OGIER BICAMPEÃO PILOTO FRANCÊS DA VOLKSWAGEN COLECIONA MAIS UM TÍTULO DO WRC
Há 145 anos, sempre consigo. 1868
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 227
Segunda-feira, 27 de outubro de 2014
BE ACUSA GOVERNO DE NÃO APOIAR FAMÍLIAS COM MAIS CRIANÇAS
CORTES CEGOS n A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusa o Governo de promover “cortes cegos” nas prestações sociais e defendeu o aumento do apoio às famílias com mais crianças e às associações que trabalham junto das populações. “O que o Governo tem feito não é combater a fraude, o que o Governo tem feito é cortes cegos, cortes que atingem todas as crianças, todas as famílias por igual, ao mesmo tempo que retira os técnicos do terreno”, destacou Catarina Martins...
SUCESSO
35.ª edição do Portugal Fashion recebeu mais de 30 mil pessoas
ANMP
Manuel Machado defende lei de financiamento da proteção civil
STRESS
PS diz que “é preciso melhorar modelos de gestão e supervisão” da banca
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
Quatro dias de Portugal Fashion
Feira do Cerco do Porto passada a pente fino…
Mais de 30 mil pessoas presentes O 35.º Portugal Fashion, que recebeu mais de 30 mil pessoas nos quatro dias, terminou sábado no Porto, com destaque para o regresso de Nuno Baltazar, inspirado no cinema, e servindo o desporto como mote para Miguel Vieira e Carlos Gil. O último dia do evento de moda espalhou-se por três edifícios emblemáticos da cidade – Alfândega do Porto, Conservatório de Música e Mosteiro S. Bento da Vitória – trazendo as propostas para a próxima estação quente de nomes como Luís Buchinho, Carlos Gil, Nuno Baltazar, Miguel Vieira, Dielmar e Fátima Lopes, esta última responsável pelo encerramento do Portugal Fashion. Um dos momentos mais aguardados do dia era o regresso, ao fim de oito anos, de Nuno Baltazar à cidade onde tem o seu ateliê, tendo o criador explicado aos jornalistas que esta é a oportunidade de apresentar o seu trabalho “mais próximo
MODA. A 35.ª edição do Portugal Fashion foi mais um evento de sucesso para o setor, que este ano teve a novidade de se espalhar pela cidade do Porto… das clientes, que vestem Nuno Baltazar e que merecem este desfile mais do que ninguém”. Interrogado sobre se esta era uma passagem pontual ou um regresso “para ficar”, o designer confessou que gostaria de continuar a apresentar no Portugal Fashion, mas foi cauteloso porque “ao fim de 15 anos de carreira” aprendeu “a tomar decisões de seis em seis meses”. Para Nuno Baltazar esta coleção representa também o regresso das suas criações ao cinema, e tem uma “inspiração não óbvia” no filme “Le Mepris”, de Jean-Luc Godard. “No filme há uma luta de um dos personagens entre o cinema de Hollywood e o cinema de autor, e eu, no fundo, faço um paralelismo entre o que acontece no filme com aquilo que eu acho que está a acontecer na moda.
Nesta fase, quis ser muito fiel àquilo que eu gosto de fazer, à minha identidade, ao meu ADN. É uma homenagem ao triunfo de quem não cede”, justificou. De acordo com os dados avançados por João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) – a entidade organizadora do evento – nos quatro dias do Portugal Fashion passaram pelos vários desfiles do Porto e de Lisboa mais de 30 mil pessoas, numa organização do Portugal Fashion “um pouco diferente do habitual”, já que estiveram “em muitos espaços com os mesmos recursos”. A “elegância descontraída” foi a coleção que Miguel Vieira trouxe ao Porto, apresentando algumas peças diferentes daquelas que tinha levado à ModaLisboa,
PSP deteve cinco pessoas
tendo o criador explicado que se inspirou no desportivo chique. “É uma coleção que mantém o mesmo ADN do Miguel Vieira. É uma coleção glamorosa, em que nós trabalhámos com tecidos das melhores casas italianas de lanifícios (…) Em toda a coleção os manequins usam ténis e não sapatos, mas são ténis muito luxuosos também”, descreveu. O desporto, mais concretamente o ténis, foi também o mote para os coordenados de Carlos Gil que trouxe “Match Point”, uma coleção bastante diferente do habitual trabalho do criador, onde “pontos e linhas dão a vida a estampados de figuras geométricas com bolas e riscas, para um look rígido que se confunde com o movimento onde silhuetas estruturadas convivem com volumes que fluem”. Já Luís Buchinho trouxe ao Porto “Happy Hour” - que apresentou na última semana de moda de Paris - e ao Conservatório de Música chegou “um verão muito leve, muito bem-disposto e com uma palete de cores que bastante fresca”, com tons pastel que habitualmente não surgem nas suas criações. “Quis criar assim uma história leve e bastante descomplicada, de uma mulher que se quer muito perto da praia mas também num ambiente festivo, onde há sempre um programa pós-praia para fazer. Mistura entre o sofisticado e o desportivo, com o elemento sexy muito presente na coleção toda”, descreveu. O encerramento do 35.º Portugal Fashion esteve nas mãos de Fátima Lopes, que trouxe à passerelle da Alfândega do Porto as propostas inspiradas nos anos 1960 e no espetáculo musical ‘Sweet Charity’, coleção que levou à capital francesa também com o Portugal Fashion, e que teve como novidade reservada para os portuenses a coleção de banho para o próximo verão.
