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FC PORTO TENTA ERGUER-SE EQUIPA DE PAULO FONSECA QUER LEVANTAR VOO EM FRANKFURT

Há 145 anos, sempre consigo. 1868

Continente - 0,60 € (iva incluido) – Ilhas - S. Miguel e Madeira - 0,75 € (iva incluido) – Porto Santo 0,80 € (iva incluido)

Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

DIÁRIO NACIONAL

Ano CXLVI | N.º 63

Quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PARCEIROS SOCIAIS POUCO SATISFEITOS COM INSISTÊNCIA DA TROIKA EM BAIXAR SALÁRIOS

ARROGANTE &

AUTISTA n Os parceiros sociais manifestaram-se contra a insistência da ‘troika’ em re-

duzir os salários em Portugal e condenaram o comportamento “arrogante” e “autista” dos representantes internacionais. “Eles continuam a defender a tese de que é necessário reduzir os custos da energia, mas os salários têm de continuar a acompanhar essas mesmas reduções, ou seja, a pressão sobre os salários mantém-se para, segundo eles, aumentar a competitividade das empresas. Isto é insustentável”, afirmou Arménio Carlos, líder da CGTP...

MAU TEMPO

Parlamento discute hoje sete projetos de resolução para a adoção de medidas

PENSÕES

Cerca de 11 mil pensionistas com pensões acima dos 2000 euros que vão ser abrangidos

PORTO

Universidade entre as 200 melhores escolas do mundo


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

Segundo um dos mais reputados rankings internacionais de ensino superior

Universidade do Porto entre as 200 melhores escolas do mundo A Universidade do Porto está entre as 200 melhores escolas do mundo em sete das 30 áreas de ensino analisadas por aquele que é considerado um dos mais reputados rankings internacionais de ensino superior. Os resultados foram ontem publicados pela empresa multinacional Quacquarelli Symonds (QS) World University Rankings. Mais de 3000 universidades e 10 000 cursos de todo o mundo foram analisados para a elaboração deste ranking, através de três indicadores de qualidade em cada área de ensino analisada: reputação académica, reputação entre empregadores e produção científica. A Universidade do Porto surge entre a “elite mundial” – assim se refere a Quacquarelli Symonds ao top 200 do seu ranking – em sete áreas: Agricultura e Silvicultura, Ciências do Mar e da Terra, Direito, Engenharia Civil,

PORTO. Valor e qualidade dos cursos da Universidade voltam a ser destacados internacionalmente Engenharia Eletrotécnica, Engenharia Química e Farmácia e Farmacologia. Esta classificação “representa um crescimento em relação ao ano anterior, quando a Universidade do Porto viu seis das suas áreas de ensino classificadas entre as 200 melhores do mundo”, sublinha a instituição. Para além da ascensão da Engenharia Eletrotécnica ao top 200 mun-

dial, a Universidade do Porto tem este ano duas áreas (Engenharia Civil e Engenharia Química) classificadas entre a 101.ª e 150.ª melhor escola do mundo nas referidas áreas de ensino. Já em setembro passado, a Universidade do Porto surgiu como a universidade portuguesa mais bem colocada no “QS World University Rankings”, o ranking de avaliação ge-

nérica das instituições de ensino superior desta multinacional, ocupando o 343.º lugar entre mais de 800 universidades mundiais classificadas. Os resultados globais do “QS World University Rankings by Subject 2014” e do “QS World University Rankings 2013” estão disponíveis para consulta pública em www.topuniversities.com.

“Mais de 3000 vinhos de 350 produtores” presentes nhos da Madeira é um Blandy’s Verdelho de 1887. Nuno Pires explica que se verifica “um ressurgimento” dos vinhos madeirenses, cujas “exportações têm vindo a aumentar”. Amanhã, destaca-se a prova dos champanhes Drappier, que eram os “preferidos” do antigo presidente francês Charles de Gaulle, segundo realça a organização. No sábado, é apresentada uma coleção de moscatéis de Setúbal produzidos desde 1955. O programa antecipa o Mundial de futebol deste ano com o evento “Brasil, 12 cidades sede da Copa do Mundo, 12 vinhos, 12 receitas”, que terá lugar no último dia. Trata-se de uma iniciativa que vai juntar “um trio brasileiro de especialistas: o crítico de vinhos Alexandre Lalas faz a seleção

do que beber, a chefe de cozinha Luciana Plaas prepara os petiscos que vão a jogo e o crítico gastronómico Miguel Icassatti comenta cada momento da harmonização”. O programa deste ano mantém ainda a já clássica prova “Top 10 Vinhos Portugueses”, na sexta-feira, consiste na eleição, por um júri internacional, de um vinho do Porto Vintage, um branco e oito tintos. Na mesma cerimónia em que serão divulgados os dez vinhos vencedores, a Câmara Municipal do Porto entregará os prémios portugueses anuais “Best of Wine Tourism”, da “Great Wine Capitals”, a rede de capitais de grandes vinhedos do mundo. Com uma estrutura semelhante à das edições anteriores, o evento não esquece a ligação entre vinho e gas-

Matosinhos dá tolerância de ponto

A Câmara Municipal de Matosinhos vai conceder tolerância de ponto no Carnaval, depois de dois anos em que tal não aconteceu, foi decidido em reunião de câmara pública. A proposta apresentada pelo vereador dos Recursos Humanos, António Correia Pinto, foi aprovada com o voto contra do vereador do PSD, Pedro da Vinha Costa, e a abstenção do vereador socialista António Parada. Matosinhos junta-se assim aos concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, em termos de municípios que decidiram dar tolerância de ponto no distrito. O ministro Marques Guedes anunciou na semana passada que o Governo mantém para este ano o princípio de não conceder tolerância de ponto no Carnaval, dando a entender pouca abertura para alterar a situação após a saída da ‘troika’. Paredes

