MIGUEL LOPES SOFRE GRAVE LESÃO INTERNACIONAL PORTUGUÊS PODE FICAR FORA DO MUNDIAL2014
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 84
Terça-feira, 25 de março de 2014
PS RESPONSABILIZA GOVERNO DE PASSOS PELO
AUMENTO DO RISCO DE POBREZA
DO!S MILHÕES
PORTO
Uma das princiais “salas de chuto” começou a ser demolida
DÉFICE
Passos garante em Viseu que “não há nada escondido”
n O deputado
socialista Vieira da Silva responsabiliza o Governo de Passos Coelho pelo agravamento da pobreza em Portugal (quase dois milhões de pessoas em 2012), considerando que é fruto do caminho da austeridade reforçada. “Estes indicadores não são apenas um alerta. São a confirmação de uma intensa e profunda degradação das condições de equilíbrio e coesão social e são fruto de um caminho errado, da austeridade reforçada em dobro”, alerta o dirigente do PS...
STONES
confirmam presença na grande festa do Rock in Rio-Lisboa
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Terça-feira, 25 de Março de 2014
Antiga fábrica de sabões do Porto começou a ser demolida
Na zona industrial de Serzedo
“Sala de chuto” para 400 pessoas
Incêndio destruiu três armazéns
A Câmara do Porto estima que “cerca de 400 pessoas” frequentassem “diariamente” os edifícios abandonados da antiga fábrica de sabões do Porto, associados à prostituição, tráfico e consumo de droga, cuja demolição já começou. “Calcula-se que os edifícios abandonados, e cujas vedações eram permanentemente violadas, fossem frequentados diariamente por cerca de 400 pessoas, que ali consumiam droga, traficavam e se prostituíam”, escreve a autarquia numa nota publicada na sua página da Internet. Naquele local de Lordelo do Ouro, a Câmara identificou “enormes ‘salas de chuto’”, perigo para saúde pública devido à existência de “amianto em degradação”, telhados “partidos e a cair”, varandas “em risco de ruína” e instalações elétricas “com ligações clandestinas” e “riscos de incêndio e eletrocussão eminente”. “O espaço tem funcionado nos últimos anos como um dos principais focos de tráfico e consumo de droga na cidade e era utilizado por traficantes de todo o género de estupefacientes, que ali desenvolviam a sua atividade diariamente”, acrescenta a autarquia no seu site. A Câmara indica ainda que os
PORTO. Já começaram os trabalhos de demolição na antiga fábrica de sabões em Lordelo do Ouro edifícios, “sem atividade há décadas”, eram habitados por 15 pessoas “em condições de vida sub-humanas”. “O local possuía enormes ‘salas de chuto’, em condições de salubridade e segurança indignas, além de possuir placas de fibrocimento, contendo amianto em degradação e representando um perigo evidente para a saúde pública”, descreve o município. Situados ao lado do bairro municipal dr. Nuno Pinheiro Torres, os edifícios apresentavam um “elevado grau de degradação, com telhados partidos e a cair, varandas em risco de ruína e instalações elétricas com ligações clandestinas a apresentarem riscos de incêndio e eletrocussão eminente”, acrescenta a autarquia. A Câmara indica ainda que os moradores do bairro vizinho se quei-
xavam “dos problemas de segurança e salubridade públicas que as atividades de tráfico e consumo de droga e de prostituição ali desenvolvidas representavam”. Ainda de acordo com a autarquia, o processo de tomada de posse administrativa do terreno, com “cerca de 130 metros de comprimento por 95 de largura”, foi iniciado “apenas duas semanas” depois de Rui Moreira ter sido empossado presidente da Câmara, tendo em conta “problema social gravíssimo” do espaço. As demolições começaram ontem porque terminaram na sexta-feira “os trâmites legais e o prazo dado em edital para que os proprietários tomassem medidas”, justifica o site do município. A antiga fabrica, que começou por produzir sabão e mais tarde se
dedicou à transformação de metais começou a ser demolida devido à degradação do prédio e perigo para a saúde pública. As máquinas iniciaram os trabalhos por volta das 07h40, depois de uma brigada cinotécnica da PSP ter verificado se estavam pessoas no edifício. Segundo avançou a Câmara do Porto, no edifício existiam grandes quantidades de amianto, proveniente do isolamento e das coberturas dos edifícios em fibrocimento, e que se encontra espalhado praticamente por todo o perímetro do terreno. A ocupação ilegal por 15 pessoas, a prostituição e o consumo de drogas levantava também o risco de problemas de saúde pública, com a existência de focos de tuberculose e outras doenças infecciosas, acrescentou. Nas “últimas semanas”, a Câmara esteve no local para aplicar um plano social de ajuda às pessoas que ali viviam, tendo contado com o apoio de diversas entidades, nomeadamente a Administração Regional de Saúde, o Centro Distrital de Segurança Social do Porto, a Polícia Municipal, o Batalhão de Sapadores Bombeiros e a Proteção Civil. No âmbito deste processo, os serviços sociais propuseram alojamento aos habitantes regulares do local mas apenas três aceitaram a ajuda. A retirada de pessoas do local foi dada concluída na sexta-feira e, desde essa altura, a Polícia Municipal tem-se mantido presente no sentido de impedir a reocupação das instalações. O processo de demolição de todos os edifícios da fábrica deverá ficar concluído no prazo de uma semana.
