Projeto Educativo ESMS

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v1-2013

ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO

PROJETO EDUCATIVO 2013-2016


ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO

PROJETO EDUCATIVO 2013-2016


• APROVADO EM CONSELHO GERAL A 25 | 07 | 2013 O PRESIDENTE DO CONSELHO GERAL,

(MANUEL CARLOS SILVA)


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• O presente documento constitui-se como a referência maior da ação educativa a desenvolver por todos os elementos da Comunidade Escolar. Ele resulta do contributo de todos, tendo a sua elaboração estado ao cuidado de uma equipa multidisciplinar, que cruzou experiências, conhecimentos e saberes, que conduziram à sua concretização. Contou também com a colaboração de dois docentes do Instituto de Educação da Universidade do Minho, a quem coube um papel absolutamente relevante na orientação e coordenação do projeto. A todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente, o nosso sincero e público agradecimento •. O Diretor da Escola Secundária Martins Sarmento

(JOSÉ MANUEL TEIXEIRA)


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Índice 6

INTRODUÇÃO PARTE I – CONTEXTO

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO MEIO

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1.1. CARATERIZAÇÃO GERAL

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1.2. INSTITUIÇÕES E SERVIÇOS

10 1.3. EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS 11 2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA 11 2.1. PATRONO DA ESCOLA 12 2.2. EDIFÍCIO E INSTALAÇÕES RELEVANTES 13 2.3. COMUNIDADE ESCOLAR 13 2.4. OFERTA FORMATIVA 13 2.5. PROTOCOLOS E PARCERIAS PARTE II – DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL - ANÁLISE SWOT 14 1. AMBIENTE INTERNO 14 1.1. ORGANIZAÇÃO E MECANISMOS DE GARANTIA DA QUALIDADE 15 1.2. RECURSOS MATERIAIS E PARCERIAS 15 1.3. PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE 15 1.4. ESTUDANTES E AMBIENTES DE ENSINO/APRENDIZAGEM 16 1.5. PROCESSOS 16 1.6. RESULTADOS 17 2. AMBIENTE EXTERNO PARTE III – AÇÃO ESTRATÉGICA 18 1. PRINCÍPIOS ORIENTADORES 19 2. PRIORIDADES E LINHAS DE AÇÃO PARTE IV – AVALIAÇÃO 23 1. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO DE ESCOLA 23 2. MONITORIZAÇÃO 23 3. RELATÓRIOS DA AVALIAÇÃO 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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Introdução O Projeto Educativo (PE) é um elemento estruturante das ações desenvolvidas em contexto escolar. Quadro conceptual de autonomia e responsabilidade individual e colectiva, configura-se e transfigura-se enquanto projeção de um horizonte de expectativas e de realizações. O Projeto Educativo que agora cessa, e que vigorou entre 2009 e 2013, constituiu-se como a referência educacional da Escola Secundária Martins Sarmento e que envolveu todos os intervenientes na vida escolar. A partir da experiência da sua aplicação e dos ensinamentos que dele decorreram, afirmamos o reconhecimento de um documento que contribuiu no seu tempo e no seu modo de uma forma decisiva para responder às preocupações e desafios com que a Comunidade Educativa se defrontava. Tratando-se de uma instituição, como é o caso da nossa Escola, marcada por aspetos identitários reconhecidos socialmente pela Comunidade, nomeadamente pelo seu valioso património material e imaterial, portadora de uma história secular que é transversal a múltiplas gerações de professores, estudantes e outros elementos da comunidade, reassume um conjunto de princípios que balizaram a atividade educativa da Escola, sem deixar de considerar a mutação, quase sempre rápida e muitas vezes imprevisível, a que as realidades social, económica e cultural estão sujeitas, bem como as organizações educativas, impondo-se, assim, a avaliação do quadro de referência existente, confrontando-o com os novos contextos. Constituindo-se este novo quadro referencial, a vigorar no quadriénio 2013/2017, como o resultado, em boa parte, de uma preocupação permanen-

te com uma cultura de autoavaliação sustentada e apoiada nas múltiplas reflexões que dela resultam, na elaboração e implementação de planos de melhoria e respetivas monitorizações, decorrerá dele, necessariamente, uma apropriação intrínseca, subjetivamente enriquecida, balizada na perceção real das vulnerabilidades ainda existentes, dos aspetos a melhorar, bem como dos aspetos reconhecidamente de excelência, concretizando-se em procedimentos e metodologias de trabalho singulares, contudo holisticamente compreendidos e articulados, permitindo às estruturas intermédias da Escola, e no seu todo à Comunidade, o desenvolvimento de ações conducentes à construção de uma escola verdadeiramente inclusiva, integradora de jovens oriundos de contextos socioculturais diversificados. Para dar uma resposta tão eficaz quanto possível, exige-se à escola, no respeito pelo princípio constitucional da igualdade de oportunidades, a sensibilidade aos diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, a adequação de estratégias pedagógicas e curriculares à alteridade de cada jovem estudante, mormente de estudantes com necessidades educativas especiais, cooperando com entidades existentes no seio da Comunidade Educativa. Isto é, uma Escola prioritariamente preocupada com a prevenção do absentismo e abandono escolares, com a melhoria dos resultados e a promoção do sucesso educativo, através do contributo prestado no âmbito dos apoios educativos, com a preocupação permanente com a orientação vocacional e profissional e com a inevitável e desejada interação com o mundo do trabalho e a sociedade em geral.