Na próxima edição do Portugal Fashion
Moda também vai chegar à Câmara A moda andou por todo o sítio no Porto, com o último dia do Portugal Fashion a multiplicar-se por edifícios icónicos da cidade e estando já previsto que desfiles da próxima edição cheguem à câmara da “invicta”. Do Conservatório de Música para a Alfândega do Porto, da Alfândega para o Mosteiro S. Bento da Vitória e de novo para a Alfândega do Porto: este foi o roteiro do dia de encerramento da 35.ª edição do Portugal Fashion, que pela primeira vez se dispersou pela cidade, depois do já tradicional arranque em Lisboa. João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) - a entidade organizadora do evento - fez o balanço desta edição e avançou já uma novidade para a próxima estação: a chegada da passerelle do Portugal Fashion também à Câmara do Porto. “Destaco uma conversa que tivemos com responsáveis autárquicos aqui do Porto quando nos disponibilizavam os Paços do
Concelho para organizarmos um desfile de moda no próximo Portugal Fashion. Os Paços do Concelho representam a cidade e isso seria a verdadeira apropriação da cidade do evento Portugal Fashion e nós estamos muito satisfeitos com isso”, adiantou o mesmo responsável. Koehler fez um balanço muito positivo desta dispersão dos desfiles por vários pontos do Porto - que diz só ter sido possível com “rapidez e algum dom de ubiquidade” - afirmando a intenção de repetir esta debandada de moda porque assim conseguem transpor o evento para toda a cidade. O dia começou mais cedo do que aquilo que é habitual e logo ao início da tarde Luís Buchinho apresentou a sua coleção para a próxima estação quente no longo e verde-água corredor do Conservatório de Música. Antes do desfile, o criador confessou que já tinha passado várias vezes por aquele sítio e sempre se questionou sobre o que é que haveria lá dentro, recordando
que quando foi levantado o mote para um desfile fora da Alfândega, este tinha sido um dos primeiros visitou. “Quando entrei neste corredor achei que era assim a cereja no topo do bolo em relação à apresentação da coleção. Faz sentido que seja de dia, que seja branco e verde água e que seja um espaço comprido, que a música ecoe pelas paredes. Todo o ambiente tem muito a ver com o sentimento com o qual a coleção foi criada”, descreveu. Evidenciando que a equipa do Portugal Fashion tem “uma logística redobrada”, Luís Buchinho defende que esta descentralização “dá uma energia redobrada ao evento porque cria o elemento surpresa”, tendo a “dinâmica de moda a ver com isso: singularidade em todos os aspetos das apresentações” e por isso considera imperativo que esta seja uma aposta para continuar. No Mosteiro S. Bento da Vitória a dose de moda nacional foi a dobrar, com as apresentações para a primavera/verão
do próximo ano de Nuno Baltazar (que ao fim de oito anos regressou ao Portugal Fashion) e de Miguel Vieira. Na opinião de Nuno Baltazar “faz muito sentido” esta aposta na dispersão dos desfiles por edifícios da cidade porque ganham todos: o evento, as coleções e o Porto. O criador enaltece o facto de ser mostrados outros espaços, que muitas vezes não são muito conhecidos por parte do público em geral, garantindo que o Mosteiro S. Bento da Vitória foi a “primeira escolha”. Já Miguel Vieira disse que “há muitos anos que conversava com o Portugal Fashion para fazer as coisas neste sentido”, até porque em Paris e Milão já é assim. “Gosto muito da Alfândega, mas era muito importante para nós termos locais que se identificassem com o próprio criador. Este mosteiro é a minha cara. É um mosteiro muito bonito, muito chique, onde há um ambiente perfeito para aquilo que eu quero apresentar na minha coleção”, concluiu.
A PSP do Porto deteve ontem cinco pessoas e apreendeu quase três mil objetos contrafeitos, entre peças de vestuário, produtos de higiene e material audiovisual, durante uma operação de intervenção criminal no acesso à Feira do Cerco do Porto. Fonte daquela força policial revelou que a operação, feita conjuntamente com a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), decorreu ontem, entre as 07h00 e as 10h00, nas entradas da Feira do Cerco do Porto. Na sequência da operação de intervenção criminal, a PSP do Porto deteve cinco pessoas por posse de material contrafeito, tendo apreendido mais de 500 CD e DVD, 791 peças de vestuário e 1400 embalagens de produtos de higiene, todos estes contrafeitos. Foram ainda fiscalizados 83 veículos e os detidos serão presentes hoje às autoridades judiciais. Bloco do Porto critica
“Falta mudar a política”
No balanço do primeiro ano de governação do independente Rui Moreira na Câmara do Porto, os deputados municipais do BE criticaram a falta de novas políticas e a inexistência de novas respostas aos cidadãos. “A Câmara do Porto já mudou de cor, falta mudar a política”, começa por criticar, em comunicado, o grupo municipal do Bloco do Porto para quem esta foi mesmo uma “das mudanças mais visíveis introduzidas pelo executivo camarário que tomou posse há um ano atrás”. Para os bloquistas “falta o mais importante”, nomeadamente “dar novas respostas” aos cidadãos do Porto, tal como “faltam novas políticas, concretas e tangíveis, que cortem com os 12 anos de gestão do PSD e CDS-PP em que a desigualdade social e territorial cresceu como nunca, a reabilitação urbana foi um fiasco, o investimento municipal diminuiu mais de 100 milhões de euros e o desemprego na cidade quase duplicou”.
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
regiões
O Primeiro de Janeiro |
Agricultor do Parque Natural de Montesinho chocado com decisão do ICNF
Multa entre 2 mil e quase 85 mil euros CIM do Alto Minho queixa-se de cortes no Promar
“Panorama desanimador”
O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, José Maria Costa, denunciou que, no “atual quadro de programação, Portugal perdeu 14,4 milhões de euros de fundos comunitários” do Programa Operacional Pesca (Promar). Em comunicado, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa (PS) sublinha que os fundos em causa se destinam a “setores estratégicos na área da economia e emprego, como o setor da pesca e da transformação pesqueira”, o que contraria “o discurso dos maiores responsáveis políticos, de que o mar é um desígnio nacional e uma aposta no futuro”. Para José Maria Costa, o próximo quadro comunitário de apoio “apresenta-se sem uma estratégia clara para o desenvolvimento regional, afastando das decisões dos Programas Operacionais Temáticos os organismos regionais e reduzindo drasticamente a contratualização daqueles programas Regionais as Entidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas”. Face a esta situação, o autarca considerou que nos próximos anos “as regiões e territórios mais afastados dos níveis de desenvolvimento” vão debater-se com um “panorama deveras desanimador”, tendo em conta que o dinheiro dos fundos comunitários será “o único que vai haver no País para investir no desenvolvimento e emprego”.
