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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
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DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 83
Segunda-feira, 24 de março de 2014
ALUNOS VOLTAM A SAIR HOJE À RUA PARA CELEBRAR DIA DO ESTUDANTE
NÃO TE CALES! DESEMPREGO
Ministro diz que “a redução é consistente com a própria recuperação da economia”
EUROPEIAS
CDU apresentou lista encabeçada por João Ferreira
n Mais de meio
século depois da crise estudantil, os alunos voltam a sair hoje à rua para celebrar o Dia do Estudante, exigindo mais qualidade e financiamento do ensino superior. De norte a sul do país, os protestos e as ações reivindicativas vão marcar este dia 24 de março, com destaque para Aveiro, onde se realiza o “funeral” do Ensino Superior...
ESPANHA
de luto pela morte do ex-presidente do governo Adolfo Suárez
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
Pedro Carvalho defende intervenção na zona da Póvoa (Bonfim)
Iniciativa da Câmara Municipal de Gaia
“Área de reabilitação prioritária”
Árvores de fruto plantadas no centro da cidade
Dezenas de árvores de fruto foram plantadas no centro da cidade de Vila Nova de Gaia, numa iniciativa que tem por objetivo criar uma “maior interação na relação da população com o meio urbano”. A plantação de macieiras, pereiras, pessegueiros e romãzeiras, entre outras espécies, foi feita no Centro Cívico, junto ao edifício sede da Câmara de Gaia. O presidente da Câmara pretende “alargar, num futuro próximo”, a iniciativa a outros pontos do município, refere a autarquia em comunicado. Eduardo Vítor Rodrigues pretende com esta iniciativa dar corpo “a uma lógica de maior interação na relação da população com o meio urbano, com o espaço público”. “A fruta destas árvores é mesmo para levar, desde que haja o cuidado de não partir os ramos”, salienta o autarca. A Câmara de Gaia refere ainda que, se a experiência “for positiva”, poderá ser multiplicada e incluir urbanizações sociais.
O vereador da CDU na Câmara do Porto defende a inserção da zona da Póvoa no futuro Plano de Pormenor da avenida Fernão Magalhães, considerando que a área precisa de ser vista como “zona de reabilitação prioritária”. A zona da Póvoa, na freguesia do Bonfim, que fica entre a rua Santos Pousada e a avenida Fernão Magalhães, “está votada ao abandono”, afirmou Pedro Carvalho, no final de uma visita que fez ao local ontem de manhã. “Cada vez que passamos aqui sentimos que as coisas estão piores, mais degradadas”, disse, “estamos num local no miolo da cidade, onde as ruas são estreitas, o saneamento é deficiente e há muitas casas devolutas”. O vereador considerou ser possível “desenvolver esta zona do ponto de vista industrial”, uma vez que ali existem unidades industriais devolutas e abandonas que podiam ser aproveitadas. “Defendemos que a zona da Póvoa seja incluída no futuro Plano
PEDRO CARVALHO. Vereador da CDU na Câmara do Porto defende que a zona da Póvoa, no Bonfim, é uma área de “reabilitação prioritária” de Pormenor da avenida Fernão Magalhães, porque é preciso não esquecer que nestas artérias [rua e travessa da Póvoa], fora das grandes vias, vivem muitas pessoas”. Pedro Carvalho alertou ainda para a existência de ilhas naquela zona da Póvoa, sendo que numa delas “80% das habitações partilham uma casa de banho coletiva, com problemas de saneamento, o que é inadmissível”. O vereador comunista apelou à Câmara do Porto para que avance com um programa específico para a reabilitação deste tipo de habitação específica que existe
na cidade, afirmando que a autarquia “apenas tem um projeto para a ilha municipal da Bela Vista, mas o problema são as outras 700”. “A Câmara do Porto tem aqui responsabilidades, esta realidade não é algo de isotérico e tem de haver uma estratégia, um plano. Vamos pedir ao novo executivo que avance com um plano”, destacou. O mesmo autarca recordou que em dezembro de 2011 o executivo aprovou fazer uma atualização do estudo de 2001 sobre as ilhas, mas que o objetivo não foi concretizado, considerando que a Câmara
tem de ter uma postura ativa face ao poder central, a quem deve pedir apoio. Pedro Carvalho questiona ainda como é que se gastam “milhões de euros” em obras na avenida da Boavista e se “esquece zonas no miolo da cidade”, ou como é que avança um projeto de requalificação da Foz, mesmo admitindo que existem ali problemas a ser resolvidos, “quando há situações muito difíceis” no “Porto escondido”, zonas como a da Póvoa, da Lomba e outras. O vereador prometeu levar estas questões à reunião do executivo de amanhã.
Perto de 600 pessoas na caminhada dos BV S. Pedro da Cova
Angariação de fundos para a compra de equipamento de proteção individual Cerca de 600 pessoas participaram ontem de manhã numa caminhada promovida pelos bombeiros voluntários de S. Pedro da Cova, em Gondomar, que teve como objetivo a angariação de fundos para a compra de equipamento de proteção individual. O comandante da corporação afirmou que quase 600 pessoas se inscreveram na caminhada, não sendo, contudo, ainda possível contabilizar a receita arrecadada com o evento.
