Temos o prazer de saborear mais uma edição do nosso amado “Pregão”, que representa o prazer de mais um desafio vencido, mais um trajeto que nos traz à memória a longa viagem de Teseu, filho do lendário rei de Creta, o qual, para ser digno da descendência real, teve que, por imposição do próprio pai, se submeter e ultrapassar uma série de adversidades. Teseu não cruzou os braços, nem se considerou indigno de tal sujeição; pelo contrário, foi um herdeiro merecedor do trono, provando ser mais forte e corajoso que muitos temidos seres. Venceu humanos e animais; enfrentou o Minotauro, aprisionado e enfurecido nas paredes confusas do labirinto de Creta; suportou ter que humildemente abandonar a amada Ariadne que lhe dera força para vencer o monstro; aguentou enfrentar a ausência e a morte do pai, atingindo, em igual grandeza a força de Hércules e a imortalidade de muitos deuses. Tal como Teseu provou ser capaz de chegar a Atenas, em busca de um pai desconhecido, também nós sabemos que chegaremos com novos pregões, enfrentando todos os minotauros que nos surgirem. Hoje chegamos com um novo ano – 2012. Um ano único, com um privilégio único para a nossa cidade, e de grande importância para a nossa escola, a Capital Europeia da Cultura. E este grito que hoje ouvimos aqui, é prova de que a Escola Martins Sarmento se integra no espírito de um querer e de uma força que movem os jovens e a gente vimaranense; que não adormece no embalar rotineiro dos anos e dos séculos, mas que acorda e renasce com cada nascer do sol. Resta-nos, neste início de ano, formular o nosso desejo e, para que se realize, fica em jeito de segredo. Que todos sejamos humildes e corajosos como Teseu, sabendo saborear as alegrias, ainda que arduamente conquistadas, engenhosos e sonhadores como Dédalo, recusando viver eternamente aprisionados no próprio labirinto, - já que há momentos atrás recordámos alguns mitos clássicos – sem ousarmos, contudo, voar alto de mais, como o seu filho, Ícaro. Saibamos, nesta nova fase de experiências e descobertas, aproximar-nos do sol, mas apenas o necessário para dele sorvermos o calor imprescindível à vida e ao conforto. Só assim teremos a certeza de que chegaremos a um porto seguro e jamais a estrela ardente nos derreterá as asas, precipitando-nos num mar imenso e sem fundo. Bons sonhos! Profª Glória Manuela Machado
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A partir do próximo número, pedimos que Janeiro a Maio utilizem o de 2012 novo acordo ortográfico!
Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento
Editorial
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Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Director: José Manuel Teixeira Coordenação Geral: Glória Manuela Machado Grafismo e paginação: José Faria, Jorge Faria Email: o.pregao@esmsarmento.pt nº 06
capital europeia da cultura
NÓS FAZEMOS PARTE
Destaque
Destaque: Vereadora da Cultura fala sobre Guimarães 2012
Projeto Comenius: Martins Sarmento vence o concurso europeu de criação da imagem
p. 2
p. 26
p. 2
Destaque: CEC 2012 - Pregão de abertura
p. 4
Entrevista: Doutor Fernando Ribeiro
p. 10
Opinião: Escolas matam a criatividade?
p. 16
Notícias: Dia do Nicolino
p. 23
Artes: Exposição 12º AV1 Oficina de Multimédia
p. 30
Clube de jornalismo: Testemunhos no mundo do trabalho
p. 34
Universo ESMS: Dar à língua
p. 38
Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão
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Destaque
Guimarães a capital europeia da cultura
Em 2008, durante a apresentação e defesa da candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura, um elemento do painel de seleção, entre cético e irónico, disse-nos que tinha estado em Portugal no Verão anterior e que não tinha ouvido falar de Guimarães e nem sequer a tinha encontrado no mapa. Ficámos desolados, mas não vencidos. Em 2011 o The New York Times classificou Guimarães como um dos 26 lugares no mundo a visitar em 2012. Hoje, em 2012, Guimarães é, a par de Londres, uma das 11 cidades e sítios recomendados pelos principais guias internacionais. Se não ambicionássemos mais, o investimento dos últimos anos na cultura havia compensado: colocou Guimarães no centro das atenções do mundo. E a Capital Eu-
ropeia da Cultura, mesmo antes de acontecer, reforçou a visibilidade de Guimarães e a sua integração em redes nacionais e internacionais. Mas desejámos mais. Depois do reconhecimento internacional da riqueza do nosso património histórico, ser Capital Europeia da Cultura significa uma etapa de extraordinária importância no processo de reforço da cultura no centro das políticas públicas em Guimarães. A Capital Europeia da Cultura, que agora começou, faz-se em Guimarães: um lugar de memória das origens e de um património histórico singular. Um lugar que se debate com os anseios, as perplexidades e dificuldades do presente, ao mesmo tempo que encerra em si as oportunidades e os estimulantes desafios do
Francisca Abreu, Vereadora da Cultura da CMG
A programação cultural da Capital Europeia da Cultura, ancorada no entusiasmo e no ânimo dos Vimaranenses, centrase nas ideias de fazer de Guimarães um lugar vivo e dinâmico, atrativo e cosmopolita.
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Destaque
Viens nous visiter! futuro. Um lugar europeu onde a memória e o passado convivem em harmonia com a modernidade. Um lugar onde a cultura acontece e se exalta. Um lugar único feito de pedras, mas sobretudo de ideias. Porque são as ideias que fazem os lugares, que os desenham, que os transformam, que os constroem e que lhes dão vida. A programação cultural da Capital Europeia da Cultura, ancorada no entusiasmo e no ânimo dos Vimaranenses, centra-se nas ideias de fazer de Guimarães um lugar vivo e dinâmico, atrativo e cosmopolita. Um lugar onde a capacitação das pessoas se inscreve como objetivo prioritário. Um lugar que se quer assente num modelo de economia criativa. Um lugar de permanente oferta das melhores experiências culturais e criativas. A programação cultural de Guimarães 2012 cumpre o compromisso de celebrar a cultura, de dar lugar à criatividade e de reforçar a relação de uma e outra com a economia e o desenvolvimento. Privilegia a criação e produção artística em contexto - a residência artística, e em diálogo entre o centro e a periferia, o eu e o outro, o de dentro e o de fora, o local e o global, o passado e o presente, o nacional e o internacional, o profissional e o amador, os artistas e os públicos. Privilegia o processo de criação e estimula a descoberta. Uma programação cultural que nos traz obras e criações novas que nos acrescentam e se acrescentam ao nosso património. Um programa que favorece a experimentação e a aprendizagem. Um programa assente na criação, na colaboração e na cooperação. Um programa que estimula, incentiva, desperta e desenvolve interesses e talentos. Um programa que favorece a criação de um ambiente cosmopolita e aberto, acolhedor e disponível ao outro, ao novo, ao diferente. Um programa em que a formação e a educação têm lugar central. Um programa que nos convoca à participação. A Capital Europeia da Cultura faz-se com todos, sob estes símbolos. É na cultura que encontramos ânimo e inspiração para afirmar e inventar um melhor futuro para Guimarães e para nós próprios. Francisca Abreu, Vereadora da Cultura da CMG
Bonjour mon ami. Puis-je être ton ami aussi? Je vais donc, et avant toute chose, te présenter ma ville natale: Guimarães est une bonne ville pour tous, en particulier, pour nous les jeunes. On peut se retrouver dans son centre historique de Oliveira, d’une part pour apprécier les merveilleux monuments, d’une autre pour nous y rencontrer et pour y boire un verre dans ses nombreux bars. On peut aussi se régaler les yeux avec nos grands monuments, comme le château de D. Afonso Henriques et le Palais des Ducs, les antiquités de nos musées et les spectacles du Centre Culturel Vila Flor. Guimarães est toujours en fête! En effet, au mois d’octobre, il y a la fête universitaire du recrue “caloiro”; au mois de novembre, on célèbre la fête des « nicolinos » et, au mois d’août, il y a les fêtes Gualterianas, en l’honneur de notre mécène. D’un autre côté, il y a, à Guimarães, le moderne, l’actuel avec ses cinémas, ses piscines, ses discothèques et ses centres commerciaux comme l’Espace Guimarães où les jeunes peuvent y aller gratuitement en bus. Encore une curiosité, nous avons un ascenseur entre la ville et Penha – notre petite montagne d’où nous avons une vision panoramique splendide de toute notre ville historique - et aussi le train, pour ouvrir nos portes au reste du monde.
Alors, viens nous visiter! Viens chez nous, oui, ici, à Guimarães. Viens et célèbre avec nous la Capitale Européenne de la Culture 2012. Nous avons des tas de spectacles culturels et tu peux y assister. Viens connaître cette belle ville, très riche en culture. Viens et laisse-toi transporter par notre passé historique, Viens apprendre avec nous de nouvelles choses. Viens vivre avec nous une expérience unique. Viens faire partie, toi aussi, de GUIMARÃES 2012. André, Carlos et Regina, 11º LH3
European Capital of Culture Here in the beautiful city of Guimarães we’re all very expectant, excited and eager about the year that just arrived. 2012 will be dedicated to art, music, cinema, dance, photography, plastic arts, architecture, reading, thinking and evolving. Throughout the year, hundreds of events will fill the streets. National and international artists will perform and exhibit their art and exciting new projects. The share of ideas, creation and execution is the motto we should fallow. Guimarães 2012 European Capital of Culture lies on three main goals: development of human capital, development of a creative economy and generation of a new geography of the senses; that may only be reached with your contribute and participation. You can’t miss to visit the city and take part in the numerous events happening. Visitors and artists from all over the world will share their culture, creating a much more complete experience. You will come in contact with many types of lifestyles and ideals, sharing your own, giving personal development a rich and shared dimension. Guimarães will be the core of art and creativity, energy and communication, share and learning and will really bring people together. You can’t miss giving your support to this global community. Visit Guimarães, European Capital of Culture! João Abreu, 11º AV1
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Pregão da Abertura Dedicado pelo autor a toda a equipa da Cerimónia de Abertura da Capital Europeia da Cultura, Guimarães 2012.
Ó Nobre e Subida Artistada vê só quem agora Te vem falar, Um que da língua faz espada com a palavra, fogo sabe atiçar. Ah, como te julgo desconcertada, com esta não contavas, podes confessar: foi tudo isto tão bem planeado era no maior segredo achado. À Musa, e como está aqui tanta, humildemente peço inspiração concede também, a este que canta força e voz para tamanha missão. Que não se me engasgue a garganta no dizer de um qualquer palavrão. Deus, quanta Beleza e Candura puseste Tu nesta Abertura! Ó lado que primo me viu abrir olhar quando fui ao mundo botado em mim fazes desde esse dia sentir Alma forte de teu Chão Sagrado. Na Guimarães que foi e da que há-de vir será esse sempre o meu Fado. Por toda a entranha do Mundo Sentimento algum há, tão profundo. Olha, veio a Excelência toda adular nosso excelso Toural com certeza pensou que havia boda na qual era a noiva Portugal. Ao que parece, burgo somos da moda, deixa-a, Povo meu, não leves a mal. O Ar de cá, pode ser que bem lhe faça e tire da cabeça tanta trapaça. Adiante, siga com a Festa pois venho é outra gente exaltar, a que procurou em sua Vesta Raíz onde se pudesse inspirar. É pois, mais sua, Glória esta, pouca mas toda a que consigo cantar. Que reze de ti a História e a todo assista a Memória. Por bem formado ser e também cortês cimeiro lugar guardei para a Dama foi Ela quem de passo, o Belo fez, bailado gizou, sem olhar à fama. Quanto suor, quanta dor, quanta vez quanta hora roubada à cama. Com a mão, o bailarino corpo moldou
dança que o coração lhe ofertou. Capaz, só tu foste, guerreira Mulher de ao Fero Príncipe pontas calçar e nem barafusto valeu sequer ao que soube a Lusa Parte conquistar. Assim desejasses e, até de colher à boca, sopa lhe irias levar. Ó Conquistador, atenta respeito cá tens alguém que te põe a preceito… Do Sonho que respiras, doce Princesa nasce o palco, asas ganhando, em repentino assomo de beleza toda a cor se vai espalhando por quadro esse, pedido à pureza um futuro surge, a teu mando. Faminto, há o público recebido alimento, por tua mente vertido. Já cantada a Musa, me viro no sentido do ilustre “regista” prometo ter cuidado no que atiro para que não fique com sensação mista. Não ajeites o cabelo, estás giro… mas indisponível para conquista! Mal o olho poisei no figurino te imaginei como Nicolino. Neste duro e ingrato meio muito há lugar para vaidade mas a ela fazes tanto guerreio qual cavaleiro da humildade. Ideia, a que trouxeste em teu seio deste à tua Antiga Cidade. Vimarana era, terra do Bolinhol quando nascido te deitaram em lençol. E a muda letra que teu nome não tem há quem a persista em escrever tu, sempre paciente, levas a bem porque mal, também não te hão-de querer. Mas na “Broadway”, que a venham a pôr sem ou comigo, irão problemas ter. Por seres brilhante, ó Dramaturgo, teu foi o aplauso cá do burgo. Ah, é por fim a chegada hora de ao anfitrião poder pregar fá-lo-ei já e sem mais demora
será que o dito lhe irá agradar? Ele que sinta e ouça agora o que a outros lançou, sem gaguejar. Por esta Arte saberes d’inteiro escuta-me bem, antigo Pregoeiro: Ó Homem que dedos tem mil e um mestre do lusitano instrumento há, na Vimarana Terra mais algum que tocar consiga por um cento? Clara, é pois, a resposta, nenhum com tão distinto cartão te apresento: sabido génio traz na calma vestuto sangue que lhe corre a alma. Que te não cubram de mero ouro mas teu nome, por graça, façam maior seja Vimarano, bretão ou Mouro que saber o possam, bem e de cor, pois talento que sai de teu couro a chama traz e junta, em seu redor. A Júpiter demando, porque já basta de confusão, chega com o cineasta! Gente, melhor que ninguém conheces o chão e lhe sabes, sem segredo, a manha o corpo deste à sofreguidão e desse modo foi a Batalha ganha. Maior é o que cumpre a sua missão maior és tu, por essa façanha. Do Deus és, Arte e Mensageiro, Eterno e leve, não passageiro. Mas não te agradou o novo fato para ti, mesmo à medida, feito um moço disse ter ouvido boato que à menina se via o peito… Também queixa puseste no sapato ou era esse a teu bel jeito? Ó de Avis, provaste o palco aleijaste-te, queres pó-de-talco? E a Bela e delicada Santa lá do Cimo veio a peça buscar tão prometida era a manta que a veio o Mestre entregar. Quem tudo viu ainda se espanta com o que pôde ao vivo testemunhar. Agradeceu Ele a Vitória que o nome lhe gravou na História.
