HAMILTON NO COMANDO BRITÂNICO APROVEITA ABANDONO DE NICO E TRIUNFA EM SINGAPURA
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 202
Segunda-feira, 22 de setembro de 2014
PASSOS GARANTE QUE GOVERNO ESTÁ A TRABALHAR PARA BAIXAR CARGA FISCAL
EV!TAR E R RO S
PORTO
A partir de hoje os utentes terão acesso gratuito à internet nos autocarros da STCP
n Falando antes do Conselho Nacional do PSD, o primeiro-ministro deixou uma garantia: “Não há ninguém no Governo que não esteja a trabalhar firmemente” para poder já em 2015 reduzir a carga fiscal dos portugueses. Seja como for, “o nosso propósito tem que ser só um, fazê-lo de acordo com a realidade do país, para não acontecer em Portugal os mesmos erros do passado. E o país sabe bem o preço desses erros”, destacou Passos Coelho, que também falou sobre o Salário Mínimo Nacional: “Esperamos a muito breve prazo poder tomar uma decisão nessa matéria”...
PRIMÁRIAS
António Costa diz que as eleições no PS são uma questão nacional
MOBILIDADE
Dia Europeu sem Carros assinala-se hoje em 1712 cidades
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
Moradores indignados com a falta de condições no bairro do Leal
“Vivemos cheios de medo e na imundice” O cheiro nauseabundo entranha-se, tal como a comichão das moscas atraídas pelo lixo e fezes humanas nas ruas do bairro do Leal, no Porto, deixando os moradores indignados com a falta de higiene de pessoas instaladas num antigo café. “Vivemos cheios de medo e na imundice”, resume Aurélio Simões, secretário da Associação de Moradores do Bairro do Leal (AMBL), responsável por 16 casas bem conservadas do aglomerado que contrastam com os destroços da Travessa das Musas, onde apenas vivem duas famílias num terreno entregue pela Câmara ao Fundo Imobiliário criado para demolir o bairro do Aleixo. O problema reporta-se a uma comunidade estrangeira e surgiu “há um ano ou dois”, os moradores asseguram ter denunciado o caso a várias entidades, mas o antigo café arrendado aos imigrantes continua ocupado e, no interior, vislumbram-se cozinhas junto a panos estendi-
LEAL. Os moradores deste bairro do Porto queixam-se de “ratos e que todos os dias defecam, urinam, deitam óleos, comida e lixos na rua”… dos no chão, como se fossem camas, a par de outros pendurados, como que a servir de paredes. “Nos piores dias, os contentores do lixo ficam atulhados de tudo o que se possa imaginar que há numa lixeira. Todos os dias defecam, urinam, deitam óleos, comida e lixos na rua. Há ratos. Estamos aqui sozinhos, sentimos uma insegurança tremenda”, descreve Luís Moreira, de 32 anos. O operador de loja mora nas habitações da AMBL, edificadas depois do 25 de abril de 1974, um pouco abaixo da primeira fase do bairro situado do centro do Porto, encravado entre as ruas das Musas e do Bonjardim, não muito longe da Câmara do Porto. Na rua onde vive Leopoldina Ferreira apenas resta um vizinho, pelo meio há ruínas e mato. A casa do lado, devoluta, foi estroncada para “defecarem lá dentro”. A esperança da mulher de 62 anos é que a Câmara resolva o problema: “Os vizinhos foram saindo, eu pensei: qualquer
dia também me chamam. Mas fiquei de recordação. Queria sair para pertinho, pedi ao vereador [da Habitação] Manuel Pizarro. Mas nem perto nem longe, não me resolvem o caso”, conclui. A Câmara esclarece não haver no bairro inquilinos municipais e que o terreno do Bairro do Leal foi entregue ao Fundo do Bairro do Aleixo, em relação ao qual a autarquia pediu, em abril, um relatório ao gabinete interno de auditoria. A seguir a um terreno baldio vedado com uma rede enferrujada, cheio de enormes pedras e casas emparedadas com estendais e roupa a secar, surge o edifício que os residentes dizem ser um antigo café arrendado a “imigrantes romenos”. Não se vê ninguém dentro do antigo estabelecimento que os moradores desconfiam não ter água ou casas de banho, mas há roupa pendurada no exterior e o vento empurra para o exterior um odor difícil de suportar.
Carla Santos, de 35 anos, lamenta nem poder abrir a janela de casa, sob pena de ver o que não quer: “Trocam de roupa cá fora, fazem as necessidades na rua. Uma vez abri a janela e vi um homem de calças na mão virado para a minha parede”, descreve. “A situação é esta porque não há ninguém que se imponha, que nos socorra ou que nos ajude”, lastima Aníbal Santos, presidente da AMBL, enquanto sacode “o mosquedo” e se queixa de “varejas e ratos”. O mesmo responsável diz que o antigo estabelecimento tanto pode estar ocupado por “três ou quatro [imigrantes] como por 10 ou 20, que, de tempos a tempos, “vão embora uns e aparecem outros” e que “saem de manhã e voltam por volta das 17:00 horas”. O que fazem não se sabe, imagina-se apenas que “vão para os supermercados pedir”. “Dormem todos ali”, descreve.