Sindicato da Hotelaria do Norte revela dificuldades do restaurante
Shis “não pagou salários de fevereiro” O Sindicato da Hotelaria do Norte revelou ontem que o restaurante Shis, no Porto, que foi destruído pela forte agitação marítima no início de janeiro, “não pagou os salários de fevereiro” aos 43 trabalhadores. Em comunicado enviado às redações, o sindicato refere que a empresa “deve o salário de fevereiro, bem como parte dos subsídios de férias e do Natal” aos trabalhadores. Ainda de acordo com o sindicato, aquando da destruição do restaurante, a 06 de janeiro, “o sócio gerente comprometeu-se a assegurar o pagamento dos salários e a reabrir o estabelecimento
antes do verão”. Contudo, “numa reunião realizada na quinta-feira com os trabalhadores, surpreendentemente, a gerência da empresa propôs um acordo de cessação dos contratos de trabalho aos trabalhadores com pagamento de três salários e o modelo para o desemprego, alegando que a companhia de seguros não desbloqueou as verbas necessárias para os salários”. Para o Sindicato da Hotelaria do Norte, a proposta “é inaceitável para os trabalhadores”, porque não prevê o pagamento de “os demais direitos bem como das indemnizações devidas”. “Os trabalhadores receiam que o gerente
do restaurante desvie o dinheiro do seguro e não reabra o estabelecimento”, acrescenta o sindicato, lembrando que “o valor disponibilizado de cerca de dois milhões de euros obriga a empresa a pagar salários e a reabrir” o restaurante. O sindicato garante ainda que se a gerência do Shis não se comprometer a respeitar os direitos dos trabalhadores, “estes vão adotar formas de luta e serão acionados os mecanismos legais”. No dia 06 de janeiro, a força das ondas apanhou pessoas e carros na marginal da Foz, bem como deixou irrecuperável aquele restaurante da
praia do Ourigo. Dois dias depois, fonte da empresa garantia à comunicação social que o restaurante deve reabrir a tempo do verão. Contactado o presidente do sindicato, Francisco Figueiredo disse não ter conhecimento de outros bares ou restaurantes situados na costa da zona do Grande Porto e afetados pelo mau tempo em que tenham sido colocados em causa postos de trabalho. “O Shis era o único que funcionava a tempo inteiro, durante todo o ano e que foi afetado de forma grave. O mais comum noutros espaços é o recurso ao trabalho sazonal”, explicou o sindicalista.
O incêndio industrial que deflagrou ao início da noite de domingo no concelho de Vila Nova de Gaia, destruindo três armazéns sem causar vítimas, encontra-se em fase de rescaldo, disse ontem fonte dos bombeiros. “O fogo está extinto, mas a fase de rescaldo ainda deve prolongar-se por várias horas”, referiu a fonte dos Sapadores de Gaia. Contactado o comandante distrital dos bombeiros, Salvador Almeida indicou que as equipas de combate ao fogo conseguiram “evitar a propagação do incêndio a outros armazéns”, depois de três terem sido destruídos. O incêndio não provocou vítimas, segundo a mesma fonte. Ainda de acordo com o comandante, o incêndio terá começado num automóvel que se encontrava num dos armazéns, propagando-se depois aos materiais ali existentes e a outros armazéns adjacentes. “Esse armazém só ardeu parcialmente, mas os outros três ficaram totalmente destruídos”, disse Salvador Almeida. De acordo com a mesma fonte, o incêndio deflagrou na zona industrial da freguesia de Serzedo, no concelho de Vila Nova de Gaia, onde se encontram 12 armazéns. O alarme foi dado pelas 18h44 e deslocaram-se ao local um total de 54 bombeiros das corporações de Gaia, Aguda, Valadares e Carvalhos em 16 viaturas de combate a incêndios, entre elas uma da corporação do Porto, e um autotanque de Avintes. Os bombeiros encontraram a zona industrial vazia de funcionários “por ser domingo, e não foi necessário evacuar armazéns”.
regiões
Terça-feira, 25 de Março de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
PSP detém dois assaltados que ainda fizeram uma refém para escapar
Banco assaltado em Tires Por 9 euros e uns brincos
Idosa agredida durante assalto à sua casa
Uma mulher de 66 anos foi agredida durante um assalto à sua residência, pelas 08h00 de ontem, em Casal Manteiga, Maceira, no concelho de Leiria. Segundo fonte da GNR, o roubo foi perpetuado por quatro indivíduos encapuzados, que entraram na residência da vítima através do arrombamento da porta. Os suspeitos agrediram a idosa e roubaram-lhe nove euros, dois brincos em ouro e um telemóvel, informou ainda a GNR. “A vítima foi encontrada pela manhã por um popular, num pinhal, após sair da sua residência para pedir auxílio”, acrescentou a mesma fonte.
Assaltante que fez a refém sofreu ferimentos na zona do abdómen e foi operado. O companheiro não ofereceu resistência e entregou-se. Uma denúncia para a esquadra da PSP de Trajouce esteve na origem da detenção de dois homens que assaltaram, ontem de manhã, uma dependência bancária em Tires, no concelho de Cascais. O assalto, explicou o subintendente Luís Ribeiro, da Divisão da PSP de Cascais, deu-se “cerca das 08h53” na agência do Banif na Rua Prof. Padre Agostinho Silva, em Tires. Uma mulher que passava na via pública alertou a esquadra de Trajouce para a ocorrência “de um possível assalto” e quando a PSP mobilizou meios para o local comprovou que estavam “dois elementos dentro do banco com revólveres”, acrescentou o responsável policial. “Um saiu logo quase de seguida, com uma senhora como refém”, adiantou Luís Ribeiro, esclarecendo que o homem, com cerca de 30 anos, percorreu uma centena de metros até uma viatura, ora apontando a arma à cabeça da mulher, ora aos agentes que o cercavam. Junto da carrinha Audi em que tencionava fugir, o assaltante ainda conseguiu “ligar a ignição”, sem-
Tires. Denúncia para a esquadra da PSP de Trajouce esteve na origem da detenção de dois homens que assaltaram o banco pre protegido atrás do corpo da refém. No entanto, de acordo com o subintendente, a mulher “terá escorregado” e deixou de estar presa pelo braço do agressor, “que ficou mais exposto” e foi então atingido por dois disparos das autoridades. O assaltante sofreu ferimentos na zona do abdómen e foi transportado para o Hospital São Francisco Xavier, onde deu entrada para o bloco operatório. O companheiro, segundo Luís Ribeiro, acabou por não oferecer resistência e entregouse após largar o revólver. Ambas as
armas, segundo o subintendente, se encontravam “devidamente municiadas e prontas a disparar”. Na posse do detido foi apreendida uma mochila com dinheiro do banco, em montante ainda não revelado, mas “que pesava bastante”, disse uma fonte policial. O comandante da esquadra de Trajouce, Vítor Antunes, estimou que tenham sido deslocados para o local três dezenas de elementos, incluindo do grupo de intervenção rápida e das brigadas anticrime. Na dependência do Banif encon-
travam-se quatro funcionários e, para além da refém, outro empregado também terá sido agredido, embora sem gravidade. A PSP não revelou a nacionalidade dos detidos, ambos com cerca de 30 anos. Luís Ribeiro apenas esclareceu que o assaltante ferido “falava francês” e o outro reside “num concelho vizinho” de Cascais, escusando-se a revelar qual. Um dos detidos vai ser apresentado, hoje, no Tribunal de Cascais. As investigações foram entregues à Polícia Judiciária.
