PASSAGEM MOLHADA Chuva em quase todo o país vai marcar a entrada do novo ano
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DIÁRIO NACIONAL
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 19
Segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
GOVERNO ESTIMA QUE PREÇOS VÃO AUMENTAR EM MÉDIA 1% EM 2014
MA!S
DESPE S A S
n Se em 2013 as famílias portuguesas já viveram enormes dificuldades, com os ordenados a descer e as despesas a aumentar, em 2014 o cenário vai ser ainda mais sombrio, até porque a conta da eletricidade é das que mais vai aumentar (2,8%) no próximo ano. Veja como será o comportamento de algumas das principais classes de preços em 2014...
SEGURANÇA EM CAUSA n Uma bombista suicida fez
pelo menos 18 mortos e 40 feridos numa estação de comboios na Rússia e voltou a colocar em causa a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno que se disputam em Sochi, cidade perto de Volgograd, localidade onde se deu o atentado terrorista
BANCA tem em carteira grande parte dos títulos da dívida pública portuguesa
LISBOA passa a ter mais de 50 contentores de obras para recolher lixo
BENFICA defronta hoje Nacional na Madeira em jogo para a Taça da Liga
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
Câmara de Gondomar distribui mais dinheiro pelas freguesias
Internado numa instituição da Segurança Social
Orçamento inferior em 16% aprovado
Menino de quatro anos sozinho em casa
Um menino de quatro anos foi na madrugada de sábado retirado pela PSP de casa, onde se encontrava sozinho, e internado numa instituição da Segurança Social, informou fonte policial. Segundo a PSP do Porto, denúncias de vizinhos dando conta de que a criança teria sido deixada sozinha em casa levaram a PSP a um apartamento na Praça da Corujeira, em Campanhã, onde entraram pela varanda com o auxílio dos Bombeiros Sapadores. Apesar das várias tentativas, a PSP não conseguiu contactar a mãe ou qualquer outro familiar da criança, que ficou, por isso, entregue aos cuidados de uma instituição da Segurança Social. “Conforme previsto na lei de proteção de crianças e jovens em perigo retirámos a criança e colocámo-la numa instituição”, disse a fonte, acrescentando que, “na segunda-feira, a autoridade judiciária determinará as demais medidas a aplicar”.
O orçamento para 2014 da Câmara de Gondomar, aprovado sexta-feira pela Assembleia Municipal, é 16% inferior ao de 2013, somando 68,951 milhões de euros, mas aumenta em quase 50% as transferências para as juntas de freguesia, divulgou a autarquia. Em comunicado, a Câmara de Gondomar adianta que a proposta de Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2014 do executivo municipal (PS) foi aprovada na sexta-feira à noite com a abstenção dos deputados do PSD e da CDU e com os votos contra do CDS. Segundo refere, o documento “reflete uma diminuição de cerca de 11 milhões de euros” face a 2013, em resultado da “redução de receitas provenientes do IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis], de menos transferências diretas do Estado e, ainda, da conclusão de projetos financiados pelo QREN [Quadro de Referência Estratégica Nacional]”. Ainda assim, destaca, está prevista em 2014 a transferência para as juntas de freguesia
MARCO MARTINS. Presidente da Câmara de Gondomar viu aprovado o orçamento para 2014 de um total de 1,744 milhões de euros, “quase mais 50%” do que os 1,2 milhões de euros de 2013, incluindo este montante os meios financeiros diretos e os recursos humanos e materiais. “Nesse sentido - adianta - foram também aprovados os acordos de execução e contratos interadministrativos com as sete freguesias e uniões de freguesias do concelho”.
Recorde-se que, de acordo com a Lei 75/2013, há competências que pertenciam às câmaras municipais que transitam obrigatoriamente para as juntas de freguesia. Adicionalmente, a Câmara de Gondomar passou a delegar nas juntas “um conjunto de outras competências”, desde “pequenas reparações nos estabelecimentos de educação do pré-escolar e do 1.º ciclo do
ensino básico à manutenção dos espaços verdes, conservação da sinalização, gestão das zonas ribeirinhas e construção de novos passeios, entre outros. Na Assembleia Municipal de sexta-feira, o executivo camarário diz ter assumido uma revisão orçamental para abril de 2014, “condicionada, no entanto, aos resultados de uma auditoria financeira externa em curso”.
I Festival Inter-Atlântico da gaita-de-foles de 16 a 20 de abril
Porto vai ser uma “referência internacional” O I Festival Inter-Atlântico da gaita-de-foles pretende tornar o Porto uma “referência internacional” do instrumento, que “invadirá” a cidade de 16 a 20 de abril. Músicos, pedagogos, didatas, conferencistas e formadores portugueses e estrangeiros estão entre as centenas que vão estar espalhados em múltiplas iniciativas dispersas pela cidade em iniciativa promovida pela Co-
operativa do Povo Portuense. “Queremos afirmar o Porto no contexto internacional, como provável ponto de partida deste instrumento para o norte atlântico e Brasil, onde foi o primeiro instrumento Europeu a soar, a 22 de abril de 1500”, refere Paulo Jorge Teixeira, presidente da instituição. A pedagogia e a iniciação ao instrumento, o concerto didático e a relação com as escolas, a
divulgação, animação de espaços públicos e a espetacularidade, bem como oficinas de iniciação e aperfeiçoamento são parte importante da iniciativa, com várias conferências, debates e exibições, que se espalharão em vários pontos da cidade. A “teoria” de que terá sido Portugal a exportar o instrumento para a Escócia, onde é instrumento nacional, é um dos temas em debate.
Além do Porto, em Portugal o instrumento está atualmente mais enraizado em Trásos-Montes, Minho e região de Coimbra. “A nível de referência cultural, o Porto não criou ainda uma identidade reconhecida que faça justiça à sua posição geográfica. A médio prazo queremos que a gaita-de-foles seja mais uma porta cultural e a cidade uma referência internacional neste instrumento”, concluiu.
