verão, no âmbito de uma candidatura ao programa AderSousa, no valor de 160 000 euros. O autarca explicou que a intervenção vai incidir na designada Casa do Adro, situada a cerca de 150 metros do mosteiro do século XI, um dos principais monumentos da Rota do Românico do Tâmega e Sousa. O futuro espaço incluirá acervo representativo da importância rural que aquele território já teve, para além de informação sobre o estilo românico, contextualizado no património ambiental da área envolvente ao mosteiro.
regiões
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Viticultores e agricultores manifestam-se na Segurança Social de Vila Real
«Protesto alimentar» Inquérito aos ENVC
PCP rejeita qualquer “negociata” com PS O vice-presidente da bancada do PCP António Filipe garantiu, ontem, que o objeto da comissão de inquérito sobre os Estaleiros Navais de Viana do Castelo será “abrangente”, incluindo eventuais responsabilidades do PS e do PSD na matéria. Os comunistas recusam, desta forma, as acusações do PSD segundo as quais estarão a fazer uma “negociata” com o PS, para que do objeto da comissão ficam de fora os governos Sócrates, em troca de conseguirem de deputados socialistas as assinaturas suficientes para criar potestativamente a comissão.
Polícia espera ADN
Mãe «reconhece» corpo de filha desaparecida
A mãe de uma jovem desaparecida desde outubro disse, ontem, não ter dúvidas de que o corpo encontrado este mês em Braga é da filha, mas a Polícia Judiciária sublinhou ser necessário esperar pelos resultados dos testes de ADN. “Não me deixaram ver o corpo, mas já sei que é a minha filha. O vestido, as sabrinas e o relógio que resistiram ao fogo eram dela, a própria polícia já me desenganou”, referiu Alessandra Maldonado, mão da jovem brasileira de 20 anos, que estudava em Braga e que estava dada como desaparecida desde 11 de outubro de 2013.
Protesto simbólico, que passava pelo pagamento de impostos em géneros, acabou com batatas, couves, maçãs e vinho espalhados no chão. Viticultores e agricultores despejaram batatas, couves, fruta, azeitona e até vinho na entrada da Segurança Social de Vila Real, depois de não terem conseguido entrar no edifício num protesto simbólico para pagarem a prestação em géneros. O objetivo da concentração marcada pela Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDouro) foi alertar para o “elevado custo” da Segurança Social e exigir a anulação das novas medidas fiscais para os pequenos e médios produtores. Foram cerca de 70 os viticultores e agricultores que se juntaram durante a manhã de ontem à porta do Centro Distrital da Segurança Social de Vila Real. Levavam consigo batatas, couves, cebolas, abóboras, feijões, maçãs, laranjas, azeitonas, algumas garrafas de vinho e um coelho. Nos cartazes que empunhavam podia ler-se “não às novas regras fiscais”, “não aos nabos do Governo” ou “demissão”. “Se não temos dinheiro vivo para pagar a Segurança Social, nós queremos pagar a nossa Segurança Social em géneros, com
Vila Real. Objetivo da concentração marcada pela AVIDouro foi alertar para o “elevado custo” da Segurança Social os nossos produtos”, afirmou Berta Santos, dirigente da AVIDouro. Só que os manifestantes foram barrados por um cordão policial que não os deixou entrar no centro distrital e, depois de alguns gritos de protesto contra os agentes da PSP e o diretor da Segurança Social, a quem chamaram «pequeno ditador», acabaram por despejar no chão os produtos. Todos os agricultores com atividade comercial vão passar a ser obrigados a declarar o início de atividade. Têm ainda de passar
fatura de todas as transações comerciais. O prazo de inscrição nas Finanças foi sucessivamente prorrogado até 31 de janeiro. Agora, passado quase um ano após o lançamento da medida, Berta Santos diz que “já há muitos agricultores que se coletaram e que já estão a cessar atividade porque não aguentam com os impostos e principalmente a pagar a prestação à Segurança Social”. A dirigente usou o exemplo de um viticultor que teve 336 euros de rendimento bruto anual pela ven-
da de vinho do Porto e que tem que pagar 62 por mês à Segurança Social, ou seja, 744 euros por ano. “Isto é impensável”, sublinhou. Belmira Pinto, viticultora da Galafura, salientou que “os bocadinhos de vinho” que produz não dão “para sobreviver, quanto mais para pagar a Segurança Social”. “Com os remédios, a Segurança Social e estes impostos todos que nos estão a impor temos que deixar ir tudo a monte, não podemos viver com esta situação que estamos a viver”, rematou.