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Estes objetivos terão que ser desenhados a partir de princípios de autonomia, que respeitem a possibilidade real e exequível de gestão do currículo nacional, a elaboração e concretização de planos curriculares balizados pelo contexto regional e local, através da diversificação de uma oferta educativa proativa e responsável que responda às reais expectativas e necessidades da Comunidade onde a Escola Secundária Martins Sarmento se encontra inserida, conducentes, quer no plano administrativo quer no plano pedagógico, elemento essencial a relevar, a padrões elevados de proficiência no desempenho do seu labor educativo. Estes pressupostos e todos aqueles

consubstanciados neste documento tornam-se mais pertinentes e prementes quando a escola se confronta com a celebração de um contrato de autonomia. Nesta linha de pensamento, o Projeto Educativo reforça a coesão da Comunidade, dotando-a de uma visão prospetiva que impregne as estruturas, os processos e a cultura organizacional, orientando-a em direção à resolução dos problemas, à superação dos desafios que lhe estão colocados, na prossecução de um trajeto partilhado e colaborativo, responsabilizando-a naquilo que é o centro e o fim da sua ação educativa: a formação integral dos alunos e alunas que coincidem neste momento histórico e social. •


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parte I CONTEXTO 1. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO 1.1. DESCRIÇÃO GERAL A Escola Secundária Martins Sarmento situa-se no centro de Guimarães, cidade histórica e sede de concelho do noroeste do país, na antiga província do Minho. Com 258 Km2, Guimarães é um dos mais jovens concelhos do país, com uma forte densidade populacional, tendo apresentado, no decorrer da última década, uma ligeira descida da população para cerca de 160.000 habitantes. Enquadra-se, para efeitos de divisão regional da administração central e da aplicação dos programas europeus, integrado na sub-região do Vale do Ave (NUTIII), na Região Norte (NUTII), sob jurisdição administrativa da CCDRN – Porto, e integra-se na associação regional de cooperação transfronteiriça Eixo Atlântico, do noroeste peninsular (partícipe na RIET – Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças). Atualmente é servido por boas vias rodoviárias de ligação regional/nacional e de uma ligação ferroviária renovada. Ao nível de ligações internas e periféricas ao centro da cidade verificam-se alguns constrangimentos. A rede viária tem uma estrutura preponderantemente radial, base do mapa viário dos transportes públicos, descurando-se as acessibilidades de desenho concêntrico, com manifesto prejuízo das ligações inter-periferias, entre polos habitacionais periféricos de algum significado, acentuando-se, como único “interface” dos transportes públicos, o centro do Centro da cidade. A indústria do têxtil/vestuário tem um peso histórico na estrutura económica local, tendo sofrido um

declínio acentuado nas duas últimas décadas, levando à desafetação de inúmeras unidades empresariais locais, com acentuação do desemprego, que apresenta uma taxa acima da média nacional. Algumas empresas têxteis mantêm-se graças à renovação e inovação, algumas, poucas, à reconversão. Sem o peso do têxtil, tem, ainda, alguma expressão, mais acentuada em alguns concelhos vizinhos, o setor do calçado. Sobrevivem, no ramo das cutelarias, algumas unidades industriais, tal como na indústria dos couros, atividades que tiveram alguma preponderância local. A atividade da olaria tradicional encontra-se praticamente extinta, sobrando, apenas, a produção artesanal para fins turísticos, com expressão, mais particular, na “Cantarinha dos Namorados”. O mesmo acontece em relação aos bordados tradicionais de Guimarães. Identificada como “Berço da Nacionalidade”, por referência ao nascimento do 1º rei de Portugal, a cidade tem valorizado e preservado o seu património histórico construído, mantendo vivo e habitado o seu Centro Histórico, reconhecido, em 2002, como Património Histórico da Humanidade pela UNESCO, o que, seguramente, tem constituído uma mais-valia em termos de promoção do turismo local. A acentuar a vertente cultural, a autarquia local soube investir na promoção e criação artístico-cultural, constituindo já “cartazes” reconhecidos na região os programas “Guimarães Jazz“ e ”Encontros de Primavera”, na área da Música, os “Festivais Gil Vicente”, no teatro, e, de caráter mais transversal, “O Verão Vale a Pena… em Guimarães”. A “Capital Europeia da Cultura” em 2012 assumiu-se como um evento gerador de uma dinâmica e motor


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revitalizador da mesma, que procurou projetar a cidade no futuro, graças ao investimento então produzido, não apenas em infraestruturas e equipamentos, como também em termos sociais, organizacionais e humanos. O programa, em 2013, de “Guimarães Cidade Europeia do Desporto” deverá procurar reproduzir e aproveitar estas dinâmicas nas vertentes mais específicas da atividade física e do desporto. No momento, a economia e a sociedade locais deparam-se com opções de fundo que passam a ter em consideração, como modelo de desenvolvimento, a reindustrialização e o investimento nas indústrias criativas, na produção e criação artísticas, com rentabilização e sustentação dos investimentos já produzidos nestas áreas, condicionadas pelos atuais constrangimentos socioeconómicos. Como referências históricas do património construído relevam: o Castelo de Guimarães, “ex-libris” da cidade; o Paço dos Duques de Bragança; a Capela de S. Miguel, onde, segundo a tradição oral, terá sido batizado o 1º rei; a muralha da cidade medieval; vestígios da era romana (Ponte de Roldes, em Fermentões, ponte e caminho romanos de Creixomil, Banhos Velhos das Taipas), e pré-romanos (Citânia de Briteiros e Castro do Sabroso), e a igreja românica de Serzedelo. Em diversos pontos de linhas de água existem moinhos de água, de modelo romano e árabe. As Nicolinas serão a manifestação cultural mais peculiar da cidade, expressão da academia liceal génese da atual escola, hoje estendida a toda a população escolar e assumida, mesmo, pela população no seu todo. Na área mais envolvente não deixa de ter manifestação expressiva a manutenção do folclore tradicional, embora apenas como reprodução e repositório das danças e cantares tradicionais, mas de forma muito significativa através dos mais de trinta ranchos e grupos folclóricos locais. Os cantares ao desafio são, ainda, uma particular expressão da música popular sobretudo do Baixo Minho.