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Guimarães –Capital Europeia da Cultura
Falarei também ao restante pessoal que dele não estou esquecido será que estava a levar a mal por ainda não o ter referido? Sem Ele, nada seria igual estou, por isso, muy agradecido. Diante da artística Oliveira se veio a curvar Sala inteira. (Ao Coração a forma pedindo o palco a Menina desenhou, onde foi o Artista esgrimindo a Arte que um Deus lhe encomendou. E o Magister, também daqui vindo a tela, com seus traços, embelezou. O que a Guimarães destes em Amor devolveu Ela com redobrado louvor.) Não mais Musa, não mais – Te peço como te pediu outrora o Poeta Luz tua leva a outro endereço, a quem dela faça também seta. Cansado sou, pausa já mereço, desta garganta é só essa a meta. Antes da fadada despedida tenho, para a Turma, Ode sentida: Tua, foi a Honra, de dar arrancada à celebração que esta parte tornou de novo Capital anunciada a que de Luso já fora, aqui voltou. Quanto trabalho, Ó Gente Amada do Talento revés todo afastou. O Aplauso aceita, é só teu merecido o achou, quem a Ti o deu. Por fim me vou, tempo basto já ocupei a vossa sempre inquieta atenção, para o Parnaso me retirarei até uma futura intervenção e de Ti, Ó bela Musa, guardarei centelha de tua Inspiração. Adeus, não digo, mas até um dia no Destino confiemos como guia. Paulo César Gonçalves (Escritor e antigo aluno da Escola Secundária Martins Sarmento) Finis Laus Deo. Guimarães, 21 de Janeiro de 2012
O privilégio de termos tido, como cidade, a distinção de sermos uma das capitais europeias da cultura é um momento que nos obriga a ter um outro olhar sobre a nossa cidade, que nos retira dessa convivência quotidiana, muitas vezes empobrecedora, e forçosamente potenciará em muitos dos cidadãos vimaranenses energias, desejos, sonhos, que o dia- a- dia rotineiro acaba por esmagar. Para além da projeção que este evento dará à nossa cidade, inegavelmente importante, que abrirá novas perspetivas à indústria do turismo, o mesmo deverá ser encarado como um acontecimento único e irrepetível, jamais desaproveitado, como tantas vezes foi nosso apanágio. Tendo, quer a Fundação quer a Câmara Municipal, o empenho de presentear a nossa cidade com um vastíssimo conjunto de iniciativas culturais do mais alto nível, a começar pelo grupo catalão Fura dels Baus, seria deplorável que os munícipes vimaranenses não soubessem aproveitar este “ouro” que nos é dado apreciar e assimilar.
É nesta perspetiva que lanço um repto a toda a comunidade escolar no sentido de aproveitar ao máximo esta oportunidade de convivermos com outras gentes que nos visitarão, de ser capaz de descobrir que há outros horizontes a desbravar, dentro e fora da própria cidade, de saber tirar partido de um acontecimento que nos oferecerá 600 espetáculos da maior qualidade, com uma dimensão educativa inegável, enfim, que este acontecimento único potencie em todos nós energias que tantas vezes deixamos inertes e que poderão ser motivadoras de novos projetos de vida interessantes, quer para cada um de nós, quer para a própria cidade. Não podemos esquecer que este conjunto de iniciativas constitui também uma oportunidade de aprofundarmos os verdadeiros sentidos de urbanidade e contemporaneidade, conceitos que são indissociáveis de uma noção mais completa de cultura. Prof. João Castro
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Maribor
Capital Europeia da Cultura 2012
Maribor (em alemão: Marburg an der Drau) é a segunda maior cidade da Eslovénia com uma população estimada de 95 171 habitantes (dados de 2011). Localiza-se nas margens do rio Drava, na região da Baixa Estíria. A região urbana mais próxima é Graz, na Áustria, a cerca de 50 quilómetros. Maribor recebeu a denominação de cidade em 1254. Começou a crescer rapidamente depois da vitória de Rudolf I de Habsburgo sobre Otakar II da Boémia em 1278. Resistiu aos cercos levados a cabo por Matthias Corvinus em 1480 e 1481 e pelo Império Otomano em 1532 e 1683, tendo permanecido sob o controlo da Monarquia dos Habsburgo até 1918. Até à 1ª Guerra Mundial a população da cidade era constituída por 80% de alemães austríacos e 20% de eslovenos. A cidade era conhecida pelo seu nome austríaco Marburg an der Drau. Após o fim da guerra e com o colapso do Império Austro-húngaro, a cidade foi reconhecida como fazendo parte do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Em 1941, o território é invadido pelas potências do Eixo e, após o fim da 2ª Guerra Mundial, torna-se parte do estado comunista dirigido por Tito. Em 1991, a Eslovénia torna-se um Estado independente; adere à União Europeia, em 2004, e ao Euro em 2007. A comunidade judaica teve um papel relevante na cidade, ao longo dos séculos, tendo-se fixado na região durante o século XIII. O bairro judeu estava localizado na parte sudeste da cidade e era compos-
to por várias ruas e por uma praça principal. Integrava ainda uma sinagoga, um cemitério judeu e também uma escola talmúdica. A comunidade judaica de Maribor foi numericamente mais significativa por volta de 1410. Em abril de 1941, a Alemanha nazista invadiu a ex- Jugoslávia e a região da Styria foi anexada ao Terceiro Reich. Os judeus de Maribor foram deportados para campos de concentração a partir do final da primavera de 1941. A sinagoga de Maribor é uma das mais antigas sinagogas preservadas da Europa.
Locais turísticos: -Catedral de Maribor do século XII em estilo gótico. -Câmara Municipal de Maribor construída em estilo renascentista. -O castelo de Maribor do século XV. -Muralha Medieval com torres de defesa ao longo dos limites da cidade. -Sinagoga de Maribor construída no século XIV, a segunda mais antiga da Europa, serve como um centro de atividades culturais e oferece aos visitantes vários eventos, incluindo exposições, concertos, noites literárias e mesas redondas. A Sinagoga está localizada na praça judaíca (Židovski trg), no antigo bairro judeu. -Colina Piramida, com uma capela do
século XIX, domina no limite da fronteira norte da cidade. Neste local, avistam-se as ruínas do primeiro castelo de Maribor (demolido em 1790), oferecendo ainda vistas panorâmicas sobre a cidade e o rio Drava. -Pontes sobre o rio Drava – Ponte Coríntia (Koroški most); Ponte pedonal (Studenška brv); Ponte Velha (Stari most, Maribor); Ponte de Tito (Titov most); Ponte férrea (Železniški most); Ponte de dois pisos (Dvoetažni most).
Principais eventos culturais e desportivos: -Lent Festival - evento realizado no final de junho. Todos os anos, o festival atrai teatro, ópera, artistas de balé clássico e moderno, músicos de jazz e dançarinos de todo o mundo, bem como visitantes. -Espaço das mais antigas videiras do mundo (stare Hisa trte) - onde se localiza videira chamada Stara trta, a mais antiga do mundo vivo ( cerca de 440 anos de idade) registada, em 2004, no livro do Guinness World Records. -Slalom feminino e corridas slalom gigante para a Taça do Mundo de Esqui Alpino conhecida como “Zlata lisica”( A raposa de Ouro). Este evento tem lugar na
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Destaque
Montanha Pohorje. - Ilha de Maribor (Mariborski otok) - a mais antiga zona de banhos públicos. A cidade também oferece muitas piscinas interiores (Pristan, Fontana). -Vinhos e Gastronomia internacional eslovena (sopa de cogumelos com trigo sarraceno, sopa azeda, salsichas com bolinhos de queijo, chucrute, strudel de maçã, bolo de queijo especial chamado gibanica). -Adega Vinag (Vinagova vinska klet) com uma área de 20.000 m2 e 2 de comprimento regista 5,5 milhões de litros de produção anual. -Parque da Cidade (integra o Aquarium e Terrarium, e uma área pedonal até às Três Lagoas (Trije ribniki). O parque tem mais de 100 espécies autóctones de folha caduca e árvores de coníferas. - Parque de Desportos Radicais Pohorje (Adrenalinski parque Pohorje) com uma pista, trenó de verão e circuito de bicicletas. Existe uma lenda que conta que os dois reinos, divididos pelo rio Drava, eram inimigos. Um dos reinos teve um príncipe varão a quem foi posto o nome de Rikdiz. Pela mesma altura, nasceu uma princesa chamada Lianna no reino vizinho. Apesar das rivalidades existentes e do ódio do prínci-
pe Rikdiz sobre o reino rival, apaixonou-se pela princesa Lianna e acreditava-se que, quando era lua cheia, as estrelas desciam formando uma ponte para que os dois se pudessem encontrar. Certo dia, decidiram que iam fugir juntos mas, o príncipe, com medo do pai, não cumpriu a sua parte e não foi ao encontro da princesa que já estava na jangada. Quando o pai da princesa se apercebeu do sucedido, Lianna teve que ir pelo rio sem o príncipe que se encontrava na outra margem. Quando viu a sua apaixonada saltou e tentou ir ao seu encontro. Os dois foram pelo rio abaixo ao sabor da velocidade das águas. Ainda hoje, quando o rio está mais agitado, os habitantes locais lembram os dois amados a lutarem contra as águas revoltosas. Hugo Fagundes, 11º LH1
Maribor foi nomeada cidade Alpina em 2000 e escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2012 juntamente com Guimarães. Maribor será ainda a cidade anfitriã da Universidade de Inverno de 2013. Em 2011, foi também anunciado que Maribor será Capital Europeia da Juventude em 2013. Fontes: http://www.maribor2012.info/en/ http://maribor-pohorje.si www.wikipedia.com
Significado do símbolo: O símbolo contém temas da identidade cultural a nível individual, local ou regional em dimensões como: local-regional-global-nacional-europeu, pós-industrial rural-urbano. Realça o futuro versus passado, urbano versus rural, industrial versus informação, analógico versus digital, arte versus património, etc.. Representa o ponto de encontro do papel da arte e da cultura no século XX. A ênfase da temática principal é dedicada à criatividade contemporânea, que é confrontada com os movimentos artísticos e históricos (o avant-garde, o Realismo Socialista, Modernismo,…).
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Destaque
CEC - 2012
Historiadores do Futuro O projeto “Historiadores do Futuro” está inserido na programação da área de comunidade da Capital Europeia da Cultura. Fazem parte deste projeto vários alunos das Escolas Secundárias de Guimarães, incluindo a Escola Secundária Martins Sarmento, contando com a participação dos alunos da turma 11ºLH3: Carlos Duarte, Regina Vieira, Susana Fernandes, Ana Gonçalves, Ana Ferreira e o Professor de História, Renato Silva. O grande objetivo deste grupo é promover o intercâmbio com jovens de Maribor na Eslovénia, cidade que é, simultaneamente, com Guimarães, Capital Europeia da Cultura em 2012. Para concretizar este propósito, vamos fazer um livro que será lançado por nós (portugueses) na Eslovénia, em Novembro deste ano, e contaremos com a visita dos nossos parceiros eslovenos, já, nesta primavera, aqui, em Guimarães.
Para se lançar um livro, é preciso textos. Para se escrever textos, é necessário inspiração, mas para se ter inspiração é fundamental refletir e procurar desenvolver temas que afetam a humanidade, em geral, e a nós que somos o seu futuro. É aí que entra a excelente equipa de trabalho do projeto – elencada pela Suzana Ralha, o Rui Teixeira e a Júlia Rodrigues - que nos sugere e apresenta temas, filmes, livros e nos ajuda a debater e a conjugar ideias que nos levarão a pensar no “Futuro”. O nosso trabalho de casa não é mais do que pôr no papel todas as nossas ideias nos nossos moleskines (livro de apontamentos com grande tradição na cultura europeia). As sessões do grupo decorrem uma vez por mês, ao sábado, e são realizadas em lugares que espelham a cultura vimaranense, a saber o Patronato da Nª. Sra. da Oliveira, no Centro Cultural Vila Flor e
no Centro para os Assuntos de Arte e Arquitetura. Nestas sessões, temos também a possibilidade de conhecer grandes nomes da cultura portuguesa e eslovena, tal como irá acontecer nas próximas sessões nas quais teremos a presença de Manuel António Pina, Álvaro Magalhães, Fernando Rosas, Moisés Lemos Martins e o filósofo Esloveno, Boris Vezjak. Além do grande objetivo deste projeto, o mais importante é o enriquecimento pessoal em termos de cultura, de debate de ideias e respeito pelas opiniões dos outros. Com esta experiência, vamos, sem dúvidas, ser pessoas completamente diferentes, pois seremos mais maduras, cultas e, está claro, com uma maior capacidade para enfrentar o “Futuro” que, cada vez, nos amedronta mais. Ana Gonçalves, 11º LH3
CEC - 2012, Encontros Projetos com Continuidade
Projeto Krisis
O grupo de trabalho da nossa escola, professores e alunos, associado ao Projeto Krisis e às comemorações de Guimarães, Capital Europeia da Cultura, continua ativo, participando e colaborando na preparação do espetáculo que terá lugar, no Multiusos de Guimarães, em Dezembro de 2012. Já se realizaram vários “Encontros Projetos com Continuidade”, entre os meses de Setembro e Dezembro, passado presente, na “Academia Krisis” com sede na Escola Secundária Francisco de Holanda. Salvaguardamos, para quem queira participar, que muitos outros estão programados até Dezembro de 2012. Nestes encontros, onde interagem várias instituições da comunidade vimaranense, são criados grupos de trabalho, com orientação artística sob a alçada do encenador António Durães, que visam a concretização do espetáculo final para toda a comunidade. Reiteramos o convite a toda a comunidade educativa no sentido de contribuir “com logística humana alegre e criativa” nestes encontros e, desta forma, representar a Escola Secundária Martins Sarmento no grande evento final de Guimarães, Capital Europeia da Cultura. O próximo “Encontro Projeto com continuidade” terá lugar na academia Krisis, no dia 15 de janeiro, pelas 14 horas e 30 minutos. Vamos participar! Professores Renato Silva, Ana Maria Ferreira e Fátima Aguiar
Nos ‘Encontros Projetos com Continuidade’ interagem instituições da comunidade vimaranense, são criados grupos de trabalho, com orientação artística sob a alçada do encenador António Durães
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Erdal: Desporto ao ar livre Datas
Atividades
Locais
24 de setembro outubro 17 de dezembro
“Guimarães a Pedalar” Bicicleta/saúde/ambiente Professores Aventura 2010 (DiverLanhoso) Estágio de Natal – BTT e Canoagem
Guimarães Póvoa de Lanhoso Rio Ave
08 de janeiro Prova de Perícia Bicicleta (aberta ao 1º e 2º ciclo) 03 de março III Caminhada da ERDAL (Associação Ave) 23 e 24 de março Estágio de Páscoa na Queimadela (formação em oficina)
Centro Escolar Urgezes A sugerir (Penha) Barragem da Queimadela (Fafe)
maio maio 26 de junho
Piscina/Parque/ Pista Esposende Guimarães
TriEscola (Triatlo) Estágio de Verão “Rota das Praias” Bike Tour – ACM
Escolas envolvidas no projeto: João de Meira; Martins Sarmento; Santos Simões; Francisco de Holanda; Gil Vicente (Urgezes) e Fernando Távora (Fermentões) Professor responsável: Ricardo Lopes
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Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão
Entrevista
“Robótica é o futuro” Professor Doutor Fernando Ribeiro Fernando Ribeiro nasceu em Guimarães, Portugal. Formou-se em Informática e Matemáticas Aplicadas em 1988, obteve um mestrado em Robótica Industrial pela Universidade de Cranfield (Inglaterra) e um doutoramento em Robótica e Automação. É docente na Universidade do Minho, desde 1995, detém atualmente uma posição de Professor Associado desde 2003 no Departamento de Electrónica Industrial e de Computadores. Iniciou, em 1997, um Laboratório de Robótica e desde então os alunos que trabalham no Mobile Robótica Autónoma, participam ativamente na RoboCup com uma equipa de futebol de robôs, entre outros. Desenvolveu a primeira equipa portuguesa de futebol robótico que participou numa competição. Também organiza outros eventos de robótica, como a RoboParty, com diferentes desafios científicos e tecnológicos. Organizou o primeiro Festival Nacional de Robótica-ROBÓTICA’2001 em Guimarães e é um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Robótica, que foi criada durante a Robotica’2006, também em Guimarães. Em 2006 criou uma empresa spin-off chamada SAR - Soluções de Automação e Robótica, que cria e desenvolve projectos de robótica e automação. As principais áreas de pesquisa são Robótica Autónoma Móvel e, Automação, Prototipagem Rápida, Visão Computacional e Processamento de Imagens. Em primeiro lugar, esse gosto pela Informática deve-o a quem, onde é que acha que ele nasceu? É uma pergunta difícil, ao longo da vida fui sempre mudando de áreas. Comecei em saúde, do 10º ao 12º passei pela electrotecnia e depois fui para o curso de informática. Mas, o que mais me motivou para a informática foi o computador que o meu pai me deu, que vocês já não conhecem, e que se chamava ZX Spectrum. Deu-me esse computador em 80 ou 81, já nem me recordo bem, e esse computador realmente entusiasmou-me. Foi uma das primeiras versões que saiu daquela máquina mas, nessa altura, ainda não havia jogos. Então eu olhava para o ecrã e tinha que fazer alguma coisa, começar a programar. Foi aí que surgiu, o gosto pela informática, com esse computador. Algum dia imaginou vir a ter tanto sucesso como tem agora? Bom, antes de mais, não tenho assim tanto sucesso. Eu participo em muitas coisas. O sucesso é relativo, há quem ache que tenho muito, outros acham que tenho pouco. Agora, nunca imaginei que iria estar nestas áreas tão faladas como
