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CLÁSSICO DE ALTO RISCO PSP ESPERA UMA LOTAÇÃO DE 35 MIL PESSOAS EM ALVALADE

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 206

Sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SEGURO DIZ QUE GOVERNO DÁ COM UMA MÃO E TIRA COM A OUTRA...

MENOS

D!NHEIRO n O líder do PS faz questão de avisar que a subida do Salário Mínimo Nacional para 505 euros vai aumentar o escalão de IRS de alguns trabalhadores, uma injustiça que pretende ver corrigida pelo Parlamento. “Os trabalhadores que recebem o salário mínimo vão ser prejudicados, porque alguns deles têm diuturnidades e com o aumento e essas diuturnidades são empurrados para um escalão superior”, destacou Seguro, considerando que muito trabalhadores “são prejudicados porque levam menos salário para casa”...

PORTO

Câmara vai apresentar “novo sistema de comunicação gráfica”

GREVE

SEP exige contratação de mais enfermeiros e valorização da profissão

FUNDOS

Portugal ainda tem 3600 milhões de euros disponíveis


local porto

2 | O Primeiro de Janeiro

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

Câmara do Porto quer consolidar imagem da cidade

“Vai deixar de ser verde” A Câmara do Porto apresenta na segundafeira um “novo sistema de comunicação gráfica”, que pretende consolidar a imagem da cidade e oferecer-lhe o seu “I love New York”, mudando sites, serviços e a cor verde do logotipo municipal. “Vai deixar de ser verde”, adiantou fonte da autarquia, rejeitando a intenção de “mudar a imagem” da cidade e explicando o objetivo de interpretá-la graficamente: “Queremos uma imagem que, podendo ter variações e dinâmica, se consolide como a imagem do Porto. A Câmara quer oferecer à cidade o seu «I love New York» [imagem de marca da cidade americana de Nova Iorque], com as devidas distâncias. Mas será uma imagem aplicável à comercialização de produtos turísticos, por exemplo”. Na mudança, que vai ser apresentada pelo presidente Rui Moreira um ano depois da vitória nas autárquicas de 2013 e vai estar visível para a cidade já na terça-feira, a autarquia gastou cerca de 40 mil euros, “menos do que custava anualmente a revista municipal” do anterior executivo, atualmente “suspensa” e com “200 mil euros previstos no orçamento para quatro edições”, adiantou a fonte

Artistas de grafites juntam-se na Maia

“Reabilitar paredes”do Parque Central

PORTO. Câmara Municipal vai apresentar segunda-feira um logotipo que é “a cara da cidade” da Câmara. A “cor ou cores” do novo logotipo, de cerca de 20 mil euros, permanecem em segredo até segunda-feira, num trabalho da autoria do gráfico portuense Eduardo Aires, que em 2012 venceu o um prémio Red Dot, no qual se distinguem alguns dos melhores trabalhos de design de comunicação do mundo. De acordo com Nuno Santos, adjunto do presidente da Câmara e assessor de comunicação, o logotipo vai ter “a cor ou cores” que se considerou que, “neste momento, o Porto tem”. “A intenção não é mudar a imagem ao Porto. É interpretar graficamente aquilo que é hoje o Porto e o Porto que que-

remos projetar nacional e internacionalmente”, descreveu. Durante “meses de trabalho de bastidores”, Nuno Santos e o presidente da autarquia, quiseram resistir ao “mudar apenas o logotipo”, revelou o assessor. “O logotipo tem de ser a cara da cidade. Tivemos de perceber que o timing do logotipo não é político. É o sistema de comunicação da cidade, não o sistema de comunicação de um presidente de câmara”, vincou. De resto, o processo vai mais além e inclui, por exemplo, novas páginas da Internet da Câmara, “mais modernas, com uma nova tecnologia e adaptadas a smar-

tphones”. O custo desta modificação rondou os 20 mil euros e a intenção é continuar a desenvolver os sites “até ao fim do ano”. O novo sistema abrange ainda a imagem dos serviços municipais de atendimento ao público. “Este vai ser um processo gradual com respeito pelos dinheiros públicos. Não temos milhões de euros para mudar radicalmente a imagem da cidade de um dia para o outro. Mas as coisas estragam-se e, à medida que se forem estragando, vão sendo substituídas por outras com a nova imagem”, esclareceu Nuno Santos. Mas, avisa, “a cidade vai acordar no dia 30 com sinais de que algo mudou”.

Festival Internacional de Marionetas do Porto

Homenagem à fundadora no Rivoli O Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), que vai ter a 25.ª edição entre 10 e 18 de outubro, incluirá uma homenagem à fundadora do evento, Isabel Alves Costa, a decorrer no Rivoli, anunciou a organização. Na apresentação da programação, que decorreu no Teatro Nacional São João (TNSJ), o diretor artístico do FIMP, Igor Gandra, realçou que a homenagem, a decorrer no dia 16 de outubro, vai ser realizada em parceria com o Rivoli Teatro Municipal e com as Comédias do Minho, duas estruturas que também elas foram dirigidas por Alves Costa, falecida em 2009. O orçamento do festival deste ano é “ligeiramente melhor” do que o de 2013, explicou Igor Gandra, o que se deve ao TNSJ, sendo dada continui-

dade às atividades com as escolas, que, no caso da do Lagarteiro e da Leonardo Coimbra, vão ser palco do Teatro Dom Roberto, pelas Marionetas da Feira. O FIMP inicia-se no dia 10 de outubro no Centro Português de Fotografia (CPF), onde vai estar patente a exposição “Madame Panckouck” de Stefano Tedioli, italiano que vai dar uma oficina nos dias 11 e 12, também no CPF. Numa sessão em que quer Igor Gandra quer o diretor artístico das Comédias do Minho, João Pedro Vaz, destacaram que o Rivoli “recuperou a sua missão de serviço público da cultura”, o responsável pelos teatros municipais da cidade, Tiago Guedes, disse esperar que 2015 possa ser o começo de “outro tipo de relação”, num