Segundo Romero Gandra, o objetivo da corporação é adquirir equipamento de proteção individual para combater fogos urbanos e de cariz industrial. “Temos 30 equipamentos destes que são usados por todo o corpo ativo”, que conta com 84 homens, explicou. O comandante dos BVSPC disse ainda serem necessários cerca de 25 000 euros para conseguir comprar todos os equipamentos,
definindo como objetivo para este ano a angariação de 5000 euros. “Um dia de cada vez” é o lema que o comandante pretende seguir, tendo já programados para realizar em abril e maio uma aula de zumba e um passeio de BTT, respetivamente, para chegar ao montante pretendido. A caminhada de ontem teve um custo individual de três euros e a cada um dos participantes foi dada uma t-shirt alusiva ao even-
to. Esta iniciativa foi também uma maneira de “abrir o quartel à comunidade”, frisou o responsável pela corporação de S. Pedro da Cova. A corporação vai este ano receber equipamento novo de proteção para combate a fogos florestais para “50% do total do corpo ativo”, no âmbito de uma candidatura apresentada pela Área Metropolitana do Porto ao QREN.
“Street racing” na A29
GNR fiscalizou 63 condutores
GNR do Porto fiscalizou 63 condutores e veículos, na área de serviço da A29 em Canelas, Gaia, referenciados pela prática de comportamentos desviantes, nomeadamente de ‘street racing’ e de alteração de características de automóveis. Em comunicado, a GNR do Porto refere ter desencadeado uma ação de fiscalização na área de serviço da A29 no sentido Porto/Espinho a partir das 23h30 de sexta-feira, que contou com a colaboração de PSP, envolvendo um total de 64 elementos policiais. O tenentecoronel Silva Ferreira referiu que quando as forças de segurança chegaram ao local estariam ali concentradas “entre 300 a 400 pessoas” e cerca de “uma centena de veículos”. “Não temos ideia ao certo desde quando é que terá começado ali este tipo de prática”, disse, acrescentando que, pelo menos, desde o final do ano passado que o fenómeno “tem vindo a ganhar alguma dimensão”. No âmbito desta ação, a GNR elaborou 20 autos de contra-ordenação rodoviária, a sua maioria por alteração das características de veículos. Não houve detenções nem apreensões de veículos, esclareceu ainda Silva Ferreira.
regiões
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
População de Palaçoulo espera por solução da Unida Local de Saúde do Nordeste
Sem médico há dois meses Conselho da Europa decide
Ilhas desertas candidatas a Áreas Protegidas
Peritos do Conselho da Europa vão avaliar, hoje, a candidatura das Ilhas Desertas, território conhecido por ser o habitat da reserva de lobos-marinhos, no arquipélago da Madeira, ao Diploma Europeu para Áreas Protegidas. Em Portugal, a única reserva com esta distinção é a das ilhas Selvagens, também nesta Região Autónoma. A candidatura desta reserva natural foi apresentada em novembro de 2011, pelo Parque Natural da Madeira, sendo um galardão atribuído por um prazo de cinco anos. Presentemente existem 70 áreas protegidas na Europa, em território de 26 países diferentes.
ULS diz que está a tentar que esta população do concelho de Mirando do Douro tenha médico “no mais curto espaço de tempo possível”. A população de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, reclama a reposição de um médico na extensão de saúde local, numa altura em que a localidade se vê privada de um clínico há cerca de dois meses. “Sem dúvida que o médico faz extremamente falta numa aldeia como Palaçoulo. A população está envelhecida, e só a deslocação aos centros de saúde de Miranda do Douro ou Mogadouro é já por si é dolorosa. Nem todos têm meios disponíveis, quer económicos quer de mobilidade, para procurar um médico”, explicou Adriano Cangueiro, habitante de Palaçoulo. A extensão de saúde de Palaçoulo abrange igualmente a aldeias vizinhas de Prado Gatão e Águas Vivas, num total de cerca de 600 habitantes. Um médico do quadro do Centro de Saúde de Miranda do Douro deslocavase dois dias por semana a Palaçoulo para atender os utentes. Na aldeia, todos falam na necessidade de um médico, já que nela se encontra instalada bastante indústria “e nem todos podem dar-se ao luxo de tirar um dia de trabalho
Saúde. A extensão de Palaçoulo abrange um total de cerca de 600 habitantes, há dois meses sem médico para pedir uma receita ou fazer uma consulta de rotina”. Arnaldina Pires diz que o médico de família é uma necessidade “imperiosa” para a população. “Tive de fazer umas análises e durante mês e meio estive sem médico para me ver os resultados. Só consegui que os vissem na consulta aberta em Miranda do Douro”, frisou a utente. Rosalina Afonso acrescenta que há pessoas que podem não ter dinheiro para pagar uma deslocação ao centro de saúde mais próximo, que fica a mais de 20
quilómetros, no caso de Miranda do Douro. Já a deslocação a Mogadouro são 35 quilómetros O presidente da Junta de Freguesia de Palaçoulo, Manuel Gonçalves, avançou que foram tomadas “diligências” no sentido de esclarecer a situação, e que o assunto está a ser acompanhado com “relativa tranquilidade”. A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste refere por escrito que se deparou com uma baixa de dois médicos do quadro do Centro de Saúde de Miranda do Douro, onde
está integrada a referida extensão, um deles por motivo de falecimento e o outro por ter solicitado a exoneração de funções. “Assim, e de acordo com os recursos humanos disponíveis neste momento na área clínica, a ULS Nordeste está a avaliar a solução mais adequada para que a Extensão de Saúde de Palaçoulo possa contar com a deslocação regular de um médico, tal como acontecia até aqui, no mais curto espaço de tempo possível”, avançou o Conselho de Administração da ULS Nordeste.