Na Praia de Valadares em Gaia
Corpo de um homem deu à costa
O corpo de um homem deu ontem à costa na Praia de Valadares, em Gaia, informou fonte da Polícia Marítima. Segundo a mesma fonte, a identidade do homem é ainda desconhecida, sendo que o cadáver vai ser encaminhado durante a manhã para o Instituto de Medicina Legal, no Porto. O alerta do aparecimento do corpo foi dado às 09h45. Fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) do Porto referiu que foram enviados para o local, além da Autoridade Marítima, elementos dos Bombeiros Voluntários de Valadares e dos Sapadores de Gaia, bem como uma viatura médica de emergência e reanimação do INEM.
regiões
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
O Primeiro de Janeiro | 3
Câmara de Lisboa aumenta locais para depósito do lixo durante greve
52 contentores nas ruas Na zona de Pataias
Idosa encontrada morta na sua residência
Uma idosa foi encontrada morta na sua residência na zona de Pataias, concelho de Alcobaça, mas não há suspeitas de crime, anunciou, ontem, uma fonte da Guarda Nacional Republicana. O alerta foi dado ontem de manhã, cerca das 10h00, por familiares da vítima para a GNR, que, por sua vez, solicitou a deslocação dos Bombeiros de Pataias ao local. Uma fonte dos Bombeiros de Pataias disse, depois de sair do local, que a mulher terá sido vítima “de morte natural”, na sua habitação, no lugar de Ribeiro do Pereiro.
Despiste de viatura
Dois bombeiros feridos num acidente
Dois operacionais dos Bombeiros Voluntário de São Romão, no concelho de Seia, ficaram ontem feridos devido ao despiste de uma viatura da instituição, anunciou fonte Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda. O acidente verificou-se em Ribeira do Cucharil, naquele concelho, pouco depois das 09h00. Os dois bombeiros “sofreram ferimentos ligeiros” e foram transportados à urgência do Hospital de São Teotónio, em Viseu. Uma fonte dos Bombeiros de São Romão limitou-se a confirmar o acidente, remetendo para mais tarde eventuais declarações do comandante.
Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, assumiu que os problemas só devem estar resolvidos a partir do dia 10 de janeiro. A Câmara de Lisboa aumentou o número de contentores de obras para depósito do lixo, que passam agora a ser 52, para tentar minimizar o impacto da greve dos cantoneiros que termina no próximo domingo. Segundo informação veiculada pelo município, os novos contentores encontram-se em mais de uma dezena de ruas da cidade, desde a das Taipas à Pascoal de Melo, junto ao Jardim Constantino, mas também junto a igrejas (Igreja de Santa Isabel, por exemplo) e nas avenidas Ilha da Madeira, junto ao Estado-maior Forças Armadas, e Mouzinho de Albuquerque, junto ao n.º 2. Foram também colocados contentores em quatro largos - do Terreirinho, Rodrigues de Freitas, Portas do Sol e Terreiro do Trigo, junto às escadinhas, e em duas praças: Professor Santos Andrea (junto ao vidrão) e da Alegria. Os cantoneiros de Lisboa estão em greve desde terça-feira e até 5 de janeiro, em protesto contra a transferência de competências da câmara para as juntas de freguesia, nomeadamente a limpe-
Lisboa. 52 contentores de obras procuram minimizar o impacto da greve dos cantoneiros za e recolha de lixo. Tal situação levou a Direção-geral da Saúde (DGS) a recomendar que os lisboetas evitem depositar o lixo na rua durante a greve para prevenir situações de insalubridade e minimizar o impacto na saúde pública. Num comunicado emitido pelo diretor-geral da Saúde e colocado no site da DGS, é recomendado que os lixos sejam separados por diferentes tipos de resíduos e colocados em sacos duplos, bem fechados, em espaço específico do prédio ou habitação. “Não havendo condições de manutenção
do lixo comum na habitação/ prédio, os sacos devem ser ‘arrumados’ o melhor possível no espaço público, junto aos contentores existentes”, aconselha a DGS, para evitar dispersão de resíduos pelo vento, chuva e pelos animais. Em relação aos resíduos recicláveis, em especial em relação ao vidro, a DGS recomenda que sejam mantidos em casa no caso de os ecopontos estarem cheios. No caso de os moradores da capital detetarem situações de insalubridade, devem contactar a Câmara Municipal de Lisboa, através
do 808 203 232, que tem estado a acompanhar a situação em conjunto com os serviços de saúde pública. Na passada sexta feira, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, assumiu que os problemas só devem estar resolvidos a partir do dia 10 de janeiro. “Não me lembro que a cidade tenha alguma vez vivido uma situação desta natureza”, afirmou o autarca. O grupo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa reúne hoje com os sindicatos dos trabalhadores da higiene urbana do município.
Cumprir contrato assinado com a Venezuela
Estaleiros recebem 2300 toneladas de aço Cerca de 2300 toneladas de aço, para a construção de dois navios asfalteiros, chegam entre hoje e amanhã aos Estaleiros de Viana, de forma a manter ativo o contrato com a Venezuela. A chegada deste material ao cais da empresa, em Viana do Castelo, está condicionada ao estado do mar já que o transporte é feito por via marítima. Estas 2300 toneladas de chapas de aço serão depois tratadas pelos trabalhadores dos Estaleiros Navais do Castelo (ENVC) a partir de 2 de janeiro, aquando do regresso da empresa à laboração, após a habitual paragem
Viana do Castelo. Entre hoje e amanhã, estaleiros navais recebem encomenda de 2300 toneladas de aço
de Natal. “Trata-se de um esforço para manter o contrato em cumprimento”, explicou fonte da empresa, sobre uma encomenda de 128 milhões de euros. Em caso de incumprimento contratual, os estaleiros incorrem no pagamento de 30 milhões de euros à empresa de Petróleos da Venezuela (PDVSA). A administração dos ENVC contratou nas últimas semanas a aquisição de mais de 3,7 milhões de euros em aço e outros serviços envolvendo a construção destes dois asfalteiros. De acordo com cinco contratos, trata-se da aquisição de perfis (por 1,6
milhões de euros), parte de perfis (114 mil euros) e barras de aço (1,9 milhões de euros), além de serviços de testes e preparação dos tanques de carga dos dois navios, por 28.600 e 74.900 euros, respetivamente. Em entrevista recente, o presidente da Empresa Portuguesa de Defesa (Empordef ) - que detém a totalidade do capital social dos ENVC, que serão encerrados -, tinha já garantido que o contrato entre os estaleiros e a PDVSA “está válido” e em “cumprimento”, face à aquisição, em curso, de matéria-prima e equipamentos.