“reativar de relações artísticas” com várias entidades do Porto. O FIMP vai contar ainda com vários outros espetáculos e sessões de cinema, desde “Agapornis”, do Teatro de Marionetas do Porto, em cena no Teatro Carlos Alberto dias 10 e 11 de outubro, a “A Casa”, das Comédias do Minho, nos claustros do Mosteiro de São Bento da Vitória, dia 18. Pelo meio, haverá ainda “O Ciclo do Linho” pelo Teatro da Marca Branca, em diversos espaços comerciais da cidade, desde a FNAC do Norteshopping passando pela Ovelha Negra, para além do ciclo de cinema documental Marionnettes du Monde, da Acrobates Films, nos auditórios da Junta de Freguesia de Campanhã e da do Bonfim.

Cerca de 20 artistas de grafites, nacionais e internacionais, reúnem-se no fim de semana na Maia para “reabilitar paredes” no Parque Central, mostrando assim à população “esta linguagem universal”. O evento “Just Writing My Name”, organizado com o apoio da Câmara da Maia, acolhe nomes de peso do grafite internacional, como AtomOne, Klark Kent, Sax e Utupia. Em declarações, a artista Rafi, formada em arquitetura mas que se dedica há sete anos a esta arte urbana, afirmou que este evento reunirá 21 artistas nacionais e de Espanha, França, Alemanha e Brasil. Este encontro, que durante o ano acontece por todo o mundo em várias cidades, conta com o apoio da Câmara da Maia. Nesta 2.ª edição do encontro na Maia (a primeira decorreu há um ano), os grafites vão ser pintados nas paredes poente e norte de um restaurante no Parque Central, nos cubos de sustentação das claraboias e na rampa de saída do estacionamento daquele parque. “O tema escolhido para as obras de arte é ‘Playground’”, anunciou a autarquia. A par dos grafites, o encontro conta ainda com sessões de body paint, ilustração e música. Para Rafi, o grafite, “muito mais do que pintar paredes, é uma linguagem universal”. A artista congratula-se com o facto de as autarquias darem agora mais atenção a esta expressão artística, “que comunica” com as cidades e as suas populações. A Câmara da Maia entende que o concelho “tornou-se um ponto de referência no roteiro mundial de arte urbana” com a realização, pelo segundo ano consecutivo, deste encontro dedicado ao grafite.


regiões

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Homem sequestrado cinco horas em Canas de Senhorim

Final feliz Intervenção tática da GNR pôs cobro ao sequestro. O suspeito, de 76 anos, não ofereceu resistência e foi detido.

Trabalhadores do CHLO

Abaixo-assinado exige 35 horas semanais

Trabalhadores do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental entregaram, ontem, à administração do Hospital de São Francisco Xavier um abaixo-assinado com mais de 700 assinaturas a reivindicar o regresso às 35 horas semanais. Os profissionais de saúde pedemm ainda, à administração do CHLO que responda às propostas de acordo coletivo de trabalho apresentadas pelo sindicato e denunciam a “grave falta de pessoal e os ritmos de trabalho desumanos” praticados no centro hospitalar, explicou Ana Pais, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas. O conselho de administração do CHLO confirmou a receção do abaixo-assinado, acrescentando que tudo estava “a funcionar dentro da normalidade”.

Um homem foi, ontem, detido em Canas de Senhorim, Nelas, depois de ter sequestrado um outro homem. Após cinco horas retido em casa de um emigrante português em França, a vítima, um construtor civil, foi libertada e o suspeito detido pela GNR. O porta-voz da GNR, Marco Cruz, disse que não foi preciso utilizar a força para libertar a pessoa sequestrada do interior de uma residência e que “tudo se resolveu da melhor forma”. O detido foi levado para as instalações da GNR de Canas de Senhorim. Na casa do suspeito foi encontrada uma motosserra e confirmou-se que o homem não estava armado. Segundo o Jornal de Notícias,

Canas de Senhorim. Suspeito terá convidado o empreiteiro a visitá-lo em casa para resolverem um diferendo

foi uma intervenção tática da GNR pôs cobro ao sequestro. O suspeito, de 76 anos, não ofereceu resistência e foi detido. Uma mulher, que também estaria no interior desta residência, em Lapa do Lobo, foi igualmente libertada, embora, e ainda de acordo com a GNR, “tivesse liberdade de movimentos dentro de casa”. Ao contrário do que se pensava inicialmente, a senhora é a companheira do suspeito, não da vítima. Saiu, no entanto, acompanhada da GNR, cerca das 14h00. O suspeito terá convidado o empreiteiro a visitá-lo em casa para resolverem um diferendo relativo a umas obras. O homem alega ter pago ao construtor civil 30 mil euros para fazer uma obra em casa, que não terá sido realizada até ao momento, como estaria acordado entre ambos. O empreiteiro terá dito ao emigrante que a obra estava feita, mas ao voltar a Portugal, após um período em França, o suspeito terá constatado que era mentira.