Ação em escola de Peniche
Animal envolvido em acidente mortal em Évora
1200 alunos aprendem rendas de Bilros
Cavalo com «chip» da região da Andaluzia
A Câmara Municipal de Peniche promove, amanhã, em colaboração com os vários agrupamentos de escolas do concelho, a iniciativa «As Rendas de Bilros vão à Escola», em todas as escolas do 1.º ciclo do ensino sásico, no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular. O evento abrange cerca de 1200 alunos, dedicando-lhes um conjunto de atividades lúdico-pedagógicas, com o objetivo de fomentar o interesse pela aprendizagem desta arte. O Pavilhão da E.B. 2,3 D. Luís de Ataíde acolhe, pela primeira vez, a maior concentração de alunos a aprender o trabalho das rendilheiras e a rendilhar.
O cavalo que originou o acidente no dia de Natal em Évora, com quatro mortos e quatro feridos graves, é oriundo da região espanhola da Andaluzia, continuando o seu proprietário por identificar, três meses após o acidente. A diretora-geral da Alimentação e Veterinária (DGAV), Teresa Villa de Brito, revelou, ontem, que foram “contactadas várias empresas que distribuem microchips para cavalos” e que foi encontrado o fornecedor do identificador eletrónico do animal que provocou o acidente. “Contactámos essa empresa [da Suíça] que nos informou
Évora. Apesar da investigação, autoridades pensam que será “muito difícil” descobrir o dono do cavalo
que o microchip (identificador eletrónico) com aquele número tinha sido distribuído para Espanha, nomeadamente para a zona da Andaluzia”, referiu. Teresa Villa de Brito indicou que estabeleceu contacto com o seu homólogo espanhol, Lucio Carbajo, que “respondeu que não tinha encontrado registo de nenhum equídeo com aquele número de identificação”. Isto significa, segundo a mesma responsável, que “o microchip terá sido aplicado, mas não terá sido feito o registo do animal”. “Com estes dados, será muito difícil saber
quem é o proprietário”, previu. No Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, continua a decorrer um inquérito sobre o caso, estando a decorrer diligências junto do importador do microchip, segundo disseram fontes judiciais e policiais. O acidente, que ocorreu no dia de Natal de 2013 na Estrada Nacional (EN) 114, entre Évora e Montemor-o-Novo, envolveu a colisão de dois veículos ligeiros de passageiros, após um deles ter colidido com um cavalo à solta que terá invadido a faixa de rodagem.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
Mota Soares e a queda do desemprego em Portugal
Seguro lamenta morte de Adolfo Suárez
“Redução consistente com a recuperação económica” O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social associa a queda do desemprego registado em fevereiro em Portugal aos indicadores que apontam para a retoma económica do país, realçando ainda o aumento das ofertas de trabalho. “Em fevereiro, voltámos a assistir a uma redução do desemprego registado. Esta redução é consistente com a própria recuperação da economia e dos seus indicadores”, começa por destacar Mota Soares. O ministro reagia assim aos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), divulgados no sábado, sublinhando que “o desemprego, em fevereiro, desceu 5,2% face a [fevereiro de] 2013, o que significa que mais de 38 mil portugueses encontraram uma oportunidade no mercado de trabalho” e considerando que “é muito significativo também reconhecer que as ofertas de trabalho cresceram 10% face ao mês de janeiro”. Ainda assim, segundo o ministro, “o desemprego continua a ser, em Portugal, o maior problema do ponto de vista económico, e também do ponto de vista social”. Contudo, salientou, “estes dados dão-nos esperança para continuarmos a trabalhar de forma a podermos
MOTA SOARES. O ministro diz que “estes dados dão-nos esperança para continuarmos a trabalhar de forma a combatermos efetivamente esta chaga que é o desemprego” combater efetivamente esta chaga que é o desemprego, que começa agora a reduzir-se, mas que continua em valores demasiadamente elevados”. Questionado sobre o impacto que a vaga de emigração de portugueses ao longo do último ano – estima-se que cerca de 120 mil pessoas tenham deixado o país em 2013 – terá tido na redução do desemprego, Mota Soares contrariou essa ideia. “Ao longo dos últimos três trimestres do ano passado, a população ativa em Portugal cresceu, ligeiramente, mas cresceu. Portanto, a recuperação que nós temos neste momento do nosso mercado de emprego não se pode dever a isso [emigração]”, contestou. “Lembro-me que, inicialmente, muita gente começou a dizer que a recuperação do emprego se devia a efeitos de
sazonabilidade. Ora, quer no final de 2013, quer no início de 2014, não se deve certamente a efeitos de sazonabilidade, já que são épocas em que, normalmente, os números do desemprego até são mais negativos”, sublinhou Mota Soares. “Depois, diz-se muito que tinha a ver com a redução da população ativa. Sucede que isso não corresponde aos dados efetivos do Instituto Nacional de Estatística (INE)”, realçou, apontando novamente para o crescimento ligeiro da população ativa nos últimos três trimestres do ano passado. “Quando temos números da economia que começam, de forma consistente, a dar sinais de recuperação, percebemos que há uma redução também consistente do desemprego”, realçou o governante,
destacando: “De qualquer forma, os números do desemprego em Portugal continuam a ser demasiado elevados e, por isso mesmo, estes indicadores dãonos esperança, dão-nos confiança, para continuarmos a trabalhar ainda mais para reduzirmos o desemprego em Portugal”. Já sobre a ligeira subida de 0,3% do número de casais com ambos os cônjuges desempregados em fevereiro, face a igual período de 2013, para 13 231 casais, Mota Soares mostrou apreensão acerca da situação destas famílias, assegurando que o Governo lhes oferece um mecanismo de proteção social adicional. “É sempre uma situação preocupante e, por isso mesmo, este Governo, em contraste com o que tinha acontecido no passado, decidiu criar uma nova prestação social, que é a majoração do subsídio de desemprego para os casais desempregados que têm filhos a cargo”, frisou, concluindo: “Quando existe uma situação de desemprego numa casa, é sempre uma situação muito difícil, dramática, mas quando na mesma casa, ao mesmo tempo, pai e mãe não têm uma colocação, não têm um posto de trabalho e têm filhos a cargo, há uma obrigação por parte do Estado para olhar de forma diferente para esta situação, que é muito dramática, pelo que este Governo deu-lhes uma proteção social acrescida”. O número de desempregados inscritos nos centros de emprego diminuiu 5,2% em fevereiro, face a igual período de 2013, para um total de 700 954 pessoas, e recuou 0,6% em relação a janeiro, divulgou no sábado o IEFP. O recuo de 5,2% corresponde a menos 38 657 pessoas inscritas nos centros de emprego. Em relação a janeiro, o total de desempregados recuou 0,6%, o que corresponde a menos 4373 indivíduos.