Câmara do Porto revela soluções em estudo
Moradores do bairro do Leal em causa A Câmara do Porto revelou que as soluções em estudo para os dois moradores do bairro do Leal, “cujo terreno foi entregue ao Fundo Imobiliário do Aleixo”, incluem a “negociação com os proprietários das casas”. Fonte camarária esclarece que tal não significa que o proprietário das duas casas seja o Fundo, criado pelo anterior executivo para demolir o bairro do Aleixo e em relação ao qual a Câmara revelou a 01 de setembro ter pedido “ao gabinete interno de auditoria a realização de um relatório” devido à “necessidade de apurar a situação atual e quais as eventuais implicações contratuais”. Alertando não existirem, no bairro do Leal, inquilinos municipais, a Câmara revelou estar “a acompanhar a situação das pessoas que ali moram” e a “estudar soluções”, que incluem a “ne-
gociação – em curso - com os proprietários das casas ainda habitadas”. O esclarecimento surgiu a propósito de uma reportagem feita esta semana no bairro, onde numa das ruas (na travessa das Musas) moram duas famílias separadas por ruínas e casas devolutas. ”Tais soluções envolvem também negociação – em curso - com os proprietários das casas ainda habitadas”, adianta a autarquia, esclarecendo que as mesmas “não estão suficientemente amadurecidas para serem comunicadas”. O município começa por esclarecer que “o terreno do Bairro do Leal foi entregue ao Fundo do Bairro do Aleixo para construção de uma parte dos fogos que se comprometeram a entregar à Câmara”. O contrato de constituição daquela entidade criada durante o mandato do anterior presidente da autarquia,
o social-democrata Rui Rio, previa que a mesma casas na Baixa para realojar os moradores do Aleixo. Fonte camarária não soube precisar se os proprietários das habitações são os moradores ou senhorios privados, ao passo que um dos responsáveis da Associação de Moradores do Bairro do Leal (AMBL), que tutela o aglomerado de 16 casas bem conservadas do resto do bairro, referiu que uma das inquilinas “não sabe quem é o senhorio” e o outro “tem senhorio”. Quanto às queixas vindas sobretudo desta comunidade da AMBL relativamente a uma comunidade imigrante que habita um antigo café arrendado e defeca na rua, a Câmara assegura estar a agir em coordenação com a PSP. “A Câmara tem atuado na fiscalização de permanência abusiva de pessoas e na limpeza
do bairro, mas estas situações tendem a repetir-se com frequência em face da situação de semiabandono em que se encontra”, diz o município. A autarquia nota ainda que “essas ações têm sido coordenadas com PSP, que tem responsabilidades nesta matéria” e com mantém “estreita colaboração”. Aníbal Santos, presidente da AMBL, relatou que os moradores estão preocupados “com a porcaria que os imigrantes fazem na rua”. “A Câmara não quer saber de nada, o presidente atual nunca cá veio ver isto”, entristece-se Aníbal Santos. De acordo com Aurélio Simões, secretário da AMBL, os moradores têm “recorrido à Polícia Municipal, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e à delegação de saúde”. “Até há um processo na Câmara, mas está encravado”, observa.
A partir de hoje no Porto
Net gratuita nos autocarros
Os utentes da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) terão acesso gratuito à internet nos autocarros que circulam na cidade do Porto a partir de hoje e por um período experimental de seis meses. Trata-se de um sistema que vai “colocar em rede os cerca de 400 autocarros” da empresa de transporte público, através de uma tecnologia que utiliza “não apenas a rede celular, mas também os pontos fixos de ‘wifi’ de rede de fibra ótica que existem espalhados pela cidade, através do projeto Porto Digital”, explicou João Barros, responsável pela ‘spin-off’ Veniam’Works, que desenvolveu a tecnologia. O serviço vai ser lançado publicamente hoje à tarde, com uma viagem inaugural com partida da praça General Humberto Delgado. A implementação desta tecnologia comerciável, que está patenteada, “é o culminar de cinco anos de trabalho”, que envolveu cerca de 30 engenheiros, dos quais dez doutorados, no âmbito do projeto Future Cities, disse. O também diretor do Centro de Competências para as Cidades do Futuro afirmou que existe “a possibilidade de assegurar a continuidade” do projeto após os seis meses experimentais, mas para já o objetivo é “aprender ao máximo como é que a rede se comporta e que tipo de tráfego é que gera”. Fonte da STCP considera que o serviço ‘Free WIFI’ “representa um imenso valor acrescentado para os cerca de 300 mil clientes”. “É algo totalmente inovador e pioneiro. O Porto é a primeira cidade europeia a disponibilizar cobertura wifi na rede de autocarros públicos”, acrescentou. João Barros adiantou que São Francisco, nos Estados Unidos da América, e Barcelona, em Espanha, “já demonstraram interesse em adotar esta solução”. “Esta será a primeira vez que se testa um serviço destes com esta escala”, frisou o responsável. Elogiando o “grande empenho” da Câmara do Porto nesta expansão da cobertura da rede wifi, Barros considerou que esta experiência vai tornar o transporte público mais atrativo, o que “gera mais receitas e permite melhorar a qualidade de vida urbana”, bem como “aumentar a possibilidade de pessoas com menos recursos financeiros acederem à internet”. Para aceder ao wifi gratuito, os utentes da STCP – mas também quem circular perto das paragens – apenas precisarão de fazer um clique na página de acesso ao sistema que lhes surgirá no ecrã do telemóvel ou de um tablet.
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Aristides de Sousa Mendes vai ser evocado num “projeto muito importante”
Vilar Formoso dedica memorial a herói Verão deste ano com segunda temperatura mais baixa
Recorde com 25 anos
O verão deste ano registou a segunda temperatura mais baixa dos últimos 25 anos, tendo-se apenas verificado uma onda de calor em junho, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O boletim climatológico sazonal do IPMA sobre o verão de 2014 indica que os meses de junho, julho e agosto tiveram uma temperatura média do ar inferior ao normal, que foi de 20.9 graus centígrados. “No verão de 2014 o valor da temperatura média foi o segundo valor mais baixo desde 1989”, adianta o mesmo documento. De acordo com o IPMA, o número de dias com temperatura máxima entre os 30 e os 35 graus foi “significativamente inferior ao normal, com o maior número de dias a verificar-se no Alentejo, particularmente no interior”. Neste verão ocorreu uma onda de calor entre os dias 11 e 17 de junho, tendo-se ainda registado, entre 10 e 17, temperaturas iguais ou superiores a 40 graus. O IPMA, que classificou o último verão de normal, indica também que os valores médios da quantidade de precipitação foram próximos do normal. O boletim chama atenção para o mês de julho, que foi o oitavo mais chuvoso desde 1931 e o mais chuvoso deste século. O equinócio do outono começa às 03h29 de amanhã e marca o início do outono.
