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DEFENDER LIDERANÇA BENFICA RECEBE HOJE RIO AVE NA ABERTURA DA NONA JORNADA

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Director: Angela Amorim | Distribuição Gratuita | www.edvsemanario.pt |

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 231

Sexta-feira, 31 de outubro de 2014

PASSOS SUBLINHA QUE GOVERNO NÃO DECRETOU O FIM DA CRISE

A!NDA

N Ã O ACABOU n A oposição fez questão de frisar que “ninguém acredita no fim da crise”, mas o primeiro-ministro também quis deixar bem claro no debate parlamentar que nunca o Governo “decretou” o fim da crise. “A crise ainda não acabou. Eu nunca disse isso. O que nós temos é a economia a crescer, e o desemprego a diminuir”, destacou Pedro Passos Coelho na AR...

STCP

Trabalhadores admitem fazer mais greves caso Governo não responda positivamente aos pedidos

MÉDICOS

Bastonário da OM pede uma intervenção mais ativa na vida do país

POUPANÇA

Hoje assinala-se o Dia Mundial com as famílias a estabilizarem nos 10%


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

Museu de Serralves inaugura sexta-feira exposição

“O Processo SAAL: Arquitetura e Participação O Museu de Serralves, no Porto, vai inaugurar hoje a exposição “O Processo SAAL: Arquitetura e Participação 19741976”, curada por Delfim Sardo, que classificou o resultado daquela experiência como a “cultura arquitetónica da revolução”. “A razão de um interesse e de uma importância enorme de tratar o SAAL hoje tem a ver evidentemente com o revisitar questões fundamentais do 25 de Abril de 1974, agora que passaram 40 anos, e o SAAL, de facto, é a cultura arquitetónica da revolução. É um momento muito importante na história portuguesa, é um momento também muito importante na história da arquitetura em Portugal”, afirmou Delfim Sardo durante a apresenta-

SERRALVES. A exposição hoje inaugurada no Museu é o resultado da “cultura arquitetónica da revolução” ção da mostra que vai ficar exposta até dia 01 de fevereiro. O Serviço Ambulatório de Apoio Local (SAAL) surgiu na sequência da revolução de 1974 por iniciativa legislativa do então secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, Nuno Portas, tendo por objetivo envolver as populações que residiam em condições precárias na resolução dos seus problemas habitacionais, junto do Estado e das brigadas que punham o projeto no terreno. O consultor científico da exposição, José António Bandeirinha, autor do livro “O Processo SAAL e a Arquitetura no 25 de Abril de 1974”, recordou que o SAAL

“foi um processo muito dinamizado pelas populações, pelos moradores que viviam em condições deploráveis” e que “teve sempre essa movimentação da vontade de ter uma casa condigna a dirigi-lo”. A exposição selecionou 10 projetos desenvolvidos no âmbito do SAAL, “exemplares de diferentes práticas e abordagens” da iniciativa, explicou Delfim Sardo durante uma visita ao espaço da mostra, que inclui fotografias de hoje, mas também da época, várias da autoria do arquiteto Alexandre Alves Costa, um dos envolvidos no SAAL. Para além das imagens, a exposição conta também com maquetes dos proje-

tos, com a indicação do que foi concluído e do que ficou por concluir (dos 10 escolhidos só o bairro do Casal da Figueira, em Setúbal, concebido por Gonçalo Byrne, foi finalizado), para além de cópias heliográficas dos projetos, uma técnica já obsoleta e que teve de ser recriada para esta exibição. Desta forma, a mostra conta com quatro casos do Porto (bairro de São Vítor, projetado por Siza Vieira, o bairro das Antas, por Pedro Ramalho, Miragaia, de Fernando Távora, Bernardo Ferrão e Jorge Barros, e o Leal, por Sérgio Fernandez), quatro casos de Lisboa (CurraleiraEmbrechados, por José António Paradela e Luís Gravata Filipe, o bairro da Quinta da Bela Flor, por Artur Rosa, o bairro Bacalhau-Monte Côxo, por Manuel Vicente, e o da Quinta das Fonsecas-Quinta da Calçada, por Raúl Hestnes), bem como o já referido Casal da Figueira e o “simbólico” bairro Meia-Praia-Apeadeiro, em Lagos, concebido por José Veloso. “Não há um SAAL, há muitos. Tantos quantos as circunstâncias específicas de cada brigada, de cada projeto. Não se trata de estabelecer o contorno completo do SAAL numa unidade que seria de alguma maneira forçada, mas encontrar a especificidade” dos diferentes casos, explicou Delfim Sardo. No contexto da exposição vão decorrer também diversas conversas nos bairros envolvidos no programa, a começar no dia 08 de novembro, com Siza Vieira à conversa com a Associação de Moradores da Bouça, no espaço da própria associação.

Caso sejam “inconclusivos” os novos pedidos ao Governo...

Trabalhadores da STCP admitem fazer mais greves Os trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) revelaram ontem ter decidido entrar em greve caso sejam “inconclusivos” os novos pedidos ao Governo para contratar motoristas e anular o concurso público de subconcessão da empresa. Em moção aprovada no plenário da Comissão de Trabalhadores (CT), realizado ontem de manhã, determina-se “mandatar as organizações representativas dos trabalhadores para legalizar períodos de greve como forma de contestar a concessão da empresa á operação privada”, no caso de as novas diligências hoje decididas serem “inconclusivas”. Para além de exigirem ao Governo mais motoristas e a anulação do concurso público, os trabalhadores indicam outras exigências relacionadas com acidentes e agressões a funcionários devido ao excesso de horas extra e ao incumprimento de horários dos autocarros, respetiva-