1.2. INSTITUIÇÕES E SERVIÇOS • Câmara Municipal de Guimarães (CMG), com representação no Conselho de Escola, com serviços internos e de apoio de potencial relevância para a escola, como: a Divisão de Ação Social (DAS); Gabinete de Informação ao Empresário; Gabinetes Locais de Desenvolvimento Social; o “Espaço Informação Mulher”, “Forum Pessoas com Deficiência”; o Centro de Informação ao Consumidor (CIAC),comportando ou integrando diversos organismos/serviços que funcionam no âmbito da sua jurisdição ou de empresas/cooperativas municipais: • Conselho Municipal de Educação; Conselho Local da Juventude; Conselho Local de Acção Social (CLAS), organizado em Comissões Interfreguesias (CSIF), sendo a da área da Escola a Comissão Social Interfreguesias Nascente; • Centro Médico de Apoio ao Desporto (CMAD), integrado na Cooperativa “Tempo Livre”; Observatório do Desporto, fórum de reflexão e debate sobre várias temáticas do desporto local, nomeadamente a Escola e o Desporto. A autarquia municipal integra e administra, indiretamente, como comparte maioritária, várias cooperativas, em diferentes âmbitos, como: “Tempo Livre”; “Oficina”; “Taipas Turitermas” (Taipas Termal); “Turipenha” e “Fraterna”. Integra várias associações de âmbito regional especialmente vocacionadas para a cooperação e o desenvolvimento supramunicipais: “Amave”; “Sol-do-Ave” e “Adrave”, tendo integrado a associação “Quadrilátero” (Guimarães, Braga, Barcelos e Famalicão) e “Eixo Atlântico”. É parte em associações internacionais, especialmente vocacionados para o património cultural: União de Cidades Capitais de Língua portuguesa (UCCLA) e Associação de Cidades com Centro Histórico. Tem acordos de geminação com cidades de Espanha (2), França (2), Brasil (2), Alemanha (1), S. Tomé e Príncipe (1) e protocolos de colaboração com mais uma em França e outra na Suíça.


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• Juntamente com a Universidade do Minho, comparticipa em várias estruturas e organizações, algumas com natureza S.A., que se identificam no ponto seguinte. A universidade, com um dos seus polos na cidade com especial investimento nas engenharias e nas especialidades de polímeros, é um particular agente de desenvolvimento local e regional, através do seu múnus mais direto e enquanto agente parceiro do município como de outros agentes sociais e económicos, como o é da nossa escola. • Na área judicial, existem em Guimarães Tribunal Judicial, agregando as especialidades de tribunal cível e de família; com sede no mesmo edifício deste, o Tribunal Criminal e o Tribunal de Execução; o Tribunal de Trabalho; o Tribunal das Varas de Guimarães; o Tribunal da Relação de Guimarães; na jurisdição administrativa e fiscal o tribunal sedia-se em Braga; de natureza arbitral, o Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Vale do Ave – Tribunal Arbitral, localizado na sede da Amave. • Nas áreas de fiscalização e acompanhamento de atividades sociais e económicas: a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ); a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), antiga Inspeção de Trabalho; os serviços da Segurança Social; os serviços de fiscalização municipais; a Polícia Municipal. • Vários organismos da Administração Central têm representação ou serviços no concelho ou na área abrangente: a Administração Regional de Saúde (ARS), o Centro de Emprego de Guimarães (IEFP), o Instituto Português da Juventude e o Instituto do Desporto, ambos com sede em Braga, o Instituto da Segurança Social – Delegação de Guimarães. • Ao nível do ensino podem referenciar-se 4 escolas secundárias; no ensino superior, para além da UM, a Escola Superior de Ensino Artístico do Porto - Cooperativa Árvore (ESAP) ; no ensino da música, a Academia Valentim Moreira de Sá e a Sociedade musical de Guimarães, como mais representativas; no ensino especial e apoio à deficiência, a Cercigui, na multideficiência, a Associação de Paralisia Cerebral de Gui-

marães (APCG), nesta particular; na área da deficiência auditiva, a Associação de Pais para a Educação de Crianças Deficientes Auditivas (APECDA), e a Associação Portuguesa de Surdos, sedeadas em Braga. • O movimento associativo vimaranense é deveras significativo. Existem, desde logo, várias associações locais representativas ou integradas em associações de âmbito nacional ou internacional: Associação de Jovens Empresários; “RotaryClub”; “Lions”; “Corpo Nacional de Escutas – Núcleo de Guimarães”; Motor Club. Para além do estrito âmbito associativo de carácter desportivo e recreativo, existem cerca de seis dezenas de IPSS, com diferenciadas valências no campo social. A organização da Rede Europeia AntiPobreza (EAPN) na zona tem a sua sede em Braga. A nível das atividades económicas, representativa dos vários setores empresariais de Guimarães, existe a Associação Comercial e Industrial de Guimarães. Como associações culturais de maior renome podem mencionar-se a Sociedade Martins Sarmento, associação Convívio, a associação Círculo de Arte e Recreio, o Cineclube de Guimarães. Ao nível da defesa do ambiente e do património, a associação “Muralha”. • Ao nível da produção cultural, de referir a empresa “S. Mamede – Centro de Artes e Espetáculos". 1.3.EQUIPAMENTOS E ESTRUTURAS • Ao nível da Investigação e Desenvolvimento (I&D), da inovação e do apoio às empresas, com participação de entidades públicas, entre as quais avultam a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho, podemos identificar: o Parque de Ciência e Tecnologia – Taipas (Avepark), que integra nas suas instalações o novel “Instituto Europeu de Excelência em Medicina Regenerativa de Tecidos”; o “Instituto de Moda e Design”; o “Laboratório da Paisagem”; o “Centro de Ciência Viva”, a instalar em 2013, com a comparticipação da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica; o Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura (CAAA); o “Centro de Formação Avançada”.


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• Como recoletores, preservadores e dinamizadores de espólios vários, existem alguns museus e núcleos museológicos, de que se destacam o Museu Alberto Sampaio e o Núcleo Museológico da Sociedade Martins Sarmento, que gere, ainda, o núcleo da Citânia de Briteiros e o Castro do Sabroso; a Biblioteca Municipal Raul Brandão e o Arquivo Municipal Alfredo Pimenta; a Casa da Memória; na arte, o Museu de Arte Primitiva Moderna e o Centro de Arte José de Guimarães, instalado na Plataforma das Artes e da Criatividade. • No âmbito, entre outras, da produção artística e cultural avulta, para além da Plataforma das Artes, o Centro Cultural de Vila Flor (CCVF). A CMG adquiriu já o antigo Teatro Jordão para reconstrução e reconversão. • Nas áreas do desporto, do espetáculo, das exposições e das feiras económicas e congéneres, o Pavilhão Multiusos exerce uma ação de grande destaque. • Mais direcionadamente para os jovens, o Espaço Internet – Gabinete de Imprensa, os Espaço Internet no CCVF e na Praça de Santiago, o CyberCentro, o Espaço Saúde Jovem. • Como áreas e estruturas de lazer e atividade física, o Parque da Cidade e o Parque Desportivo, abrangendo zona verde, as Pistas Gémeos Castro, as Piscinas Municipais, com o Parque de Animação Aquática – Scorpio; a Montanha da Penha, com serviço de teleférico; o Parque das Taipas, nas margens do Ave, com extensões verdes do parque, na vila, para as freguesias vizinhas; para além das piscinas municipais do Parque Desportivo, existem mais duas nas zonas periféricas diretamente administradas pelo município, duas ainda de natureza pública adstritas a duas cooperativas municipais e duas de entidades sociais.•