4 | O Primeiro de Janeiro
nacional
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
Estimativa do Governo no relatório que acompanha o OE2014
Preços aumentam em média 1% em 2014 Os preços deverão aumentar em média 1% em 2014, “num contexto de ausência de tensões inflacionistas nos mercados internacionais”, segundo estima o Governo no relatório do OE2014. Esta variação nos preços representa uma subida de 0,4 pontos percentuais face a 2013 e vai traduzir “alguma maior pressão ascendente sobre os preços [decorrente] da melhoria da procura interna e algum ganho de rentabilidade dos empresários, após anos consecutivos de contração das margens de lucro”. Já o Banco de Portugal previu, no Boletim Económico de Inverno, uma subida dos preços de 0,8%, depois de um aumento de 0,5% em 2013, antecipando que as pressões inflacionistas se mantenham “contidas”. Eis como será o comportamento de algumas das principais classes de preços em 2014: Eletricidade – A fatura de eletricidade dos consumidores domésticos vai aumentar 2,8% no dia 01 de janeiro, o que representa um acréscimo mensal de 1,21 euros numa fatura média de 46,5 euros (com o IVA a 23%). Para os consumidores com tarifa social, o aumento será de 1%, o que corresponde a um acréscimo de 23 cêntimos numa fatura mensal de 23,5 euros (com o IVA a 23%). Água – O preço cobrado pela água em 2014 vai continuar a ser diferente em cada um dos 308 concelhos portugueses, embora se preveja uma harmonização tarifária na venda de água aos municípios, em resultado da reestruturação da Águas de Portugal (AdP).
LUZ. A conta de eletricidade em Portugal é das que mais aumenta (2,8%) em 2014 O ministro do Ambiente afirmou, no início deste mês, que pretende reduzir as “disparidades tarifárias no setor da água entre litoral e interior” para um máximo de 15%, prevendo que o processo de agregação dos atuais 19 para quatro sistemas, esteja finalizado “do ponto de vista jurídico, no primeiro semestre de 2014”. Os últimos valores, recolhidos pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), evidenciam diferenças nos preços praticados pelos municípios de 1 para 14 entre a tarifa mais baixa e a mais alta, em parte justificados pela diferença de valores das tarifas cobradas “em alta” (distribuição e venda aos municípios) pelos sistemas. Os preços propostos pela AdP, em março, eram de 51 cêntimos por m3, em média, para o abastecimento de água e de 63 cêntimos/ m3, em média, para o saneamento. As câmaras poderão decidir como vão fazer repercutir essas diferenças sobre o utilizador final. Pão e leite – Leite e pão são alguns dos produtos que devem manter os preços no próximo ano, segundo as respetivas associações setoriais que admitem que a contenção será feita à custa das margens da indústria. O preço do pão deve manter-se, ainda que à custa
da indústria, lamenta o presidente da ACIP (Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares), Francisco Silva. “Atendendo às circunstâncias macroeconómicas, não temos condições para fazer subidas de preços, vamos tentar que ‘o pão nosso de cada dia’ continue a chegar à mesa dos portugueses”, afirmou. Rendas – Em 2014, o valor das rendas sobe 0,99%, o aumento mais baixo dos últimos dois anos, já que 2013, a atualização foi de 3,36% e, em 2012, foi de 3,19%. Para se calcular o montante a pagar, o valor da renda (em euros) deverá ser multiplicado por 1,0099%. Ou seja, por cada 100 euros de renda os inquilinos deverão pagar mais 0,99 euros. Por exemplo, uma renda mensal de 500 euros deverá ser aumentada em 4,95 euros no próximo ano. As rendas condicionadas vão ter um aumento entre 7,85 e 6,22 euros. Transportes – O preço dos transportes públicos vai aumentar, em média, 1% no início de 2014, em linha com a inflação prevista no Orçamento do Estado, avançou hoje à Lusa o secretário de Estado dos Transportes. Em 2013, o preço dos transportes públicos registou um aumento médio de 0,9%, depois de aumentos de 4,5% (em
janeiro de 2011, decidido ainda pelo Governo de José Sócrates), 15% (aumento extraordinário decidido pelo atual Governo em agosto de 2011) e 5% (em 2012). Portagens – Em 2014, o preço das portagens vai manter-se, o que não acontecia desde 2010. O preço das portagens manteve-se inalterado em 2010 - à exceção dos sublanços Palmela-Nó de Setúbal (A2/A12) e Montijo-Pinhal Novo - tendo registado aumentos nos anos seguintes: 2,2% em 2011, 4,36% em 2012 e 2,03% em 2013. Taxas moderadoras – As taxas moderadoras nas consultas dos centros de saúde vão manter o mesmo valor no próximo ano, enquanto para as taxas nas urgências, consultas e exames em hospitais serão atualizadas ao valor da inflação. Não haverá atualização anual das taxas moderadoras nas consultas de medicina geral e familiar nos centros de saúde, nem para as consultas de enfermagem, domiciliárias ou sem a presença do utente no âmbito dos cuidados primários. Para urgências, consultas e exames em hospitais, as taxas moderadoras deverão ser atualizadas à taxa de inflação. Tabaco e bebidas alcoólicas – O tabaco vai voltar a aumentar em 2014, pelo menos devido aos impostos que o Governo volta a aumentar. O maior aumento será no tabaco de enrolar, que segundo simulações da consultora PricewaterhouseCoopers, chegam aos 1,25 euros nos pacotes de 5 euros. Já um maço de tabaco que custe 4,20 euros deve aumentar cerca de três cêntimos. Os charutos sofrem um aumento de 5% tal como as cigarrilhas. No caso das bebidas espirituosas o aumento é de 5%, enquanto o preço da cerveja aumenta em média 1%. No exemplo de um pacote com seis cervejas que custe cerca de 4 euros, este passaria a custar 4,04 euros. Cinema – A ZON Lusomundo Cinemas e a Orient Cineplace, duas das maiores exibidoras de cinema em Portugal, afirmaram que não vão aumentar o preço dos bilhetes de cinema.