Conselho da Europa aprova
Governo e a redução das portagens na A23
Desertas alcançam diploma de Área Protegida
PCP de Castelo Branco critica “demagogia”
Portugal tem, desde ontem, nas ilhas Desertas e ilhas Selvagens, na Região Autónoma da Madeira, os dois únicos espaços nacionais distinguidos pelo Conselho da Europa com o Diploma Europeu para Áreas Protegidas. Os peritos do Diploma Europeu para as Áreas Protegidas do Conselho da Europa, reunidos em Estrasburgo, decidiram atribuir o galardão às Ilhas Desertas, território conhecido por ser o habitat da reserva de lobos-marinhos no arquipélago da Madeira. A Reserva Natural das Ilhas Desertas regista, em média, mais de três mil visitas por ano.
A direção da Organização Regional de Castelo Branco (DORCB) do PCP disse, ontem, que a anunciada intenção de reduzir as portagens na A23 não é mais do que uma grande acção de propaganda das reais intenções do Governo. “Assistimos ao longo de todo este processo a falsas ideias no desejo de resfriar o grande protesto e descontentamento que as populações, empresários e outras entidades locais demonstraram, fazendo-se ouvir em inúmeras ações de contestação”, referiu em comunicado a DORCB. Segundo o PCP, “aquilo que
Castelo Branco. “Aquilo que é verdadeiramente justo em relação às portagens é o seu fim”, diz o PCP
possa ser reduzido hoje vai ser aumentado amanhã, com o pagamento em todos os troços e com a necessidade de as concessionárias terem lucro”. Os comunistas alertam para aquilo que consideram uma “demagogia” e apelam a que se continue a lutar “pela revogação do diploma” que permitiu a introdução de portagens nas scut. “Aquilo que é verdadeiramente justo e impulsionador da economia, do desenvolvimento e da qualidade de vida das populações em relação às portagens é o seu fim”, refere o comunicado. O diretor-geral da Scutvias disse
a 6 de março, em Lardosa, Castelo Branco, que está a negociar com o Estado a mudança do regime de concessão da autoestrada da Beira Interior (A23), o que pode permitir uma redução nas portagens. Com este novo regime, a empresa passa a ficar com a receita do valor cobrado nas portagens, disse Pinho Martins. O diretor-geral da Scutvias disse, no entanto, que o valor da tarifa da portagem “depende sempre da aprovação do Estado português”, mas admitiu que esse valor “vai baixar” com o novo regime de concessão que está a ser negociado.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Terça-feira, 25 de Março de 2014
Passos garante que “não há nada escondido” para 2015
Oliveira Martins e o tratado orçamental
“Temos de descer o défice para 2,5%”
“Caminho tem de ser feito”
O primeiro-ministro garante que “não há nada escondido” em matéria de défice público e objetivos do país para 2015, lembrando a importância de Portugal cumprir as metas como forma de reduzir a dívida. “É sabido que ainda precisamos de fazer descer o nosso défice público em 2015, nos termos que ficaram acordados com os nossos credores internacionais, para 2,5% do PIB. Não sabemos ainda com rigor, em termos de valor absoluto, o que é que isso vai significar. Mas haveremos de saber dentro de algum tempo, durante o mês de abril terá de ficar clarificado”, explicou Passos Coelho, que falava na abertura das jornadas parlamentares do PSD, que hoje terminam em Viseu. O chefe do Governo disse ainda que já se sabe que “entre medidas do lado da despesa e medidas do lado da receita” terá de se encontrar
VISEU. Passos Coelho discursou na abertura das jornadas parlamentares do PSD e confirmou que o défice tem de baixar para 2,5% do PIB uma combinação “que seja o melhor possível” para reduzir o défice para 2,5% em 2015. “Não há nada escondido. Não pode haver nada mais público que isto. Os partidos que acham que há uma agenda escondida e que não se devem fazer mais cortes, querem mais défice para o ano? Têm de o dizer. Não podem é dizer que não é possível ter mais cortes e depois cumprir as metas do défice. Não bate a bota com a perdigota”, sublinhou o líder do PSD.