2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA Página oficial: www.esmsarmento.pt 2.1. Patrono da Escola

Francisco Martins de Gouveia Morais Sarmento (1833-1899), sábio, historiador, arqueólogo e etnólogo, nasceu em Guimarães a 9 de Março de 1833 de uma família abastada. Foram seus pais Francisco Joaquim Gouveia de Morais Sarmento, senhor da Casa da Ponte, em Briteiros (Guimarães), e D. Joaquina Rosa d’Araújo Martins. Em 1853, com vinte anos de idade, concluiu o Curso de Direito em Coimbra, do qual nunca fez uso. Após a morte dos pais e herdeiro da fortuna da família, Martins Sarmento fixou residência em Guimarães, passando a habitar um prédio do antigo Largo do Carmo que ele mandou construir e onde viria a falecer a 3 de Agosto de 1899. Alberto Sampaio, outro ilustre vimaranense seu contemporâneo, considera a obra de Martins Sarmento dividida em três fases distintas: o ciclo romântico, das composições poéticas e literárias; o dos estudos sociológicos e jornalísticos e, finalmente, o ciclo dos estudos históricos e arqueológicos a que deu início em 1874, após as suas primeiras escavações nas ruínas da Citânia de Briteiros. Os trabalhos arqueológicos absorverão toda a sua atenção durante um quarto de século, tentando desvendar a origem dos povos lusitanos. Martins Sarmento foi um etnólogo, como o documentam os seus trabalhos e as suas obras, mas


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investigando e escrevendo muito particularmente sobre arqueologia. É a esta ciência que o seu nome ficará para sempre ligado, pois foi um precursor e um mestre, e os seus estudos revolucionaram, em Portugal, os métodos de investigação pré-histórica e arqueológica. Foi o primeiro investigador português a imprimir um verdadeiro carácter científico ao estudo das antiguidades nacionais. Em 1882, um grupo dos seus conterrâneos e admiradores da sua obra científica fundava em Guimarães, em sua honra, a Sociedade Martins Sarmento, na qual se conserva, atualmente, toda a sua coleção arqueológica, a sua biblioteca privada e todo um conjunto de bens móveis que legou à instituição, juntamente com propriedades rústicas e urbanas para garantia da vida e atividades desta instituição cultural vimaranense. Deixou ainda cerca de 4000 páginas manuscritas sobre os seus estudos e prospeções arqueológicas. Correspondeu-se o sábio vimaranense com muitas das figuras mais ilustres do seu tempo, e o seu nome figura hoje em muitos tratados de arqueologia clássica, sendo considerado como um dos mais notáveis pioneiros portugueses da exploração científica e do conhecimento da cultura dos Castros do Noroeste Peninsular. Em 1917, quando a Assembleia Nacional transforma o Liceu Nacional de Guimarães em Liceu Central, a reação local foi de regozijo, como ficou expresso numa das sessões da Sociedade Martins Sarmento: “Acabam a cidade e concelho de Guimarães de ser dotados de um melhoramento de grande transcendência e progresso de indiscutível valor, como é a elevação a liceu central do Liceu Nacional de Guimarães com a denominação de Liceu Central Martins Sarmento. É ocioso lembrar aqui as vantagens deste melhoramento, que representa um desenvolvimento material e económico digno de ser registado e que equipara a nossa terra às principais do país” (Atas da Direção da Sociedade Martins Sarmento, 3 de Outubro de 1917). O novo liceu central recebeu, desde o início, o nome de Martins Sarmento, facto que ilustra o apreço público pelo arqueólogo vimaranense, que foi uma figura intelectual de proa da cidade, na segunda metade do século XIX, mantendo-se viva a sua obra e a veneração de que era objecto. Tal designação “constituía mais um padrão a perpetuar o nome ilustre do notável Arqueólogo Martins Sarmento” (Atas da Direção da

Sociedade Martins Sarmento, 1 de Outubro de 1917). 2.2. EDIFÍCIO E INSTALAÇÕES RELEVANTES A Escola Secundária Martins Sarmento apresenta, desde 2010, um novo aspeto, em consequência de ter sido intervencionada. A reconstrução do edifício traduziu-se numa estrutura claramente distinta do edifício antigo, do qual restam pouco mais do que as memórias. Porém a manutenção da fachada principal mantém a ligação entre o antes e o após a intervenção. A escola apresenta agora um aspeto mais contemporâneo, mais volumoso, com espaço para acolher mais alunos e está mais bem equipada do que anteriormente. O novo edifício, que apresenta um ar menos austero, dispõe de 10 laboratórios devidamente equipados, distribuídos em partes iguais por Biologia e Geologia e por Físico-Química. A Biblioteca é um espaço multifacetado, traduzindo-se num local aprazível para os alunos e onde o silêncio ajuda os mesmos nas tarefas escolares. Ao nível dos espaços específicos destacam-se, ainda, 3 salas de informática e 3 salas de multimédia com equipamentos adequados, além de um estúdio multimédia preparado para a fotografia digital e gravações de vídeo. Ao nível das Artes Visuais, o novo edifício proporciona 3 salas de Desenho e Geometria Descritiva, além de uma sala de Oficina de Multimédia e outra de Oficina de Artes, cujos equipamentos se coadunam com as respetivas funções. A escola dispõe atualmente de diversas áreas para a prática desportiva, assim como para a expressão corporal e dança, com destaque para 3 espaços fechados preparados para esse efeito. Destaque ainda para a cozinha pedagógica, modernamente equipada e que permite a lecionação de algumas disciplinas de caráter prático dos cursos de restauração. Além dos espaços específicos, a escola dispõe de 45 salas, todas equipadas com computador e ligadas à internet por cabo e/ou por wireless. Entre as diversas atividades proporcionadas pela escola, destacam-se a Rádio Escola, o Liceu TV, a Robótica, o jornal O Pregão e uma larga tradição associadas às Festas Nicolinas, além de outros clubes e projetos, cuja análise será feita em local próprio. •