Norte e Centro com chuva e neve nas zonas montanhosas
Passagem de ano molhada em todo o país O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê chuva para a noite de passagem de ano e para os primeiros dias de 2014 no Norte e Centro do país, com possibilidade de queda de neve nas zonas montanhosas. A probabilidade de chover nos dias 01 e 02 de janeiro de 2014 varia entre os 65% e os 95% nas regiões Norte e Centro, baixando para entre os 35% e 65% na região Sul. Numa nota publicada no seu ‘site’ na internet, o IPMA adianta que “até ao dia 02 de janeiro de 2014 o estado do tempo no território do continente será condicionado por uma corrente perturbada de oeste”.
A partir da tarde de segunda-feira, dia 30 de dezembro, as previsões apontam para a ocorrência de chuva na região Norte do país, que “se estenderá gradualmente ao restante território no dia 31, passando a regime de aguaceiros”. Segundo o IPMA, a partir do fim de segunda-feira, e com a descida da temperatura na zona norte, poderá haver queda de neve nas zonas acima dos 1.400 metros. “Durante os dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, a cota acima da qual poderá ocorrer queda de neve deverá situar-se nos 1600/1800 metros, devendo na noite de passagem de ano diminuir temporariamente até aos
1000/1200 metros”, lê-se no ‘site’. Acrescenta que a probabilidade de chover nos dias 01 e 02 de janeiro de 2014 varia entre os 65% e os 95% nas regiões Norte e Centro, baixando para entre os 35% e 65% na região Sul. Para o arquipélago da Madeira, as previsões do IPMA apontam para períodos de céu muito nublado durante o dia 30 de dezembro, mas sem chuva. “No dia 31, prevê-se um aumento gradual da nebulosidade, com possibilidade de ocorrência de períodos de chuva a partir da tarde, que se poderão estender ao início do dia 01”, diz o IPMA, acrescentando que a probabilidade de ocorrência de precipitação para
os dois primeiros dias de janeiro varia entre 15% e 35%. Já para os Açores, o IPMA indica que a passagem de uma superfície frontal fria vai provocar durante o dia de hoje o agravamento das condições meteorológicas em todo o arquipélago, com céu muito nublado, precipitação por vezes forte e com rajadas de vento de sudoeste que podem atingir os 100 quilómetros por hora. Para segunda-feira, dia 30, o IPMA prevê boas abertas, passando a céu em geral muito nublado durante terça e quartafeira. Há também previsões também de chuva fraca, que será mais frequente entre 31 de dezembro e 01 de janeiro.
Em títulos de dívida pública portuguesa
Bancos portugueses têm em carteira 26 500 milhões de euros
A CGD, o BCP, o BPI e o Espírito Santo Financial Group (ESFG), a ‘holding’ que controla o BES, têm em carteira 26 500 milhões de euros em títulos de dívida pública portuguesa, segundo a Autoridade Bancária Europeia (EBA). A Caixa Geral de Depósitos (CGD) lidera este ‘campeonato’, com 9,6 mil milhões de euros, seguida pelo BCP, com 6,8 mil milhões de euros, pelo Banco BPI, com 6 mil milhões de euros, e pelo ESFG, com 3,75 mil milhões de euros, de acordo com os dados resultantes do último exercício de transparência do regulador europeu, cuja data de referência é o final de junho. Somando as carteiras de dívida pública portuguesa das quatro entidades financeiras analisadas pela EBA aos restantes títulos de dívida soberana de outros países, o montante global aproxima-se dos 38 mil milhões de euros. Excluindo os títulos de dívida soberana portuguesa, as carteiras de dívida das quatro instituições em causa revelam as suas diferentes exposições a mercados distintos.
Associação da Hotelaria de Portugal
Subsídios ajudam a quebra menos acentuada no mercado interno
A presidente da direção executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) afirma que o abrandamento da quebra do mercado interno no setor este ano se deveu à reposição dos subsídios da função pública. “O ano passado a quebra do mercado português foi violentíssima, por comparação a 2011. O mercado português tem estado sustentadamente a descer. De 2012 para 2011 já se tinha assistido a uma variação muito negativa. Os hóspedes de Portugal tinham caído, de 2011 para 2012, 6,3%, e as dormidas de portugueses tinham caído 7,5%. Este ano continuou a quebrar, em acumulado a outubro, mas ainda assim quebrou menos”, disse a responsável da direção executiva da AHP, Cristina Siza Vieira.
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
economia
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Governo da Grécia admite já estar a preparar o retorno aos mercados de dívida
“Regresso no segundo semestre de 2014” Segundo o ministro das Finanças, a Grécia não terá necessidade de um novo plano de ajustamento a partir de julho.