João Ferreira diz que o PS está “comprometido até ao tutano”
“Não quer propor um caminho diferente” O eurodeputado e recandidato às europeias pela Coligação Democrática Unitária (CDU) acusa o PS de estar “comprometido até ao tutano” com o caminho da maioria PSD/CDS-PP, sem apresentar qualquer alternativa. “O PS nunca soube nem nunca quis, não sabe nem quer propor uma caminho diferente. Este é o caminho com o qual sempre esteve e está comprometido até ao tutano. Uma caminho no qual se procura demarcar, de forma oportunista, perante a evidência do desastre, mas sem apontar qualquer outro caminho”, disse João Ferreira, na cerimónia de apresentação da lista concorrente ao Parlamento Europeu, em Lisboa. O cabeça de lista da CDU, que inclui PCP, “Os Verdes” e Associação Intervenção Democrática, afirmou que os socialistas estiveram com “Maastricht, Nice e Amesterdão, com o pacto de estabilidade,
numa altura, é bom não esquecer, em que a grande maioria dos chefes de Governo na União Europeia eram partidos socialistas”. “O PS esteve com o defunto Tratado Constitucional e com a sua versão recauchutada, o Tratado de Lisboa. O PS esteve com o pacto para o Euro Mais, com o Semestre Europeu, a Governação Económica e o Tratado Orçamental”, afirmou. João Ferreira apontou o dedo ao secretário-geral do PS, por ter dito, “há dias, que olha para a Europa e não gosta do que vê” por se ter “afastado da obra inspirada pelos seus pais fundadores”, esquecendo-se de dizer quando se deu esse afastamento, relembrando que o antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates mandou “o referendo europeu às malvas”. “Há três anos, antes de quaisquer outros e enfrentando acusações e incompreensões, o PCP apresentou
a renegociação da dívida como o único e indispensável caminho para evitar o rumo de afundamento e declínio que hoje temos confirmado”, continuou. O eurodeputado sublinhou que “PS, PSD e CDS, ao longo dos últimos três anos, rejeitaram na Assembleia da República os sucessivos projetos de resolução apresentados pelo grupo parlamentar do PCP” no sentido da reestruturação da dívida externa portuguesa. O candidato comunista defendeu que o “futuro passa por recuperar para o país tudo o que é do país, devolver aos trabalhadores e ao povo tudo o que lhes foi roubado, aproveitar as potencialidades e recursos de Portugal e afirmar uma postura soberana, que faça prevalecer os interesses do país, dos trabalhadores e do povo sobre quaisquer constrangimentos ou pressões externas”.
Lista completa de candidatos pela CDU às eleições europeias de 25 de maio: João Ferreira (PCP), Inês Zuber (PCP), Miguel Viegas (PCP), Manuela Cunha (PEV), Carla Cruz (PCP), João Lopes (PCP), João Torres (), Francisca Goulart (PCP), Paulo Sá (PCP), Joana Manuel (independente), Artur Andrade (PCP), João Madeira Lopes (ID), Graciete Cruz (PCP), Catia Benedetti (PCP), Rui Paixão (PCP), José Maria Pós-de-Mina (PCP), Paula Bravo (PCP), Marcos Nunes (PCP), Casimiro Menezes (PCP), Susana Silva (PEV) e Ana Paula Pires (PCP). Suplentes: João Eduardo Geraldes (ID), Mariana Silva (PEV), Gabriela Tsukamoto (PCP), Mário Martins (independente), Margarida Barbedo (PCP), Nuno Garcia (PCP), Mónica Ramôa (PCP) e João Delgado (PCP).
“Desempenhou um papel decisivo”
O secretário-geral do PS lamentou a morte do exprimeiro-ministro espanhol Adolfo Suárez, afirmando que “desempenhou um papel decisivo na transição para a democracia em Espanha e na sua consolidação”. Numa mensagem publicada na sua página de Facebook, o líder do PS disse que “ainda era um jovem”, mas lembra-se “da forma digna e corajosa” como agiu durante a tentativa de golpe militar em 1981, em que, “face aos argumentos das armas dos golpistas, se opôs com os argumentos da democracia e do Estado de direito”. “Estou certo de que a sua memória e o seu legado de justiça e liberdade perdurarão e transmito à sua família e aos cidadãos de Espanha os meus pêsames e os do Partido Socialista”, pode ler-se na mensagem. António José Seguro telefonou também ao embaixador de Espanha em Portugal e ao líder do PSOE, Alfredo Rubalcaba, para apresentar as condolências. Adolfo Suárez, primeiro presidente do governo de Espanha após a ditadura de Franco, morreu ontem em Madrid aos 81 anos. Durante toda a semana
GNR vai fiscalizar camiões de mercadorias
A Guarda Nacional Republicana (GNR) vai fiscalizar, durante toda a semana, camiões de mercadorias nas autoestradas e itinerários principais, para tentar detetar situações de fuga aos impostos. Entre hoje e sexta-feira, quase dois mil militares vão desenvolver ações de controlo da circulação rodoviária de mercadorias para “detetar situações de fuga aos impostos, em especial ao regime legal do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) e ambiental”. Segundo um comunicado da GNR, 1887 militares da Unidade de Ação Fiscal e dos Comandos Territoriais deverão realizar cerca de 375 ações, “com especial incidência na fiscalização fiscal e aduaneira nos acessos a autoestradas e itinerários principais, considerando que se tratam dos principais meios de circulação nacional de mercadorias”. O objetivo da operação é “prevenir a ocorrência de situações ilícitas, relativas ao transporte de mercadorias, como sejam as relacionadas com a documentação que legaliza a sua circulação”, explica o comunicado.