‘Essência do Vinho’ começa hoje no Palácio da Bolsa

A edição deste ano da Essência do Vinho, que começa quinta-feira no Palácio da Bolsa no Porto, reúne “mais de 3000 vinhos de 350 produtores” e oferece provas de vinhos da Madeira do século XIX e do “champanhe preferido de Charles de Gaulle”. As provas de “vinhos raros e exclusivos” são, uma vez mais, uma das grandes apostas da organização, a cargo da empresa homónima, em parceria com a Associação Comercial do Porto, explicou um dos seus diretores, Nuno Pires. No primeiro dos quatro dias do evento são apresentados 13 vinhos do Porto Vintage 2011, que os especialistas dizem ter sido um ano excecional, seguindo-se, duas horas depois, uma prova de “vinhos da Madeira muito raros do século XIX”. Um desses vi-

Carnaval

tronomia e desafiou chefes, alguns com estrelas Michelin a prepararem “criações inovadoras”. A Essência do Vinho, que os organizadores dizem a ser “a principal experiência do vinho em Portugal”, termina no domingo e mantém-se fiel ao Palácio da Bolsa. O monumento, “com o seu glamour, oferece uma imagem positiva e de qualidade dos vinhos portugueses”, justifica Nuno Pires. O responsável salientou que Portugal exportou “725 milhões de euros” de vinhos em 2013, o que representa um aumento de 2,4% face ao ano anterior. “O volume diminuiu, mas o preço médio por litro aumentou 13,3 %”, assinalou, referindo que o vinho português é cada vez mais sinónimo de “qualidade”.

Incêndio destruiu parte de uma fábrica de móveis

Um incêndio ocorrido ontem de manhã numa fábrica de móveis em Vilela, concelho de Paredes, destruiu parcialmente aquela unidade, provocando prejuízos na área de produção, informou o comandante dos bombeiros de Lordelo. “Os prejuízos são bastantes, porque o que ficou danificado não resulta só do incêndio, mas também da intervenção com água que teve de ser feita. Retirámos o que pudemos, mas há sempre danos”, explicou Pedro Alves. O comandante disse ainda desconhecer as causas do incêndio, que foi detetado cerca das 07h55. Para o local foram deslocadas quatro viaturas, com 16 elementos daquela corporação. O fogo provocou temperaturas muito elevadas, danificando a estrutura do edifício e a cobertura. “O fogo foi rapidamente extinto”, declarou, acrescentando que os bombeiros “retiraram o que puderam de matéria-prima, para evitar prejuízos mais avultados”. De qualquer forma, reafirmou o comandante, “os danos foram muitos”. “Aquela parte da fábrica ficou inoperacional, mas o restante pode continuar a trabalhar”, observou ainda. A empresa emprega cerca de duas dezenas de trabalhadores.


regiões

Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Suspeito de abusar sexualmente de duas alunas de sete anos

Professor detido Professor de 51 anos terá aproveitado as suas funções para abusar das duas meninas, que “nele confiavam plenamente”. Porto de Viana do Castelo

Viatura da capitania tomba de um molhe

Uma viatura da capitania do porto de Viana do Castelo tombou, ontem, de um molhe daquela cidade mas o incidente não provocou ferimentos aos elementos que se encontravam no interior. De acordo com o capitão do porto de Viana do Castelo, Gonçalves da Silva, o incidente deu-se cerca das 10h00 quando dois faroleiros, ao serviço do Farol de Montedor, em Carreço, circulavam no molhe da margem direita da cidade. “Estes elementos iam fazer uma intervenção no farolim do molhe da praia norte quando a viatura deslizou e tombou. Não foi arrastada pela ondulação mas, provavelmente, houve uma má avaliação das condições de circulação no local”, disse Gonçalves da Silva, referindo que à hora do incidente a ondulação era reduzida.

PCP

A Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária (PJ) anunciou, ontem, a detenção de um professor do ensino básico, de 51 anos, indiciado por abuso sexual de duas alunas, ambas de 7 anos. Em comunicado, a PJ revelou que o professor se terá aproveitado das suas funções para praticar os crimes de abuso sexual das duas meninas, suas alunas, que “nele confiavam plenamente”. “A investigação apurou que os atos foram praticados na escola, na sala onde as aulas decorriam”, lê-se no comunicado. O detido estava referenciado por maus tratos a alunos e a PJ vai continuar as diligências para

Lisboa. Detido estava referenciado por maus tratos a alunos e a PJ vai continuar as diligências para apurar se existem mais crimes

apurar se o homem terá cometido crimes semelhantes noutros estabelecimentos de ensino. Já a Polícia Judiciária e Aveiro anunciou a detenção de duas mulheres e três homens, com idades entre os 19 e 42 anos, suspeitos da prática do crime de abuso sexual de criança. Os factos criminosos tiveram lugar numa freguesia do concelho de Vagos. Segundo a PJ, a vítima é uma rapariga de 14 anos, filha de um dos detidos, e vivia maritalmente com o suspeito mais novo, desde finais de 2011. Os restantes arguidos são progenitores do casal, que tinha um filho fruto deste relacionamento. “O casamento de ambos foi combinado entre os progenitores, segundo os seus costumes e tradições comunitárias”, refere a PJ. Finalmente, a Polícia Judiciária anunciou também a detenção de um homem suspeito de ter matado, no domingo, a própria mãe na habitação em que ambos viviam, no concelho de Loures.