mente. “Exigir uma vez mais ao ministro da Economia e ao secretário de Estado dos Transportes que autorizem a contratação com carácter urgente de motoristas em número suficiente para suprir ao défice no quadro de pessoal da empresa” foi uma das decisões dos trabalhadores no plenário realizado. Na moção, a CT ficou ainda mandatada para exigir àqueles governantes “a anulação do concurso público” considerado como “um retrocesso significativo na qualidade do transporte e um sério caso de retrocesso ambiental, com claro impacto na qualidade de vida do Grande Porto”. Isto devido à “redução imposta de 10% nos serviços, à execução de menos dois milhões de quilómetros na rede” e à possibilidade de “subconcessionar até 60% dos serviços”, a par da “redução de número de trabalhadores que vai implicar por certo pior manutenção e menor garantia da qualidade do serviço”. Os

trabalhadores alertam ainda para a “possibilidade de aquisição de viaturas mais poluentes e sem piso rebaixado”. As ORT foram também mandatadas para responsabilizar a tutela “pelas agressões constantes” aos colaboradores da empresa, fruto da “indisposição dos clientes, cansados de estarem horas na paragem à espera do autocarro que nunca chega”. Em causa, explica a moção, está a “falta diária de motoristas para efetuar os serviços que a empresa devia prestar”. Os funcionários deliberaram igualmente responsabilizar o Governo pelas “consequências da probabilidade de ocorrências graves de acidentes rodoviários motivados pelo cansaço” dos motoristas. Tal deve-se ao facto de os mesmos serem “forçados a realizar horas extras” no âmbito da “tentativa da empresa para minimizar as consequências da falta de motoristas”, diz a CT.

O mandato passado às organizações representativas dos trabalhadores (ORT) para o contacto direto com a tutela deve-se ao facto de os funcionários estarem “conscientes da inoperância total do Conselho de Administração [da empresa], que não está mais autorizado pelos senhores governantes a geri-la”. A moção alerta ainda para o “contexto atual que se vive na empresa, essencialmente fruto da instabilidade gerada pela forma como se tem vindo a assistir às etapas na elaboração e arranjo do caderno de encargos [da subconcessão], agravada pela falta de motoristas, do conhecimento da tutela e do CA” e solicitados nos “últimos três anos”. Os trabalhadores da STCP reclamam a contratação de mais motoristas há vários meses e este mês cumpriram mesmo uma semana uma greve às horas extraordinárias por esse motivo.

Valongo e o FAM

“Uma espada sobre a cabeça”

A câmara de Valongo tem a “espada sobre a cabeça” por ter de contribuir para o Fundo de Apoio Municipal (FAM) quando se encontra no Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), disse ontem o presidente da autarquia, José Manuel Ribeiro. De acordo com o autarca socialista, Valongo terá de pagar quase um milhão e 900 mil euros/ano, se somado o valor do FAM e o do PAEL. “Valongo já está a pagar porque durante anos geriu mal os recursos públicos. E estando no grupo de câmaras do PAEL, já paga caro e tem restrições. Este fundo vem-nos obrigar a pagar duas vezes”, começou por explicar José Manuel Ribeiro. O concelho de Valongo está obrigado a manterse no PAEL, programa criado pelo ex-ministro Miguel Relvas, nos próximos 14 anos, ou seja até 2026. Para o FAM, Valongo pagará 236 mil euros/ano durante sete anos. “Há risco de rutura financeira e o Governo sabe muito bem disso”, garantiu o autarca de Valongo. Questionado sobre a receita atual do município, José Manuel Ribeiro avançou que o orçamento para 2015, que irá a votação esta tarde a reunião de câmara, ronda os 31 milhões de euros. Em “cerca de uma centena de processos” que correm em tribunal, nos quais a autarquia é intimada a pagar indeminizações por expropriações, ente outras áreas, Valongo tem “um risco que pode ascender a 12 milhões de euros”, disse ainda o presidente da Câmara. “Pagamos a 44 dias, o que não é nada mau, é bom. Mas não temos dinheiro para quase nada. É incompreensível. Isto é para as câmaras não façam nada. Não se compreende que câmaras que estão no PAEL e câmaras que têm comprovadas dificuldades financeiras, estejam a pagar as dívidas dos outros. Estão a fazer com que os valonguenses estejam a pagar a sua dívida, mas também a dívida de outros”, reclamou José Manuel Ribeiro. O autarca acusou também o Governo de “incumprimento” face ao acordo feito com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o qual previa uma redução do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) para a iluminação pública, algo que tem vindo a ser invocado por vários autarcas em reuniões sobre este tema que decorreram na terça-feira em Vila do Conde e a 21 de outubro em Matosinhos. Uma lista do Governo indica que são 19 as autarquias sobreendividadas que têm de recorrer ao FAM. Para outras, 23 o recurso ao FAM é opcional. O capital social do FAM é de 650 milhões de euros, a subscrever em 50% pelo Estado e 50% por todos os municípios, ou seja também aqueles que não recorrerem a este fundo. Esse capital terá de ser realizado no prazo máximo de sete anos, com início em 2015, assegurando o Estado desde já o apoio aos municípios em situação mais crítica.


regiões

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Autarca de Viana do Castelo ouvido na PJ devido aos estaleiros navais

Subconcessão investigada Acidente de trabalho fatal

Homem cai de seis metros em pedreira

Um homem de 54 anos morreu, ontem, na sequência de um acidente de trabalho numa pedreira de mármore perto de Borba, no Alentejo. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora indicou que o alerta foi dado às 12h17 e que o homem foi transportado para o Serviço de Urgência Básica, de Estremoz, onde foi confirmado o óbito. “O homem caiu de uma altura de seis metros, numa pedreira”, adiantou a mesma fonte. A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) vai investigar as circunstâncias em que ocorreu o acidente.