economia
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
O Primeiro de Janeiro | 5
CTT, Impresa e Teixeira Duarte no principal índice da bolsa portuguesa
Três entradas no PSI20 Camiões de mercadorias
GNR fiscaliza fugas aos impostos esta semana
A GNR vai fiscalizar, durante toda a semana, camiões de mercadorias nas autoestradas e itinerários principais, para tentar detetar situações de fuga aos impostos. Entre hoje e sexta-feira, quase dois mil militares vão desenvolver ações de controlo da circulação rodoviária de mercadorias para “detetar situações de fuga aos impostos, em especial ao regime legal do Imposto Sobre o Valor Acrescentado (IVA) e ambiental”. Os militares deverão realizar cerca de 375 ações e o objetivo da operação é “prevenir a ocorrência de situações ilícitas, relativas ao transporte de mercadorias”.
A revisão anual do PSI20, da responsabilidade da NYSE Euronext Lisboa, retirou do indíce a Cofina, a Sonae Indústria e a Sonaecom. Os Correios de Portugal (CTT), a Impresa e a Teixeira Duarte passam, a partir de hoje, a negociar no principal índice da bolsa portuguesa, por troca com a Cofina, a Sonae Indústria e a Sonaecom. A revisão anual do PSI20, da responsabilidade da NYSE Euronext Lisboa, teve por base uma série de critérios técnicos como o «free float», isto é, a percentagem de capital das empresas disperso em bolsa, a liquidez, entre outros. Enquanto os CTT e a Impresa trocam diretamente de lugar com a Cofina e com a Sonae Indústria, a Teixeira Duarte beneficiou da saída, em fevereiro, da Sonaecom. Já os CTT - cuja oferta pública de venda (OPV) ocorreu no final do ano passado - passam a conviver com os restantes títulos cotados no PSI20. Com a saída da Sonaecom e a despromoção da Sonae Indústria, o universo Sonae perdeu duas das suas representadas no principal índice do mercado português, mantendo-se apenas a ‘holding’ Sonae na ‘primeira liga’ da bolsa portuguesa. No setor dos media, a Impresa vai
Bolsa. CTT, Impresa e a Teixeira Duarte passam, a partir de hoje, a negociar no principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20 tomar o lugar da congénere Cofina. A semana que agora começa deverá ser marcada, nos mercados, pela situação na Ucrânia, esperando-se que “uma resposta mais brusca” tanto do Ocidente como da Rússia possa “fazer oscilar as bolsas”, de acordo com Ramiro Loureiro, do Millennium investment banking. Quanto às recentes orientações das taxas de juro norte-americanas, o analista considera que, “após o choque inicial trazido pela sinalização de aumento de taxas da Fed [Reserva Federal] em 2015,
[antecipa-se que] os mercados já tenham absorvido o ‘guidance’ que aponta para uma análise mais qualitativa da economia”. Em termos de indicadores económicos, esta semana vão ser conhecidos os valores preliminares da atividade na indústria e nos serviços da zona euro, que devem “sinalizar abrandamento do ritmo de expansão em março”, e vão também ser revelados vários indicadores de confiança. Nos EUA, vão ser divulgados os números relativos às vendas de
casas novas em fevereiro, antecipando-se uma queda mensal de 4,9%, bem como o indicador de confiança dos consumidores, que deverá subir. Na quinta-feira, vai ser conhecida a terceira estimativa do PIB, esperando-se uma “expansão sequencial de 2,7% no quarto trimestre de 2013”. No mercado da dívida pública, a Alemanha e França vão realizar emissões de curto prazo hoje, ao passo que a Itália tem agendadas várias emissões entre quarta e sexta-feira.
Acordo assinado com ARFA
Região do Algarve já pensa números do Verão
ASAE vai ajudar congénere de Cabo Verde
Mais turistas não evitam quebra de consumo
A ASAE portuguesa vai apoiar o reforço da capacidade inspetiva da Agência de Regulação e Supervisão dos Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA) cabo-verdiana, fruto de mais um protocolo de cooperação assinado na Cidade da Praia. O acordo entre a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a ARFA, assinado durante a visita de uma missão técnica da instituição portuguesa a Cabo Verde, além de reforçar as valências inspetivas, permitirá apoiar a congénere cabo-verdiana na análise dos riscos na cadeia alimentar.