“Porquê? Por eu livrar a minha casa do fogo? Por eu limpar a minha propriedade que estava cheia de silvas?”, questiona José Terrão Um agricultor do Parque Natural de Montesinho, em Bragança, foi autuado e incorre numa coima entre 2 mil e quase 85 mil euros por ter limpado um terreno agrícola de que é proprietário sem pedir autorização. José Luís Terrão, com 73 anos, residente na aldeia de Varge, é acusado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) de ter cometido duas infrações graves por ter cortado/arrancado 13 azinheiras e por abrir um caminho no terreno agrícola de que é proprietário próximo da aldeia. O processo de contraordenação corre desde 27 de maio de 2013, data em que o agricultor foi notificado de que foi autuado por duas infrações e que “a sua conduta é punível com uma coima única entre 2.000 e 84.819,68 euros”. Está ainda sujeito a sanções acessórias se não repuser a situação anterior. “Isto é arruinar as pessoas, se fosse uma multa de 200, 300, 400 euros, agora esta coisa!” desabafou. O terreno tem várias árvores, mas estava abandonado, o que levou José a pagar jeira a três homens para limparem silvas, carrascos e reabrir um caminho que, garante, já existia, mas estava coberto de mato. O agricultor diz que desconhecia a necessidade de licença para a limpeza, mas está convencido de que cometeu “uma boa ação” por tratar aquilo que é dele e para evitar o perigo dos fogos. “A mim multam-me por limpar?”
O desfecho do processo ainda não é conhecido, mas o valor das coimas são para José “uma brutalidade” e motivo de um rol de perguntas. “Porquê? Por eu livrar a minha casa do fogo? Por eu limpar a minha propriedade que estava cheia de silvas? Quando os ministros do Ambiente e da Agricultura andam a mostrar as matas e [a dizer que] é obrigatório limpar, a mim multam-
Montesinho. ICNF acusa José Terrão de ter cortado/arrancado 13 azinheiras e por abrir um caminho no terreno agrícola de que é proprietário
Projeto Floresta Comum
200 mil árvores recebidas por 134 concelhos
O projeto Floresta Comum já distribuiu 200 mil árvore autóctones por instituições públicas e vai alargar a atividade para levar carvalhos, sobreiros ou azevinho a privados que queiram apostar na conservação da natureza, disse o responsável pelo projeto. A iniciativa da Quercus, que envolve o Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas
(ICNF), a associação nacional de municípios e a Universidade de Trás-os-Montes, “está agora no seu terceiro ano de execução e quase a atingir quase as 200 mil árvores distribuídas”, explicou Paulo Magalhães: “até este momento já receberam árvores do projeto 134 concelhos, em todo o País.” O objetivo do projeto Floresta Comum é promover a recuperação de árvores autóctones, ou seja, características de Portugal, como carvalhos e sobreiros, mas também plantas mais pequenas, como o medronheiro ou o azevinho.
me por limpar?”, questiona-se. José revolta-se contra o ICNF que, diz, “não é uma instituição de conservação da natureza, é uma instituição de conservação de abandono porque a maior culpa dos fogos é deles, porque os lameiros não ardem, o que ardem são as silvas, ninguém corta nada”. “Não ia a cortar os castanheiros e a deixar a azinheira, dão mais rendimento os castanheiros do que a azinheira e eles se não sabem isso que o aprendam. Dizem que abri um caminho, mas eu não abri o caminho, o caminho já existia e mais se eu abri um caminho naquilo que era meu, eles não têm nada a ver com isso”, continuou. Para este agricultor, quem manda tem de perceber que “o proprietário quando vai limpar uma propriedade, ele não quer deteriorar aquilo, quer trata-la”. António Francisco Branco andou à jeira para José na limpeza do terreno e atestou que ”aquilo já não dava para uma pessoa entrar lá, estava cheio de silvas, de gestas, as árvores estavam abafadas, desde que se fez a limpeza “explodiram”, estão bonitas”. O que José está a enfrentar “é de assustar qualquer pessoa”, na opinião deste homem. “Nós aqui não somos ricos, vivemos da agricultura, só que eles não lhes custa andarem aqui nos carros a multarem este ou aquele”, observou, alertando que “apertam com as pessoas da aldeia tanto que veem-se saturadas e isto chega a páginas tantas o povo revolta-se e prega fogo aqui e acolá”. Os entraves que enfrentam aqueles que vivem no Parque Natural de Montesinho são motivo de indignação também para Evaristo Augusto Fernandes, de 85 anos, que está “há três meses” à espera de uma licença para cortar lenha naquilo que é dele. Representou, como contou, a junta de freguesia durante 19 anos e assegura que agora as coisas estão piores, desde que “juntaram a conservação com as florestas”. “Numa semana era concedida a licença, hoje não, hoje estamos cinco, seis meses, o mínimo (à espera). Cada vez estamos pior”, afirmou. O ICNF foi questionado, mas não reagiu ao tema.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
Catarina Martins defende aumento do apoio às famílias
“Governo tem feito cortes cegos” A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusa o Governo de promover “cortes cegos” nas prestações sociais e defendeu o aumento do apoio às famílias com mais crianças e às associações que trabalham junto das populações. “O que o Governo tem feito não é combater a fraude, o que o Governo tem feito é cortes cegos, cortes que atingem todas as crianças, todas as famílias por igual, ao mesmo tempo que retira os técnicos do terreno”, criticou Catarina Martins, após uma visita ao Bairro do Zambujal, freguesia de Alfragide, no concelho da Amadora. A dirigente do BE ouviu as dificuldades por que passa “A Partilha” – Associação de Moradores do Bairro do Zambujal”, criada em 2005, e as queixas de alguns moradores, principalmente relacionadas com a degradação das habitações e o aumento das rendas. “Este bairro é exemplar de uma falência do Governo em todas as políticas sociais”, apontou Catarina Martins, acrescentando que “ao mesmo tempo que tira prestações sociais a quem está em desemprego