«Operação Todos os Santos»

3400 militares da GNR por todo o País

Mais de 3400 militares da GNR vão reforçar o patrulhamento das estradas portuguesas, entre hoje e domingo, devido ao aumento do número de deslocações registadas por ocasião do dia de Todos os Santos. Durante a operação, os militares da GNR vão estar “particularmente atentos” ao cumprimento das regras de trânsito, condução sob a influência de álcool e de substâncias psicotrópicas, controlo de velocidade, não utilização do cinto de segurança e sistemas de retenção. Em 2013, a GNR registou 634 acidentes, três mortos, 17 feridos graves e 207 feridos leves.

A “investigação policial” à subconcessão dos estaleiros navais foi pedida pelo autarca em dezembro de 2013. O autarca de Viana do Castelo informou, ontem, que a Polícia Judiciária está a investigar o processo de subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, no âmbito do qual foi ouvido quarta-feira. A revelação foi feita por José Maria Costa durante a reunião ordinária do executivo municipal manifestando-se “muito satisfeito” com a investigação em curso. “Ontem [quarta-feira] fui ouvido pela PJ e fui inquirido sobre o processo de subconcessão dos ENVC que sempre defendi que não terá assegurado o interesse público, nem a defesa dos trabalhadores e da empresa pública”, afirmou José Maria Costa. A “investigação policial” à subconcessão dos estaleiros navais foi pedida pelo autarca em dezembro de 2013 prometendo na altura disponibilizar documentação para sustentar as dúvidas sobre a forma com o processo foi conduzido pelo Governo. Em causa, reafirmou na altura o autarca socialista, está o abandono do processo de reprivatização dos estaleiros, em abril daquele ano, com o Ministério da Defesa Nacional (MDN) a justificar essa decisão com a investigação de Bruxelas às

Viana do Castelo. José Maria Costa manifestou-se “muito satisfeito” com a investigação à subconcessão dos ENNV ajudas públicas atribuídas, lançando em alternativa um processo de subconcessão. Dúvidas que José Maria Costa estendeu à não apresentação, pelo MDN, de um plano de reestruturação que justificasse essas ajudas, de 181 milhões de euros, na Comissão Europeia, e ao processo que culminou com a adjudicação da subconcessão dos terrenos dos ENVC ao único concorrente admitido ao concurso ou ainda aos números contraditórios de postos de trabalho a criar pela Martifer.

“Eu começo a ter sérias dúvidas sobre se não há mais qualquer coisa envolvida neste processo que não esteja a ser devidamente esclarecido aos portugueses. Por isso, vou entregar tudo o que sei e que tenho conhecimento, relativamente a coisas que me chegaram por pessoas e empresas indignadas com o que se passou neste processo”, apontou na altura. Na ocasião, o autarca acusou o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, de “mentir” sobre este processo, pedindo a sua de-

missão. “É um autêntico caso de polícia, mas da Polícia Judiciária. Portanto, nem vou pedir comissões de inquérito, mas uma investigação da polícia relativamente aquilo que se passa e se passou com este caso. E acho que o senhor ministro, a partir de hoje, não tem condições, sou eu que peço a sua demissão”, disse na altura o socialista. O grupo português Martifer assumiu a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC da 2 de maio de 2014.

Câmara de Loures pede empréstimo

12 milhões de euros para obras prioritárias O presidente da Câmara de Loures disse, ontem, que a autarquia vai contrair, em 2015, um empréstimo de 12 milhões de euros para obras prioritárias, uma das medidas contempladas no orçamento para o próximo ano. O empréstimo destina-se à requalificação de uma escola de Camarate, que funciona há seis anos em contentores, e à construção do centro comunitário de Santo António dos Cavaleiros. Parte da verba destina-se ainda à reabilitação urbana e requalificação da rede viária. O orçamento da Câmara de Loures para 2015, no valor de 111 milhões de

Loures. Orçamento da Câmara, no valor de 111 milhões de euros, foi aprovado por maioria

euros, assim como as Grandes Opções do Plano (GOP) para 2015/2018, foram aprovados por maioria na quartafeira à noite, em reunião do executivo, com os votos favoráveis da CDU e do PSD e a abstenção do PS. Ontem, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, afirmou que o novo orçamento, que contempla uma redução de 10 milhões de euros face ao do ano passado, se “ajusta mais à realidade financeira do município”. “É um orçamento que procura aproximar-se mais da realidade, uma vez que ainda estamos a pagar dívidas de anos anteriores”, afirmou o autarca.

A diminuição da taxa do IMI de 0,4 para 0,395 e a contratação de um empréstimo de longo prazo, no valor de 12 milhões de euros, para a realização de “obras prioritárias e inadiáveis” constam assim do novo orçamento. Relativamente ao IMI, a proposta foi aprovada com os votos contra do PS, que defendia uma redução da taxa para 0,375. “Para 2016 há o compromisso de reduzir para 0,39”, apontou Bernardino Soares. Bernardino Soares destacou ainda que o orçamento reflete uma “atitude de poupança”, perspetivando ser possível poupar dois milhões.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

BE e PCP questionam “tetos” do Governo para prestações sociais

“Ninguém acredita no fim da crise” O BE instou o primeiro-ministro a explicar como funcionarão os “tetos” a estabelecer nas prestações sociais, enquanto o PCP advertiu que “ninguém acredita no fim da crise” e que há mais portugueses em risco de pobreza. Passos Coelho, por seu lado, recusou a ideia de que o Governo “decretou” o fim da crise: “A crise ainda não acabou. Eu nunca disse isso. O que nós temos é a economia a crescer, e o desemprego a diminuir”, contrapôs.