O previsível aumento de turistas no Algarve durante o verão, face a 2013, não deverá evitar uma quebra de 10% no consumo em restaurantes e no comércio. A menos de dois meses da abertura da época balnear em Albufeira, a 17 de maio, o presidente da Associação dos Industriais e Similares de Concessões da Orla Marítima do Algarve (Aiscoma) calcula que haverá mais turistas no Algarve, mas que gastarão menos. Francisco Barbosa, que explora um restaurante na Praia do Castelo, em Albufeira, há 40 anos, conta que, no seu es-
Algarve. Previsível aumento de turistas não deve evitar quebra de 10% em restaurantes e no comércio
tabelecimento, já viu clientes pedirem uma sopa para três, apenas o ‘couvert’ e um copo de vinho ou casais a partilharem uma chávena de café. “Normalmente são os estrangeiros que fazem isso, os portugueses têm muita vergonha de ir a um restaurante e pedir uma sandes ou só o ‘couvert’. Normalmente, se não têm dinheiro, não vão ao restaurante”, observou. Para o responsável, o previsível aumento de 8% a 10% no número de turistas que visitarão a região não significa mais lucros para as empresas que sobrevivem do turismo, já que as pessoas vão
passear “mas não têm dinheiro para gastar”. Francisco Barbosa sublinhou que a quebra no consumo por parte dos turistas se tem registado “de norte a sul do País” e lembrou que todo o setor tem sido afetado, desde os concessionários e restaurantes de praia aos estabelecimentos situados nas zonas do interior. A época balnear nas 25 praias de Albufeira decorre entre 17 de maio e 19 de outubro, sendo este o primeiro concelho algarvio a iniciá-la, antes do arranque oficial, a 1 de junho. A Aiscoma tem no Algarve 230 associados, a maioria dos quais em Albufeira.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Segunda-feira, 24 de Março de 2014
Estoril visita V. de Setúbal com os três pontos como objetivo principal
Olhos postos na Europa “Será um desafio bastante disputado, com duas equipas a querer ganhar, o que vai favorecer o espetáculo”, disse Marco Silva. O treinador de futebol do Estoril-Praia que quer manter os olhos no acesso à Liga Europa, motivo pelo qual espera vencer, hoje, o Vitória de Setúbal, equipa que praticamente garantiu a manutenção. Em antevisão ao encontro da 24.ª jornada da I Liga, Marco Silva destacou a qualidade da equipa comandada por José Couceiro, prevendo que o encontro com os sadinos será “difícil”, apesar de reconhecer que os estorilistas são “muito fortes fora de casa”. “Praticamente garantiram o objetivo na última jornada. O Vitória de Setúbal é uma equipa confiante, que teve uma recuperação bastante positiva na tabela, mérito do trabalho dos jogadores e do treinador. É uma equipa bastante forte em casa, que terá pela frente uma equipa que tem sido muito forte fora de casa. Será um desafio bastante disputado, com duas equipas a querer ganhar, o que vai favorecer o espetáculo”, começou por dizer. Para Marco Silva, não restam dúvidas de que o Estoril-Praia vai ao Bonfim para conquistar os três pontos, mesmo sem poder contar com Rúben Fernandes, expulso na receção ao Marítimo (vitória por 1-0). “No último jogo, mesmo jogando 55 minutos em inferioridade, a equipa
Prova da Taça do Mundo
João Silva de bronze em New Plymouth
O português João Silva, triatleta do Benfica, classificou-se, ontem, em terceiro lugar na Taça do Mundo de New Plymouth, na Nova Zelândia, atrás dos terceiro e primeiro do «rankin»” mundial. O atleta chegou ao bronze ao realizar os três segmentos da prova em 52.56 minutos, enquanto a vitória coube ao espanhol Mario Mola (3.º do Mundo), com 52.30, e o segundo lugar ao seu compatriota Javier Gomez (1.º), com 52.33. “Demonstrou bons indicadores para a próxima competição, a primeira etapa do circuito mundial, em Auckland, dentro de duas semanas”, disse.
I Liga. Estoril-Praia, quarto classificado com 42 pontos, defronta pelas 20h00, o Vitória de Setúbal, nono com 29, no Estádio do Bonfim deu uma resposta fantástica, demonstrando o que é uma equipa com espírito coletivo, uma solidariedade muito grande, humilde e muito organizada. Isto deixa-me confiante para o que se segue. Temos de estar preparados para castigos e lesões. Temos tido a ausência de jogadores fundamentais e quem entra no seu lugar tem dado uma resposta muito positiva”, concluiu. O Estoril-Praia, quarto classifica-
do com 42 pontos, defronta pelas 20h00, o Vitória de Setúbal, nono com 29, no Estádio do Bonfim, em jogo de encerramento da 24.ª jornada da I Liga, que será arbitrado por Jorge Ferreira, de Braga. O médio Evandro é a principal novidade no lote dos 20 futebolistas convocados pelo treinador Marco Silva. O jogador, que é uma pedra nuclear na estrutura estorilista, volta após ter cumprido castigo de um jogo diante do
Marítimo (triunfo por 1-0), na sequência do quinto cartão amarelo averbado na deslocação à Luz, na derrota, por 2-0, diante do Benfica. Do lado contrário, o regresso de Paulo Tavares é a novidade nos convocados do Vitória de Setúbal. O médio português regressa aos convocados após quatro meses de paragem, devido a uma fratura num dedo do pé esquerdo, da qual já se encontra completamente restabelecido.
