UM DIA ESPECIAL
A minha querida Tatuí no Na tal é encantadora, com seu pin heiro enfeitado e suas ruas. Passo em casa com a mãe Es telita.
Meu pai coloca pisca-pisca no telhado e eu fiz um boneco de neve de papel e coloquei na porta da sala.
Na hora da ceia comemos ar roz, feijão com farinha.
Compramos um presente pa
meu pai, e eu e minha mãe não ganhamos, pois o dinheiro não deu para comprar.
Minha família é muito impor tante porque são muito amoro sos.
Desejo que neste Natal todas as pessoas estejam felizes reun idas em família como acontece em casa.
NAUGILLA
TATUÍ NO NATAL
O Natal aqui em Tatuí é lindo, as praças ficam lin das e todas enfeitadas e tem até cantatas de Natal.
É tudo superlindo, a minha família não comemora por causa da minha religião.
Mas mesmo assim eu, meus pais e meu irmão sempre vamos na casa dos meus avós. Nós sempre vamos nas praças para ti rar foto e quase todo ano eu e meu irmão ganhamos presente em casa ou na Praça da Matriz.
Mesmo eu não comemo rando eu acho que o Natal é uma coisa que é para ter minar com chave de ouro e com toda família reunida.
ISABELLE CAMARGO
SANTANA
11 anos - 5º ano
Emef “Eugênio Santos”
Professora: Aline Duarte
Como começar a explicar como é Tatuí no Natal? Bom, Tatuí, a lin da cidade da música. Ok! Isso todo mundo (morador daqui) deve sa ber.
Mas, como fica Tatuí no Natal? Bom, temos o “Pinheirão”, como é mais conhecido. Esse “patrimônio” da cidade já é enfeitado há 59 anos, essa linda árvore já teve 50 metros de altura, chegando a ser a maior do Brasil; mas, infelizmente, um raio a atingiu e a deixou pela metade. Mas, muita coisa mudou e, desde então, mantemos a tradição de en feitá-lo durante todo esse tempo.
Todo cidadão já tirou uma foto em frente à árvore uma vez na vida... Você também deve saber que nos so Conservatório é considerado o maior da América Latina e, no fim do ano temos o “Natal Musical”, que tem esse nome com o intuito
de valorizar o título do nosso mu nicípio, de Capital da Música.
Esse “Natal Musical” traz, ao pú blico, canções que representam a celebração e a esperança, por meio da vida. Apresentam-se diversos agrupamentos, coros, músicos e cantores da cidade e região. Com uma programação dedicada ao es pírito do Natal.
“A Vila de Natal”, na praça Mar tinho Guedes, conhecida como Pra ça da Santa, é onde temos a casa do Papai Noel, com uma decoração mágica, natalina.
Em Tatuí, temos vários pontos turísticos, totalmente decorados com o espírito do Natal que, se você vier a conhecer, tenho certeza de que irá gostar.
Esses e muitos outros pontos você pode visitar, curtindo o clima na talino. Venha aproveitar!
ESTRELA DE TATUÍ
Sentado na calçada Um estrelado eu vi Mais que depressa Me coloquei a seguir.
Estava longe de casa, Mas não parava de sorrir. Estava encantado, Com o mais belo Pinheirão de Tatuí.
Que um dia da história Foi marcado e lembrado Como o maior daqui, Desta terra docemente musical Com seu nome, Tatuí.
MAYKON ALVES DA SILVA
14 anos
Professora:
AQUELA VÉSPERA DE NATAL
Que saudades que tenho Daquele dia da minha vida! Daquela véspera querida,
Que os próximos não serão iguais. Que amor, que sonho, que alegria, Aquela noite linda. Esperando pelos presentes Ao lado da fogueira.
Que sonho, que noite, que vida, Que noite de melodia! Com aquela linda alegria E o dia a voar.