a da robótica. Esta área é o futuro. A informática foi o 1º passo para a robótica poder progredir, foi um dos bons passos. E reparem, não há ninguém que consiga trabalhar em robótica se não souber programar. A informática é fundamental, assim como a electrónica. E eu sou docente no departamento de electrónica, apesar de ser de informática. A robótica é multidisciplinar, implica a electrónica, informática, mecânica, comunicações, implica muitas áreas. A informática é fundamental porque a electrónica pode funcionar toda, mas se não houver quem programe não serve para nada. O Sr. Professor consegue enumerar todos os prémios que já recebeu? Já tive alguns. Recebi um quando acabei o meu doutoramento, que foi um prémio que a Rolls-Royce me deu. Tive outro na 1ª gala da Juventude, que foi o prémio Novas Tecnologias. Depois recebi a medalha aqui da cidade de Guimarães e depois obtive o título de comendador da Ordem da Instrução Pública, prémio esse entregue pelo Dr. Jorge Sampaio, na altura era o presidente da República. Entretanto tenho tido outros, mais científicos, relacio-
nados com a cadeira de rodas, um também importante foi o Prémio Inovação BES, foi a primeira edição que fizeram e nós concorremos com a cadeira de rodas omnidireccional e também ganhámos. E tenho muitos outros prémios relacionados com competições de robótica, tenho algumas taças, depois se quiserem posso mostrar-vos. Dão-me orgulho essas taças, mas gostava que ficasse bem claro que não sou eu que as ganho, isto é tudo um trabalho de equipa, eu sou a cara da equipa, mas há muitas pessoas a trabalhar. Aqueles alunos que vocês viram ali no laboratório, estão todos a trabalhar, para irmos ao Robótica 2011, em Abril. Depois vamos a Istambul ao “RoboCup“ que este ano decorre na 2ª semana de Julho. Estamos a trabalhar para esse objectivo. Por isso, o prémio não sou eu que o ganho, mas sim uma equipa de pessoas. Só que depois os alunos vão embora da Universidade e ficam aqui as taças todas, num display que temos. O que o levou mais tarde a especializar-se na Robótica Industrial? Aí está uma boa pergunta. A Informática como eu aprendi, era uma Informática
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muito à base de tratamento de ficheiros, abre ficheiro, fecha ficheiro, introduzir dados, ler dados e começou a ser muito repetitivo. Eu fiquei a dar aulas na Universidade e pouco fazia de diferente. Depois surgiu a oportunidade de tirar o Mestrado numa área diferente, andei a ver aquilo que mais gostava e gostei da Robótica porque temos na mesma que programar e eu gosto de programar, mas é uma programação de mais baixo nível, comunicar com o hardware, fazer o motor andar, ou ler um valor num sensor e depois criar um algoritmo que permita tomar algumas decisões. Gosto mais desse tipo de programação. Foi isso que me fez enveredar pela Robótica. E depois mais tarde a ideia da RoboParty, surgiu antes da ideia do Laboratório de Robótica, aqui na Universidade, ou foi ao contrário? Surgiu depois. Até é uma história curiosa. O laboratório surgiu em 1996 ou 1997, mais ou menos, quando construí um pequeno robozinho pela primeira vez, chamado “Rug Warrior”. Nas aulas perguntava sempre se algum dos alunos queria fazer alguma coisa extra-aulas, porque às vezes os alunos universitários também
são preguiçosos e passam algum tempo no bar a jogar à sueca ou a fazer qualquer coisa, e eu desafio-os: - Vocês não querem fazer alguma coisa de útil, não querem construir um robô? - Participar numa competição? Foi assim que eles começaram a aparecer. Primeiro um, depois dois, quatro e agora é em catadupa, até é difícil arranjar provas para todos. Ao Festival Nacional de Robótica deste ano vamos 18 elementos. Mas, respondendo à pergunta, primeiro criamos o laboratório e depois é que surgiu a RoboParty. Porque é que surgiu a RoboParty? Porque havia muitas escolas do país todo, a pedir para dar palestras, para lhes levar robôs e fazer demonstrações, e nós, já não tínhamos tempo para fazer tantas palestras nas escolas todas. Eu, por exemplo, fui a uma palestra ao Alentejo, de propósito. Peguei no carro, 5 horas de viagem, dei a palestra de uma hora, uma demonstração de robôs mais meia hora, e outras 5 horas para viagem de regresso. O dia todo foi só para aquilo. Eu também tenho de trabalhar, assim não sobrava tempo. Então em 2007, resolvi chamar aqui à universidade, um conjunto de 10 escolas da cidade... Vocês ainda não me conhecem bem, mas eu por Guimarães
faço tudo. Vou à Lua por Guimarães. E resolvi puxar por equipas de Guimarães. Ora, abrimos um pequeno site, onde as equipas se inscreviam para construir um robô. Em menos de 3 semanas já tínhamos 106 equipas inscrita, foi uma coisa impressionante. Fechamos o site e surgiu assim a RoboParty. A RoboParty foi planeada para uma dimensão completamente diferente, pequena, 10 equipas, 15 no máximo, mas de repente aderiu muita gente. Como num dia não se aprende a fazer um robô, tivemos que criar um evento com, pelo menos, 3 dias e 2 noites, para ser mais tempo. Ora, como as escolas não têm dinheiro para pagar alojamentos, viagens e tudo o resto, eu tive que solucionar o problema das dormidas. Surgiu a ideia dos colchões de ginástica no chão, (tínhamos equipas que vieram dos Açores e da Madeira, e eles só pagaram a viagem de avião), pedimos à Reitoria para os deixar comer na cantina da Universidade e o evento acabou por surgir, mais, por uma necessidade das escolas. Enquanto nós esgotarmos as inscrições, e este ano já voltamos a esgotar, temos mais de 100 equipas, vamos continuar a organizar este evento. E já agora, que fique aqui bem claro, que a Escola Martins Sarmento é a escola que mais equipas traz a este evento. Houve um ano que uma escola da Maia trouxe 9 equipas, de resto é sempre a Martins Sarmento que bate o recorde de número de equipas, portanto vocês estão de parabéns. Nós, como bons vimaranenses, sentimo-nos orgulhosos por tudo isto. Gostaríamos de lhe perguntar, o que é que o levou a realizar a RoboParty e o Festival Nacional de Robótica cá em Guimarães, foi trabalhar na Universidade ou ser um vimaranense convicto? Este meu orgulho vimaranense, como há quem diga que eu tenho, é total. Ou seja, tudo o que eu puder fazer por Guimarães, eu faço, é ponto assente e que não haja dúvidas. Fui eu que organizei o primeiro Festival Nacional de Robótica, no pavilhão Francisco de Holanda, e depois todos os anos esse evento foi-se repetindo noutras cidades. Já cá se realizou novamente em 2006, e será realizado novamente em 2012, aproveitando o pretexto de Guimarães 2012 - Capital Europeia
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da Cultura. O facto de ser em Guimarães, primeiro é porque eu trabalho aqui, mas não é só por isso, já tivemos convites para organizar RoboParty’s em Lisboa e decidimos que não por não termos as condições certas. Aqui temos as condições todas para organizar. Eu preciso dos alunos finalistas aqui de Electrónica, como voluntários para ajudar as equipas a montar os robôs. Preciso de cerca de 50 alunos de Electrónica, preciso das pessoas do pavilhão que nos ajudam nas actividades desportivas, tenho o pavilhão que a Universidade do Minho me empresta de forma gratuita, (se fosse para Lisboa ía pagar isso tudo), portanto, se eu puder puxar para cá, óptimo. Só iremos para outro local se se justificar muito, e se Guimarães ganhar alguma coisa com isso, porque à partida o objectivo é organizar onde eu estou. O meu ninho é aqui, é onde eu vou continuar. Relativamente à questão financeira, com a vida cada vez mais “cara”, não tem sentido cada vez mais dificuldades em obter ajudas? Se eu pudesse organizar um evento sem tocar numa nota ou moeda, eu preferia, porque eu estou mais preparado e mais concentrado na parte de Robótica mesmo. Por isso, quando organizei os primeiros eventos, eu ia, por exemplo, à câmara e pedia-lhes um pavilhão gratuito, não pedia dinheiro. Fui a uma empresa de taças, e perguntei se não podiam oferecer taças. Fui a outra loja pedir uma alcatifa, para pôr no chão e desenhar as linhas para a prova de condução autónoma. Ou seja, eu tentava arranjar tudo gratuitamente, porque para mim facturas e recibos, quanto menos mexer, melhor. Se calhar é por nunca ter precisado de mexer nesse tipo de documentos, porque o meu pai é contabilista e ele é que me trata dos papéis todos, eu nem gosto de olhar para eles. Por isso, se não fosse preciso envolver dinheiro, melhor. Por vezes é preciso algum dinheiro e no caso da RoboParty, é preciso pagar o equipamento que compro. É o preço que a loja faz, não cobro absolutamente mais nada do que isso. O resto, para t-shirts, para crachás, alimentações, etc., é que tenho pedido patrocínios. Como disse, se nós
O que eu nunca desisto é de fazer alguma coisa por causa de dinheiro. Não é um argumento suficiente para não fazer. Os primeiros robôs que eu construí não tinha dinheiro, nem a Universidade me dava, como é lógico, nós íamos à sucata de automóveis e íamos buscar, por exemplo, os motores dos limpa pára-brisas dos carros e baterias de motas.
pudéssemos fazer as coisas sem dinheiro, melhor. Quando é preciso mesmo dinheiro, temos que chatear os amigos ou às vezes sou eu que pago do meu bolso algumas coisas. O que eu nunca desisto é de fazer alguma coisa por causa de dinheiro. Não é um argumento suficiente para não fazer. Os primeiros robôs que eu construí não tinha dinheiro, nem a Universidade me dava, como é lógico, nós íamos à sucata de automóveis e íamos buscar, por exemplo, os motores dos limpa pára-brisas dos carros, são motores potentes, são bons. Pedíamos baterias de motas, daquelas de 7Ah, já meias estragadas, mas aquilo ainda dava, e também as trazíamos. Portanto, nós tentávamos arranjar as coisas em vez de ter dinheiro para comprar novo. E depois de fazermos os primeiros robôs, que andavam meios tortos, e por vezes as rodas
até saíam... Depois de termos alguns resultados é que mostrávamos: “Isto foi feito sem dinheiro, agora podem-nos ajudar?”. Depois é como uma bola de neve, começa a haver mais e mais, não é que eu tenha muito dinheiro, que não tenho, para fazer a equipa de futebolistas deste ano, tive que tirar peças dos futebolistas dos anos anteriores. Para melhorar, tem que se reciclar. Como o Sr. Professor estudou em Inglaterra, em que medida considera que isso o enriqueceu a nível académico? Enriqueceu muito, por vários motivos. Primeiro, porque eu acho que todos os portugueses deviam sair de Portugal, pelo menos meio ano. Nós somos todos muito pessimistas cá dentro, temos a ideia que tudo o que fazemos é mau, o que é estrangeiro é que é bom. O que não é verdade. Nós aqui fazemos coisas muito boas, mas não lhe damos o devido valor. Eu já mandei vários alunos para muitos países para estágios e em erasmus, e os professores das Universidades que os recebem dizem sempre: - “Manda mais desses alunos, isso é o que nós queremos”. Isto quer dizer que os nossos alunos lá fora fazem sucesso. São pessoas que não desistem de nada, são bem vistos em termos científicos e de investigação. Em termos académicos são muito reconhecidos lá fora. No caso do RoboCup, por exemplo, temos muitas equipas a participar em relação ao tamanho de Portugal. Só há 3 países com mais equipas do que nós, é o Japão, a Alemanha e o Irão. O Irão é estranho, mas é verdade. O Irão tem muitas equipas, mas é por motivos políticos. Portanto, Portugal só com 10 milhões de habitantes tem muitas equipas. Acho que todos os portugueses deviam passar um semestre fora de Portugal para verem que, o que se passa lá fora não é tão melhor como se diz. Nós aqui também temos coisas muito boas. A minha experiência em termos académicos foi muito positiva, porque eu aprendi lá a parte de Robótica, conheci novos amigos e é sempre muito bom ter amigos no estrangeiro. Eu fiz um Mestrado lá, onde havia 24 pessoas, de 12 países diferentes, conhecemos logo meio mundo. Agora temos ami-
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gos para férias se quisermos. Para conferências, eles convidam-nos muitas vezes. Nós vamos lá, eles vêm cá, é sempre muito positivo isso. Ter experiência lá fora, se vocês tiverem oportunidade um dia, vão, pelo menos um semestre, é muito bom. O desporto rei é o futebol e parece ser também é um gosto pessoal do Sr. Professor. Será que foi esse gosto que o levou a organizar a primeira equipa robótica de futebol português, ou foi por outro motivo? Ajudou, eu gosto muito de futebol e sou sócio do Vitoria, como não podia deixar de ser, e não sou sócio só por ser, vou aos jogos todos em casa. Quando tenho RoboCups e joga o Vitória em casa, fico triste, mas tem de ser. Na minha família somos todos sócios. O gostar de futebol ajudou. Tenho ali alunos que gostam muito de futebol, mas já tive alunos que não gostavam, nem percebiam bem as regras, não ligavam, no entanto faziam robôs futebolistas cheios de entusiasmo, portanto uma coisa não tem que ver com a outra. O tema é que ajuda, é mais apelativo, há sempre alguém que conhece bem as regras, e os alunos acham muito engraçado. Se for um robô a fazer uma tarefa de pegar num objecto é uma coisa, mas se ele jogar futebol é mais atractivo, e por isso o tema futebol ajudou. Quando se criou aqui o laboratório de Robótica, surgiu uma competição em França, que consistia no desafio de pôr um robô a jogar futebol, aliás, era uma equipa de dois robôs, e nós entramos logo nesse desafio. A palavra futebol ajudou, mesmo sendo a ciência o nosso principal objectivo. O facto de a Universidade do Minho ir a Singapura, ao Japão, a Istambul, a Lisboa, seja onde for, e levar atrás de si o nome “Cidade de Guimarães”, quem leva tudo isso, para todos os efeitos, é o Professor Fernando Ribeiro? Sim, é a equipa Minho. Já agora, posso acrescentar que a equipa Minho, tem esse nome por causa da Universidade se chamar Minho. Ora bem, eu sou a cara da equipa, mas é um conjunto de pessoas que a constitui. É uma equipa muito respeitada lá fora, em termos de robótica. Quando vamos para os jogos, as outras
equipas já tremem um bocado. Terem a equipa Minho, num sorteio, já era uma chatice. Isso quer dizer que o nosso nome lá fora, em termos de futebol robótico já impõe um certo respeito, o que, por um lado, é bom. É quase como se ao Vitória saísse um Barcelona na Liga dos Campeões, ficavam logo aflitos. Nós fomos duas vezes seguidas à final do campeonato da Europa e perdemos sempre com a mesma equipa. Eles são muito bons, muito rápidos, mas eles nos últimos anos já tremiam quando sabiam que era connosco que iam jogar. Ganhavam-nos, mas tremiam um bocado mais. Pelo menos obrigávamo-los a suar um bocado. Como é que pensa que será o futuro desta área, que rumo irá ela tomar, quais são as suas previsões? A pergunta é bem feita, faz todo o sentido, mas é muito difícil de responder. Quando vemos filmes no cinema, o “I Robô” por exemplo, imaginamos logo um robô a dominar o mundo, mas isso é praticamente impossível de acontecer. Primeiro, porque o homem tem um cérebro que pensa e o robô não pensa. Mesmo daqui a 100 anos vai ser muito difícil termos uma máquina a pensar. O homem é sempre imprevisível. Se os robôs tomassem conta do mundo, imaginem que aconteceria. O homem consegue sempre dar a volta e arranjar uma solução para derrotar o robô, não haja dúvidas. Nós se pensarmos, somos muito criativos, às vezes criativos demais. Damos asas à imaginação e ela às vezes até foge. Quanto ao futuro, vamos imaginar o ano de 2050, esse é o ano de referência para o RoboCup, pois o objectivo é realizar um jogo de futebol nesse ano entre humanos e robôs. A finalidade do RoboCup não é jogar futebol, porque nós podemos jogar entre nós, não é preciso máquinas. Mas se conseguirmos pôr um robô a jogar futebol no ano 2050, vamos poder resolver outros problemas, como o de uma máquina correr. Podemos, por exemplo, criar bombeiros que sejam máquinas, a entrar num fogo e não arderem. Os robots não ardem, se pusermos protecções próprias, o que não acontece a um humano. Podemos fazer um robô que se equilibre, para que possa andar em cima dos postes de alta tensão
a fazer reparações, sem ser um humano a correr riscos e em perigo. Portanto, nós vamos conseguir solucionar um conjunto de problemas tão grande, que nos vai ajudar muito, em termos de sociedade. Claro que, um robô jogar futebol, é uma brincadeira, é um pretexto que nos vai permitir chegar a 2050 com soluções para outras coisas. Eu estou a imaginar que daqui a 100 anos, se calhar vamos ter um robô dentro de casa a fazer as tarefas que nós não gostamos. Ou então, a tomar conta dos filhos e até a dar aulas. Se isso significar que nós, humanos, vamos ficar com mais tempo livre para sermos mais criativos, óptimo. Não pensem que os robôs podem tirar-nos o emprego, é ao contrário, as pessoas têm a ideia que a robótica vem criar mais desemprego, mas não é, só que as pessoas mais pessimistas é que pensam dessa maneira. Reparem que há 100 anos atrás, a população mundial era menos de metade e a taxa de desemprego era a mesma. Cada vez que se faz um robô, quantas pessoas estão a trabalhar para o robô? São 10 ou 15. Esse robô pode tirar algum emprego, mas vai criar outro, e o emprego que vai tirar é o emprego onde a mão-de-obra é mais barata. Imaginem uma pessoa que tem de soldar um poste numa plataforma de petróleo, lá debaixo no Atlântico. As pessoas que estão a fazer só soldas têm de estar uma semana lá debaixo, por causa da compressão e da descompressão. Se pudermos pôr uma máquina a fazer essa tarefa, porque é que vão os humanos fazer tarefas perigosas? Se pudermos pôr os robôs a fazer isso, óptimo. Portanto, em 2050 vamos ter muitos mais robôs, reparem que nos últimos 10 anos a Robótica evoluiu muito. E evoluiu muito porque pusemos os mais novos a mexer com robôs. O que é muito bom. Quanto mais novos vocês começarem a mexer com robôs, melhor. Eu vi o meu primeiro robô, para aí, com 24 ou 25 anos e agora há crianças com 10 ou com 11 anos a montar robôs na RobotParty. É uma diferença muito grande. Quando eles tiverem a minha idade vão saber muito mais do que eu sei hoje, o que é bom. Portanto, estou a ver o futuro com muitos robôs, sem a nossa existência estar em causa. Isso está fora de questão.