Português defronta sétimo da hierarquia ATP
João Sousa quer mais história em Miami O tenista português João Sousa, 42.º do «ranking» mundial, assegurou, ontem, que tentará dar o seu melhor na terceira ronda do torneio Masters 1000 de Miami, frente ao checo Tomas Berdych. “Só espero poder estar a cem por cento para o defrontar na segunda-feira [hoje]. Darei o meu melhor, como tenho vindo a fazer, e no final faremos contas”, disse João Sousa. O tenista de Guimarães explicou ainda que Berdych é um “excelentíssimo jogador, como denota o seu `ranking´. É um jogador muito potente, com
Ténis. “Darei o meu melhor, como tenho vindo a fazer, e no final faremos contas”, disse João Sousa
um grande serviço e excelentes pancadas”. João Sousa vai defrontar pela primeira vez o tenista checo, que é sétimo da hierarquia mundial. João Sousa está a passar por um bom momento na carreira e acredita que isso se deve ao trabalho que tem vindo a desenvolver. “Penso que temos desenvolvido um excelente trabalho desde o início do ano e os resultados felizmente têm aparecido. O importante é continuar a trabalhar para melhorar ainda mais e aumentar o meu nível de jogo”, explicou. João Sousa obteve neste sá-
bado, em Miami, a maior vitória desta época e uma das melhores da carreira: o tenista português qualificou-se para a terceira eliminatória do torneio Masters 1000 de Miam ao bater o francês Gilles Simon em três «sets». Naquele foi o seu primeiro confronto com o tenista gaulês, João Sousa bateu o 27.º jogador do ranking ATP com os parciais de 7-6 (7-5), 3-6 e 6-3, num encontro que durou três horas e três minutos e que chegou a estar interrompido cerca de 45 minutos devido a chuva, na segunda partida.
Grande Prémio do Qatar
Miguel Oliveira a milésimos do pódio O português Miguel Oliveira (Mahindra) foi, ontem, quarto na corrida de Moto3 do Grande Prémio do Qatar, a prova de arranque do Campeonato do Mundo de motociclismo de 2014, ganha pelo australiano Jack Miller (KTM), e que teve emoção do primeiro ao último minuto. Num final de corrida empolgante, Miguel Oliveira falhou o lugar no pódio por apenas 15 milésmos de segundo, sendo batido sobre a meta pelo espanhol Efren Vazquez (Honda). O segundo classificado foi o espanhol Alex Marquez (Honda), um dos favoritos ao título mundial.
Segunda-feira, 24 de Marรงo de 2014
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CONSTANTINO DIXIT Perante a hecatombe que foram os Jogos Olímpicos de Pequim (2008) o então Secretário de Estado do Desporto de seu nome Laurentino Dias cunhou uma frase que ficará certamente para a história do desporto nacional. Disse ele: “Não é o governo nem o Comité Olímpico de Portugal (COP) quem corre, salta e joga. São os atletas.” E assim os atletas foram Gustavo Pires* responsabilizados por um programa mal concebido, mal planeando e mal executado. Ao tempo, como os portugueses estão lembrados, a Federação Portuguesa de Atletismo até teve oportunidade de manifestar a sua indignação pela forma como o atleta Marco Fortes foi tratado por Vicente Moura o presidente do COP que, em plenos Jogos Olímpicos “entrou em parafuso”. Depois, perante a total desorganização da Missão Portuguesa Laurentino Dias resolveu armar em “ama seca” e lá salvou o presidente do COP que, depois da hecatombe, à boa portuguesa, foi premiado com mais quatro anos de reforma dourada à frente da instituição a usufruir um opíparo vencimento. Para além de uma sede paga com o dinheiro dos lisboetas os anos de Vicente Moura à frende to COP não abonam muito em competência o processo de desenvolvimento do Movimento Olímpico em Portugal. Com a entrada de Constantino para o COP julgávamos que ia acontecer uma verdadeira mudança capaz de desencadear as transformações necessárias no desporto nacional. Pensávamos que finalmente o COP ia passar a funcionar como uma organização do vértice estratégico do desporto nacional assumindo uma posição de liderança do Movimento Olímpico nacional relativamente a uma tutela que ao longo dos anos, salvo uma ou outra exceção se tem limitado a complicar o Movimento Olímpico nacional. Não foi necessário esperar sequer seis meses para percebermos que Constantino foi tão só eleito para deixar ficar tudo na mesma e, porventura até, consolidar as estuporadas políticas públicas da responsabilidade do Bloco Central que têm menorizado as funções, as competências e a dignidade do Movimento Olímpico. E Constantino foi um “flop”. Revelou que nem ele nem a sua direção têm uma estrutura de conhecimentos que lhes permitam perceber o posicionamento do COP no quadro do desenvolvimento do Sistema Desportivo Nacional. Depois das famigeradas Comissões (mais de dez) para “épater les bourgeois”; da salutogénica comemoração do dia Olímpico; da nomeação de Miguel Relvas para Alto-comissário; da organização dos “Lusofonia Games” os “Jogos Idiotas”; e, entre outas pérolas da política desportiva nacional, o Congresso Nacional Olímpico do “queremos mais dinheiro e menos controlo” Constantino resolveu através do Canal A Bola presentear os portugueses com mais uma tirada que, na linha de Laurentino Dias ficará também para os anais do desporto nacional. Perante a pergunta do jornalista: “E se no Rio2016 Portugal regressar com zero medalhas, será da responsabilidade do presidente do COP ou de Portugal?” Constantino respondeu: “ Eu não vou competir quem competirá são os atletas; eu não vou treinar, quem o fará são os treinadores; eu não vou organizar quem o fará são os organizadores; eu só vou dirigir e dirigir é fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que quem compete, treina e dirige não possa dizer que não fiz o melhor para que tudo isso possa acontecer”. Fica claro desta confusão terminológica que Constantino não sabe o que é dirigir. Dirigir é dar uma direção ao futuro que se deseja construir. Dirigir não é fazer o COP de um dispendioso interposto de recursos e do seu presidente uma espécie de amanuense ao serviço de um Governo sem ideias e sem projetos que resolveu como Pilatos lavar as mãos despejando16 milhões de euros dos desgraçados dos contribuintes num projeto de Preparação Olímpica que em Pequim (2008) e em Londres (2012) já provou que não presta. Constantino faz-nos lembrar aqueles políticos e industriais que argumentam que o País está atrasado não por culpa deles que devem dirigir mas por culpa dos trabalhadores que não trabalham. Eles coitados, não têm culpa nenhuma porque se limitam a dirigir o País. Mesmo que seja pelos piores caminhos.
