Jorge Rizek - 30 anos de colunismo social

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Agosto de 2014 – Encarte do jornal O Progresso de Tatuí – Não pode ser vendido separadamente

EDIÇÃO ESPECIAL DE 188 ANOS DE TATUÍ

JORGE RIZEK

30 anos de colunismo social




rizek 30 anos | editorial

T

Três décadas. Trinta anos que marcaram transformações sociais, de comportamento e tendências em Tatuí. Muitos créditos para uma única pessoa? Não quando se trata de Jorge Rizek. Colunista social do jornal O Progresso de Tatuí, Jorge Roberto Rizek nasceu tatuiano e atua de forma efetiva em várias áreas. Sua atuação é registrada nas páginas do periódico há 30 anos, a serem completados em setembro de 2014. Turismólogo de formação, produtor de eventos por aptidão, ativista social por paixão. Na cidade de Tatuí, Rizek criou e transformo u conceitos e, por meio disso, boa parte do comportamento da sociedade. A constatação ocorre em parte por meio da publicação desta edição especial de O Progresso em Revista, concebida como material comemorativo de seus 30 anos de colunismo social. Mas, durante as pesquisas e entrevistas, transformou-se em uma revista de comemoração à própria pessoa do colunista. O falecido artista plástico e professor Josué Fernandes Pires, autor de frases célebres, ditas com a simplicidade dos verdadeiros sábios, costumava destacar: “Não importa o que você faça, faça bem feito; é muito mais gratificante passar por este mundo para fazer alguma diferença do que ser mero número estatístico”. Rizek casa com a frase da mesma forma que música com a cidade de Tatuí. Esta edição busca apresentar algumas das realizações pessoais do tatuiano, filho da porangabense Lázara e do chileno Jorge, que trouxeram transformações na imprensa, na sociedade, na produção de eventos de toda a cidade. As melhores festas, os melhores eventos, as notícias em primeira mão e uma certa obsessão pela cidade de Tatuí fazem de Rizek uma figura única e importante no desenvolvimento do município. Afinal, quem é que mora em Tatuí e nunca (nunquinha) frequentou um evento produzido por Rizek? Ou nunca foi a um evento cívico organizado por ele? Ou, então, que nunca tenha ouvido falar sobre suas ações memoráveis? As noites no Tro-lo-ló, no 8 ou 80, no 567. As inaugurações de empreendimentos imobiliários, as festas itinerantes, os grandes bailes, os casamentos, as ações cívicas, os apoios a artistas locais, as críticas à sociedade, os resgates de tradições... as novas ideias. Muitos créditos para uma única pessoa? Provavelmente, ainda faltarão páginas para relembrar e registrar um ou outro evento...

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O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)



índice

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O musical, o homem de fé Reprodução da primeira coluna social O ácido, o combativo: colunista social

32 39 52 56 ‘Entrei na política para fazer mais pela cidade’ Casamentos Depoimentos 74 Vera Holtz 78 Mário Edson 80 Ana Isabel Azevedo Macedo 83 Luís Duarte 85 Marisa Vieira Grandino 86 Cimira Cameron 88 Luiz Antonio Voss Campos

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Agradecimentos

Evolução do colunismo Uma revolução na noite Grupo Tro-lo-ló incluía 8 ou 80 e 567 35 anos de Carnaval



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rizek rizek 3030 anos|pela anos | a sociedade palavra

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30 ANOS

tempo passou sem que eu percebesse. Foram 30 anos... E aqui estou, celebrando junto com a equipe de O Progresso de Tatuí. Quando comecei, meu projeto era escrever o que os semanários da cidade não contavam. Queria mostrar o outro lado da notícia, ou certos acontecimentos que não estavam nas editorias jornalísticas. A primeira coluna social foi publicada em setembro de 1984. O convite veio do amigo Ivan Gonçalves, que acabara de assumir o jornal da família Ortiz de Camargo. Eu estava havia pouco tempo de volta à cidade, após uma longa temporada de residência em São Paulo, e em plena ebulição criativa: Tro-lo-ló, Vermelho e Preto, desfiles de moda, vitrines, 8 ou 80 – tudo ao mesmo tempo... No início, era um canto de página, somente com notinhas, sem fotos. A coluna era datilografada na velha “Remington”, nos intervalos das festas, das intermináveis noites do Tro-lo-ló. A coluna foi crescendo, ganhou uma página inteira, depois duas páginas... Até que chegou a ser bissemanal e foi a primeira a ganhar cor na contracapa do jornal. Foram muitas publicações... Eu ainda não consegui fazer as contas de quantas semanas eu cheguei à casa do assinante Progresso, à casa do nosso leitor. A audiência das publicações é medida pelos próprios leitores. Quando estou em férias, leitores e fãs da coluna me param na rua para perguntar: “Você parou de escrever?”, ou “Quando você volta a escrever?” Às vezes, chego em algum lugar e as pessoas comentam as notícias publicadas – de vez em sempre, destacando: “Fiquei sabendo!” Fico feliz porque publico notícias exclusivas da cidade. E quando estou em férias ou quando, às vezes, o jornal não circula, sinto falta de escrever. Em 30 anos, a coluna social e O Progresso percorreram a linha do tempo: da antiga impressão em linotipo, à digitalização total. Depois, da chegada da internet à ascensão das redes sociais... É a era da velocidade, onde tudo é muito rápido, as notí-

cias e as fotos estão nas máquinas, nos celulares de todos, ao mesmo momento em que as baladas e os fatos acontecem... Mas a coluna continua “no ar”. Não sei até quando, mas é sempre muito prazeroso vasculhar a cidade em busca de notícias, novidades, pesquisar letras de música, abrir o baú para procurar fotos para a seção “Porta-retrato”. Falar do tatuiano que faz sucesso aqui ou lá fora, mostrar o outro lado da cidade e valorizar quem faz Tatuí acontecer. A coluna também me ajuda a colocar os compromissos “em dia” e sentir a cidade durante um fim de semana e outro... Nesse tempo todo, a coluna documentou um pedaço da história da minha terra. Após o desligamento de Ivan Gonçalves, Ivan Camargo e Ana acolheram a coluna com carinho e, hoje, junto com a Lívia, estão me presenteando com esta revista, um “revival” desses 30 anos de colunismo... E, de repente, me surpreendendo, contando a minha vida. Agradeço e abraço toda a equipe de O Progresso de Tatuí, que muitas vezes me atendeu de última hora. A todos os fotógrafos que sempre alimentaram a coluna de belas imagens que ilustraram e embelezaram a página. Agradeço a patrocinadores que, gentilmente, aceitaram apoiar esta publicação. E meu abraço à Deise Juliana, pelo carinho que tratou este trabalho e belo resultado final que vocês poderão conferir. Obrigado a todos. Jorge Rizek

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O musical, o homem de fé Musical e religioso de berço, Jorge Rizek aprendeu cedo a gostar de arte, música e festa