O céu bordado de estrelas, A Praça da Santa cheia, As famílias em ceia, E todas a se ajudar
Dias de alegria Véspera de Natal. Que doce essa data é Rodeada de muita fé.
Em vez de tristezas, agora Prefiro lindas alegrias No nascimento de Cristo, Com todos a cantarolar.
REPORTAGEM
As escolas públicas de Tatuí “do minaram” a 26ª edição do Concurso Artístico e Literário de Natal, pro movido pelo jornal O Progresso de Tatuí. Em 2021, elas faturaram todos os prêmios oferecidos para es tudantes do ensino fundamental.
O certame é realizado nas modali dades desenho e redação, em nível municipal, e aberto à participação de escolas das redes pública e par ticular.
Neste ano, os oito trabalhos vence dores foram produzidos por crian ças e adolescentes que frequentam o ensino gratuito. Das unidades com estudantes premiados, duas delas tiveram mais de um escolhido: a Emef (Escola Municipal de Ensi no Fundamental) “Professor Firmo Antônio de Camargo Del Fiol”, com dois desenhos premiados; e a Escola Estadual “Fernando Guedes de Mo raes”, com um vencedor na catego ria desenho e outro em redação.
As demais unidades com alunos do ensino fundamental (do primeiro e segundo ciclo) contemplados são: as Emefs “Sarah de Campos Vieira dos Santos” e “Eugênio Santos” – ambas no centro; “Professor Mauro Antô nio Mendes Fiusa”, no Residencial Astória; e “Alan Alves de Araújo”, no bairro Tanquinho.
Lorena de Camargo Miranda, de 7 anos, está entre as vencedoras na categoria desenho. A menina é alu na do 2º ano do ensino fundamental da “Firmo Antônio”, no Jardim Pla nalto, e conta que buscou inspiração no Natal em família.
“Fiz uma árvore com bastante en feite. Coloquei tudo o que eu amo muito no Natal, que é quando as pessoas ganham muitos presentes”, descreve.
Para a tarefa, a estudante teve su porte da equipe da escola e incenti vo da família. O pai, Márcio Teixeira Miranda, conta que a menina gosta muito de pintar. “Ela sempre está pedindo um caderno para fazer de senhos e quer que eu desenhe com ela. Aliás, sempre digo que ela dese nha melhor do que eu”, brinca.
Apesar de estar acostumada a exercer a criatividade em casa, na companhia dos pais, e na escola, sob orientação de professores, Lore na nunca havia participado de uma disputa com outras crianças.
Ela conta que decidiu se inscrever a partir do incentivo escolar. “Nun ca desenhei para um concurso e não pensei que ganharia, mas, quando soube que venci, fiquei muito feliz”, relata.
Como reconhecimento, Lorena re cebeu o prêmio de R$ 300 das mãos de Fábio Rogério Vieira, diretor-ge ral do Hotel Del Fiol. Ele explica que a empresa, patrocinadora da inicia tiva do jornal, sempre esteve enga jada com a cultura.
“Historicamente, a família funda dora tem músicos em todas as gera ções. Por isso, o grande apreço pela cultura. Além do mais, os proprietá rios eram estrangeiros. E os estran geiros se apegavam em alguns valo res para sobreviver. A cultura, por meio da música, foi o diferencial”, argumenta o diretor-geral.
Segundo ele, o hotel colabora com todos os eventos da cidade, entre os quais, os esportivos, os religiosos e os turísticos com enfoque no aspec to cultural.
“Somos parceiros do jornal há muitos anos porque, sobretudo, ele tem uma proposta de valor muito interessante, porque consegue pre miar o trabalho da criança, incenti vando-a e despertando nela o desejo de querer continuar”, diz.
Vieira explica que o prêmio, apesar de ser em dinheiro, é simbólico, pois funciona como uma motivação para os vencedores continuarem a estu dar, se aprimorarem ou mesmo vis lumbrarem um caminho a seguir no futuro. “O trabalho do jornal é uma iniciativa que nós louvamos, e va mos estar sempre juntos”, pontua.