Pai de criança desaparecida critica Judiciária
“Polícia não está a fazer um bonito trabalho” O pai da criança de 18 meses que está desaparecida desde domingo no Estreito da Calheta, na Madeira, criticou, ontem, a atuação da Policia Judiciária (PJ) e pediu o regresso do filho. “A polícia não está a fazer um bonito trabalho”, afirmou Carlos Abreu Sousa, pai do Daniel, acusando a PJ de não mostrar a “devida capacidade de procurar, de investigar”. “Estão parados à espera que alguém faça alguma coisa, mas eles é que têm que fazer, a gente desconta tanto que é para alguma coisa”, lamentou em declarações aos jor-
Madeira. “Estão parados à espera que alguém faça alguma coisa”, acusa o pai do pequeno Daniel
nalistas junto à casa onde vive. “Eles estão a tratar uma criança de ano e meio como se fosse um adulto que caminhasse e soubesse vir pelos próprios pés”, insistiu, lembrando que “é uma criança de ano e meio, se caminhou foi pela mão de alguém”. Segundo o pai da criança desaparecida, “eles [autoridades] não estão a procurar, o que está a intrigar é que eles estão num silêncio e a gente está num beco sem saída”. Carlos Sousa sublinhou ainda que não pretende com as críticas “incriminar ninguém, nem pôr culpas em ninguém”,
mas apenas ter o filho de volta. O pai da criança relatou ainda que o Daniel “estava dentro de casa a brincar e, entretanto, saiu para se dirigir à mãe”, um momento em que “desapareceu sem deixar rasto”. “Aquilo foi alguém que entrou e pegou nele e levou, ou fosse de carro, ou entrou logo numa vereda logo a seguir”, disse. O casal Carlos Abreu Sousa (26 anos) e Lídia Freitas (24 anos) têm dois filhos a Mariana (de três anos) e o Daniel (de 18 meses), que se encontra desaparecido desde domingo quando se encontrava na casa de um tio.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
PS acusa Governo de tentar tornar definitivos cortes nas pensões
“Inaceitável brutalidade social” O PS acusa o Governo de ter designado um grupo de trabalho “parasecreto” para tornar definitivos os cortes no sistema de pensões e de estar a tratar de forma “indigna” a generalidade dos pensionis1tas. Estas críticas foram proferidas na Assembleia da República pelo coordenador da bancada socialista para as questões sociais e do trabalho, Nuno Sá, que sustentou a tese de que o primeiro-ministro, Passos Coelho, e o vice-primeiroministro, Paulo Portas, prepararam-se para tornar definitivos os cortes nas pensões. “Agora mesmo, a esta hora, está reunida uma espécie de comissão para-secreta, que na penumbra e na obscuridade está a preparar em segredo cortes definitivos e permanentes nas pensões dos portugueses. Isto contraria todas as promessas feitas por Pedro Passos Coelho e por Paulo Portas”, afirmou o deputado socialista. De acordo com o dirigente do PS, não há até ao momento informação pública suficiente sobre quem compõe e quais os critérios de funcionamento dessa comissão designada pelo executivo para preparar uma reforma no sistema
NUNO SÁ. Deputado do PS diz que o Governo está a atuar com “uma inaceitável brutalidade social” de pensões, depois de o Tribunal Constitucional ter chumbado a medida de convergência entre as reformas da Caixa Geral de Aposentações e do sistema de Segurança Social. “Essa comissão é uma encomenda de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas a um conjunto de pessoas. Trata-se de uma comissão liquidatária para tornar permanentes e definitivos os cortes nas pensões”, insistiu Nuno Sá. Para o deputado do PS, está o Governo está a atuar “com uma inaceitável brutalidade social,
comportando-se perante as pensões dos portugueses como se fosse o seu dono. O Governo põe, dispõe, tira e retalha quando entende, como muito bem entende, sem qualquer diálogo ou transparência”. “Mas o Governo não é o dono das pensões dos portugueses. As pensões foram algo que os portugueses alcançaram com uma vida de trabalho”, contrapôs o dirigente do PS. Nas declarações que fez aos jornalistas, no parlamento, Nuno Sá classificou também como “inacei-
tável a forma como o Governo está a tratar os pensionistas”. “Hoje, nenhum pensionista português sabe o que vai receber de pensão no mês seguinte”. Segundo Nuno Sá, atualmente, “é quase impossível” um pensionista perceber em detalhe o recibo da sua pensão, designadamente “quais os cortes” de que está a ser alvo, “em que montantes e a partir de quando”. “Tem de haver respeito pelos pensionistas. Este Governo não está a respeitá-los”, acrescentou.