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Impossível compreender as ações pessoais e trabalhos profissionais assinados por Jorge Rizek sem vasculhar, antes, sua história pessoal. O mais velho de uma família de três irmãos, Rizek reporta à mãe muito de sua história pessoal e o fato de manter a essência ao longo dos anos. “Eu não mudei. Tenho o mesmo estilo de pensar, de vida... E eu senti muito isso com minha mãe”, diz ele. Ainda jovem, a mãe, Lázara, deixou a zona rural de Porangaba para trabalhar na área mais promissora da cidade à época, a fiação. Sozinha, apenas com a formação do então Grupo Escolar, Lázara encontra um novo mundo e, com ele, seu grande amor: o chileno Jorge. Casaram-se jovens – ela com 19, ele com 22. O ariano Jorge Roberto RiJorge Rizek e a mãe, Lázara Rizek

zek, que carrega o nome forte da família e personifica a fé da mãe, nasce e com a missão, não oficial, mas implícita, de realizar os sonhos da mãe. “Tatuí tinha três cinemas na década de 50, e minha mãe me levava para o cinema o tempo todo. Até nos clubes, quando não tinha baile, ocorriam exibições para os sócios. Eu ia quase diariamente ao cinema com minha mãe e aprendi a gostar da sétima arte”, relembra. “Confesso que eu era bem chato, mas a acompanhava. Ela ouvia a Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, e eu ouvia junto. Daí vem essa minha fissura pelo Rio de Janeiro. Meu pai comprava discos de tango porque queria ouvir a língua materna. Lembro-me de minha vida inteira, sempre, com muita música. Mesmo quando ficamos muito pobres, passamos necessidades, lembro de que ouvia música o tempo todo”, afirma, sentado à frente de uma gigante estante com algumas centenas de CDs cuidadosamente acondicionados. Além disso, quem o conhece sabe que Rizek não permanece em ambientes sem que haja trilha sonora, seja em casa ou no trabalho. “Minha mãe é extremamente religiosa e, dela, carrego a fé. Ela também me passou o gosto por festas. Trago, em mim, realizados os sonhos que eram também dela e que, com o tempo, se esvaíram. Vi minha mãe mudar e não a reconhecia como na infância. Vejo que eu não mudei. Busquei sempre a alegria, e minha vida, de certa forma, gira em torno de fazer as pessoas felizes.”

Infinito particular

Quem conhece Rizek e, principalmente, já frequentou evento organizado por ele, conhece sua capacidade em, no meio de uma multidão, estar sozinho e atento a detalhes tão peculiares que passariam despercebidos – não fosse, claro, a intervenção dele. Seja a escolha da música correta, o

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rizek 30 anos | pela vida momento de servir uma bebida específica, o conforto de mobílias escolhidas para a ocasião e, evidente, a decoração. Mesmo em festas particulares, ele preocupa-se em tornar o momento do festejar uma alegria perene, como se aquele momento fosse único. O difícil é imaginar que Rizek, portador inato da habilidade de liderança, possa ser – ou algum dia ter sido – tímido. Estar só no meio da multidão e viver seu universo particular, tal qual o filme de Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”, 2013), dá a ele a vantagem de ver à frente de seu tempo e criar, de forma lúdica, suas próprias realizações. Desde a infância. “Eu realizei profissionalmente todas as ações que eram minhas brincadeiras de criança. Fiz vitrine, criando com caixas de papel. Fazia uma revista mensal dentro de minha casa com papel de pão – com direito a capa, contracapa, fotos, tudo escrito à mão. Como adorava rádio, brincava de rádio. Brincava de Carnaval no fundo do quintal. Parece que tudo que imaginei para minha vida transformei em realidade. Eu sempre tive essa coisa de viver o meu momento no meio da multidão. A vida é uma festa, mas estamos sozinhos conosco mesmos”, destaca, remetendo ao filme italiano.

O início

A “cura” da timidez de Rizek e a estreia na área de eventos teve início no ano de 1968. Ao fazer um curso de relações Acima, Rizek entre a mãe Lázara e o pai Jorge, no Tro-lo-ló; ao centro, lembrança da cerimônia de Primeira Comunhão; e, abaixo, recebendo diploma de magistério

25 de novembro E a danceteria vem aí... Tatuí vai, finalmente, entrar na “onda da danceteria”. Já era para ter inaugurado, mas certos imprevistos surgiram e nos impossibilitaram a abertura. Mas, agora que eles foram afastados do pedaço, a coisa começou novamente a andar, e logo teremos uma. O cenário criado é vestido pelo brilho das pessoas. Muito som, pouco preconceito, um prazer imenso: a noite está aí, mas socializada que nunca, de visual novo, de cabeça nova! O lance é dançar! Em primeiro lugar, é bom ficar bem claro, que dançar não está na moda! Dançar NUNCA saiu de moda. Muda a música, muda a onda, mas a gente sempre aprende o ritmo e, daí, vai embora. Brasileiro, então, têm a maior “manha” de dançar conforme a música, numa boa.

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Tatuí, eu te amo! Desfile de moda infantil na Associação Atlética XI de Agosto, organizado por Rizek, com o grupo de modelos “Troupe”