Outro parceiro – este desde a pri meira edição - é o empresário Acas sil José de Oliveira Camargo Júnior, que oferece, tradicionalmente, duas premiações aos vencedores, por meio do Colégio Objetivo.
Neste ano, elas ficaram a cargo da coordenadora pedagógica Patrícia Estanagel, responsável por receber
duas alunas vencedoras na catego ria desenho: Alice Cândido Correa, de oito anos, e Susana Orsi Clarete, de dez anos.
Alice venceu entre os estu dantes de 3º e 4º ano, com trabalho retra tando um tatu, um Papai Noel e uma árvore de Natal enfeita da com muitos presentes e um pisca-pisca.
“Minha ideia central era co locar todas as referências do Natal em Ta tuí”, explica a aluna do 3º ano do ensino fun damental da Emef “Sarah de Campos”.
O resultado chamou a atenção do júri e surpreendeu a própria autora, que já havia participado de outras edições do certame de O Progresso de Tatuí. “Eu não esperava ganhar. Claro que fiz o dese nho pensando em vencer, mas achava que se ria só para par ticipar”, conta.
A professo ra Ana Cláudia Cândido Silvei ra, que instruiu Alice, no entan to, diz que não esperava menos que a vitória.
Ana Cláudia re lata que a estu dante é muito dedicada, par ticipativa e tem se destacado na realização de tarefas. Contudo, nes te ano, ela conta que precisou ado tar um novo formato de trabalho junto aos alunos, para permitir que pudessem se expressar melhor.
Por causa da pandemia, Ana Cláu dia permitiu que os alunos levassem o de senho para ca sa. Em geral, a professora diz que prefere que as crianças pro duzam todo o trabalho na au la de artes, pela oportunidade da orientação e de forma a pos sibilitar que eles não desviem dos critérios es tabelecidos no regulamento.
Em 2021, por causa da sus pensão do ensi no e da retomada gradual das aulas, os estudantes puderam também tra balhar a criatividade no ambiente familiar. “Achei o resultado bacana, porque isso aumentou a interação das crianças com os pais”, avalia.
Segundo a professora, o concurso do jornal também contribuiu com o processo de reintegração escolar. A aber tura do certa me coincidiu com a retomada das aulas pre senciais para 100% do alu nado, unindo e estimulando, por meio de re conhecimento, os estudantes a se expressarem em desenhos e redações.
Durante o pro cesso de produção, Ana Cláudia diz que os estudantes fazem mais que interagir entre si: eles ajudam uns
aos outros e, na premiação, come moram a conquista de um colega.
dança na maneira de escrever, de pintar”, conta.
Susana Orsi Clarete, aluna da Emef “Fir mo Del Fiol”, é exemplo de co mo concursos iguais ao pro movido pelo bissemanário influenciam os estudantes de forma a permi tir o desenvolvi mento intelec tual e motor.
sa parceria é muito bacana”, afirma. Brenda Raíssa Gonçalves de Cam pos, de 13 anos, aluna do 8º ano da “Fernando Guedes”, viu no concur so uma chance de aprimorar os tra ços.
A estudante venceu na categoria mais disputada, a de desenho que reúne alunos dos últimos três anos do ensino fundamental (7º, 8º e 9º), chamando a atenção de jurados (re portagem nesta edição). A adoles cente, que tem “mania de concur sos”, desenha desde criança e já é reconhecida pelos colegas e profes sores.
Além disso, ela explica que o vence dor passa a ser referência. “Toda a classe fica contente quando um alu no é premiado”, descreve.
“Como professora, fico muito feliz,
Vencedora na categoria de senho que reú ne crianças do 5º e 6º ano, ela menciona já ter participado de outras disputas, mas nunca ter vencido. Neste ano, por ter conhecimento de téc nicas e sob orientação da professo ra Ellis Regina Prestes Barbosa, ela venceu.