Assumida fraude ao SNS

“Prática é comum”

quer modernizar Linha de Cascais

Um dos principais arguidos do processo «Remédio Santo» confessou, ontem, em tribunal a prática de um esquema de uso fraudulento de receitas médicas que terá burlado o Serviço Nacional de Saúde em quatro milhões de euros. Rui Peixoto, um dos 18 arguidos e considerado pela acusação como o alegado líder do grupo do Norte, que à data dos factos

era chefe regional de uma das empresas do grupo Bial, assumiu perante o tribunal de Monsanto, em Lisboa, o recurso a receitas forjadas. “Esta prática é mais comum e corrente do que aquilo que as pessoas fora deste meio pensam. Mas não criei nenhum grupo nem nenhum tipo de organização. Todas estas situações eram pontuais e conforme as oportunidades iam

Testar prontidão da proteção civil

O vereador comunista da Câmara de Lisboa João Ferreira alertou, ontem, para a necessidade de modernização da Linha de Cascais e para a “denúncia dos planos do Governo” para uma possível privatização daquele percurso ferroviário. “Estivemos a alertar e denunciar os planos do Governo para a concessão a privados da Linha de Cascais, ao que parece a querer desenhar uma nova parceria público-privada. São intenções que irão certamente onerar quer o Estado quer os utentes para entregar a privados o que é um negócio rentável”, disse João Ferreira, depois de uma ação de contacto com a população junto à estação de comboios do Cais do Sodré. Por outro lado, o PCP alertou também para a necessidade “da modernização da linha”, um investimento que já devia ter sido feito “há dez anos, quer a nível da infraestrutura, quer do material circulante” que, considerou o autarca, “estão muito degradados e colocam problemas de segurança”.

Simulacro de tempestade «pára» Portimão O simulacro de uma tempestade que “provocou” danos pessoais e materiais em todo o concelho de Portimão serviu, ontem, para testar a prontidão da proteção civil em situações de catástrofe. O exercício «Intempéries 2014» integrou vários cenários, desde a destruição parcial de edifícios, estradas cortadas, inundações e evacuações de escolas e acidentes de viação, envolvendo agentes da proteção civil, autarquia, GNR, PSP, bombeiros e Cruz Vermelha. Segundo o vice-presidente da Câmara de Portimão, Castelão Rodrigues, o balanço do exercício que decorre nas modalidades LIVEX (exercício ao vivo com meios reais) e em CPX (exercício em posto de comando) deverá ser feito até ao final da semana.

aparecendo. Se não fosse o crime de associação criminosa e alguns pressupostos da acusação, confessava integralmente os factos”, afirmou. Rui Peixoto explicou que o esquema começou em 2010 e que se prolongou até 2012, acrescentando que Luís Basile - único arguido em prisão preventiva era o médico que lhe passava as receitas.


nacional

4 | O Primeiro de Janeiro

Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

Parceiros sociais contra insistência da ‘troika’ em reduzir salários

Comportamento “arrogante e autista” Os parceiros sociais manifestaram-se contra a insistência da ‘troika’ em reduzir os salários em Portugal e condenaram o comportamento “arrogante” e “autista” dos representantes internacionais. Estas posições foram assumidas pelas confederações patronais e sindicais após duas horas e meia de reunião com representantes da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), no âmbito da 11ª avaliação ao Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) a Portugal. De acordo com o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, esta reunião foi diferente das anteriores, “com muita frontalidade, mas onde ficou claramente definido que a ‘troika’, embora numa perspetiva já de saída, continua a considerar que manda em Portugal”. “Eles continuam a defender a tese de que é necessário reduzir os custos da energia, mas os salários têm de continuar a acompanhar essas mesmas reduções, ou seja, a pressão sobre os salários mantém-se para, segundo eles, aumentar a competitividade das empresas. Isto é insustentável”, afirmou o sindicalista. Arménio Carlos disse ainda que a ‘troika’ “fez um apelo cínico e hipócrita” ao consenso em sede de concertação social,

ARMÉNIO CARLOS. O líder da CGTP diz que a ‘troika’, apesar de estar de saída, “continua a pensar que manda em Portugal” em prol de um acordo pós-troika, o que a CGTP rejeitou. Posição muito crítica foi assumida pelo presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, que acusou a ‘troika’ de ter sido “arrogante” e de nada ter aprendido com a realidade vivida no país desde que Portugal está sob resgate. “Foi uma reunião diferente das anteriores. A ‘troika’ falou muito, foi arrogante, defendeu que o programa estava a funcionar sem o justificar (…) e manifestou uma posição perfeitamente autista em relação ao resultado do seu programa”, disse Vieira Lopes. O presidente da CCP manifestou-se ainda contra a insistência dos credores internacionais na necessidade de reduzir

ainda mais os salários, acrescentando que, “se de facto, insistem em mais cortes, os [cortes] já existentes só poderão tornar-se permanentes”. “Saímos daqui apreensivos perante esta insistência num modelo de baixos salários, dizendo que não há alternativas. Considera-se que a redução de despesa só poderá ser conseguida através da redução de salários e, portanto, este é o caminho que deve ser seguido”, lamentou Vieira Lopes. Já a o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, considerou, por seu turno, que a ‘troika’ foi “objetiva e manteve a ideia inicial dos méritos no programa de ajustamento”. Relativamente à redução salarial, António Saraiva manifestou concordância com os

credores internacionais na necessidade de manutenção “de uma moderação salarial”. “Consideramos que, de facto, deve haver uma moderação salarial e relativamente ao aumento do salário mínimo nacional, entendemos que esse deve ser negociado no âmbito de um acordo que deverá conter outros aspetos que beneficiem as empresas”, disse António Saraiva. Por último, a presidente da UGT referiu aos jornalistas que “não houve nem mudança de discurso, nem mudança de avaliação das práticas nem das políticas introduzidas pela ‘troika’”. “A austeridade é para eles a melhor das receitas, mas nós entendemos que não é com baixos salários, com cortes nas reformas e nas pensões que o país terá solução”, disse Lucinda Dâmaso. Os elementos da ‘troika’ estiveram no Parlamento durante a manhã, onde foram ouvidos pelos deputados da comissão parlamentar que acompanha as medidas do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) a Portugal e, à tarde, reuniram-se com os parceiros sociais. Na agenda desta avaliação regular está a reforma estrutural das pensões, em que se pretende identificar medidas permanentes para garantir a sustentabilidade do sistema. De acordo com a Carta de Intenção assinada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa - divulgada pelo FMI e pela Comissão Europeia juntamente com o relatório sobre a décima avaliação do resgate português - o Governo diz que “está a desenvolver novas medidas abrangentes como parte da reforma estrutural das pensões em curso”, depois do chumbo Tribunal Constitucional ao chamado regime de convergência de pensões.

