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Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVI | N.º 66
Segunda-feira, 03 de março de 2014
GOVERNO VOLTA A CONVOCAR PS PARA REUNIÃO
SOBRE INFRAESTRUTURAS PRIORITÁRIAS
CONV!TE
n O secretário de Estado dos Transportes revelou que o PS vai receber nos próximos dias os documentos pedidos sobre as infraestruturas prioritárias e que terá então condições para se reunir com o Governo. “O Ministério da Economia continua de portas abertas para receber o Partido Socialista”, garante Sérgio Monteiro.
OVAR REFORÇADO SOMA E SEGUE n Nem a chuva conseguiu atrapalhar mais um domingo animado de Carnaval
MAU TEMPO
IPMA coloca sete distritos sob aviso vermelho devido à forte agitação marítima
ESCUTAS
n Um golo de Gaitán logo aos sete minutos foi suficiente para Benfica passar no Restelo
Ministra da Justiça defende que o número de instituições deve ser “muito restrito”
UCRÂNIA
Portugal preocupado com a situação e ministros da UE reúnem hoje de emergência
local porto
2 | O Primeiro de Janeiro
Segunda-feira, 3 de Março de 2014
“Casa do Meio Caminho” ajuda a recuperar ex-toxicodependentes
“Ser feliz, rir e brincar” Promover hábitos pessoais, sociais e profissionais junto de ex-toxicodependentes é o objetivo do projeto “Casa do Meio Caminho”, de uma associação de Santo Tirso, que assim reensina a “ser feliz, rir e brincar” sem o uso de substâncias. “Desgovernei a minha vida e as coisas boas, estive para perder tudo. Felizmente ainda tenho mantido, mas se continuasse na vida que estava, de certeza que ia piorar muito. Para ser feliz, para se rir ou para se divertir não se precisa de andar a consumir substâncias”, começa por contar, João Rocha (nome fictício), de 44 anos. João vive na “Casa do Meio Caminho”. Chegou há dez dias, incentivado pela irmã - que “ainda acredita em mim”, conforme disse - e por “uma doutora de Santo Tirso” que, continuou o utente, também viu que a sua vida “tinha conserto”. É um dos atuais três residentes de uma casa que acolhe ex-toxicodependentes em Santo Tirso, um projeto da Associação de Moradores do Complexo Habitacional de Ringe (AMCHR), em parceria com a Câmara Municipal e com o SICAD-Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
JOAQUIM COUTO. Presidente da Câmara de Santo Tirso dá um enorme e fundamental contributo à “casa do Meio Caminho” A casa pode receber, pelo período de seis meses, quatro utentes. O projeto está direcionado para homens que são sinalizados pelo Centro de Respostas Integradas, CRI-Porto Ocidental, e acompanhados na Consulta Descentralizada de Santo Tirso. “Percebemos que o acompanhamento em gabinete não daria resposta às necessidades destes utentes. Então idealizamos este projeto, o ‘Códigos de Vida’, na área da reinserção. A gestão da residência é feita pelos utentes, com supervisão técnica [um psicólogo, um assistente e uma educadora sociais]. O objetivo é que possam sair de cá preparados para serem autónomos”, explica Eduarda Ferreira, coordenadora do projeto “Casa de Meio Caminho”. A responsável fala daquelas competências que se adquirem ao longo da vida - lavar, cozinhar, limpar, ge-
rir o orçamento familiar - que são negligenciadas durante o período de consumos, mas na “Casa do Meio Caminho” os utentes reaprendem rotinas diárias e são incentivados a socializar com novos grupos de pertença como forma de prevenção da recaída, por exemplo através da frequência de um ginásio ou da biblioteca da cidade. A residência encontra-se em meio rural, o que facilita o desenvolvimento de atividades relacionadas com a agricultura, com a qual, lê-se no plano da AMCHR, “a população-alvo se identifica”. Há um galinheiro, uma horta e uma oficina de carpintaria, entre outros recantos. “Gosto muito do trabalho do campo. Até tenho diploma. Em Braga estava a fazer um tratamento e tirei diploma em agropecuária e jardinagem. Sei tudo. Não há nada que eu não saiba. A minha
arte é trolha, construção civil. Não tenho problemas nenhuns em levantar uma obra”, descreveu Luís Guedes (também um nome fictício), de 48 anos, outro dos residentes. A AMCHR desenvolveu esta ideia em abril de 2009, mas foi obrigada a interrompê-lo em novembro de 2012, data em que terminou o financiamento associado ao projeto. Entretanto, a autarquia de Santo Tirso disponibilizou-se para suportar as despesas com o arrendamento da casa: cerca de 300 euros/mês. E a “Casa do Meio Caminho” voltou a abrir em janeiro deste ano. “É uma solução ótima para os problemas de toxicodependência. É com estas unidades pequenas, com programas de proximidade e procurando inserir as pessoas na comunidade que estes problemas se resolvem e não com grandes casas, com grandes ajustamentos”, defende Joaquim Couto, presidente da Câmara de Santo Tirso. Após a permanência na residência é mantido o acompanhamento. Desde 2009 até 2012 a “Casa do Meio Caminho” acolheu perto de três dezenas de utentes: pelo menos seis aumentaram a sua escolaridade, quatro estão abrangidos por medidas do Instituto de Emprego e Formação Profissional, oito retomaram à família de origem, e dois abandonaram o projeto. “Por que razão é que preferi estar aqui e não com familiares? Não quer dizer que tenha abandonado a minha família, mas acho que é muito cedo para enfrentar a realidade da vida sozinho”, concluiu João Rocha, que agora “ri e brinca” e diz acreditar num futuro “sem drogas nem álcool”.