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2.3. COMUNIDADE ESCOLAR • COMUNIDADE ESCOLAR

Pessoal docente

Masculino

Feminino

Total

Professores

37

61

98

Técnicos especializados

9

4

13

8

31

39

Cursos Científico-humanísticos

37

61

98

Cursos Profissionais

9

4

13

617

600

1217

Pessoal não docente Alunos

Total 2.4. OFERTA FORMATIVA • OFERTA FORMATIVA Cursos Científicohumanísticos

Artes Visuais Ciências e Tecnologias Ciências Socioeconómicas Línguas e Humanidades

Cursos Profissionais

Técnico Auxiliar de Saúde Técnico de Manutenção Industrial - Mecatrónica Técnico de Restauração – Cozinha e Pastelaria Técnico de Design- Design de Equipamentos Técnico de Qualidade- Calçado e Marroquinaria

Cursos EFA

Dupla certificação – Cozinha e Pastelaria

2.5. Protocolos e Parcerias As parcerias devem ser encaradas como organizações mais complexas e flexíveis de rentabilização de recursos, mobilização de competências e compromissos entre parceiros, cuja ação se alicerça em princípios éticos e organizacionais, com vista à expansão e qualidade da educação. Nesse sentido, a escola estabeleceu diversas parcerias e/ou protocolos, que se agrupam por áreas de intervenção, a saber: 30 parcerias de âmbito geral; 12 parcerias relacionadas com os diferentes cursos profissionais; 4 parcerias referentes aos cursos de Educação e Formação de Adultos

(EFA); 2 no âmbito do Xadrez; 1 relacionada com a Biblioteca e 1 com o modelo de autoavaliação Common Assessment Framework (CAF). Os protocolos e parcerias referidas visam os seguintes objetivos: melhorar o domínio social e ambiental; aceder a mais recursos; promover o trabalho em rede; promover o capital humano e social; melhorar a eficiência operacional da organização; promover a inovação organizacional; otimizar a formação e qualificação da comunidade educativa; melhorar a reputação e credibilidade.


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parte II Diagnóstico Organizacional Análise SWOT A análise SWOT visa efetuar uma síntese da análise do ambiente interno e externo e identificar os elementos-chave para a gestão e organização da escola, possibilitando o estabelecimento de prioridades de atuação. Nesta linha, efetuou-se uma identificação dos pontos fortes e dos pontos fracos (ambien-

te interno) e das oportunidades e ameaças percepcionadas no ambiente externo, de modo a permitir perceber o posicionamento da escola nos contextos em que se insere, como referencial para o estabelecimento de processos de melhoria sustentados e partilhados.

1. Ambiente Interno 1.1. Organização e Mecanismos de Garantia da Qualidade

Pontos Fortes

Pontos Fracos

Práticas de autoavaliação fundadas em dispositivos de acompanhamento e monitorização rigorosos.

Consolidação das modalidades de comunicação e diversificação dos contextos de interação com os pais/encarregados de educação.

Atividades educativas em regime de turno único. Rede de apoios educativos. Preparação dos alunos para os exames em horário extra-letivo. Cultura de envolvimento dos pais/encarregados de educação no acompanhamento dos seus filhos/educandos.


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1.2. Recursos Materiais e Parcerias Pontos Fortes

Pontos Fracos

Rede de parceiros da comunidade (instituições, empresas…).

Rentabilização de protocolos existentes Celebração novos acordos de cooperação ou de associação com outras escolas/Agrupamentos, Instituições de Formação, Autarquias e Coletividades. Orientação escolar e profissional.

Gabinete de Comunicação e Imagem. Gestão da imagem da escola junto da comunidade.

1.3. Pessoal Docente e Não Docente Pontos Fortes

Pontos Fracos

Disponibilidade dos assistentes operacionais para o exercício de várias funções em regime de voluntariado e em tempo não remunerado.

Sistematização de trabalho colaborativo. Qualidade do atendimento aos utentes dos serviços administrativos.

Disponibilidade dos docentes para o apoio aos alunos em regime de voluntariado e em tempo não remunerado.

1.4. Estudantes e Ambientes de Ensino/Aprendizagem Pontos Fortes

Pontos Fracos

Cultura assente em relações de afeto entre alunos, docentes e assistentes operacionais;

Atitudes e motivação intrínseca dos alunos. Deficiente expressão oral e escrita e de interpretação e produção de textos/documentos. Falta de hábitos e métodos de trabalho Desconhecimento dos procedimentos eficazes de aprendizagem. Incapacidade de seleção, interpretação, organização e aplicação da informação fornecida ou de que necessitam. Envolvimento e organização relativamente às tarefas solicitadas. Passividade intelectual e falta de autonomia.

Clima de espontaneidade, autenticidade e sentido de justiça. Envolvimento em atividades/projetos que contemplam uma interligação ao meio e à realidade quotidiana.


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1.5. Processos Pontos Fortes

Pontos Fracos

Sentido de pertença dos diferentes elementos da comunidade escolar.

Interdisciplinaridade que confira um sentido mais estratégico e coerente à ação educativa.

Organização de eventos, divulgação da oferta formativa e diversidade de atividades, clubes e projectos. Existência de um Gabinete de Apoio e Informação ao Aluno (GAIA1). Contributo da Biblioteca Escolar para as aprendizagens e para o sucesso educativo. Contributo da Biblioteca para a promoção das literacias da informação, tecnológica e digital. Contributo do Grupo de Projetos de Desenvolvimento Educativo (GPDE2) para a melhoria das aprendizagens e competências dos alunos. 1 Gabinete de acompanhamento individualizado de alunos nas várias dimensões do seu desenvolvimento, em estreita colaboração com o Diretor, os diretores de turma, os professores e os pais/encarregados de educação. 2 As atividades organizadas pelos projetos e clubes constituem-se como uma extensão dos currículos, operacionalizando, de um modo criativo e motivador, muitos conceitos, teorias e ideias. O Grupo de Projetos de Desenvolvimento Educativo tem promovido, nos alunos, um modo diferente de investigar, de saber e de agir junto das pessoas e instituições do meio envolvente.

1.6. Resultados Pontos Fortes

Pontos Fracos

Melhoria progressiva de resultados escolares, ao longo do ciclo de estudos.