Ministro da Saúde confirma “surto de gripe” e “vacinas ilegais”
“Atividade moderada com 62 casos por 100 mil habitantes” O ministro da Saúde confirmou a “disponibilidade de algumas vacinas” nos centros de saúde do SNS, mas diz que o plano de ação para prevenir o surto foi realizado com “sucesso”, uma vez que foram vacinadas mais de um milhão de pessoas, sendo 60 por cento com idades superiores a 65 anos”. Paulo Macedo confirma um surto de gripe de “atividade moderada”, com 62 casos por 100 mil habitantes, números abaixo de outros já registados em Portugal em anos anteriores. O ministro da Saúde revelou ainda ter indícios de que as vacinas contra a gripe identificadas em farmácias portuguesas
estavam fora do circuito legal, mas não eram falsificadas, ressalvando que aguarda os resultados da investigação em curso. “Dos indícios que temos, não se trata de qualquer contrafação, mas sim de uma compra de uma farmácia (portuguesa) a uma outra entidade em Espanha”, disse Paulo Macedo aos jornalistas no final de uma cerimónia de apresentação de uma aplicação para telemóveis sobre o preço dos medicamentos. Paulo Macedo escudou-se no segredo de justiça para não adiantar pormenores sobre esta operação, adiantando contudo que as vacinas da gripe identificadas fora do circuito legal do medicamento estavam alegadamente a
ser vendidas em várias farmácias pertencentes a um grupo. O ministro não adiantou o número de vacinas identificadas, mas disse que o mesmo “não é significativo” e que se trata de “um caso muito localizado”. Segundo Paulo Macedo, os indícios de que tem conhecimento apontam para a inexistência de perigo para a saúde pública, não garantindo, contudo, que quem recebeu os fármacos não corre riscos. O governante lembrou ainda que continua a decorrer o processo de investigação, uma vez que quem adquiriu estas vacinas dispunha de receita médica e que foi solicitada a comparticipação do Estado português num
medicamento que estava fora do circuito legal. Na segunda-feira, o presidente do Infarmed alertou para o risco de as vacinas que entraram ilegalmente no país serem falsificadas e adiantou que chegaram a ser vendidas e administradas a utentes, tendo sido pedida a comparticipação do Estado. Eurico Castro Alves disse haver “indicadores inegáveis da entrada ilegal [das vacinas] no país”, sendo agora necessário descobrir se há mais, quais os circuitos que seguem, quem as fabrica e se são falsificadas, razão por que foi lançada de imediato uma “operação à escala nacional para garantir que tal não acontece”.
PSD critica posição sobre sistema de pensões
“PS recusa-se a fazer um debate sério”
O vice-presidente da bancada do PSD Adão Silva criticou o PS por se recusar a debater a sustentabilidade do sistema de pensões em Portugal, usando para o efeito “metáforas inadequadas” para tentar inquinar a discussão. “O PS recusa-se a fazer um debate sério sobre uma matéria delicada: O futuro e a sustentabilidade do sistema de pensões em Portugal. Tenta tapar a sua falta de vontade para discutir um dos assuntos mais desafiantes dos próximos anos, usando expressões excessivas e metáforas inadequadas para inquinar um debate que se pretende sério”, explicou Adão Silva. O dirigente da bancada socialdemocrata falava depois de o coordenador do Grupo Parlamentar do PS para as questões sociais e laborais, Nuno Sá, ter acusado o Governo de designar um grupo de trabalho “para-secreto” para tornar definitivos os cortes no sistema de pensões. Carlos Zorrinho
“Nunca houve ministro da Ciência”
O dirigente socialista considera que “nunca houve” um ministro da Ciência no atual Governo, mas defendeu que não faz sentido pedir individualmente a demissão de membros do executivo PSD/ CDS. Carlos Zorrinho falava numa declaração aos jornalistas, na Assembleia da República, a propósito da controvérsia em torno da alegada existência de cortes nas bolsas de doutoramento e pós-doutoramento. “Não faz sentido pedirmos a demissão de ministros individualmente, mas a verdade - e é a pergunta que deixou aos portugueses - é se alguma vez houve ministro da Ciência neste Governo?”, questionou o ex-líder parlamentar socialista, depois de interrogado se o PS defende a demissão do ministro Nuno Crato. Sobre a ação de protesto contra a política do Governo na área da investigação, Zorrinho disse imaginar neste momento “a tristeza dos bolseiros que se manifestam” contra a política do Governo.
Quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
economia
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Bruxelas rejeita que EU tenha reagido tardiamente no apoio a Lisboa
“Portugal só reagiu encostado à parede” Segundo Olli Rehn, em junho de 2010, já falava sobre a possibilidade de um programa com o então ministro Teixeira dos Santos.
Emprego luso no terceiro trimestre
Maior subida da OCDE Portugal, a par da Eslovénia, registou a maior subida da taxa de emprego dos países da OCDE no terceiro trimestre de 2013, com este indicador a aumentar 0,7 pontos percentuais, para 61,3%. Segundo dados da OCDE, a taxa de emprego em Portugal subiu em todos os grupos de populações no terceiro trimestre de 2013, face ao anterior: no grupo das mulheres de 57,6% para 58,5%, no dos homens de 63,7% para 64,1%, no dos jovens entre os 15 e os 24 anos de 21,5% para 23,1%, no dos trabalhadores entre os 25 e os 54 anos de 74% para 74,9% e no dos trabalhadores entre os 55 e os 64 anos de 46,8% para 46,9%. Depois da subida já registada no trimestre anterior, este é o segundo aumento da taxa de emprego em Portugal após nove trimestres consecutivos de recuos. No conjunto dos países da OCDE, a taxa de emprego aumentou pelo segundo trimestre consecutivo, para 65,2% (mais 0,1 pontos percentuais), mas continua ainda 1,3 pontos percentuais abaixo dos níveis antes da crise financeira, no segundo trimestre de 2008. Na zona euro, a taxa de emprego subiu (0,1 pontos percentuais) pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2008, para 63,5%.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos rejeitou, ontem, que a Europa tenha reagido tardiamente no apoio a Portugal, sustentando que se tratou sobretudo de uma “reação nacional tardia”, pois o Governo só agiu quando já estava “encostado à parede”. Durante uma conferência sobre governação económica no Parlamento Europeu, em Bruxelas, com a participação de deputados dos parlamentos nacionais dos diversos Estados-membros, em resposta a intervenções dos deputados socialistas Eduardo Cabrita e João Galamba sobre os custos, para Portugal, da reação tardia da UE, o comissário Olli Rehn defendeu que se tratou sobretudo de “uma reação nacional tardia”. Segundo o comissário, o processo de ajustamento não teria sido tão doloroso se Portugal tivesse atuado mais cedo, e não apenas quando já estava “encostado à parede”, em abril de 2011, recordando que quase um ano antes, em junho de 2010, já falava sobre a possibilidade de um programa com o então ministro das Finanças (do governo socialista de José Sócrates), Fernando Teixeira dos Santos. “Foi também uma reação nacional tardia, pois embora o programa tenha começado no verão de 2011, recordo as minhas primeiras conversas com o ministro das Finanças de Portugal em junho de 2010, um ano antes disso, sobre um possível programa de ajustamento económico, porque vimos que a situação económica de Portugal estava a ficar cada vez mais e mais fraca”, disse Rehn acrescentou que, do seu ponto de vista, “quanto mais cedo Portugal atuasse, para ter sucesso no seu reequilíbrio”, menos necessidade haveria de um “processo de ajustamento doloroso”, pelo que “teria sido melhor” atuar “antes de estar encostado à parede, em abril de 2011”. O vice-presidente da Comissão Eu-
ropeia sustentou que, “na ausência de um programa, as consequências sociais teriam sido ainda muito mais duras”. “Prematuro” tomar decisão
O comissário considerou, ainda, ser “prematuro” tomar uma decisão sobre a forma de Portugal sair do programa de ajustamento, que só deverá ser tomada “no inverno, primavera”, com base na evolução da situação. “Perguntou se Portugal deve estar preparado para a chamada saída limpa, sem qualquer tipo de apoio, ou se é necessário um cautelar. É ainda prematuro tomar qualquer decisão final nesta matéria”, respondeu Olli Rehn a uma pergunta do deputado Paulo Mota Pinto, do PSD. O comissário dos Assuntos Económicos disse acreditar que agora é sobretudo importante “monitorizar cuidadosamente os desenvolvimentos na economia real e nos mercados financeiros”. “Analisaremos a situação nas próximas semanas e meses, e, algures ao longo do inverno, primavera, chegaremos a uma conclusão, obviamente em conjunto com o Governo português, e depois com os Estados-membros da zona euro e os nossos parceiros internacionais”, disse. “Retoma vai ser desigual”
Crise. Olli Rehn revelou que em junho de 2010 já falava sobre a possibilidade de um programa com o então ministro Teixeira dos Santos
PSI20 fecha em queda
Juros a dez anos negociados abaixo dos 5%
Os juros da dívida soberana portuguesa continuavam, ontem, a cair em todos os prazos, com os títulos com maturidade a 10 anos a negociarem abaixo da barreira psicológica dos 5%, o que já não acontecia desde junho de 2010. No final de janeiro de 2012, os juros da dívida pública portuguesa a 10 anos chegaram a ser negociados nos 17,393%, pelo que já
aliviaram mais de 70% desde esse pico máximo. No prazo de dois anos, os juros relativos a Portugal também desceram, ainda que mantendo-se acima da barreira dos 2%, ao serem negociados a 2,331%. No prazo de cinco anos, os juros estavam a descer, tendo quebrado a barreira dos 4%. Por outro lado, o PSI20 fechou a cair pela segunda sessão consecutiva, ao ceder 0,37% para 7.079,84 pontos, com a maioria dos títulos no vermelho e as quedas da Sonae e Mota-Engil a superarem os 4%.