Na unidade em que estuda, Bren da assina ilustrações de um livro, a convite da professora da sala de lei tura, Cleusa Elias Correa Fidêncio de Oliveira.
porque todo ano eu tenho um aluno vencedor. Além disso, o concurso é um incentivo muito grande para eles”, acrescenta.
Ainda no campo do ensino, Renata Ribeiro Alves Berlofa, coordenado
A estudante desenhou o core to da Praça da Matriz, palco de várias atra ções natalinas e local de gran de concentra ção de pessoas nesta época do ano. “Quando a professora falou que era para fazer so bre o Natal em Tatuí, mas que não poderia ser algo da minha casa, tinha que ser um local, eu me inspirei na Matriz, que é aonde eu ia, mas não vou mais por causa da Covid-19”, conta.
Para a coordenadora pedagógica do Objetivo, Patrícia Estanagel, que entregou a premiação para as alu nas, o concurso exerce esse efeito nas crianças, pela chance de ter o re conhecimento.
“Naturalmen te, as crianças gostam de dese nhar, algumas, de escrever. Mas, quando elas desenham ou escrevem pa ra um concurso, ficam mais en tusiasmadas, querem fazer com capricho. E isso é mui to bom, porque gera uma pro dução incrível”, ressalta a edu cadora.
No Concurso de Natal, ela partici pou sob a orientação do professor Edson Aparecido Pinto. “Na escola, nós incentivamos todos os alunos a participar, a escrever, a desenhar, mas a Brenda tem um trabalho bas tante original”, conta a educadora. Brenda já teve trabalhos inscritos em disputas dentro e fora de Tatuí. Entre as competições, o “Cartaz da Paz”, promovido pelo Lions Clube da cidade, e um concurso realizado pela Derita (Diretoria de Ensino da Região de Itapetininga).
Em nível municipal, o concurso de O Progresso de Tatuí é o primei ro no qual a estudante desponta e é premiada. A entrega ficou a car go da empresária Cristiane Lisboa, proprietária da Cris Lisboa Estética Avançada, que parabenizou Brenda e reforçou o compromisso de seguir como colaboradora da ação do bis semanário.
“Nós entramos nessa parceria por que entendemos que é importante incentivar, não só com o prêmio, mas com o certificado, as artes e a literatura”, inicia.
Cristiane explica que a entrega é um momento especial, no qual o aluno ou a aluna premiada tem o esforço realmente reconhecido. “O prêmio em dinheiro é importante, porque a criança pode comprar um papel, um lápis para desenhar, mas o real sentido é o estímulo ao desen volvimento e ao talento”, diz.
Para a gerente da unidade do Habib’s, Maria Gisele Sebastião, o sentido do concurso é exatamente o reconhecimento. Segundo ela, a empresa acredita no potencial das crianças, não fazendo distinção en tre meninos e meninas, categoria a ser premiada e se o vencedor ou vencedora é de escola pública ou particular.
“Nós temos muitas parcerias nes se sentido, com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e alunos de escolas da cidade que arrecadam lacres de alumínio para aquisição e doação de cadeiras de rodas”, acrescenta.
Independentemente do tamanho do projeto, “a filosofia da unidade é de apoiar ações que influenciem a sociedade de maneira positiva”.
ra da “Sarah de Campos”, diz que o concurso ajuda o aluno a evoluir nos estudos.
Isso é notado, principalmente, quando os professores comparam o desempenho dos estudantes que
Embora o nú mero de ven cedores seja restrito (são oito pre miados, sendo quatro em redação e quatro em desenho), Patrícia avalia que o concurso sempre alcança um de seus principais objetivos: a qua lidade.
Segundo ela, quando o estu dante participa várias vezes, ele próprio perce be a melhoria e, com o estímulo certo em sala de aula e em casa, tem a chance de vencer no ano seguinte.
“Isso desper ta nas crianças aquela vontade de participar, de fazer com ca pricho, de fazer o melhor possí vel. Realmente, é muito bacana.