Empresas de transportes e comunicações
81 greves em 2013 As greves nas empresas de transportes e comunicações marcam 2013, ano em que decorreram 81 paralisações, segundo os pedidos de arbitragem disponíveis na página do Conselho Económico e Social (CES) na internet. A aplicação das medidas do Orçamento do Estado, nomeadamente os cortes salariais e o fim de direitos e regalias, estiveram na origem das greves, muitas das quais foram parciais ou locais. De acordo com os pedidos de arbitragem, o maior número de greves feitas até ao momento foi registado no Metropolitano de Lisboa, um total de 13, a maioria das quais parciais, seguindo-se a CP – Comboios de Portugal, com 12 paralisações. Em ano de privatização, os CTT – Correios de Portugal enfrentaram 10 greves, o mesmo número de paralisações registado na Refer. Na CP Carga foram registadas nove greves, enquanto a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) enfrentou oito paralisações este ano. Também os trabalhadores da Carris (quatro greves), da Transtejo (três), da Groundforce (três), da Solflusa (dois), da SATA (duas), da TAP (duas), da Portugália (duas) e da Portaway (uma) realizaram greves em 2013. Recorde-se que a Carris inicia o ano como uma greve.
O ministro das Finanças da Grécia afirmou, ontem, que o país está a preparar o regresso aos mercados, com emissões de dívida de médio e longo prazo no segundo semestre de 2014. “Estamos a preparar o regresso aos mercados no segundo semestre de 2014” e, “segundo o Organismo de gestão da dívida, proceder-se-á à emissão de obrigações a cinco anos”, afirmou Yannis Stournaras numa entrevista publicada ontem no semanário grego Realnews e citada pela agência France Press. Impossibilitada, desde o início da crise da dívida soberana, em 2010, e devido ao recurso ao programa de ajuda financeira da União Europeia e Fundo Monetário Internacional, de recorrer a emissões de médio e longo prazo, a Grécia apenas tem podido emitir ações do Tesouro a curto prazo. Na entrevista ao semanário grego, Stournaras sublinhou, contudo, que o retorno aos mercados apenas será possível se a Grécia conseguir obter um excedente orçamental primário (excluindo o serviço da dívida) e regressar ao crescimento em 2014. Nas suas previsões orçamentais, o Governo grego aponta para um excedente primário de cerca de 3 mil milhões de euros em 2014 (que se segue ao excedente de 812 milhões deste ano) e para um crescimento de 0,6% do produto interno bruto (PIB), após seis anos de recessão profunda. Contudo, a OCDE antecipa a manutenção da recessão grega no próximo ano, com uma contração da economia na ordem dos 0,4%. “No entanto, e tal como numerosos analistas, nós acreditamos no regresso ao crescimento, ainda que débil”, sustenta Stournaras. Segundo o ministro, a Grécia não terá necessidade de um novo plano de ajustamento a partir de julho, altura em que o atual (e segundo) programa termina e cuja aplicação, desde 2010, permitiu
ao país beneficiar de linhas de crédito num montante superior a 240 mil milhões de euros. No entanto, recordou Yannis Stournaras, Atenas aguarda ainda uma nova reestruturação da dívida pública, o que deverá passar por “uma redução significativa das taxas de juro e por um prolongamento dos prazos de reembolso da dívida”. O debate sobre esta questão “deverá começar antes das eleições europeias, mas só ficará concluído já depois destas”, rematou. França avança com taxa
Grécia. Retorno aos mercados apenas será possível se Atenas conseguir obter um excedente orçamental primário e regressar ao crescimento em 2014
Na região do Algarve
Cada vez mais hotéis fechados em época baixa
O encerramento de unidades hoteleiras em época baixa é “cada vez maior” no Algarve e as medidas adotadas pelo Governo para combater a sazonalidade têm ficado aquém do ambicionado para empresários e sindicatos. O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, assumiu que o encer-
ramento de unidades durante o inverno “é uma tendência que se tem vindo a verificar de uma forma cada vez mais acentuada nos últimos anos” e “também este ano”. Elidérico Viegas constatou, ainda, que a região e os agentes do setor não têm “sido capazes até hoje de esbater a maior fragilidade e fraqueza do turismo do Algarve, que é a sazonalidade”. Já Tiago Jacinto, do Sindicato da Hotelaria do Algarve, também disse que “no terreno há mais unidades encerradas de ano para ano”.
O Conselho Constitucional francês deu «luz verde» à taxa de 75 por cento a aplicar às empresas com trabalhadores com salários anuais superiores a um milhão de euros prevista no orçamento de estado para 2014. A primeira proposta, que havia sido chumbada, previa a aplicação desta taxa, sob a forma de imposto sobre os rendimentos, aos trabalhadores com salários superiores a um milhão de euros. A versão agora aprovada pelo Conselho Constitucional prevê que a taxa seja aplicada às empresas, ficando ao critério destas fazer ou não refletir a taxa nos rendimentos dos trabalhadores. A medida está a ser contestada pelas empresas, sobretudo pelos clubes de futebol, que em novembro chegaram mesmo a ameaçar fazer greve, caso o imposto fosse aprovado. No total, o Conselho Constitucional chumbou 24 artigos dos 236 do orçamento para 2014 e do orçamento retificativo de 2013. A 19 de dezembro, o segundo orçamento da presidência do socialista François Hollande, rejeitado pelo Senado, foi aprovado pela Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento) depois de meses de polémica em torno do anúncio de uma reforma fiscal associada ao crescimento da economia. Os membros do Conselho Constitucional, o equivalente ao Tribunal Constitucional em Portugal, chumbaram por outro lado uma nova versão da proposta governamental de plafonamento de um imposto de solidariedade, que já tinha sido alterada no ano passado.
