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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
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DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 18
Sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
PS DIZ QUE A MENSAGEM DE PASSOS COELHO CONTINUA DISTANTE DA REALIDADE DO PAÍS
CONTO DE NATAL
SAÚDE Faleceu Albino Aroso, o “médico humanista” do planeamento familiar
MECO Encontrado aquele que poderá ser o último corpo dos jovens desaparecidos
PSP n O Partido Socialista, pela voz de António Galamba, criticou duramente a mensagem de Passos Coelho. “Nesta espécie de conto de Natal, sem ligação à realidade do dia a dia dos portugueses e sem qualquer consequência positiva para as suas vidas, as lágrimas de crocodilo do primeiro-ministro não resolvem nada”, destacou o membro do Secretariado Nacional, frisando que o chefe do Executivo se esqueceu de dizer que no OE2014 estão “mais cortes e mais austeridade”.
Já foram detidas mais de 500 pessoas no âmbito da Operação Festas Seguras
PORTO Hospital Santa Maria realizou ontem técnica cirúrgica pioneira
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
Professor Albino Aroso faleceu ontem no Porto
Administrador apostólico da diocese do Porto defende
Adeus ao “pai” do planeamento familiar
“É preciso proteger os mais frágeis”
O médico Albino Aroso, conhecido como o “pai” do planeamento familiar e eleito um dos 65 clínicos “mais dedicados a causas públicas no campo da saúde”, morreu ontem no Porto. Nascido em Vila do Conde, a 22 de fevereiro de 1923, Albino Aroso era professor associado jubilado de Ginecologia no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto. No Portal do Ministério da Saúde, Albino Aroso é apontado como autor de uma intensa atividade e como tendo “prestado enormes contributos à coletividade nacional e deixando o seu nome inscrito na história da saúde em Portugal”. Albino Aroso foi um dos 65 médicos de todo o mundo que a Associação Médica Mundial escolheu para figurar na lista de clínicos mais dedicados a causas públicas no campo da saúde. Em 2006, Albino Aroso recebeu o primeiro Prémio Nacional de Saúde pelos seus “contributos inequívocos, prestados no decurso
SAÚDE. Albino Aroso foi o primeiro médico a receber o Prémio Nacional do seu longo desempenho profissional”. O Ministério da Saúde considera que Portugal deve a Albino Aroso “um enorme contributo público na obtenção de ganhos de saúde, que levou Portugal a colocar-se entre os cinco países do mundo com mais baixa taxa de mortalidade maternoinfantil, à frente de países como a Inglaterra, França e Estados Unidos da América”.
Em 1989, como secretário de Estado da Saúde e como responsável pela Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, “Albino Aroso estabeleceu as bases que permitiram atingir esta notável posição”. “Albino Aroso assumiu a nível nacional a liderança de opinião a favor do desenvolvimento do planeamento familiar, por estar consciente de que só por essa via Portugal poderia aspirar a uma efetiva política de saú-
de familiar integrada e integradora”, lê-se no Portal da Saúde. O Diretor-Geral da Saúde recorda Albino Aroso, como “o médico português que mais influenciou o desenvolvimento da saúde de todos os portugueses”. “É o médico que mais contribuiu para a elevação do nível de saúde de Portugal”, disse Francisco George, que, em 2006, atribuiu a Albino Aroso o primeiro Prémio Nacional de Saúde.
Técnica cirúrgica pioneira no Hospital Santa Maria
“Mais-valia para o bem-estar dos pacientes” O Hospital de Santa Maria, no Porto, realizou ontem uma técnica cirúrgica pioneira, ao nível da prega do cotovelo, que visa reduzir as dores pós operatórias e acelerar a recuperação do paciente. A técnica, desenvolvida pelo cirurgião ortopedista Dinis Carmo para tratar complicações a nível do túnel cubital, foi utilizada hoje, com sucesso, numa paciente de 58 anos. O cirurgião, autor desta técnica cirúrgica e inventor do conjunto de instrumentos que permitem a sua aplicação, explicou as vantagens face às técnicas convencionais utilizadas para tratar a mesma patologia, admitindo que “este tipo de cirurgia, por dispensar o uso de equipamento sofisticado, poderá ser praticada em larga escala”. “O facto de ser uma cirurgia guia-
da, através de uma incisão de apenas 1 ou 2 cm, é uma clara mais-valia para o bem-estar do paciente pois, desta forma, evitam-se as dores pósoperatórias resultantes de incisões de dimensões apreciáveis e acelerase a sua recuperação”, explicou o Dinis Carmo. A compressão nervosa do nervo cubital é, segundo o cirurgião ortopedista, uma patologia que afeta preferencialmente pessoas que passam muito tempo com o cotovelo fletido e a mão em extensão (a típica posição que o braço assume quando se fala ao telemóvel), com o cotovelo fletido e apoiado sobre uma superfície dura, como o tampo de uma secretária, ou pessoas que lidam, no seu dia-a-dia, com instrumentos vibratórios, como um martelo pneumático. “A com-
pressão do nervo cubital, um dos dois nervos mais importantes para a função da mão, afeta sobretudo a sensibilidade dos dedos mindinho e anelar, bem como de pequenos músculos intrínsecos da mão, levando a uma perda da sensibilidade e de destreza”, explicou ainda. Inicialmente, a técnica cirúrgica desenvolvida por Dinis Carmo foi pensada para tratar o Síndrome do Túnel do Carpo (STC), uma patologia da mão que afeta cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo senhoras a partir dos 35 anos de idade, e que se caracteriza por fortes dores, formigueiros e adormecimentos noturnos a nível do punho, mãos e dedos. Após operar, com uma taxa de sucesso muito próxima dos 100 por cento, mais de 180 pacientes
portugueses ao STC, o cirurgião ortopedista concluiu que, quer a técnica cirúrgica, quer os instrumentos cirúrgicos por si inventados, também se adaptam perfeitamente aos casos de compressão do nervo cubital. “Embora se trate de uma neuropatia compressiva distinta, comprova-se agora que o seu tratamento é possível com recurso à mesma técnica e aos mesmos instrumentos cirúrgicos que já vinha a utilizar para tratar o STC. Aliás, a paciente operada esta manhã não só foi a primeira a beneficiar desta técnica cirúrgica para operar o túnel cubital, como creio que terá também sido a primeira a ser operada, em simultâneo, aos dois túneis cubitais e aos dois túneis cárpicos”, revelou ainda Dinis Carmo.