“Nós temos todo um cuidado e um olhar diferenciado para as crianças. Possuímos um espaço de festa que não cobramos, o projeto ‘Minichef’, no qual trazemos a criança para a cozinha, ensinando a fazer uma esfi ha, aprendendo todo o processo ar tesanal de preparo da massa, aber tura, recheio e o cozimento no for no”, conta.
“Nesse sentido, o concurso é um trabalho complementar que desen volvemos”, observa a gerente, res ponsável por premiar a aluna Nau gilla Aluany Santana, de oito anos, vencedora na categoria redação en tre alunos do 1º, 2º e 3º ano.
Estudante da Emef “Mauro An tônio”, Naugilla produziu um texto incentivada pela professora Luiza Sílvia de Almeida Lopes. “Eu me inspirei em coisas bem legais, que acontecem na minha família na época do Natal. Nós nos reunimos, enfeitamos a casa e realizamos pas seios”, explica a vencedora.
participaram da disputa em mais de um ano. “Isso é muito importante, porque é possível notar uma mu
Nós consegui mos ver uma mobilização para o trabalho, e o jor nal consegue fazer isso na forma do concurso. Então, colaborar e ter es
Como todos os inscritos, a menina recebeu apoio da unidade de ensino municipal para concorrer. A aluna explica que a professora apresentou a proposta assim que a escola rece bera o convite e diz que, no come ço, não estava confiante na vitória. “Não achava que conseguiria, mas a professora me disse que eu deveria
tentar”, recorda.
A mãe dela, Estelita Belarmino da Silva, ficou surpresa com o prêmio, embora Naugilla seja bastante apli cada nos estudos, obediente e goste de ler e escrever.
“Ninguém ganhou um prêmio na minha família. E ela participou pela primeira vez e já venceu. Nós esta mos sempre a incentivando a apren der, para que seja uma pessoa me lhor no futuro”, acrescenta.
Quem também vê no concurso uma ferramenta de estímulo é Talita Antunes Camargo Santana. Mãe da pequena Isabelle Camargo Santana, de 11 anos, ela explica que a menina passa a ser referência para o irmão mais velho, de 15. Isso porque Isa belle é a primeira pessoa da família a conquistar uma premiação.
“Ela é uma ótima filha e uma aluna excelente. Ama estudar, é carinho sa e muito amorosa. Gosta de ler de tudo um pouco e é muito aplicada”, descreve a mãe.
Isabelle, aluna da Emef “Eugênio Santos”, produziu texto contendo um olhar diferenciado sobre o Na tal. A família dela não celebra o dia 25 de dezembro em função da re ligião seguida. Em vez de escrever sobre a data e as celebrações em si, simbolizadas pela troca de presen tes, decoração especial e a monta gem de árvore, a menina optou por relatar como é esse período do ano para ela e a família.
O empenho foi reconhecido por Aristides Ferreira Filho, proprietá rio do Palácio do Sorvete. “Nós esta remos sempre com o jornal porque queremos continuar dando impor tância para as escolas, para o apren dizado, o que significa a abertura de novas possibilidades para as crian ças”, afirma o empresário.
Ferreira Filho acrescenta que, co mo incentivadores, todos os patro cinadores não fazem distinção entre os premiados. Conforme o empre sário, a meta dos envolvidos é fazer com que os alunos participem, ga nhem confiança, possam interagir mais, passem pela experiência de competir em uma disputa ampla –com alunos de outros anos e unida des – e sejam estimulados a apren der.
Com 12 anos, Kamilly Vieira Cas tilho, do 7º ano da “Fernando Gue des”, sabe bem o significado de re ceber apoio. Vencedora na categoria redação, entre os alunos do 6º e 7º ano, a estudante conta ter relutado em participar do concurso.
“Não estava muito a fim de escre ver, mas a professora falou que eu tinha muita chance, porque gosto de escrever e ler. Ela me inspirou, me incentivou a concorrer, e hoje eu sou muito agradecida por isso”, diz.