PASSOS COELHO. O primeiro-ministro recusou ontem no Parlamento a ideia de que o Governo “decretou o fim da crise”…

“A proposta de lei não refere como vão aplicar este teto. Onde e a quem se dirige?”, questionou a deputada do BE Mariana Aiveca, acusando o Governo de prosseguir uma “monumental mentira do teto moral” e continuar assim “o empobrecimento”. Passos Coelho não explicou como funcionará na prática a introdução de um “teto” nas prestações sociais, reiterando a “a questão de princípio”. “O Estado não tem uma noção de qual é, em termos consolidados, o cúmulo das transferências que faz para cada agregado, e precisa de ter”, afirmou, considerando “moralmente defensável” que a soma das prestações auferidas pelas famílias delas necessitadas “não seja superior ao esforço daqueles que pagam os seus impostos”. Passos Coelho deu como exemplo

uma família que ganha “800 euros por mês” e que paga os seus impostos. “Eu considero terrorismo social (…) termos evidentemente agregados que recebem, em cúmulo, mais do que os rendimentos dos que pagam impostos”, disse. No final da manhã de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2015, o deputado do PCP António Filipe confrontou igualmente Passos Coelho com os números da pobreza em Portugal, afirmando que o Governo ignorou no debate os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais “o risco de pobreza afeta um quarto da população”. Para António Filipe, o discurso de “crescimento” do Governo “não tem qualquer relação com o país”: “Os senhores sabem disso. A maioria também sabe, aplaudem veementemente

“Todos os Santos”

mas tem o pânico estampado no rosto. Não há ninguém neste país que acredite no fim da crise”, declarou. Passos Coelho recusou a ideia de que o Governo “decretou o fim da crise”: “a crise ainda não acabou. Eu nunca disse isso. O que nós temos é a economia a crescer, e o desemprego a diminuir”, contrapôs. Na bancada do PSD, a deputada Mónica Ferro defendeu que o orçamento para o setor da Defesa “assegura a operacionalidade das Forças Armadas e a manutenção das operações que lhes estão atribuídas”, representando uma “nova abordagem qualitativa”. Segundo a mesma deputada, o Governo e a maioria PSD/CDS-PP “tem obra para mostrar” e declarou que a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo “são disso exemplo”, perante os protestos da oposição. No debate, a deputada do PEV Heloísa Apolónia criticou a anunciada introdução de uma “fiscalidade verde”, considerando que a maioria PSD/CDSPP não está “minimamente preocupada com alterações comportamentais”, mas sim “em sacar dinheiro, mais 150 milhões de euros”. Por seu lado, o socialista Pedro Delgado Alves referiu “um cenário de devastação de um setor estratégico” como o ensino superior e a investigação em Portugal”. “A atitude do PS, nos últimos três anos, foi `fechamo-nos num quarto escuro e esperamos o passar da crise´”, contrariou o deputado social-democrata António Rodrigues, elogiando o esforço do executivo de Passos Coelho, que disse estar “ao serviço dos portugueses e de nenhuns outros interesses”, para recuperar o país e a sua credibilidade.

José Manuel Silva (OM) deixa apelo aos médicos

“Têm de ser cada vez mais interventivos na vida do país” O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) apelou aos clínicos e estudantes de medicina para intervirem mais na vida política e económica do país, que considerou estar a condicionar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Os médicos têm de ser cada vez mais interventivos na vida político-económica do país porque é ela que está a condicionar o SNS”, defendeu, em Coimbra, o bastonário José Manuel Silva (foto), no início da conferência que proferiu no âmbito do Dia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC). A terminar a sua intervenção, subordinada ao tema ‘O futuro da medicina em Portugal - a sustentabilidade do SNS num

país insustentável’, José Manuel Silva, que falava essencialmente para professores e alunos da FMUC, exortou os jovens a, também eles, participarem na vida política e a contribuírem para que o país seja dirigido por pessoas “mais qualificadas”. O desafio lançado aos atuais e futuros médicos vai no sentido de que compreendam que “a economia, a política e a organização social do país são fatores que influenciam a saúde”, que “condicionam” a prática da medicina, explicitou, à margem da conferência, em declarações aos jornalistas, José Manuel Silva. Idêntico foi o apelo feito por Adriano Moreira, outro dos oradores das comemorações do Dia da FMUC deste

ano. Adriano Moreira, que falou sobre “A quarta dimensão das universidades”, sustentou que é “um direito e um dever” dos jovens - “particularmente daqueles que, pelo menos teoricamente, têm mais acesso à formação e à cultura”, como os estudantes universitários - intervirem na vida política do país. Por seu lado, José Manuel Silva considerou que Portugal “tem um grande défice de cidadania”, sublinhando que os políticos reconhecem. Mas, “quando ela é exercida, há muitos políticos que a receiam, porque efetivamente a intervenção da sociedade pode modular as decisões das políticas dos governantes”, defendeu. O país está “perante uma

GNR reforça patrulhamento

situação insustentável” e “não há, de facto, alternativa a, de alguma forma, reestruturar a dívida”, disse o bastonário dos médicos, defendendo que “a sociedade portuguesa deve ser mais exigente perante a governação política do país, no sentido de exigir modificações que são absolutamente essenciais”. “O atual modelo de governação transforma a democracia numa partidocracia”, na qual a “sociedade civil tem muita dificuldade em intervir” e fazer “ouvir a sua voz”, afirmou o bastonário, frisando que se as pessoas se tornarem “menos passivas” compreenderão que “têm capacidade de influenciar as decisões e de impor um modelo de governação” diferente.

Mais de 3400 militares da GNR vão reforçar o patrulhamento das estradas portuguesas, entre hoje e domingo, devido ao aumento do número de deslocações registadas por ocasião do dia de Todos os Santos, indicou ontem a corporação. A operação “Todos os Santos” tem por objetivo “regularizar o trânsito e garantir o apoio a todos os utentes das vias” rodoviárias que estão sob a responsabilidade da Guarda Nacional Republicana. Em comunicado, a GNR adianta que 3456 militares da Unidade Nacional de Trânsito e dos comandos territoriais vão realizar cerca de 1734 ações preventivas com objetivo de combater a sinistralidade rodoviária. Durante a operação, os militares da GNR vão estar “particularmente atentos” ao cumprimento das regras de trânsito, condução sob a influência de álcool e de substâncias psicotrópicas, controlo de velocidade, não utilização do cinto de segurança e sistemas de retenção, utilização telemóveis durante a condução e falta de habilitação legal para conduzir. Na operação “Todos os Santos” de 2013, a GNR registou 634 acidentes, três mortos, 17 feridos graves e 207 feridos leves.