Pio Alves, administrador apostólico da diocese do Porto, afirmou na sua homilia que os homens têm dado “demasiadas vezes provas de ser maus gestores” do mundo e que é preciso proteger os “mais frágeis” dos poderosos. Na homilia, proferida na igreja catedral do Porto, Pio Alves lembrou que “os primeiros a ficarem de fora do palco da dignidade humana e da mais elementar realização pessoal acabam por ser sempre os mais frágeis”. Para Pio Alves, “quando impera a lei da selva, a vitória é para os mais fortes” e “os mais fracos servem apenas para divertimento e alimento dos poderosos”. O administrador apostólico defendeu que “o mundo, em toda a sua beleza e complexidade, é obra de Deus, confiada aos seres humanos... para todos os seres humanos” e que “servirá melhor ou pior os desígnios de Deus conforme nós soubermos administrá-lo”. “Sem pessimismos, com o realismo que convida a procurar respostas, não podemos fechar os olhos, em primeiro lugar, ao acontece à nossa volta”, defendeu. “Uma única pessoa humana a quem, na prática, se negue a dignidade é motivo suficiente de intranquilidade. Mas não é um, não são dois: são milhares, são já uma multidão os famintos de pão, de humanidade, de dignidade”, acrescentou. Para Pio Alves, “é urgente identificar causas; mas é ainda mais urgente potenciar respostas, ainda que sejam precárias; abrir caminhos, ainda que sejam estreitos”. “Os pobres primeiro”, apelou o administrador apostólico, afirmando que cada vez mais é preciso “saber somar iniciativas, concertar soluções”. Recordou ainda o papa Francisco e a sua recente exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, em que afirma que na medida em que Deus consiga reinar entre os homens “a vida social será um espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos” e que, “por isso, tanto o anúncio como a experiência cristã tendem a provocar consequências sociais”.
regiões
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
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Greve dos trabalhadores da recolha do lixo da Câmara com consequências
Lixo espalhado na Baixa Contentores com ananases
PJ apreende 30 quilos de cocaína em Lisboa
A Polícia Judiciária anunciou, ontem, a apreensão, no Porto Marítimo de Lisboa, de 30 quilogramas de cocaína de elevado grau de pureza provenientes da Colômbia, ocultada num navio que transportava ananases. Numa nota divulgada ontem, a PJ explicou que a apreensão resultou de uma operação conjunta entre a PJ e a Autoridade Tributária e Aduaneira contra o tráfico internacional de droga, que decorreu durante toda a semana passada. A operação incidiu sobre navios e contentores oriundos de locais considerados de risco.
Acidente trágico em Évora
Crianças feridas transferidas para o HSM As duas crianças que ficaram gravemente feridas num acidente ocorrido na terça-feira em Évora foram transferidas para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, enquanto os três adultos estão em estado considerado estável, disse fonte hospitalar. Fonte do HSM adiantou, no entanto, que não é permitido dar informações sobre o estado de saúde das crianças sem autorização expressa dos pais. O acidente, que resultou de uma colisão de dois veículos ligeiros e um cavalo, causou três mortos e cinco feridos, entre os quais duas crianças de cinco e 13 anos.