Ainda segundo o FMI, por outro lado, a zona euro “está a passar da recessão para a recuperação”, esperando-se um crescimento de 1% este ano e 1,4% em 2015, depois do recuar 0,4% em 2013, mas “a retoma vai ser desigual” Na atualização ao «World Economic Outlook» de outubro, o FMI antecipa que a recuperação económica vai ser “no geral mais modesta nas economias em ‘stress’, como para Portugal, Grécia, Chipre e Itália, apesar de algumas revisões [das projeções] em alta, incluindo Espanha”. “A elevada dívida, tanto pública como privada, e a fragmentação financeira vão retrair alguma procura interna, ao passo que as exportações poderão contribuir mais para o crescimento”, refere o FMI. Referindo-se aos novos desafios, o FMI refere que “os riscos à atividade associados a uma inflação muito baixa nas economias avançadas, especialmente na zona euro, estão a surgir”.
6 | O Norte Desportivo
futebol
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
Entre as equipas europeias com mais futebolistas estrangeiros no seu plantel
Só o Inter consegue «vencer» o FC Porto Entre os 16 emblemas da I Liga, apenas Sporting, Marítimo e V. Guimarães conseguem superar média europeia de aposta na formação. Os clubes que disputam a I Liga portuguesa de futebol estão entre os emblemas europeus que menos apostam em jogadores oriundos da formação, sendo que apenas Sporting, Marítimo e Vitória de Guimarães estão acima da média continental. Os números foram publicados no «Estudo Demográfico», documento elaborado anualmente pela empresa suíça «Observatório do Futebol» (CIES Football Observatory) e da autoria dos investigadores Raffaele Poli, Roger Besson e Loic Ravenel. Segundo aquele retrato demográfico, que diz respeito a outubro de 2013, apenas 12 por cento dos jogadores das equipas lusas alinharam nos respetivos clubes pelo menos três temporadas, entre os 15 e 21 anos, valor que coloca Portugal muito abaixo da média europeia (21,2 por cento). Entre os 16 emblemas da I Liga, apenas Sporting, Marítimo e Vitória de Guimarães conseguem superar a média europeia. Os «leões» têm 33,3 por cento de atletas formados no clube, os madeirenses 28 e os minhotos 23,1. Por outro lado, Olhanense e Arouca apresentam ausência total de atletas formados no clube, enquanto Benfica e FC Porto cingem-se a meros 6,9 e 4,2 por cento, respetivamente. Estrangeiros dominam as equipas
Assim, FC Porto e Benfica estão entre as equipas com mais futebolistas estrangeiros no seu plantel, segundo este estudo que coloca os dois «grandes» no «top-10» dos clubes europeus. O FC Porto conta com 20 forasteiros num total de 24 jogadores, o que corresponde a 83,3 por cento do elenco portista, registo que o coloca no segundo posto do «ranking», somente atrás dos italianos do Inter de Milão (88,9). Por seu lado, o Benfica também surge destacado neste particular, com 79,3 por
cento de estrangeiros no plantel, que lhe confere o oitavo lugar, juntamente com a Fiorentina. Apesar de terem mais três forasteiros que o «rival» (23), os “encarnados” possuem um plantel mais alargado, composto por 29 futebolistas. Desta forma, FC Porto e Benfica lideram no número de estrangeiros na I Liga portuguesa, à frente de Rio Ave, Académica e Sporting, enquanto o Belenenses é a formação com menor tendência estrangeira, com seis forasteiros no seu plantel. Com 52,1 por cento de forasteiros, a I Liga portuguesa de futebol é a quinta da Europa com maior percentagem de jogadores estrangeiros, apesar do ligeiro decréscimo que se tem verificando nas últimas épocas: dos 399 jogadores que iniciaram a época nas 16 formações da I Liga, 208 são estrangeiros. Os números, que dizem respeito a outubro de 2013, colocam Portugal na quinta posição do «ranking» e consideravelmente acima da média europeia (36,8), sendo que apenas Chipre (63,8), Inglaterra (60,4), Itália (54,1) e Turquia (53,1) superam a percentagem portuguesa. 152 portugueses lá fora