PGR abre inquérito

Citius em causa

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou ontem que o inquérito aberto sobre os problemas na plataforma informática Citius visa investigar factos que poderão configurar a eventual prática de sabotagem informática. Na sequência do relatório enviado pelo Ministério da Justiça sobre as falhas do Citius, a PGR indica, em comunicado, que “foi instaurado um inquérito com a finalidade de investigar os factos descritos naquela participação, os quais, de acordo com a mesma, poderão configurar a eventual prática de crime de sabotagem informática”. O gabinete de Joana Marques Vidal esclarece ainda que a atual diretora do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, Maria José Morgado, “em momento algum da participação recebida do Ministério da Justiça é indicada como suspeita”. A mesma fonte lembra ainda que o inquérito se encontra em investigação e em segredo de justiça.


Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

Taxa de poupança recupera dos valores registados no ano de 2011

Famílias poupam cerca de 10% do rendimento De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de poupança, que em 2009 era de 10,4%, caiu para os 7,5% em 201. BCE começa a adquirir dívida titularizada

«Compras» em novembro

O Banco Central Europeu informou, ontem, que começará em novembro a comprar dívida titularizada designada como “asset-backed securities” (ABS) e que contratou quatro gestores de ativos para que executem as aquisições. Em comunicado, o BCE referiu que “as compras devem começar em novembro” e que as empresas gestoras de ativos que executam as aquisições são a Amundi and Amundi Intermédiation, Deutsche Asset & Wealth Management International, ING Investment Management e State Street Global Advisors. O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou no início de setembro que a instituição lançaria a partir de outubro um programa de compra de ativos para apoiar o crédito e dinamizar a economia da zona euro. Esse programa teve início a 20 de outubro com a aquisição de obrigações hipotecárias e numa semana a instituição adquiriu títulos no valor de 1.704 milhões de euros. Por outro lado, o Banco Central Europeu publicou, ontem também, o regulamento que define as regras das taxas que vai cobrar aos bancos que, a partir da próxima semana, passará a supervisionar diretamente, entre os quais alguns portugueses: Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI e Novo Banco (em vez do BES).

A taxa de poupança das famílias parece ter estabilizado em torno dos 10% do rendimento disponível, recuperando dos valores registados em 2011, ano em que se situou em 7,5%. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de poupança, que em 2009 era de 10,4%, caiu para os 7,5% em 2011, o ano em que Portugal recorreu a ajuda financeira externa, tendo depois iniciado um processo de recuperação. Em 2012, as famílias portuguesas pouparam 9,5% do seu rendimento disponível e, no ano seguinte, a taxa de poupança voltou a subir, para os 9,9%. Os números mais recentes indicam que a taxa de poupança recuperou no segundo trimestre de 2014, tendo passado dos 9,6% no ano terminado em março para os 10,1% nos 12 meses concluídos em junho, segundo dados do INE. O ano em que a poupança das famílias mais caiu foi de facto o de 2011, tendo a taxa de poupança recuado para os 7,4% do rendimento disponível no ano terminado no terceiro trimestre de 2011. No entanto, nos trimestres seguintes, a poupança das famílias inverteu a trajetória de queda e começou a recuperar, tendo atingido os 9,7% nos 12 meses concluídos em setembro de 2012 e os 10,1% no ano terminado em junho de 2013. Depósitos acima dos 130 mil milhões

Segundo o Banco de Portugal (BdP), os depósitos dos particulares nos bancos comerciais, um dos instrumentos de poupança mais comuns, estão acima dos 130 mil milhões de euros desde novembro de 2012, mês em que as famílias tinham depositado 130.158 milhões de euros. Os números mais recentes são de agosto deste ano e indicam que os portugueses tinham depósitos no valor global de 133.767 milhões de eu-

ros nesse mês, mais 1.694 milhões de euros do que em agosto de 2013. Nos primeiros oito meses de 2014, o montante investido em depósitos aumentou 1.522 milhões de euros, uma vez que, no final de 2013, os portugueses tinham investido 132.245 milhões de euros neste instrumento de poupança, de acordo com o BdP. O Dia Mundial da Poupança celebra-se a 31 de outubro e foi criado em 1924, no I Congresso Internacional de Economia, realizado na cidade italiana de Milão. Hoje em dia, é usado como um dos factores de análise do crescimento económico. Aposta nos certificados de aforro

Poupança. Segundo o BdP, os depósitos dos particulares estão acima dos 130 mil milhões de euros desde novembro de 2012

Contraciclo com Europa

Bolsa de Lisboa fechou sessão no «vermelho»

O índice PSI20 encerrou, ontem, a recuar 1,47% para 5.120,82 pontos, em contraciclo com a Europa, com as ações da Jerónimo Martins a caírem quase 9%, em dia de apresentação de resultados. Entre as 18 cotadas que compõem o índice de referência da bolsa de Lisboa, 11 caíram, cinco valorizaram e duas fecharam inalteradas (Sonae nos 1,05

euros e Banif nos 0,007 euros). Na Europa, o dia acabou positivo em todas as praças. Por outro lado, os juros da dívida de Portugal subiram a dois, a cinco e a dez anos. Pelas 09:30, em Lisboa, os juros da dívida de Portugal negociavam-se no mercado secundário no prazo dos dois anos nos 0,914%, acima dos 0,883% observados na quarta-feira. Também na maturidade dos cinco anos, os juros subiram para. No prazo dos dez anos, os juros subiram igualmente para 3,336%, face aos 3,323% da quarta-feira.