Zona da Baixa é aquela que mais sofre com a paralisação da recolha do lixo, que dura até 5 de janeiro. Sindicato fala em adesão de 85%. A greve dos trabalhadores da recolha do lixo em Lisboa era notada, ontem de manhã, na zona da Baixa, com caixotes cheios e montes de sacos pretos em algumas esquinas. Passando o arco da rua dos Sapateiros, o mau cheiro sentia-se devido a alguns sacos abertos e cujo conteúdo ia sendo debicado por pombos. Na zona, algumas pessoas questionavam-se entre si quanto tempo se iria prolongar esta paralisação e admitiam que a sujidade em Lisboa vá piorar com o passar dos dias sem recolha do lixo. Um dia depois do Natal, numa “voltinha pela baixa”, Carlos Vieira lamentava o lixo acumulado à vista, numa esquina da Rua Augusta, onde o movimento de turistas era constante. Porém, o reformado admitia que se trabalhasse na recolha dos resíduos “era capaz” de também estar em greve. “Eles estão a defender os seus interesses, estão a levar só cortes, atrás de cortes. Agora querem transferi-los, parece que para as juntas de freguesia, não sei porquê”, comentava o lisboeta, pro-
Lisboa. Greve dos trabalhadores da recolha do lixo era facilmente notada, ontem, na zona da Baixa curando respostas sobre quem colocou sacos de lixo às portas de bancos. “As portas dos bancos ontem [quarta-feira] estavam todas ocupadas com lixo. Não sei porque é que fazem isso, ao menos que deem a cara e não andem a fazer estas coisas de noite. Eu duvido que sejam as pessoas que andam a fazer greve”, afirmava. Junto a algumas delegações de bancos naquela área viam-se por perto sacos pretos, mas sem que travassem a entrada de clientes. A partir de um dos quiosques de venda de flores no Rossio,
Afonso Carvalho dizia ter observado que os “caixotes estão cheios” e que os funcionários camarários “não vieram despejar nada”. “É lamentável, nesta altura em que há tanto lixo, com as prendas e tudo, eles estarem tantos dias sem virem recolher. Um dia ou dois ainda se admite, agora estes dias todos sem recolha...”, notava o comerciante. Afonso Carvalho questionava como será “daqui por oito dias” e avançava com uma possível resposta: “deve ser quase como a Itália”, na altura em que tam-
bém foi decretada uma greve dos trabalhadores da recolha do lixo. Ao longo da Avenida da Liberdade não havia sinal da falta de recolha, tal como quase ao longo de todo o bairro de Campo de Ourique, onde apenas no jardim da Parada se concentravam alguns caixotes muito cheios. Vítor Reis, do sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), assegura que serão as zonas residenciais da capital as mais afetadas pela paralisação, até 5 de janeiro, que regista uma adesão da ordem dos 85%.
Pode ser último jovem desaparecido no Meco
Corpo encontrado na Fonte da Telha Um corpo foi encontrado na Fonte da Telha, Almada, com a Marinha a admitir que se trate do cadáver de um jovem que integrava o grupo arrastado por uma onda na Praia do Meco a 15 de dezembro. O corpo foi encontrado a meio da manhã de ontem junto à praia da Fonte da Telha, por um popular que alertou as autoridades. De acordo com a mesma fonte, o corpo encontra-se em adiantado estado de decomposição e seguiu para o Hospital Garcia de Orta, onde serão realizados testes de ADN para confirmar a identidade, mas “é provável
Meco. Autoridades acreditam que corpo do último jovem apareceu na Fonte da Telha
que seja o do jovem desaparecido”. Os familiares do jovem foram prontamente informados do aparecimento deste corpo. As buscas para encontrar o jovem prosseguiam por terra, concentradas na zona do Meco e Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, devido ao estado do mar. A confirmarem-se as suspeitas da Marinha, já não faltará encontrar nenhum corpo dos jovens que foram arrastados pela onda. Cinco jovens (quatro raparigas e um rapaz), desaparecidos a 15 de dezembro, integravam um grupo de sete alunos da Universidade Lusófona que tinha
alugado casa em Alfarim para passar um fim de semana naquela zona do concelho de Sesimbra e que foram arrastados por uma onda na praia do Meco. Um dos jovens conseguiu sair da água por meios próprios e alertar as autoridades para a ocorrência, cerca da 01h00, enquanto outro foi encontrado morto na manhã do mesmo dia. Os corpos das quatro raparigas já tinham sido recuperados nos últimos dias. As autoridades procuram também um tripulante que caiu de um navio de mercadorias com bandeira do Sri Lanka ao largo do Bugio, em Oeiras, na terça-feira.
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nacional
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
PS diz que o primeiro-ministro continua distante da realidade
Multibanco
Portugueses gastam mais 2,2%
“Uma espécie de conto de Natal” O dirigente socialista António Galamba comparou a mensagem de boas festas do primeiro-ministro a uma “espécie de conto de Natal” sem que as “lágrimas de crocodilo” resolvam alguma coisa às vidas dos portugueses. “Nesta espécie de conto de Natal, sem ligação à realidade do dia a dia dos portugueses e sem qualquer consequência positiva para as suas vidas, as lágrimas de crocodilo do primeiroministro não resolvem nada”, afirmou o membro do Secretariado Nacional socialista, na sede do partido, Lisboa. António Galamba sugeriu que Passos Coelho “esqueceu-se ou omitiu deliberadamente que o orçamento do Estado para 2014” contempla “mais cortes e mais austeridade, o que terá consequências negativas para a vida dos portugueses e das empresas”. “Se o primeiro-ministro estava verdadeiramente preocupado com o desemprego, a exclusão social e a pobreza, não deveria ter permitido que a maioria parlamentar PSD/CDS, ao longo dos
PS. António Galamba destacou algumas das “mentiras” no discurso do primeiro-ministro últimos meses, tivesse chumbado tantas propostas que o PS apresentou nessa matéria”, disse. Relativamente à melhoria de alguns dados na economia portuguesa, defendida pelo líder do executivo, Galamba foi claro: “É mentira”. “O desemprego jovem não está a diminuir, está a aumentar. Ainda os dados que saíram na sexta-feira indicam que houve um aumento de 2,2 por cento do desemprego jovem e que os desempregados com menos de 25 anos são, neste momento, 13 por cento dos desempregados em Portugal”, sublinhou.