CATARINA MARTINS. A coordenadora do Bloco de Esquerda não poupa críticas ao Governo e pede mais apoios para as famílias com mais crianças de longa duração”, também retirou “o apoio às associações que no terreno faziam a mediação para apoiar quem mais precisa”. Perante uma proposta de Orçamento do Estado para 2015 com mais austeridade, a coordenadora do BE lamentou a intenção do Governo em “pretender piorar a situação cortando 100 milhões de euros nas prestações sociais”, cortando “a pessoas a quem já falta tudo ou quase tudo”. Para Catarina Martins, Portugal é dos países da zona euro que menos gasta com apoio às famílias e às suas crianças, o que em seu entender justifica que “as famílias com muitos filhos têm de ter apoios”. A deputada salientou que “é preciso assumir mínimos de acesso à água e à luz, no respeito pelo que defende as Nações Unidas”, e limitar a atualização de rendas do Instituto da
Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). “Não podemos ter este aumento de rendas do IHRU, de rendas que foram de 20 euros para mais de 400 euros”, exemplificou Catarina Martins, notando a necessidade de “uma fórmula de cálculo das rendas que tenha em conta o rendimento das pessoas, o estado das casas e o investimento que as pessoas fizeram nas casas”. Numa visita pelo bairro, a dirigente do BE ouviu queixas de moradores pela degradação do bairro, mas também dos apoios sociais de que alguns residentes beneficiam. “Isto está bonito agora, mas já houve tempos em que parecia uma vacaria”, atirou Jaime Calmão, 59 anos, enquanto assava umas sardinhas num fogareiro à porta do prédio da Rua das Mães de Água. O reformado criticou a sujidade do bairro, onde as ruas pejadas de papéis e sacos pelo
chão, combinam com edifícios com portas rebentadas, vidros das janelas partidos ou buracos abertos no lugar das caixas de correio. Felicidade Nunes, da associação “A Partilha”, explicou a uma moradora que se queixava de ter saído da lista de pessoas apoiadas com alimentos, porque “recebia pela Igreja”. A associação apoia residentes carenciados com “uma média de 35 refeições diárias”, durante a semana, e ajuda 35 famílias com alimentos, vestuário e livros escolares, avançou a mesma responsável. “O bairro chegou ao limite em que as pessoas já não ligam ao bairro, quer dizer isto está sujo, deixa estar sujo e está estragado, vamos estragar ainda mais”, afirmou Felicidade Nunes, dando como exemplo a degradação do parque infantil, apesar dos esforços da Junta de Freguesia de Alfragide e da Câmara da Amadora.
Manuel Machado defende lei de financiamento da proteção civil
“Vultuosos custos em recursos humanos e técnicos” O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses defendeu, em Coimbra, a elaboração de uma lei de financiamento da proteção civil que reflita os serviços municipais e os 26 corpos de bombeiros municipais. Ao intervir na cerimónia de encerramento do 42.º congresso da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP), que decorreu em Coimbra, propôs um modelo de financiamento em que as autarquias possam cobrar como receita municipal uma percentagem sobre prémios de seguro contra fogo e transporte de mercadorias perigosas. Esta lei, acrescentou, teria ainda como recei-
ta a afetação de uma parte da receita resultante da exploração do jogo ‘online’, além da consideração do grau de risco de cada zona de intervenção e o número de intervenções realizadas para a distribuição das verbas da proteção civil. Segundo Manuel Machado, a transferência de competências do Estado para os municípios ao nível da proteção civil, sem o devido acompanhamento de meios, configura uma desresponsabilização do Estado, que tem obrigado as autarquias a canalizar para este setor “vultuosos custos em recursos humanos, financeiros e técnicos, que deviam estar afetos a outras competências”.
Citando estudos da ANMP, o autarca revelou que as autarquias do Continente gastam anualmente mais de 200 milhões de euros com a proteção civil, em bombeiros municipais, voluntários, serviços municipais, gabinetes técnicos florestais, equipas de intervenção permanente, sapadores florestais e no planeamento”. Manuel Machado exigiu ainda que, no âmbito da revisão em curso da Lei de Bases da Proteção Civil, “os municípios participem na definição das políticas e na estratégia nacional, nas decisões de caráter operacional, de gestão e afetação de meios e recursos e da estrutura organizativa”.
Com o ministro da Administração Interna a presidir à sessão, o também presidente da Câmara de Coimbra disse que a definição da estrutura organizativa “é uma matéria a que deve ser dada toda a atenção, por parte dos bombeiros e dos municípios, tendo em conta que deve ser repensada de acordo com a nova organização das entidades intermunicipais”. Segundo o presidente da ANMP, a extinção dos governos civis criou alguns constrangimentos em termos de coordenação efetiva, especialmente no âmbito do dispositivo de combate a incêndios florestais.