As famílias portuguesas, por outro lado, investiram até setembro deste ano mais de 15.600 milhões de euros em certificados de aforro e de tesouro, valor mais elevado, pelo menos, desde 2011, segundo dados do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP). Ao todo, até ao final de setembro, segundo o último boletim mensal divulgado pelo IGCP, os cofres do Estado tinham 11.595 milhões de euros em certificados de aforro e mais 4.090 milhões de euros em certificados de tesouro, totalizando 15.685 milhões de euros. Apesar de se referir apenas aos primeiros nove meses do ano, este montante é superior ao investido na totalidade do ano passado (12.158 milhões), mas também de 2012 (11.085 milhões) e de 2011 (12.692 milhões). O Governo tem vindo a tentar captar a poupança das famílias para a dívida pública. Depois de, em agosto de 2012, ter alterado as condições de remuneração dos certificados de aforro, no final de outubro de 2013, lançou os Certificados do Tesouro Poupança Mais, cujas subscrições têm feito aumentar o saldo dos certificados do tesouro. No final de setembro de 2013, os cofres do Estado totalizavam 1.384 milhões de euros em certificados de tesouro. Um ano depois, segundo o último boletim mensal disponibilizado pelo IGCP, este valor quase que triplicou: são 4.090 milhões de euros investidos pelos portugueses em certificados do tesouro.


6 | O Norte Desportivo

desporto

Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

Jesus recorda que o objetivo principal do Benfica é ser campeão nacional

“Queremos é defender o primeiro lugar” “Vamos respeitar o adversário, mas temos o nosso valor e estamos confiantes para vencer, com maior ou menor dificuldade”, frisou.

ma confiança no grupo. Para mim, o plantel mais forte que o Benfica teve foi no [meu] primeiro ano”, disse. Em relação à melhor posição para Samaris, o técnico explicou que o grego também jogava a médio defensivo no seu anterior clube. “Quem melhor conhece o Samaris é o seu antigo treinador, o Michel, que trabalhou com ele um ano e na equipa dele achava que era o médio defensivo. Ele até podia ser ponta de lança e eu achar que ele era o meu médio defensivo. Já fiz isso com muitos, que deram milhões ao Benfica”, referiu. Jorge Jesus comentou a sua ausência da lista dos dez melhores treinadores do mundo, afirmando que há nomes na lista que conseguiram menos resultados que os seus. “Se me perguntarem se gostava de lá estar, gostava porque é o reconhecimento do trabalho efetuado”, concluiu.

O treinador do Benfica afirmou, ontem, que o objetivo da equipa é manter o primeiro lugar na I Liga o maior tempo possível, referindo que quer regressar às vitórias no jogo com o Rio Ave. “Aquilo que queremos é defender o primeiro lugar. Quanto mais jornadas defendermos o primeiro lugar e se chegarmos ao fim em primeiro é sinal que somos campeões e esse é o ponto fundamental”, disse Jorge Jesus, na conferência de imprensa de antevisão da partida da nona jornada. O Rio Ave, quinto classificado com 14 pontos, desloca-se, hoje, ao reduto do Benfica, o líder da prova com 19, numa partida agendada para as 19h45, e que terá arbitragem de Manuel Mota, de Braga.

Rio Ave preparado e com coragem

“Máxima confiança no grupo”

O técnico referiu que a equipa do Benfica não está habituada a perder e explicou que o objetivo é regressar às vitórias, depois da derrota frente ao Sporting de Braga (2-1). “[Rio Ave] É uma boa equipa, acho que é mais forte que o ano passado, porque perdeu poucos jogadores do onze habitual. Vamos respeitar o adversário, mas temos o nosso valor e estamos confiantes para vencer o jogo, com maior ou menor dificuldade”, frisou. Jorge Jesus referiu que, apesar de alguns problemas físicos no plantel, acredita que a equipa se vai apresentar forte no jogo do campeonato, mas também na partida de terça-feira, frente ao Mónaco, da quarta jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. O técnico deixou depois elogios à qualidade do plantel ao seu dispor, apesar de referir que grupo com mais qualidade que teve foi no seu primeiro ano no Benfica. “Todos os anos os plantéis do Benfica são diferentes. A qualidade do plantel faz com que estejamos em primeiro lugar e tenho a máxi-

Benfica. “A qualidade do plantel faz com que estejamos em primeiro lugar e tenho a máxima confiança no grupo”, disse Jesus

Situação crítica e estável

Bianchi vai continuar internado no Japão

A família do francês Jules Bianchi, hospitalizado após ter sofrico lesões cerebrais num acidente no GP de Fórmula 1 do Japão, disse, ontem, que o piloto continuará a receber tratamento no hospital japonês de Yokkaichi. “O Jules continua a sua luta. Ainda que algumas notícias tenham dado conta de novos planos de tratamento, a luta do Jules vai

continuar aqui em Yokkaichi”, indicou a família num comunicado difundido através da Marussia. Bianchi sofreu um dos mais graves tipos de lesões encefálicas, uma vez que se afeta uma zona ampla do cérebro e não um ponto concreto. “No próximo domingo cumprem-se quatro semanas desde o acidente do Jules e ele permanece no Centro Médico Geral da prefeitura de Mie, em Yokkaichi. A sua condição mantém-se crítica, mas estável, de acordo com os profissionais que o estão a tratar”, acrescenta a família do piloto.