Futebol. FC Porto e Benfica estão entre as equipas com mais estrangeiros, segundo estudo que coloca os dois «grandes» no «top-10» europeu
Varela recebe prémio MVP
Alex Sandro falha regresso aos treinos O defesa brasileiro Alex Sandro, que cumpriu apenas trabalho de ginásio, falhou, ontem, o arranque da preparação do FC Porto para a receção ao Marítimo, da Taça da Liga. Antes do início do treino, Silvestre Varela recebeu o prémio MVP referente ao melhor jogador em campo na partida de domingo do FC Porto frente o Vitória de Setúbal (3-0), no Dragão. “Vejo
esta distinção como algo coletivo, pois só o consegui devido ao esforço de toda a equipa e fico muito satisfeito por isso. É sempre bom receber este prémio, pois tenho estado a trabalhar bem e tenho conseguido ajudar a equipa”, disse o extremo luso. Varela, que apontou o segundo golo dos «dragões» frente aos sadinos, elevou para três os prémios MVP recebidos esta temporada, pois já o havia conseguido nas quarta e oitava jornadas da I Liga, frente a Gil Vicente e Sporting, respetivamente.
Portugal é, por outro lado, um dos países mais representados nos principais campeonatos europeus de futebol, ocupando a sexta posição de um «ranking» liderado pelo Brasil: há 152 futebolistas lusos a atuar no estrangeiro, registo que coloca Portugal lado a lado com a Alemanha. Apesar de um ligeiro decréscimo na época passada eram 169 - o «produto» nacional continua a ser dos mais requisitados, sendo apenas superado pelos jogadores brasileiros (471), franceses (306), sérvios (211), argentinos (195) e espanhóis (178). Pelo quinto ano consecutivo, a principal divisão do Chipre é a que tem maior incidência de portugueses, com 37 futebolistas, o que corresponde a quase um quarto do total de “emigrantes” lusos. A nacionalidade portuguesa está igualmente bem representada na Roménia (24 jogadores), Espanha (18) e Grécia (17), ao passo que Alemanha, Holanda, Escócia, Eslováquia e Suécia têm apenas um atleta luso nas suas divisões de topo.
Cristiano Ronaldo não esconde ambição
“Ainda quero mais” O internacional português Cristiano Ronaldo garante sentir-se “mais compreendido” pelas pessoas e revelou, em entrevista ontem publicada pela revista France Football, “não ser perfeito” precisamente por “ser humano, de carne e osso”. O avançado da seleção portuguesa e do Real Madrid assumiu a sua faceta mais humana nas declarações prestadas ao periódico francês: “Choro, rio, tenho os meus problemas. Sempre que disse algo inconveniente, pedi desculpa. Aprendi com o tempo e com os meus erros”. “Tenho a impressão que o público me compreende melhor, que dá conta de que trabalho muito. Prefiro que falem do que se passa em campo do que fora”, afirmou Cristiano Ronaldo. A entrevista surgiu na sequência da conquista da Bola de Ouro 2013, prémio entregue pela FIFA em parceria com a FF. Ronaldo reconheceu dar muita importância ao título conquistado, mas que o mais importante são os troféus coletivos que espera ganhar: “Se não mo tivessem dado, continuaria a ser o mesmo”. Estar no topo, entre os melhores, nos últimos anos é “uma prova de profissionalismo, trabalho e competitividade”. “Quero mais, pelo Real Madrid e por Portugal. A Bola de Ouro não é um fim, apesar de todos os jogadores sonharem obtê-la”, concluiu.