Passos Coelho declarou ainda que cumprir a meta do défice é essencial para o trajeto de redução da dívida de Portugal. “Se não conseguirmos ter um excedente primário externo e outro maior no próximo ano, a nossa dívida aumenta em vez de diminuir”, avisou. Entretanto, o líder parlamentar do PSD admitiu que o ano de 2012 foi o de “maior impacto” nos sacrifícios pedidos aos portugueses, mas disse antever melhorias no índice
do risco de pobreza já nos dados de 2013. “O ano de 2012 foi um ano muito duro para a vida do país. Foi o ano em que implementámos medidas restritivas, que tiveram consequência na atividade económica e do ponto de vista social, houve aumento do número de desempregados, e naturalmente isso fez-se sentir em toda a sociedade e na vida quotidiana de muitos portugueses e muitas famílias”, reconheceu Luís Montenegro, que falava aos jornalistas em Viseu, à margem das jornadas parlamentares da bancada social-democrata. O PSD frisa que, numa “análise mais aprofundada”, é assinalada a “proteção de rendimentos mais baixos e das pessoas com maior idade”, o que “não é obra do acaso”. Tal resulta, advoga Luís Montenegro, do descongelamento do Governo PSD/ CDS-PP do “aumento das pensões mínimas que estavam congeladas desde o governo anterior”. Proteger “rendimentos mais baixos de alguns cortes” orçamentais e de “sacrifícios impostos no domínio salarial e das pensões” foi também uma prioridade do Governo, que, diz o líder parlamentar “laranja”, sabe que 2012 foi um ano de “grande sofrimento” mas também de “tenacidade” dos portugueses.
PS responsabiliza Governo pelo agravamento da pobreza
“Fruto de um caminho errado” O dirigente Vieira da Silva responsabiliza o Governo PSD/CDSPP pelo agravamento da pobreza em Portugal, considerando que é fruto do “caminho da austeridade reforçada” e defendeu um novo caminho assente no crescimento económico. “Estes indicadores não são apenas um alerta. São a confirmação de uma intensa e profunda degradação das condições de equilíbrio e coesão social e são fruto de um caminho errado, da austeridade reforçada, em dobro”, afirmou. O deputado, membro da Comissão Política Nacional do PS reagia em conferência de imprensa na sede socialista, aos dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, do INE, divulgados ontem, e que mostram que em 2012 18,7 por cen-
to da população portuguesa estava em risco de pobreza, mais oito pontos percentuais que em 2011. Vieira da Silva sublinhou que os indicadores mostram não só o aumento do número de pessoas em situação de pobreza mas também um agravamento da “intensidade da pobreza”, agravando-se também as situações de “privação material severa que atinge um valor de 11 por cento da população portuguesa”. O dirigente do PS disse que a austeridade aplicada pelo Governo foi “o dobro do que estava no memorando da `troika´” e defendeu que os resultados do Inquérito do INE são também fruto de “um caminho de desvalorização do trabalho” e de “corte nas prestações sociais”. Questionado pelos jornalistas
sobre as declarações do primeiroministro, que ontem pediu coerência ao PS nas declarações sobre uma eventual reposição dos níveis de rendimentos, Vieira da Silva contrapôs: “O que se verifica é que a política de austeridade reforçada cada vez mais recebe uma apreciação negativa de múltiplas personalidades da área dos dois partidos”. “Sobre as contradições que existem no PS, não creio que o primeiroministro esteja em muito boas condições para falar. O que verificamos é que esta política de austeridade reforçada, em dobro, cada vez mais recebe uma apreciação negativa de múltiplas personalidades da área destes dois partidos [da maioria PSD/CDS-PP]”, disse. Vieira da Silva acrescentou que
o PS “é um partido naturalmente plural mas tem, sobre as grandes questões que se colocam à sociedade portuguesa uma posição bem clara sobre a necessidade de mudar de caminho”. Nesse sentido, sobre a eventual reposição dos níveis salariais, o dirigente socialista disse que a “preocupação do PS é que se inverta o caminho de austeridade reforçada” para “dar espaço para que a economia portuguesa recupere”. “Só recuperando a economia portuguesa é que podemos ter a expectativa de que indicadores como estes [dados do INE] possam ser revertidos e também que um governo da República tenha uma atenção que não tem tido àqueles mais frágeis da sociedade portuguesa”, concluiu o deputado socialista.
O presidente do Tribunal de Contas disse ontem que o tratado orçamental europeu é um caminho “que tem de ser feito” mas que deve ter em conta a situação própria de cada país que assinou o documento. “É indispensável percebermos que o tratado orçamental é algo de fundamental mas é algo que tem de ser lido com extraordinário cuidado a partir da compreensão de que cada uma das situações de cada um dos países da União Europeia tem de ter a sua consideração própria”, declarou Guilherme D’Oliveira Martins, que intervinha nas jornadas parlamentares do PSD, que decorrem em Viseu. O responsável do Tribunal de Contas lembrou que o tratado visa o cumprimento de “compromissos há muito conhecidos de dívida e défice”, mas deixa em aberto “várias formas” para o seu cumprimento. “Portugal é subscritor do tratado orçamental de uma forma alargada e esse é um compromisso de onde temos de partir. Percebendo que é um caminho não uniforme mas que pressupõe várias formas de garantir o seu cumprimento”, destacou. Novo mapa judiciário
ANMP quer que AR aprecie a lei
A Associação Nacional de Municípios Portugueses quer que a Assembleia da República aprecie a lei da organização do sistema judiciário, tendo já pedido uma audiência à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias. A ANMP “continua preocupada com a anunciada extinção de 20 tribunais e a transformação de outros 27 tribunais em secções de proximidade”. “A Associação Nacional de Municípios Portugueses solicitou uma audiência ao presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias para solicitar que seja requerida, à Assembleia da República, a apreciação da Lei da Organização do Sistema Judiciário, que estabelece o regime aplicável à organização e funcionamento dos tribunais judiciais”, acrescentou. A 11 de fevereiro, a ANMP considerou “indefensável” a medida do Governo de encerrar 20 tribunais e transformar 27 em secções de proximidade.
economia
Terça-feira, 25 de Março de 2014
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Teodora Cardoso alerta para a realidade dos salários em Portugal
“Não vão nunca subir muito” Pelo estado espanhol
BES multado em 1,1 milhões de euros
O Estado espanhol publicou, ontem, duas multas, no total de 1,1 milhões de euros, aplicadas no ano passado ao Banco Espirito Santo (BES), por infrações “muito graves” da normativa sobre a prevenção de branqueamento de capitais. Tratase de duas multas, no valor de 150.000 euros e de 960.000 euros, pelo “incumprimento do dever de comunicação da prevenção do branqueamento de capitais e de financiamento de terrorismo”. As multas podem ser objeto de um recurso “potestativo” que tem que ser apresentado num mês contado a partir de hoje, um dia depois da publicação das sanções no BOE.