Parlamento discute hoje sete projetos de resolução

“Mau tempo” em cima da mesa O parlamento discute hoje sete projetos de resolução para a adoção de medidas de urgência para reparar estragos provocados pelo mau tempo, a nível nacional e nos casos do Porto, Aveiro, Costa da Caparica (Almada) e Esposende. Os grupos parlamentares do PSD e do CDS querem que a Assembleia da República recomende ao Governo estudar “medidas de urgência para responder aos estragos das intempéries que assolaram o país”, considerando, “quando aplicável”, a “viabilidade de recurso a fundos comunitários” para apoiar “intervenções prioritárias na proteção de pessoas e bens”. No documento, solicita-se também, “com celeridade”, a revisão “da Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira”. O PS quer “medidas urgentes relativas às intempéries do distrito do Porto”, nomeadamente a agilização da “decisão final sobre os pedidos de apoio das famílias no âmbito do Fundo de Socorro

Social”. Os socialistas referem que o mau tempo afetou com “especial incidência” Paredes, Matosinhos, Porto e Gaia, sugerindo a abertura de “uma linha de crédito específica” para a “rápida recuperação do potencial produtivo das empresas e apoio aos trabalhadores”. Os estragos na Costa da Caparica são alvo de um dos quatro projetos de resolução do PCP, que apela a “medidas urgentes para recuperar as infraestruturas danificadas na Costa da Caparica, na Cova do Vapor e no Bairro do 2.º Torrão”. Os comunistas referem o “reforço do paredão e das defesas fixas, o arranjo dos apoios de praia, bares e restaurantes concessionados na Costa da Caparica e o necessário apoio para que possam retomar a sua atividade”. O PCP quer que o Governo “proceda à terceira fase da alimentação artificial das praias urbanas da Costa da Caparica e de São João da Caparica”. Os comunistas pedem também “apoio às populações no concelho de Ovar”, requalificação “das

zonas atingidas pelo mau tempo e agitação marítima” no distrito de Aveiro e um estudo sobre a erosão da orla marítima desta zona”, com vista à sua monitorização permanente e à apresentação de soluções para a intervenção de proteção da costa. Também Esposende é alvo de um pedido de “medidas urgentes” do PCP, que defende a “elaboração de um plano sério e rigoroso que atente às diferentes tendências de alteração” daquela orla costeira. Noutra resolução, o PCP pede apoio às vítimas das intempéries do Porto, descrevendo a “forma severa” como “as intempéries afetaram os 18 concelhos do distrito, destruindo ou danificando espaços e equipamentos públicos, casas, armazéns e empresas”. Todos os projetos dos comunistas apelam ao recurso ao “Fundo de Solidariedade da União Europeia, dirigido para a prevenção de catástrofes e apoio às zonas atingidas”. Já o grupo parlamentar do BE propõe

“medidas de Apoio” para a Área Metropolitana do Porto, afetada com “danos muito avultados em infraestruturas urbanísticas, arruamentos, caminhos, condutas e outros equipamentos públicos”. “Números da associação do setor indicam que foram participados às seguradoras mais de 5000 eventos e reclamados mais de 11 milhões de euros de prejuízos”, alerta o BE, citando os municípios de Paredes, Matosinhos, Gaia e Espinho. O ministro do Ambiente revelou na terça-feira ter convidado Filipe Duarte Santos, “um dos maiores especialistas mundiais em alterações climáticas”, para coordenar a equipa de avaliação da estratégia de gestão da zona costeira, e adiantou estar garantida uma verba “adicional” de 17 milhões de euros, financiada por fundos comunitários, para reparar os estragos do mau tempo na costa. “Tudo somado, no país, nos 29 municípios afetados, estão em causa 28 milhões de euros”, afirmou.

Segurança social

Cerca de 11 mil com pensões acima dos 2000 euros

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social revelou que há cerca de 11 mil pensionistas com pensões de sobrevivência acima dos 2000 euros que vão ser abrangidos pelos cortes, a aplicar no segundo semestre. “A Segurança Social tem cerca de 2,5 milhões de pensionistas e os pensionistas com pensões de sobrevivência acima dos 2000 euros são cerca de 11 mil”, disse Pedro Mota Soares na Comissão da Segurança Social e Trabalho, onde foi ouvido a pedido do PCP. A questão da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) foi levantada na comissão pelo deputado socialista Nuno Sá, que questionou o ministro sobre o que está acontecer com a aplicação desta medida. “O que é que se passa com a Contribuição Extraordinária de Solidariedade?”, começou por perguntar o deputado Nuno Sá, afirmando que “houve uma avaria, um lapso, um apagão informático e os computadores só se vão reiniciar” em maio, “ou seja depois das eleições”. “Deve ser um vírus eleitoral”, ironizou Nuno Sá. O deputado do PS lembrou que foi o secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Agostinho Branquinho, que disse que “os computadores só se vão reiniciar no final de março”. Nesse sentido, Nuno Sá questionou o ministro sobre se “os cortes vão ser só depois do reinício dos computadores ou as pessoas vão ter que devolver o montante que entretanto receberam até a CES ser aplicada”. Respondendo a Nuno Sá, Pedro Mota Soares afirmou que “a única coisa que aconteceu foi uma coisa muito simples” e que “não tem nada a ver com qualquer quadro eleitoral”. “Como do ponto de vista técnico, é sempre difícil aplicar novas aplicações informáticas, esta aplicação informática entra em vigor já em março”, sublinhou. Relativamente aos retroativos de janeiro e fevereiro, o ministro explicou que “serão devolvidos ao Estado, a partir do momento em que as pessoas receberem o subsídio de férias”. Por isso, acrescentou, “faz sentido aplicar isto [a CES] no segundo semestre, para haver uma estabilidade de rendimentos destes pensionistas”. No final da audição, que se prolongou por mais de quatro horas, Nuno Sá considerou que “há uma clara fraude eleitoral aos reformados e pensionistas portugueses”. “O que o representante do Governo do partido dos idosos veio dizer hoje aos reformados e pensionistas portugueses é um apelo no sentido de deem-nos o voto primeiro e nós cortamos depois”, disse o socialista aos jornalistas. “Há uma clara fraude eleitoral aos reformados e pensionistas portugueses, que vão ter mais cortes, cortes brutais, muitos deles definitivos e duradouros, mas isso só vai ser feito em junho, depois das eleições”, sustentou Nuno Sá, rematando: “Este Governo é relapso em enganar os portugueses para efeitos de campanha eleitoral, para lhes apanhar o voto”.


Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

economia

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Miguel Frasquilho revela que PSD anunciou a sua preferência à «troika»

“Saída com programa cautelar por prudência”

Faria de Oliveira analisa banca portuguesa

Lucros em 2015 O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, disse, ontem, que a banca portuguesa deverá voltar aos resultados positivos em 2015, devendo fechar este ano com resultados negativos, naquele que deverá ser o quarto ano consecutivo. “A rentabilidade ainda deverá ser globalmente negativa em 2014, mas já poderá sair do ‘vermelho’ em 2015 se a situação económica for melhorando, ainda que a margem financeira [dos bancos] continue sobre forte pressão com o atual [baixo] valor da [taxa de juro] Euribor”, disse Faria de Oliveira, numa conferência no Parlamento sobre a União Bancária e o financiamento da economia portuguesa. Para o presidente da associação que agrega os principais bancos a operar em Portugal, a rentabilidade é o principal problema com que se confrontam as instituições financeiras, uma vez que já se encontram numa “situação de liquidez razoavelmente confortável” e que reforçaram os rácios de capital, cujos níveis elevados agora lhes “permitem acomodar os prejuízos”. Desde há três anos que o setor bancário português tem registado elevados prejuízos. Faria de Oliveira considerou, ainda, que os bancos tiveram “grande resiliência” logo no início da crise, em 2008.

“O que transmitimos é que, caso as condições sejam favoráveis, um programa cautelar nos pareceria mais prudente”, disse.

abertura para a existência de consensos e também de entendimentos alargados, não só na sociedade portuguesa, mas no espetro político também, nomeadamente com o PS”, uma vez que considera que o ajustamento terá de continuar e para além dos próximos dois ou três anos.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Miguel Frasquilho afirmou, ontem, que o partido transmitiu à «troika» a preferência por uma saída do atual resgate com um programa cautelar por razões de prudência, desde que as condições sejam favoráveis. “O que transmitimos à ‘troika’ é que, caso as condições sejam favoráveis, um programa cautelar nos pareceria mais prudente tendo em conta, por exemplo, que os juros da dívida pública portuguesa a dez anos se encontram ainda nesta altura acima do que a Irlanda registava quando saiu do programa”, disse o deputado. Miguel Frasquilho, que falava após uma reunião dos chefes de missão da «troika» (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) no Parlamento com os deputados que integram a comissão parlamentar que acompanha a implementação das medidas do programa, disse ainda que questionou a «troika» sobre as medidas impostas à Irlanda para aceitar um programa cautelar. Segundo o deputado, o PSD terá confrontado a «troika» com informações segundo as quais os parceiros europeus teriam imposto à Irlanda condições de tal forma gravosas para que pudesse aceitar um programa cautelar, que isso levou o país a rejeitar essa opção. Assim, disse o deputado, a preferência do PSD expressada pelo grupo parlamentar nesta reunião seria uma saída com um programa cautelar, desde que com condições favoráveis. A resposta da «troika», segundo o deputado, foi que no final caberia ao Governo português tomar a decisão, sem no entanto confirmar ou desmentir as condições gravosas impostas no cautelar nem expressar qualquer preferência. Miguel Frasquilho disse ainda que o PSD expressou na reunião “total

Críticas à esquerda

Crise. Frasquilho garantiu que o PSD expressou “total abertura para a existência de consensos e também de entendimentos alargados

Em linha com a Europa

Bolsa de Lisboa fecha sessão a perder 1,19% A Bolsa de Lisboa fechou, ontem, em queda, com o PSI20 a desvalorizar 1,19%, para os 7.254,24 pontos, a liderar as perdas nas principais praças europeias, numa sessão penalizada pela Mota-Engil e pela Jerónimo Martins. Dos 20 títulos que compõem o principal índice de Lisboa, 13 encerraram no vermelho, um permaneceu inalterado e os

restantes seis fecharam em terreno positivo. Na Europa, o dia também foi de perdas: Londres recuou 0,46%, Paris perdeu 0,40%, Frankfurt desvalorizou 0,39% e Madrid caiu 0,18%. Por outro lado, os juros da dívida soberana de Portugal estavam a aliviar em todos os prazos, negociando abaixo dos 2% a dois anos, e a cinco anos em mínimos de maio de 2010. Isto depois de a Comissão Europeia ter revisto em alta o crescimento para a Europa e na véspera da operação de recompra de dívida portuguesa.