O primeiro-ministro afirmara quarta-feira que a economia “começou a dar a volta” em 2013 e que “os melhores anos ainda estão para vir”, embora reconhecendo ter sido um ano “muito exigente” e “difícil”. Prevenir em vez de remediar Relativamente ao Presidente da República, o PS diz que Cavaco Silva deveria prevenir em vez de remediar, pedindo a fiscalização do orçamento do Estado para 2014 (OE2014) ao Tribunal Constitucional (TC). “Todos os portugueses sabem que
quando temos um problema mais vale prevenir do que remediar. Infelizmente, o PR não seguiu essa máxima. Nós lamentamos que tenha sido assim”, declarou António Galamba, membro do Secretariado Nacional do PS, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa. Sem enviar o diploma para o Palácio Ratton, Cavaco Silva tem agora até 6 de janeiro - contando o prazo de 20 dias previsto na Constituição - para decidir se promulga ou veta o diploma do Governo. O Presidente da República (PR) pode ainda promulgar o diploma e pedir a fiscalização sucessiva de algumas normas, o que fez, aliás, em relação ao Orçamento do Estado para 2013, não existindo, nesse caso, prazo limite para o TC se pronunciar. “Este ainda é o tempo do PR. O PS tem uma posição bem clara porque defendeu que o debate parlamentar devia ter sido antecipado. Defendeu que era desejável uma fiscalização preventiva porque era importante para o país que as coisas tivessem sido clarificadas. Votou contra o OE2014. E já disse que, não havendo fiscalização preventiva, a seu tempo suscitará a constitucionalidade ou não de algumas normas que constam do orçamento”, concluiu o dirigente socialista.
Passos Coelho diz que os “melhores dias ainda estão para vir”
“Economia já começou a dar a volta” O primeiro-ministro garante que a economia “começou a dar a volta” em 2013 e que “os melhores anos ainda estão para vir”, na mensagem de boas festas que dirigiu ao povo português. “Mas agora também sabemos que foi no ano que está a terminar que a nossa economia começou a dar a volta. Graças à coragem e engenho dos nossos trabalhadores e dos nossos empresários, as nossas exportações cresceram e ganhámos quota de mercado no exterior aos nossos competidores mundiais”, destacou Passos Coelho. Reconhecendo ter sido um ano “muito exigente” e “difícil”, o líder da coligação governamental PSD/CDSPP garantiu que Portugal começou “a vergar a dívida externa e pública” que têm “assombrado” a “vida coletiva” e que “a economia começou a crescer e acima do ritmo da Europa.
“Ao mesmo tempo, o emprego começou a crescer e, em termos líquidos, até ao terceiro trimestre foram criados 120 mil novos postos de trabalho. Com a ajuda das políticas ativas de emprego, o desemprego, que tinha atingido níveis inaceitáveis no decurso desta crise, tem vindo a descer mês após mês, e em particular o desemprego jovem”, continuou, lamentando não ir mais longe em termos de défice orçamental em virtude dos “recursos para garantir os apoios sociais e a ajuda aos desempregados”. Passos Coelho advertiu que os “sinais positivos ainda não são suficientes, contudo”, para poder dizer que o país já ultrapassou a “crise”, pois “ainda restam algumas incertezas e obstáculos”. Sobre 2014, o também líder do PSD diz que “será um ano cheio de desafios
e aos quais cada um de nós responderá com a mesma responsabilidade e determinação que nos abriu o caminho até aqui”. “Estamos a menos de cinco meses de terminar, em maio, o Programa de Assistência. Será uma etapa decisiva da nossa recuperação. Precisaremos de todos os instrumentos que mobilizámos para concluir sem perturbações o Programa”, anteviu. O Chefe do Governo atestou que os portugueses são “capazes” e estão “a mostrar ao mundo inteiro, sobretudo aos que, nos momentos mais exigentes, menos confiaram” que acreditam em si próprios e granjearam “a confiança, o respeito e admiração dos parceiros europeus e dos amigos por todo o mundo”. “Queremos fechar esta página da nossa história, para escrever uma outra mais apropriada à sociedade moderna,
próspera e mais justa que estamos a construir”, disse, lamentando que, “durante demasiado tempo”, se tenham “tolerado fortíssimas desigualdades, quase sem paralelo na Europa”, conducentes “à estagnação social”. O também líder social-democrata defendeu que “todos os portugueses merecem as oportunidades geradas por uma economia mais democrática, por uma sociedade mais dinâmica, por um país mais aberto”. “O Natal é a festa da esperança. Aproveitemos estes dias para recuperar as nossas forças e o sentido de propósito comum que nos define como povo. Como um povo orgulhoso, dono do seu próprio destino, que não receia o futuro e que sabe que, do alto de quase 900 anos de história, os seus melhores anos ainda estão para vir”, afirmou antes de desejar boas festas.
Os portugueses fizeram 63,8 milhões de compras no valor de 2669 milhões de euros recorrendo à rede Multibanco, entre 25 de novembro e até às 20h00 de domingo, mais do que em 2012, revelou a SIBS. Há um ano, entre 26 de novembro e 23 de dezembro, foram feitas 61,6 milhões de compras correspondentes a 2612 milhões de euros nos terminais de pagamento automático da rede Multibanco, ou seja, em termos homólogos, houve uma subida de 3,6% em termos do número de operações e de 2,2% no que toca ao valor envolvido nas transações. Já no que respeita aos levantamentos feitos nas caixas automáticas há uma variação negativa: os portugueses levantaram 2272 milhões de euros num total de 34,8 milhões de movimentos, valores que comparam com os 35,1 milhões de movimentos no montante de 2.331 milhões de euros em 2012. No que toca aos levantamentos, houve uma descida de 1,1% em termos do número de movimentos e uma quebra de 2,5% no valor envolvido nos mesmos. O valor médio diário dos levantamentos foi de 65 euros este ano (contra 66 euros em 2012), enquanto o valor médio dos pagamentos em lojas foi de 42 euros (em linha com os 42 euros de 2012).