No texto, a estudante incluiu pon tos turísticos do município, como o Pinheirão, na praça Martinho Gue des (Praça da Santa), e o coreto da Praça da Matriz.
“Pensei em escrever sobre o que eu gosto de fazer, que é juntar a família para comemorar o Natal, e incluir os pontos turísticos da cidade, onde costumamos frequentar. Gostamos de tirar foto e ouvir coros musicais”, explica.
Patrícia Aparecida Vieira Castilho, mãe da estudante, ficou orgulhosa do desempenho da menina. “Tenho mais três filhos, um de sete, um de dez e um de seis anos. A Kamilly é a mais velha e espelho para os irmãos. É uma menina maravilhosa e que se dedica muito aos estudos, me sur preendendo sempre”, relata.
Em casa, a adolescente é estimula da a ler livros e revistas, sozinha ou na companhia dos irmãos. “Ela tem quase que uma biblioteca de tanto que compramos obras”, conta.
Kamilly venceu em redação com a orientação de Gislaine de Almei da Tavares Fogaça, professora de língua portuguesa que comemorou com a aluna a vitória no concurso de Natal. “Conheço a iniciativa há mui tos anos, mas essa é a primeira vez que uma estudante minha consegue ganhar o prêmio”, conta.
Segundo ela, os professores veem a premiação como uma coroação ao trabalho desenvolvido. Isso porque os educadores, primeiro, leem o re gulamento com os alunos; depois, explicam como eles devem aplicar as regras, quais elementos criativos podem utilizar e o que os trabalhos não devem conter.
“Natal envolve uma série de coisas: a família, presentes, amigos. Então, primeiro, a orientação é que os alu nos foquem em Tatuí, porque, do contrário, vão aparecer elementos que não têm nenhuma relação com
a cidade”, explica. Depois, os professores passam a orientar sobre regras que coinci dem, por exemplo, com o conteúdo programático das disciplinas. Gislaine conta que o concurso auxilia na fixa ção das aulas porque permite aos alunos saí rem das apos tilas.
“Assim, nós trabalhamos os tópicos da ementa de uma maneira dife rente, lúdica, pois os alunos ficam mais li vres para es crever. É bem incentivador”, aponta.
Para a vice -diretora da unidade, Elaine Silvério Meira, iniciativas como a do jornal são sempre bem-vindas. Se gundo ela, da perspectiva educacio nal, o concurso cria nas crianças e adolescentes o desejo de participar, de escrever e desenhar, pelo fato de que faz, publi camente, o re conhecimento dos talentos.
“Eles já es crevem e dese nham em sala de aula, em ca sa, mas isso fi ca só para eles. O concurso vem como uma forma de re conhecimento geral, e é mui to aguardado pela comuni dade escolar, por existir há tantos anos”, acrescenta.
“Além disso, o resultado deste ano serve para valorizar as escolas públicas, para mostrar o potencial que o ensino gratuito também tem”, emenda.
A valorização do aluno e da comu nidade escolar (que envolve profes sores, coordenadores e diretores) é um ponto fundamental, conforme destaca Rosana Miranda Ga lhego Fernan des, responsá vel pela entre ga do prêmio a Kamilly.
A empresária, que é proprie tária da Mari cota Calçados, enfatiza que a loja patrocina a iniciativa do jornal por acre ditar na impor tância do con curso.
“A Maricota é uma apoia dora incondi cional porque agora, mais do que nunca, nós es tamos vendo o quão fundamental é o incentivo para os alunos que fica ram afastados da escola, do seu ru mo normal, como aconteceu com a grande maioria da população”.
“E o concurso é realizado em um momento em que os estudantes pre cisam e estão sendo estimu lados a estu dar”, ressalta a empresária.
Rosana acres centa que, ao oferecer a pre miação, os co laboradores estão, por meio do jornal, con tribuindo dire tamente para a redução da evasão escolar.