Taxas de insucesso nos cursos profissionais em disciplinas da componente de formação específica. Taxas de insucesso em algumas disciplinas dos cursos científico-humanísticos – formação específica. Taxas de conclusão em três anos nos cursos científico-humanísticos.


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2. Ambiente Externo Pontos Fortes

Pontos Fracos

Riqueza do património histórico e cultural que pode ser utilizado como recurso em áreas curriculares e de complemento extracurricular.

Problemas ao nível da educação cívica, com inconsistentes referências éticas e morais. Imagem externa da escola que nem sempre corresponde à qualidade do trabalho realizado. Desvalorização do esforço e do trabalho escolares Insuficiente capital escolar de muitos encarregados de educação. Diminuição do número de alunos que optam pela escola nos cursos de ciências e tecnologias. Precariedade económica e social das populações num contexto de recessão. Representações sociais negativas sobre a realidade escolar e a docência. Dificuldade de adequação da oferta educativa às necessidades do mercado (em constante mutação e, portanto, de difícil previsão a médio e longo prazo). Falta de articulação e de sequencialidade nos currículos, a que acresce muitas vezes a extensão dos programas. Cortes orçamentais no Ministério da Educação e Ciência. Proliferação legislativa na área da educação que restringe a possibilidade de consolidar processos sustentados de mudança.

Existência de uma densa rede de iniciativas culturais (incluindo forte associativismo) que pode constituir uma fonte de potenciais parcerias. Alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano. Relacionamento institucional com a autarquia. Criação dos Centros de Qualificação e Ensino Profissional Alargamento das redes de agrupamentos de escolas. Viabilização do alargamento da rede de escolas com contrato de autonomia.


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parte iii ação estratégica No âmbito do que é o serviço público de educação de qualidade, considerando o reconhecimento e aprofundamento da autonomia, como garantes da equidade do serviço prestado, que visa a concretização do princípio constitucional da igualdade, na defesa de saberes, de valores e de competências fundamentais de cada aluno(a), enquanto pessoa singular e irrepetível, estabelecem-se os seguintes princípios que constituem o quadro de referência da Comunidade Educativa da Escola Secundária Martins Sarmento: 1. Princípios Orientadores No âmbito do que é o serviço público de educação de qualidade, considerando o reconhecimento e aprofundamento da autonomia, como garante da equidade do serviço prestado, na defesa de saberes, de valores e de competências fundamentais de cada aluno, enquanto pessoa singular e irrepetível, estabelecem-se os seguintes princípios que constituem o quadro de referência da Comunidade Educativa da Escola Secundária Martins Sarmento: • Princípio da universalidade: promover estratégias de sucesso educativo para todos, no respeito pela diferença que individualiza cada aluno; • Princípio da inclusividade: fomentar, através da organização e gestão da escola e das práticas educativas, da adequação dos programas disciplinares e não disciplinares, o sucesso escolar dos alunos, o combate ao absentismo, numa perspetiva alargada de inclusão;

• Princípio da integração: proporcionar aos alunos condições de aprendizagem de competências transferíveis para o desempenho de papéis profissionais, para uma compreensão do mundo do trabalho e para uma leitura crítica do meio envolvente, bem como para a construção de projetos de vida pessoais; • Princípio da educação para a cidadania: desenvolver a autonomia pessoal e o sentido da responsabilidade e da participação cívicas; • Princípio da autorregulação: promover e regular a aplicação de estratégias e metodologias de promoção da qualidade e do sucesso educativos através dos órgãos e estruturas de orientação educativa; • Princípio da produção/regulação do conhecimento: conceber, numa perspetiva ativa, a relação entre o sujeito e o objeto do ensino e da aprendizagem, colocando a tónica na problematização, pesquisa, manipulação, seleção e síntese dos conhecimentos, e não na sua mera transmissão ou acumulação; • Princípio da flexibilidade: adequar os currículos, os meios e os instrumentos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, tendo como finalidade a adaptabilidade ao contexto real do ensino e da aprendizagem; • Princípio do trabalho colaborativo: aprofundar hábitos de trabalho colaborativo com os diferentes agentes educativos, suportados em processos de liderança que se constituam como elementos de conceção, orientação, dinamização e monitorização desses mesmos processos;


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• Princípio da autoavaliação: adotar procedimentos de avaliação interna, nas suas múltiplas valências, que visem concretizar a elaboração de diagnósticos organizacionais atualizados, conducentes à sistematização e concretização de planos de melhoria e respetivas monitorizações; • Princípio da corresponsabilização: manter e reforçar soluções que passem pela participação efetiva nos órgãos sociais da escola, do pessoal docente, não docente, alunos, pais e encarregados de educação, no que concerne ao cumprimento da missão da escola numa sociedade democrática;

• Princípio da atratividade: fazer da escola um lugar de referência e um espaço acolhedor para os elementos da Comunidade Educativa; • Princípio da parceirização: estabelecer e rentabilizar parcerias com organizações/instituições que contribuam para a prossecução da missão da escola na comunidade, potenciando o trabalho em rede e a cooperação interinstitucional; • Princípio da intergeracionalidade: explorar a relação escola, família e comunidade na vertente intergeracional.

2. Prioridades e Linhas de Ação Com base nos pontos elencados na análise SWOT efetuada, e nos princípios que vão nortear o seu trabalho, a escola definiu prioridades para a sua ação educativa nos próximos três anos letivos. Inerente a estas prioridades está subjacente uma missão que pretende promover o saber em diferentes contextos e valorizar o

Prioridades

Dimensões

Desenvolver Ação educativa responsabilida des coletivas para a melhoria do sucesso educativo

SER, nomeadamente ao nível do SABER-APRENDER (Desenvolver responsabilidades coletivas para a melhoria do sucesso educativo - Fazer da escola um lugar de aprendizagens), SABER-SER (Promover a Educação para os valores e a cidadania), SABER-ESTAR (Consolidar processos de interação da escola com o meio).

Metas

Estratégias / linhas de ação

- Consolidar práticas de articulação curricular intra e interdisciplinar / departamental.

Abertura da sala de aula ao outro; produção colaborativa de materiais, partilha de ideias e de estratégias em reunião de pares planificação de estratégias e conteúdos; materiais e instrumentos.