6 | O Norte Desportivo
futebol
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
«Encarnados» iniciam percurso na Taça da Liga com visita ao Nacional
Benfica procura a vitória… final Técnico do Benfica assume que quer ganhar o troféu. Manuel Machado está optimista, mas assume dificuldades. O treinador do Nacional assume que não terá tarefa fácil na receção, hoje, ao Benfica, mas mantém-se otimista em relação a este jogo do Grupo D da Taça da Liga de futebol. O Nacional recebe pelas 20h45, no Estádio da Madeira, o Benfica, em partida da primeira jornada do grupo D da Taça da Liga, num encontro que será arbitrado pelo albicastrense Carlos Xistra. “Vamos jogar com um dos líderes do campeonato, numa prova curta, a quatro e numa volta só. Em termos de campeonato, que é a prova principal, o Nacional tem tido um desempenho positivo. Tivemos um acidente, na Taça de Portugal, ao ser eliminados logo na primeira eliminatória e, por isso, a Taça da Liga apresenta-se como um caminho alternativo à Taça de Portugal. Vamos tentar reabilitar a imagem, numa prova que é complementar”, disse Manuel Machado. Contudo, Manuel Machado, embora esteja optimista, está consciente das dificuldades: “O Benfica é um grande clube, tem uma grande equipa e lidera a prova principal, conjuntamente com o Sporting e o FC Porto. Mesmo jogando no nosso terreno, não podemos assumir o favoritismo, em momento algum”. Manuel Machado enalteceu ainda a qualidade do seu antagonista de hoje, referindo que “o Benfica está dotado de praticantes de um patamar muito elevado, que formam uma equipa muito competente, e por isso este jogo terá um grau de dificuldade muito elevado”. Não obstante, as dificuldades não tirarão motivação aos insulares: “Antes pelo contrário. Enfrentar um grande emblema e uma grande equipa, sempre faz crescer os índices motivacionais”, afirmou, convictamente, Manuel Machado. Numa prova tão curta, uma derrota, ou uma vitória, podem ser determinantes. “Se ganharmos, fi-
camos bem posicionados, pois temos um outro jogo em casa”, anuiu, mas ressalvou que o Nacional “tem de se concentrar na resolução deste primeiro obstáculo e, se o conseguir fazer, pensará a seguir no Gil Vicente”. Causar surpresa
Taça da Liga. Jorge Jesus considera que o encontro será bom “para aliviar a carga emocional do campeonato”
“Situação não é grave”
Schumacher choca contra rocha nos Alpes
Os ferimentos sofridos pelo ex-piloto alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão Mundial de Fórmula 1, num acidente de esqui não são graves, segundo o diretor geral da estância Méribel, nos Alpes franceses. “Shumacher está no hospital de Moutiers. Está consciente e, normalmente, o acidente não é demasiado grave”, disse aos órgãos de informação
locais Christoohe GernignonLecomte, diretor geral da estância. O ex-piloto chocou contra uma rocha ao final da manhã de ontem, quando esquiava com capacete fora da pista de esqui, tendo os serviços de emergência chegado ao local oito minutos depois e transportado Schumacher para o hospital, adiantou GerningnonLecomte, salientando ainda que “não é nada grave”. Segundo este responsável, o ex-piloto, 44 anos, encontra-se bem, embora agitado, e terá sofrido um traumatismo craniano.
O Benfica poderá não se apresentar na máxima força, facto que é desvalorizado por Manuel Machado: “Sabemos que, independentemente das pequenas, ou maiores, alterações que possam ser feitas, o Benfica tem, como o seu técnico já disse, um grupo com muita qualidade, sendo que vão rodando no «onze», sem grande perda de rendimento. Será sempre um Benfica capaz, aquele que teremos pela frente”, assegurou. O Nacional conseguiu recentemente bons resultados no Estádio do Dragão e em Alvalade e esse poderá ser um factor adicional para elevar a confiança. “O Nacional jogou bem nesses terrenos, mas jogou menos bem, pelo menos em termos de resultado, com o Benfica e, por isso, podemos considerar que esta foi a equipa que nos colocou mais problemas. Esperemos, desta vez, tentar resolver o que esteve menos bem no jogo da Luz, no sentido de podermos alcançar um resultado mais condizente com as nossas aspirações”, afiançou. O Nacional perdeu no Estádio da Luz, por 2-0, com golos de Siqueira e Óscar Cardozo, em jogo para o campeonato. Rui Silva e Bruno Moura regressaram aos convocados do Nacional. Relativamente à lista de convocados da última partida, frente ao Sporting, saem o guarda-redes Ricardo Batista e o avançado cabo-verdiano Djaniny, entrando para os seus lugares Rui Silva e Bruno Moura. Por seu turno, estão entregues ao departamento clínico do clube Dejan Skolnik, Jaime, Edgar Abreu e Barreto. Recorde-se que Jorge Jesus apontou à conquista da Taça da Liga, mas admite dificuldades no jogo com o Nacional, porque os insulares já tiraram pontos a Sporting e FC Porto. Em antevisão ao encontro, Jorge Jesus reconheceu que o adversário é “muito bem orientado” e que o encontro será bom “para aliviar a carga emocional do campeonato”.
Portimonense continua no primeiro lugar
Empate mantém liderança O Portimonense e o Feirense empataram, ontem, 1-1, em encontro da 23.ª jornada da II Liga, disputado em Portimão, desfecho que mantém os algarvios isolados no comando do campeonato. O Portimonense chegou ao intervalo em vantagem, com um golo marcado pelo defesa central Luís Pedro, aos 28 minutos, tendo Tiago Jogo (71) assinado o tento do Feirense fixando o resultado em 1-1. Apesar do empate diante do 13.º classificado, a formação de Lázaro Oliveira mantém a liderança do campeonato, com 43 pontos, beneficiando das igualdades do Moreirense e o FC Porto B, segundo e terceiro, que seguem a um e dois pontos de distância, respetivamente. Numa partida equilibrada, as oportunidades de golo repartiram-se, contudo pertenceram aos algarvios as duas melhores ocasiões, construídas nos minutos finais, por intermédio de Zambujo e Kanazaki. Depois de um período em que os dois conjuntos disputaram o jogo a meio-campo, o Portimonense chegou à vantagem, na sequência de um pontapé de canto, com Luís Pedro, aos 28 minutos, vantagem que manteve até ao intervalo. No segundo tempo, o Feirense assumiu o controlo do jogo, tendo chegado à igualdade aos 71 minutos, através de Tiago Jogo.