Pedro Martins, por seu turno, garantiu que não vai «copiar» a estratégia usada pelo Sporting de Braga frente aos encarnados. “Temos a nossa filosofia, não faz sentido copiar algo que o Braga tenha feito frente ao Benfica. Há coisas que não são transportáveis para outra equipa, até porque o Braga jogou em casa e nós vamos jogar fora”, disse treinador. Pedro Martins espera “um jogo difícil, com o campeão, que vai em primeiro, que tem aspetos muitos fortes”, mas também considerou que “há situações menos boas no Benfica que o Rio Ave pode e vai tentar explorar”. Sobre a atitude que espera dos seus pupilos no Estádio da Luz, o treinador do emblema vila-condense conta com uma “equipa preparada e com coragem em vários momentos do jogo, para procurar ter bola e mostrar a sua identidade e filosofia”. Mesmo reconhecendo que o “Benfica é mais forte e que o Rio Ave tem as suas limitações”, Pedro Martins considerou que não faz sentido falar em favoritismos. “Se repararmos, do oitavo ao primeiro da classificação da Liga há uma diferença de cinco pontos, o que prova que o nosso campeonato está muito competitivo”, referiu.

Lopetegui antevê um Nacional difícil

“Contas mais à frente”

O treinador do FC Porto, Julen Lopetegui, anteviu, ontem, dificuldades na receção ao Nacional, sábado, lembrando os pontos perdidos com os insulares na última temporada. “No ano passado, conseguiram tirar-nos cinco pontos nos dois jogos que fizeram contra nós. Estou certo de que falamos de uma boa equipa, que tem bons jogadores. Temos que preparar o jogo com a máxima exigência e o máximo cuidado. Temos que fazer as coisas bem para conseguirmos vencer”, sublinhou o espanhol. Questionado sobre a possibilidade de a derrota no Benfica, na derradeira jornada da Liga [frente ao Sp. Braga, por 1-2] poder funcionar como um fator extra de motivação, o treinador espanhol optou por contornar o assunto, colocando sempre o enfoque no desempenho da equipa que orienta. “Focamos toda a nossa energia em tentar superar os adversários a cada jogo. Ainda estamos no início da época. O mais importante é sermos capazes de conquistarmos os três pontos a cada jornada. As contas fazem-se muito mais à frente”, defendeu, frisando que o FC Porto “não precisa da derrota de ninguém para saber os objetivos que tem”. Quanto à situação de Casemiro, o treinador disse que o brasileiro é jogador do FC Porto “e não há mais nada a dizer a esse respeito”.


Sexta-feira, 31 de Outubro de 2014

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HONORIS CAUSA Pelas notícias dos jornais, da rádio e da televisão relativas à Portugal Telecom a pergunta que muitos portugueses devem estar a fazer é simples: Quanto é que lhes custam os doutoramentos Honoris Causa? Tenho para mim que perante o descalabro a que tudo isto chegou os Honoris Causa custam Gustavo Pires* demasiado dinheiro ao País e, quando não custam dinheiro, custam prestígio e dignidade. E porque é que se chegou a esta situação? Para utilizarmos uma expressão de um tal de Barroso, porque “o País está de tanga” e, como o País está de tanga, de uma maneira geral, as Universidades estão completamente em pelota. Em conformidade, perante as dificuldades, as ditas têm de se fazer à vida pelo que, em algumas circunstâncias, há prestigiados académicos disponíveis para matarem o pai e a mãe para poderem ir ao baile do orfanato. Claro que perante a miséria e vil tristeza em que o País vegeta os ditos Honoris Causa já pouco ou nenhum significado têm porque, salvo honrosas exceções, se tornaram numa moeda de troca de gente a lutar ou pelo protagonismo político ou pela sobrevivência académica. Quer dizer, tu dás-me uma oportunidade de sobrevivência e eu dou-te um Honoris Causa para o teu umbigo político. Por isso, muitos dos Honoris Causa que por aí se praticam se, por um lado, significam uma desesperada luta pela sobrevivência mediática, por outro lado, não passam de um produto do sentimento atávico de reconhecimento que, salvo raras exceções, não tem qualquer significado científico. Tratam-se, por isso, de rituais de circunstância que, se pelo lado das universidades representam um esforço desesperado para ganhar os tais cinco minutos de visibilidade que lhes facilitem os orçamentos, por parte dos agraciados, salvo honrosas exceções, mais não são do que um adorno umbilical para tapar as “partes vergonhosas do corpo” como se pode ver por alguns Honoris Causa que por aí se distribuem. Lembro-me, por exemplo, de um olímpico Honoris Causa atribuído a um ilustre membro do Comité Olímpico Internacional que viria a ser obrigado a demitir-se da prestigiada organização por razões de corrupção. Por isso, os portugueses devem-se pôr a pau. Quando dirigentes políticos e para-políticos começam olimpicamente a chorar pelo estado lastimoso em que está a investigação científica, deixando para segundas núpcias as obrigações para as quais estão investidos, é porque se estão olimpicamente a “fazer ao bife”. Eles sabem que haverá sempre nas universidades quem esteja disposto a vender a alma ao Diabo por um prato de lentilhas. É a desgraçada cultura dos tempos. O pior é que é esta gente que, do desporto à economia, governa o País e as suas instituições.

Mais de 35 assaltos a residências no Minho e Douro Litoral

Suspeitos usavam descodificadores

para abrir cofres e fechaduras eletrónicas Os 12 suspeitos de mais 35 assaltos a residências no Minho e Douro Litoral detidos na quarta-feira, pela PSP do Porto e Braga, usavam descodificadores para abrir cofres e fechaduras eletrónicas. O comissário da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto Afonso Sousa, em declarações aos jornalistas, salientou que o grupo estava “fortemente” organizado porque planeava bem os assaltos e vigiava, numa viatura equipada, os proprietários das casas ou lojas comerciais durante dias. Aos alegados assaltantes, com idades entre os 25 e 73 anos, a PSP apreendeu mais de 3000 euros, 174 gramas de haxi-

xe, cinco carros, um deles de vigilância fixa, `kits´ de gazuas para abrir fechaduras, descodificadores, ferramentas, objetos de arrombamento, computadores, televisões, armas, `walkie-talkies´, gorros e luvas. Esta investigação iniciou-se em março de 2013 e culminou, na quarta-feira com a realização de 20 buscas domiciliárias e seis não domiciliárias em Barcelos, Braga, Gaia, Guimarães e Porto. “Os suspeitos estudavam muito bem as situações, observando os locais e as rotinas das pessoas, e aproveitam a melhor oportunidade, nomeadamente quando os proprietários não estavam em casa, para realizar o furto”, disse Afonso Sousa.