- Incentivar os docentes à partilha de experiências letivas fomentando a colegialidade. - Consolidar apoios educativos.

Organização / coordenação / consolidação de práticas de monitorização da eficácia do apoio educativo.

- Sistematizar práticas de autoavaliação como fonte de regulação da ação educativa.

Aplicação de instrumentos específicos elaborados em grupo disciplinar.

- Consolidar rotinas de avaliação conducentes ao

Aplicação de testes e critérios de classificação similar ao exame


des coletivas para a melhoria do sucesso educativo

partilha de ideias e de estratégias em reunião de pares planificação de estratégias e conteúdos; materiais e instrumentos. Incentivar os docentes à : ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO : partilha de experiências PROJETO EDUCATIVO 2013-2016 • a letivas fomentando colegialidade. interdisciplinar / departamental.

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- Consolidar apoios educativos.

Organização / coordenação / consolidação de práticas de monitorização da eficácia do apoio educativo.

- Sistematizar práticas de autoavaliação como fonte de regulação da ação educativa.

Aplicação de instrumentos específicos elaborados em grupo disciplinar.

- Consolidar rotinas de avaliação conducentes ao sucesso na avaliação externa.

Aplicação de testes e critérios de classificação similar ao exame nacional.

- Adequar a dimensão dos instrumentos de avaliação sumativa ao tempo de realização dos mesmos.

Monitorização da dimensão/complexidade dos instrumentos de avaliação e o tempo disponível para a sua realização.

- Promover o desenvolvimento profissional do pessoal docente e não docente.

Organização de ações de formação orientadas para necessidades identificadas pelos agentes educativos.

- Fomentar a apropriação do saber por parte dos alunos (saber estar e saber aprender) fora do âmbito da aula.

Diversificação de espaços (devidamente apetrechados) que possibilitem a aprendizagem de forma mais holística3.

- Fomentar o envolvimento da família em atividades promotoras do sucesso educativo.

Realização de atividades, no âmbito do Plano Anual de Atividades (PAA) ou Direção de Turma, com envolvimento dos pais e encarregados de educação.

- Melhorar os resultados escolares relativamente às taxas de progressão e conclusão do ano anterior. - Melhorar os resultados escolares nos exames nacionais de modo a aproximá-los dos resultados nacionais. - Reduzir os níveis de abandono escolar relativamente ao ano anterior.

Utilização dos resultados do processo de autoavaliação da escola para potenciar melhorias internas (PAR4 e CAF5…).

3: Sugestão: estantes com livros e revistas para leitura informal; jogos de tabuleiro a requisitar na biblioteca. Processos de Organização de sessões de formação - Promover o 4: Projeto de Avaliação em Rede Aprendizagem (aos alunos) sobre metodologias de desenvolvimento de 5: Common Assessement Framework

capacidades psicossociais nos discentes6

investigação e organização de trabalhos.


- Melhorar os resultados escolares relativamente às taxas de progressão e conclusão do ano anterior. : ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO : PROJETOos EDUCATIVO 2013-2016 - Melhorar resultados • escolares nos exames nacionais de modo a Utilização dos resultados do processo aproximá-los dos resultados de autoavaliação da escola para nacionais. potenciar melhorias internas (PAR4 e - Reduzir os níveis de CAF5…). abandono escolar relativamente ao ano anterior.

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Processos de Aprendizagem

Promover a Educação para os valores e a cidadania.

- Promover o desenvolvimento de capacidades psicossociais nos discentes6

Organização de sessões de formação (aos alunos) sobre metodologias de investigação e organização de trabalhos.

- Consolidar hábitos de pesquisa e disseminação de trabalhos/investigação segundo os modelos adotados na escola.

Organização de sessões de formação orientadas para o saber-ser e saber-estar; saber-aprender e saber-fazer.

- Sistematizar práticas de autoavaliação como fonte de aprendizagem7.

Preenchimento de ficha de autoavaliação de processo e produto de forma regular.

- Promover comportamentos adequados ao contexto escola.

Sessões de formação sobre cidadania e comportamentos8; dar a conhecer aos Encarregados de Educação (EE) os direitos e deveres dos membros da comunidade educativa.

- Implementar práticas de educação pelos pares.

Envolvimento de alunos de anos subsequentes na correção de comportamentos e posturas dos alunos de anos anteriores.

-Fomentar práticas e técnicas de interacção (pares/ grupos pedagógicos) em contexto de sala de aula (regras de conduta). -Articular procedimentos comuns para o cumprimento do previsto no Estatuto do Aluno e no Regulamento Interno (RI).

Definição (em CP/-direção) das regras a veicular à comunidade através de reuniões (procedimentos diários (entradas e saídas de aula, atrasos, utilização dos cacifos…).

Articulação dos conteúdos ao meio - Promover aprendizagens Consolidar e utilização às práticas socialmente relevantes. 6: Sugestão:de projeto de apresentação; identificação; reconhecimento e monitorizaçãoenvolvente e avaliação de regular e sistemática de processos profissionais. estratégias de aprendizagem (início de ano/período; meio do período/ final de período). interação da 7: Documento comum ao grupo disciplinar. escola com o 8: A ocorrer nas primeiras semanas de aulas preferencialmente. Formalização e implementação de - Implicar as instituições/ meio. empresas no acolhimento dos parcerias. alunos para a realização de estágios profissionais ou


-Fomentar práticas e técnicas alunos de anos anteriores. de interacção (pares/ grupos pedagógicos) em contexto de : ESCOLA SARMENTO : sala deSECUNDÁRIA aula (regrasMARTINS de PROJETO EDUCATIVO 2013-2016 conduta). •

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Consolidar processos de interação da escola com o meio.

-Articular procedimentos comuns para o cumprimento do previsto no Estatuto do Aluno e no Regulamento Interno (RI).

Definição (em CP/-direção) das regras a veicular à comunidade através de reuniões (procedimentos diários (entradas e saídas de aula, atrasos, utilização dos cacifos…).

- Promover aprendizagens socialmente relevantes.

Articulação dos conteúdos ao meio envolvente e às práticas profissionais.

- Implicar as instituições/ empresas no acolhimento dos alunos para a realização de estágios profissionais ou outros.

Formalização e implementação de parcerias.

- Promover a escola na comunidade.