CDU continua a “lembrar o Porto esquecido”
“Abandono e degradação” no vale de Massarelos O vereador da CDU da Câmara do Porto criticou o “abandono e degradação” do património cultural e natural do vale de Massarelos, defendendo um investimento municipal prioritário para esta e outras zonas esquecidas da cidade. “Toda esta zona, da rua dos Moinhos até ao Campo do Rou está ao abandono, como casas devolutas, algumas até já alvo de derrocada, fontanários e lavadouros degradados, lixo, vegetação e um número muito grande de
sem-abrigo em casas improvisadas”, descreveu o comunista Pedro Carvalho, que ontem fez uma visita ao local, situado nas proximidades da rua D. Pedro V. O vereador alertou ainda que a área em causa inclui os Caminhos do Romântico, alvo de uma “semirequalificação” no âmbito da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, com “mais de 700 mil euros” investidos, para que atualmente continue “tudo degradado”. “Queremos que o
investimento municipal, independentemente de outras fontes de financiamento, dê prioridade a zonas como esta”, afirmou Pedro Carvalho. A intenção é avançar com intervenções e “planos estratégicos de reabilitação destas áreas” esquecidas, onde ainda persiste “um Porto do século XIX”, para criar condições para ter uma cidade do século XXI, defendeu. “Este é também um Porto histórico, onde ainda vivem pessoas que dão identidade à cidade. É uma
zona com mais valias do ponto de vista cultural, natural e habitacional e que está esquecida”, lamentou. Pedro Carvalho critica que se gastem “tantos milhares de euros a reabilitar determinadas áreas, como a Avenida da Boavista” enquanto se deixam outras ao abandono. Por isso, explicou, a CDU tem vindo a “lembrar o Porto esquecido”, assinalando, em cada freguesia, “zonas da cidade que podiam ter uma importante valorização”.
Carro caiu ao rio Ferreira
Jovem morreu em Valongo
Um jovem morreu ontem em Valongo, depois do carro que conduzia se ter despistado e caído ao rio Ferreira, à entrada de uma ponte em Sobrado, num acidente que deixou outra pessoa ferida, disse fonte dos bombeiros. “O carro despistouse à entrada da ponte e caiu totalmente capotado no rio. O condutor estava submerso dentro do veículo e já se encontrava morto quando foi retirado pelos bombeiros”, informou Márcio Coelho, bombeiro de primeira dos Bombeiros de Valongo. O acidente ocorreu pelas 07h15, na rua S. João, lugar da Devesa, e quando o socorro chegou ao local o outro ocupante do veículo, um jovem com idade “entre os 20 e os 30 anos”, estava “fora do carro, no topo da rua, com várias lesões”, indicou a mesma fonte. O ferido tinha “hematomas no crânio, escoriações na face e lesões nos membros superiores e inferiores”, recebeu assistência no local e foi depois transportado para o hospital de S. João, acrescentou Márcio Coelho. De acordo com esta fonte dos bombeiros de Valongo, o condutor da viatura teria entre 23 e 25 anos. No local estiveram 16 bombeiros de Valongo apoiados por várias viaturas, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de S. João e dois veículos da GNR de Campo. Devido à agitação marítima
Trânsito interdito na marginal do Porto
A Câmara do Porto anunciou que a agitação marítima prevista para a noite obrigou a interditar o trânsito na marginal e a vedar o acesso aos molhes e bares e restaurantes de praia, em princípio até amanhã. A informação, publicada na página oficial do Facebook da autarquia portuense, revela que, “a partir da noite de hoje [domingo], o mar voltará a estar muito agitado e a Proteção Civil do Porto voltará a estar em «alerta bravo»”. Por isso, acrescenta, a partir das 21h00 estará “interdito a peões e automóveis” o trânsito nas ruas Coronel Raúl Peres, da Praia, D. Luís Filipe, Avenida D. Carlos I e Esplanada do Castelo. “Também o acesso aos molhes e bares e restaurantes de praia será impossível”, acrescenta a autarquia. A Câmara prevê “que o mau tempo e as interdições se mantenham até ao dia 04, terça-feira”. De acordo com o município, “a situação será acompanhada no local e reavaliada sempre que necessário”.
regiões
Segunda-feira, 3 de Março de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Cancelamento de alguns cortejos enche festas de Carnaval de outras cidades
Chuva (não) atrapalha folia Devido à agitação marítima
Sete distritos em alerta vermelho
Mau tempo cancelou cortejos de Estarreja, Figueira da Foz e Nazaré, entre outros. Em Ovar, 4 mil pessoas encheram bancadas.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sete distritos sob aviso vermelho, no dia de hoje, devido à agitação marítima, prevendo ondas entre os sete e os nove metros. Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga serão os distritos sob aviso vermelho entre as 12h00 e a meia-noite, segundo informação divulgada pelo IPMA. O IPMA colocou igualmente sob aviso laranja os distritos de Faro, Beja e Setúbal, com previsão de ondas entre os cinco e os sete metros, a partir das 15h00 de hoje, até às 12h00 de amanhã.