Chamadas falsas para INEM

Três meses de prisão

Agricultores do Alentejo preocupados com chuva

Um homem foi condenado, pelo Tribunal da Relação do Porto, a três meses de prisão por chamadas falsas para o INEM, que mobilizou dezenas de militares da GNR, bombeiros, ambulâncias e helicópteros. Segundo a sentença, o homem de 52 anos fez um telefonema anónimo, de um telemóvel que não permite receber chamadas, a 1 de feverei-

ro de 2012, às 13h28, para a linha de emergência 112, referindo ter sofrido um despiste e caído a um precipício, na carrinha da empresa de construção civil, na autoestrada A24, sendo o único sobrevivente dos seis ocupantes. O indivíduo frisou que estava encarcerado e precisava de ser socorrido, não sabendo precisar o local por, alegadamente, estar

Assembleia Municipal de Viana do Castelo

A Associação dos Agricultores do Concelho de Serpa (AACS), no Baixo Alentejo, manifestou-se, ontem, preocupada com as consequências da chuva deste mês em produções agrícolas da região, sobretudo de milho e azeitona. Em comunicado, a AACS refere que, para os produtores de milho, a chuva deste mês “vai acarretar imediatamente um atraso na colheita de duas a três semanas”, considerando que deixaria de chover atualmente. A chuva “vai também implicar um aumento direto dos custos de secagem do milho”, que, associados aos “baixos preços” praticados atualmente, “pode significar a diferença entre o lucro e o prejuízo”, indica. Segundo a AACS, a chuva vai prejudicar também os produtores de gado, “porque a palha de milho não vai poder ser aproveitada como forragem para os animais”. Por outro lado, os olivicultores “temem” que a aplicação de tratamentos tenha como consequência o atraso da apanha da azeitona.

Ativistas antitouradas contra venda da praça Um grupo de ativistas antitouradas vai, hoje, à Assembleia Municipal de Viana do Castelo para manifestar, de forma “pacífica”, a sua oposição à venda da praça de touros da cidade, disse a portavoz do movimento, Ana Macedo. “A praça de touros deve ficar sempre como uma pertença da cidade. É um espaço muito bonito que deve recuperado e transformado num local de paz em vez de tortura”, afirmou a porta-voz do movimento “Touradas em Viana? Não obrigado”. Esta posição surge na sequência do anúncio, esta semana, da proposta de aquisição da praça de touros, encerrada desde 2009, a apresentar pelo movimento de aficionados «Vianenses pela Liberdade».

um “nevoeiro intenso”. Uma hora depois, fez novo telefonema reiterando o pedido de ajuda. Os operadores da linha de emergência perceberam que se trataria de uma chamada falsa quando, contactada a mulher e o filho, por pedido do homem, estes referiram que ele estava desempregado, logo não poderia ter tido um acidente numa carrinha de trabalho.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

Seguro pretende corrigir “injustiças” com aumento do SMN

Professores recorrem à Assembleia da República

“Alguns vão levar menos dinheiro para casa por causa do IRS”

Resolver problema do erro na contratação

O líder do PS diz que o aumento do Salário Mínimo Nacional vai aumentar o escalão de IRS de alguns trabalhadores, uma injustiça que pretende ver corrigida pelo Parlamento. “Os trabalhadores que recebem o salário mínimo vão ser prejudicados, porque alguns deles têm diuturnidades e com o aumento e essas diuturnidades são empurrados para um escalão [de IRS] superior”, afirmou António José Seguro, considerando que muito trabalhadores “são prejudicados porque levam menos salário para casa”. Nas Caldas da Rainha, onde visitou as Faianças Bordallo Pinheiro, o líder do PS adiantou ter tido “oportunidade de verificar esta questão”, na qual disse que o partido irá trabalhar para ver se consegue “no seio do parlamento introduzir justiça”. Para Seguro, “não tem sentido as pessoas receberem mais salário e no final do mês levarem menos salário para casa porque os impostos levam muito mais do que o aumento desse salário mínimo”, destacou, comentando assim o aumento do Salário Mínimo Nacional de 485 euros para 505 euros na sequência do acordo firmado na quarta-feira entre as confederações patronais, o Governo e a UGT.

SEGURO. O líder do PS diz que o seu partido “tem, por princípio, uma posição sempre favorável ao apuramento da verdade seja em comissão de inquérito seja noutra situação qualquer” O líder do PS admitiu ainda abertura para apoiar uma eventual comissão de inquérito à situação do primeiroministro enquanto deputado, mas reafirmou que o importante é que Passos Coelho esclareça o país. “O Partido Socialista, por princípio, tem uma posição sempre favorável ao apuramento da verdade seja em comissão de inquérito seja noutra situação qualquer”, disse. Questionado sobre o apoio do PS a uma eventual comissão de inquérito que o Bloco de Esquerda (BE) admitiu propor, António José Seguro sublinhou que o importante é que “o primeiroministro esclareça o país”, nomeadamente sobre “se recebeu dinheiro de uma empresa e não o declarou em IRS,

se estava ou não em exclusividade, porque é que pediu a reintegração e o consequente subsídio de reintegração”. Para o líder do PS, Passos Coelho “deve um esclarecimento ao país” e não deve remeter os esclarecimentos para a Procuradoria-Geral da República. “O primeiro-ministro não está acima da lei”, sublinhou, reafirmando a exigência de “transparência na vida pública”, seja para “os membros do PS, para todos os titulares de cargos públicos” ou, “por maioria de razão para o primeiroministro”, concluiu António José Seguro, que falava aos jornalistas nas Caldas da Rainha, onde visitou as Faianças Bordallo Pinheiro. Na terça-feira, o primeiro-ministro

anunciou que iria pedir à PGR que esclareça se cometeu ou não algum ilícito relativo às suas obrigações legais e fiscais enquanto foi deputado – um requerimento que foi enviado na quarta-feira - e do qual prometeu tirar “todas as consequências”. O pedido do primeiro-ministro acontece depois de a revista Sábado ter noticiado que a PGR recebeu uma denúncia sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade entre 1995 e 1999 (e que ascenderiam a 150 mil euros) e o jornal Público ter revelado que, no final do seu mandato, o atual primeiro-ministro requereu - e foi-lhe concedido - um subsídio de reintegração de cerca de 60 mil euros, por ter invocado essa mesma exclusividade. A secretaria-geral da Assembleia da República, em esclarecimentos emitidos nos últimos dias, afirmou que “não existe” no parlamento uma “declaração de exclusividade” de Pedro Passos Coelho enquanto deputado entre 1995 e 1999 e que a posterior atribuição de subsídio de reintegração ter-se-á baseado na “situação factual relativa aos dados sobre os rendimentos do período em causa”. Questionado sobre as críticas de Mário Soares, que na quarta-feira numa conferência em Portimão o acusou de “dizer asneiras” e o desafiou a demitir-se, Seguro recusou comentar as afirmações do histórico do partido, mas afirmou-se convicto de que irá “vencer as eleições no domingo”, data em que disputa com António Costa a liderança do PS.