Organização de atividades9 dentro e fora do espaço escolar, envolvendo a comunidade escolar, EE e a comunidade social.

- Rentabilizar os protocolos/parcerias estabelecidos com as diversas instituições.

Concretização de protocolos com vista a: - proporcionar oportunidades de formação (docente e discente); - certificar competências; - contactar com a realidade profissional e cultural.

9: Sugestões: atividades de mostra da escola a jovens de outras escolas, Pais e Encarregados de Educação, recurso aos meios de comunicação social/página da escola/Liceu TV/Facebook ,“Dia da Escola”, “Escola Aberta”, para divulgação da escola e suas atividades; organização de atividades de âmbito mais disciplinar, como os laboratórios abertos (ciências e humanidades; cursos profissionais), organização de seminários, fóruns, mostras e outros.


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parte iV aVALIAÇÃO 1. Acompanhamento e Avaliação do Projeto Educativo de Escola No âmbito do Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de abril (alínea c), número 1, do artigo 13º), com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho, compete ao Conselho Geral “Aprovar o projeto educativo e acompanhar e avaliar a sua execução.” Este trabalho de avaliação do PE deverá ser feito por uma equipa de avaliação que criará os instrumentos mais adequados para o efeito e acompanhará a sua implementação. A avaliação deste documento estruturante tem como objetivo analisar o grau da sua implementação e refletir sobre os efeitos da sua aplicação nas práticas globais da escola. Atendendo à importância reconhecida à autoavaliação para qualquer instituição que caminhe em busca de uma melhoria efetiva, deve ser uma prática sistemática e plenamente participada por todos os agentes educativos. A sua importância centra-se, assim, no facto de ser um processo de regulação que permitirá uma observação crítica, conducente à mudança e melhoria de práticas individuais, com reflexos na performance da missão desta escola. Deve prever momentos de avaliação intermédia, no sentido de permitir avaliar a atualidade dos pontos identificados como mais ou menos fortes no momento de elaboração deste documento, tendo como finalidade adaptações e reajustamentos que possibilitem a elaboração de planos de intervenção e reestruturação do próprio projeto, e uma avaliação final, a ocorrer no término da vigência do PE. Assim, o desenvolvimento e a avaliação do PE distri-

buem-se pelas seguintes fases: 1. Implementação: 1.1. Divulgação do Projeto Educativo após a sua aprovação, através dos meios tradicionais, designadamente através da distribuição de exemplares em locais de consulta e da sua disponibilização na página Web da Escola. 1.2. Articulação com restantes documento estruturantes da escola (Projeto Curricular de Escola, Plano Anual e Plurianual de Atividades e Plano de Atividades da Turma). 2. Monitorização O acompanhamento e monitorização devem ser feitos tendo em conta os contributos das equipas de avaliação da escola, observando: 2.1. A Aferição do grau de consecução das linhas de ação definidas no PE; 2.2. A Articulação do Projeto com o Plano Anual de Atividades, Plano de Atividades da Turma, Clubes e Projetos; 2.3. A Atualidade das prioridades estabelecidas no PE. 3. Relatórios da Avaliação Os relatórios de avaliação tornarão possível a divulgação das conclusões à comunidade, que permitirão, por sua vez, às estruturas próprias valorizar e reforçar as boas práticas e corrigir outras menos conseguidas, numa perspetiva de reorientação de toda a prática educativa.


: ESCOLA SECUNDÁRIA MARTINS SARMENTO : PROJETO EDUCATIVO 2013-2016 •

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Estes relatórios funcionarão como ponto de partida para a reformulação do PE ao nível particular das suas linhas de ação, das metas nele definidas ou, ainda, a um nível mais geral, o das suas prioridades. Pretende-se, com a avaliação do PE, não o encerra-

mento de todo o trabalho nele preconizado mas o habitual recurso à reflexão, impedindo que o projeto cristalize e se desatualize (Barroso, 1992), numa busca incessante da melhoria da qualidade da nossa Escola. •

Referências Bibliográficas Artigos e livros citados: Atas da Direção da Sociedade Martins Sarmento, 1 de Outubro de 1917. Atas da Direção da Sociedade Martins Sarmento, 3 de Outubro de 1917. AZEVEDO, R., FERNANDES E., LOURENÇO, H., BARBOSA, J., SILVA, J., COSTA, L., NUNES, P. (2011). Projetos Educativos: Elaboração, Monitorização e Avaliação (Guião de Apoio). Lisboa: Agência Nacional para a Qualificação. BARROSO, J. (1992). Fazer da Escola um projeto. In R. Canário (Org.), Inovação e Projeto Educativo de Escola, pp. 17-55. Lisboa: Educa. Legislação consultada: Decreto-Lei nº 43/89, de 03 de fevereiro. Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de abril, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 137/2012, de 2 de julho (Regime Jurídico de Autonomia, Administração e Gestão das Escolas). Lei nº 46/86, de 14 de outubro (Lei de Bases do Sistema Educativo). Portaria n.º 265/2012, de 30 de agosto (Regras e procedimentos a observar quanto à celebração, acompanhamento e avaliação dos contratos de autonomia). Outros documentos: Secretaria de Estado do Ensino e da Administração Escolar (s/d). Contratos de Autonomia: Quadro de Referência: Secretaria de Estado do Ensino e da Administração Escolar. Lisboa: Ministério da Educação.


Este trabalho resultou da colaboração alargada dos docentes da escola, contando com a colaboração mais direta dos membros do Conselho Pedagógico e outros docentes representativos das diversas estruturas da escola: Ana Paula Martinho António Costa Carla Maria Menezes Cristiana Ferreira Lopes José Leite de Oliveira José Manuel Teixeira Luís Gonzaga Manuel Carlos Silva Maria do Rosário Sampaio Rosa Manuela Machado

Ana Maria Silva Domingos Machado Eurico Silva Frederica Sampaio Glória Manuela Machado Rosa Pereira Dinis

Contou ainda com a supervisão da Universidade do Minho, nas pessoas do Professor Doutor José Carlos Morgado e do Professor Doutor Fernando Guimarães.


Grafismo e paginação: José Faria

Alameda Prof. Abel Salazar 4810-247 Guimarães Tel.: (+351) 253 513 240 Fax: (+351) 253 511 163 web: www.esmsarmento.pt


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