Tatuí, cidade em que nasci... e logo aprendi a amar. Quando não entendia nada de nada, já percebia seus movimentos noturnos. Às vezes, lá do alto da 11 de Agosto, eu fico olhando os neons do São Martinho, do Carmelo e da Farmácia Popular. A Praça da Matriz era o centro de tudo – as bandas no coreto – as voltas em torno dela, o corre-corre das luzes do cinema, o Recreativo com suas brincadeiras dançantes – comandadas por Hélio Pontes e seus Negritos (os discos Ray Coniff, Silvio Mazzuca). Foi por lá que eu comecei a gostar da noite e aprender a fazer noite. Naquele tempo, ouvia falar dos bailes do Jazz Tro-lo-ló, do Star Night, isso me fascinava. Chegava em casa e preparava meus bailes - “bailes de mentira” -, mas o sonho foi tornando-se realidade. No final dos anos 60, na comissão de formatura, fiz bailes no Tatuiense, Tatuí Clube, Recreativo, para arrecadar dinheiro. Bailes que marcaram as pessoas da época e fizeram sucesso. Na década de 70, tive que ir embora para trabalhar e estudar “fora”. Mas, todo fim de semana, por aqui estava, fazendo festas como o Troféu Pinheirão e agitos na Rádio Cultura. O tempo foi ficando escasso e complicado. Tive que esquecer as atividades paralelas. Só em 77 voltei por aqui, nos fins de semana. Voltei para os desfiles da Malu, Bla-Blu, na Thunder (para quem não sabe, é o nome da boate do Alvorada). Desfile até na Sunrise - na época da “disco fever”. Até que, no final da década de 70, formei a Troupe, uma trupe de manequins, de gente bonita, uma trupe de moçada que estava a fim de agitar... E agitamos. Desfiles infantis, o Réveillon de virada de década dos 70 pros 80, e até o primeiro Vermelho e Preto. Nisso tudo vimos a necessidade de criar um espaço novo, uma ideia nova – nasceu o Tro-lo-ló dentro do XI de Agosto. Mas, ele ficou pequeno, e partiu, no ano seguinte, para a 13 de Fevereiro... E, agora, o Tro-lo-ló está fazendo dez anos. Dele, nasceu o 8 ou 80 e o 567. E você, Tatuí, foi crescendo e aprendendo a exigir que as coisas fossem feitas de acordo, não mais improvisadas. Mas, mesmo assim, tem gente por aqui que não pensa e faz tudo de qualquer jeito. Para mim, a importância é a mesma. As formas têm que ser as mesmas, em Nova York, Paris, São Paulo, Tatuí. É claro que com suas devidas adaptações e necessidades, que é “outros quinhentos”. Bem... só mais tarde, quando aprendi um pouco de astrologia, que percebi porque gosto tanto de você, Tatuí. Você é de leão e sou de áries - dois signos de fogo que combinam entre si. E, assim como um casal, vamos seguindo juntos, eu e você, até quando Deus quiser, num eterno casamento. Jorge Rizek Texto publicado na coluna social de 12 de agosto de 1990. Colunismo Social O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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públicas na escola “Barão de Suruí”, foi incumbido, pela professora, de organizar o coquetel de formatura. “Eu organizei o evento no Tatuí Clube, já pensando em todos os detalhes. Foi minha primeira noção de evento e já tinha um diferencial, com música ao vivo”, relembra. “Eu ia me formar em 1969, nem era da comissão de formatura, mas pedi para organizar uma festa para arrecadar dinheiro. Nessa festa, eram meus parceiros Vera Holtz, que também não era formanda, Joaquim Roberto Neves Campos e Lineu Avallone. Fizemos uma festa que se tornou o último grande baile do Clube Tatuiense. Como ser hippie estava em alta – havia acabado de ocorrer o festival de Woodstock -, fizemos um baile diferente, decorado pela Vera Holtz, que montou todos os cartazes... Foi algo totalmente diferente, foi a primeira vez que se usou luz negra na cidade. Não tinha onde pôr gente de tão lotado, lotado, lotado... Foi um sucesso”, descreve. Após a primeira grande festa, o grupo continuou a fazer outras ações. Nos idos de 69 e 70, outros eventos foram organizados. Até que, em 1971, Rizek mudou-se para São Paulo, para frequentar faculdade de turismo, morando na “boa e velha” rua Bahia. “Mas, ainda era aquela história de vir para Tatuí todo final de semana e continuar organizando eventos aqui. Criei o Troféu Pinheirão, por exemplo, nessa época, com um grupo de amigos”. Depois, com a inauguração da Rádio Cultura na ci-

Em sentido horário: Rizek aos quatro anos de idade e o “pato de estimação”; com os sobrinhos e sobrinhas; ao centro, ainda bebê; e abaixo, primeiro baile hippie da cidade

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De cima para baixo: Rizek, Vera Holtz, Voss e a filha Sarah; ao centro, Paulo Módena, Luís Duarte e Rizek; e, abaixo, a equipe Troupe em desfile de moda na Sunrise (entre os modelos, Guiga e Cássia Peixoto)

dade, Rizek, Vera e Luís Antonio Voss Campos foram convidados para atuarem nas ondas sonoras. O grupo levava a função tão sério que viajava a São Paulo exclusivamente para garimpar discos. Rizek produzia e apresentava o programa de rádio, no ano de 1971, aos domingos, das 13h às 18h! Como é natural, após determinado período, Rizek passou a desenvolver projetos em São Paulo, e cada vez menos viajava aos finais de semana. Foi somente no ano de 1977 que, após ser apresentado por Luis Duarte a Malu Ferreira, organizou um desfile de moda da primeira loja de grife em Tatuí e fundou a memorável “Troupe”, um grupo de manequins que abriu caminho para um novo conceito de entretenimento noturno e comportamento na sociedade local. O retorno a Tatuí – se é que alguma vez Rizek, de fato, conseguiu se desprender totalmente da cidade - ocorreu também por uma feliz coincidência: na mesma pensão da rua Bahia, moravam outros tatuianos. O atualmente médico e vereador Jorge Sidnei e Ivan Gonçalves, que iria, pouco tempo depois, adquirir o jornal O Progresso de Tatuí e convidá-lo a estrear no colunismo social. Em texto publicado no ano de 1990 e reproduzido nesta página, Jorge Rizek afirma que, “quando não entendia nada de nada, observava Tatuí do alto da rua 11 de Agosto e já percebia seus movimentos noturnos”. “Na verdade, eu já me imaginava cuidando da noite de Tatuí. Isso é uma coisa muito minha mesmo, algo de idealização. E tudo que imaginei se transformou em realidade. Sei que essa realidade poderia ser maior, fora de Tatuí, se eu quisesse. Mas, há essa paixão, esse casamento com a cidade”, afirma. No mesmo texto, Rizek explica a ligação com o município, por meio da astrologia: “Você é de leão e sou de áries - dois signos de fogo que combinam entre si”, escreve. Pode-se dizer, de certa forma, que todas as realizações estavam escritas nas estrelas.

09 de dezembro Tudo agora é motivo para colocar faixas na rua, poluindo as principais ruas da cidade. Deveriam ser proibidas.

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Em sentido horรกrio: equipe Troupe em desfile de moda na Sunrise; Rizek e seu labrador, Toddy; abaixo, Terezinha e Jorge Sidney Rodrigues da Costa, Ivan Gonรงalves e Cristina Siqueira


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(Reprodução da primeira coluna social, de 16.09.1984) RIZEK Estamos iniciando uma nova etapa em nosso trabalho de informação. Casa nova, novas esperanças, nova estação. É setembro, é Primavera! Não importa onde estamos. Não importa o que fazemos, mas como fazemos. Vamos batalhar para contar a vocês de gente, gente que briga diariamente para fazer Tatuí uma grande cidade. Seja qual for a briga, não importa. Cada um tem uma função dentro da cidade e, se cada um fizer bem feito a missão que lhe é destinada, não haverá crise. Não se importe com o resto, comece pela sua casa, aí toda a cidade estará nessa, fazendo um grande Estado, um grande país. Tudo que é feito com amor, VENCE, dura e é bonito. Acredite, o lado bom sempre vence, mesmo que demore. E a força para vencer está dentro de você – use-a e seja um campeão. Vamos todos então batalhar numa boa, nesse lance de fazer Tatuí uma cidade espertíssima.

lia Abreu. Do Fórum de São Bernardo, estavam dr. Eduardo e Myrian, dr. Otacilio e Ivone, dr. Razuk e Tico.

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- Dois Paulos se casam quase no mesmo tempo: um, Paulo Wesley, outro, Paulo Fiuza; um dia 8, outro dia 15, e resolveram fazer juntos a festa de despedida no bairro da Americana. O churrasco foi comandado por Piteko e Toninho Módolo. Houve uma partida de futebol e muitos fogos. Os amigos que estavam presentes: Neto Cárdenas, Edmilson, Mário Foltran, Pedrinho Alcântara, Miltinho (que roubou a festa), Alencar Soares, Pimpão, Carlos Bosso, Alan, Márcio Vieira, João da Flora e Ary Fiuza. Com visitas da festa ao lado: Hélio Portela, Amaury Drago e Nando Silva.