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Mesmo daqui a 100 anos vai ser muito difícil termos uma máquina a pensar. O homem é sempre imprevisível. Se os robôs tomassem conta do mundo, imaginem que aconteceria. O homem consegue sempre dar a volta e arranjar uma solução para derrotar o robô, não haja dúvidas.
Que conselho é que dá aos jovens que queiram enveredar por esta área da Robótica? Acima de tudo, vocês devem fazer aquilo que gostam. Se gostarem da Informática vão de cabeça. Quando se adora o que se faz, tudo se resolve. Pode surgir um desafio, mas não se descansa enquanto não se resolve, aparece outro desafio, logo se resolve. Nada é um problema. Importante é gostar do que se faz. Que outros conselhos é que eu posso dar? É nunca desistirem, se não saiu bem à primeira, sai à segunda. Eu também já cometi muitos erros, e é com eles que mais aprendo. O que aparece às vezes nos jornais sobre mim, claro que é sobre coisas que eu fiz bem. Das coisas que eu fiz mal não sai notícia, mas eu já fiz muitas coisas mal, e
nós não vivemos o tempo suficiente para fazer as asneiras todas, senão sabíamos tudo. Quando erramos, estamos a aprender, na próxima já não fazemos. Quando estamos a andar e damos uma cabeçada na parede, da próxima já não damos cabeçada, já vamos com a mão à frente. A mesma coisa na Ciência. Nós evitamos os erros, mas quando eles acontecem, temos de os resolver. Não é à primeira, é à segunda… Portanto, não desistir, gostar do que faz e, às vezes, é preciso arriscar um bocadinho. Não sei se isto vai dar, mas vou fazer, depois se não der, logo veremos. Nunca desistir, isso é que é muito importante. E se gostam da Informática vão para a frente que terão futuro. Alunos clube de robótica - (Excertos)
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Opinião
Um com o Universo Andreas Neitzel, 12º CT6
Desde que o Homem olhou pela primeira vez para os céus, colocou a si mesmo três perguntas: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? E continuou a tentar encontrar uma resposta para as dúvidas que tinha sobre a sua própria existência, pensando, debatendo e teorizando, mas nunca ficando totalmente satisfeito. A ideia de que a humanidade tinha sido criada por uma entidade superior, uma força misteriosa que não conseguia compreender, aparece como uma resposta a esta necessidade de o homem se explicar a si próprio. O ser humano é inteligente, mas não o suficiente, por isso, criou o conceito de deuses, seres omnipotentes que possuem todo o conhecimento; entidades transcendentes que criaram o Universo e nos colocaram aqui na Terra. Graças aos avanços tecnológicos dos últimos dois séculos, pudemos finalmente usar a ciência para saber mais. Já não estamos limitados a ter que aceitar uma crença subjectiva, podemos agora optar por um caminho mais objectivo para descobrir os segredos do Universo; podemos aprofundar os nossos conhecimentos e finalmente achar novas respostas a estas questões. Tendo em conta tudo aquilo que já se faz em ciência, há quem considere que estamos cada vez mais perto de sermos nós próprios deuses. Mas não o somos, nem nunca o seremos, não porque somos mortais, mas sim porque fazemos parte do Universo, ou seja, não somos seres transcendentes, somos matéria. Comemos, bebemos e dormimos para arranjar as forças necessárias para continuarmos vivos. A expressão “somos o que comemos” é mais literal do que podemos pensar. O que ingerimos irá tornar-se parte
de nós pois estamos a pegar nos átomos de outros seres vivos e a fazer com que estes se tornam parte de nós. Crescemos porque absorvemos matéria que passa a ser parte da nossa constituição. “Matter flows from place to place and momentarily comes together to be you.” (A matéria anda de um lugar para outro e momentaneamente junta-se para te formar.) - Richard Dawkins, biólogo evolucionista. Hoje, a ciência diz-nos que os átomos tiveram origem nas estrelas, logo, somos literalmente feitos da poeira das estrelas. Antes do Big Bang, todo o Universo estava condensado num ovo cósmico, um único corpo que podia caber na palma da tua mão. Todas as partículas que compõem o nosso Universo estavam aí unidas. Após o Big Bang, estas partículas viajaram uma distância enorme até se encontrarem de novo, quase 14 mil milhões de anos mais tarde, e passarem a fazer parte da nossa constituição. Nascemos das estrelas e estrelas nos tornaremos depois de morrermos. Os nossos átomos irão continuar à deriva no Universo, passando a fazer parte de outros corpos, sejam estes ser vivos ou não. Somos um com o Universo, logo, num ponto de vista universal, somos tão importantes como qualquer outro ser que exista; mais ainda, não somos mais importantes do que tudo o resto que constitui o Universo. Isto significa que não há nenhuma Lei da Física que diga que nós, enquanto matéria, somos mais especiais do que, por exemplo, uma pedra, pois somos ambos parte do Universo.
Como somos feitos de átomos e fazemos parte do Universo, então obedecemos também às Leis da Física, o que significa que tudo pode ser previsto através de cálculos matemáticos. Da mesma maneira que podemos calcular a trajectória de corpos celestiais (como o nosso sol, que anda ao redor da nossa Galáxia uma vez em cada 225 milhões de anos) podemos prever também os efeitos que as partículas exercem sobre si mesmas. Ora, como não somos seres transcendentes, não conseguimos escapar a essas leis usando apenas os nossos corpos (matéria), o que significa que tudo o que fazemos é resultado de uma série complexa de relações causa-efeito. No fundo, todas as nossas acções foram exercidas não por nós, mas sim pelas partículas que nos constituem. As próprias sinapses não são mais do que a transferência de iões de neurónio a neurónio, logo os nossos pensamentos são completamente controlados pelas Leis da Física, o que significa que todas as nossas escolhas e opiniões não foram feitas livremente por nós, ou seja, não temos livre arbítrio, e enquanto continuarmos a fazer parte do Universo, nunca poderemos ser verdadeiramente livres. Sei que é difícil aceitar tal teoria porque nos coloca de novo na posição do homem ancestral que procurava um sentido para a sua existência, mas esta existência não tem necessariamente de fazer sentido. O Universo e as suas Leis originaram do acaso, logo, também nós somos produtos do acaso.
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Opinião
O ‘Elemento’ de Ken Robinson
Escolas matam a criatividade? Prof. José Faria
A discussão sobre a educação escolar está na ordem do dia. Especialistas, políticos, pais, alunos, opinam acerca da ação da escola e, na maioria destes casos, os juízos vão no sentido de afirmar que a escola não está a corresponder às expectativas e tem-se revelado incapaz de dar resposta às necessidades de qualificação e formação dos jovens de hoje. Foi este o mote para o livro ‘O Elemento’, escrito por Ken Robinson, educador britânico atualmente a residir nos Estados Unidos, que defende que a escola é uma instituição convergente, oposta à diversidade, e, ao tentar vestir em todos nós a camisa de força da padronização e da uniformização, conspira contra a descoberta de novos talentos. Fala de criatividade e de como e porque é que o sistema de ensino nos “desprepara” para a vida. A criatividade na vida ajuda-nos a inventar ou reinventar o nosso mundo, aquele em que somos felizes, a viver o nosso elemento.
A escola tradicional e académica que chegou aos nossos dias é originária da sociedade industrial do séc. XVIII e, à semelhança do modelo empresarial da linha de montagem, foi estruturada segundo um modelo único e estandardizado. Segundo Ken Robinson, as escolas públicas não foram apenas criadas tendo em vista os interesses do industrialismo, foram criadas à imagem do industrialismo. Para o especialista inglês, isto é visível nas escolas secundárias, onde os sistemas escolares assentam a sua organização nos princípios de uma ‘linha de montagem’ e na divisão eficiente do trabalho. Para este autor, tal como numa fábrica, a escola orienta-se por toques de campainha, os estudantes são agrupados de acordo com o critério de idade, são submetidos a exames estandardizados e são comparados entre si antes de serem ‘enviados’ para o mercado. As escolas atuais foram pensadas para um tempo em que o objectivo da educação não era edu-
car todos os alunos, mas sim processar a grande massa de estudantes, selecionando e incentivando uma pequena minoria destinada ao trabalho intelectual. No atual sistema de ensino prevalece um modelo de memorização mecânica, assente em rotinas, marcado pela imposição de práticas pedagógicas, currículos únicos, testes padronizados que se focalizam em capacidades cognitivas rudimentares e que não consegue qualificar os trabalhadores da sociedade pós industrial/ informacional. Segundo o especialista inglês, a organização do ensino público, um pouco por todo o mundo, tende a privilegiar sistemas educativos que priorizam as palavras e os números. No topo da hierarquia está a matemática, ciências e línguas. A meio, os estudos humanísticos. Na base estão as artes. Apesar de os relatórios da Unesco recomendarem que o ensino artístico tenha um lugar central e permanente no currículo educativo, são cada vez mais as escolas a
Sir Ken Robinson é aclamado mundialmente como especialista em educação, criatividade, inovação e recursos humanos. Trabalhou com governos de vários países da Europa, da Ásia e da América, com agências internacionais e organizações de cariz cultural. Em 1998, liderou uma comissão encarregue de analisar a criatividade, educação e economia para o governo britânico.
retirar as artes dos seus currículos. Segundo as teses de Robinson, os sistemas educativos encorajam, cada vez mais, os professores a ensinarem de um modo uniforme e por esta razão a educação está a ‘asfixiar’ algumas das
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mais importantes capacidades de que os jovens precisam para se afirmarem nas sociedades atuais. Nas palavras diretas de Robinson: “... perguntamo-nos porque razão os nossos filhos não têm nem imaginação, nem inspiração. O nosso atual sistema educativo seca-lhes sistematicamente a criatividade; a educação é o sistema que deveria desenvolver as nossas capacidades naturais e tornar-nos capazes de nos afirmarmos no mundo. Em vez disso, está a asfixiar os talentos e as capacidades individuais de demasiados alunos e destruir a sua vontade de aprender. Não deixa de ser irónico”. Outra dimensão muito em voga na educação atual e que mereceu a atenção de Ken Robinson é a componente da avaliação. A escola tem uma estrutura muito consolidada, com uma forte ênfase nos sistemas de avaliação. Para este autor, as reformas educativas atuais, ao invés de incentivarem a criatividade, vão no sentido de pressionar professores e alunos aumentando o número de exames a que são submetidos. Em Portugal, por exemplo, os exames nacionais, tradicionalmente feitos nos dois últimos anos do secundário, foram estendidos ao último ano de cada ciclo. Para além de custarem muito dinheiro ao Estado e obrigarem a uma logística pesada, a existência de exames uniformizados,
que têm influência directa no ranking das escolas, está na base do aumento da competição entre alunos e escolas e da hegemonia do ensino expositivo e diretivo. Neste momento, as administrações das escolas obrigam os professores a preparar os alunos para os exames nacionais. Para Ken Robinson, esta opção desencoraja a inovação e a criatividade na educação: “(...) as duas coisas que permitem que a escola se desenvolva”. O futuro da educação não passa por comparar e avaliar. Será necessário, sim, uma aposta numa cultura de escola e na promoção de um forte sentido de colaboração, autoestima e espírito comunitário nas turmas. Para o referido autor, as crianças aprendem melhor quando aprendem umas com as outras e quando os professores aprendem com elas. Ao invés de uniformizar, a escola deverá caminhar no sentido da personalização. Cultivar a verdadeira profundidade de dinamismo de qualquer tipo de habilidade humana. A educação só solucionará os seus verdadeiros desafios se conferir poder aos professores criativos e apaixonados, e estimular a imaginação e a motivação dos alunos. O desafio da educação do futuro, para além da transformação de currículos, deverá ser o de ver o aluno como intelectualmente curioso e imaginativo e participativo no seu processo de apren-
dizagem. A escola deve apostar em práticas pedagógicas que mostram abertura para as linguagens simbólicas - através da música, pintura, teatro ou outras formas artísticas - que explorem os talentos e todas as maneiras pelos quais o ser humano aprende. É consensual que o período atual não encontra nenhum equivalente histórico em termos de magnitude, velocidade e complexidade global das mudanças e desafios que enfrentamos. Se é certo que a tecnologia continuará a desempenhar um papel central no que diz respeito às mudanças de hábitos e profissões, é muito difícil prever o que será o mundo de amanhã. Há, então, uma interrogação que será pertinente levantar: Como poderá a escola preparar futuras gerações para um futuro impossível de prever? Robinson levanta outra questão pertinente: “... o que será dos nossos filhos se continuarmos a prepará-los para uma vida com base em modelos educativos obsoletos? É provável que venham a ter múltiplas carreiras ao longo das suas vidas profissionais, e não apenas múltiplos trabalhos que ainda desconhecemos. Não será, pois, nossa obrigação encorajá-los a explorar o maior número possível de caminhos para que descubram os seus verdadeiros talentos e paixões?