PSD confirma Passos Coelho no debate parlamentar de hoje

“O primeiro-ministro vai responder a todas as perguntas” Depois de Marques Mendes ter revelado que as questões relativas ao estatuto e remunerações do primeiro-ministro, enquanto foi deputado na década de 90, não foram abordadas no Conselho de Ministros, o líder parlamentar do PSD confirmou que o primeiro-ministro responderá hoje “a todas as perguntas” no debate quinzenal, considerando que as questões relacionadas o mandato de deputado de Passos Coelho têm um plano judicial e político. “O senhor primeiroministro estará amanhã no debate quinzenal e responderá a todas as perguntas que os partidos, quer os da oposição, quer os da maioria, lhe vão dirigir e é assim que deve ser”, afirmou Luís Montenegro aos jornalistas. O líder parlamentar do PSD afirmou ainda ter a certeza que será isso vai acontecer e disse aguardar “aquilo que vai ser o debate e o plano político do debate”.

“Não podemos é confundir os dois planos, o plano do debate político, e o plano de um processo judicial que porventura pode existir e tem que seguir nos seus termos normais”, declarou o líder parlamentar social-democrata após a reunião do grupo parlamentar. Luís Montenegro argumentou que a questão tem uma dimensão judicial porque existiu uma denúncia anónima à Procuradoria-geral da República (PGR) , defendendo, assim a decisão de Passos Coelho em pedir a essa instituição que esclareça se cometeu algum ilícito. “Aquilo que o senhor primeiro-ministro fez foi requerer esse esclarecimento para o órgão competente”, afirmou, sustentando que não se pode estar a pedir “permanentemente aos agentes políticos que respondam a denúncias anónimas que não são conhecidas”. “Estamos na presença, tanto quanto a informação que

está disponível, de uma denúncia anónima que porventura terá desencadeado um procedimento no âmbito da PGR, mas uma cujo teor e cujo fundamento nós não conhecemos”, disse. Perante a insistência dos jornalistas sobre a possibilidade de o próprio primeiro-ministro esclarecer se recebeu dinheiro da empresa Tecnoforma ou de uma organização a ela ligada enquanto foi deputado na década de 1990, Montenegro respondeu: “O senhor primeiroministro vai esclarecer o quê? Esclarecer aquilo que dizem os jornais acerca de um processo de investigação no qual ainda não participou, ao qual não foi chamado”. Por outro lado, de acordo com o líder parlamentar do PSD, a Assembleia da República deve prestar esclarecimentos sobre o regime em que Passos Coelho exerceu o mandato de deputado, quer

através da documentação que foi pedida pelo PCP ou “de uma outra diligência feita por uma comissão que é uma comissão competente para tratar das questões dos mandatos”, a comissão de Ética. “Achamos que é importante que essa documentação tenha sido requerida porque acreditamos que o parlamento também tem instrumentos para clarificar tudo aquilo que possa ser importante nesse domínio”, disse acerca dos documentos pedidos pelo PCP. Segundo Montenegro é também relevante que o parlamento esclareça as diversas mudanças legais a que foram sendo sujeitos os regimes pelos quais os deputados exercem os seus mandatos. O líder expressou a “coesão total do grupo parlamentar” em torno do Governo e do primeiro-ministro e “uma confiança inabalável” na forma como Passos Coelho “tem exercido cargos públicos”.

Sete organizações sindicais de professores querem que seja a Assembleia da República a resolver o problema do erro na contratação de professores, por falta, dizem, de “responsabilidade política” do Ministério da Educação. Em causa está um erro na “harmonização de escalas” na fórmula matemática usada para calcular a classificação dos professores nas listas de colocação nas escolas (Bolsa de Contratação de Escolas – BCE), criado este ano para dar resposta às necessidades das escolas com contrato de autonomia e escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária). Os erros levaram o ministro da Educação a pedir desculpa, no Parlamento, na semana passada. Hoje, em conferência de imprensa, as organizações sindicais, representadas por Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), disseram que perante a ausência de soluções “a responsabilidade política já não está” no ministro mas onde ele se comprometeu em resolver o problema, que foi no Parlamento. A Assembleia da República “tem capacidade para fazer uma medida legal que resolva o problema”, e os sindicatos até sugerem uma solução para a colocação dos docentes em falta, usando “a reserva de recrutamento que existe”, disse Mário Nogueira. Porque do Ministério da Educação, acrescentou, os professores já nada esperam. Porque o ministro prometeu resolver o problema na segunda-feira e ainda não o fez. Porque os sindicatos desde terça-feira que estão a pedir reuniões a Nuno Crato, sem resposta, e agora do Ministério “nem os telefones atendem”. É Mário Nogueira quem o diz, frisando: “Já nem vale a pena ir ao Ministério”. E diz ainda o sindicalista que há de facto um problema sério por resolver, que não pode ser minimizado como faz, diz, o Governo, e com o ministro da tutela a ignorar os “sindicatos mais maioritários” dos professores. Em resumo estão por colocar 30 mil professores e há por preencher entre 4.000 a 4.500 lugares nas escolas. “Estamos a falar de 400 mil alunos” sem aulas e o ministro pode dizer que representam dois por cento dos professores os que estão por colocar mas a verdade é que “um terço dos alunos do básico e secundário” não tem os professores todos, referiu. Mário Nogueira disse também que tem de se começar a rever o regime de concursos, para que no próximo ano não se repitam os problemas, e disse que ainda hoje os sindicatos enviarão aos grupos parlamentares uma proposta para resolver de imediato a falta de professores nas escolas. Quanto aos professores que não fizeram a prova de avaliação de conhecimentos e que por isso foram excluídos das listas, o secretário-geral da Fenprof disse que os docentes em causa estão a entregar ações administrativas e providências cautelares nos tribunais, e que a Provedoria de Justiça já deu razão aos professores. Tudo razões mais do que suficientes, acrescentou, para os professores participarem no Dia Mundial do Professor, a 05 de outubro, com uma marcha entre o Rossio e o Largo Camões, em Lisboa, com cada professor a carregar um livro para oferecer. As palavras de ordem já estão escolhidas: “temos orgulho em ser professores, não deixaremos que nos destruam, exigimos respeito”.


Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro | 5

Números referentes ao anterior programa de fundos comunitários

3600 milhões de euros do QREN para gastar Autoridades de gestão que ultrapassem, anualmente, os prazos médios estipulados para pagamentos e decisões serão substituídas.

Com plano de contra de ativos do BCE

Alemanha insatisfeita O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou, ontem, que “não está particularmente satisfeito” com o plano de compra de ativos do Banco Central Europeu por considerar que interfere com as funções de supervisão. “Não estou particularmente satisfeito com o debate sobre a compra de títulos”, disse o ministro numa intervenção no parlamento. “Devemos considerá-la cuidadosamente”, acrescentou. O ministro, que explicava no parlamento o papel de supervisão do BCE no âmbito da união bancária, afirmou que esta deve separar-se das suas funções como autoridade monetária para evitar “conflitos de interesses ou possíveis conflitos de interesses”. O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou no início de setembro que a partir de outubro o banco começará a comprar ativos, numa iniciativa destinada a estimular o crédito e o crescimento e afastar o risco de deflação. Ontem, numa entrevista ao diário económico da Lituânia Verslo Zinios, Draghi, afirmou que espera que a zona euro registe um crescimento moderado no segundo semestre deste ano, ajudada pelas últimas medidas de estímulo da instituição. O líder do BCE comprometeu-se “a fazer mais, caso seja necessário”.

O Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse, ontem, que espera ter 5% do novo quadro de fundos comunitários (Portugal 2020) executado até ao final de 2015. “Esta é provavelmente a programação mais célere que alguma vez ocorreu”, afirmou o governante após o Conselho de Ministros onde foram aprovadas as regras gerais de aplicação dos programas do próximo ciclo de fundos europeus, para o período 2014-2020. O ministro Poiares Maduro adiantou que, além da aprovação dos regulamentos, estão a terminar as negociações dos programas operacionais, que devem estar concluídas “nas próximas semanas”. Em outubro serão nomeadas as autoridades de gestão e o Governo espera abrir os primeiros concursos a partir de novembro e “iniciar os movimentos financeiros em dezembro”. O responsável do Governo enalteceu também a boa execução do anterior programa de fundos comunitários, o QREN, que ultrapassa os 80% e disse que vai ser possível conjugar a aplicação dos fundos do anterior quadro com os do novo Portugal 2020. Frisou ainda que os regulamentos do novo programa estão “orientados para os resultados”, o que vai determinar montantes diferentes a pagar aos beneficiários, bem como ponderações diferentes nas candidaturas subsequentes desses beneficiários. Também diferenciada vai ser a ponderação entre os diferentes territórios, podendo vir a ser beneficiados os de baixa densidade. Milhões para economia e País

Portugal ainda tem 3600 milhões de euros do anterior programa de fundos comunitários, mas o ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional acredita que não vai ser necessário devolver “um único euro

a Bruxelas”. “É dinheiro que vamos injetar na economia e no País, ao longo dos meses que permanecem até ao final de 2015 sendo a nossa convicção de que o país não irá devolver um único euro a Bruxelas”, afirmou. Sobre o anterior quadro (QREN), que continua em funcionamento até ao final de 2015, adiantou que tem uma taxa de execução de 82%, “a melhor taxa de execução da União Europeia”, o que dá mais razões “para estar confortáveis” com a convicção de que será possível “executar plenamente todos os fundos”. Poiares Maduro adiantou que vai ser possível conjugar a aplicação de fundos do QREN com os do novo Portugal 2020, cujo período de programação decorre entre 2014 e 2020 e conta com um envelope financeiro de cerca de 25 mil milhões de euros. Acrescentou ainda que no caso de algumas empresas ou serviços públicos não executarem completamente os contratos que têm, o Governo comprometeu dinheiro acima das disponibilidades para ficar com uma folga que garanta que toda a dotação financeira é executada e que não haja dinheiro a ser devolvido a Bruxelas. “Esta folga está situada nos 6%” e corresponde a pouco mais de 1.200 milhões de euros, afirmou, adiantando que ainda estão a ser abertos “concursos como reservas para o caso destas folga se mostrarem insuficiente”. Portugal 2020. Governo espera ter 5% do novo quadro de fundos comunitários executado até ao final de 2015

Europa em dia negativo

Bolsa de Lisboa fecha a sessão a desvalorizar O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, encerrou a sessão de ontem a baixar 1,29% para 5.679,87 pontos, acompanhando a tendência negativa dos mercados europeus de referência. Das 18 cotadas que atualmente compõem o PSI20, 13 desvalorizaram, uma ficou inalterada face à cotação da véspera (a Portucel, nos 3,02 euros), e

as restantes quatro subiram. No resto da Europa, as perdas variaram entre os 0,68% de Madrid e os 1,59% de Frankfurt, num dia marcado por «ataques» da Alemanha ao BCE. Por outro lado, os juros da dívida portuguesa a cinco anos desceram para 1,667%, contra 1,732%. Na maturidade dos dez anos, os juros da dívida subiram para os 3,103%. Já a dois anos também subiram no mercado secundário para 0,416%, contra 0,398% no encerramento da sessão de quarta-feira.