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- No mesmo domingo, na mesma hora, na mesma Americana, Cláudio e Cida Mantovani recebiam uma pá de amigos, para comemorar o

- No festival de títulos que nossa Câmara deu (a maioria das indicações foram de vereadores da gestão anterior), mais tinha gente fora que dentro. Todo o mundo social, político, artístico e intelectual de Tatuí estava presente.

30 de dezembro

- Na mesma noite, Altair Passerani ofereceu em sua fazenda um jantar em homenagem ao dr. Ruy Copolla, que foi recebido com um show de fogos de artifício. Foi uma festa agradabilíssima, como há muito não se via. No meio da madrugada, quando menos se esperava, chegam Paulo Ribeiro e Roberto Rosendo de violão em punho, cantando serestas para o homenageado. Entre outros, estavam presentes: Maria e Erasmo Peixoto, Conceição e Augusto Lanza, Rose Vieira e Fábio Faria, Hélio Portela, João Hoelz, Edson Rocha (By Israel), Quico e Carolina Sá, d. Maria Copolla, Edgar e Cida Araujo, Sérgio e Isa, Dedé e Nata-

Pro ano nascer feliz... ... depende de nós... E o que termina é passado. E o ano passou. E nós todos aqui. Vamos lembrar os bons momentos, os bons amigos, as alegrias; e deixar de lado o que não interessa. O que é triste. “Xô” ao que não agradar e, assim, romper o ano o novo ano (85), cruzando os dedos para vencer o mundo (e a crise) com pensamentos fortes, positivos e reais (embora seja permitido sonhar). E assim todos unidos em paz e ao brindar, saber que o futuro chegou, e agora, está na sua frente, que o futuro somos nós, todos nós (sem exceção alguma). E você, você é bem-vindo para essa nova etapa. Pode chegar! Depende de nós!

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aniversário dele. A música ficou por conta de Ditinho Rolim e de uma mineira (hóspede de Olavo Nogueira), especialista em músicas francesas. Presentes: Gustavo e Terezinha Cóscia, Picida e Bird Fiuza, Célia e Lourenço Blanco, Margareth e Reinaldo Monteiro, Toto e Amaury Drago, Sônia e Nando Carneiro da Silva, Célia e João Hoelz, Zélia e Monteiro, Edgar e Cida Araújo, Rosana e Marcos Fiuza, Pedro e Taís Amadei, Gato e Lurdinha Camargo Barros, Luiz e Regina Mantovani, José Galvão e Hélio Portela.

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- No último 28, no 8 ou 80, foi oferecido um queijo e vinho para despedida de Edson Rocha, que ficou 15 dias na cidade. Rocha mora em Israel, no Kibutz Evram, onde faz um curso de especialização em irrigação.

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- Nasceu em São Paulo a menina Júlia, filha de Soraya Rossi Camargo Andrews e Robert Andrews e Paula, filha de Mônica e Aniz Rizek.

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- Quem inaugurou uma loja de tecidos na segunda-feira foi Heloisa Sarubbi. O nome: Pano Pikado.

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- Mais teatro: A tatuiana Vera Holtz estreou no Rio uma revista musical, “Sem Sutiã”, que fala da liberação da mulher. Rizek ao lado de Vera e Julinha


rizek 30 anos | pela imprensa

JORGE ROBERTO RIZEK

O ácido, o combativo: colunista social Estreia como colunista social, na década de 70, foi marcada por acidez

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A estreia de Jorge Rizek no colunismo social ocorreu ainda na década de 70, quando já havia retornado a Tatuí, a partir de um projeto nascido em São Paulo, na república da rua Bahia. Durante o ano em que morou na mesma república que Ivan Gonçalves – que se tornou, mais tarde, proprietário do jornal O Progresso –, as conversas entre os tatuianos universitários giravam, às vezes, em torno da cidade natal. “Eu já conhecia o Rizek da cidade. Ficamos amigos e, por coincidência, morávamos na mesma república com outras pessoas também de Tatuí. Morei na república por cerca de um ano e, depois, mudei para perto da Escola Panamericana de Arte, onde estudava. Nesse tempo, nasceu o projeto de uma revista, algo que falasse de Tatuí. Quando voltei para a cidade, montei uma gráfica e criei a Aldeia Propaganda, que editou a revista “Aldeia Global” por três anos”, inicia Gonçalves. “Depois, a revista foi interrompida. Mas, quando comprei o jornal, o Rizek voltou a ser colunista”, destaca. Tanto nos artigos que escreveu para a revista “Aldeia Global”, pelos quais estreou oficialmente como colunista social, quanto nas primeiras colunas semanais de O Progresso de Tatuí, Rizek mantinha o tom ácido e crítico. Em texto publicado em outubro de 1984, um mês após sua estreia oficial como colunista, ele alfinetava a moda das cores “fluors, que andam usando por aí, sem dosagem, em excesso, sem pudor. Parecem até que saíram do circo. Os boutiqueiros e confeccionistas de roupas deveriam se dosar também. Existem outras tendências de verão, bem mais agradáveis e bonitas, e que ferem menos os nossos olhos”, afirmava ele. No janeiro seguinte, culpava a sociedade pelo fim da Banda Bandida e descrevia a estação como “o pobre verão tatuiano”.

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“Quem é o assassino? Cada um bote a mão na consciência e se confesse. A Banda é a grande perda deste verão e deste Carnaval. Bagunçada ou organizada. Feia ou bonita. Era ela quem mais agitava o pedaço, a avenida da cidade, pelo pique, pela energia da juventude (...) Gente, vamos colaborar, daqui a pouco a cidade vai voltar ao que era há algum tempo atrás. Será que não perceberam que a juventude precisa de diversão, ocupar todo espaço de tempo com atividade para não cair em outro pique?”, questionava. As críticas eram direcionadas a todos: líderes, jovens e, até, amigos. “Foi uma época em que eu achava que os conceitos da cidade tinham que mudar tanto na noite, na moda, na sociedade, na imprensa, de certa forma. Eu via que, com a imprensa, eu podia fazer com que isso mudasse,

Mário Edson, Rizek e Ângela Gagliardi no Societá (São Paulo), na celebração dos 50 anos do pianista tatuiano

trouxesse um novo conceito para a cidade”, justifica ele. “Só que eu era muito crítico, criticava muito, era uma pessoa ácida. Nessa revista, eu critiquei até meus amigos e, quando a revista chegava, o pessoal me detonava. Eu era muito jovem e não tinha a mesma coisa, não tinha rabo preso com ninguém, era muito revolucionário, sempre fui. Eu tinha esse lado bastante crítico, bastante ácido... e sempre levava as bordoadas. A cidade é muito pequena, você conhece todo mundo”, afirma Rizek. Mas, ele próprio indica que a postura, alterada posteriormente, também faz parte do papel da imprensa. “Não é exatamente um tom de crítica, eu não critiquei ninguém especificamente, é uma postura. Eu dava essas indiretas, mas eu fui mudando com o passar do tempo”, comenta.