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Opinião
A crise… económica, financeira e de valores Paulo Ribeiro, João Oliveira, 10º SE1
A crise é de conhecimento comum e vive diariamente com todos nós. No entanto, já se perguntou como é que esta passou a fazer parte da nossa vida? Possivelmente sim, possivelmente não. Este artigo pretende explicar e tratar algumas das principais causas da crise que atravessamos e antever caminhos para uma saída. Na nossa opinião, um dos factores em que, também, assenta esta crise é facilmente identificado por todos: a corrupção. Portugal é o 19º país mais corrupto da Europa, em 30, apenas à frente de Itália, Grécia, Malta e países do antigo bloco de leste. Este facto tem consequência nefastas para a nossa economia e para a sociedade como um todo. Isto acontece porque o mercado só funciona de forma adequada se as regras forem conhecidas de todos e respeitadas por todos. Havendo corrupção, há agentes económicos que são beneficiados no acesso ao mercado em detrimento de outros. Por exemplo, num concurso público, isto é, um concurso lançado pelo Estado para contratar os serviços de uma empresa, deveria ser selecionada a empresa que oferecesse melhores condições e o melhor serviço. Se a seleção não seguir este rumo, ou seja, venha a ser efetuada seguindo interesses particulares,
toda a sociedade sairá prejudicada com este facto. A fuga ao fisco surge como outro problema que prejudica o bom funcionamento da economia como veremos a seguir. Em 2010, 33 mil milhões de euros escaparam aos impostos portugueses (isto equivale a aproximadamente metade da ajuda financeira externa que Portugal está neste momento a receber do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (EU), mais concretamente 42%. Tudo somado, tem a importância de 20% no total da riqueza produzida no nosso país durante um ano. Este facto associa-se à corrupção existente em Portugal. Então pensamos poder dizer que Portugal atravessa não só uma crise económica, mas também uma crise de valores. Mas, juízo de valor à parte, uma das principais causas da crise económica e financeira diz respeito à balança comercial deficitária. A explicação é simples: Portugal consome mais do que produz, logo, tem de comprar produtos originários de vários pontos do mundo. Isto, economicamente, faz com que o saldo entre as exportações e importações seja negativo, trocando em miúdos, muito do dinheiro que circula em Portugal vai ter a empre-
sas estrangeiras e isso é muito mau, pois essas empresas não pagam impostos ao nosso Estado, mas sim aos seus Estados. Já para não falar do aumento do lucro que as empresas portuguesas teriam se tudo o que fosse consumido em Portugal fosse oriundo de Portugal. Daí o crescimento da riqueza produzida em Portugal num ano ser baixo relativamente aos parceiros da União Europeia. Por isso, também, nasce a necessidade de todos os portugueses consumirem produtos produzidos em Portugal (Produtos endógenos). Assim, apesar de ter existido um aumento no consumo aquando da nossa adesão à moeda europeia (euro), este não se refletiu num aumento da produção, mas sim num aumento das importações e do endividamento. Desde então, o aumento do PIB (produto interno bruto) tem sido inferior à média europeia. Este fenómeno associado ao endividamento externo global (o que nos torna dependentes dos financiadores estrangeiros) e ao aumento da dívida soberana estão na base da crise que estamos a atravessar. Aqui, convém esclarecer que, apesar da expressão “dívida soberana” ser constantemente usada pelos media, muitas são as pessoas que não sabem o seu significado.
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Opinião
A dívida soberana é nada mais, nada menos do que a dívida do Estado, assumida pela entidade soberana que é o próprio Estado. Tal como uma empresa, o nosso Estado endividou-se devido ao facto das suas receitas serem inferiores aos seus gastos, originando aquilo a que chamamos de défice orçamental. O défice orçamental tem, como é óbvio, de ser pago e, por isso, Portugal recorreu repetidamente a empréstimos. Nesta corrida desenfreada assistimos a um aumento da taxa de juro entre cada empréstimo, tornando a situação cada vez mais insuportável, um ciclo vicioso, pois os juros aumentam ainda mais a dívida. Perante isto, Portugal viu-se obrigado a recorrer ao financiamento da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. Na conjuntura atual, de tendência negativa, e considerando a necessidade de combater a crise, o governo português poderia ponderar duas vias para tentar ultrapassar esta crise: promover o dinamismo da atividade económica, ou seja, implementar medidas que estimulassem a economia e/ou seguir uma política de austeridade, rumo seguido atualmente. Na alternativa atual, encontram-se principalmente medidas de ajuste financeiro
Na nossa opinião, um dos factores em que, também, assenta esta crise é facilmente identificado por todos: a corrupção. Portugal é o 19º país mais corrupto da Europa, em 30, apenas à frente de Itália, Grécia, Malta e países do antigo bloco de leste.
para eliminar as “gorduras” (gastos excessivos) do Estado, e não medidas de revitalização da economia. Por exemplo, o aumento do IVA, imposto que no ano de 2000 contava com uma taxa máxima de 17%, fixa-se atualmente em 23%. Aumentando o IVA, certos produtos ficam com um preço mais elevado e, por consequência, o poder de compra diminuirá. Como é do conhecimento geral, se não existir consumo, ou seja, a procura, não existirá produção, criando assim uma situação de retração económica. Este fenómeno origina vários problemas entre os quais o problema do desemprego. Tal como o aumento do IVA, a grande
parte das medidas instauradas pelo executivo português, causam retração económica. Vários economistas afirmam que este caminho levará o país a uma situação explosiva. Em oposição, alguns afirmam que estas medidas são inevitáveis para sairmos desta crise. Na segunda linha, encontramos as medidas de estímulo e revitalização da atividade económica. Este rumo levaria a que o governo pusesse em prática algumas medidas de estímulo da atividade económica, como por exemplo, medidas de auxílio de financiamento às empresas, diminuição dos gastos das empresas no domínio das contribuições fiscais para o Estado, aposta na educação e reciclagem dos intervenientes no processo de produção, financiar os bancos e outras instituições financeiras que disponibilizam crédito para o investimento e outros recursos às empresas, entre outras medidas. Qual o caminho escolher? No próximo artigo, talvez já possamos responder a esta questão...
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Personalidades
Steve Jobs
Stay Hungry, Stay foolish Prof. Jorge Faria Foi com estas palavras que Steve Jobs encerrou, em 2003, um discurso que emocionou e inspirou milhares de jovens na Universidade de Standford – Estados Unidos. O vídeo, que entretanto conta com milhões de visitas no youtube, revela ao mundo um homem com qualidades raras, um visionário que mudou para sempre a nossa forma de encarar e agir com a tecnologia. Foi em agosto passado que Steve Jobs anuncia ao mundo que renuncia ao cargo de presidente executivo da Apple - empresa que ele próprio fundou - e que hoje é considerada a mais valiosa dos mundo. Jobs, como ele gosta de ser chamado, é um homem controverso, de ideias fixas, não gosta de ser contrariado e nutre um ódio de estimação contra quem se atravessa no seu caminho. Liderou a Apple com uma mão de ferro, mas manteve-se, até ao fim, leal com os seus princípios e amigos. Foi este caráter complexo, mas genial, que esteve por detrás da empresa que hoje mais inova, mais tendências cria e que todos copiam. O dia seguinte da Apple Há muito que a Apple deixou de ser admirada apenas pelos seus computadores. O Ipod e o Itunes mudaram para sempre a indústria da música; o Iphone transformou o telefone e o Ipad massificou um novo conceito de tablets. Todos estes projetos tiveram, desde o primeiro momento, o cunho pessoal de Jobs, mas não se pense que o seu legado se resumiu à empresa da maçã. Dez anos
após o seu lançamento, em 1995, tornou-se presidente e CEO (Chief Executive Officer) do estúdio de animação mais rentável e admirado do mundo, a Pixar Animation Studios. O seu nome fica assim na história da animação como um dos responsáveis pelo lançamento do primeiro filme de animação computorizado do mundo, o Toy Story. Vida e Obra de Steve Jobs Steven Paul Jobs nasceu em 1955 em São Francisco – California. Filho de uma jovem universitária, foi posteriormente adotado por Paul e Clara Jobs. Em 1975, depois de ter abandonado o ensino superior, começa com Steve Wozniak a montagem do computador que deu origem à Apple, o Apple I. No ano seguinte, os dois amigos juntaram-se a Ron Wayne e criam a empresa Apple Computer. 1978 é o ano chave para a Apple. Após uma cuidadosa gestão de expectativas, é lançado com pompa e circunstância o Apple II, o primeiro computador pessoal do mundo a ser vendido de forma massiva. A empresa começa finalmente a ganhar nome e mercado, no entanto, o sucesso é sol de pouca dura. Em 1980, o Apple III revela-se um autêntico fiasco. É então que Steve Jobs nomeia John Sculley para CEO da Apple. Desta equipa surge o Macintosh, um dos computadores de maior sucesso da empresa. 1985 foi o ano em que se dá o maior golpe de estado na Apple. Jobs demite-se após a administração tomar partido de John Scully e de lhe ser retirado todos
os cargos executivos. Apesar de publicamente humilhado, não baixa os braços e dois anos depois, cria uma nova empresa de informática, a NeXT . É também nesta altura que decide investir na então desconhecida Pixar. Jobs, desde o primeiro momento, acreditou no potencial deste estúdio de animação. Se o sol brilha para os lados de Jobs o mesmo não se pode dizer da Apple. Seguiram-se anos consecutivos de prejuízos, e só depois do resgate da Microsoft é que a nuvem da falência desaparece. Em 1996, motivada pelo novo capital injetado, a Apple compra a NeXT e Steve Jobs regressa assim à empresa como conselheiro do diretor executivo da altura, Gil Amelio. No ano seguinte, Jobs volta a assumir o cargo de CEO da Apple. Curiosamente foi a tecnologia desenvolvida na NeXT que esteve na origem do renascimento da Apple. O revolucionário iMac, lançado em 1998, estreou o novo sistema operativo, e foi um dos responsáveis pelo regresso aos lucros da empresa. Fruto deste novo folgo é lançado, no ano seguinte, o Power Mac G3, os iMacs e o iBook. No ano 2000, e quando as vendas dos computadores continuavam de vento em pompa, a Apple lança o leitor de música portátil iPod. O sucesso foi imediato e, apesar do preço, tornou-se um objeto de desejo em todo o mundo. Só nos primeiros 60 dias, a Apple vendeu 125 000 aparelhos e muita gente que nem pensava em comprar um Mac mudou de plataforma, simplesmente por causa do iPod. O enorme potencial deste segmento inspi-
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Personalidades
rou, em 2003, a loja de música do iTunes. A venda online de ficheiros mp3, e a preço único, veio revolucionar a indústria discográfica contribuindo, assim, para combater a crescente pirataria online de música. Nesse ano foi diagnosticado a Steve Jobs o cancro no pâncreas. O ano de 2006 foi particularmente lucrativo para Jobs. Decide aceitar a proposta da Disney e vende a sua participação na Pixar. Um negócio de milhões que contribui, ainda mais, para engrossar a sua conta bancaria. 2007 é o ano do iPhone. A Apple prometeu revolucionar o mundo dos telefones portáteis e cumpriu. O sucesso das vendas elevou ainda mais a notoriedade da empresa e criou uma rede de consumidores fiel e muito mais abrangente. Os problemas de saúde regressam em 2009, levando Jobs a tirar uma licença de 6 meses, durante a qual efetua um transplante de fígado. No ano seguinte e contrariando muitas especulações, Jobs regressa em força e apresenta o iPad. É o ano em que a Apple cimenta a sua posição dominadora. Em 2011, após a empresa se ter tornado a mais valiosa do mundo, o carismático CEO abandona o posto por razões de saúde. Visionário, arrogante, irreverente, ousado e implacável, são muitos os adjetivos que servem para descrever o homem que nunca acabou a faculdade, mas deixou um legado ao mundo, principalmente uma empresa que detém atualmente o poder de criar tendências e alterar estratégias no mercado tecnológico. Baseado nas informações do artigo de Vitor M. “Apple – O dia seguinte após Steve Jobs” publicado em 25 de Agosto de 2011 e acessível em: http://pplware.sapo.pt/informacao/ apple-o-dia-seguinte-apos-steve-jobs/
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Notícias
Projeto Eco-Escola
Bandeira Verde Eco-Escola 2010/2011 A nossa escola, a Escola Secundária com 3ºciclo Martins Sarmento, em Guimarães, foi uma vez mais distinguida com o galardão Eco-Escola! Dia 7 de Outubro, em Oliveira de Azeméis, um grupo de representantes desta escola, nomeadamente dois professores da coordenação do Projeto Eco-Escola e dois alunos de Multimédia, autores do premiado cartaz Eco-Código 2011, estiveram presentes na cerimónia da entrega dos prémios às Escolas e Municípios deste país. Cerca de 5000 pessoas entre, alunos, professores, municípios e outros convidados estiveram presentes neste dia – O Dia Bandeiras Verdes 2011, que abriu com uma Eco-Mostra na qual estiveram representadas diversas entidades relacionadas com o Ambiente. Às 11horas, na Conferência de Imprensa, realizou-se um balanço e perspetivou-se o futuro das Eco-Escolas que agora comemoram 15 anos em Portugal. Nesta sessão foram também reconhecidos os municípios com Eco-Escolas e homenageadas escolas e professores que há anos trabalham em Portugal neste Programa da Foundation for Environmental Education. Os nossos dois alunos receberam o prémio obtido no concurso Cartaz Eco-
-Código. Durante a parte da tarde e na gala, que incluiu diversas atuações e surpresas, um dos nossos alunos foi ao palco e, com grande dignidade, recebeu das mãos do Sr. Presidente da Associação Bandeira Azul da Europa, a Bandeira Verde Eco-Escola! Parabéns à nossa escola! Parabéns a
todos os que permitiram e colaboraram nesta defesa do Ambiente, nesta Educação Ambiental, permitindo que sejamos melhores cidadãos no futuro, que se quer obrigatoriamente sustentável nesta nossa terra amada! A Coordenadora do Projeto Eco-Escola, Prof.ª Ernestina Morais
3º PAS
Dia Mundial contra a sida A turma 3º PAS realizou uma atividade no dia 29 de Novembro de 2011, na nossa escola, relativamente ao Dia Mundial da Luta Contra a Sida que se comemora no dia 1 de Dezembro. No primeiro intervalo da manhã, realizaram uma moldura humana em forma de fita vermelha, que simboliza as pessoas portadoras de VIH/ SIDA; também passaram, na rádio escola, músicas do cantor António Variações e dos Queen, relacionadas com esta temática.