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014
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OS “LUSOFONIA GAMES” Os Jogos da Lusofonia podiam ser uma boa ideia, contudo, devido à ignorância, incompetência e arrogância dos dirigentes deste desgraçado País, transformaram-se nos Jogos da Pacoviofilia. Não é de admirar porque, hoje, se alguma coisa caracteriza o desporto nacional é o estado de mediocridade, parolice e subserviência que reina no Gustavo Pires* Movimento Olímpico. Os jogos em si já vão na terceira edição contudo, ninguém sabe o que são, quais os seus objetivos e quem são os verdadeiros destinatários. Não se conhece um único documento oficial minimamente consistente a explicar o que são os Jogos da Lusofonia! Na mais genuína tradição portuguesa, até hoje, os Jogos da Lusofonia têm-se limitado a proporcionar algumas passeatas a uns dirigentes que entendem que o desporto é um meio para fazerem turismo. E os atletas estão lá para, no final, se necessário for, pagarem a fatura como aconteceu em Pequim 2008 porque os dirigentes, coitadinhos, não tinham culpa nenhuma na medida em que não eram eles que corriam, que saltavam e que lançavam. Entretanto, numa de “lá vamos cantando e rindo” num revivalismo a todos os títulos bacoco, o Comité Olímpico de Portugal a mando do Governo, embarcou triunfante para Goa numa organização em que, como referiu o Chefe da Missão portuguesa a organização “gastou mundos.”! A entrevista de Artur Lopes confirmou para muito pior aquilo que já se esperava. E ao fazê-lo, demonstrou bem o estado de desorientação em que o desporto se encontra desde que Constantino resolveu colocar o Comité Olímpico de Portugal debaixo da Alçada da Secretaria de Estado dos Desportos. Como é possível um Chefe de Missão liderar uma comitiva sem saber nada acerca do que se ia passar. Estes Lusofonia Games também para o presidente do COP são uma espécie de “blind date”, mas como ele não fala inglês não faz a mínima ideia onde meteu a organização que devia liderar. Quer dizer, os Jogos da Lusofonia na maior das desorganizações, estão a ser realizados em Inglês. E as coisas atingiram tal nível que o Chefe de Missão portuguesa não sabe para onde se há-de virar. Em consequência, entrou em parafuso e iniciou uma fuga para a frente. E disse: “O que questiono são os custos dos jogos, a carestia. Tudo isto são muitos milhares de euros que se gastam para preparar esta situação, não sei se não será de repensar, com as forças políticas, uma junção com os jogos da CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa.”!!! Agarrem o homem senão ele mata-se de contradições. Então ele que está há perto de vinte anos no COP, é Vice Presidente substituto, Chefe de Missão e não sabia onde se estava a meter!!! Nem a Cinderela caia numa tranquibérnia destas. Por tudo isto, não se percebe porque é que Passos Coelho ainda não exigiu explicações ao Secretário de Estado dos Desportos e ao Presidente do Comité Olímpico de Portugal que anda caladinho que nem um rato. É a dignidade nacional que está a ser enxovalhada. Estes dois pândegos conseguiram transformar os Jogos da Lusofonia nos Jogos da Pacoviofilia. (continua)
Bolseiros protestam contra cortes na investigação
“Aqui jaz a ciência” Os bolseiros de investigação científica que se concentraram perto da residência oficial do primeiroministro, em Lisboa, regressaram à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia, onde começou o protesto, para exigir respostas sobre os cortes nas bolsas. Mais de 200 bolseiros estiveram concentrados à porta da residência de S. Bento, onde representantes da Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), que organizou o protesto, entregou uma moção a pedir emprego científico dignificante, explicou à comunicação social o vice-presidente João Pedro Ferreira. Os bolseiros regressaram depois à Avenida D. Carlos I, onde se localiza a sede da FCT, para reclamar respostas junto da fundação sobre a redução do número de bolsas de doutoramento e pós-doutoramento atribuídas no concurso de 2013, disse a mesma fonte. De acordo com
os resultados do concurso de 2013, publicados na quarta-feira no portal da FCT, foram atribuídas 298 bolsas de doutoramento e 233 de pós-doutoramento, com base na avaliação regular de candidatos. No concurso de 2012, a Fundação para a Ciência e Tecnologia concedeu 1.198 bolsas de doutoramento e 677 de pós-doutoramento, a partir não só da avaliação regular, mas também da audiência prévia e dos recursos apresentados por candidatos que contestaram os resultados iniciais. Entretanto, a Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura chumbou o requerimento do PCP para audição do ministro da Educação e da secretária de Estado da Ciência sobre o concurso de bolsas individuais de doutoramentos, informou fonte parlamentar. Os deputados do PCP pretendiam que o ministro da Educação, Nuno Crato, e a secretária de Estado da Ciência,
Leonor Parreira, prestassem esclarecimentos sobre o concurso de bolsas individuais de doutoramento, doutoramento em empresas e pós-doutoramento, da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), e medidas a tomar na salvaguarda do sistema científico e tecnológico nacional. O PSD, pela voz de Duarte Marques, manifestou-se convicto de que não há cortes nas bolsas de doutoramento e outras pós-graduações, mas antes uma forma diferente de o Estado investir em ciência. “O PSD acabou de viabilizar (proposta do BE) na comissão de Educação a vinda, o mais urgente possível, do presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O objetivo é esclarecer toda esta situação à volta dos cortes nas bolsas, mas também explicar qual é a alteração de paradigma de investimento em ciência”, afirmou o deputado socialdemocrata, nos Passos Perdidos do Parlamento.