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De cima para baixo: aniversário de Rizek na Thunder; ao centro, Jaime Pinheiro, Ivan Gonçalves e Ivan Camargo, no Tro-lo-ló; abaixo, Mário Edson em apresentação no Tro-lo-ló

Entre a última edição da revista “Aldeia Global” e a estreia como colunista em O Progresso, veículo pelo qual assina coluna há 30 anos, Rizek trabalhou em outros veículos – e durante sua estada no jornal principal, também. A Vera Sá, ele credita seu início na carreira em jornais. “Ela era colunista do jornal ‘Integração’ e, também, de o ‘Diário de Sorocaba’. Ela me convidou para cobrir as férias dela no jornal sorocabano, no início dos anos 80. Foi importante porque aprendi outra linha de colunismo, que não só artigos opinativos. E, então, em 84 surgiu, o convite de O Progresso”, afirma. Segundo Gonçalves, a postura severa de Rizek nunca foi um problema. “O Rizek é muito perfeccionista, e as pessoas entendem isso como chatice. Mas, ninguém pode negar que ele é bom profissional. Ele é bom mesmo. Por isso, surgiu o convite, para que ele escrevesse na área social, na qual ele é muito bom”, diz Gonçalves. “A acidez era normal de alguém da idade dele, naquela época. Ele era

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Destaques do ano Presença mais assídua nas partes mais borbulhantes – Luiz Duarte, Burt, Beth Roseiro, Flávio Ferreira, Angélica Coelho. Simpatia – Elisa Corradi Socialite mais linda, leve, solta e chic – Picida Fiusa. O pior sucesso fonográfico – Menudo Maior explosão musical – Barão Vermelho Mais original – Paulo Módena Casamento do ano – Paulo Wesley Soares e Valeria Carriel Soares Melhor lugar para se beber – 8 ou 80 Casamento de Regina e José Maria Para se fazer uma festa de casamento as pessoas são pouco criativas. Têm medo, não se arriscam e sempre vão atrás daquilo que já deu certo. Se a amiga usou o buffet de Ribeirão Preto, eu também vou usar o mesmo buffet. “Não, mas Itapetininga é melhor” - e assim por diante. Já Regina e José Maria fizeram uma coisa diferente - como o casamento era às 9h da manhã, serviram aos convidados um café da manhã no 8 ou 80. O ambiente foi todo decorado com hortênsias, crisântemos brancos, botões de rosas, cravos brancos e, obviamente, arrematado por laços azuis, como era o convite de casamento (azul). Uma mesa de frutas com antúrios, também fazia parte da decoração. Frutas, sucos, croissants, pães de queijo, torradas, geleias, bolo e frios foram servidos em grande estilo. Felicidades para o casal e parabéns pela ideia.



rizek 30 anos | pela imprensa jovem, e jovem é mais agressivo, mais combativo. Ele tinha uma coluna que nem sempre era confete, havia uma certa acidez, mas ele sempre esteve certo. Ele se dedicava a artigos, principalmente na revista, mas, depois, sentiu que tinha que ter uma coluna específica no estilo dele, no formato dele. E, aí, nasceu com o nome que está até hoje”, relembra. No editorial da primeira edição, Rizek já deixava claro a que veio: falar sobre moda, sociedade, música, comportamento. O título da coluna, cuja primeira edição foi apenas “Rizek” e, posteriormente, passou a ser “Jorge Rizek”, passou a utilizar o subtítulo “Moda, Diversão, Sociedade, Cultura”, assuntos separados entre estrelas. “Vamos todos então batalhar numa boa, nesse lance de fazer Tatuí uma cidade espertíssima”, destaca ele. A primeira fase da coluna social de Rizek em O Progresso era marcada por um texto mais longo, em geral, com postura mais crítica e pequenas notas. A primeira coluna a ter foto publicada foi em 23 de setembro de 1984, ilustrando o que denominou de “O Casamento Perfeito”, mostrando outra de suas paixões, a organização de casamentos: “Nunca um casamento foi tão perfeito e tão esperado como o casamento de Paulo José e Elide. Ele, filho de Ary Pereira Fiuza e Clélia Del Fiol, ela, filha de Antônio e Ermínia Módolo. A Igreja Nossa Senhora da Conceição estava repleta como nunca. O cortejo nupcial começou com a entrada do noivo e de todos os padrinhos. Em seguida, as crianças – Viviam, filha de Lelis e Pires, Gustavo, filho de Rita e Jorge Albuquerque, as meninas Alexandra, filha de Ricardo e Lucia Feniello, Mariana, filha de Dirceu e Cyma Vieira de Camargo. De cima para baixo: Desfile de modas no bar 8 ou 80; Marisa Grandino em noite de inauguração de O Boticário (na rua 11 de Agosto); e, abaixo, Rizek como DJ em noite no Tro-lo-ló.

Na página oposta, de cima para baixo: Exposição de fotos de Erasmo Peixoto no Tro-lo-ló, em junho de 1991; interior do bar 567, em fevereiro de 1987; e, abaixo, desfile de moda no Alvorada Clube

02 de fevereiro

Nina Hagen

Na saída do espetáculo de quinta-feira, amigos comentaram: o Rio teve 10 dias de rock, mas São Paulo não precisou de todo esse rebu - teve só 3 e trouxe, exatamente, o que todo mundo queria ver - Nina Hagen. O show teve palco incensado antes de começar... É uma bruxa contemporânea que mistura filosofia com música.

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Fechando o cortejo entra a noiva acompanhada do pai, usando um lindíssimo vestido de cetim de seda e rendas bordadas, mais uma obra-prima da grande modista Helena Foltran. A recepção foi na Colina das Estrelas, onde a decoração era toda verde e branco. No meio do salão havia um chafariz, onde os noivos recebiam a tradicional felicitação. Toda sociedade tatuiana disse presente. A banqueteira Nadir e mais os buffets de Ponta Grossa colaboraram muito para o sucesso da festa. O serviço foi impecável. Ermínia foi incansável e trabalhou meses para fazer um dos casamentos mais perfeitos e bonitos da cidade.” Em menos de um mês de publicação da coluna social, Rizek já utilizava uma página inteira, dividida com pequenos intertítulos, nos mais variados temas: casamentos, 8 ou 80, Trololó, aniversário, debutantes... Outras inovações também eram introduzidas semanalmente. A coluna pas-

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rizek 30 anos | pela imprensa sou a publicar agenda de eventos e indicar o que a sociedade fazia: quais livros liam, quais vídeos viam e, até, quais eram os jogos de videogame mais alugados do ano de 1984. Para saciar a curiosidade, os cinco mais procurados para o “Atari” eram: “River Raid”, “Enduro”, “Bob Vai Para Casa”, “Pacman” e “K Stone Kauers”. As notícias exclusivas também eram uma marca da publicação. Na coluna de Rizek, foi noticiada a construção de um clube de rodeio na cidade e projeto do primeiro “arranha-céu”. Abril de 1985: - Mercado imobiliário - Mário Shazan e Gonzaga entrando pra valer no campo, vão construir um edifício de 15 andares em grande estilo, com 2 apartamentos por andar, na rua José Bonifácio. Nome - Marquês de Santa Cruz - Dayse e Mirian Vieira inauguram em maio loja exclusiva com produtos “O Boticário”. - Flávio Pires de Campos e Josué Genaro Urso lançam a revista “Tatuí, presidente do passado”, bens culturais e arquitetônicos de Tatuí, com preocupação pela preservação.