“Nós ficamos sabendo dessa situação muito preocupante e, com o intuito de ajudar, de estimular os alunos a continuarem os estudos e na escola, nós seguimos firmes, como colaboradores de O Progresso de Tatuí e do ensino”, frisa.
Professora por formação, Rosana tem um olhar especial para a edu cação. Atuou por anos na rede mu nicipal e estadual. Como empresá
quei muito emocionada quando soubemos do resultado. O Maykon é a primeira pessoa da minha família a ganhar um concurso”, conta a mãe.
“Ele tinha co mentado que havia feito um texto, mas não que estava con correndo. En tão, quando soubemos, foi uma surpresa muito boa. Ele nem acredi tou, no primei ro momento”, acrescenta.
de língua portuguesa da Emef “Alan Alves”, Gisele Almeida Machado de Andrade.
Embora incomum, o haicai é um dos muitos gêneros textuais traba lhados pela educadora em sala de aula. “Eu tinha acabado de apre sentar o conteúdo, explicando a ori gem e o formato, quando o Maykon perguntou se poderia escrever des sa maneira. Eu pesquisei no regula mento e vi que ele poderia produzir independentemente do gênero. E ele foi bem criativo”, avalia.
ria, direciona parte do trabalho em apoio a ações voltadas à melhoria do ensino. “Acredito que a única forma de mudarmos a vida das pessoas é através da Educação”, sustenta. Rosana ainda destaca que, embora
Quem tam bém se emo cionou com a entrega foi a tia, Meire Alves Pinto. Segundo ela, ao se apro ximar de ini ciativas como o Concurso de Natal, o jovem se afasta de “bagunça, bebedeira e drogas”.
“Ele não está nesse caminho. Ao contrário, está mostrando que o es tudo compensa. Eu, por exemplo, fui reprovada três vezes em redação em um con curso. Mas, ele gosta, é inteli gente, estuda. Ele está no ca minho certo e vai chegar aon de quiser”, pro jeta.
O haicai é um gênero de poesia com forma fixa: possui três versos e, na sua versão tradicional, não tem rima. Maykon optou por rimar os versos, criando um texto com início (introdução), meio (desenvolvimen to) e fim (conclusão).
“Achei que, dessa forma, eu teria mais chances de vencer”, explica o estudante, que já tem familiarida de com a escrita. Ele produz fanfics, ou fanfiction, uma narrativa ficcio nal escrita por fãs de livros, filmes e séries.
Com a premiação logo na estreia no mundo da escrita, Maykon come ça a fazer planos para o futuro, mas sem compromisso. A ideia é publi car os trabalhos de ficção.
“Ele é um aluno bastante esforça do e de destaque”, afirma a profes sora Gisele Almeida, responsável pela orientação, instrução e por in centivar o adolescente a concorrer.
“Ele havia faltado na aula no dia que falei sobre o concurso. Na aula se guinte, sabendo da capacidade dele, fiz questão que participasse”, relata.
o prêmio não seja o objetivo prin cipal, ele permite aos alunos e suas famílias terem um Natal mais feliz. “É um valor que as crianças podem usar em benefício próprio, mas é só um símbolo. O mais importante é saber que elas escolheram um bom caminho para seguir”.
Para o ven cedor, o sen timento é de realização. Maykon conta que ganhar um concurso em texto é especial, principalmente porque, apesar de ter nascido em Tatuí, ele não cresceu no município. Os pais residiram em muitas cidades do estado de São Paulo, voltando a Tatuí em 2019.
Com a pandemia, o adolescente vi veu apenas uma experiência natali na no município. A opção dele, en tão, foi criar uma história baseada na lembrança mais recente, de for ma a permitir ao leitor viven ciar, na imagi nação, a “ma gia do Natal”.
O coordenador pedagógico Lucas Vedeschi avalia que o desempenho do aluno desencadeia uma sucessão de eventos positivos, a começar pelo envolvimento dos professores, que são orientados a convidar os estu dantes a partir da carta-convite.