Linha Saúde 24
Redução de salários em causa
Os trabalhadores da Linha Saúde 24 vão pedir reuniões urgentes ao ministro da Saúde e aos grupos parlamentares e admitem outras “formas de luta”, em protesto pela imposição de uma redução de salários. Os trabalhadores reuniram-se em plenário no domingo, para avaliar a situação e, de acordo com um comunicado que divulgaram hoje, decidiram ainda pedir uma reunião com a Comissão Parlamentar de Saúde, pedir uma inspeção à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e divulgar a situação junto da opinião pública. Os trabalhadores repudiam “qualquer tentativa de retaliação ou despedimento de qualquer” pessoa já que, dizem, a administração da linha, além de impor uma redução de salários ameaça com a substituição, caso não aceitem o corte pretendido. “Após anos a trabalhar para o Serviço Nacional de Saúde, no atendimento telefónico especializado de doentes, vimos a nossa dedicação e profissionalismo ser recompensada com a imposição unilateral de uma redução salarial”, acusam os trabalhadores, explicando que a relação contratual com a empresa sempre foi “irregular”, pelo que foi apresentada uma queixa junto da ACT.
economia
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
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Movimento cívico e PS de Coimbra apontam solução para Metro Mongedo
“Fundos europeus” Aprovadas por Bruxelas
Produtores de leite com novas regras
A agricultura dos Açores vai beneficiar, a partir de 2014, de uma nova regulamentação do POSEI, aprovada pela Comissão Europeia, sob proposta do Governo Regional, que visa os prémios instituídos para os produtos lácteos. Esta nova regra do POSEI vai excluir, para efeitos do pagamento do prémio aos produtores de leite dos Açores, as quotas adquiridas a produtores continentais a partir da campanha de 2012/2013. No final de dezembro, os produtores de leite vão sentir, entretanto, o reforço de cerca de 1,1 milhões de euros na dotação do prémio aos produtores de leite.
Abaixo dos 7,7% de 2012
China com crescimento de 7,6% em 2013
A economia chinesa deverá ter crescido 7,6% em 2013, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua. Um relatório do Conselho de Estado, entregue numa reunião da Comissão Permanente do Congresso Nacional do Povo, revela que o PIB chinês terá crescido 7,6% em 2013, valor que ficou um pouco acima da previsão oficial para este ano, de 7,5%, e um pouco abaixo dos 7,7% de 2012. A taxa de crescimento do PIB chinês registou em 2012 o nível mais baixo dos últimos treze anos, segundo a agência oficial chinesa.
“Projeto deve constituir uma das prioridades de investimento do País a propor à UE no próximo quadro comunitário”, defendem. O líder distrital do PS de Coimbra voltou, ontem, a defender a necessidade de o projeto Metro Mondego ser candidato a fundos comunitários. Pedro Coimbra considerou que a “única solução viável para terminar o investimento do projeto Metro Mondego passa precisamente pelo apoio dos fundos estruturais”. “Já há ano e meio que defendo esta posição, tendo recentemente, em coordenação com o grupo parlamentar do PS, questionado o Governo sobre os fundos estruturais para 2014, nos quais é fundamental inscrever o projeto Metro Mondego”, sublinhou o dirigente socialista. Ainda antes destas declarações, o Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo tinha igualmente defendido esta solução. O presidente da Federação de Coimbra do PS entende que esta deve ser uma preocupação do Governo “no palco nacional, mas também no palco europeu, onde se deve bater para garantir as verbas necessárias para concluir o projeto”.
Metro Mondego. Movimento Cívico e PS de Coimbra falam em “única solução viável para terminar o investimento” O Movimento Cívico de Coimbra, Góis, Lousã e Miranda do Corvo alertou, ontem, para a necessidade de o projeto Metro Mondego constituir uma das prioridades de investimento do País a propor à União Europeia no próximo quadro comunitário. O porta-voz do movimento, Jaime Ramos, salientou que é preciso “acordar a cidade de Coimbra e a região para a necessidade de lutar por este investimento”, no qual já foram investidos cerca de 140 milhões de euros sem qualquer utilidade. “São milhões
que vão para o lixo se a obra não tiver continuidade. Portanto, o Governo tem de aproveitar o dinheiro já gasto”, sublinhou. O Ramal da Lousã foi desativado há quase quatro anos, estando concluída, no âmbito do projeto, parte das empreitadas entre Alto de São João (Coimbra) e Serpins (Lousã), correspondentes à Linha Verde, primeira fase do Metro Mondego (MM), que contempla também a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo «tram-train» - com capacidade para circular nos eixos ferroviá-
rios, urbanos, suburbanos e regionais - na cidade de Coimbra. Faltam as obras até Coimbra B e os trabalhos de colocação de plataformas na via, dos carris, bem como de toda a catenária. “Se o projeto for candidatado a financiamento europeu terá uma comparticipação de 85% e Portugal assumirá unicamente 15%. Se o investimento necessário for de 100 milhões, Portugal só terá um custo de 15 milhões, uma insignificância perante o interesse estruturante do Metro Mondego”, sublinhou Jaime Ramos.