Presidente do CFP defendeu ideia que passa por colocar os cidadãos a receber os salários e pensões numa conta poupança. A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP), Teodora Cardoso, alertou, ontem, que os salários em Portugal “não vão nunca subir muito” porque o País compete com outros onde os salários são mais baixos. “Os salários não nunca subir muito. Portugal vai competir com países com salários baixos”, alertou Teodora Cardoso, que trouxe às jornadas parlamentares do PSD, em Viseu, algumas ideias para o Portugal no pós-«troika», o lema da reunião de deputados «laranja». Lembrando que as decisões orçamentais têm influência não só no ano do Orçamento do Estado em causa mas “em muitos anos seguintes”, a presidente do CFP sublinha que deveria haver uma lei orgânica com os limites ao défice e uma regra na Constituição que limite os máximos de dívida do país. Uma mudança de alguns impostos foi também sugerida por Teodora Cardoso, que apresentou nomeadamente uma ideia que passa por colocar os cidadãos a receber os salários e pensões numa conta poupança, sendo posteriormente taxados pelos levanta-
Crise. “Os salários não nunca subir muito. Portugal vai competir com países com salários baixos”, alertou mentos e movimentos bancários. A responsável definiu também como essencial um entendimento entre o PSD e o PS em diferentes áreas. “É necessário um conjunto de regras que terão de ser acordadas entre os dois partidos”, disse. O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme D’Oliveira Martins, disse, por seu turno, que o tratado orçamental europeu é um caminho “que tem de ser feito” mas que deve ter em conta a situação própria de cada país que assinou o documento. “É indispensável percebermos
que o tratado orçamental é algo de fundamental mas é algo que tem de ser lido com extraordinário cuidado a partir da compreensão de que cada uma das situações de cada um dos países da União Europeia tem de ter a sua consideração própria”, declarou Guilherme D’Oliveira Martins, em Viseu. O responsável do Tribunal de Contas lembrou que o tratado visa o cumprimento de “compromissos há muito conhecidos de dívida e défice”, mas deixa em aberto “várias formas” para o seu
cumprimento. “Portugal é subscritor do tratado orçamental de uma forma alargada e esse é um compromisso de onde temos de partir. Percebendo que é um caminho não uniforme mas que pressupõe várias formas de garantir o seu cumprimento”, assinalou. As jornadas do PSD, que têm como lema «Portugal pós-‘troika’», compromisso e sustentabilidade”, contaram na sessão de abertura com a presença do presidente do partido e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Em linha coma Europa
Contas externas de Portugal negativas
Bolsa de Lisboa fecha sessão em queda
Défice de 158 milhões no mês de janeiro
O principal índice da bolsa portuguesa encerrou a sessão de ontem a recuar 1,20% para 7.377,72 pontos, acompanhando a tendência negativa dos mercados europeus de referência, no dia da estreia dos CTT no PSI20. Das 20 cotadas no índice de referência português, 16 desvalorizaram, uma ficou inalterada face à cotação de sexta-feira e três subiram. Nota para os CTT que, no primeiro dia em que os seus títulos foram negociados no PSI20, fecharam a perder 2,75%. No resto da Europa, as perdas variaram entre os 0,56% de Londres e os 1,65% de Frankfurt.
As contas externas de Portugal foram negativas em janeiro deste ano, tendo apresentado um défice de 158 milhões de euros, segundo números do Banco de Portugal. De acordo com o Boletim Estatístico, ontem, divulgado pelo banco central, a balança corrente apresentou um défice de 185 milhões de euros, ao passo que a balança de capital registou um saldo positivo de 27 milhões de euros, o que se traduz num défice externo de 158 milhões de euros no primeiro mês do ano. Em 2013, as contas externas portuguesas foram excedentárias, tendo atingido os 4.293 milhões
Portugal. Em 2013, as contas externas foram excedentárias, tendo atingido os 4.293 milhões de euros no final do ano
de euros no final do ano, um aumento face ao saldo de 539 milhões de euros de 2012. Segundo o Banco de Portugal, 2013 foi o segundo ano consecutivo em que a soma do saldo da balança corrente com a de capital apresentou um saldo positivo. Em 2011 e 2010, Portugal registou défices externos de 16.351 milhões de euros e de 9.883 milhões de euros, respetivamente. Por outro lado, as remessas dos emigrantes subiram 9,6% no ano passado, superando pela primeira vez os 3 mil milhões de euros, ao passo que o dinheiro enviado pelos imigrantes em Portugal au-
mentou 5%, para 556 milhões de euros. Os trabalhadores portugueses em França continuam a ser os que mais dinheiro enviam, tendo remetido mais de 894 milhões de euros para Portugal no ano passado, o que representa uma subida de 5,7% face ao dinheiro enviado em 2012. Em segundo lugar na lista dos emigrantes que mais dinheiro enviam está a Suíça. Por outro lado, os portugueses depositaram 131.951 milhões de euros em janeiro deste ano, o que representa uma queda face a dezembro, mas um aumento comparando com o primeiro mês de 2013.