Uns dias antes, os alunos do 3ºPAS colocaram várias meias frases espalhadas pela escola. O principal objetivo desta iniciativa era despertar a curiosidade dos restantes alunos acerca do término dessas frases. A exemplificar, temos: “Sabias que… atualmente não há cura para a Sida?”. Nesse mesmo dia, a turma em questão, distribuiu panfletos informativos, pulseiras e laços simbolizadores de pessoas portadoras de VIH/SIDA, aos restantes alunos da escola, alertando-os, desta forma,
para os perigos que podem ocorrer numa relação sexual desprotegida e para os cuida-
dos a ter nas suas relações. Ana Costa e Tânia Leite, 3º PAS
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Notícias
Dia do Nicolino
Um dos nossos orgulhos – as festas nicolinas No âmbito do Projeto Nicolinas, decorreu, no dia 18 de Novembro, o Dia Nicolino, nas novas instalações da nossa escola. O Dia Nicolino consiste numa tertúlia/conferência, iniciativa organizada em parceria com a Associação de Comissões de Festas Nicolinas, que pretende informar, divulgar e promover as Festas Nicolinas junto de toda a comunidade educativa. Este ano, os ilustres oradores foram André Coelho Lima, Marta Nuno, Domingos Garcia e José Manuel Teixeira - nosso director - que conversaram sobre os diferentes números das festas perante uma plateia de cerca de 400 alunos. Ainda no âmbito do Projeto Nicolinas, os alunos do 2º PAS além de conceberem uma pequena exposição, na zona da papelaria/ bar, alusiva às festas, realizaram, com um sempre renovado prazer, a actividade Brigadas Nicolinas. Para dar sentido a esta iniciativa, visitaram todas as turmas do 10º ano, numa tentativa – cremos que amplamente conseguida - de sensibilizar e esclarecer os colegas mais novos nesta Instituição sobre estas antigas festas, nomeadamente sobre o que significa ser-se Nicolino. No dia 6 de Dezembro, a nossa escola participou no cortejo das Maçazinhas com um carro alegórico concebido e construído pelos alunos do 2º PAS, contando com a inestimável e gentil colaboração do professor Nuno Florêncio (também ele Nicolino e ex-membro de uma Comissão de Festas Nicolinas), na orientação dos seus alunos na consecução do desenho do boneco ilustrativo do Nicolino, tema do carro deste ano. As professoras Fátima Marques e Sílvia Magalhães (Projeto Nicolinas), em nome da boa Causa Nicolina, aproveitam este ensejo “noticioso” para manifestar os seus agradecimentos a todos os professores e alunos que colaboraram, participaram e apoiaram as referidas iniciativas. Ser Nicolino é ser estudante toda a Vida! Prof.ª Silvia Magalhães e Prof.ª Fátima Marques
Biblioteca da ESMS ganha bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian Concurso de Apoio a Bibliotecas Escolares/Centros de Recursos de Agrupamentos de Escolas que incluam o Ensino Secundário e de Escolas do Ensino Secundário não Agrupadas – 2011 “ (…) Temos o prazer de comunicar que, após apreciação do pedido apresentado por V.Exa., no âmbito do concurso referido em epígrafe, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian
deliberou atribuir um subsídio no valor de € 5.000,00 (cinco mil euros) à Escola Secundária de Martins Sarmento destinado a financiar as despesas, identificadas na proposta, directamente relacionadas com as actividades programadas no âmbito do Projecto: Múltiplas leituras em rede (…).” Fundação Calouste Gulbenkian Mais uma iniciativa de sucesso da nossa escola!
Todas as novidades da escola em www.esmsarmento.pt
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Apresentação do livro “Diário de um enforcado”, de Sérgio Mendes
A poesia no mundo da Física Na noite de 29 de Setembro, decorreu na Fnac de Guimarães a apresentação do livro “Diário de um enforcado” do autor Sérgio Mendes. Para aguçar a curiosidade artística dos presentes, a sessão de apresentação desse diário poético iniciou com um mini espetáculo de dança, após o qual, Sérgio Mendes, referenciou, várias vezes, pela cumplicidade que os une, a sua grande amizade com o prof. Manuel Rodrigues. Este último apadrinhou este projeto literário, quer na sua ilustração, quer no seu lançamento. O poeta comparou a sua própria história com a de Jesus e Judas, e referiu por exemplo, a expressão “Judas... infelizmente foi demonizado”. Durante as suas declarações, fez a apresentação do seu livro e agradeceu a presença dos amigos, colegas e também alunos. No fim da apresentação pública, já num clima mais intimista, o “Clube de Jornalismo” entrou em ação e interrogou o autor sobre a obra. Em relação à escolha do título, respondeu que foi ao encontro “(…) dos pensamentos mais íntimos de Judas, tendo sido apedrejado ou enforcado”, e que a sua teoria se baseou “no evangelho de Judas e textos apócrifos”. Sendo um professor de Física e Química, consideramos pertinente questioná-lo quanto à sua fonte literária de inspiração. Referiu nomes como Fernando Pessoa e Nuno Júdice. Além de afir-
Na noite de 29 de Setembro, decorreu na Fnac de Guimarães a apresentação do livro “Diário de um enforcado” do seu autor Sérgio Mendes. mar que não é fácil ser-se escritor, Sérgio Mendes, referiu que a dificuldade maior foi “Construir um diário com uma história real”. Soubemos, ainda, em primeira mão, que a escrita é, de certa forma, um refúgio para este, que é escritor “desde os
15 anos”. E a grande informação da noite a que o “Clube de Jornalismo” conseguiu ter acesso foi a das obras que o escritor tem na forja e cujos títulos para os mais curiosos, enunciamos aqui: “O Guardador de Carros” e “Requiem para um Indigente”. Aguardamos os próximos lançamentos com curiosa expectativa, pois esperamos estar presentes para mais uma cobertura jornalística. Clube de Jornalismo
Cursos profissionais de informática
A robótica e os nossos alunos: um desafio permanente Os alunos dos cursos profissionais de informática da nossa escola participaram na European Robotics Week que decorreu de 28 de novembro a 4 de dezembro de 2011. Inserido no âmbito das atividades do projeto de robótica que tem vindo a ser desenvolvido na nossa escola, os alunos do curso profissional de informática participaram com entusiasmo na European Robotics Week. A European Robotics Week é uma se-
mana dedicada à robótica que ocorreu simultaneamente em diferentes cidades de vários países Europeus, com diversas atividades para o público em geral. Visa destacar a importância crescente da robótica por todas as áreas de aplicação. Serviu de inspiração para alunos de todas as idades, no campo da educação tecnológica e para o futuro profissional ligado às STEMs (Science, Technology, Engineering e Mathematics). Em Portugal e na cidade de Guimarães,
sob organização da Universidade do Minho, durante toda essa semana, tiveram lugar eventos dedicados à robótica, tais como: - Visitas a Laboratórios - Exposições / Demonstrações - Workshops / Palestras / Debates - Atividades educativas - Desafios / Concursos - Cinema. Prof.ª Luisa Vieira
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Multimédia
Campanha SerSaúde com a assinatura da ESMS Já o diz o velho ditado – a união faz a força – e para o corroborar estabeleceu-se, no ano lectivo 2009/10, entre o programa “Ser Saúde” e a Escola Secundária Martins Sarmento uma parceria cuja finalidade visava a construção de uma campanha “para a promoção da saúde na comunidade dos concelhos de Guimarães e Vizela, através da utilização dos instrumentos de marketing social em saúde”. Salienta-se que este programa é da responsabilidade da Unidade de Saúde Pública, Agrupamento de Centros de Saúde Ave II - Guimarães/Vizela e envolveu os gestores do programa da Unidade de Saúde Pública, Nuno Pereira de Sousa, médico de Saúde Pública, Ana Luísa Coelho, enfermeira especialista e Liliana Junot Rocha, psicóloga clínica. Os objectivos do Ser Saúde pretendem uma “divulgação de informação cientificamente correcta sobre promoção e proteção da saúde, de modo a potenciar o aumento de atitudes orientadas para a saúde na comunidade.” Com o contributo indispensável e valiosíssimo dos alunos do 2º ano do curso profissional de técnico de multimédia desta Instituição escolar secular conceberam-se, desenvolveram-se e realizaram-se, na disciplina de Projeto e Produção Multimédia, com o apoio e consultoria do SerSaúde, vídeos de marketing social em saúde e a imagem institucional do programa com o logótipo e sua aplicação em vários suportes. Os spots publicitários, com uma duração de cerca de 20 segundos, versavam temáticas sérias, mas não menos criativas, como a actividade física, a saúde mental, saúde oral, saúde sexual e reprodutiva, violência em meio escolar (incluindo bullying e comportamentos autodestrutivos) e alimentação. Numa primeira fase, e exposto o projeto aos alunos, estes apresentaram um guião provisório aos gestores do projeto após a qual foi definido o guião final, para tal empreenderam-se as filmagens e a respectiva edição. A pré-visualização da primeira versão conduziu a uma versão final que foi, pela primeira vez, apresen-
tada ao público no sarau da escola, 07 de abril 2011. Numa segunda fase, os gestores do projecto iniciaram o desenvolvimento de parcerias com entidades locais e nacionais para a transmissão dos vídeos. Segundo a informação fornecida pelo Dr. Nuno, ainda se estão a desenvolver esforços no sentido de envolver mais parceiros sociais. Assim, apraz-nos informar toda a comunidade local que a transmissão oficial destes “produtos” contemplou a grelha de programação da SIC e de não menos prestigiados locais regionais, desde o dia 10 de outubro. Para os interessados, a visualização dos mesmos poderá ser seguida no horário e locais que passamos a enunciar: Ao nível nacional: SIC: de 2ª a 6ª feira – entre as 06:00h – 07:00h ou 09:00h - 10:00h; e por volta das 17:00h e após as sessões de cinema da noite Sábado e Domingo – após as sessões de cinema da noite O spot, após aprovação do Canal, poderá passar duas vezes por dia, mediante a disponibilidade da grelha programática, e sempre em sistema rotativo com outras campanhas de Serviço Público. Ao nível local: Guimarães: - Centro Cultural Vila Flor (bilheteiras); - Balcão Único de Atendimento da Câmara Municipal de Guimarães; - Farmácia Vitória (GuimarãesShopping); - Cybercentro de Guimarães (GMRtv); - Central de Camionagem; - Página eletrónica da Escola Secundária Martins sarmento. Vizela: - Tecnoled (MUPI de vídeo em frente ao Fórum Vizela + site/web 2.0); - Espaço Jovem Vizela (site); - Câmara Municipal de Vizela; Reforçamos que estes spots publicitários terão um espaço de qualidade no sítio do
Os spots do SerSaúde foram da autoria dos alunos de multimédia e poderão ser vistos a partir da página eletrónica da nossa escola
programa SerSaúde (www.sersaude.com) e serão difundidos na web 2.0. Com esforços conjugados e harmonizados por uma equipa de professores, profissionais, técnicos especializados e alunos empenhados, empreendedores e criativos nasceu uma campanha que, esperamos, irá dar nas vistas. Clube de Jornalismo
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Comenius “Innovative European Schools in the 21st century”
Vitória no concurso europeu de criação da imagem Carmo Correia, 16 anos, aluna da Escola Secundária Martins Sarmento, de Guimarães, venceu o concurso europeu para a criação da imagem institucional do Comenius – “Innovative European Schools in the 21st century”. Trata-se de uma iniciativa de âmbito europeu que visa o intercâmbio de saberes entre escolas da União Europeia. Este projeto inclui parcerias entre alunos e professores das escolas participantes através da realização de trabalhos/projetos dos alunos e visitas de estudo ao país parceiro. Para além desta escola, fazem parte a EB 2,3 João de Meira e a escola Gimnazjumnr 38 Integracyjne, ZespółSzkół Nr 19, de Bydgoszcz, da Polónia; a escola ÖzelAkdeniz Baarılköretim Okulu”, de Manavgat, da Turquia; a escola PleinCollegeSint – Joris, de Eindhoven, da Holanda; a escola 3rd General LyceumofIlion, de Ilion – Athens, da Grécia; e a escola coordenadora do projeto, PolytechnischeSchuleSchwaz, de Schwaz, da Áustria. “Fiquei surpreendida com o resultado e, ao mesmo tempo, muito orgulhosa por ter ganho e representado Portugal num evento onde participam diversas escolas estrangeiras”, afirmou Carmo Correia, aluna do Curso Profissional de Técnico de Multimédia. A aluna confessa-se uma apaixonada pelas multimédia, em especial a fotografia e reconhece que nunca pensou que a sua proposta viesse a ser escolhida pelo júri. A imagem será adotada na edição deste ano do projeto Comenius nas escolas de cada um dos países participantes. Esperamos que este excelente início do trabalho seja um prenúncio de uma fantástica parceria entre estas escolas. Conforme referido, a nossa escola é uma das escolas participantes no Projeto Comenius – “Innovative European Schools in the 21st century”–, a ser im-
Carmo Correia, a vencedora europeia.
O resultado vencedor surgiu de uma competição interna dinamizado nas disciplinas de Técnicas de Multimédia e de Design, Comunicação e Audiovisuais do 1º ano do Curso Profissional de Técnico de Multimédia.
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plementado nos anos letivos de 2011/2012 e 2012/2013. Este projeto pretende promover o contacto entre alunos e professores de diversos países da União Europeia, com vista à concretização de um objetivo comum: a realização de um trabalho conjunto que desenvolva competências sociais e intelectuais de todos os envolvidos. O primeiro encontro realizou-se entre os dias 16 e 19 de Novembro de 2011, na escola Gimnazjumnr 38 Integracyjne, ZespółSzkółNr 19,em Bydgoszcz, na Polónia. A nossa escola fez-se representar pelo professor João Paulo Santos (Coordenador) e pela professora Helena Freitas, responsáveis pela candidatura e implementação do projeto na nossa Escola. Cumprindo os objectivos, no encontro definiram-se as atividades a desenvolver relativamente ao presente ano letivo. Assim, em Março próximo, realizar-se-á um encontro de alunos envolvidos no projeto, na escola PolytechnischeSchuleSchwaz, na cidade de Schwaz, na Áustria. Neste evento, além da salutar partilha e troca de experiências pessoais entre alunos e professores dos diversos países, os alunos, com possível colaboração dos seus professores, irão apresentar aos discentes e docentes dos outros países os projetos desenvolvidos nos seus países, através de workshops preparados para o efeito. Em Maio, está previsto um segundo encontro de professores, na escola ÖzelAkdenizBaşarıİlköğretimOkulu, na cidade de Manavgat, na Turquia, onde se prevê a realização da avaliação intercalar das atividades, com vista à elaboração do relatório intermédio a enviar às respetivas agências nacionais, responsáveis por estes projetos. As datas dos encontros do próximo ano letivo, que contarão com a participação de alunos em Guimarães, deverão ser fixadas nesse intercâmbio. Até ao encontro de alunos, os professores envolvidos irão desenvolver e testar dois ou três métodos inovadores para a lecionação de alguns conteúdos das suas disciplinas. Após avaliação dos mesmos, apenas escolherão um para trabalhar com os alunos envolvidos no projeto, de modo a que estes fiquem habilitados a apresenta-los aos seus homólogos estudantes estrangeiros, na língua oficial do projeto, o Inglês. Cada escola terá, também, de criar t-shirts para os alunos e professores participantes no encontro na Áustria. Os alunos envolvidos terão de ser inscritos na plataforma do projeto e estabelecer contactos com, pelo menos, três alunos dos diferentes países envolvidos. Para apoio ao desenvolvimento deste empreendimento existirá uma plataforma de trabalho moodle, da responsabilidade da escola Austríaca, coordenadora do mesmo. Paralelamente, irá ser criada uma página do projeto na internet (www.innovation.schools.eu), (a desenvolver pelas duas escolas portuguesas envolvidas) e serão elaboradas brochuras
(da responsabilidade da escola Turca) e um DVD do projeto (incumbido à escola Grega) para registo e divulgação de todas as atividades. Prof. João Paulo Santos e Profª Helena Freitas
O primeiro encontro realizou-se entre os dias 16 e 19 de Novembro de 2011, na Polónia. A nossa escola fez-se representar pelo professor João Paulo Santos (Coordenador) e pela professora Helena Freitas, responsáveis pela candidatura e implementação do projeto na nossa Escola.