Já as obras da Casa do Passal, que perteceu ao cônsul, devem estar concluídas até final do ano. A Câmara Municipal de Almeida pretende instalar, em Vilar Formoso, um memorial dedicado a Aristides de Sousa Mendes, com o objetivo de dinamizar o turismo no concelho. Segundo o presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, o espaço museológico e documental, para além de evocar a memória do cônsul Aristides de Sousa Mendes, também será dedicado aos judeus e aos refugiados da 2.ª Guerra Mundial. O projeto tem uma estimativa orçamental de cerca de 800 mil euros e será candidatado a fundos comunitários. O autarca diz ter a certeza de que será “um projeto muito importante” para Vilar Formoso, para o concelho de Almeida e também para o País. “Estamos na principal fronteira terrestre do País, na porta de entrada e de saída para a Europa”, disse, vaticinando que o equipamento cultural, quando estiver concretizado, “atrairá milhares de visitantes” à região. A Câmara Municipal de Almeida pretende adquirir os antigos armazéns ferroviários da estação de Vilar Formoso, que se encontram degradados, mas as negociações com a Refer (Rede Ferroviária Nacional) estão “num certo impasse” devido ao processo de fusão com a Estradas de Portugal, segundo o responsável. António Baptista Ribeiro considera que faz todo o sentido instalar o espaço museológico junto da estação ferroviária, pois a Linha da Beira Alta está associada ao antigo cônsul de Portugal em Bordéus e os refugiados entraram em Portugal de comboio. Entre os dias 17 e 19 de junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes assinou 30 mil vistos para salvar pessoas do holocausto nazi, contrariando as ordens do Governo de Salazar, situação que o levaria à expulsão da carreira diplomática. O autarca de Almeida garante que o plano do memorial “continua vivo” e que já foi feito “um grande
trabalho de pesquisa” por parte da arquiteta Luísa Marques e da historiadora Conceição Ramalho. “Esse trabalho de investigação, feito não só em Portugal, mas também no Luxemburgo, nos EUA e em Israel, está feito, está concluído”, acrescentou. Devolver a dignidade
Sousa Mendes. “O Governo assumiu a primeira fase e uma segunda depois logo se vê”, diz Celeste Amaro sobre as obras na Casa do Passal
Excesso de álcool
Oito pessoas detidas em operação a PSP em Lisboa
Oito pessoas foram detidas e outras dezoito multadas por excesso de álcool no sangue, na sequência de uma operação de fiscalização rodoviária realizada pela PSP, em Lisboa. Em comunicado, a PSP dá conta que realizou a operação entre as 04h00 e as 09h00 de ontem, na avenida de Ceuta e na avenida Infante Santo, uma zona de bares e discotecas da
capital. Em resultado dessa operação, a PSP deteve oito pessoas, tendo outras sete sido multadas por infração muito grave e outras onze por infrações graves, todas por conduzirem com excesso de álcool no sangue. Para além destas situações, houve também 48 pessoas multadas por excesso de velocidade, três por infrações muito graves e as restantes por infrações graves. Segundo a PSP, estiveram nesta operação 30 agentes e mais de duas dezenas de meios automóveis.
As obras de recuperação da Casa do Passal, que pertenceu ao cônsul, por outro lado, estão “a decorrer normalmente”, prevendo-se que fiquem “concluídas até ao final do ano”, disse a diretora regional de Cultura do Centro, Celeste Amaro, recordando que o Governo só assumiu a primeira fase das obras de recuperação da casa que é pertença de uma fundação privada (Fundação Aristides de Sousa Mendes). “O Governo assumiu a primeira fase e uma segunda depois logo se vê. Para já, esta primeira fase ainda nem está terminada”, realçou. As obras de recuperação da Casa do Passal, situada em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal, tiveram início a 28 de maio, tendo por objetivo a sua pintura exterior, reconstrução da estrutura da cobertura e recolocação dos respetivos revestimentos, reconstrução das janelas e substituição das caleiras e tubos de queda. Esta obra, num edifício classificado como Monumento Nacional desde 2011, representa um investimento de 336 mil euros, 85 por cento dos quais provenientes de fundos comunitários (programa Mais Centro) e os restantes de fundos nacionais colocados pela Direção Regional de Cultura do Centro. O presidente da Câmara de Carregal do Sal, Rogério Abrantes, apontou o agrado com que a autarquia e população estão a ver o curso das obras na Casa do Passal, que é um ponto de referência para todo o concelho. Já um dos netos do antigo cônsul de Bordéus, António Moncada, revelou que esteve há poucos dias em Cabanas de Viriato para ver a evolução das obras, que até agora têm sido de “consolidação das estruturas”. “Com esta realidade no terreno, estamos confiantes e com esperança de que a dignidade seja devolvida à Casa do Passal”, concluiu.