O Carnaval de Ovar ganhou, ontem, alguns espetadores inesperados, devido ao cancelamento do desfile de Estarreja, e a autarquia sublinha que, apesar da chuva miudinha, este ano o corso demonstra “mais qualidade nos fatos, carros alegóricos e coreografias”. Maria do Carmo Ferreira é do distrito de Viseu e tinha bilhetes para o Entrudo de Estarreja, mas, quando esse foi cancelado, decidiu assistir ao desfile vareiro, que só pretendia ver na terça-feira. Chegou a Ovar com banquinhos no braço. “Este é o Carnaval de que mais gosto. Tem mais coisas para ver, mais carros, mais gente e nós já há três anos que vimos de Moimenta da Beira para assistir”, disse. Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, acredita que os espetadores mais atentos vão constatar a diferença que resulta do facto de os desfiles vareiros de 2014 terem sido os primeiros preparados na recém-inaugurada Aldeia Carnaval. “A mudança nota-se em termos de coreografias, de carros alegóricos e de todo o trabalho relacionados com os
Rede Corredor Azul
Assembleia municipal aprova moção para o MAI
Câmaras alentejanas promovem concelhos As 10 Câmaras alentejanas que integram a Rede Corredor Azul criaram vídeos de promoção dos respetivos concelhos, bem como um institucional conjunto, que vão ser apresentados em Vendas Novas, na próxima quinta-feira. A cerimónia de apresentação dos vídeos promocionais, que foram feitos em português, inglês e espanhol, vai decorrer no Auditório Municipal de Vendas Novas. A Rede Corredor Azul é constituída por Arraiolos, Borba, Elvas, Estremoz, Évora, Montemor-oNovo, Vendas Novas, Vila Viçosa, Santiago do Cacém e Sines.
Carnaval. Nazaré cancelou cortejo de ontem, mas já anunciou que mantém o desfile na marginal amanhã desfiles”, diz o autarca, acrescentando que “os carros e as performances dos grupos tiveram um salto de qualidade, porque as pessoas tiveram condições de trabalho, entreajuda e camaradagem que não havia antes”. O desfile de ontem teve lotação esgotada nas bancadas, com capacidade para 4 mil pessoas. Salvador Malheiro anuncia que, no próximo ano, é intenção da autarquia devolver alguns desfiles ao centro histórico da cidade, “se se conseguirem assegurar duas
questões: a proteção e segurança das pessoas e a sustentabilidade económica e financeira do evento”. Também os corsos carnavalescos da Figueira da Foz e da Nazaré, previstos para a tarde de ontem, foram cancelados devido às condições climatéricas, informaram as respetivas autarquias. No caso da Nazaré a autarquia adiantou que se mantém o desfile marcado para a próxima terça-feira, 4 de março, às 15h00, na marginal da Nazaré, “ficando o corso que estava previsto para hoje [ontem] agenda-
do para o domingo, 9 de março, à mesma hora”. No sábado, já tinha sido desmarcado o corso do Carnaval Internacional de Elvas, que contava com a participação de grupos de comparsas espanholas. Dois mortos e três feridos graves são os dados provisórios do segundo dia da Operação Carnaval da GNR, que decorre desde as 00h00 de sexta-feira e se prolonga até às 24h00 de amanhã. Na sextafeira, a GNR registou um morto, três feridos graves e 38 feridos ligeiros em 188 acidentes.
Sintra exige novas instalações para a GNR A Assembleia Municipal de Sintra vai pedir ao Ministério da Administração Interna (MAI) a escolha, “com caráter de urgência”, de novas instalações para o destacamento territorial da GNR, de acordo com uma moção aprovada por aqueel aquele órgão. A moção foi apresentada, na noite de sexta-feira, pela bancada do PS na Assembleia Municipal na sequência do incêndio que, no final de janeiro, destruiu parte da cobertura do destacamento da GNR, junto ao Palácio Nacional de Sintra, e que inviabilizou a utilização de parte significativa do edifício pelos
Sintra. Incêndio no final de janeiro destruiu parte da cobertura do destacamento da GNR na vila
militares de investigação criminal, transferidos para Colares. No documento, revelado ontem, é referido que a Câmara de Sintra já comunicou ao MAI “os locais que considera aptos a receber aquele serviço” da GNR, mas não teve “qualquer resposta”. A proposta do PS considera “fundamental a permanência dos serviços de investigação criminal da GNR” no concelho e apela ao MAI para que opte por uma das instalações indicadas pela Câmara “ou identifique outras, em Sintra, que considere mais ajustadas”. Hernâni Carvalho, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, reconheceu a
“boa vontade” da moção, mas entende que promove “a subversão do princípio de que o Estado é que deve prover a segurança e os meios de segurança”. António Capucho, do movimento independente Sintrenses com Marco Almeida, concordou que se trata de uma “competência exclusiva do Estado”, no entanto, sustentou que “a Câmara não pode deixar de atuar”. A deputada socialista Cristina Mesquita esclareceu que a moção não visa ceder instalações e que a Câmara só identificou espaços. O objetivo, frisou, é impedir que Sintra possa perder “este importante serviço” para outros concelhos.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Terça-feira, 4 de Março de 2014
Sérgio Monteiro garante que PS vai receber documentos pedidos
Infraestruturas prioritárias em cima da mesa O secretário de Estado dos Transportes revelou que o PS vai receber nos próximos dias os documentos pedidos sobre as infraestruturas prioritárias e que terá então condições para se reunir com o Ministério da Economia. Questionado sobre o facto de o Governo ainda não ter entregado ao PS a documentação pedida, Sérgio Monteiro afirmou que não aconteceu porque o próprio Executivo ainda não recebeu essa informação do Grupo de Trabalho que fez o relatório sobre infraestruturas prioritárias para investimento até 2020, uma vez que a recolha dos dados é demorada. “Mas se essa é a condição para que o Partido Socialista se possa reunir connosco, estou certo que nos próximos dias teremos condições para marcar a reunião. Esse é o apelo que gostava de deixar, o Ministério da Economia continua de portas abertas para receber o Partido Socialista”, afirmou Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações. Dos 30 projetos considerados prioritários, explicou, para 15 há análises de custo-benefício, há dois que não necessitam porque são investimentos privados em infraestruturas privadas (terminais) e os restantes 13 ainda não têm essa análise feita. Ainda assim, o governante disse que considera estranho que o PS use isso como argumento para não se reunir
SÉRGIO MONTEIRO. Secretário de Estados dos Transportes está certo que nos próximos dias haverá condições para marcar a reunião com o PS com o Ministério da Economia porque, afirmou, a direção socialista tem falado em projetos que considera importantes mesmo quando não existe essa contabilidade, caso de Sines. O secretário de Estado disse, ainda, que concorda com o PS quanto à necessidade de evitar jogos políticos. “Percebemos que é difícil nesta altura considerarem a possibilidade de se reunirem connosco por razões de outra natureza, mas é muito importante para o país e em nome desse interesse nacional deixamos uma vez mais o convite para a reunião com o Ministério da Economia”, afirmou Sérgio Monteiro. O PS acusou o ministro da Economia, Pires de Lima, de protagonizar um “número político”, depois de
o governante ter dito, no sábado à noite, que aquele partido não aceitou o convite do Governo para discutir as infraestruturas prioritárias, considerando “insólita” a recusa. Através do deputado Rui Paulo Figueiredo, os socialistas afirmaram que o que aconteceu é que o Executivo continuava sem enviar o conjunto de informação relevante que foi pedida para “analisar seriamente” os projetos. Agora, o mesmo deputado socialista reiterou que o PS “continua há duas semanas à espera da informação relevante” que o Governo se comprometeu a enviar, considerando que Pires de Lima e o Governo “estão a fazer um número político e não estão a discutir este assunto com a seriedade que ele merece”.