Estamos em 85.

Beth Roseiro em desfile de moda no 8 ou 80

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Editorial da coluna publicada em 6 de janeiro de 1985 15 anos. Nada mais, nada menos. É esse espaço de tempo que nos separa do ano 2000. Já pensaram? Já imaginaram? Como será o mundo, então? Fomos rever Nostradamus que em pleno século XVI fazia previsões terríveis para o final do século XX. Segundo ele, o ano 2000 será o fim dos tempos... ou não? Na verdade, suas profecias são bastante cifradas - quem viver verá. A verdade é que, a cada dia que passa, a gente descobre que o importante, diante de um futuro tão nebuloso, é viver o momento. E o nosso momento é assim - estamos no fim do século XX. E a sensação meio apocalíptica que pintar em todo mundo nos fins é muito característica. Aconteceu igualzinho no século passado. A gente não estava lá pra ver, mas o “fin de siecle” foi explosivo (sem trocadilhos). Há relato de tudo isso em livros, jornais. Mas, o fim do século XX é nosso, estamos fazendo e do jeito que vai, é pura ficção, semelhanças com outros fins são meras coincidências. Hoje é preciso inventar para viver. Inventar 24 de fevereiro novas formas de amor, de amizade, de trabalho, de lazer, de relacionamento com as pessoas e com a natureza. Vocês já perceberam isso? Não?... Feliz Ano Novo. Contrariando a turma do não faz nada, só faz fofoca ou a turma do banco de jardim, o 8 ou 80 continua importando na noite tatuiana.

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O8 ou 80 em clima de verão



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Coluna de 27 de janeiro de 1985 Sem dúvida, turismo é o grande lance para o desenvolvimento da cidade. Mas Tatuí não é uma cidade turística? Não tem balneário, não tem montanhas, não tem museus, não tem parques etc., etc., etc.. Mas está localizada na região de melhor clima para criação de cavalos. Prova taí - quantos haras existem na região? Centenas. Eles não estão aqui por acaso, certo? E isso é aproveitado? Deveriam ser organizadas exposições, feiras, leilões, festas, corridas. Isso tudo iria trazer mais gente pra cá, gerando “grana” para a cidade. E o Polo? Tão cantado no hino a Tatuí, onde está? Aí você pergunta - Tatuí só tem isso? Não. Outra coisa não explorada, é a caipirada. Isso mesmo - não se assuste - caipirada (ação ou modo caipira). Vamos assumir Tatuí uma cidade do caipira, fala o dialeto caipira, mas explorar como? Nas comidas, nas bebidas, no artesanato, nos doces caseiros (falando em doces - Secretaria do Interior e Comissão Municipal de Turismo e Cultura irão promover uma feira de doces caseiros em São Paulo, na própria Secretaria. Rua da Consolação, 2.333, de 5 a 15 de março. Nome da feira - Tacho de Cobre), colocando charretes para passeios pela cidade, criando hotéis-fazenda. Afinal, Tatuí dista apenas 140 km de São Paulo. Que mais? Só isso? “Bicho”, até agora não falei da música. Afinal, Tatuí é ou não a Capital da Música? Só porque tem um Conservatório? Só por isso não. Mas porque ele é extremamente musical. E a tão falada seresta que não existe mais? E os conjuntos de baile? Vocês já perceberam que não existe mais nenhum? E os músicos, onde estão todos? Já não existem mais, também, os concertos diários. Atualmente, a grande massa de alunos do Conservatório, é toda (ou a maioria) de “fora”. A nova geração da cidade não tá querendo saber de nada. Os grandes concertos, grandes shows, deveriam ser programados.

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Coluna de 14 de abril de 1985 A quem interessar possa... A juventude, nova República ou aos nossos pais O assunto parece um tanto careta, delicado (eta palavrinha feia) e complexo – a “JUVENTUDE”. Se bem que a juventude não está na idade e sim na cabeça (até parece casa de Xênia Bier). Quem acha que são as drogas ah! ah! ah! Está completamente por fora e, como está gozada a “velharia”, joga toda a culpa nas drogas (não que eu seja a favor ou contra, mas quem culpa as drogas não tem conhecimento de causa), mas esquecem de culpar os culpados. Quem são os culpados? Os próprios pais. A maioria dos pais são infelizes. Foram casados por imposição, medo de ficar “titia”, por conveniência, esquecendo nesse momento que vão gerar outras pessoas. Bicho, ter filhos é uma grande responsabilidade. Você tem que ter uma vida sadia, para criar filhos sadios e não mais um neurótico no mundo. De repente o mundo acelerou. A TV Globo fazendo do país uma Aldeia desde 1965. E as FMs da vida tocando aqui tudo que toca lá em Nova York, no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo minuto, no mesmo segundo. E a juventude acompanha


tudo, copia tudo, sabe de tudo. E os pais, coitadinhos dos pais, acham que estamos ainda em 40, 50, 60, quando uma música ficava quase um ano nas “paradas de sucesso” (hoje fica um dia e todo mundo já enjoa). Então, o que acontece: não há diálogo. Cada um vive o seu mundo. O garoto procura se apegar nos amigos, formando assim uma família. Encontra uma gatinha (quando não um amiguinho) e fica perdidamente apaixonado por ela (e), tipo “Meu mundo você é quem faz”. Resultado: maior número de casais com 15/16 anos com filhos, mães solteiras etc... Outros já se apegam em pessoas mais velhas, com mais experiências, substituindo pai/mãe. Estamos a 15 anos do ano 2000, vamos entrar na era de Aquário, quem manda é o computador e tem gente que ainda não sabe, tenha a santa paciência! Coitado dos jovens, eles são os menos culpados nessa história toda. São filhos da geração pós-guerra, criados no sistema 64/84, onde tudo foi boicotado – só a busca desesperada, salve-se quem puder. Tanto é que ninguém se interessa por arte, cinema, teatro, fotografia. GERAÇÃO BRANCA. E tem um bando de velhos frustrados que criam filhos também frustrados, infelizes (quanta mãe, quanto pai não obrigou o filho casar por aí), falando que a culpa da juventude agir assim ou assado é dos ambientes. MENTIRA. Não é o XI, não é o Tro-lo-ló, não é o Alvorada, não é o Doce Diva nem o 8 ou 80, os culpados. São eles mesmos – pobres coitados. É claro que o ambiente influi, mas o mais importante é o alicerce, a estrutura. E a turma dos falsos encostados do Inamps (eles acham que já fizeram muita coisa na vida, mas não fizeram nada), a turma do “não faz nada”, “turma do diz-que-diz- que” acha que nenhum desses lugares deve existir. A criançada toda deve ficar pelas esquinas da vida, ou nos motéis, ou nos bordéis, ou talvez, agora sim, se drogando. Têm é que criar espaços e mais espaços para essa juventude esperta esparramar, gastar energia em coisas boas e sadias. E a busca desesperada continua. Todo mundo correndo atrás de pais, mães, filhos, avós, avôs, ninguém sabe de que e pra que... Acho que pais e filhos devem ter mais consciência daquilo que fazem, de como agem. Ter mais responsabilidade, serem menos egoístas e criarem um lar verdadeiro, porque tendo uma família de verdade vai existir um mundo de verdade. Estamos programando uma semana de debates no 2º semestre, com psicólogos, sociólogos. Aguardem mais detalhes.