PS e os testes de stress à banca portuguesa
“É preciso melhorar modelos de gestão e supervisão” O PS disse “tomar nota” dos resultados dos testes de `stress´ à banca, que “não esgotam” a avaliação dos problemas do setor financeiro, e defendeu que é preciso melhorar os modelos de gestão e supervisão. Vieira sa Silva, vice-presidente da bancada parlamentar socialista, afirmou que o partido “regista e toma nota” dos resultados globais e também dos problemas detetados no BCP. “Também tomamos nota das declarações proferidas quer da própria instituição em causa e do regulador no sentido de que os problemas detetados estariam em via de superação ou já superados. É isso que nós esperamos”, afirmou. O deputado advertiu, no entanto, que os testes realizados “não esgotam toda a natureza dos problemas do setor financeiro e da relação com a economia”, persistindo um problema de “dificuldade de investimento” e de acesso ao crédito por parte das pequenas e médias empresas, que “continua a ser” mais desfavorável em Portugal do que em outros países europeus. Por outro lado, Vieira da Silva sublinhou que a economia portuguesa está a sofrer “um agravamento das condições de financiamento”, que é fruto, entre outras razões, da crise do BES. “Todos sabemos que o setor financeiro foi abalado por uma crise profunda numa das maiores instituições financeiras do país que mostra que é preciso melhorar os modelos de gestão das instituições e em particular o modelo de supervisão do setor financeiro”, defendeu. Para o PS, quer os problemas que derivam de dificuldades de investimento, quer os problemas de motivaram a crise no BES devem ser enfrentados “com determinação” por parte não só do regulador mas também por parte de “quem tem responsabilidades na política nacional e europeia”. O BCE divulgou os resultados das avaliações feitas a 130 bancos de 22 países europeus, entre os quais os portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco BPI e Banco Comercial Português (BCP). O Millenium BCP foi o único dos três bancos portugueses que chumbou no cenário mais adverso dos testes de ‘stress’ conduzidos pelas autoridades europeias, enquanto a CGD e o BPI tiveram nota positiva. O presidente do BCP disse que o banco passaria nos testes de ‘stress’ do Banco Central Europeu (BCE) se os mesmos fossem feitos tendo em conta os dados atuais e não de dezembro de 2013. “Esse exercício foi feito com base em 2013. Se o exercício fosse feito agora, com base na evolução muito positiva que o banco fez, com base nas decisões que já tomámos em 2014 também, o resultado seria diferente e já estaríamos alinhados com o valor de referência definido pelo BCE”, declarou Nuno Amado, em declarações aos jornalistas.
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
CGD e BPI passam nos testes de «stress» à banca europeia do BCE e ABE
BCP chumba no cenário mais adverso Presidente Nuno Amado garante que BCP passaria se testes fossem feitos com dados atuais e não de dezembro de 2013. Banco de Portugal elogia resultados nacionais
Capacidade de resistência O Banco de Portugal considera que os resultados dos exames feitos pelo BCE e pela EBA demonstram a capacidade de resistência e os níveis de capitalização adequados dos bancos portugueses. “Os resultados do AQR [‘asset quality review’ - avaliação da qualidade de ativos] e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de capitalização adequados”, lê-se no comunicado emitido pelo banco central português. A entidade liderada por Carlos Costa realçou que “em ambos os casos, todos os bancos registam rácios de capital superiores ao valor de referência de 8%”. O Banco de Portugal realçou, ainda, que o cenário adverso do teste de esforço é “de improvável ocorrência” e “particularmente gravoso, dado que o ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente”. Já em Espanha, Mariano Rajoy considerou que os testes de solvência demonstram que as entidades financeiras espanholas estão estupendas e com capacidade para ajudar na recuperação do país. Segundo o Banco de Espanha os bancos espanhóis superaram com “folga considerável” os testes.
O BCP foi o único dos três bancos portugueses que chumbou no cenário mais adverso dos testes de «stress» conduzidos pelo Banco Central Europeu e pela Autoridade Bancária Europeia, enquanto a CGD e o BPI tiveram nota positiva. “No cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 [Common Equity Tier 1] projetado para o Banco Comercial Português [BCP] para dezembro de 2016 fica aquém do valor de referência de 5,5%, tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença apurada”, realçou em comunicado o Banco de Portugal. A entidade liderada por Carlos Costa acrescentou que as referidas medidas de correção “serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco Central Europeu [BCE] tal como previsto no exercício”. No caso específico do BCP, o teste de esforço não permitiu “captar a globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia”, vincou o supervisor bancário português. Quanto ao Banco BPI e à Caixa Geral de Depósitos (CGD), em ambos os casos o resultado da avaliação completa “permite concluir pela resiliência” dos bancos em ambos os cenários, sublinhou o Banco de Portugal. Quanto à quarta instituição financeira portuguesa que também foi avaliada, inicialmente o Espírito Santo Financial Group (ESFG), que controlava o Banco Espírito Santo (BES), as mudanças entretanto ocorridas acabaram por deixar o agora Novo Banco de fora da divulgação de resultados. Em reação aos resultados, o presidente do Banco Comercial Português disse que o banco passaria nos testes se os mesmos fossem feitos tendo em conta os dados atuais
e não de dezembro de 2013. “Esse exercício foi feito com base em 2013. Se o exercício fosse feito agora, com base na evolução muito positiva que o banco fez, com base nas decisões que já tomámos em 2014 também, o resultado seria diferente e já estaríamos alinhados com o valor de referência definido pelo BCE”, declarou Nuno Amado. Nuno Amado garantiu, ainda, que a entidade não vai precisar de fazer um aumento de capital ou vender ativos mesmo tendo chumbado. “Não vai ser necessário fazer qualquer aumento de capital nem vai ser necessário fazer qualquer venda forçada de um ativo estratégico. Hoje estamos muito melhor preparados do que estávamos no passado, estamos mais sólidos, mais fortes para apoiar a economia portuguesa e a economia dos países onde temos uma presença forte”, disse o banqueiro. Prejuízo de 98 milhões
Testes de «stress». Nuno Amado garante que BCP não vai precisar de fazer um aumento de capital ou vender ativos mesmo tendo chumbado
25 bancos não passaram
Detetadas falhas de 25 mil milhões de euros
O BCE detetou falhas de capital de 25 mil milhões de euros nos bancos da zona euro, durante os testes de «stress» e avaliação da qualidade dos ativos, sendo que em 12 bancos as necessidades de capital já foram colmatadas. Segundo a informação divulgada pela instituição sediada em Frankfurt, que baseou os exercícios nos balanços dos bancos a 31 de dezembro de 2013, dos
25 bancos que «chumbaram» 12 desses já cobriram as suas necessidades, depois de terem aumentado o capital em 15 mil milhões de euros já em 2014. Os outros bancos têm agora de preparar planos de reforço de capital a serem apresentados no prazo de duas semanas e terão nove meses para colmataram as falhas detetadas. Os testes de ‘stress’ demonstraram ainda que num cenário de ‘stress’ grave que o rácio de capital Common Equity Tier 1 médio dos mais de 100 bancos cairia de 12,4% para 8,3%.