ASPP/PSP recusou reunir-se com Miguel Macedo
Encontro para “cumprir calendário” A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) recusou reunir-se com o ministro da Administração Interna por se tratar de uma reunião conjunta entre sindicatos que tem como objetivo “cumprir calendário”. O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, começou às 15:30 uma reunião em conjunto com os vários sindicatos da polícia e tem agendado, para as 17:30 um outro encontro com o Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP). O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, explicou que a delegação do sindicato não se reuniu com Miguel Macedo porque quando chegou ao Ministério da Administração Interna teve conhecimento que o encontro era em conjunto com mais 10 sindicatos, o que “impossibilita a criação
de um diálogo com resultados”. “A ASPP preparou-se para uma reunião individual e levava à reunião questões específicas, tendo em conta o atual contexto complicado da PSP”, afirmou o presidente do maior sindicato da PSP, sublinhando que uma reunião coletiva serve “apenas para cumprir calendário” e “não se consegue obter resultados concretos”. Paulo Rodrigues considerou também discriminatório que o sindicato dos oficiais tenha uma reunião sozinho com o ministro, referindo que a ASPP representa todas as classes, nomeadamente oficiais. “A delegação da ASPP para a reunião era composta por dois agentes, dois chefes e um oficial”, disse, acrescentando que o sindicato “está disponível para o diálogo com o Governo, mas não para cumprir calendário”.
Nesse sentido, a ASPP vai realizar ações de luta, tendo em conta que o Governo está a “desvalorizar a atual situação que a polícia vive” e está “a empurrar os polícias para os protestos”. As ações de luta, que poderão passar por uma manifestação, podem ser tomadas ao nível da ASPP ou através da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, da qual faz parte. A estrutura que congrega os sindicatos e associações mais representativas da GNR, PSP, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Polícia Marítima, Guardas Prisionais e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai reunir-se na próxima semana para fazer um balanço das reuniões.
“Aprofundar relações económicas bilaterais”
Orçamento dos Açores é constitucional Portugal e Marrocos querem aprofundar as relações económicas entre si e com “novos mercados” de países terceiros, anunciou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, em Rabat. “Abordámos a necessidade, porque há condições para isso, de desenvolver e aprofundar as relações económicas bilaterais, em termos de aproveitar as oportunidades que existem e de estabelecer uma espécie de roteiro para assinalar os progressos que devem ser feitos”, explicou o ministro Rui Machete, após encontros com o primeiro-ministro e com o seu homólogo marroquinos, no âmbito de uma visita oficial a Marrocos.
O governante português anunciou que os dois países estão empenhados em preparar a realização de uma cimeira, recordando que Portugal e Marrocos já não organizam uma iniciativa deste tipo “há bastante tempo”. A última cimeira entre os dois países decorreu em Marraquexe, Marrocos, em 2010. A data e local de realização do próximo encontro não foram, para já, revelados. Um dos objetivos nas relações bilaterais é o de potenciar “oportunidades de negócio” e estabelecer parcerias “entre empresas portuguesas e marroquinas” em “novos mercados” de países terceiros, na África e na América do Sul, disse Machete, no final de
uma reunião de trabalho com o seu homólogo marroquino, Salaheddine Mezouar. O ministro afirmou que as relações entre Portugal e Marrocos “são efetivamente muito positivas” e gozam de “especiais condições”, mas pretende-se “introduzir uma dinâmica maior”, nomeadamente através das “possibilidades de investimento” de Portugal em Marrocos e de Marrocos em Lisboa. A esse propósito, o governante português apontou que existe um “grupo de impulsão económica” que reúne empresários dos dois países e que pretende “analisar problemas concretos, com o apoio das instituições estatais”, numa experiência que “tem resultado noutros países”.