nacional
4 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
Passos diz que Governo está a trabalhar para baixar carga fiscal
“Vamos fazer de acordo com a realidade do país” O primeiro-ministro garante que “não há ninguém no Governo que não esteja a trabalhar firmemente” para a redução da carga fiscal, mas tal só vai suceder se as condições do país o permitirem. “Não há ninguém no Governo que não esteja a trabalhar firmemente para esse propósito ser alcançado. Se teremos ou não condições, já em 2015, para remover algumas destas medidas de caráter extraordinário – uma vez que outras já começámos a remover – é uma questão que a realidade nos dirá se é possível ou não”, afirmou Passos Coelho, em Ansião, no distrito de Leiria. “Seja como for, o nosso propósito tem que ser só um, fazê-lo de acordo com a realidade do país, para não acontecer em Portugal o que aconteceu em 2009, quando em vésperas de eleições um Governo entendeu que devia baixar os impostos, subir os ordenados na função pública e passado dois anos estávamos a pedir ajuda externa”, continuou Passos Coelho, afiançando que isso não fará “seguramente”. O também líder do PSD falava aos jornalistas antes do Conselho Nacional do partido, órgão máximo entre congressos, que discute o relatório
PASSOS COELHO. O primeiro-ministro diz que “não é objetivo do Governo trabalhar de forma a iludir as pessoas apenas com o propósito das eleições” “Territórios de baixa densidade/territórios de elevada potencialidade” e analisa a situação política. Questionado se uma eventual descida da sobretaxa de IRS é uma medida eleitoralista, Passos Coelho respondeu que “será eleitoralista” se o país não tiver condições “reais, materiais para o fazer”. “Estou convencido que ninguém dentro do Governo quererá forçar essa realidade se tivermos de pagar um preço muito elevado para a poder exibir”, adiantou, afiançando que “não é objetivo do Governo trabalhar de forma a iludir as pessoas apenas com o propósito das eleições”. Para o primeiro-ministro, “isso seria um erro que já foi cometido no passado” e o “país sabe hoje o preço desse erro”. “E, portanto, eu não farei com certeza e estou convencido
de que quem está no Governo com responsabilidade não quer regressar a esses tempos”. Passos Coelho acrescentou que o Governo vai agora fazer a discussão da eventual redução da carga fiscal, que reconheceu ser uma carga “muito elevada e, nesse sentido tem de ser aliviada, tem de ser corrigida”. “Ela será feita quando começarmos a apreciar a proposta de lei de Orçamento do Estado para 2015”, referiu. Explicando que algumas das medidas fiscais “começam a ser removidas em 2015”, como os cortes salariais na função pública que “serão consideravelmente menores do que nos anos anteriores”, o primeiroministro adiantou que sobra “ainda para regularizar medidas extraordinárias como a sobretaxa do IRS, a sobretaxa” para os produtos e para a
produção energética, para o sistema financeiro e que impendem ainda sobre as pensões douradas. “Essas medidas, que também medidas são medidas extraordinárias, vão ter de ser removidas progressivamente na medida em que nós consigamos atingir os nossos objetivos de equilíbrio orçamental estrutural de médio prazo e na medida em que nós consigamos alargar a efetividade que temos vindo a registar no combate à evasão e à fraude fiscal”, disse Passos Coelho. “Saber em que medida é que algumas dessas medidas podem já ter reflexo em 2015 é uma matéria que só poderemos discutir a partir da próxima semana, que é quando começamos a ter os dados firmes para poder fazer alguma conclusão”, concluiu.
Catarina Martins não acredita no Governo
“Os únicos que tiveram baixa de impostos foram os lucros das grandes empresas” A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) frisou ontem que a única redução de impostos do Governo foi para os lucros das grandes empresas, desvalorizando a notícia de um eventual corte da sobretaxa do IRS no próximo ano. “Se por cada dez vezes que o Governo anuncia a baixa de impostos, os impostos tivessem baixado pelo menos uma vez, já estaríamos bastante melhor do que o que estamos. (...) Os únicos que tiveram baixa de impostos até agora foram os lucros das grandes empresas com a baixa do IRC”, disse Catarina Martins. A bloquista falava em conferência de
imprensa na sede do partido, em Lisboa, onde foi apresentado um conjunto de propostas para garantir apoios sociais e combater a pobreza que afeta as crianças. O semanário Expresso noticiou no sábado um possível corte da sobretaxa do IRS no próximo ano, a ser compensado com receitas de impostos ambientais. Numa outra questão da atualidade política, Catarina Martins reiterou a necessidade do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, esclarecer as notícias que têm vindo a público sobre o seu envolvimento com a empresa Tecnofor-
ma. “Achamos estranhos que o senhor primeiro-ministro não se lembre se enquanto era deputado recebeu ou não cinco mil euros por mês de uma empresa privada”, sublinhou a coordenadora do BE. A revista Sábado noticiou, na quintafeira, que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu este ano uma denúncia, com informações sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade e que ascenderiam a 150 mil euros. Um dia depois, no Por-
to, o primeiro-ministro defendeu que o parlamento deveria pronunciar-se sobre as condições em que ele próprio exerceu funções de deputado há cerca de 15 anos, quando questionado sobre alegados pagamentos que recebeu da Tecnoforma nessa altura. Passos Coelho considerou ser-lhe difícil recordar-se de todas as responsabilidades que exerceu há 15 anos ou mais, recordando que até ao momento não foi questionado pelo Ministério Público sobre esta matéria e assegurou que, caso venha a ser, dará a sua “total” colaboração.