rizek 30 anos | pela imprensa

Evolução do colunismo

E

Em 30 anos de publicação de coluna social, com intervalos ocasionais como o ocorrido em todo o ano de 1986, muitas foram as mudanças. Desde a logomarca, que no ano de 1987 foi alterada três vezes e, a partir de então, ganha uma nova roupagem a cada ano, até o conteúdo dos materiais ou sistema de impressão. No ano de 1986, por exemplo, o jornal muda de formato e passa a publicar mais fotos. No ano seguinte, passa a ser bissemanário, sendo que a coluna social permaneceu por um ano apenas às quartas-feiras. Depois, a coluna era constante em ambas as edições bissemanais.

Jorge Rizek relembra que as pausas ocorriam muitas vezes pela atuação em outros jornais – em 1987, ele também atuava no periódico “Integração” e, na década de 90, em “O Tatuiano”, escrevendo especificamente sobre as atividades noturnas do Tro-lo-ló. Ele chegava a citar a publicação de um jornal no outro. “Eu trabalhava na noite e fazia muitas fotos... A coluna também tinha suas pausas, ia e vinha...”, relembra, destacando os diferentes perfis de colunismo registrado em cada veículo. “Iniciamos uma campanha na coluna ‘Acontecendo’, do jornal ‘Integração’, para homenagear o jornalista tatuiano Maurício Loureiro Gama”, citava ele na edição de 28 de janeiro de 1987. No segundo semestre do mesmo ano, passou a adotar postura menos crítica e a trocar os textos longos por notas rápidas, reflexo de um comportamento mais político. Em 1988, em sua primeira eleição ao cargo de vereador, Rizek foi derrotado. Nas

eleições seguintes, saiu vitorioso, com direito a reeleição. “No início, a coluna era sobre o que eu fazia na cidade. Tinha o Tro-lo-ló, fazia festas, eu sabia de tudo o que acontecia e, ainda, fazia as críticas. Quando entrei na política, esse lado eu tive que deixar. Eu fui vereador. Então, além de levar as porradas pelo que eu escrevia - que, às vezes, me doía -, na política, eu tinha que tomar outro tipo de linha para não ter lado nenhum. Eu comecei a fazer mais notícia, com o passar do tempo, do que opinar sobre os assuntos...”, descreve. A mudança no estilo de colunismo social também seguiu tendência nacional. Some-se a isso a evolução no segmento de comunicação e o crescimento profissional do próprio Rizek, como colunista e em atuação nas mais diversas áreas. Sua postura como líder na comunidade também contribuiu para um novo fazer, uma nova forma de noticiar. Mas, a verdade é que, em 30 anos, Rizek foi muito além de criar um estilo próprio: reinventou a forma de abordar os fatos políticos e a vida de personalidades, influenciou novos profissionais – entre eles, Soraya Rossi e Cassiano Sinisgalli, por exemplo e ajudou a consolidar um gênero antes inexistente na imprensa local – neste caso, o colunismo social. Na própria região, eram poucos os colunistas sociais e mais raros aqueles que não se limitavam a contar fofocas, ou apenas Show no Tro-lo-ló organizado durante campanha eleitoral; baile foi denominado “Um Voto para Tatuí”

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rizek 30 anos | pela imprensa Rizek em atuação como vereador Na página oposta, Ana Maria Del Fiol e Catarina Genari, em agosto de 1992

descrever festas da classe alta. Desde o início, Rizek escrevia de forma franca, pessoal e, como se sabe, até agressiva. Não ligava para a norma culta, usando um linguajar todo próprio para criticar ou elogiar modismos e personalidades. Quanto aos “furos” (notícias dadas em primeira mão), estes eram constantes na coluna “Rizek”. Todo comércio a ser inaugurado, por exemplo, circula antes pelas linhas da coluna publicada, atualmente, nas edições de final de semana. Na coluna social, além de cobrir as festas da alta sociedade, com charme e criatividade, ele abria espaço para problemas do cotidiano da população. Foram mais de 3.000 publicações, o que mostra a alta criatividade e o trabalho de produzir notas sobre os mais diversos temas. Para Rizek, que, de forma simples analisa seu próprio trabalho, as mudanças ocorridas foram naturais e refletem o desenvolvimento da própria cidade. “Quando eu comecei, existia uma alta sociedade, todas as pessoas se conheciam. A coluna era feita para essa sociedade. Hoje em dia, a coluna não é mais exclusivamente social. É de cultura, de comportamento. De certa forma, é noticiosa também. Não é só festa, não é só noite, ou moda. Todo colunismo mudou, e isso a gente foi acompanhando. Eu lia muito, e continuo lendo muita coluna social”, revela. Entre os colunistas mais observados por ele, estão Tavares de Miranda, da “Folha de S. Paulo”, e Zózimo Barroso do Amaral, conhecido como o mais famoso e respeitado colunista social brasileiro. “Eu, sempre que podia, lia o ‘Jornal do Brasil’ só por causa da coluna do Zózimo. Aliás, gostava mais dele do que do Ibrahim Sued, outro grande colunista. Zózimo era mais moderno. Depois, vieram Joyce Pascowitch – que hoje tem revistas, site... Eu sempre acompanhei, passando ainda pelo Giba 1 e Mônica Bérgamo, que é totalmente diferente de todos os outros. Eu acho que consegui acompanhar o colu-