Já o deputado do PCP Miguel Tiago destacou a convicção da «troika» de que os cortes nos salários, reformas e pensões terão de manter-se para lá do final do programa de assistência económicofinanceira. “Dizem que aquilo que é necessário é apostar no mesmo caminho. Continuar os cortes. A expressão utilizada até foi ‘Portugal não pode relaxar’, dando a entender que há algum relaxamento por parte dos portugueses”, criticou Miguel Tiago, nos Passos Perdidos do Parlamento. “Sobre a transitoriedade dos cortes e destas políticas, ficou muito claro que ela não existe. Os representantes das instituições estrangeiras disseram que o pacto termina, mas as políticas terão de continuar por muitos anos”, continuou o parlamentar comunista. Para Miguel Tiago, “o Governo está a optar por um discurso eleitoralista, que faz crer que as pequenas alterações nos indicadores económicos são estruturais e podem libertar o País desta política e isso não é verdade”. Também o deputado do BE Luís Fazenda sublinhou o facto de a «troika» considerar que os cortes nos salários e outras retribuições em Portugal são definitivos e ainda insuficientes para o ajustamento pretendido. “Foram unânimes em considerar que o ‘pós-troika’ tem muitos anos. São muitos anos para continuar o ajustamento da economia portuguesa e, portanto, não devem ser diminuídos os sacrifícios que o ajustamento tem imposto”, declarou. Luís Fazenda sugeriu mesmo que sejam enviadas ao TC as últimas correspondências entre o executivo da maioria PSD/CDS-PP e a ‘troika’ “porque há aqui alguém que anda a enganar alguém, acerca das medidas de ajustamento, sua provisoriedade, serem temporárias ou não”.


futebol

6 | O Norte Desportivo

Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

«Dragões» empataram 2-2 na primeira-mão e jogam sobre «brasas»

FC Porto à procura da redenção em Frankfurt DR

Empate caseiro frente ao Eintracht, após estar a vencer por 2-0, torna obrigatória a vitória ou o empate a três golos ou mais. Benfica e FC Porto partem com tarefas distintas para a segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa, com «dragões» em desvantagem frente ao Eintracht e «águias» na dianteira face ao PAOK. O tricampeão português vive um momento conturbado, agudizado pela derrota na receção ao Estoril-Praia, e jogam hoje, as aspirações na competição europeia, que venceu em 2011. Os «dragões», sob o comando do contestado Paulo Fonseca, seguem no terceiro lugar da I Liga, estão nas meias-finais de Taça de Portugal e Taça da Liga, mas, com o empate caseiro frente aos alemães do Eintracht, após terem estado a vencer por 2-0, torna obrigatória a vitória em Frankfurt ou o empate a três golos ou mais. A missão dos «azuis e brancos», que, após o sorteio, poderia parecer acessível, uma vez que os alemães ocupam o modesto 13.º lugar da Bundesliga, complicouse e o historial da equipa comandada por Armin Veh na competição não parece o mais favorável: o Eintracht soma três vitórias nos encontros disputados em casa na fase de grupos. No entanto, o FC Porto, que consegue um triunfo a Liga Europa desde a final de Dublin, frente ao Sporting de Braga, já venceu três vezes em solo alemão, sempre em jogos da fase de grupos da «Champions» (Hamburgo, Hertha Berlim e Werder Bremen), onde soma ainda outros tantos empates e sete derrotas. Cerca de quatro dezenas de adeptos estiveram no aeroporto para incentivar a equipa do FC Porto na partida para a Alemanha. Os adeptos portistas dirigiram palavras de apoio e entoaram cânticos para todo o grupo que partiu para Frankfurt: o técnico Paulo Fonseca, para quem também foram dirigidas algumas palavras de incenti-

vo, foi o primeiro a entrar na zona de alfândega do aeroporto. “PAOK é muito díficil”

Liga Europa. Benfica e FC Porto partem com tarefas distintas para a segunda mão, com «dragões» em desvantagem e «águias» na dianteira

Centros de Medicina Desportiva

COP apela a resolução rápida dos problemas

O Comité Olímpico de Portugal lamentou, ontem, que existam atletas em risco de ficar sem apoio médico por existirem médicos e fisioterapeutas nos Centros de Medicina Desportiva sem receber há meses e apelou a uma resolução rápida do problema. Um médico de um dos Centros de Medicina Desportiva confirmou, sob anonimato, que existem neste

momento vários médicos, fisioterapeutas e enfermeiros – integrados nos centros de Lisboa, Porto e Jamor – sem vínculo contratual e sem receber ordenado há dois meses. Os clínicos ameaçam parar as atividades a partir de segundafeira, caso os ordenados em atraso não sejam repostos até final de março. O COP ressalvou que entregou ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Emídio Guerreiro, um parecer no qual se “disponibilizava para que o COP tivesse um papel ativo na gestão direta dos Centros de Medicina Desportiva”.

Diferente é a tarefa do Benfica, que lidera isolado a I Liga e que recebe o PAOK, do luso Miguel Vítor, apenas com a obrigação de gerir a vantagem conquistada em Salónica, com o golo de Lima, praticamente numa reedição da segunda eliminatória de 1999/2000 da Taça UEFA. Porém, Jorge Jesus não espera facilidades. “Face ao resultado do jogo [na Grécia], o treinador do PAOK tem de olhar mais para o risco. O PAOK é uma equipa experiente, a maioria dos seus jogadores gregos são de seleção. Tendo o Benfica ganho 1-0 [na Grécia], pode-se pensar que existem dúvidas quando ao valor do PAOK, mas esta é uma equipa muito difícil”, ressalvou Jorge Jesus. Para o técnico, o Benfica vai “entrar em campo em melhor situação do que quando começou a eliminatória”. “Mas vamos ter de estar ao mesmo nível a que estivemos na Grécia se queremos passar esta eliminatória”, sublinhou. Ainda sobre a partida frente aos gregos do PAOK, Jorge Jesus considerou que o Benfica tem uma “responsabilidade acrescida” por ter sido finalista vencido na última edição (derrota na final por 2-1 contra o Chelsea). “É uma responsabilidade muito boa. Só tem responsabilidades quem consegue atingir patamares de valorização nesta competição. Queremos chegar o mais longe possível, se chegarmos à final melhor ainda”, disse Jesus, que prometeu que os «encarnados» vão tentar homenagear em campo o antigo futebolista Mário Coluna. “O Mário Coluna fisicamente desapareceu, mas não vai desaparecer nunca da memória dos benfiquistas. Se amanhã [hoje] pudermos passar a eliminatória e fazer um jogo para justificar todo o passado do Mário Coluna - na Taça dos Campeões Europeus - então melhor ainda”, disse Jesus, que descreveu Coluna como um “ídolo desportivo do Benfica” e um “capitão exemplar”. Jesus considerou ainda que a equipa que orienta “não está dependente de nenhum jogador” em particular, nomeadamente de Markovic, mas sim “de todos os jogadores”.