Além disso, afirmou, os socialistas irão “apressar” a ida ao parlamento do ministro da Economia e do grupo de trabalho das infraestruturas prioritárias. Esta polémica surgiu em torno das denominadas infraestruturas de elevado valor acrescentado e as sugestões do grupo de trabalho, apresentadas no final de janeiro, que definiu 30 projetos de investimento público até 2020. Para esta semana, o Ministério da Economia tem reuniões agendadas com grupos parlamentares para discutir os projetos prioritários para o período 2014-2020, trabalho que será depois apresentado à Comissão Europeia com vista a poderem beneficiar de fundos comunitários.
Joana Marques Vidal sublinha a necessidade de melhorar a coordenação
Criminalidade económico-financeira em causa A procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, sublinhou hoje a necessidade de melhorar a coordenação entre departamentos e jurisdições, no âmbito da investigação da criminalidade económico-financeira. Em declarações depois do 2.º encontro da rede nacional de procuradores contra a corrupção, em Mafra, Joana Marques Vidal referiu a importância da ligação entre as jurisdições, nomeadamente nas áreas administrativa e penal. “É importante também a ligação a outras áreas, como o Tri-
bunal de Contas e a justiça tributária, ou seja a capacidade que o Ministério Público tem de ter de se auto-organizar por forma a melhorar a coordenação entre os diversos departamentos que têm por função a investigação deste tipo de criminalidade”, afirmou. Do encontro, a responsável sinalizou a “capacidade de mobilização dos senhores magistrados e a importância de reuniões de troca de informação entre os diversos magistrados relativamente ao aprofundamento das temáticas relacionadas
com a corrupção e criminalidade económico-financeira”. Joana Marques Vidal acrescentou a “necessidade de especialização dos magistrados para estas temáticas”, assim como a coordenação entre áreas, exemplificando com a necessária articulação entre magistrados que estejam no Tribunal de Contas, Tribunal Administrativo e os que estão na área penal. Entre as conclusões apresentadas no final do encontro por um dos magistrados constou, ainda, o reconhecimento da “insuficiência de pe-
ritos, assessores, consultores e ferramentas específicas disponíveis para dar resposta em tempo adequado, em áreas do conhecimento fundamentais (…) nomeadamente em matéria de urbanismo, financeira e informática”. Perante este cenário, os procuradores indicaram a necessidade de concretização da previsão legal da existência de gabinetes de assessoria técnica ao Ministério Público e aos Tribunais ou a aquisição de ferramentas de tratamento de informação recolhida em ambiente digital.
Justiça e as escutas
Ministra defende número muito restrito de instituições
A ministra da Justiça defendeu ontem, em Mafra, que o número de instituições a fazer escutas terá de ser “muito restrito”, porque atualmente existem 19 órgãos de polícia criminal que o podem fazer. Paula Teixeira da Cruz disse que aquela possibilidade deve ser limitada “a um conjunto muito restrito de instituições”, considerando que “não faz nenhum sentido” que qualquer cidadão possa “ser escutado por 19 instituições, incluindo, por exemplo, a ASAE”. Em declarações aos jornalistas no final do 2.º encontro da rede nacional de procuradores contra a corrupção, a ministra indicou que o debate sobre a matéria “terá inicio muito brevemente”. “O projeto está concluído e será colocado a debate público. Aquilo que é minha intenção é restringir fortemente as instituições que possam fazer escutas”, resumiu. A ministra comentou, ainda, a “despedida muito saudável” do setor da Justiça da ‘troika’, na quarta-feira, uma vez que este foi a primeira área a fechar o programa negociado com o Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu. “Foi uma despedida muito saudável”, referiu a governante, indicando que os vários elementos da ‘troika’ “foram extremamente entendedores daquilo que era a realidade portuguesa” e de um “projeto sistémico” existente para o país. “Foi um trabalho incessante em dois anos e meio”, afirmou a governante, indicando que não estavam apenas em causa projetos relacionados com as exigências da ‘troika’, mas também com as “necessidades de reorganização e simplificação de procedimentos”. A ministra endereçou agradecimentos a todos os agentes da área, que “trabalharam sem parar” para alterar a Justiça Económica e a Justiça Civil. “Estamos agora a alterar a Justiça Administrativa, que não fazia parte do memorando”, disse Paula Teixeira da Cruz, sublinhando não ser possível ter “códigos que não falam a mesma linguagem, não têm a mesma a filosofia”.