Passos e SMN
“Decisão a muito breve prazo”
O primeiro-ministro afirmou que espera tomar a “muito breve prazo” uma decisão sobre o aumento do salário mínimo nacional, mas defendeu a necessidade de um “consenso” quanto à sua atualização, que deve estar ligada ao crescimento da produtividade. “Creio que os parceiros sociais, de um modo geral, têm dado um contexto construtivo para esse diálogo e nós esperamos a muito breve prazo poder tomar uma decisão nessa matéria, na certeza de que teremos de encontrar aqui um consenso quanto ao que devem ser atualizações futuras do valor do salário mínimo nacional que tem que estar relacionado com o crescimento da produtividade no país”, disse Passos Coelho. O também líder do PSD falava aos jornalistas em Ansião, distrito de Leiria, antes do Conselho Nacional do PSD, órgão máximo entre congressos, que discute o relatório “Territórios de baixa densidade/ territórios de elevada potencialidade” e analisa a situação política. Para Passos Coelho, as atualizações do salário mínimo nacional não devem estar relacionadas “com outros aspetos que, por mais justos” que possam parecer à primeira vista, “sejam totalmente irrealistas e ponham em causa o crescimento do emprego e a sustentabilidade das empresas, sem o que não haverá salários nenhuns que possam ser assegurados na economia”. Notando que atualmente existem condições que não havia “nestes últimos três anos para poder fazer uma revisão do salário mínimo nacional”, o chefe do Governo reiterou que essa revisão tem de ser feita “de forma a não pôr em perigo a sustentabilidade das empresas e, portanto, não gerar desemprego para futuro”. Segundo Pedro Passos Coelho, “as empresas devem apostar muito, sobretudo, na melhoria da sua produtividade, incorporando mais inovação, procurando casar mais rapidamente aquilo que são as inovações científicas e tecnológicas com aquilo que são os seus processos produtivos, de maneira a poder afirmar-se competitivamente, não através de custos salariais muito baixos, mas através de qualidade dos seus produtos, dos seus serviços”. “Em Portugal, no passado, houve claramente uma estratégia que, basicamente, começou nos anos 60, mas que se prolongou durante alguns governos em Portugal depois do 25 de abril que apontava claramente para que Portugal pudesse atrair investimento estrangeiro, sobretudo, atraído pelos baixos salários que o país praticava”, continuou o primeiro-ministro. Garantindo que esse não é o modelo que quer para o futuro, Passos Coelho apontou a necessidade de se “apostar muito em políticas de inovação, numa política de investigação científica que possa estar muito casada” com o tecido produtivo, indústria e empresas.
economia
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
Número inscrito nos centros cresce 2,1% face ao mês de julho
Desemprego sobe em agosto Contra evasão fiscal
Bruxelas feliz com medidas do G20
O comissário europeu dos Assuntos Fiscais, Algirdas Semeta, aplaudiu, ontem, o pacote de medidas para combater a evasão fiscal corporativa internacional apoiado pelos ministros de Finanças do G20, mas sublinhou que é apenas “o primeiro passo”. “As iniciativas acordadas no encontro do G20, que agrega as 20 economias mais desenvolvidas do mundo, são um avanço importante para a criação de um enquadramento fiscal para as empresas mais justo e mais apropriado em todo o mundo”, disse o comissário citado em comunicado.
“Precedente arriscado”
Alemanha contra estratégia do BCE
O governador do Bundesbank, Jens Weidmann, criticou, ontem, a estratégia do Banco Central Europeu para tentar reanimar a economia, considerando que favorece os bancos às custas dos contribuintes. Ao Der Spiegel, o governador do banco central alemão criticou aquilo que disse ser “uma mudança de estratégia fundamental e uma mudança decisiva da política monetária do BCE”, alertando que abre um precedente arriscado. Weidmann defendeu que a combinação de taxas de juro baixas com a injeção de liquidez é uma injeção direta de dinheiro na economia
Face ao mês anterior, registou-se um aumento de 2% da taxa de desemprego, ou seja, mais 12.534 pessoas. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego fixou-se nos 624.230 em agosto, uma descida de 10,2% em termos homólogos e uma subida de 2% face a julho, segundo os dados do IEFP. De acordo com a informação mensal do mercado de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número total de desempregados registados em Portugal diminuiu 10,2% em agosto, face a igual mês do ano passado, o que representa menos 70.835 indivíduos. Face ao mês anterior, registou-se um aumento de 2%, ou seja, mais 12.534 pessoas. Segundo o IEFP, o número de desempregados inscritos em agosto representa 72,8% de um total de 857.442 pedidos de emprego nos centros do contiente e regiões autónomas. Na análise por género, as estatísticas apontam para uma quebra anual do desemprego tanto nos homens (-11,5%) como nas mulheres (-9%), enquanto que, comparando face ao mês anterior, regista-se um aumento de 2% e 2,8%, respetivamente.
Mau tempo. Autoridade Nacional de Proteção Civil emitiu um alerta à população, recomendando atenção e cuidado No que respeita ao tempo de inscrição, “os desempregados inscritos há menos de um ano diminuíram 17,2%, em relação a agosto de 2013, ao mesmo tempo que os desempregados de longa duração (tempo de inscrição igual ou superior a um ano) diminuíam 2,0%”. A nível regional, o desemprego diminuiu em todas as regiões do continente e nas regiões autónomas em termos homólogos. “No Algarve, registou-se a descida mais acentuada (-19,5%)”, refere o IEFP. Já o número de casais desempregados fixou-se nos 11.939 em
agosto, menos 4,4% em termos homólogos, mas teve um aumento de 3,9% face a julho. O número de casais no desemprego recuou 4,4% em agosto face ao mesmo mês do ano passado, ou seja, menos 552 casais. No entanto, face a julho, registou-se um aumento de 3,9% do número de casais em que ambos os cônjuges estão desempregados, uma subida de 445 casais. “Do total de desempregados casados ou em união de facto, 23.878 (8,3%) têm também registo que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desemprego no centro
de emprego”, refere o IEFP. No final de agosto, segundo o IEFP, estavam registados nos centros de emprego do continente 590.820 desempregados, dos quais 48,98% eram casados ou viviam em situação de união de facto, perfazendo um total de 289.409. No que respeita aos desempregados casados ou em união de facto, “a diminuição face a agosto de 2013 atingiu 11,1% (-36.151 desempregados), enquanto a variação face a julho de 2014 situou-se em 1,5% (4.382)”, refere a informação mensal do IEFP.