O presidente do BCP lembrou ainda que a entidade tem em marcha um plano de reestruturação que deveria terminar em 2017 mas adiantou que é “quase certa” uma antecipação desse prazo. “O facto de estarmos hoje na inversão que estamos, com melhores resultados e uma situação financeira perfeitamente estável e sólida, tem que ver com a implementação de um plano de reestruturação (…) que estamos a implementar de uma forma muito clara. Não acabou ainda”, sublinhou. Por outro lado, o banqueiro sublinhou a evolução “positiva” nas contas do PCP, que registou um resultado líquido negativo de 98,3 milhões de euros entre janeiro e setembro. Tal valor consiste numa forte redução face ao prejuízo de 597,3 milhões de euros em igual período de 2013, informou o banco, e o presidente do BCP frisa que esta é uma “evolução grande e positiva nas condições de exploração do banco”. “Houve uma evolução que acho que foi excecional”, disse, realçando que “nada se faz sem trabalho, sem ter uma missão e um objetivo claro e saber o que se fazer”. O banco, que tem em curso um plano de reestruturação, vai acabar o ano com 698 sucursais e menores custos administrativos e de apoio.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
Sebastien Ogier consolida o seu reinado como líder incontestado do WRC
Bicampeão do mundo de ralis Aos 30 anos, com dois títulos e tendo renovado pela Volkswagen, Ogier tem todas as condições para continuar a vencer. O piloto francês Sebastien Ogier (Volkswagen) sagrou-se, ontem, bicampeão do mundo de ralis, consolidando o que pode vir a se tornar um novo e longo reinado na categoria. Após os nove títulos consecutivos de Sebastien Loeb (Citroen) – 2004 a 2012 –, Ogier, de 30 anos, aproveitou a saída de cena do seu compatriota e, ao volante de um Volkswagen, começou a escrever a sua própria série de títulos. Em 2013 – com Loeb apenas a participar em quatro provas –, Ogier conquistou o seu primeiro título mundial, vencendo nove dos 13 ralis do calendário. Neste ano, com o Volkswagen, mais uma vez, a provar ser o melhor carro do pelotão, o francês «apenas» teve de enfrentar forte oposição do seu companheiro de equipa, o finlandês Jari-Matti Latvala. Latvala foi o único a conseguir atrasar a decisão até ao Rali de Espanha, graças a vitórias na Suécia, na Argentina, na Finlândia e à sua primeira vitória no asfalto, em França. Ogier dominou os restantes, à exceção do Rali da Alemanha, ganho pelo belga Therry Neuville (Hyundai). Aos 30 anos, com dois títulos no currículo e tendo renovado recente-
Portimonense vira resultado
«Bis» de Zambujo empata Benfica B
WRC. Após a saída de Loeb, é o também francês Sebastien Ogier que domina o campeonato de ralis mente pela Volkswagen (a marca ganhou 21 dos últimos 25 ralis), Ogier tem todas as condições (até terá os mesmos colegas de equipa) para continuar a acumular campeonatos. Descrito como metódico, focado nos objetivos e com uma precisão clínica na abordagem das classificativas especiais, Ogier começou nas provas de captação de jovens pilotos franceses do Rallye Jeunes (organizado pela federação do automóvel francesa), ganhando depois um volante numa das
séries monomarca em França. Ogier (Gap, Alpes franceses, 17 de dezembro de 1983) fez caminho com as cores da FFSA e ascendeu à «primeira divisão» do WRC pela mão da marca francesa Citroen. Aos 30 anos, Ogier (22 vitórias) é desde já considerado o segundo grande nome francês da categoria, depois de Loeb (78 vitórias) e já à frente de Didier Auriol (20). O êxito de Ogier não pode ser contado sem falar no co-piloto que o acompanha desde há oito anos:
Julien Ingrassia, também francês e quatro anos mais velho. Juntos, Ogier e Ingrassia ganharam os ralis de Portugal (2010, 2011, 2013 e 2014), do Japão (2010), da Jordânia (2011), da Acrópole (Grécia, 2011), da Alemanha (2011), de França (2011, 2013), da Suécia (2013), do México (2013 e 2014), da Sardenha (2013, 2014), da Finlândia (2013), da Austrália (2013 e 2014), da Catalunha (Espanha, 2013 e 2014), da Polónia (2014) e de Monte Carlo (2014).