Benfica presente no funeral de Coluna

Vieira lidera despedida O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, vai estar no funeral do ex-futebolista Mário Coluna, que morreu na terça-feira em Maputo, vítima de uma infeção pulmonar grave. “O Sport Lisboa e Benfica marcará presença no funeral de Mário Coluna, falecido na passada terça-feira, aos 78 anos de idade. A comitiva será liderada pelo presidente do clube, Luís Filipe Vieira”, anunciaram os «encarnados». O clube adianta que no funeral do seu ex-capitão, bicampeão europeu em 1960/61 e 1961/62 e que representou o Benfica durante 16 épocas, estarão igualmente os campeões europeus António Simões, Fernando Cruz, José Augusto e Mário João. Por seu turno, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, transmitiu ao homólogo moçambicano “as mais sentidas e sinceras condolências” pela morte do antigo futebolista Mário Coluna, que marcou a “história comum” de Portugal e Moçambique. Já o presidente da UEFA, que decretou um minuto de silêncio no encontro Benfica-PAOK, o francês Michel Platini, endereçou condolências à FPF pela morte de Coluna, ao qual se referiu como “um jogador imenso”. “Aqueles que tiveram a oportunidade de o ver jogar lembram-se de um jogador magnífico que marcou a sua época”, referiu Platini.


Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

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VOTA ALTERNÂNCIA… Um político, para ser confiável, deve pregar com o exemplo do seu comportamento porque é na ação política de todos os dias que a sua conduta se torna credível aos olhos dos apaniguados e dos simpatizantes. Ora bem, quando Passos Coelho, foi buscar Miguel Relvas para o Conselho NacioGustavo Pires* nal do PSD só revela que o PSD, enquanto partido da alternância governamental, deixou de merecer a confiança. Em conformidade, aos portugueses só lhes resta, no ciclo eleitoral que se avizinha, votarem em partidos alternativos de modo a afastarem o PSD do Governo obrigando-o a uma purga interna que afaste aqueles que, de há muitos anos a esta parte, têm vindo a contribuir para desgraçar o País. Tal como refere João Miguel Tavares no “Público (25-02-2014), é preocupante que, passados escassos meses do perturbante “caso lusófona”, o “facilitador” Relvas que deixou o Governo pela “porta das traseiras” a fim de tomar posse do ridículo cargo de Alto-comissário da Casa Olímpica da Língua Portuguesa no Rio de Janeiro tenha regressado do túmulo político onde se encontrava para voltar a apoquentar a vida portuguesa. Não havia necessidade até porque, hoje, as pessoas já não se distraem com este tipo de “manobras de diversão” pelo que o Partido acabará por pagar caro as veleidades de uma manobra absolutamente irresponsável aos olhos de toda a gente. Mas esta “nomeação” de Relvas por Passos Coelho também deixa gato escondido com o rabo de fora. Porque, começa a ficar claro aquilo que já era evidente quando Miguel Relvas foi nomeado para “Altocomissário… “ um cargo que só serve de “penacho aos lobistas profissionais, para continuar a olear relações…”. Quer dizer, tratou-se tão só de uma ordem vinda de cima que não houve coragem ou sequer vontade para contrariar. São estas “tecnológicas formas” de fazer política, que compreendemos mas não aceitamos, que desgraçam o País. Até porque, como se pode verificar pela miserável votação obtida pela lista encabeçada por Relvas ao Conselho Nacional do PSD o homem, lá pelos lados do Partido, também já não é “flor que se cheire”. Mas se não aceitamos as decisões de Passos Coelho relativamente a Miguel Relvas repudiamos completamente o entusiasmo com que o Presidente do Comité Olímpico de Portugal recebeu Miguel Relvas no seio de uma organização que, pela Carta Olímpica e os seus estatutos, devia ser estar completamente livre de toda e qualquer suspeita de interferência política. Não havia necessidade. Hoje, o PSD, tal como no passado o PS, sem qualquer pudor, lança os seus braços tentaculares sobre a sociedade portuguesa estrangulando-a quando coloca nos lugares chave pessoas sem o necessário perfil. Em conformidade, só resta aos portugueses votarem no partido da alternância que, desta vez, é o PS tal como, muito provavelmente, no ciclo seguinte será novamente o PSD caso o PS, uma vez vencedor dos próximos atos eleitorais, não se abstenha de ir buscar ao armário dos esqueletos as pérolas que, em seu nome, governaram o País à vara larga.