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Leitura do Sermão de Santo António aos Peixes
“Vieira, a Voz Visível” - do púlpito de S. Francisco Até há pouco tempo, a grande questão escolar era somente a aprendizagem de conteúdos, acreditávamos que conhecer era acumular conhecimentos. Atualmente, o desafio para o professor é coordenar o ensino de conceitos e proporcionar um ambiente efetivo de aprendizagem. Apesar de múltiplos obstáculos, nomeadamente o da ausência de motivação, nós, professores, sentimos o dever de averiguar essas razões, de as analisar, e procurar estratégias eficazes que ajudem a reverter este quadro. A atividade de encenação de excertos dos sermões de Padre António Vieira, realizada na Igreja da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco, teve essa intenção de despertar nos alunos a motivação para a leitura do “Sermão de Santo António aos Peixes” através da condução do aluno espetador por dentro da cultura do barroco, ouvindo a voz de um pregador, de um missionário, de um político, e de um homem de ação e, assim, obter uma aprendizagem mais eficaz. Desta forma, pretendeu-se criar um ambiente semelhante ao da época, século XVII, onde, numa igreja barroca, do alto do seu púlpito, o padre António Vieira (encarnado por um ator profissional) prega aos colonos (alunos, a nossa geração futura) passagens estrategicamente selecionadas dos seus sermões e correspondência pessoal. Foi importante dar a conhecer aos alunos os ensinamentos desta figura expoente máximo do domínio da arte da retórica. Foi fundamental transmitir-lhes os ideais desta voz que se insurgiu contra a opressão da época e que ainda ecoa nos nossos tempos. Foi gratificante ter despertado neles o desejo de manifestar posições, opiniões e reflexões relativamente aos valores preconizados por esta figura tão completa a vários níveis. Foi igualmente recompensante verificar que ouviram, gostaram e registaram algumas falas para depois interpretarem. Aqui vão alguns registos dos alunos, prova de que este Padre António Vieira não pregou aos peixes! Joana Rocha – 11ºCT1 - “Os peixes têm duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam” – Se os homens ouvissem
mais e falassem menos, cometeriam menos erros. Andreia Oliveira – 11ºCT1 – “Pregar não é recitar” - O pregador deve pregar com o coração e com a cabeça. O pregador não deve copiar ou recitar sermões de outros, deve anunciar as suas ideias, não as dos outros. Luís Oliveira – 11ºCT3 – “Uma árvore tem raízes, tem troncos, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim, há de ser o sermão” – Compara-se a estrutura de um sermão a uma árvore, tem que ter raízes fortes, isto é, bases sólidas, argumentos de autoridade para bem fundamentarem o discurso; deve ter um só tronco, isto é, ser um discurso coerente e coeso, e dar “frutos”, isto é, tem que atingir os objetivos. João Iliescu – 11ºCT4 – “Ah peixes, quanta inveja…” – O pregador aumenta a qualidade dos peixes para criticar a inveja dos homens e, assim, chama a atenção do auditório. João Freitas – 11ºCT6 – “Os pregadores levam o Evangelho, e o comércio leva os pregadores” – Padre António Vieira revela que muitos pregadores já não são fiéis à palavra de Deus, afirma que muitos pregadores “se venderam” de forma a serem recompensados. Alexandra Pinto – 11ºLH2 – “Passará o Céu e a Terra, mas a minha palavra jamais passará” – Esta fala realça a possibilidade de tudo no mundo mudar, salvo a palavra de Padre António Vieira que, pela
sua verdade, se tornou intemporal. João Fernandes – 11ºSE1 - “Mas toda a política sem a lei de Deus é ignorância” – O padre António Vieira mostra a sua devoção e a sua convicção na palavra de Deus, e o seu descontentamento com as ações e decisões dos homens. José Afonso – 11ºSE1 - “ Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem” – É um apelo à humildade e desprezo por quem se apega demasiado aos bens materiais, o que ainda se aplica hoje em dia. Pedro Ribeiro – 11ºCT1 – Ensina-nos que não devemos ser gananciosos, não devemos pensar só em nós, há coisas mais importantes do que o dinheiro e o nosso estatuto. Registo de uma referência histórica. Ana Ribeiro – 11ºAV1 – Referência à escravatura no século XVII. Susana Martins – 11ºCT4 – Nos últimos catorze anos de vida, Padre António Vieira viveu em Salvador da Baía, no colégio de Jesuítas e escreveu, ou mandou escrever porque já estava quase cego, todos os seus sermões. Em suma, os sermões são necessários e motivadores ao mesmo tempo, se feitos baseados na intenção sincera de preocupação com o outro, na troca de experiências, de vivências. Um sermão que leva a pensar e querer melhorar é prova de respeito e afeto. Prof.ª Fátima Caldas
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Notícias
En français
Atividade integradora da turma EFA 4
«Une vie de chat» 12ème festival du cinéma français
Conferência e debate com o Prof. Dr. Garcia Pereira
Du 19 au 23 octobre 2011, s’est réalisé le douzième festival du cinéma français, promu par l’Alliance Française de Guimarães, avec la collaboration du Cineclube de Guimarães et le Centre Cultural Vila Flor, ici à Guimarães. Ce projet s’est déroulé aussi à Porto, à Aveiro et à Coimbra. Notre école a participé dans cet événement annuel et s’est fait représenter par la classe 11ºLH3 qui a assisté au film: «Une vie de chat» de Jean-Loup Felicioli et d’Alain Gagnol. Une histoire qui nous raconte comment un chat, sans le savoir, bien sûr, joue un rôle important dans une conspiration contre la mère de sa jeune propriétaire. Quand la nuit tombe et quand tout le monde dort, il s’échappe et vit les aventures intrépides d’un cambrioleur et… il faut que vous voyez le film pour savoir le reste. Ce sont des dessins animés qui ont plu à tout le monde, nous faisant rire et songer en même temps. Si ce genre de films t’intéresse, sois attentif l’an prochain, dans un ciné près de chez toi! C’est une expérience fantastique que nous recommandons!
No passado dia 9 de dezembro de 2011, a turma 4 do curso EFA da Escola Secundária Martins Sarmento concretizou uma atividade integradora, no âmbito dos Núcleos Geradores “Gestão/Economia” e “Argumentação/ Assertividade”, subordinada ao tema “Orçamento de Estado para 2012 e a economia do país”. A atividade final consistiu numa sessão de esclarecimento/debate alusivo ao tema em causa. Para que tal fosse possível, foi necessário o trabalho de todos os elementos da turma e respetivos formadores. Foram realizadas pesquisas, criamos grupos de trabalho para a elaboração de cartazes, convites, procedemos à divulgação na comunicação social e nas redes sociais para a devida publicitação da atividade. O conferencista foi o Prof. Dr. Garcia Pereira, conceituado advogado no Direito do Trabalho e professor catedrático. Como coordenador de mesa tivemos o Sr. José Machado, fundador e Presidente Honorário da Federação das Associações Portuguesas de França e ex-presidente do Conselho Mundial das Comunidades Portuguesas. Os oradores convidados foram recebidos pela turma num restaurante da cidade, onde decorreu um breve jantar. Seguidamente, encaminhámo-nos para o salão nobre da Sociedade Martins Sarmento, onde decorreu a atividade, pelas 21.30h. Esta conferência /debate foi um êxito porque conseguimos encher o salão nobre, o público foi participativo, o coordenador da mesa esteve sempre muito ativo e o Prof. Dr. Garcia Pereira respondeu a todas as questões com muita calma e numa linguagem expressiva. Demos por terminada a atividade já passava da meia-noite.
Carlos Duarte, 11º LH3
EFA 4
Une vie de chat» de Jean-Loup Felicioli et d’Alain Gagnol.
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Exposição 12º AV1, Oficina de Multimédia
A arte e o computador Ana Rita Pinheiro
As tecnologias de comunicação insinuam-se em todas as frentes da nossa sociedade e a escola não o pode evitar. A presença das novas tecnologias na sala de aula é indispensável. Os quadros interativos, os computadores, os projetores multimédia, os blogs da disciplina, o site da escola, a secretaria virtual, o livro de ponto online, o moodle e a convivência quotidiana com o correio electrónico, com telemóveis e outros gadgets digitais mostram que as tecnologias vieram para ficar. O mundo muda e a escola tenta acompanhar a mudança. Na atual sociedade do conhecimento global, da informação em tempo-real, o computador passou a ser um dos protagonistas no quotidiano da escola. As tecnologias de informação e comunicação entraram em força na sala de aula e com elas a vontade de alterar a forma de ensinar e aprender. Os processos de aprendizagem mudam, e não há disciplina que lhe escape. E as artes visuais? Será que o computador terá lugar numa área onde o ensino e a aprendizagem é feito de um modo tão pessoal e subjetivo? Será que a multimédia e as restan-
tes tecnologias de desenho digital se enquadram na essência das artes visuais? Será possível construir um estilo de expressão pessoal e autêntico através do computador? Poderá a tecnologia influenciar a arte? Efetivamente, a história dá-nos algumas respostas. Em tempos idos, alguns pintores aperceberam-se de que a fotografia, mais do que um concorrente desleal, poderia constituir-se num poderoso instrumento de trabalho. Aprenderam com ela, tiraram partido dos seus efeitos óticos, recolheram novos dados sobre a composição de cores, dos enquadramentos e a formação de imagens na retina do observador. A fotografia influenciou profundamente as técnicas de pintura e revolucionou a arte. Esses artistas estão nos nossos livros de história e são lembrados como pioneiros. Hoje, os meios de criação digital podem fazer aquilo que a fotografia fez no passado. Hoje, sem atalhos, sem batotas, a criatividade continua a ser o principal ingrediente. Essa criatividade pode ser aplicada usando o pincel ou o rato do computador. O meio
continua a ser um instrumento do espírito e o potencial do computador não deve ser ignorado. A multimédia e todos os processos de criação digital que elenca é, sem dúvida, a par da pintura, do desenho e da escultura, uma disciplina criativa válida. Há, de certa forma, uma união da técnica, arte e ciência e é importante reforçar que a tecnologia não nos irá distanciar das nossas origens, nem separar do nosso passado, mas sim preparar-nos para um futuro que está ao virar da esquina. Com estes conceitos em mente, os alunos da turma 12º AV1, na disciplina de Oficina de Multimédia, foram desafiados a tirar partido dos meios tecnológicos para criarem um registo inovador. Assim, tendo como pano de fundo Guimarães Capital Europeia da Cultura, pretendeu-se que, através da combinação de fotografia, desenho e técnicas digitais, elaborassem uma ilustração onde fosse recriada uma paisagem típica da cidade. Guimarães é uma cidade única e especial. A arte é bem disposta, usa o humor, cria o inesperado. É possível criar e divertir-se ao mesmo tempo. Com esta proposta os alunos despertaram consciên-
Beatriz Merouço
cias, aprenderam linguagens de expressão, correram riscos, desmistificaram preconceitos! Buscaram na cidade a inspiração, aliaram a criatividade à técnica e o resultado está à vista. Prof. Ana Silva; José Faria
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Universo ESMS
Carlos Fraga
Catarina Braga
Cláudia Fraga
Cristela Melo
Diana Mendes
Gabriela Sousa
João Costa
João Garcia
Luísa Carvalho
Marco Alves
Mariana Almeida
Mariana Marinho
Marlene Cardoso
Marta Peixoto
Pedro Félix
Rui Cardoso
Rute Fernandes
Sebastião Silva
Tiago Oliveira
Vasco da Silva
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Ano Europeu para o Diálogo Intergeracional Eis o mote para reflexão que a União Europeia propõe para este ano civil. Envia-nos a tua frase/comentário sobre esta matéria. Vê o que disseram alguns alunos: Anabela Silva, 2º PTM: A interação entre as diferentes gerações tem vindo a desaparecer, simplesmente… Antigamente a sociedade era mais unida, comunicativa, agora vê-se o contrário; os avós são abandonados pelas suas famílias nas suas próprias casas, o que faz com que não tenham todos os cuidados necessários e, cada vez mais, acabam por ser vítimas de agressões, abandono ou de morte solitária. Luciana Carvalho, 2º PAL: As novas gerações descendem das mais idosas e ao discriminá-las estás a desprezar o teu passado. Ana Ferreira, 2 ºPTM: No dia-a-dia muitos idosos são abandonados pelas famílias. O ideal era poderem ir para um centro de dia e à noite voltarem para casa, para junto dos seus. Tatiana Lima, 2º PTM: Todos os dias, uma em cada 1000 pessoas abandona ou entrega os mais velhos a um lar de idosos. Que pensarão eles antes de falecer? Saber que aqueles que mais amaram lhes viraram as costas? Catarina Lopes - 2º PAL: Todos têm algo para ensinar, basta querer aprender! As relações entre diferentes gerações é uma mais valia para todos. As gerações mais novas são o futuro que dependem de um passado idoso…
Bruno Silva, 2º PTM: Cada um de nós nasceu com os seus defeitos e qualidades que é o que nos torna diferentes uns dos outros, mas no fundo são as nossas diferenças que nos tornam únicos e capazes de concretizar os nossos sonhos. Sara Pereira, 2º PAL: Velho que fala é novo que aprende. Bárbara Machado, 2º PTM: Pessoas idosas são um conetor de conhecimento e sabedoria entre as diversas gerações; pessoas capazes de resolver inúmeros problemas apenas com a sua experiência de vida. Simplesmente são grandes pessoas, com grandes pensamentos. Vânia Freitas, 2º PAL: O diálogo intergeracional é muito importante, pois há sempre algo a aprender com a sabedoria, vivência e até ingenuidade dos outros, sendo também uma grande medida para combater a solidão. Todas as gerações aprendem algo entre si. Carina Leite, 2º PAL: O que será melhor? Ficar em casa na solidão, Ou dar asas à imaginação? O que será melhor? Chupetas, risos, carecas, Ou ficar com os avós A fazer caretas?
Área de Expressões
Arte, património e tradição No âmbito da disciplina de Área de Expressões, dentro do tema Património Gastronómico inserido no módulo “Arte Património e Tradição”, as alunas Ana Catarina Mendes, Ana Rita Mendes, Catarina Castro e Cátia Gonçalves do 2.º PAS organizaram, juntamente com a professora da disciplina, Sílvia Magalhães, um magusto para toda a comunidade escolar. O magusto realizou-se no dia 11 de Novembro de 2011, pelas 11h30min da manhã, no pátio da escola. A atividade teve bastante adesão, por parte dos alunos, professores e funcionários que tiveram a oportunidade de comer castanhas, beber limonada e também dançar e cantar ao som de várias músicas. Para esta atividade, a turma 2.º PAS contou com a ajuda do Clube de Jornalismo, nomeadamente os alunos do 3.º PTM que, durante o magusto, tiraram fotografias do evento. Foi uma atividade divertida que serviu para a comunidade escolar conviver e libertar-se de alguns problemas do dia-a-dia. Essencialmente pretendeu relembrar e manter viva a tradição de São Martinho. Ana Rita, Ana Catarina, Catarina e Cátia, 2º PAS
Poesia Subi a escada da torre mais alta E olhei cá para baixo. Eles gritavam: Salta ! Querem-me devorar, mas eu não deixo. Famintos. Sedentos por uma alma Que lhes dê alguma vida. Ladrões. Destruidores de toda a calma Na hora da partida. Ri-me deles e saltei. Dei-lhes a minha carne, o meu corpo, Mas a alma não dei, Essa eu não troco. Voltei a subir, agora mais leve Do que quando saltei. Cadáver de qualquer um serve Para vos alimentar, criaturas sem lei! Para vós não há fim, não há quem vos eleve. A partir de hoje já não sou humano. Sou um espírito vagueando, Sou o bem e o profano Que, sem saberem, vos vai guiando. João Humberto, 12º LH3
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Visitas de Estudo
Ciências da Saúde na UM No passado dia 25 de Novembro, a nossa turma foi à Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho numa visita de estudo de Biologia com o objectivo de conhecer o ambiente universitário; saber o que fazem os investigadores; contactar diretamente com o mundo da ciência e do desenvolvimento científico. Aproveitámos para conhecer as instalações da escola e, quando se iniciaram as atividades, fomos encaminhados para um laboratório onde, em 10/15 minutos, nos explicaram, em PowerPoint, em que consistia a técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase). Esta técnica utiliza a enzima DNApolimerase, responsável pela síntese de DNA, para amplificar in vitro, qualquer segmento de DNA utilizado como molde através de ciclos. Nesta atividade a turma foi dividida em vários grupos para podermos pôr em prática o que tínhamos aprendido. De seguida, a turma teve de ser dividida em dois grupos que foram para diferentes salas realizar duas atividades distintas. Numa das salas aprendemos, com um aluno de Medicina, a suturar pele humana utilizando modelos que simulavam ferimentos; na outra sala, igualmente com um aluno de medicina, aprendemos manobras do suporte básico de vida. Ficámos a saber que a primeira coisa de se deve fazer é avaliar o estado de consciência da vítima, ou seja, devemos estimulá-la abanando-a, tocando-lhe nos ombros, perguntando em voz alta “ Está-me a ouvir?”, ou no caso de conhecermos a vítima, chamá-la pelo seu nome. Se estiver consciente, devemos examiná-la, procurar ferimentos, colocá-la em po-
sição lateral de segurança, pedir ajuda e vigiá-la regularmente, porque esta pode ficar inconsciente. Caso a vítima esteja inconsciente, devemos gritar por ajuda. De seguida, devemos verificar as suas vias aéreas para ver se existem corpos estranhos na boca da vítima. Se esta não respirar, devemos executar 10 insuflações por minuto; cada insuflação deve ter duração de 1 segundo e com 5 segundos de intervalo entre cada insuflação (para nos certificarmos que está a entrar ar, devemos ver se o tórax expande). Devemos iniciar 30 compressões, seguidas de duas insuflações.