Segunda-feira, 3 de Março de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro | 5
Rui Machete destaca importância de acordo comercial e económico
“Nova era” nas relações entre Portugal e Canadá “É muito positivo, suponho que podemos dizer que se desenha uma nova era nas relações económicos com o Canadá”, disse o MNE. Receitas de portagens de carros «estrangeiros»
6,4 milhões de euros Pouco mais de 2% das receitas de portagens conseguidas pela Estradas de Portugal (EP) em 2013 vieram de veículos de matrícula estrangeira, que contribuíram com o total de 6,4 milhões de euros. Comparando este valor com os 289,5 milhões de euros do total de receitas de portagens que a EP conseguiu em 2013, significa que 2,21% destas receitas vieram de veículos de matrícula estrangeira. Ainda na nota ontem enviada, a EP refere que o ano passado conseguiu 4,8 milhões de euros de receitas de portagens através do sistema Easytoll, um mecanismo de pagamento automático de portagens destinado sobretudo a turistas e emigrantes. Deste valor, 1,2 milhões de euros foram conseguidos na A22, no Algarve, com a Estradas de Portugal a estimar que 75% da receita cobrada a veículos estrangeiros nesta autoestrada foi através do Easytoll. “Os condutores espanhóis que visitam a região do Algarve têm cada vez mais optado pelo pagamento de portagem na utilização da A22 através do sistema Easytoll”, lêse na nota h, em que a EP acrescenta que apenas nos últimos três dias se registaram mais de 1500 adesões ao sistema Easytoll por parte de condutores de veículos de matrícula espanhola, que provavelmente vêm ao Sul de Portugal passar o Carnaval.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Canadá reuniram-se, sábado em Toronto, madrugada de ontem em Portugal Continental, num encontro privado, com Rui Machete a falar numa “nova era” das relações entre ambos os países. “É muito positivo, suponho que podemos dizer que se desenha uma nova era nas relações económicos com o Canadá e, certamente, uma cooperação que já existe no campo político”, disse o governante português, após o encontro com o seu homólogo canadiano. Machete disse que agora “vão haver visitas mais frequentes de entidades, empresários portugueses ao Canadá” e vice-versa. O ministro dos Negócios Estrangeiros português também abordou a importância do acordo comercial e económico (CETA), aguardando-se que entre em vigor “muito brevemente”, o que representará uma “contribuição muito importante no desenvolvimento das relações comerciais entre o Canadá e Portugal”, sublinhou. Pelo lado canadiano, John Bird abordou o encontro com o governante português reconhecendo a importância de “reforçar as relações bilaterais e transatlânticas”. “Portugal e Canadá fazem parte da NATO, é fundamental para a nossa política estrangeira apreciarmos a ajuda de Portugal na conclusão do tratado entre o Canada com a União Europeia”, disse ainda. Baird também reconheceu que “mais trabalho pode ser feito através do acordo”, que pode ser um grande passo na “construção da prosperidade”. “Visitem Portugal”
Após este encontro, o ministro John Bird seguiu para Otava, enquanto Rui Machete foi o convidado de honra na Gala da Federação de Empresários Luso-Canadianos, que atribuiu sábado à noite bolsas de estudo a jovens estudantes.
Cooperação. MNE apelou aos lusodescendentes que visitem Portugal, considerando importante que o setor de turismo “cresça e aumente” o número de visitantes
Financiamento da UE
Metro Mondego exige conclusão do projeto
A Metro Mondego defende a conclusão do projeto do metro, com financiamento da União Europeia, realçando os “evidentes prejuízos pessoais e económicos” causados pela interrupção, em 2009, do serviço ferroviário no Ramal da Lousã. Estas e outras recomendações integram um documento – ontem tornado público– que a MM enviou
ao grupo de trabalho para as Infraestruturas de Alto Valor Acrescentado, criado pelo Governo, como contributo para uma avaliação que permita candidatar a obra aos fundos europeus no período 20142020. Para a MM, o metro é “um projeto estruturante” que visa resolver “as contingências atuais à mobilidade”, na área urbana de Coimbra e na ligação a Miranda e Lousã: “a realização do projeto revela-se como um benefício para toda a sociedade, quer em termos sociais quer económicos.”