Esteve Rabat conquista título de Moto2
Marquez faz mais história em MotoGP O espanhol Esteve Rabat (Kalex) conquistou, ontem, o seu primeiro título mundial na categoria de Moto2, ao ser terceiro no Grande Prémio da Malásia, prova ganha pelo seu compatriota Maverick Vinales (Kalex). Apesar de ter partido da «pole-position», Rabat teve de se contentar com a terceira posição, mesmo assim suficiente para garantir o título mundial. O dia ficou igualmente marcado por mais um feito de outro espanhol, Marc Marquez (Honda), que já tinha assegurado no Grande Prémio do Japão o título mundial de MotoGP, tornando-se, aos 21 anos, no
Malásia. Marquez conquistou o 12.º triunfo da temporada, igualando o feito do australiano Mick Doohan
mais jovem a fazê-lo. Ontem, conquistou o 12.º triunfo da temporada, igualando o feito do australiano Mick Doohan. Marquez, que já não vencia desde o Grande Prémio da Grã-Bretanha, em finais de agosto, já tinha dado o mote no sábado, quando conquistou nova «polé», a 13.ª da temporada, um novo recorde, superando as 12 estabelecidas por Doohan (1997) e pelo também australiano Casey Stoner (2011). Em Moto3, o espanhol Efrén Vázquez (Honda) foi o vencedor, numa prova em que o piloto português Miguel Oliveira (Mahindra) não
chegou a concluir a primeira volta. Efrén Vázquez gastou 40.41,002 minutos para cumprir o circuito de Sepang, à frente do australiano Jack Miller (KTM), que precisou de mais 0.213 segundos para concluir a corrida, e do também espanhol Alex Rins (Honda), que terminou em terceiro lugar, a 0.385 segundos do primeiro classificado. Miguel Oliveira que partiu da nona posição da grelha com o objetivo de chegar ao pódio no Grande Prémio da Malásia de Moto3, não terminou a primeira volta da 18.ª e penúltima prova do Mundial de motociclismo.
O Portimonense e o Benfica B empataram, ontem, 2-2, em jogo da 12.ª jornada da II Liga, disputado em Portimão, com Zambujo a bisar, ao apontar os dois golos dos algarvios. Hélder Costa colocou o Benfica B em vantagem, ao abrir o marcador aos oito minutos, tendo Zambujo (20) igualado, mas Fabrício (45+2), com um golo na própria baliza, fez com que os «encarnados» chegassem ao intervalo em vantagem. Zambujo (67) bisou na partida, fixando o resultado final. Com o empate, o Benfica B manteve a segunda posição, enquanto os algarvios ascenderam ao sétimo posto.
Open de Foshan de golfe
Ricardo Gouveia termina em 12.º lugar
O português Ricardo Gouveia terminou, ontem, o Open de Foshan de golfe, na China, no 12.º lugar, ao finalizar a prova com um total de 277 pancadas. Ricardo Gouveia concluiu a quarta e última volta com 70 pancadas, duas abaixo do par, baixando três lugares em relação a sábado, altura em que seguia no grupo dos nonos. Vencedor do Open de Roma no início do mês, Ricardo Gouveia liderava em Foshan, em igualdade com o inglês Jason Palmer, após a primeira volta (65 pancadas). Palmer sagrou-se mesmo vencedor da prova, com um total de 272 pancadas.
Segunda-feira, 27 de Outubro de 2014
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RECONHECIMENTO DE CARREIRA
José Cunha-Vaz distinguido O oftalmologista e investigador José Cunha-Vaz acaba de ser distinguido pela Fundação Eye & Ear de Pittsburgh dos Estados Unidos da América do Norte, com o prémio Albert C. Muse, mais um reconhecimento ao seu percurso profissional que contempla o seu contributo original para o desenvolvimento da ciência e da medicina na área de oftalmologia. O prémio homenageia todos os anos, alternadamente, líderes nas áreas de oftalmologia e otorrinolaringologia, e vai ser entregue esta sexta-feira, a José Cunha-Vaz em Pittsburgh, nos Estados Unidos. A Fundação Eye & Ear de Pittsburgh apoia os Departamentos de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Universidade de Pittsburgh e criou este prémio, em 2001, com o objetivo de distinguir personalidades que contribuem de forma positiva e distinta para a evolução da medicina no mundo, nas áreas científicas referidas. O investigador José Cunha-Vaz vê assim o seu trabalho ser reconhecido pela terceira vez este ano. A primeira foi o prémio Weisenfeld, na reunião anual da Association for Research in Vision and Oftalmology (ARVO), que decorreu, de 4 a 8 de maio, em Orlando, um dos prémios de maior relevância em Oftalmologia a nível mundial e a segunda foi a atribuição do Prémio Nacional de Saúde 2014 no passado dia 4 de outubro, que constitui neste caso o reconhecimento do seu trabalho a nível nacional. José Cunha-Vaz é atualmente Presidente do Conselho de Administração da AIBILI – Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem e professor emérito de oftalmologia na Universidade de Coimbra.
Mais de mil pessoas protestaram no IC2 em Leiria
Marcha lenta por um separador central Mais de mil pessoas percorreram em marcha lenta cerca de 15 quilómetros do Itinerário Complementar n.º 2 (IC2), em Leiria, num protesto pela colocação de um separador central. Cerca de 700 automóveis e motas, com os piscas ligados, e em silêncio, percorreram os 15 quilómetros do IC2 à velocidade de dez quilómetros por hora, exibindo cartazes e fitas pretas nos veículos, numa marcha que durou cerca de duas horas. Concentrados no parque de estacionamento do Estádio Municipal de Leiria, a marcha iniciou-se pelas 15h00, tendo rumado ao IC2, no sentido Sul-Norte, logo após um minuto de silêncio em memória de todas as vítimas mortais na estrada. No regresso, realizou-se a primeira paragem, entre os dois cruzamentos da freguesia da Boa Vista, onde uma jovem universitária perdeu a vida, no passado dia 06 de outubro. O momento serviu para familiares e amigos prestarem uma homenagem simbólica à vítima. Poucos quilómetros mais à frente, nova paragem foi efetuada para lembrar a última
vítima mortal, uma lojista de 42 anos, que morreu no dia 17 de outubro numa colisão frontal. O vice-presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, que se associou à iniciativa, afirmou que “alguém tem de ser responsabilizado” pelas mortes neste troço. “Manter a situação atual é uma atitude de profunda irresponsabilidade. De um lado está a decisão da vida. Uma ausência de decisão é estar a promover a morte”, alertou o responsável. Para Gonçalo Lopes, “esta é uma manifestação clara dos leirienses de dizer basta ao que está a acontecer no IC2, num troço de 15 quilómetros, que em menos de dez anos matou 73 pessoas”. “Quem ignorar estes dados, está a ignorar o povo português”, apontou Gonçalo Lopes. Um dos organizadores da marcha lenta, que foi organizada a partir da rede social Facebook, Frederico Sousa, revelou que vai ser constituída uma comissão de utentes do IC2, numa luta “que não é só de Leiria, mas de todos os que passam no IC2”. “Ninguém é ingénuo e pensa que no fim desta inicia-
tiva tudo ficará resolvido. Vamos constituir uma comissão de utentes para futuras lutas. Esta é uma demonstração de cidadania que nasceu de forma espontânea para alertar para os 15 quilómetros do corredor da morte”, referiu Frederico Sousa. O adjunto dos Bombeiros Voluntários de Leiria, Paulo Pedroso, lembrou que “há 14 anos que os bombeiros lutam por um separador central”, porque são os bombeiros que vão ao local “tentar minimizar os estragos” dos acidentes e têm “sofrido na pele a dor” de muitos. Além da Câmara e dos Voluntários de Leiria, as juntas de freguesia de Boa Vista e Santa Eufémia e de Pousos, Leiria, Barreira e Cortes também se associaram à iniciativa. No final, Frederico Sousa considerou que marcha lenta foi “um sucesso”, com “mais de dez quilómetros de fila”. “Esperamos com isto chamar a atenção real para aquilo que se está a passar. Como se viu hoje não é nada complicado colocar ali um separador central”, salientou Frederico Sousa, prometendo que “os leirienses não se vão calar”.