Air France cancela 59% das duas ligações
Greve afeta cinco voos entre Paris e Lisboa A companhia aérea francesa Air France anunciou que vai cancelar 59% dos voos previstos para, hoje, devido à greve dos pilotos contra o desenvolvimento da subsidiária de baixo custo Transavia. A operadora aérea de bandeira da França prevê uma adesão à greve de 65% dos pilotos, que no sábado decidiram prolongar a greve iniciada na passada segunda-feira até a próxima sexta-feira, depois do fracasso das reuniões entre a direção e os trabalhadores. Cinco voos da Air France, que se deveriam realizar, ontem e hoje, entre Paris e Lisboa, fo-
Greve. Paralisação, que começou na segunda-feira e dura até sexta, é considerada a maior desde 1998
ram cancelados devido à greve, segundo informação da ANA – Aeroportos de Portugal. Cada dia de greve representa um prejuízo entre 10 a 15 milhões de euros, segundo dados da empresa, que tem aconselhado os viajantes a adiar os voos para o período entre 23 de setembro e 8 de outubro sem custos acrescidos, desde que haja lugares disponíves. Os pilotos, que consideram que as suas condições laborais irão sofrer uma deterioração, opõem-se à transferência dos comandantes para a nova companhia aérea de baixo custo e criticam que esta seja
constituída como uma empresa sujeita às regras do direito europeu, e não francês, o que levará à deslocalização dos postos de trabalho. O secretário de Estado dos Transportes francês, Alain Vidalies, pediu que os pilotos cheguem a um acordo com a administração”, porque “o baixo custo não é uma escolha, é um passo necessário, é a realidade” para uma empresa “financeiramente frágil” como a Air France, que tem 15,9% de capital público. A paralisação, que começou na segunda-feira, é considerada a maior desde a greve de pilotos realizada a 1998.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Terça-feira, 22 de Setembro de 2014
Hamilton beneficia da desistência de Rosberg no GP da Singapura
Vitória e liderança Piloto da Mercedes subiu ao comando do Mundial de pilotos, conquistando a 29.ª vitória da carreira, a sétima deste ano. O piloto britânico Lewis Hamilton dominou, ontem, o Grande Prémio de Singapura, 14.ª prova do Mundial de Fórmula 1, beneficiando do abandono do alemão Nico Rosberg, colega de equipa na Mercedes, para ascender à liderança do campeonato. Hamilton partiu da «pole position» e rapidamente ganhou vantagem sobre os perseguidores, que foi reduzida devido à entrada em pista do «safety car», vendo-se na necessidade de voltar a atacar na fase final da corrida para ultrapassar o alemão Sebastian Vettel (Red Bull). O britânico, campeão do Mundo em 2008, completou as 61 voltas ao circuito Marina Bay em 02h00.04,795 (média de 151,780
km/hora), menos 13,534 segundos do que Vettel, tetracampeão do Mundo, e menos 14,273 em relação ao australiano Daniel Ricciardo (Red Bull), terceiro colocado. O piloto da Mercedes subiu ao comando do Mundial de pilotos, com três pontos de vantagem sobre Rosberg, conquistando a 29.ª vitória da carreira, a sétima deste ano e a segunda em Singapura, quebrando a hegemonia de Vettel no circuito asiático, onde tinha vencido as últimas três corridas. “Sonhei esta noite que isto aconteceria. Agora, as coisas mudaram completamente. Procurava ter um fim de semana perfeito e foi o que aconteceu”, exultou Hamilton. Pelo contrário, o fim de semana de Rosberg foi para esquecer: o piloto alemão, que deveria partir do segundo lugar da grelha, foi obrigado a arrancar da via das «boxes» devido a problemas eletrónicos no seu Mercedes, que se agravaram durante a prova e o levaram a abandonar, à 14.ª volta.
Singapura. Hamilton dominou a 14.ª prova do Mundial de Fórmula 1, beneficiando do abandono de Rosberg, colega de equipa
João Sousa perde torneio de Metz
Derrota final O tenista português João Sousa, 39.º da hierarquia mundial, foi, ontem, derrotado na final do torneio ATP de Metz pelo belga David Goffin, 45.º do Mundo, pelos parciais de 6-4 e 6-3. João Sousa que disputou a sua segunda final ATP da temporada, e terceira da carreira, foi derrotado num encontro que durou 01h14. O tenista português so-
mou assim a sua segunda derrota em dois confrontos com David Goffin, depois de há cerca de um mês ter sido derrotado pelo belga na segunda ronda do US Open. Para chegar à final, o vimaranense, sexto cabeça de série, afastou consecutivamente o croata Ivan Dogic, 64.º jogador mundial, o holandês Igor Sijsling, 74.º, e os franceses Paul-Henri Mathieu,
91.º, e Gael Monfils, 18.º. Sousa, sexto cabeça de série em Metz, tornou-se em setembro do ano passado no primeiro português a vencer um troféu do circuito ATP, ao vencer o torneio de Kuala Lumpur. Já esta temporada, em julho, João Sousa disputou a final do torneio de Baastad, na Suécia, na qual foi derrotado pelo uruguaio Pablo Cuevas.
Durante o percurso de ciclismo em Weihai
Bruno Pais desiste do Mundial de triatlo longo
O português Bruno Pais desistiu, ontem, no Campeonato do Mundo de triatlo longo, durante o percurso de ciclismo da corrida disputada em Weihai, na China. O pódio foi totalmente francês, com Bertrand Billard a renovar o título mundial na distância de 4 km de natação, 120 km de ciclismo e 30 km de corrida “Hoje [ontem], não me senti nada bem, parecia que não tinha força, não sei (...)Estou frustrado e muito desiludido, a Federação gastou dinheiro para eu estar presente no Mundial e não consegui terminar a prova. Apesar de tudo, agradeço a todos que estão sempre comigo”, escreveu Bruno Pais, no Facebook.