Aí, o MNE apelou aos lusodescendentes que visitem Portugal, considerando importante que o setor de turismo “cresça e aumente” o número de visitantes. O governante realçou, ainda, a importância da novos voos que farão escola pelo país.”Os reforços dos voos que foram recentemente anunciados pela Rouge e que começam no próximo mês de junho, ou pela SATA International, são cruciais para aumentar o número de fluxo de turistas”, mencionou. O ministro referiu aos presentes que não precisa de os “convencer” a visitar Portugal, mas alertou para que possam transmitir a mensagem aos descendentes e ir ao encontro das “raízes”, verificar o que Portugal tem para oferecer. “Se são do Douro, vão até às praias dos açores, ou se são daquela região vão aos castelos no Alentejo, ou da Madeira, visitem o Algarve, o nosso País pode ser pequeno, mas é tão rico e diversificado que as férias podem ser experiências diferentes todos os anos, partilhem com os vossos amigos canadianos”, disse. Rui Machete também incentivou os lusodescendentes a terem uma participação mais “ativa no crescimento do País”, afirmando ainda que Portugal tem “muito orgulho da sua comunidade no Canadá”. As estimativas indicam que vivem no Canadá cerca de 550 mil portugueses e lusodescendentes, estando a grande maioria localizada na província do Ontário. “Aprender com a crise lusa”
Nesta cerimónia, marcaram presença diversas personalidades, como o ministro das Finanças do Ontário, Charles Sousa, e a vereadora da câmara de Toronto, Ana Bailão, ambos lusodescendentes. Charles Sousa garantiu que está a “aprender” com a crise financeira que está a afetar a economia de muitos países, entre eles Portugal, e defendeu uma política global para fazer face à crise. “Se os investidores não estiverem a comprar ou autorizar os empréstimos, a dívida aumenta e a crise para lá caminha”, acrescentou. Por isso, o novo orçamento da província privilegia a “criação de emprego”, procurando dar apoio “àqueles que mais precisam, sem lhes cortar os rendimentos”.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Segunda-feira, 3 de Março de 2014
Arouca e Académica pretendem «amealhar» para a manutenção na I Liga
À procura dos três pontos A Académica, 10.ª classificada com 24 pontos, visita, hoje, às 20h00, o Arouca, 13.ª da tabela com 19 pontos. O treinador do Arouca, Pedro Emanuel, alertou, ontem, para as dificuldades do jogo com Académica, que encerra a 21.ª jornada da I Liga, não só pela necessidade de pontos como pelas condições do relvado. O Arouca-Académica começa às 20h00 de hoje, no Municipal de Arouca, e será arbitrado por Bruno Esteves (Setúbal). “Conquistar pontos é essencial para nós. Temos de conquistar pontos para conseguir a manutenção. Temos de entrar em campo para fazer o nosso trabalho e estar concentrados para disputar o jogo com uma equipa competitiva”, disse o treinador, em conferência de imprensa. Conhecedor da equipa de Coimbra, onde passou dois anos como treinador, Pedro Emanuel disse que a Académica é uma equipa de qualidade, que faz da organização, à semelhança do Arouca, um ponto forte do seu jogo. “O jogo não vai ser fácil. São duas equipas que disputam cada lance como se fosse o último”, alertou o técnico, que mostrou preocupação quanto ao estado do relvado do Municipal de Arouca. “O campo leva-nos a ter algum cuidado com aquilo que vai acontecer amanhã [hoje], não vai estar fácil. Como se diz na gíria, vai ser um jogo não de inspiração, mas de transpiração”, resumiu. Pedro Emanuel entende que nas “próximas duas ou três jornadas muito do campeonato,
Federações de ciclismo
Portugal e Espanha oficializam convénio A Federação Portuguesa de Ciclismo e a Real Federação Espanhola de Ciclismo assinaram, ontem, um convénio de cooperação, informou ontem aquela entidade lusa. O acordo foi firmado pelos presidentes das respetivas federações, o português Delmino Pereira e o espanhol José López Cerrón. “Este convénio resultará na organização de eventos conjuntos, que contribuam para o desenvolvimento da modalidade nos dois países”, afirmou Delmino Pereira. O primeiro evento é o Campeonato Ibérico Master, cuja primeira edição terá lugar em Huelva, no dia 20 de setembro de 2014.
I Liga. Arouca e Académica procuram os três pontos com o objetivo de ficarem mais perto da manutenção tanto no cimo como no fundo da tabela, vai definir-se”, pelo que quer um bom resultado. Do lado adversário, o treinador adjunto Jorge Rosário disse que Académica vai ter de “correr e jogar mais” do que o Arouca se quiser vencer a partida. Em substituição de Sérgio Conceição, suspenso por 20 dias, na sequência da expulsão frente ao Estoril (na 18.ª jornada), Jorge Rosário
salientou que se trata de uma partida entre duas equipas “do mesmo campeonato”. “Para ganharmos vamos ter de correr e jogar mais do que o adversário e não sofrer golos”, frisou o técnico adjunto, na conferência de antevisão ao jogo, que se disputa em Arouca, lembrando que a equipa treinada por Pedro Emanuel “tem feito excelentes partidas nas últimas jornadas”. Em caso de vitória, a Académica
soma 27 pontos e tem praticamente garantida a manutenção na I Liga, uma vez que nas últimas épocas nenhum clube desceu com este número de pontos. “Se fizermos três pontos ficamos próximo da nossa meta de 30 pontos e com o nosso objetivo praticamente cumprido”, salientou Jorge Rosário, que, no entanto, considerou a partida “muito difícil para as duas equipas”.