futebol
6 | O Norte Desportivo
Terça-feira, 25 de Março de 2014
Jesualdo Ferreira recorda porém que ainda existem competições para ganhar
“Terceiro lugar do FC Porto não é normal” DR
Maia recebe Fórum do Treinador. Jesualdo Ferreira, Leonardo Jardim e Manuel Machado deixaram as suas opiniões. Leonardo Jardim considerou, ontem, que o seu “papel no Sporting neste momento é de mecânico de manutenção”, durante o Fórum do Treinador de Futebol e Futsal, que termina, hoje, na Maia. O treinador da equipa principal do Sporting explicou que o seu “papel de treinador não acaba quando há um processo positivo”. “Agora estou mais focado em encontrar pormenores que podem tirar rendimento ao Sporting”, comentou o técnico durante a palestra que realizou subordinada ao tema do Alto Rendimento. O técnico dos «leões» referiu ainda que “não é por acaso que o Sporting é o clube dos ‘grandes’ que tem lançado mais jogadores da formação”, mas salientou que “é mais fácil comprar um produto acabado do que potenciar jovens valores”. “No Sporting os objetivos essenciais são potenciar jogadores e ter rendimento desportivo. Felizmente, hoje o plantel está, talvez, valorizado em cinco vezes mais do que no início da temporada”, sublinhou. “Diferença já é muito grande”
Jesualdo Ferreira defendeu, por seu turno, que “o terceiro lugar do FC Porto não é uma situação normal” e não se mostrou surpreendido com o desempenho do Sporting na presente edição da I Liga. “Pelo passado recente, o FC Porto estar em terceiro lugar não é normal. O Sporting entre os três do pódio é normal. Mas não estou surpreendido com a carreira do Sporting. Trabalhei lá, sei que é um clube forte, que tem coisas fantásticas”, lembrou. Em relação ao «clássico» de amanhã, o técnico esclarece que o “Benfica pode ter alguma vantagem” nos jogos frente ao FC Porto para a Taça de Portugal, uma vez que é disputado a duas mãos e a decisão será no Estádio da Luz. “O Benfica pode ter alguma
vantagem, por estar a jogar fora e ser uma eliminatória a duas mãos e uma potencial decisão é na Luz. Pode ajudar o Benfica a abordar a eliminatória de forma diferente”, disse. O treinador comentou ainda o momento do FC Porto: “a diferença para o Benfica já é muito grande. Há que motivar os jogadores e apostar todas as fichas no que é possível conquistar, tendo em conta que a equipa está envolvida ainda em várias competições e ainda pode ganhar muita coisa”. “É o que vai à frente, tem sete pontos de vantagem. Joga melhor umas vezes, outras nem por isso. A classificação reflete o que tem sido o rendimento das equipas, isto com a discussão dos árbitros à parte. Parece-me óbvio que a classificação está de acordo com o que tem sido o rendimento das equipas”, rematou sobre o favoritismo do Benfica ao título. “Dificilmente o título vai escapar”
I LIGA. “Pelo passado recente, o FC Porto estar em terceiro lugar não é normal. O Sporting entre os três do pódio é normal”, afirmou Jesualdo
«Meias» da Taça de Portugal
Marco Ferreira arbitra «clássico» no Dragão
O árbitro madeirense Marco Ferreira foi designado para dirigir o jogo entre o FC Porto e o Benfica, da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, anunciou, ontem, a Federação Portuguesa de Futebol. O comunicado informa também que o árbitro Carlos Xistra, da Associação de Futebol de Castelo Branco, será o juiz da
primeira mão da outra meiafinal da prova, entre o Sporting de Braga e o Rio Ave. Marco Ferreira vai dirigir pela primeira vez o «clássico» entre FC Porto e Benfica, marcado para amanhã, no Porto, às 21h00, duas horas depois do início do Sporting de Braga-Rio Ave. O árbitro madeirense já dirigiu o dérbi entre Benfica e Sporting por duas vezes, ambas favoráveis aos «encarnados», na 11.ª jornada do campeonato 2012/2013 (3-1), no Estádio José Alvalade, e na 18.ª ronda da Liga desta época (2-0), na Luz.
Perto de defrontar o FC Porto para o campeonato, Manuel Machado, técnico do Nacional, fez uma análise da prova e admitiu que o “Benfica dificilmente vai deixar escapar o título”. “O FC Porto concedeu uma vantagem substancial que não será fácil recuperar, pelo que, acho que a luta do campeonato será entre Sporting e Benfica. O FC Porto está um pouco afastado. O Benfica dificilmente deixará escapar, pela terceira vez, o que teve nas mãos nas duas épocas anteriores”, começou por afirmar Manuel Machado. O treinador referiu as dificuldades que vai encontrar com o FC Porto, mas garantiu que o Nacional vai fazer tudo para pontuar: “O próximo jogo é com um super emblema. Não se prevê que haja qualquer tipo de facilidades para se conseguirem pontos. Espero que o FC Porto também tenha muitas dificuldades para poder trazer pontos da Madeira. O FC Porto não está no melhor momento, mas tem individualidades que fazem a diferença. E um rasgo de talento pode decidir tudo”. O acesso às competições europeias continua a ser a grande prioridade de Manuel Machado, que afirmou que o “Nacional tem todas as condições para lá chegar”.