EasyJet e a paralisação dos pilotos
Greve sem atrasos ou voos cancelados Os pilotos da easyJet da base de Lisboa cumpriram, ontem, o segundo de quatro dias de greve mas a companhia área garantiu, a meio da tarde, que tudo decorria dentro da normalidade, sem atrasos nem cancelamento de voos. A greve, que foi convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), começou na terça-feira e deverá voltar a repetir-se a 31 de dezembro e a 1 de janeiro. Até ao final do dia, desconhecia-se o balanço feito pelo sindicato. Fonte da empresa garantiu, no entanto, que a situação estava a decorrer
EasyJet. Empresa garante que paralisação dos pilotos não provocou nem atrasos, nem cancelou voos
dentro da normalidade, sem registo de atrasos nos voos ou cancelamentos. O SPAC acusa a easyJet de não estar a cumprir os “acordos assumidos”, de estar a criar “restrições e expedientes dilatórios que têm tornado impossível a celebração de um acordo de empresa” e de não estar a respeitar o “compromisso de transferência de alguns pilotos para o seu país de origem”. A easyJet tem 43 pilotos na base de Lisboa. Por outro lado, o porta-voz dos trabalhadores do grupo SATA afetos ao sindicato da Aviação Civil disse que os voos regis-
taram atrasos de duas horas devido à greve que decorre desde quinta-feira, mas não se verificaram cancelamentos. De acordo com Filipe Rocha, a adesão à greve ronda os 90%. Filipe Rocha disse ainda que, nestes últimos dias, se verificou uma diminuição no número de voos devido à quadra natalícia. O SINTAC, ao qual estão afetos cerca de 120 trabalhadores da SATA, convocou uma greve à primeira e à última hora dos turnos de trabalho, até 6 de janeiro, a par da paralisação do trabalho extraordinário que já ocorre desde 1 de setembro.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
Golo de Hazard dá três pontos ao Chelsea na jornada do «boxing day»
Vitória especial “Estou satisfeito, porque conseguimos os três pontos e não sofremos golos”, disse Mourinho, depois de vencer o Swansea. Arsenal e Chelsea ganharam os seus encontros da jornada do «boxing day», tal como o Manchester United, que chegou a estar a perder. Em Stamford Bridge, o belga Eden Hazard marcou o único golo que valeu o triunfo da equipa de José Mourinho na receção ao Swansea (1-0), enquanto que os «gunners» ganharam fora ao West Ham por 3-1, destacando-se o «bis» de Walcott. Com estes resultados, o Arsenal chega aos 39 pontos e o Chelsea aos 37 e continuam na clara disputa do título. Embora esteja satisfeito com a vitória, o treinador José Mourinho reconheceu que os problemas na finalização persistem e que têm de melhorar esse aspeto. “Estou satisfeito, porque conseguimos os três pontos e não sofremos golos. O modo como controlámos o adversário durante 75 a 80 minutos também foi muito bom”, afirmou Mourinho, após o jogo. Ainda assim, o treinador português reconheceu que a equipa voltou a falhar na finalização: “tivemos tantas oportunidades para marcar pelo menos mais
Escolhas do L’Équipe
Ronaldo na equipa de sonho de 2013
«Boxing Day». Futebol inglês viveu, ontem, a sua jornada mais especial, com os jogos no dia a seguir ao Natal um golo e ficarmos numa posição mais confortável. O resultado deveria ser 2-0 ou 3-0.” Quem descolou dos primeiros, nesta ronda, foi o Everton. Perdeu, de forma inesperada, no Goodison Park, com o West Ham (1-0) -, mas continua no quinto lugar, com os 34 pontos que já tinha, ficando mais longe dos primeiros da tabela. O Everton vê mesmo aproximarse o Newcastle, atual sexto, que chega aos 33 pontos, depois de golear por 5-1 o Stoke City. Em clara recuperação, o Man-
chester United subiu a sétimo, com 31 pontos, igualando o Tottenham. Ontem, os «red devils» viraram uma desvantagem de 2-0 em Hull para uma justa vitória por 3-2, enquanto que a antiga equipa de VillasBoas cedeu um empate em casa (1-1) ao West Bromwich Albion. O Hull City começou em «grande», chegando rapidamente a 2-0, com tentos de Chester e do médio irlandês David Meyler, aos 13 minutos. Moyes trocou o lateral Rafael pelo avançado Adnan Zanuzaj, aos 18 minutos, e, no
minuto seguinte, Chris Smalling reduziu, para, aos 26, Wayne Rooney restabelecer a igualdade, com um remate de fora da área. Na segunda parte, o sucessor de Alex Ferguson apostou tudo e foi recompensado aos 66, altura em que Chester foi infeliz e deu a «pior» sequência a um cruzamento de Ashley Young. O Manchester United, que viu Valência ser expulso aos 90 minutos, ainda sofreu na parte final, valendo uma grande intervenção do guarda-redes espanhol De Gea já nos descontos.
Agências de notícias
Bicampeão nacional de corta-mato
Damião na São Silvestre da Amadora Manuel Damião, bicampeão nacional de corta-mato, foi, ontem, anunciado como inscrito para a São Silvestre da Amadora, que se disputará no último dia do ano, ao início da noite. O Desportivo Operário do Rangel, que organiza a prova, confirma assim a presença daquele que tem sido um dos mais fortes atletas na Amadora nos últimos anos venceu em 2011 e 2012, após ter sido segundo em 2009 e 2010, sempre como melhor português. O fundista que este ano ingressou no Sporting terá pela frente outros internacionais lusos de primeiro plano, no-
Amadora. Bicampeão nacional de corta-mato confirmado na tradicional Corrida São Silvestre
O jornal diário desportivo francês L’Équipe divulgou, ontem, a sua equipa de sonho de 2013, na qual coloca os futebolistas candidatos à Bola de Ouro, Cristiano Ronaldo, Messi e Ribéry. Numa equipa dominada pelo plantel do Bayern Munique, campeão europeu e mundial, constam também o brasileiro Thiago Silva e o costa-marfinense Yaya Touré . Na lista, a baliza é de Neuer, a defesa formada por Lahm, Kompany, Thiago Silva e Jordi Alba, e o meiocampo com Touré, Schweinsteiger, Mueller e Ribéry. Na frente surgem Ronaldo e o Messi.