Campeões nacionais de corta-mato longo
Bahrein dá nome de Shumacher a uma curva
Dulce Félix e Manuel Damião repetem títulos A atleta do Benfica Dulce Félix, vencedora pela quinta vez consecutiva, e o sportinguista Manuel Damião, pela terceira vez seguida, sagraram-se, ontem, campeões nacionais de corta-mato longo, em Pombal. O quinto título de Dulce Félix, um recorde, não impediu o Sporting de vencer por equipas no setor feminino, o que sucede pela primeira vez desde 1974, enquanto o Benfica se impôs coletivamente entre os homens, em provas disputadas sempre sob chuva, que tornou o terreno lamacento e pesado. Na corrida feminina (8 km), Dulce Félix travou um grande duelo com Salomé Rocha, do Sporting,
Atletismo. Dulce Félix, do Benfica, campeã nacional de corta-mato longo pela quinta vez consecutiva
e acabou por ganhar por apenas quatro segundos, com o tempo de 32.02 minutos. Catarina Ribeiro, também do Sporting, completou o pódio, terminando longe das primeiras, com 33.03, à frente de Anália Rosa, do Maratona (33.14), e da sportinguista Ercília Machado (33.22). Por equipas, foi evidente o domínio do Sporting, que terminou com 23 pontos, enquanto o Benfica surgiu com alguma surpresa no segundo lugar, com 47, menos um do que o Maratona, que viu Sara Moreira desistir ainda na primeira das quatro voltas. Entre os homens (12 km), o ago-
Grande Prémio de 6 de abril
ra tricampeão Manuel Damião terminou em 42.29 minutos e ganhou com um expressivo avanço de 30 segundos sobre Rui Pinto, do Benfica, surpreendente segundo classificado e primeiro entre os sub-23. O também benfiquista Alberto Paulo foi terceiro, a quase um minuto do vencedor, com 43.27. Coletivamente, o Benfica contabilizou 20 pontos e foi o campeão pela segunda vez, apesar da desistência de Rui Pedro Silva na segunda das seis voltas. O Sporting, sem os lesionados Rui Silva e António Silva foi segundo, com 36, e o Maia terceiro, com 52.
O Circuito Internacional do Bahrein anunciou, ontem, que vai batizar a primeira curva da pista com o nome do alemão Michael Schumacher, em homenagem ao sete vezes campeão do mundo de Fórmula 1, que esta em coma há dois meses. Esta homenagem irá realizar-se no próximo dia 6 de abril, data em que se comemora o décimo aniversário do Grande Prémio do Bahrein, cuja primeira edição, em 2004, foi ganha por Schumacher. A porta-voz da família, Sabine Kehm, agradeceu o gesto e afirmou que o antigo piloto de Fórmula 1 vai gostar muito da ideia.
Segunda-feira, 3 de Marรงo de 2014
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MISSA CANTADA – O CONGRESSO OLÍMPICO Fizeram bem em marcar o Congresso Nacional do Desporto para o Carnaval. Para já, parece que, entre atletas, dirigente, técnicos, académicos e administrativos, já são 231 os inscritos para o Congresso Nacional Olímpico, organizado pelo COP, dedicado ao tema “Pensar o olimpismo Um testemunho para o futuro”. A questão está em Gustavo Pires* saber como com tantos figurantes mesmo que de alto gabarito, profundas reflexões e trabalhos científicos é possível pensar o olimpismo! E como é possível com tanta gente de além e de aquém mar pensar o futuro a não ser agarrados ao passado. Com os moldes em que o Congresso Nacional Olímpico foi idealizado estamos em crer que, para além dos discursos de banalidades e da treta, o dito vai ser uma espécie de missa cantada à imagem e semelhança do que recentemente se passou no Congresso do PSD em que o timbre do diapasão da Travessa da Triste Memória será certamente o do: queremos mais dinheiro e menos controlo. É inacreditável como aquilo que há um ano se apresentava como um projeto esperançoso de organização do futuro possa ter resvalado para a mais profunda mediocridade do discurso azul, controlado, baiado politicamente, em que tudo leva a acreditar vai descambar – repito - no eterno queremos mais dinheiro e menos controlo. É inacreditável como tudo aquilo que há um ano se apresentava como uma possibilidade de construção de um desporto e um futuro melhores tenha acabado no pior que a interface entre o desporto e a política pode gerar. Quer dizer, hoje, o COP está refém do poder político vigente pelo que é uma organização que não pode merecer a confiança de quem quer que seja na medida em que não cumpre nem o estatuído na Carta Olímpica nem aquilo que determinam os seus próprios estatutos que dizem que o COP é “independente do Governo e alheio a quaisquer influências de natureza política, económica ou religiosa”. Infelizmente, aos olhos do comum dos cidadãos interessados nas questões do desporto, hoje, quem governa o Movimento Olímpico em Portugal é a troica constituída por Miguel Relvas, Hermínio Loureiro e Emídio Guerreiro. Estes três homens tomaram conta do COP e são eles que hoje governam a instituição desportiva mais antiga do vértice estratégico do desporto nacional a troco de 16 milhões de euros. E depois de ter sido assinado um acordo de mais de 16 milhões de euros pirotecnicamente anunciado aos quatro ventos, segundo a comunicação social os atletas integrados no programa de preparação olímpica estão em risco de ficarem sem apoio médico porque os clínicos ameaçam parar a sua atividade uma vez que não lhes pagam! Mas o que mais se estranha de tudo isto é que, segundo a Lusa, o COP só tenha tido conhecimento do que se está a passar pelas notícias saídas na comunicação social! Assim sendo, ninguém pode estranhar que à laia do que se passou no Congresso do PSD o Congresso Nacional Olímpico acabe por ser uma espécie de missa cantada pelos bispos já anunciados. Claro que neste tipo de cerimónias existem sempre uns sacristãos para ajudar à missa.
Previsão de forte agitação marítima para a costa portuguesa
Sete distritos em alerta vermelho O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje sete distritos sob aviso vermelho, devido à agitação marítima, prevendo ondas entre os sete e os nove metros. Porto, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga serão os distritos sob aviso vermelho entre as 12h00 de hoje e a meia-noite, segundo informação divulgada pelo IPMA. Os mesmos distritos vão estar também sob aviso laranja para a agitação marítima, com ondas previstas entre os cinco e os sete metros, entre as 06h00 e as 12h00 de hoje, bem como entre 00h00 e as 09h00 de amanhã.