Miguel Lopes fratura tíbia e é operado hoje
Mundial em risco
O internacional português Miguel Lopes poderá ficar fora do Mundial2014 de futebol, depois de ter fraturado a tíbia na partida do Lyon, com o Guingamp, da 30.ª jornada da Liga francesa. Numa nota colocada no seu site, o Lyon precisa que o defesa português, de 27 anos, sofreu “uma fratura da extremidade inferior da tíbia da perna esquerda” e “será operado amanhã [hoje] no hospital Jean Mermoz pelo médico Bertrand Sonnery-Cottet”. “Miguel Lopes deverá a seguir [à cirurgia] ficar engessado durante seis semanas, antes de começar a recuperação e de poder retomar os treinos”, adianta a nota do clube francês. O Lyon refere que Miguel Lopes foi “vítima de uma lesão grave”, sendo o sétimo jogador da equipa principal a ficar indisponível para a competição, depois de Clément Grenier, Samuel Umtiti, Gueïda Fofana, Henri Bedimo, Milan Bisevac e Mouhamadou Dabo. Humberto Coelho, vice-presidente da Federação portuguesa (FPF), falou, ontem, sobre os objetivos de Portugal para o Mundial. “A primeira fase é importante, por isso vamo-nos colocar para sermos um dos dois primeiros da fase de grupos. Queremos passar à fase seguinte”, assumiu o dirigente federativo que acompanha as seleções principais de futebol.
Terรงa-feira, 25 de Marรงo de 2014
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ALDRABICE POLÍTICA A pergunta só pode ser uma: como é que há gente que ainda vai naquela palhaçada. Como é que há pessoas, mesmo que fervorosas adeptas de um partido, permitem que três horas antes de terminada uma reunião magna, as conclusões estejam publicadas no jornal da Madeira? Não seria isto, no mínimo, um motivo bastante para André Escórcio* denunciar e acabar ali a pouca-vergonha? Motivo mais do que suficiente para se levantarem e se colocarem pela porta fora? Onde está a coluna da dignidade? Aceitaram, como cordeirinhos, o que os faz cúmplices de tudo quanto está a acontecer na Madeira sob a égide de um só homem ou de um “homem só”. Está nas páginas do DIÁRIO: “(...) Pouco mais de meia hora depois do início dos trabalhos do Conselho Regional do PSD-M, já o Jornal da Madeira publicava, na sua página on-line, as conclusões que só seriam votadas mais de três horas depois”. Ora, este quadro, obviamente, que sempre foi assim, pois “cesteiro que faz um cesto faz um cento”. Ontem não foi o centésimo cesto, provavelmente a milionésima cacetada no lombo dos militantes. Em tempos li uma carta de contestação partidária assinada, não pelo militante x, mas do “meliante nº...”. Na altura fui ver o significado da palavra meliante: “canalha, desordeiro, malandro, safardana, velhaco, patife”. Ora, no exercício da política é o que mais existe. Gente que ocupa lugares de responsabilidade, mas no fundo comportam-se no quadro da permanente aldrabice. As pessoas são, apenas, um instrumento, mesmo que perante elas estejam uma ou duas horas a falar e a convencê-las de um dado caminho. Pessoas destas não interessam à política. Não interessam aos cidadãos. Primeiro estão eles e os seus directos e obedientes servidores, só depois quem dizem servir. São muitos anos “a virar frangos”, a brincar com as pessoas, a tirar daqui e a colocar acolá, a enxotar, subtilmente, quem não interessa, a mostrar sorrisos pela frente e a cortar na casaca minutos depois, a abanarem a cabeça que sim e, logo de seguida, a fazerem o que a sua histórica matriz comportamental dita. E a política não é nem pode assentar em um jogo de tabuleiro onde se mexem as peças a caminho do xequemate! A política não pode assentar na mentira, antes na verdade e na credibilidade. Mas ela está cheia de pessoas assim, obedientes e à espera que lhes caia da mesa uns restos onde alguns se banqueteiam. Ora, quem se verga é, claramente, meliante! www.comqueentao.blogspot.com
Portugueses em risco de pobreza aumentaram de 2011 para 2012
Número atingiu os 18,7% da população O número de portugueses em risco de pobreza aumentou entre 2011 e 2012, atingindo 18,7% da população, ou seja, quase dois milhões de pessoas, um valor que poderia aumentar para quase 50% se não existissem transferências sociais. Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EUSILC) do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados ontem e que mostram que em 2012 18,7% da população portuguesa estava em risco de pobreza, mais oito pontos percentuais do que em 2011. Um valor percentual que corresponde na realidade a 1.961.122 portugueses e que faz o INE apontar que se trata do “mais elevado desde 2005”. Segundo o INE, a taxa de risco de pobreza corresponde à proporção da população cujo rendimento equivalente se encontra abaixo da linha da pobreza, definida como 60% do rendimento mediano por adulto equivalente, que passou de 416 euros em 2011 para 409 euros em 2012. No entanto, se fossem tidos em conta apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, a percentagem de portugueses em risco de pobreza passaria dos 18,7% para 46,9%, ou seja, cerca de 4,9 milhões de pessoas. “Os
rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência contribuíram em 2012 para um decréscimo de 21,3 pontos percentuais (contra 20,2 pontos percentuais em 2011), resultando uma taxa de risco de pobreza após pensões e antes de transferências sociais de 25,6%”, aponta o INE. Em relação aos menores de 18 anos, o risco de pobreza também aumentou, tendo crescido 2,6 pontos percentuais em relação ao valor registado em 2011 e estando em 2012 nos 24,4%. Ao mesmo tempo, o risco de pobreza para a população em idade ativa foi de 18,4%, mais 1,5 pontos percentuais do quem em 2011, quando o valor foi de 16,9%. “Ao contrário, a taxa de risco de pobreza para a população idosa, 14,7%, manteve a tendência decrescente (…), expectável face ao crescimento médio das despesas com pensões de velhice ‘per capita’ que tem vindo a verificar-se desde o início do século (7%) ”, refere o INE. O risco de pobreza entre as pessoas desempregadas aumentou 1,9 pontos percentuais entre 2011 e 2012, chegando agora aos 40,2%, um aumento também sentido entre os que têm emprego, havendo 10,5% de pessoas que trabalham,
mas ainda assim estão em risco de pobreza. Entre as famílias com crianças a cargo, a taxa de risco de pobreza também aumentou, passando de 20,5% em 2011 para 22,2% em 2012. Segundo o INE, as taxas de risco de pobreza mais elevadas foram estimadas para os agregados constituídos por um adulto com pelo menos uma criança dependente (33,6%), pode dois adultos com três ou mais crianças (40,4%) e por três ou mais adultos com crianças (23,7%), que enfrentam pela primeira vez um risco de pobreza superior aos das pessoas que vivem sós (21,7%). Também a intensidade da pobreza aumentou entre 2011 e 2012, sendo nesse ano de 27,3%, o que significa um agravamento de 3,3 pontos percentuais relativamente a 2011. A taxa de intensidade da pobreza mede, em termos percentuais, a insuficiência de recursos da população em risco de pobreza. O INE regista ainda que se mantém uma “forte desigualdade” nas distribuições dos rendimentos e aponta que o rendimento monetário líquido dos 10% da população com maiores recursos era quase 11 vezes superior ao dos 10% da população com menores recursos.