Gestores afastados

Poiares Maduro disse, ainda, que as autoridades de gestão que ultrapassem, anualmente, em 20% os prazos médios estipulados para pagamentos e decisões relacionadas com fundos comunitários serão substituídas. “Não há mecanismo mais eficaz de garantir, no futuro, o cumprimento dos prazos do que a regra que impõe a substituição das autoridades de gestão ou dos organismos intermédios que ultrapassarem, numa base anual, em 25% os prazos médios de decisão que estão estipulados”, disse. A assessoria de imprensa de Poiares Maduro corrigiu posteriormente esta informação, substituindo os 25% por 20% e adiantou que esses prazos serão de 45 dias para pagamentos e de 60 dias para aprovação de candidaturas.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

Sporting e FC Porto defrontam-se hoje sem poderem perder pontos

Clássico mais importante do que o esperado Já atrasados em relação ao Benfica, «leões» e «dragões» têm de vencer. Marco Silva rejeita jogo decisivo.

sair por cima e a conquistar três pontos. Estes jogos decidemse nos pormenores”, salientou. Marco Silva, que rejeitou comentar a situação do egípcio Shikabala ou revelar a equipa que vai escolher, considerou ainda que num «clássico» não existem favoritos. “Nunca preparamos o jogo em função do adversário. Respeitamos o adversário e temos a estratégia que achamos que nos deixa mais perto de vencer, mas não alteramos nada. O nosso objetivo é vencer o jogo e em ‘clássicos’ não interessa muito falar em favoritismos”, frisou.

Sporting e FC Porto encontramse, hoje, em Alvalade, num clássico já com maior importância do que ambos desejariam, pois, volvidas cinco jornadas da I Liga, seguem já atrasados em relação ao campeão Benfica. Mesmo tendo tido cada qual apenas um jogo de maior exigência, os «leões» já cederam três empates e os «dragões» dois, o que significa que, para já, os treinadores Marco Silva e Julen Lopetegui «perdem» com Leonardo Jardim e Paulo Fonseca, os seus respetivos antecessores no cargo. O embate de Alvalade será o sétimo jogo oficial da época para o Sporting e o nono para o FC Porto, sendo que nenhuma das equipas ainda perdeu: dois triunfos e quatro empates dos «leões» e seis vitórias e dois empates dos «dragões». O encontro tem início às 20h30, no Estádio José Alvalade, com arbitragem de Olegário Benquerença (Leiria).

“Não tememos nada”

“Jogo não é decisivo”

Em conferência de impresa, o treinador do Sporting afirmou que o jogo não é decisivo e que o objetivo é errar menos que o adversário para conquistar três pontos. “Um clássico, não só pelos pontos mas pelo impacto que tem conquistar três pontos num jogo destes, tem importância e sabemos o apoio que vamos ter dos nossos adeptos. Agora não me parece que um jogo à sexta jornada seja decisivo, é precoce entrar nesse caminho”, disse Marco Silva. O técnico dos «verde e brancos» rejeitou a ideia que o adversário esteja mais fraco pela ausência do castigado Maicon e lembrou o investimento feito pelo FC Porto, mas garantiu que a equipa não teme o adversário. “É equipa forte e vamos ter dificuldades, mas de certeza que também vamos colocar dificuldades ao nosso adversário. Importa é que sejamos nós a cometer menos erros, a

Liga. Encontro entre Sporting e FC Porto tem início às 20h30, em Alvalade, com arbitragem de Olegário Benquerença

Mundiais de ciclismo

Portugal unido em torno do campeão Rui Costa

André Cardoso, Sérgio Paulinho e José Mendes, parte da seleção portuguesa de elite nos Mundiais de ciclismo, estão unidos numa missão comum: defender o título de Rui Costa. “Todos nós sabemos que vimos para este mundial com o objetivo de ajudar o Rui a revalidar o título. Essa é a minha missão”, afirmou Sérgio Paulinho. “O Rui é o

nosso homem que, pelo que fez no ano passado e este ano, é favorito. Temos todos consciência que estamos aqui para o ajudar e, se possível, renovar o título de campeão do mundo”, frisou também José Mendes. O «arco-íris» Rui Costa chegou apenas ontem a Lugo, depois de ter estado a treinar em Andorra no início da semana, onde se cruzou com o medalha de prata do ano passado, o espanhol Joaquim Rodriguez (Katusha) - a foto dos dois, sorridentes, foi partilhada por ambos no twitter.

O técnico defendeu que o FC Porto é uma equipa que vale pelo seu coletivo e recusou comparar o adversário em relação à época passada, lembrando as muitas aquisições dos «dragões» e a mudança na equipa técnica. “Respeitamos o adversário mas não tememos nada. Nem sempre se conseguem vitórias, mas não existe mais pressão. Cada um vai dar o máximo para vencer. Queremos sempre ganhar e jogar bem. Trabalhamos para oferecer isso aos nossos adeptos, mas sabemos que só após o jogo é que podemos ver o que aconteceu”, defendeu. Sobre o jogo com o Chelsea, da segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, o técnico disse que não falou ainda com os jogadores sobre a equipa de José Mourinho. “Não falámos uma única vez do Chelsea. Pensamos jogo a jogo, só a partir de sábado [amanhã] é que vamos dar atenção ao Chelsea”, concluiu. O treinador do Sporting desejou, ainda, as maiores felicidades a Fernando Santos no cargo de selecionar nacional, afirmando que espera que Portugal esteja presente na próxima grande competição. “O importante a dizer agora, e já o fiz pessoalmente, é desejar ao Fernando Santos as maiores felicidades à frente da nossa seleção e nós, Sporting, estaremos disponíveis para colaborar sempre”, afirmou. Marco Silva disse ainda que o que todos desejam, nesta nova fase da seleção nacional, é que alcance o sucesso e que esteja presente na próxima grande competição.