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013
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O Primeiro de Janeiro | 7
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DESTRUIÇÃO CRIATIVA Se o homem é um animal que mente a mentira assumiu em Portugal o estatuto de cultura na medida em que é necessário mentir a fim de ganhar o poder e nele subsistir. E, enquanto o poder vive da mentira, os portugueses são humilhados de três em três meses, com a chegada de um grupo de tecnocratas que, para além de avaliarem se os portugueses se estão a comportar bem, a mando Gustavo Pires* da Srª Merkel, ainda lhes dizem o que têm de fazer e como governar a vida. E o Governo e seus apaniguados dizem-nos que não existe outra solução! Portanto, se existe conclusão a tirar deste final de ano de 2013 é que a mentira, do desporto à economia, passando pelos sindicatos, a educação e a política, claro está, nos mais variados setores socais e níveis hierárquicos, tomou conta do País. Quer dizer, a oligarquia que hoje governa o País, vive da mentira e para a mentira. E os nossos governantes no poder e na oposição, pela propaganda que os vemos fazer só podemos concluir que se orgulham das mentiras com que enganam o País. E não vale a pena dizer nada. O debate político em Portugal, à esquerda e à direita, seja lá o que isso for, está a ser realizado por mentirosos compulsivos. Por isso, qualquer contra argumento é absolutamente inútil na medida em que eles, na loucura do poder, estão convencidos da verdade absoluta das suas mentiras. E como são convictamente mentirosos obrigam todos aqueles que com eles têm de se relacionar a serem mentirosos também. Desde logo pela impossibilidade de poderem cortar uma conversa com alguém que mente convictamente. Como referiu Nietzsche em “Humano…” as convicções são inimigas bem mais perigosos da verdade do que as próprias mentiras. Infelizmente, estamos a chegar à conclusão de que os nossos governantes não são capazes de evoluir para além das suas próprias mentiras. Eles são cobiçosos obsessivos pelo usufruto do poder num olímpico estado de carência de princípios e de valores perante as dificuldades de significativos estratos sociais que sofrem silenciosamente os efeitos das políticas sociais há muito malbaratadas. Hoje, em Portugal, vive-se o culto da mentira do discurso do governante dominado pela plutocracia, à reação do grevista subjugado pelo instinto de rebanho. E o País, para além da dívida e do défice, está transformado numa enorme mentira. E vai procurar a verdade lá fora, à chamada diáspora que nos vem dizer aquilo que há muito se sabe mas que, de mentira em mentira, nunca existiu verdadeiramente vontade para resolver. E assim, a diáspora aceitou colaborar com os próprios carrascos! E consumou-se mais uma mentira. Hoje, os portugueses estão a descobrir que o País é um enorme embuste pelo que, eles próprios, pelos governantes que têm, vivem uma vergonhosa mentira. E todos aqueles que rastejam submissos diante do poder oligarca que olimpicamente se instalou nos mais diversos interstícios da organização pública e privada, porque pactuam com a mentira, são os piores mentirosos. Por isso, a crise só será superada quando se assumir que uma casta oligárquica, olimpicamente instalada no poder, transformou o País numa enorme mentira que, tal como aconteceu em Abril, é necessário e urgente, criativamente, destruir. Bom Ano Novo.
Diretor: Rui Alas Pereira (CP-2017). E-mail: ruialas@oprimeirodejaneiro.pt Redatores: Joaquim Sousa (CP-5632), Andreia Cavaleiro (CP-6983), Cátia Costa (Lisboa) e Vasco Samouco. Fotografia: Ivo Pereira (CP-3916) Secretariado de Direção: Sandra Pereira. Secretariado de Redação: Elisabete Cairrão. Publicidade: Conceição Carvalho (chefe), Elsa Novais (Lisboa, 918 520 111) e Fátima Pinto. E-mail: conceicao.carvalho@oprimeirodejaneiro.pt Morada: Rua de Santa Catarina, 489 2º - 4000-452 Porto. Contactos: redação - Tel. 22 096 78 47 - Tm: 912 820 510 E-mail: geral.cloverpress@oprimeirodejaneiro.pt - Publicidade - Telefone: 22 096 78 46, Fax: 22 096 78 45 Propriedade: Globinóplia, Unipessoal Lda. Edição: Cloverpress, Lda. NIF: 509 229 921 Depósito legal nº 1388/82 Impressão: Coraze, Telefs.910252676 / 910253116 / 914602969, Oliveira de Azeméis. Distribuição: Vasp. Tiragem: 20 000
Numa estação de comboios de Volgograd na Rússia
Bombista suicida faz pelo menos 18 mortos e 40 feridos Pelo menos 18 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas durante o ataque de uma bombista suicida numa estação de comboios de Volgograd, na Rússia, revelou a polícia local. Este atentado vem mais uma vez levantar a questão da segurança relativamente aos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizam em Sochi, cidade perto do local ontem atingido pela “bomba humana”. Um funcionário do Comité Nacio-
nal Anti-Terrorismo disse à agência de notícias RIA Novosti que a explosão foi provocada por uma mulher bombista. Segundo as primeiras informações, a explosão ocorreu no segundo piso do edifício da estação “Volgograd-1”. A explosão ocorreu no interior da gare cerca das 12h45 locais (08h45 em Lisboa), precisou à agência Itar-Tass uma porta-voz do ministério regional do Interior. A Itar-Tass adianta que a explosão ocorreu perto dos detetores de
metal colocados à entrada da principal estação da cidade. Volgograd, antiga Estalinegrado, foi cenário no passado dia 21 de outubro do atentado terrorista mais grave ocorrido na Rússia nos últimos anos, quando uma terrorista suicida oriunda do Cáucaso matou seis pessoas num autocarro. Este atentado levantou dúvidas quanto à segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno na cidade de Sochi, junto ao mar negro, perto de Volgograd, que devem começar em fevereiro.