Além de apartamentos e vivendas, os suspeitos assaltavam estabelecimentos comerciais e juntas de freguesia, provocando “elevados prejuízos” aos proprietários. A operação, realizada pela PSP do Porto e Braga, envolveu cerca de 100 agentes e decorreu “sem incidentes”, frisou ainda o mesmo responsável da PSP do Porto. Os arguidos, indiciados pelo crime de furto, posse de arma ilegal e droga, já foram apresentados ao Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto. “Alguns dos suspeitos já são conhecidos pela prática de ilícitos, tendo já cadastro”, salientou o comissário Afonso Sousa.

Primeiro Orçamento Participativo Jovem de Santo Tirso

Mais de duas dezenas de propostas Centena e meia de jovens, num total superior a duas dezenas de propostas, participaram no primeiro Orçamento Participativo Jovem (OPJ) de Santo Tirso, iniciativa à qual a câmara local destinou 120 mil euros, informou ontem fonte autárquica. A criação de uma horta urbana, a construção de um ‘Indoor Radical Park’ e a promoção da iniciativa cultural ‘Rio Fest 2015’ são as propostas finalistas. No final de novembro sabe-se quem ganha. “Ficamos muito satisfeitos com a adesão, não só em termos do número de participantes, mas também sob o ponto de vista da qualidade das propostas apresentadas”, analisou o vereador da Juventude da câmara de Santo Tirso, José Pedro Machado. O mesmo autarca frisou que esta é a primeira edição do OPJ de Santo Tirso, um projeto que acredita que “melhora em muito a relação entre o poder político e a sociedade civil”. O mês de setembro foi dedicado a sessões públicas de esclarecimento e, em outubro, a autarquia de Santo Tirso

promoveu três assembleias participativas descentralizadas com o objetivo de “chegar a toda a população”. Nas sessões que decorreram no centro de Santo Tirso, em Vila das Aves e na Agrela participaram cerca de 150 jovens, com idades entre os 12 e os 30 anos, e foram apresentados 21 projetos, que, colocados a discussão e votação, resultaram na seleção de três. O ‘Rio Fest 2015’ é uma iniciativa que os promotores desejam que envolva diversas entidades através de um festival “multifacetado” com espetáculos musicais e de dança, atuações de DJ, concertos, atividades desportivas e radicais, bem como ações de cariz social. Concretizando-se, este evento irá realizar-se na fábrica do rio Vizela, em Vila das Aves. Outra das ideias que nasceram com o OPJ de Santo Tirso é a construção de uma horta urbana “para uso particular e coletivo” a implementar num terreno adjacente ao Parque Urbano de Rabada ou na Escola Agrícola. “A ideia global é que estas hortas particulares sejam divididas

em 20 espaços, para 20 famílias diferentes com dimensão de 25 metros quadrados, onde se poderá cultivar e usufruir dos produtos resultantes para consumo próprio”, descreve o projeto. Está ainda a concurso a criação do ‘Indoor Radical Park’, espaço destinado à prática de várias modalidades como BMX, Workout, MTB, Patins, Skates e Parkour, mas também com concertos e ensaios musicais. Ou seja, o objetivo desta terceira ideia é “criar um espaço multifuncional, com condições para a prática de diversas atividades”. Caberá agora a uma comissão técnica avaliar as propostas de acordo com fatores como “enquadramento no Plano de Desenvolvimento Estratégico no programa político da autarquia, ou noutros projetos municipais já aprovados, bem como a possibilidade de candidatura a fundos comunitários”. A autarquia liderada pelo socialista Joaquim Couto estima que este OPJ envolva um valor “dos maiores a nível nacional”.

Incidentes em Ermesinde com António Costa

Ministério Público arquiva inquérito O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito aos incidentes que envolveram o candidato socialista a primeiro-ministro, António Costa, em Ermesinde, concelho de Valongo, no dia 22 de junho, após a Comissão Nacional do PS. Apesar de considerar que os factos participados poderiam integrar dois tipos de crime, o Ministério Público determinou o arquivamento do processo com o argumento de que António Costa manifestou a preferência pela não abertura de procedimento criminal. “(…) O ofendido António Costa, que esclareceu encontrar-se

na reunião em causa na qualidade de simples militante do Partido Socialista e não na de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, manifestou expressamente não pretender procedimento criminal”, pode ler-se na nota informativa publicada na quarta-feira na página da internet da Procuradoria-Geral Distrital do Porto. O caso ocorreu no dia 22 de junho, quando António Costa saiu da Comissão Nacional do PS num ambiente de grande confusão e tensão, recebendo algumas palmas, mas com uma dezena de populares a dirigirem-lhe insul-

tos e a exigirem-lhe que voltasse para Lisboa ao mesmo tempo que gritavam “Seguro, Seguro” (nome do anterior líder do PS). A maioria dos populares começou primeiro por aplaudir o então secretário-geral do PS, António José Seguro, quando este saiu da reunião. Depois, António Costa recebeu algumas palmas, mas cinco mulheres iniciaram um coro de protestos contra o autarca de Lisboa, começando logo a chamar-lhe “borra-botas” e “vai-te embora”, atitude que foi seguida por outras peças, ouvindo-se ainda gritos de “traidor, traidor”.


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