Jesus diz que campeonato é a prioridade

Benfica sem poupanças O treinador do Benfica rejeitou fazer “poupanças” frente ao Estoril, amanhã, tendo em vista o embate de quartafeira da Liga dos Campeões, reafirmando que “o grande objetivo é voltar a ser campeão”. “O grande objetivo do Benfica é voltar a ser campeão. Vencer duas vezes seguidas, o que eu nunca consegui no Benfica. A ‘Champions’ é importante, mas mais importante é voltar a ser campeão”, frisou Jorge Jesus, em conferência de imprensa. Quanto ao adversário, o treinador do Benfica disse que se trata de “uma boa equipa, com bons jogadores, com bom treinador e bem organizada”, frisando que “normalmente, é difícil para as equipas chamadas ‘grandes’ saírem da Amoreira com os três pontos” e que, para isso, é preciso “estar ao nível dos últimos jogos”. Hoje, o Sporting (sexto) recebe o FC Porto (três) e Jesus não tem preferências: “É um clássico, entre duas equipas boas, dois rivais querem ganhar. Não nos interessa muito para o campeonato”. “Mais importante do que o SportingFC Porto, é o Benfica ganhar ao Estoril”, rematou. Por outro lado, o Benfica apurou um resultado líquido de 4,6 milhões de euros em base individual na época passada, sendo o quinto ano consecutivo em que o clube da Luz apresenta lucros.


Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014

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EXCLUSÃO COMPETITIVA O País não ficou minimamente surpreendido com o facto dos dirigentes do FC do Porto terem recusado ocupar os seus lugares na tribuna do Estádio José Alvalade no próximo SC Portugal x FC Porto. E não ficou porque, de uma maneira geral, os clubes de futebol, numa Gustavo Pires* lógica de guerra-fria, estão em conflito aberto pelo que qualquer acordo circunstancial de paz entre eles só serve para, numa estratégia de sobrevivência, recuperar forças para próxima batalha. Tal facto não se fica a dever aos dirigentes em si e, muito menos, aos clubes. Os dirigentes limitam-se a gerir um jogo de soma nula que é o campeonato em que o vencedor ganha tudo. Por isso, a luta para o primeiro lugar acaba por ser uma luta fratricida na medida em que a vitória está transformada numa questão de vida ou de morte. É o chamado Modelo Europeu de Desporto que, institucionalizado na perspetiva corporativista do Estado Providência na segunda metade do século XX, começou a entrar em colapso com a lógica da nova economia que hoje orienta as modalidades desportivas que têm um valor económico acrescentado determinante, que decorre do espetáculo desportivo consumido pelos adeptos. Em consequência, a menos que seja arrepiado caminho, no atual modelo económico liberal de economia de mercado, o modelo de competição desportiva a continuar a funcionar num sistema aberto de soma igual a zero vai conduzir os clubes a nível nacional e internacional a uma luta de morte com enormes prejuízos sociais, económicos e políticos. Claro que não faltarão aqueles que, olimpicamente, para descargo de consciência, numa visão míope da dinâmica do processo de desenvolvimento do desporto, dirão que a responsabilidade é do neoliberalismo que, ao tomar conta da política, está a virarse contra as pessoas. Contudo, eles esquecem que é precisamente esse neoliberalismo, representado pelas grandes instituições internacionais como, entre outras, a UEFA a FIFA ou o COI, que hoje, a uma escala global, alimenta a economia do desporto à custa da qual vivem milhões de famílias. Pelo contrário, o problema está no Modelo Europeu de Desporto concebido para um tempo em que o desporto tinha pouco a ver com a economia. O que aconteceu foi que, no curto período de trinta anos, contaminado pelos mais diversos paradoxos e contradições, o desporto passou a ser completamente dominado pela economia. Hoje, a generalidade das federações desportivas das mais diversas modalidades desportivas está mais interessada em cultivar e proteger os direitos dos adeptos geradores de receitas do que em promover a generalização da prática desportiva consumidora de receitas para além daquela que, na justa medida, a montante, pode alimentar o espetáculo competitivo. Quer dizer, a sociedade mudou, a economia mudou, as políticas públicas mudaram, o desporto mudou, o futebol mudou, as pessoas mudaram, os objetivos mudaram só não mudou a conceção da superestrutura da lógica competitiva da organização do chamado Modelo Europeu de Desporto. Em consequência, não nos podemos admirar que os dirigentes do FC do Porto se recusem a ocupar os seus lugares na tribuna do Estádio José Alvalade tal como não nos deveremos admirar quando, na segunda volva do campeonato, os dirigentes do SC de Portugal se recusarem a ocupar a tribuna de honra do Estádio do Dragão. A explicação é simples: o princípio da exclusão competitiva diz-nos que as espécies que possuem necessidades idênticas, ao coabitarem o mesmo habitat, na ausência de influências externas, ao fim de um certo tempo, uma delas acabará por eliminar todas as outras. Assim, os clubes, devido a um modelo competitivo ultrapassado, limitam-se a lutar pela própria sobrevivência até se destruírem mutuamente.