O IPMA colocou igualmente sob aviso laranja os distritos de Faro, Beja e Setúbal, com previsão de ondas entre os cinco e os sete metros, a partir das 15h00 de hoje, até às 12h00 de amanhã. Todos estes distritos passam a estar ainda sob aviso amarelo devido à agitação marítima, a partir das 00h00 de hoje, com ondas a atingir os quatro e cinco metros de altura. Quanto ao vento, o IPMA colocou sob aviso amarelo dez distritos do país, com previsão de rajadas até 95 quilómetros/hora nas terras altas, desde as 00h00 até à meia-noite de hoje. Estes distritos são Bragan-
ça, Viseu, Porto, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Braga. O aviso vermelho é o mais grave de uma escala de quatro, seguido do aviso laranja, que representa uma situação meteorológica de risco moderado a elevado, e do amarelo, que implica uma situação de risco para certas atividades dependentes da atividade meteorológica. Nesse sentido, as autoridades pedem o máximo de cuidado em passeios pela costa portuguesa e desaconselham mesmo os curiosos que não resistem a ver o mar bastante alterado…
Portugal e Canadá mostram-se preocupados com a situação na Ucrânia
“Negociações devem ser restabelecidas” Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Canadá e de Portugal mostram-se bastante preocupados com os últimos acontecimentos na Ucrânia e defenderam a manutenção da integridade do território ucraniano. Em declarações lado a lado, após um encontro de trabalho, John Bird e Rui Machete foram unânimes nas preocupações. “Temos tido muitas preocupações com os últimos acontecimentos, pretendemos que as negociações sejam restabelecidas, que o diálogo seja renovado, que a integridade do território ucraniano seja mantido”, começou por afirmar o ministro português, numa declaração em inglês. O seu homólogo canadiano também “condenou aquele comportamento inaceitável” da Rússia. Bird regressou há pouco da Ucrânia, após comandar uma comitiva canadiana que se deslocou na sexta-feira aquele país. “Este tipo de comportamento é inaceitável, voltei esta manhã (sábado) da Ucrânia e vi uma nova liderança forte, equilibrada, fiel, preten-
demos paz, prosperidade, liberdade e segurança para o país. Consideramos essas ações (da Rússia) muito provocadoras, profundamente perturbadoras e vamos falar com os outros aliados para tomarmos uma posição”, concluiu o ministro canadiano. O Canadá retirou o seu embaixador da Rússia em protesto pela intervenção militar russa na Ucrânia, solicitando a Moscovo que “retire imediatamente” as suas tropas daquele país, anunciou o primeiro-ministro canadiano. Stephen Harper também decidiu suspender a participação do Canadá na próxima cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia), prevista para junho na cidade russa de Sochi. O governante canadiano convocou no sábado á noite, madrugada em Lisboa, o seu gabinete de emergência para analisar as medidas a adotar. A câmara alta do parlamento russo aprovou ontem, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin
para autorizar “o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia. Esta decisão seguiu-se horas depois da denúncia da Ucrânia, na sexta-feira, de que a Rússia fez uma “invasão armada” na Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e também onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro. No sábado, numa conversa telefónica, o presidente norte-americano pediu ao homólogo russo para fazer recuar as forças russas para as bases na Crimeia e advertiu Vladimir Putin contra um isolamento internacional crescente se mantiver a intervenção na Ucrânia. Também o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, apelou sábado para o fim das tensões na Ucrânia, quando o Conselho de Segurança da ONU se preparava para uma sessão de emergência após a Rússia ter aprovado a deslocação de tropas para a região. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da União Europeia vão reunir-se de urgência hoje para analisar a situação na Ucrânia.
Benfica vence (1-0) no Restelo e mantém rivais à distância
Gaitán dá vida à liderança O Benfica venceu ontem o Belenenses por 1-0, em encontro da 21.ª jornada da I Liga de futebol, disputado no Restelo, permitindo aos “encarnados” conservarem o avanço sobre o Sporting. Um golo de Gaitán foi suficiente para os da Luz somarem mais três pontos e, assim, manterem os seus mais diretos rivais a uma distância confortável. A magia de Gaitán, logo aos sete minutos, foi quanto bastou para o Benfica somar mais três pontos e manter a distância para o segundo classificado, que na véspera bateu o Sporting de Braga, por 2-1. As “águias” lideram agora com 52 pontos, mais cinco do que o Sporting, segundo com 47. O Belenenses
mantém o 14.º lugar, com 16 pontos. Veja o comentário e as reações ao jogo em www.oprimeirodejaneiro.pt. Ficha de jogo Jogo no Estádio do Restelo, em Lisboa. Ao intervalo: 0-1. Marcador: 0-1, Gaitán, 07 minutos. Belenenses: Matt Jones, André Geraldes, João Meira, Kay, Gonçalo Brandão, Danielsson (Fredy, 46), Bruno China (Rambé, 74), João Pedro (Tiago Silva, 63), Fernando Ferreira, Filipe Ferreira e Tiago Caeiro. (Suplentes: Filipe Mendes, Tiago Silva, Fredy, João Afonso, Rambé, Rudy e Eggert Jonsson). Treinador: Marco Paulo.
Benfica: Oblak, Maxi Pereira, Luisão, Garay, Siqueira, Fejsa (Rúben Amorim, 82), Lazar Markovic, Enzo Pérez, Gaitán (Cardozo, 87), Lima e Rodrigo (Salvio, 67). (Suplentes: Artur, Steven Vitória, Rúben Amorim, Cardozo, Sulejmani, Salvio e Sílvio). Treinador: Jorge Jesus. Árbitro: Jorge Ferreira (Braga). Ação disciplinar: Cartão amarelo para Kay (32), Filipe Ferreira (43), Bruno China (53), Fejsa (65), Rambé (74) e Fredy (80 e 80). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Fredy (80). Assistência: cerca de 12 000 espetadores.