Encontro com José Azevedo
Tiago Machado dois anos na Katusha
O ciclista português Tiago Machado assinou um contrato válido por duas temporadas com a Katusha, anunciou, ontem, a equipa do ProTour, o primeiro escalão da modalidade. Depois de um ano na NetApp-Endura, do escalão continental, o corredor de 29 anos volta à primeira divisão do ciclismo mundial, na qual já tinha estado quatro temporadas, nas diversas variantes da RadioShack. Machado esteve em destaque na última Volta a França, primeiro por ter estado no terceiro lugar da geral, e depois por, num esforço que o diário desportivo francês L’Équipe apelidou de «heróico», ter completado a décima etapa, após ter sido dado como desistente na sequência de uma aparatosa queda, um feito que lhe mereceu ser repescado.
Académica procura primeira vitória na I Liga
O treinador da Académica, Paulo Sérgio, assume que a equipa precisa de melhorar na finalização para que as vitórias comecem a aparecer na I Liga. Ainda sem ganhar nesta época, a «Briosa» recebe, hoje, o Estoril-Praia, em jogo de encerramento da quinta jornada, com o pensamento nos três pontos. “A equipa tem apresentado qualidade e bom futebol, mas temos de continuar a melhorar a nossa agressividade no último terço para que nos tornemos mais perigosos”, sublinhou. Para o jogo, Paulo Sérgio diz esperar o Estoril-Praia, “uma das boas equipas do campeonato, motivado por estar a disputar a Liga Europa”. Já Couceiro afirmou que quer conquistar os três pontos na visita à Académica, adversário que considera “difícil” e que pratica “futebol positivo”. “É uma equipa que tem criado oportunidades de golo mas que também tem cometido alguns erros, pelo que neste aspeto Académica e Estoril-Praia possuem pontos em comum”, disse.
Segunda-feira, 22 de Setembro de 2014
publicidade
O Primeiro de Janeiro | 7
O PRIMEIRO DE JANEIRO
Desde 1868 a informรก-lo
Quer anunciar ao melhor preรงo
?
MUDAMOS DE INSTALAร OES: ESTAMOS AGORA NA: Rua de Vilar 235, 3ยบ - Sala12 - 4050-626 Porto Estamos on-line, em: www.oprimeirodejaneiro.pt
1868
Há 144 anos, todos os dias consigo.
Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
|
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Publicidade: Conceição Carvalho E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua do Vilar, n.º 235, 3.º, Sala 12, 4050-626 PORTO E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46/ tlm: 912820679 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82
O PRIMEIRO DE JANEIRO, está on line e sempre atualizado em: www.oprimeirodejaneiro.pt
ANTÓNIO COSTA NO PORTO
“Primárias do PS é uma questão nacional” O candidato às eleições primárias do PS António Costa apontou o exemplo de Pedro Abrunhosa, que ontem lhe manifestou o seu apoio, para afirmar que “esta escolha não é uma questão que diga respeito ao PS, é uma questão nacional”. “O exemplo do Pedro Abrunhosa que se mobilizou não só para cantar, para estar nos palcos, mas também para estar aqui, para se inscrever como simpatizante e fazer a sua escolha, é um exemplo de mobilização que todos temos que ter”, afirmou Costa, no final de um breve encontro que manteve na zona dos Clérigos, na baixa portuense, com o cantor Pedro Abrunhosa. O candidato referiu que o movimento que lançou de mobilizar Portugal “dirige-se ao conjunto da sociedade portuguesa. Temos que usar o melhor das nossas energias, para poder estancar esta crise, inverter o ciclo e poder relançar o país com confiança no futuro”. “Não é possível continuar esta descrença, este desânimo, este abatimento que caiu sobre nós. Pelo contrário, temos de mobilizar as nossas forças, enfrentar os problemas, resolvê-los e seguir em frente com confiança. Esse trabalho começa nesta participação nestas primárias, mas tem que seguir daqui até as legislativas e depois das legislativas com o trabalho de mobilização do país”, sublinhou. A uma semana das primárias do PS, marcadas para o próximo domingo, o candidato insiste na necessidade de mobilizar “o conjunto da sociedade portuguesa para os problemas do país”. “Quando eu tenho defendido a necessidade de uma agenda para a década é a necessidade de o país ter uma visão estratégica, de ter um programa de médio/longo prazo que possa ser uma base de compromissos políticos e de um acordo de concertação social estratégico que permita mobilizar o conjunto das forças para políticas que só são possíveis de prosseguir se tiverem continuidade”, disse. m seu entender, “para ganhar estabilidade é agora necessário fazer mudança e fazer mudança significa travar este Governo, mudar o Governo e relançarmos uma capacidade de mobilização de agregação das energias nacionais para o futuro”. Em declarações aos jornalistas, Pedro Abrunhosa justificou o seu apoio a António Costa por considerar ser ele o candidato que “dá garantias de inflexão das políticas que tem sido levadas a cabo, de alguma subserviência da economia à finança, e também a garantia de proximidade em relação as pessoas”. “O que é necessário é uma nova maneira de enquadrar o país na Europa, de combater a eterna mentira de que a dívida é uma culpa dos portugueses quando a divida é culpa de más politicas seguida por governos consecutivos e por uma Europa que também tem sido não muito bem gerida”, afirmou o cantor.