Ministro Mota Soares anuncia mais emprego para jovens

Investimento de 1,3 milhões de euros O ministro da Solidariedade, do Emprego e da Segurança Social anunciou a criação, em 2014 e 2015, de 378 mil respostas de educação, formação, inserção e emprego para os jovens, num investimento de 1,3 milhões de euros. Estas medidas fazem parte do Garantia Jovem, um programa europeu que “será um forte contributo para inverter o cenário atual em que se encontram muitos” jovens, disse Pedro Mota Soares na Comissão da Segurança Social e Trabalho, onde foi ouvido durante mais de quatro horas, a pedido do PCP. “Neste momento estamos a preparar o terreno para a implementação dessa medida que visa garantir que todos os jovens com menos de 30 anos beneficiam de uma oferta de emprego, formação permanente, aprendizagem ou estágio, no prazo de quatro meses após terem ficado desempregados ou terem terminado o ensino formal”, adiantou. Segundo o ministro, há atualmente mais 140 mil portugueses abrangidos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional do que em 2011, num total de 596 mil pessoas. Mota Soares salientou ainda que, em 2013, houve um aumento de 49% das ofertas de trabalho, “traduzindo um cenário de procura mais favorável para todos e um aumento de cerca de 44% das colocações dando nota de que a procura se tem conseguido ajustar mais à oferta”. Também houve “uma semelhante

evolução” na formação profissional, cujo número de abrangidos cresceu 28% para cerca de 437 mil pessoas ou na reabilitação profissional, que cresceu 44% (18 mil abrangidos). Sobre o desemprego, o ministro assinalou a diminuição da taxa em 2,2 pontos percentuais face a fevereiro de 2013, passando de 17,6% para 15,4%, “o que representa a maior descida do desemprego desde janeiro de 1984”. No final do discurso de Mota Soares, o deputado do PCP Jorge Machado afirmou que o ministro fala de “um mundo cor-de-rosa que não tem qualquer tipo de correspondência com a realidade concreta”. “Insiste com um discurso que não bate certo com a realidade e no que diz respeito ao desemprego é ofensivo para quem está em casa sem trabalho”, frisou o deputado, acrescentando: “Sempre que é ouvido na comissão, o ministro anuncia medidas. É milhões atrás de milhões e projetos atrás de projetos anunciados e nunca concretizados. Se somássemos todas as verbas que aqui anuncia para enganar o pagode teríamos dois ou três PIB de investimento relativamente à área da Segurança Social”. Também o deputado socialista Nuno Sá teceu duras críticas à política do Governo, afirmando que, num ano, a população ativa em Portugal reduziu-se em 66 800 pessoas, tendo a maior parte deles

emigrado porque “não tinha futuro em Portugal”. “Assim ao milagre dos menos 96 500 portugueses desempregados temos de subtrair 66 800 que emigraram”, comentou. Nuno Sá adiantou que num ano foram gerados 44 900 empregos no setor público entre o quarto trimestre de 2012 e o período homólogo de 2013. “Mas se a população empregada só aumentou 29 700 indivíduos então não acompanhou o ritmo de criação de emprego no setor público, o que significa que apesar do setor público ter criado 44 900 empregos, mesmo assim foram destruídos 15 200 empregos”, sublinhou, acrescentando que a economia privada continua a destruir emprego. Respondendo a Nuno Sá, o ministro afirmou que o “mérito efetivo desta geração de postos de trabalho não é do Governo, é da economia, é dos empresários e é dos trabalhadores”. “Acho um erro que sempre que se quer atacar o Governo, dizer-se que é o Governo que está a criar postos de trabalho, isso não é verdade face aos dados do INE”, contrapôs Mota Soares. Para a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Aiveca, a política do Governo é para “dar todo o poder às empresas” para despedirem quem ganha mais e substituir essas pessoas por trabalhadores precários.

FNE defende legislação para os encarregados de educação

Faltar seis vezes por ano A Federação Nacional de Educação (FNE) defende a criação de legislação que permita aos encarregados de educação faltar ao trabalho, pelo menos seis vezes por ano, para poderem acompanhar a vida escolar dos alunos. Representantes da FNE e do Ministério da Educação e Ciência (MEC) estiveram ontem de manhã reunidos a debater vários temas, entre os quais a insegurança escolar e a importância de os encarregados de educação estarem a par do que se passa nas escolas. No final da reunião, o secretáriogeral da FNE, João Dias da Silva, voltou a defender a necessidade de criar um “Observatório da Convivência Escolar” que possa refletir sobre metodologias de intervenção social, que permitam eliminar e prevenir casos de violência. Para já, a FNE acredita que se deve avançar com normas que facilitem ações disciplinares contra os alunos indisciplinados e normas que reforcem a autoridade dos professores. Além disso, João Dias da Silva sublinhou a necessidade de aproximar os encarregados de educação das

escolas. “Tem de haver um aumento das condições que permitam aos pais estarem ausentes do local de trabalho para poderem participar nas atividades escolares, como as reuniões de pais ou os conselhos de escola”, explicou Dias da Silva. Por isso, a FNE apresentou no MEC uma proposta que defende a criação de um diploma legal que considere justificadas as faltas dos trabalhadores que, sendo encarregados de educação, precisam de acompanhar o percurso escolar dos alunos. Para a FNE, estes profissionais deveriam ter direito a seis faltas por cada ano letivo. Para responsabilizar as famílias e encarregados de educação em relação às atitudes dos estudantes, a FNE entregou ao secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Granjo, uma proposta no sentido de definir “um normativo regulador da disciplina dos alunos, que facilite a ação disciplinar e que reforce a autoridade dos docentes e não docentes no espaço escolar”. No documento entregue no MEC, a

FNE defendeu ainda que é preciso assegurar, “de forma prioritária”, a todos os docentes e não docentes, ações de formação, gratuitas, nas áreas de gestão e resolução de conflitos em contexto escolar. “Nós insistimos na necessidade de haver intervenções várias e verificamos haver da parte do MEC a intenção de, com diferentes parceiros, podermos encontrar uma plataforma que permita determinar aquilo que devem ser as ações para garantirmos uma saudável convivência escolar, o respeito por todos os que estão e trabalham na escola e a responsabilização de todos”, resumiu Dias da Silva, explicando que as reuniões vão continuar no sentido de serem definidas ações a desenvolver. Também o secretário de Estado João Grancho lembrou que está a ser desenvolvido um trabalho no sentido de promover a convivência nas escolas, sublinhando que “houve uma redução” de casos: “Se estamos satisfeitos com a redução? Logicamente que não, porque enquanto houver focos de incivilidade estaremos preocupados”, concluiu.


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