Eleitores residentes em Portugal
Brasileiros votaram na... mudança!
Centenas de brasileiros residentes em Portugal votavam ao fim da manhã de ontem, na Faculdade de Direito de Lisboa, para eleger o presidente do Brasil com a esperança que as eleições mudem o país. Os 17 286 eleitores brasileiros registados em Lisboa podiam votar na Faculdade de Direito até às 17h00, tendo o ato eleitoral decorrido com normalidade e sem filas. “Acho que hoje (ontem) estão a correr muito bem as eleições em Lisboa. Uma pessoa demora no máximo, entre votar e sair, 10 minutos”, informou o cônsul do Brasil em Lisboa, Ruy Casaes. O cônsul adiantou que na primeira volta das eleições existiram filas devido à afluência de brasileiros que ainda têm o cartão do eleitoral do Brasil e pensavam que podiam votar, mas tal não é possível. Sem número sobre a adesão às urnas em Lisboa, Ruy Casaes afirmou que, “pelo movimento das pessoas, o número de eleitores a votar hoje na Faculdade de Direito é semelhante à primeira volta”. A 05 de outubro, a abstenção em Lisboa foi de 67,7%, apesar do voto ser obrigatório. O cônsul do Brasil em Lisboa frisou que até se entende a abstenção dos brasileiros que vivem em Lisboa, tendo em conta
que já residem em Portugal há muitos anos e existe um distanciamento do país de origem. No entanto, destacou que o número de eleitores que pediu a transferência do seu domicílio eleitoral para Lisboa aumentou 45%, entre 2010 e 2014, o que demonstra “algum interesse daqueles que imigraram para Portugal nos últimos anos”. A viver em Portugal há 26 anos, Ana Almeida disse que “sempre votou” por considerar que as eleições são importantes, uma vez que tem familiares a viver no Brasil. Ana Almeida espera uma mudança no país com as eleições, mas tem dúvidas se tal vai acontecer: “Acho que a mudança é importante, mas se quem ganhar for a continuidade, não vai mudar alguma coisa, mas se o outro vai mudar para melhor ou pior, também não sei. Como se costuma dizer, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Já Durval Santos disse que, apesar de morar em Lisboa há mais de 25 anos, é importante votar porque o Brasil é o seu país e é necessário melhorá-lo. “Espero mesmo que mude para melhorar porque a bagunça, o desrespeito, a confusão são tal que têm que acabar e mudar”, sustenta. Também Cristina Bernardo refere que
votar é importante, pois os seus familiares moram no Brasil e as notícias que recebe diariamente dão conta de um país com um custo de vida muito elevado. “O Brasil está mesmo de pernas para o ar, vai ter que mudar e tirar quem está lá. Queremos o progresso. Estou muito confiante que o Aécio ganhe”, diz a brasileira a viver há oito anos em Lisboa. Em Portugal, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), moram 92 120 brasileiros, mas apenas 30 mil estão recenseados para votar nas eleições brasileiras. Além dos 17 286 eleitores brasileiros registados em Lisboa, há 12 374 eleitores no Porto e 1250 em Faro, de acordo com dados fornecidos pela chefe da 1ª Zona Eleitoral do Exterior do Brasil, Juliana Bandeira. A segunda volta das eleições presidenciais brasileiras ocorrem ontem e os brasileiros puderam escolher Dilma Rousseff ou o candidato Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira, de centro-direita. Devido às diferenças de fuso horário de até três horas no Brasil, o encerramento das urnas começou às 19:00 horas de Lisboa e estendeu-se até as 22h00.
Incêndio em Arcos de Valdevez dominado ao final da tarde
Chamas destruíram pinhal e mato
O incêndio que ontem à tarde deflagrou em Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, foi dominado por volta das 17h00, segundo informou a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Na página da ANPC, refere-se que o incêndio começou às 13h25 na localidade de Vilarinho de Souto, entre as barragens do Touvedo e Alto Lindoso, no concelho
de Arcos de Valdevez, e consumiu pinhal e mato. A combater as chamas estiveram 50 bombeiros, apoiados por 13 veículos e dois aviões bombardeiros. Quando o fogo ainda não estava dominado, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães, informava que apesar das chamas estarem “quase no limite, ainda não entra-
ram na área do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG)”. “É um terreno muito acidentado, inclinado e de difícil progressão. Ainda vai levar umas horas a combater este incêndio”, sustentava na altura o mesmo responsável. O comandante adiantou depois que o fogo lavrou numa zona de pinhal e de mato, não tendo colocado qualquer zona habitacional em perigo.