Enfermeiros cumpriram segundo dia de greve

“Governo tem medo da luta” O presidente do Sindicato dos Enfermeiros afirmou que o Ministério da Saúde se prepara para apresentar uma “mistificação de dados” sobre a adesão à greve nacional de dois destes profissionais. “O Ministério prepara uma mistificação de dados. Uma mistificação está a ser montada relativamente às greves”, disse José Carlos Martins no discurso que dirigiu aos colegas enfermeiros que se concentraram em protesto junto ao Ministério, uma ação que coincidiu com o segundo dia de paralisação nacional. O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alega que os enfermeiros que cumprem serviços mínimos e estão em greve serão contabilizados como não tendo aderido, uma vez que são obrigados a registar-se no controlo biométrico (registo de presenças). “Quem fez greve e esteve em serviços mínimos não vai contar como estando a fazer greve”, resumiu. Na quarta-feira, primeiro dia de paralisação dos enfermeiros, o Ministério da Saúde classificou como “fantasiosos” os números de adesão avançados pelo Sindicato, que apontam para cerca de 80% de adesão. Numa declaração escrita enviada então às redações, o Ministério de Paulo Macedo indica que só será possível fazer um balanço da greve dos enfermeiros com o processamento de salários. Contudo, adianta que, “como sempre se verifica posteriormente, os números apresentados pelo sindicato que convocou a greve são fantasiosos”. Sobre os “números fantasiosos” referidos pelo Ministério, o SEP sugere que o ministro Paulo Macedo dê orientações aos organismos do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

para divulgarem, nos seus site, os números dos enfermeiros escalados e os que aderiram, por turno, à greve. A greve nacional de dois dias, que ontem terminou, tem como objetivos lutar pela contratação de mais enfermeiros, pelas 35 horas semanais de trabalho, pela progressão na carreira e a reposição do valor das horas suplementares e noturnas. “MANIPULAÇÃO E MENTIRA” O líder da CGTP acusou também o Ministério da Saúde de manipular e mentir para “pôr em causa” a greve nacional dos enfermeiros por temer a luta destes profissionais. Arménio Carlos juntou-se ao protesto dos enfermeiros, que reuniu centenas de profissionais frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa. “O Ministério da Saúde procura, pela via da manipulação e da mentira, pôr em causa os objetivos da vossa luta”, afirmou o secretário-geral da central sindical no discurso que dirigiu aos enfermeiros. Para Arménio Carlos, o Governo “tem medo da luta dos enfermeiros” por considerar que “pode pôr em causa a vida” do Executivo. “Precisamos de uma nova política e de um novo Governo”, comentou, sendo acompanhando pelos enfermeiros, que gritavam “Demissão, demissão, demissão”. Também a deputada do PCP Carla Cruz participou na concentração dos enfermeiros, considerando a greve “justíssima” no quadro de uma situação profissional “muito complexa”. “O Governo não abre concursos para enfermeiros em número suficiente. As reivindicações são justíssimas”, afirmou à

agência Lusa a deputada comunista, sublinhando ainda a “muito boa adesão” à paralisação. Ainda de acordo com o SEP, os níveis de adesão à greve mantêmse acima dos 80% na larga maioria dos hospitais públicos. Os dados do Sindicato apontam ainda para uma adesão média de 83,5% na quartafeira, primeiro dia de paralisação. “Macedo escuta / os enfermeiros estão em luta” e “Enfermagem unida / jamais será vencida” são algumas das frases mais gritadas pelos enfermeiros concentrados junto ao Ministério, num protesto ruidoso e repleto de bandeiras do SEP. No início do protesto, que começou pelas 12h30, alguns enfermeiros deitaram-se no chão na estrada, tentando demonstrar a exaustão que estes profissionais dizem sentir. Segundo o presidente do Sindicato, José Carlos Martins, cerca de 600 enfermeiros terão participado na concentração, a avaliar pelos 400 profissionais de fora da Grande Lisboa que terão sido transportados de autocarro. Oficialmente, a PSP não indicou estimativas de números dos presentes no protesto. Sobre um dos motivos centrais da greve nacional de dois dias, o SEP tem dito que “a grave carência de enfermeiros em todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não se minimiza com a contratação de apenas mais 700 enfermeiros, em 2015, além dos mil já anunciados a 18 de setembro”. Além da contratação de mais enfermeiros, o SEP exige uma valorização da profissão, as 35 horas semanais de trabalho para todos, a progressão na carreira e a reposição do valor das horas suplementares e noturnas.

Oliveira de Azeméis

“Noite Branca” reúne mais de 300 artistas O centro de Oliveira de Azeméis recebe amanhã a terceira edição da sua “Noite Branca”, em que mais de 300 artistas angariam receita para coletividades locais, protagonizando diferentes espetáculos na cor que inspira o evento. “A Noite Branca é um evento que tem ganho o seu espaço através de toda a magia que o envolve e o único requisito é vestir de banco”, declara Hermínio Loureiro, presidente da Câmara Municipal. “É uma noite diferente de todas as outras”, garante. O mesmo autarca descreve a iniciativa como uma oportunidade para apreciar dança, teatro, artesanato, estátuas vivas e artes

populares, e afirma que, dessa forma, a autarquia “junta a população oliveirense e visitantes de todas as gerações numa noite diferente, com animação diversificada e dirigida a todos os públicos”. Hermínio Loureiro realça ainda que, além de proporcionar ao município uma componente lúdica inusual, o evento constitui “mais uma oportunidade para as coletividades de Oliveira de Azeméis mostrarem tudo aquilo que fazem e obterem receitas para fazer face aos seus planos de atividades”. A partir das 20h00 de amanhã, a “Noite Branca” desenvolve-se assim na área pedonal das ruas António

Alegria, Bento Carqueja, Artur Correia Barbosa e do Cruzeiro, ocupando também a praça José da Costa e a praça da Cidade. Até ao início da madrugada, o programa tem previstas quase 30 performances por 200 animadores de rua, 100 dançarinos, 50 artistas circenses e 11 DJ, apoiados por várias bandas. Está também anunciada para o evento a participação de pintores e artesãos a trabalhar ao vivo, a disponibilização de massagens, uma mostra de espantalhos e outra de carros clássicos, o que o comércio local procurará acompanhar com mostras decoradas de acordo com a temática da festa.


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