meadamente Rui Pedro Silva, do Benfica (vencedor em 2005 e terceiro em 2006) e ainda Licínio Pimentel, José Moreira, Ricardo Ribas, Luís Feiteira, Paulo Gomes e Hélio Gomes. No setor feminino, o panorama de inscritas é menos valioso, atendendo às ausências de Marisa Barros e Sara Moreira, vencedoras nos últimos anos, ou ainda de Dulce Félix e Sara Moreira. Salomé Rocha, recente nona no Europeu de crosse, Catarina Ribeiro, segunda melhor portuguesa naquele Europeu, e a experiente Clarisse Cruz, no pódio das duas últi-
mas edições, parecem ter alguma vantagem. Cláudia Pereira, Sandra Teixeira e Solange Jesus são outras atletas que deverão andar na frente do grupo. Ao contrário do que era apanágio na prova de estrada da Amadora, com nomes fortes vindos de África ou do Leste da Europa, não há grandes nomes estrangeiros entre os inscritos. As inscrições para a mais antiga São Silvestre portuguesa, já em 39.ª edição, ainda não encerraram e podem ser feitas até sábado, correndo-se, no percurso habitual de 10 km, no dia 31, a partir das 18h00.
Vettel eleito desportista europeu do ano O piloto alemão Sebastian Vettel foi considerado o desportista europeu do ano pelas agências de notícias europeias que participaram no inquérito da agênica polaca (PAP), no qual o português Cristiano Ronaldo foi o quarto. Na votação em que participaram 21 agências europeias, Sebastian Vettel, tetracampeão do mundo de Fórmula 1, somou 166 pontos, tendo ocupado de forma destacada o primeiro posto do pódio, seguido do tenista espanhol Rafael Nadal (127) e do fundista britânico Mo Farah (86). Cristiano Ronaldo teve 84 pontos, mais dois do que Ribery.
Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013
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AVIDOURO CRITICA GOVERNO
“Assalto final” à Casa do Douro A Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO) rejeitou ontem o que diz ser a intenção do Governo de acabar com o estatuto de interesse público da Casa do Douro (CD), considerando tratar-se do “assalto final” à instituição. A CD, sediada no Peso da Régua, é uma associação privada de direito público e de inscrição obrigatória para os viticultores durienses. O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, já disse que a solução para a CD, que possui uma dívida de 160 milhões de euros, passa pela venda de vinho, património e revisão dos estatutos, passando a ser de inscrição voluntária. A AVIDOURO criticou ontem, em carta aberta enviada ao Presidente da República, a vários membros do Governo, grupos parlamentes e comunicação social, o que diz ser a intenção de “privatizar” a CD, “pondo fim ao seu estatuto de interesse público”. Os vitivinicultores consideraram que “está em vias de ser consumada toda uma situação tendente para a espoliação da Casa do Douro e dos lavradores durienses através do continuado processo institucional de retirada dos poderes públicos e de esbulho do património” da instituição. Para além de se desvirtuar a natureza do organismo, a consequência será, segundo a AVIDOURO, também uma “drástica redução da sua representatividade em número de viticultores”. A associação criticou ainda a “preanunciada venda em hasta pública” do “precioso património” da CD, nomeadamente os stocks de vinho do Porto. Trata-se, portanto, do “assalto final” à Casa do Douro, criada em 1932 e que, desde 1995, tem perdido funções, nomeadamente os serviços de cadastro e de laboratório. A instituição foi criada com o objetivo de defender os produtores de vinho da Região Demarcada do Douro. A AVIDOURO lamentou ainda não ter sido incluída no processo negocial, considerando que este “nasce e avança com falta de transparência democrática ao pretender ignorar os legítimos representantes dos maiores interessados que são os lavradores durienses”. Os vitivinicultores garantiram que não vão “cruzar os braços” e salientaram que a “faísca que falta para incendiar a região é este roubo brutal que se anuncia para a Casa do Douro”. Para além da dívida de 160 milhões de euros, 30 milhões dos quais dizem respeito a juros, a intuição contabiliza ainda 40 meses de salários em atraso aos funcionários do quadro privado da organização.