Festival “Aqui mora o fado” terminou em Lisboa
Perto de 12 mil espetadores no bairro de Alfama O Festival “Aqui mora o fado”, que se realizou na sexta-feira e sábado em onze espaços do bairro lisboeta de Alfama, registou 11 700 espetadores, informou fonte da organização. O cartaz do festival contou com nomes como Frei Hermano da Câmara, Maria da Fé, Ricardo Ribeiro, Maria Armanda, Filipa Cardoso, Gonçalo Salgueiro, António Zambujo e Ana Moura (foto), entre outros. Os espetáculos decorreram em espaços fechados como as igrejas de S. Miguel e de S. Vicente, e ao ar livre como na Fonte do Poeta, no Largo das Alcaçarias ou num palco junto ao rio Tejo. No sábado, Maria da Fé, com 55 anos de carreira, considerou o festival, que se realiza pelo segundo ano consecutivo, uma iniciativa “fascinante”, e antes de iniciar a sua atuação dirigiuse ao público e afirmou: “obrigado por gostarem de fado”. O festival juntou nomes consagrados com novos talentos, a quem foi dedicado o palco instalado na Sociedade
Recreativa Boa União, onde atuaram, entre outros, Joana Vales, Diana Vilarinho, Bárbara Santos, Tiago Correia e José Luís Geadas. Maria da Fé apresentou também no seu espetáculo uma voz que qualificou de “promissora e com muito talento”, Liliana Silva. Da programação do festival fez ainda parte a apresentação de novos projetos, designadamente os “Urbanos” e “Urbanas”, liderados pelo músico Diogo Clemente, e uma homenagem ao fadista Fernando Maurício, falecido em julho de 2003, e “Cantar é rezar”, com Matilde Cid, Carmo Moniz Pereira e Francisco Salvação Barreto.
“Até Deus gosta de Fado” foi outro projeto apresentado, com a participação Peu Madureira, Rodrigo Rebelo de Andrade, Cláudia Picado e José Gonçalez, entre outros. O cartaz do festival incluiu ainda os concertos a solo dos guitarristas Mário Pacheco e José Manuel Neto e do pianista Júlio Resende, que tocou fados do repertório de Amália Rodrigues. Anita Guerreiro, Maria da Nazaré, Carminho, Vicente da Câmara, Ana Laíns e Lenita Gentil, Pedro Moutinho, Aldina Duarte, e Cuca Roseta foram alguns dos nomes que também participaram no festival.
Dia Europeu sem Carros assinala-se hoje
Portugal adere em força à mobilidade Mais de 40 localidades portuguesas aderiram ao Dia Europeu sem Carros, que se assinala hoje no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade e visa sensibilizar a população e autoridades para a necessidade de reduzir o tráfego rodoviário. De acordo com informação disponibilizada no site oficial da Semana Europeia da Mobilidade, este ano aderiram ao Dia Europeu sem Carros 44 localidades portuguesas. Entre as 44 localidades estão Lisboa, Santarém, Viseu, Vila Real, Braga, Beja, Faro, Aljustrel, Angra do Heroísmo [Ilha Terceira, Açores], Funchal [Ilha da Madeira], Trofa, Leiria e Ponta Delgada [Ilha de São Miguel, Açores]. Em Aljustrel, atividades desportivas e sobre segurança rodoviária, pinturas, co-
lagens e distribuição de “kits” didáticos para construção de carrinhos movidos a energia solar vão marcar o Dia Europeu Sem Carros. Naquela vila, entre as 09h00 e as 17h00 de hoje será fechado ao trânsito um troço da Avenida da Liberdade, onde irão decorrer as atividades. Na Trofa, o Largo Costa Ferreira vai ser palco, durante todo o dia, de ações que “fomentam a adoção de hábitos que respeitam e protegem o meio ambiente”. Entre as 10h00 e as 17h00 vão decorrer rastreios de saúde, aulas abertas de zumba e ginástica de manutenção sénior, ‘test drive’ de veículos elétricos e híbridos e bicicletas. Em Beja, entre as 09h00 e as 23h30, haverá algumas restrições no trânsito no Largo de São João, na rua Dr. Brito Camacho e num pequeno troço do Jardim
do Bacalhau. No mesmo dia, irá decorrer no Teatro Municipal Pax Julia a conferência aberta “Semana da Mobilidade e Cidade de Excelência” e uma palestra sobre “O papel da acessibilidade nas cidades de excelência turística”. Sessenta e dois municípios portugueses estão envolvidos, desde terça-feira, nas iniciativas da Semana Europeia de Mobilidade, iniciativa do Conselho Europeu que se prolonga até hoje. A 13.ª edição da Semana Europeia de Mobilidade assinala-se em 1712 cidades, que integram uma lista liderada pela Áustria, Espanha, Hungria e Itália. O tema deste ano é “As Nossa Ruas, A Nossa Escolha” e pretende envolver os cidadãos para uma mobilidade sustentável e para uma vida saudável nas cidades.
Operação de fiscalização rodoviária em Lisboa
PSP detém oito pessoas Oito pessoas foram detidas e outras dezoito multadas por excesso de álcool no sangue, na sequência de uma operação de fiscalização rodoviária realizada pela Polícia de Segurança Pública (PSP), em Lisboa. Em comunicado, a PSP dá conta que realizou a operação entre as 04h00 e as 09h00 de hoje, na avenida de Ceuta e na avenida Infante Santo, uma zona de ba-
res e discotecas da capital. Em resultado dessa operação, a PSP deteve oito pessoas, tendo outras sete sido multadas por infração muito grave e outras onze por infrações graves, todas por conduzirem com excesso de álcool no sangue. Para além destas situações, houve também 48 pessoas multadas por excesso de velocidade, três por infrações muito graves e as restantes por infrações graves.
Segundo a PSP, estiveram nesta operação 30 agentes e mais de duas dezenas de meios automóveis. “O objetivo principal desta operação foi a diminuição da sinistralidade rodoviária, razão pela qual a fiscalização efetuada pela PSP incidiu prioritariamente no controlo da condução sob o efeito do álcool e no excesso de velocidade”, diz a PSP, no comunicado.