Estrangeiros recorrem aos serviços do grupo Hospitais Privados de Portugal
Procura cresceu 15% nos últimos anos A procura de cuidados médicos e os pedidos de informações por parte de cidadãos estrangeiros sobre os serviços do grupo Hospitais Privados de Portugal cresceu 15% nos últimos anos. “O HPP Saúde tem vindo a registar um nível de atividade sustentado nesta área. No entanto, e dado que a monitorização não era feita de forma integrada em todo o país, os dados de que dispomos são apenas relacionados com a procura através da plataforma www.algarvemedicaltourism. com, que aponta para um crescimento da procura/pedidos de informação através deste meio de cerca de 15% nos últimos anos”, disse uma fonte oficial do grupo de saúde, sem avançar números mais concretos. Quanto à nacionalidade dos clientes,
“os países predominantes são, o Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos, mas recebemos também clientes de outros países tais como a Rússia, Turquia, África do Sul, Bélgica, Malta, Angola entre outros”, disse a mesma fonte, prevendo que “esta procura irá manter-se nos próximos anos, podendo até vir a conhecer um crescimento face às novas diretivas comunitárias na União Europeia e ao interesse crescente pela atividade de turismo médico no nosso país”. Questionada sobre o volume de faturação e o número concreto de doentes estrangeiros atendidos nas unidades do grupo em Portugal, a empresa não forneceu esses dados, explicando que essa segmentação é feita apenas para o hospital do Algarve e acrescentando que, no entanto, o HPP Saúde está, em todos os seus
Hospitais, a prosseguir um investimento estruturado nesta área para dar resposta às crescentes solicitações de clientes que pretendem receber cuidados médicos em Portugal ou de parceiros na área do turismo de saúde”. Entre as medidas tomadas para angariar e acolher estes clientes, o HPP Saúde salienta a existência de “pessoas dedicadas a esta área” e lembra que “sempre houve a preocupação de traduzir os documentos mais importantes para inglês, sendo também disponibilizada informação em alemão, e temos ainda médicos oriundos de outros países que, naturalmente, são fluentes por exemplo em alemão, ou que fizeram parte dos seus estudos no estrangeiro e adotaram, por exemplo, o inglês como sua segunda língua”.
Dívida pública portuguesa
Bancos europeus possuem um total de 10,7 mil milhões de euros Os sessenta bancos europeus que, a par das quatro instituições financeiras portuguesas, são analisados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) no seu último exercício de transparência, possuem um total de 10,7 mil milhões de euros de dívida pública portuguesa. Os bancos espanhóis são os que mais títulos de dívida soberana portuguesa têm em carteira, num valor agregado acima de 4 mil milhões de euros, segundo os números disponibilizados no último exercício de transparência do regulador bancário europeu. O Banco Santander é o recordista em termos individuais, com quase 3 mil milhões de euros. Seguem-se-lhe o Banco Popular Español, com 578 milhões de euros e o BBVA, com 430 milhões de euros. Estas três entidades operam no mercado português através do Santander Totta, do Popular Portugal e do BBVA Portugal. Já a Caja de Ahorros y Pensiones de Barcelona não tem qualquer título de dívida pública portuguesa.
Depois, estão os bancos alemães, cujo total ascende a 2,8 mil milhões de euros. Nesta lista contam-se o Commerzbank (789 milhões de euros), o Deutsche Bank (386 milhões de euros), o Landesbank Laden (376 milhões de euros), o DZ Bank (355 milhões de euros), o WGZ Bank (340 milhões de euros), o Hypo Real Estate (285 milhões de euros), o Norddeutsche (156 milhões de euros), o HSH Nordbank (80 milhões de euros), e o Landesbank Hessen (3 milhões de euros). A seguir, surgem os bancos franceses, com o BNP Paribas (788 milhões de euros), o Crédit Agricole (436 milhões de euros), a Société Générale (277 milhões de euros), e o BPCE (277 milhões de euros), cujo montante agregado atinge os 1,8 mil milhões de euros. Nota também para os bancos do Reino Unido que, em conjunto, têm mais de mil milhões de euros em títulos de dívida pública portuguesa. O Barclays lidera com 598 milhões de euros, sendo seguido pelo HSBC (350 milhões de euros) e pelo
Royal Bank of Scotland (117 milhões de euros). Nota ainda para o holandês ING Bank, que detém uma exposição de 615 milhões de euros à dívida soberana portuguesa, para o luxemburguês Banque et Caisse d’Epargne de l’Etat (191 milhões de euros), e para o italiano Banca Monte dei Pachi di Siena (166 milhões de euros), que completam o lote de instituições abrangidas pela análise da EBA com posições significativas em títulos portugueses. Certo é que, a posição global em dívida portuguesa de todos os bancos europeus analisados é próxima da exposição unitária da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que se aproxima dos 10 mil milhões. Depois do banco público, é o BCP que tem maior exposição à dívida portuguesa (6,8 mil milhões de euros), seguido pelo BPI (6 mil milhões de euros), e pelo Espírito Santo Financial Group (ESFG), com 3,75 mil milhões de euros. Em conjunto, os bancos lusos detêm um total de 26,2 mil milhões de euros em títulos de dívida portuguesa.