Alunos voltam a sair à rua para celebrar o Dia do Estudante
“Não te cales! Manifesta a tua opinião” Mais de meio século depois da crise estudantil, os alunos voltam a sair hoje à rua para celebrar o Dia do Estudante, exigindo mais qualidade e financiamento do ensino superior. Promulgado pela Assembleia da República em 1987, o Dia Nacional do Estudante comemora-se a 24 de março como forma de relembrar as dificuldades e obstáculos que os alunos enfrentaram na década de 60, aquando da crise académica vivida em Portugal. Atualmente, as associações académicas aproveitam a efeméride para alertar para os problemas do ensino e apelar à participação e mobilização de todos em defesa de uma educação de qualidade. Hoje, estudantes de todo o país desenvolvem ações e iniciativas reivindicativas: No Porto, por exemplo, os alunos de Belas Artes vão desenhar o modelo nu em frente à sua faculdade, enquanto em Aveiro, se realiza o “funeral do Ensino Superior”.
Na Universidade do Minho, em Braga, a associação académica lançou a campanha “Não te cales! Manifesta a tua opinião”, em que cada aluno pode enviar uma mensagem sob a importância da Educação e do Ensino Superior, os seus problemas e possíveis soluções. O objetivo é “dar voz aos estudantes” e “sensibilizar a opinião pública para os constrangimentos que os afetam durante o seu percurso académico”, explica a associação académica que pretende divulgar as mensagens nas redes sociais no dia 24 de março. Em Coimbra, os estudantes vão concentrar-se no Largo D. Dinis para o “Mural das Reivindicações”. Já em Lisboa, o dia é celebrado no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa ISEL. No último Encontro Nacional de Direções Académicas, as associações decidiram reunir em livro os principais problemas do ensino superior e as suas reivindicações, que agora irão entregar a responsáveis da Presidência da Repú-
blica, Governo e Instituições de Ensino Superior, como forma de comemorar os 52 anos do Dia do Estudante. A proibição da realização do Dia do Estudante, em 1962, levou milhares de alunos das universidades de Lisboa, Coimbra e Porto a manifestarem-se contra a falta de liberdade. Durante 100 dias, os estudantes conseguiram abalar o regime de Salazar, participando em plenários organizados pelas associações estudantis. Os episódios de detenções e cargas policiais repetiam-se, mas não tinham o efeito desejado. Em maio, uma greve de fome culminou com a prisão para centenas de estudantes que estavam reunidos na Universidade de Lisboa. A luta “foi uma genuína revolta dos estudantes portugueses contra a falta de liberdade, um movimento que abalou muito o regime”, conta Isabel do Carmo, que acredita que “as lutas dos estudantes em todo o mundo, seja em que época for, abalam muito os regimes”.
Rede internacional de furto de automóveis
PSP deteve quatro indivíduos em Loures A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve na madrugada de sexta-feira quatro homens, um português e três polacos, suspeitos de pertencerem a uma rede internacional de furto de automóveis, tendo já apreendido 17 viaturas. “Na madrugada de sexta-feira, agentes da PSP deram conta de movimentos suspeitos por parte de indivíduos que entraram num Seat Léon, na zona de Loures, e arrancaram a alta velocidade. Foi dado de imediato o alerta e foi
montado um perímetro de segurança. Os indivíduos não respeitaram as indicações da polícia para pararem e puseram-se em fuga, mas seguiram na direção das barreiras já montadas pela PSP, onde foram detidos”, avançou o comandante da divisão da PSP de Loures, Resende da Silva. Além do automóvel da marca Seat, que se verificou que tinha acabado de ser furtado, também os ocupantes de uma carrinha ‘pickup’ que o acompanhava foram
detidos pelas autoridades, tendose verificado que pertenciam ao mesmo grupo que é suspeito de vários roubos e furtos de viaturas quer na zona da grande Lisboa, quer em Madrid. O Tribunal Judicial de Loures já decretou a prisão preventiva para os quatro homens detidos, prosseguindo a força policial as diligências para capturar mais pessoas, de nacionalidade portuguesa, que estão indiciadas do mesmo crime.
Três dias de luto em Espanha pela morte de Adolfo Suárez
Barroso lamenta perda de “figura chave” O presidente da Comissão Europeia lamentou ontem a morte do ex-presidente do governo espanhol Adolfo Suárez, manifestando a sua admiração pela “figura chave” que foi na história de Espanha, que viu decretados três dias de luto. “Senti uma profunda tristeza ao saber da morte de Adolfo Suárez. Inspiração para os políticos europeus e figura chave na história de Espanha. Toda a minha admiração”, es-
creveu Durão Barroso na rede social Twitter, minutos depois da notícia da morte do antigo político espanhol. No Parlamento Europeu (PE), o Partido Popular Europeu (PPE) reagiu à morte de Suárez através da mesma rede social. “Condolências à família de Adolfo Suárez. O seu valente exemplo político perdurará para sempre na nossa memória”, escreveu o secretário-geral do PPE, Antonio López Istúriz.
Adolfo Suárez, primeiro presidente do governo de Espanha após a ditadura de Franco, morreu ontem em Madrid aos 81 anos. Foi um político chave na transição pacífica da ditadura para a democracia em Espanha, tendo marcado o seu mandato a aprovação da lei da amnistia, a legalização dos partidos e sindicatos e a convocação das eleições livres de 1977.