Por fim aprendemos como colocar uma vítima na posição lateral de segurança, conforme se pode observar nas sequências seguintes: 1. Certificar-se que a cabeça da vítima se encontra em extensão; 2. Ajoelhar-se ao lado da vítima. Assegurar que ambas as suas pernas estão esticadas; 3. Colocar o membro superior da vítima (do nosso lado) em ângulo recto (90º), em relação ao corpo da mesma. Dobrar o antebraço para cima com a palma da mão virada para cima;
(do nosso lado). Manter a mão da vítima no lugar;
5. Com a nossa mão livre, agarrar pelo joelho, a perna da vítima que fica oposta a nós. Elevar a perna da vítima, mas deixar o pé no chão; 6. Puxar a perna elevada na sua direcção. Entretanto, continuar a pressionar as costas da mão da vítima contra a bochecha. Virar a vítima na nossa direcção para a colocar de lado;
7. Posicionar a perna que está por cima de tal forma que a anca e o joelho estejam em ângulo recto; 8. Inclinar novamente a cabeça para trás para manter as vias aéreas desobstruídas; 9. Ajustar a mão da vítima sob a bochecha, se necessário, para manter a cabeça inclinada; 10. Verificar regularmente a ventilação da vítima.
Por volta das 19 horas demos por finalizada esta enriquecedora visita de estudo e regressámos a Guimarães. 4. Colocar o outro braço da vítima atravessado sobre o tórax da mesma. Segurar as costas da mão da vítima contra a bochecha
Mariana Cardoso, 11º CT1
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Cursos profissionais
Alunos do 3º PTM: o estágio no mundo do trabalho Ana Silva
Para mim estagiar, até ao momento, tem sido uma experiência completamente nova; nunca imaginei estar “por minha conta”, mas acho que é bom conhecer o mundo do trabalho. Posso dizer que os meus novos colegas foram, desde logo, bastante recetivos com a minha chegada. Uma vez que não tenho tido o meu monitor presente, devido a problemas pessoais, tenho de ser mais autónoma. Tenho desenvolvido projetos bastante interessantes, mas, claro, o mundo do trabalho não só é feito de coisas interessantes e, com a falta de funcionários, por vezes, sou eu que estou no atendimento. Não me importo nada, pois até é engraçado, principalmente quando surgem turistas e não falam a língua portuguesa… Acho que, durante este tempo que estagiei, cresci muito; como aluna, sem dúvida; mas sobretudo como pessoa. Agora, encaro este mundo de forma completamente diferente.
Ricardo Araújo
Para mim, estagiar está a ser uma boa experiência, pois ajuda-me a ter uma maior noção de como é trabalhar “a sério” na minha área e isso é uma mais valia. Serafim Mendes
Soraia Araújo
Sou a Soraia e estou a fazer o meu estágio. Deparo-me agora com uma nova etapa da minha vida, pois comecei a ver o mundo do trabalho de mais perto. Enfrento uma aprendizagem que me está a ajudar a superar os obstáculos, com mais independência, sem ter constantemente por perto um professor para nos guiar. Estou a aprender a lidar com certas situações que, por vezes, na escola não conseguimos aceitar e que no mundo do trabalho me vejo obrigada a admitir. O estágio é, sem quaisquer dúvidas, uma etapa fundamental para quem quer entrar definitivamente no mundo do trabalho com sucesso e autonomia.
Para mim, o estágio é uma oportunidade para pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante as aulas. Desta forma, consigo perceber melhor os aspetos a melhorar e já tenho uma noção do que me espera no mercado de trabalho! O meu local de estágio é a POPPDESIGN, um gabinete de publicidade e imagem, situado em Guimarães. Estou a gostar muito da experiência e tenho aprendido bastante.
SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 6 CA; SA; EMOLDURARAMOS; NAU; EM; RU; IMA; AR; PTE; TEM; AI; S; RAER; ELAI; S; JARRO; SAUDA; BUS; ATM; ANTERO; COLDRE; ITA; EU; EL; EIS; AA; BITONAL; OS; S; CONE; ARIA; E; CATAI; RIOLA; RA; AIR; IAS; TO; UPA; SO; OS; SOL; MAIO; SOS; TELA.
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Curso Profissional de Técnico de Análise Laboratorial
Viva a ciência! Treze jovens raparigas, uma professora e duas disciplinas foram os ingredientes necessários para cozinhar atividades fantásticas, durante este ano letivo que está prestes a terminar, e criar um laço afectivo entre as personagens desta história. As treze jovens pertencem à turma do Curso Profissional de Técnico de Análise Laboratorial. A aventura escolar começou logo em Setembro e durante todo o ano letivo surgiram várias atividades que foram desenvolvidas pelas alunas. Não irei fazer de todas elBárbara, que nos recebeu e fez a visita guiada, descreveu todos os passos, desde a chegada das águas residuais provenientes de zonas industriais e domésticas ao seu tratamento e posterior devolução ao meio ambiente. As alunas tomaram conhecimento sobre o processo de tratamento de águas residuais, conhecendo as várias etapas através das explicações da engenheira e da obser-
vação das máquinas, colocando muitas questões. As alunas ficaram mais sensibilizadas para a temática do curso, relacionado com análises laboratoriais, e para a proteção do ambiente. Duas das meninas ficaram tão sensibilizadas que não aguentaram o cheiro da ETAR e tiveram de andar de máscara... ai, ai!. Após o almoço, dirimo-nos ao Centro de Ciência Viva onde fomos recebidas pelas monitoras do centro. Fomos conduzidas a uma sala onde vimos o filme “Nós e o Sangue” e posteriormente fizemos uma visita guiada ao laboratório do centro onde se realizou uma experiência relativa ao sangue; depois visitámos a exposição interativa sobre o mesmo assunto. Após um intervalo de 15 minutos, dirigimo-nos novamente à sala cinematográfica e observámos o filme “A Gotinha de Água”. Seguidamente as alunas visitaram o Aquário do centro, que possui mais
de 1000 l de água salgada, onde habitam várias espécies animais presentes na nossa costa portuguesa. Posteriormente, dirigimo-nos ao “Espaço Aqua”, um espaço de promoção da cultura científica e tecnológica e que alberga um conjunto de módulos interativos sobre a água. Não ficaria descansada por descrever outras atividades como a “Cultura de Bactérias” ou “Separação de pigmentos fotossintéticos” ou até “A ação de amílase salivar”, mas isso fica para a próxima. Quero, também, homenagear as treze raparigas que participaram em todas as atividades: Catarina, Andreia, Celina, Marisa, Sofia, Lara, Liliana, Marta, Nádia, Sara, Soraia, Susana e Vera por terem sido alunas dedicadas, trabalhadoras, responsáveis e muito afáveis! Gostei muito de trabalhar com todas elas e desejo-lhes um futuro risonho! Parabéns meninas! 2º PAL e Prof.ª Elisabete Pacheco
Multimédia
IPad destitui livros escolares A Apple apresentou este mês um novo serviço para o sector da Educação com o qual pretende incentivar a utilização de livros escolares digitais e reinventar a imagem destes livros. Denominado iBooks 2, o novo serviço foi desenvolvido em parceria com três editoras (Pearson PLC, McGraw-Hill e Houghton Mifflin Harcourt) que, segundo dados da agência Reuters, são responsáveis por 90 por cento do mercado de livros escolares nos EUA. Através deste serviço é possível criar conteúdos semelhantes a livros escolares, mas em formato digital. Durante a apresentação, que decorreu no Museu Guggenheim, em Nova Iorque, o responsável de marketing da Apple, Phil Schiller, demonstrou algumas funcionalidades da aplicação e a forma como esta pode ser utilizada tanto pelos autores de livros escolares como pelos próprios docentes para criarem conteúdos. Citado pela agência noticiosa, Phil Schiller considerou que este serviço irá mudar
a imagem tradicional dos livros escolares. O mesmo responsável sublinhou durante a apresentação do iBooks 2 que «é difícil não ver que um livro escolar nem sempre é a ferramenta ideal para aprender». A nova aplicação para iPad já se encontra disponível gratuitamente na loja de
aplicações a partir de hoje e, de acordo com a Apple, cada livro escolar digital criado com a tecnologia será comercializado por 14.99 dólares ou menos. http://sol.sapo.pt/inicio/Tecnologia/ Interior.aspx?content_id=39291 (Adaptado pelo Prof. José Faria)
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Dar à Língua Continuando a “Dar à Língua”, vamos, agora, ainda na sequência do assunto abordado em edição anterior, e porque iniciamos uma nova etapa temporal, 2012, recordar a origem dos nomes dos meses do ano. Remontando a origem dos nomes dos meses do ano ao século I a.C., convém entendermos a ligação intrínseca entre estes, a agricultura e a religião, sendo as duas últimas áreas muito valorizadas da cultura romana. Assim, fonte de vida física e espiritual, fundem-se numa só, uma vez que os frutos da agricultura eram considerados uma dádiva divina, que o Homem tinha que merecer e agradecer. A sucessão dos meses do ano é um hino ao que de mais sagrado tinham os romanos: um desfile de deuses intercalado com outros elementos e celebrações continua, nos nossos dias, a ser celebrada em várias línguas: português, espanhol, inglês, francês… Uma das mais importantes reformas ao calendário que perdurou até aos dias de hoje foi feita por Júlio César. Enquanto o primeiro calendário (criado por Numa Pompílio) assentava numa organização lunar, o de Júlio César regulava-se pelo curso do sol, constando de doze meses e procurando uma fórmula de fácil memorização, pelo que se distribuíam alternadamente por trinta e trinta e um dias. É também da sua autoria a alternância entre anos bissextos (366 dias) e comuns (365), solução inteligente para acompanhar a duração do ano astronómico. Janeiro e fevereiro surgiram, assim, no séc. II a.C., no contexto da reforma juliana, fazendo-se agora começar o ano com o momento em que o sol inicia o seu nascimento na linha do horizonte – momento do solstício de inverno (solstício = sol stat; isto é, o sol detém-se). O nome do primeiro mês é uma homenagem ao deus Jano (Janus), um dos mais antigos deuses da Itália, que ocupava
sempre o primeiro lugar; era o deus de todos os começos, o princípio de todas as coisas. Tal como a imagem vimaranense, também o deus Jano era representado com duas faces, embora com motivos diferentes. Este último guardava todas as portas ou passagens: com os olhos postos no passado e no futuro; na terra e no cèu, no ano que termina e no que começa. Deu também origem à palavra janela (“janua”, porta pequena) e ao nome próprio Januário. As duas caras permitiam a Jano controlar ao memso tempo quem entrava e quem saía das casas particulares; e, do seu templo, com um rosto observava o nascente, abrindo as portas ao dia; com o outro encerrava-as, voltado para o poente. Também as portas do templo indicavam ao povo romano se este estava em
guerra (pois estas abriam-se para acolher os povos, saindo o deus em seu socorro) ou em paz (quando se fechavam, sinal de que nenhum auxílio ou proteção eram necessários). Assim, as portas do templo de Jano encerradas eram sinónimo de grande alegria, pois havia paz no império. Como se sabe, enquanto se manteve este costume, até ao séc. IV, poucas vezes este templo esteve fechado. Considerou-se uma vitória tê-lo fechado três vezes durante o mandato de Augusto (durante o conhecido período da “Pax Romana”). Assim, abrimos 2012 com intenções de chegarmos também a fevereiro e a outros momentos igualmente importante do nosso e do calendário romano. Profs. Manuela Machado e José Manuel Teixeira
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Jantar de Natal 2011
Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/opregao
Equipa de ‘O Pregão’ Carla Costa Dulce Nogueira Fátima Lopes Glória M. Machado Jorge C. Faria José L. Faria José M. Teixeira Joana Silva Vânia Soares
Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia-o para o email: o.pregao@esmsarmento.pt
06 www.esmsarmento.pt
Palavras Cruzadas 6 1 Post it
“A natureza concedeu aos grandes homens a faculdade de fazer e aos outros a de julgar.” Vauvenargues, Luc de Clapiers
1 3 4 6
T Q 3 4 10 11 17 18 24 25 31
D S T Q 1 5 6 7 8 12 13 14 15 19 20 21 22 26 27 28 29
Q S S 5 6 7 12 13 14 19 20 21 26 27 28
janeiro
S 2 9 16 23 30
Cálcio (s.q.); apelido.
C A P I C U L T U R A A L
4
Fisionomia; “Pactos Territoriais de Emprego“; possui; momento.
5
Varrer as brasas do forno para a cozedura; prendei com gavinhas.
6
Recipiente bojudo, de tamanho grande e boca estreita, para lavatório; felicita.
7
Veículo de transporte coletivo de passageiros; terminal de caixa automático (multibanco).
8
Nome masculino; bolsa de couro utilizada para o transporte de arma de fogo.
9
Rochedo; egoísmo; artigo que precedia o rei; aqui está.
2 0 1 2
10 11 12 13 14
“Autores”; referente à bitonalidade; aqueles.
S 3 10 17 24
S 4 11 18 25
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Um dos meses do ano; desacompanhados; pano grosso sobre o qual se pintam os quadros.
7 8 9
1
Parte do teatro onde os atores representam para o público (pl.); reentrância da costa, geralmente entre dois cabos, de forma semicircular e de tamanho intermédio entre o golfo e a enseada (pl.); aguardente obtida da destilação do melaço depois de fermentado.
2
Gostar muito; entidade com funções políticas ou administrativas; face anterior de livro ou revista.
3
Alternativa; diz-se do cabelo longo dividido em madeixas grossas enroladas; aqui; instante.
4 5
Casal; peça de calçado.
6
Osso longo que constitui o endosqueleto do braço; pequena elevação de terreno (pl.).
8
Expressão de um ideal estético através de uma atividade criativa (pl.); decoração do espaço de representação numa peça de teatro (pl.).
9
Rua pequena e estreita; fábricas de louça de barro.
10
Sem talento ou arte; conjuntos de coisas atadas.
11
Nota musical; cada um dos períodos em que se costuma dividir a vida do homem; Alumínio (s.q.); catedral.
12
Adição; espaço que serve de entrada principal a um edifício; ilha, geralmente com a configuração de um anel, que delimita uma lagoa interior com comunicação para o mar, que se forma em mares tropicais e é originada pela aglomeração e consolidação de polipeiros de coraliários (rocha sedimentar zoogénica).
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Colocais asas; seara madura; onda.
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15 Prof. António Costa antonio.costa@esmsarmento.pt
21: Carnaval
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23: Fim do segundo período
Sítios e Blogs www.googleartproject Permite visitar museus como se estivéssemos lá. Podemos ver detalhes impossíveis à vista desarmada graças a fotografias de super resolução de 14 mil milhões de píxeles. www.academicearth Reúne um conjunto gigantesco de aulas com reputados professores de universidade dos EUA.
Encaixilháramos. Embarcação de grande porte e de longo curso; sobre; Ruténio (s.q.); íntima.
Nome de um sólido geométrico; melodia. Buscai; questiúncula. Rádio (s.q.); “ar francês”; vagueavas; reco. Salto brusco do cavalo para derrubar o cavaleiro; isolado; eles; resplendor.
Proceder à prisão preventiva de; ocupais o trono.