As instruções são passadas para os docentes nas reuniões de HTPC (ho rário de trabalho pedagógico coleti vo), junto com o suporte. Depois, os alunos são convidados a colocar em prática o conhecimento transmitido ao longo do ano e a colaborar entre si para a conclusão do trabalho.
Por fim, o resultado provoca im pactos positivos tanto nos alunos como nos educadores. Entre os es tudantes, o coordenador diz que há melhora da autoestima e um senti mento de que é possível competir com estudantes de várias unidades – mesmo particulares – e vencer! Entre os educadores, há o reconhe cimento da orientação.
Michela Alves Pinto, mãe de May kon Alves da Silva, primeiro lugar na categoria redação entre os alu nos do 8º e 9º ano, não só concorda como ratifica as palavras de Rosa na. Segundo ela, o concurso garan te que o adolescente “permaneça no caminho correto”. Maykon é o único
O persona gem principal é um menino que vê uma es trela cadente, resolve segui -la e é guiado até o Pinhei rão, na pra ça Martinho Guedes (Pra ça da Santa). Lá, contempla a árvore que abriga, no mês de dezembro, a programação cultural. O texto termina com uma menção à tradição musical de Tatuí.
“A população toda acaba passan do pela praça durante o período do Natal. Então, busquei na minha lembrança relacionar o texto com a minha primeira comemoração aqui.
Foi uma experiência muito boa, má gica, até”, des creve.
Maykon diz que o objeti vo do texto é provocar uma reflexão em quem lê, evi denciando o espírito de união. “Natal e Ano-Novo sempre foram as datas que pesam para todas as famí lias. E eu quis destacar isso”, justifica o ven cedor.
“Todo ano, os alunos e os profes sores ficam aguardando pelo con curso. Eles já sabem que vai acon tecer. E quando nós, que temos 770 alunos ao todo, temos estudantes premiados, é incrível. Isso mostra que uma escola de comunidade, que nem sempre é vista com bons olhos, trabalha, e trabalha bem!”, ressalta.
Cristiane de Oliveira Teles, da Personal Pharma, acrescenta que o concurso tem outra característi ca fundamental: a de estimular os empresários a contribuírem com o desenvolvimento de novos talentos, unindo cultura e incentivo à educa ção.
“Nós temos essa preocupação com todos, de modo geral, principalmen te, pensando na questão do ensino e desenvolvimento, de estimular os estudos e cuidar das pessoas”, frisa. Segundo a empresária, para a Per sonal Pharma, a ação de apoio sim boliza um agradecimento à popula ção pela confiança na empresa. “Se não fossem as pessoas, a fidelidade que elas têm no nosso trabalho, com certeza, não teríamos chegado até aqui. Em janeiro de 2022, nós fare mos 20 anos”, contabiliza.
Como todos os patrocinadores, Cristiane faz questão de entregar o prêmio pessoalmente ao aluno ven cedor. Neste ano, ela transmitiu o valor a Maykon, que esteve acompa nhado da família e professores.
“Esse ato proporciona valor ao tra balho do estudante, mas também é uma possibilidade de ele comemo rar com a família o Natal de uma maneira diferente”, observa.
Segundo a empresária, o encerra mento dos trabalhos do concurso –que começam em setembro e termi nam em dezembro – também tem um significado especial.
homem de uma família com quatro filhos.
“Ele tem uma responsabilidade maior, de ser exemplo. Por isso, fi
Para atingir a meta, o estu dante optou por um gênero textual diferente. Escolheu o haicai, con siderado não usual para a geração dele, conforme explica a professora
“Esta é uma época do ano em que todo mundo está mais emotivo, sen sível, sensibilizado. Além disso, nós tivemos um ano difícil, por causa da pandemia, com inúmeras perdas, de familiares, de pessoas queridas. En tão, a premiação vem para dar um novo ânimo a todos”, conclui.