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Redatores: Joaquim Sousa (CP-5632), Andreia Cavaleiro (CP-6983), Cátia Costa (Lisboa) e Vasco Samouco. Fotografia: Ivo Pereira (CP-3916) Secretariado de Direção: Sandra Pereira. Secretariado de Redação: Elisabete Cairrão. Publicidade: Conceição Carvalho (chefe), Elsa Novais (Lisboa, 918 520 111) e Fátima Pinto. E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua de Santa Catarina, 489 2º - 4000-452 Porto. Contactos: redação - Tel. 22 096 78 47 - Tm: 912 820 510 E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46, Fax: 22 096 78 45 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82 Impressão: Coraze, Telefs.910252676 / 910253116 / 914602969, Oliveira de Azeméis. Distribuição: Vasp. Tiragem: 20 000
Presidente da República recorda qualidades de Albino Aroso
“Exemplo notável de médico humanista” O Presidente da República recordou Albino Aroso como “um exemplo notável de médico humanista, que dedicou o seu profundo saber e grande experiência à causa pública” e lembrou o seu contributo decisivo no combate à mortalidade infantil. “Ao longo da sua vida, Albino Aroso foi um exemplo notável de médico humanista, que dedicou o seu profundo saber e grande experiência à causa pública, tendo papel destacado e pioneiro na instituição do planeamento familiar no nosso país”, lê-
se numa mensagem de condolências enviada pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, à família de Albino Aroso, que morreu ontem no Porto. Na missiva, divulgada no ´site’ da Presidência da República, Cavaco Silva sublinha igualmente o contributo do médico no combate à mortalidade infantil, área em que Portugal fez “progressos extraordinários em poucas décadas”, apresentando hoje uma das taxas mais reduzidas de toda a Europa ocidental. “Muitos milhares de
crianças sobreviveram graças à acção e ao empenho de Albino Aroso”, salienta o chefe de Estado. O Presidente da República recorda igualmente em, que 2006, Albino Aroso foi “justamente galardoado com o I Prémio Nacional de Saúde”, tendo ainda sido considerado, pela Associação Médica Mundial, como um dos 65 clínicos mais dedicados às causas públicas em todo o mundo. “Devemos honrar a sua memória e seguir o seu exemplo de vida”, acrescenta Cavaco Silva.
APRE diz que Cavaco dá prioridade “à aventura” do Governo
“Presidente não defende a Constituição” O Presidente da República dá prioridade “à aventura” do Governo, que legisla testando os limites da constitucionalidade, em detrimento da defesa da Constituição, acusou ontem a Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe). Num comunicado assinado pela presidente da associação, Maria do Rosário Gama, reage-se assim à decisão de Cavaco Silva de não enviar o diploma do Orçamento do Estado de 2014 para fiscalização preventiva no Tribunal Constitucional (TC). O Presidente tinha até quartafeira para pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade do documento, visto que o Orçamento fora enviado para Belém a 17 de de-
zembro e Cavaco Silva dispunha de oito dias para a solicitar, o que não aconteceu. A decisão de Cavaco Silva, diz o comunicado da APRe, “era a expectável, mas não a desejável” e o Presidente não agiu em defesa da Constituição “que jurou defender e fazer cumprir”. Depois de o Tribunal Constitucional ter chumbado a convergência de pensões entre setor público e privado “fica bem claro que a lei do Orçamento contém inconstitucionalidades, nomeadamente as que se referem aos cortes das pensões de sobrevivência e aos cortes dos salários dos funcionários públicos”, diz a associação. E acrescenta: “A APRe lamenta a decisão” do Presidente que, “mais uma
vez, deixa o país suspenso, empurrando para mais tarde o que podia ser resolvido atempadamente”. Há uma semana o Tribunal Constitucional “chumbou” o diploma que estabelecia o corte de 10% nas pensões de reforma, aposentação e invalidez e nas pensões de sobrevivência da função pública, que tinha suscitado dúvidas ao Presidente da República e por isso pedira a fiscalização preventiva. Cavaco Silva tem até 06 de janeiro para decidir se promulga ou veta o Orçamento do Estado. Promulgando-o pode também pedir a fiscalização sucessiva de algumas normas. Foi o que fez em relação ao Orçamento de 2013.
Presidente de transição da Guiné-Bissau e o “caso TAP”
Serifo Nhamadjo aguarda decisão do primeiro-ministro O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, disse ontem que aguarda pela decisão do primeiro-ministro para tomar uma posição sobre o pedido de demissão de dois ministros envolvidos no embarque forçado de sírios num avião da TAP. Os ministros dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva, e do Interior, António Suca Ntchama, colocaram na semana passada os lugares à disposição, mas até hoje ainda não foi tomada nenhuma decisão. “O Governo é dirigido por um primeiro-ministro e consequentemente será ele a enviar ao Presidente as propostas de substituição ou não dos ministros demissionários. Eu, da minha parte, cumprirei as minhas obrigações desde que sejam propostas concretas do Governo”, disse Nhamadjo.
O Presidente de transição guineense fez estas declarações aos jornalistas a margem das cerimónias da entrega oficial das novas instalações do Instituto Nacional de Saúde, construídas pela China. Na cerimónia, esteve presente o ministro demissionário dos Negócios Estrangeiros, Delfim da Silva. Questionado sobre a sua situação no Governo, Delfim da Silva afirmou que “continua a aguardar” pela resposta do Presidente sobre o seu pedido de demissão. O ministro do Interior demissionário, António Suca Ntchama, não esteve presente na cerimónia. Uma comissão de inquérito instituída pelo Governo de transição apontou o ministro do Interior como tendo sido o responsável principal pelo embarque forçado de 74 sírios com passaportes falsos no voo da TAP para
Lisboa no dia 10 de dezembro. O ministro teria feito “pressão via telefónica” ao pessoal da TAP, incluindo à tripulação. Para se apurar as suas eventuais responsabilidades criminais no incidente, Suca Ntchama foi ouvido no Ministério Público na segundafeira, mas ainda desconhece qual o veredito da justiça. O nome do ministro dos Negócios Estrangeiros não foi referenciado nas conclusões do inquérito, mas Delfim da Silva decidiu apresentar o seu pedido de demissão do Governo de transição por desacordo com o que o diz ser um escândalo diplomático entre a Guiné-Bissau e Portugal. O Governo português já pediu às autoridades guineenses que tirem “consequências” deste incidente, na sequência das conclusões da comissão de inquérito.