“Stones” nos 10 anos do Rock in Rio-Lisboa
Venda de bilhetes começa hoje Os ícones do rock mundial, “The Rolling Stones”, acabam de confirmar presença na grande festa do 10º aniversário do Rock in Rio-Lisboa! No dia 29 de maio, os “Stones” sobem ao Palco Mundo para gáudio dos fãs e prometem incendiar o Parque da Bela Vista. Para garantir a realização deste concerto na Cidade do Rock, a organização alterou uma das datas do evento. O dia 23 de maio será substituído pelo dia 29 de maio e, desta forma, o Rock in Rio-Lisboa 2014 realiza-se nos dias 25, 29, 30 e 31 de maio e 1 de junho. A grandiosidade do espetáculo que a banda vai trazer ao Parque da Bela Vista obrigou também à alteração do preço dos bilhetes para este dia, que será de 69€. Os bilhetes ficam à venda a partir de hoje, em mais de 500 pontos de venda de norte a sul do país. Os “Stones” regressaram à estrada e, em fevereiro, deram início à 14 – ON FIRE Tour, depois de no ano passado terem percorrido os Estados Unidos e Reino Unido apresentando os seus êxitos em concertos espetaculares. A banda vai presentear os seus fãs no Parque da Bela Vista com êxitos como “Gimme Shelter”, “Paint It Black”, “Jumping Jack Flash”, “Tumbling Dice”, “It’s Only Rock ‘N’ Roll”, “Start Me Up” e “Satisfaction”, entre outros. “Esta era a grande surpresa que estávamos a preparar para os fãs do Rock in Rio-Lisboa! Na comemoração do nosso 10.º aniversário em Portugal, queremos agradecer ao nosso público e à cidade de Lisboa todo o carinho com que nos recebem desde 2004. E o que melhor para presentear os fãs do que
um cartaz onde constam os inigualáveis The Rolling Stones? Sem dúvida alguma será um espetáculo memorável na história do Rock in Rio!”, refere Roberta Medina, vice-presidente executiva do Rock in Rio. No último ano, Mick Jagger e companhia têm deliciado fãs em todo o mundo com o seu novo documentário “Crossfire Hurricane” e também com a edição de uma nova coletânea que reúne os seus grandes êxitos, “GRRR!” um concerto emblemático no festival britânico de Glastonbury e dois concertos esgotados no Hyde Park, em Londres, que deram origem ao DVD “Sweet Summer Sun - Hyde Park Live”. Preocupados em garantir a tranquilidade do público no momento da compra dos bilhetes, o Rock in Rio reforça a informação da vasta rede de pontos de venda que foi montada no país, com cerca de 500 pontos físicos e vários canais online para facilitar a compra dos bilhetes e evitar desconfortos. A venda de bilhetes para o dia 29 de maio começa hoje. Os bilhetes para os restantes quatro dias já se encontram à venda. O bilhete diário tem um valor de 61€ para os dias 25, 30, 31 de maio e 1 de Junho e de 69€ para o dia 29 de maio. Para quem quer adquirir o seu bilhete com a maior comodidade e ainda assegurar o privilégio de entrar por uma porta exclusiva na Cidade do Rock, a Vodafone disponibiliza na sua aplicação Rock in Rio o Vodafone m.Ticket, disponível na Google Play Store e em breve na Apple Store. Hoje, no dia de início de venda, a FNAC do
Colombo vai estar aberta, excecionalmente, até às 02h00 de forma a poder atender todos os fãs que queiram garantir o seu lugar no evento. Para todos que vêm de fora da Área Metropolitana de Lisboa, e por apenas mais 10 euros para além do preço do bilhete, o Rock in Rio Express inclui a viagem de ida e volta de autocarro de 22 rotas diferentes, em 36 cidades de Norte a Sul do país. O Rock in Rio Express está à venda, em exclusivo, em 81 lojas da Agência Abreu, permitindo uma forma cómoda de viajar, de qualquer ponto do país, até à Cidade do Rock. Os autocarros saem da origem em horários a combinar e regressam após o último concerto do Palco Mundo. O valor final do Rock in Rio Express fica assim em 79€ para o dia 29 de maio e 71€ para os restantes dias. A CP também volta a colocar à venda o ROCKCard CP, com preços entre os 74€ para partidas da Zona Centro, e os 80€ para partidas da Zona Norte do país. Para o dia 29 de maio, os valores são de 81€ (Zona Centro) e 87€ (Zona Norte). Pela primeira vez este ano, ROCKCard CP pode ser adquirido na Ticketline e rede de lojas aderentes, com cerca de 180 pontos de venda a nível nacional, para além de estar disponível nas bilheteiras das estações de Porto-Campanhã, Aveiro e Coimbra. Este produto inclui o bilhete do Rock in Rio-Lisboa 2014, a viagem de comboio ida/volta, esta última em comboio especial no final dos concertos, e o transfer de autocarro entre a Estação do Oriente – Cidade do Rock – Estação do Oriente.