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nismo da década de 80 até os anos 2000”, comenta. Quanto aos “furos”, Rizek afirma que são um diferencial em suas pesquisas para produção dos textos semanalmente. Mas, quando não possíveis, busca noticiar uma versão diferente da notícia, preferencialmente o que não foi visto ou registrado pelos veículos e reportagens tradicionais. “Busco o lado B da notícia, o bastidor, sempre em primeira mão”, observa. “Acho que a coluna foi novidadeira, sempre, todas as inaugurações e evolução da cidade. Isso de A a Z, mesmo que as ações noticiáveis não sejam de pessoas que eu conheça. Busco, também, valorizar o comércio da cidade – isso sempre fiz, desde o início, com total liberdade. Até mesmo de quem não é anunciante do jornal. Também divulgava os bares que eram, à época, meus concorrentes no ramo da noite. Sempre busquei pensar na notícia e selecionar o melhor para os leitores”, ressalta. O comportamento da sociedade também interferiu na mudança de linha editorial. “Havia um tempo em que era legal noticiar viagens internacionais. Agora, não. Depois do aumento da criminalidade, as pessoas não gostam que noticiem, por medo. E eu só cito, neste caso, quando é algo que realmente vale a pena. É interessante: a sociedade tatuiana se desfez, não há mais o núcleo social que havia anteriormente. Hoje, as classes sociais estão muito diversificadas.” O processo de acompanhar as inovações no colunismo social passa, também, pela forma de se produzir a coluna social. Rizek passou do manuscrito à máquina de escrever e, desta, à datilografia. “Quando adquiri o jornal, fazíamos em tipo móvel. Depois, passou para linotipo; de linotipo, para off-set. E, nessa época, passamos a imprimir mais fotos, o que era impossível anteriormente. A coluna do Rizek foi a primeira a ter

17 de março Provavelmente em agosto volte a grande procissão de São Jorge (famosa, consta até no nosso hino) com toda pompa e circunstância que lhe convém.


fotos coloridas”, destaca Ivan Gonçalves.

Revisão

Ana Maria Camargo Del Fiol, também proprietária do jornal O Progresso, gaba-se de ter lido “t-o-d-a-s” as colunas sociais assinadas por Jorge Rizek antecipadamente, antes mesmo da impressão. Ela, que ocupa o cargo de revisora do jornal, relembra todas as fases da coluna social. “Ele sempre fez questão de inserir a programação da cidade, a parte social. No início, realmente, era mais notícia da noite. Hoje, há um pouco de tudo. E sempre foi assim: as pessoas gostavam de ser notícia, compravam o jornal, comentavam...”, inicia ela. “Eu mesma, que sempre fui discreta e preferi não ser notícia em nosso jornal, fiz questão de sugerir a ele a pauta de meu casamento (em abril de 2013, com Nelson Luiz Del Fiol). A repercussão foi tão grande, pessoas que, inclusive, estão fora do país acessaram o jornal pela internet e comentaram”, diz ela. Para Ana, Rizek é um diferencial na cidade. “É uma pessoa muito correta, que não gosta de se expor. Eu o admiro muito, pelo trabalho dele, pelo esforço. Tudo o que ele faz, faz com carinho, com dedicação. Acho-o uma pessoa ótima”, destaca ela. Atualmente, as notícias são pesquisadas ao longo da semana e encaminhadas às quintas para a edição. Após a revisão oficial, há uma segunda revisão, feita pelo próprio colunista, e, só então, o material é finalizado.

Uma vida vivida

Ao passarem-se 30 anos, a coluna social é vista pelo próprio colunista como um diário de Tatuí. Todas as notícias importantes no cenário social, político e cultural foram registradas ali. Em tantos anos, é natural que exista um público cativo, que tem a publicação como referência. “Sei dos leitores, pois eles mesmos comentam. Tudo tem seu tempo certo. A coluna mostra-se atualizada após três décadas. Ela é um relato da sociedade tatuiana nos últimos 30 anos, através do meu olhar. Vejo também, pela própria coluna, que minha vida foi muito vivida”, afirma, de certa forma surpreso, com a permanência por tantos anos. “Eu achei que a coluna, agora, com a ascensão da internet, das redes sociais, que ela ia perder espaço. Em geral, vemos tudo instantaneamente nas redes sociais. Mas, não. As pessoas gostam ainda de ter a notícia no papel e sob minha ótica. Sou até cobrado quando tiro férias, sempre após o Carnaval”, afirma.

Ao longo dos anos, o que não mudou foi o enfoque da notícia. Se Rizek tem como missão pessoal fazer as pessoas felizes, as notícias tristes não têm espaço na pauta. “A gente tem que dar as notícias alegres. Às vezes, eu fico pensando quando morre um amigo meu. Eu posso até dar uma nota, mas tento não tender ao fúnebre”, ressalto.

O eterno jovem

Quem tem o prazer de entrevistar ou pesquisar sobre Jorge Rizek surpreende-se com a habilidade dele em manter-se jovem. Não que a preocupação seja “ser” ou “parecer” jovem. Mas, fato é que os círculos de amigos – com raríssimas exceções – são naturalmente reciclados, descrevamos assim, de tempos em tempos. Pessoas mais jovens estão, também, no foco das mais diversas atividades de Rizek. Nelas, a criatividade é requerida e, quase sempre, os jovens são os que têm mais “pique” para acompanhar as inovações constantes do colunista. O tema “juventude” esteve também sempre presente nas colunas sociais assinadas por ele. Em 2 de dezembro de 1984, por exemplo, ele abria a coluna com uma manchete gigante: “Onde está a Juventude?” “Para mim geração é quem anda comigo, não importa a idade.” Cazuza

24 de fevereiro

A pobre noite tatuiana

Nos dias de hoje não existe noite em Tatuí. Se já existiu? Claro que sim. E como! A noite era mágica nos tempos do Tro-lo-ló (impossível esquecer) quantas coisas aconteciam. E, retrocedendo um pouco mais, as coisas aconteciam também nos anos 50 e 60, quando a vida social era bem mais agitada que agora. Existiam as brincadeiras dançantes nas quintas e sempre bailes aos sábados, no Recreativo, e no Tatuiense aos domingos; a festa era com o famoso Pick Up e seus Negrinhos. (...) Repentinamente, tudo foi destruído. Nasceu a Thunder, já Boite, a Sunrise na febre “Disco”. Em 80 surge no XI o Tro-lo-ló, um espaço pequeno mas extremamente agradável. Um sucesso tão imediato que fez gerar um outro Tro-lo-ló fora do XI. Realmente, o Tro-lo-ló foi uma concepção nova na noite da cidade. O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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rizek 30 anos | pela imprensa Concordo total. Essa coisa de jovem é mesmo engraçada. Quer mais jovem que o Mick Jagger. Pois bem, como sabem, o colega já passou dos 40. E daí? O Gil, é outro quarentão deliciosamente jovem, também. E o Caetano é outro exemplo clássico da eterna juventude. (...) O David Bowie, há muito tempo, fez uma música onde ele dizia que não queria estar vivo depois dos 25. Na época, aquilo foi um grande grito. O fato é que Bowie também já fez 40 e está mais ‘teenager’ que nunca! No texto, longo, ele falava da importância de se manter o bom humor. E, tanto no texto quanto na atualidade, fica-se com a impressão de que ele não envelhece nunca... “Talvez seja pela atividade que eu ainda faço. Para fazer a coluna, eu tenho que ficar plugado em tudo que está acontecendo... Por outro lado, sempre gostei dessa coisa do moderno, das novas coisas, acho que as novas coisas têm que acontecer. Eu não sou saudosista. Eu acho que as coisas acontecem no momento que têm que acontecer. Não que eu não tenha saudades das pessoas, mas não vou ficar me lamentando. Gosto das pessoas, vivo aquele momento, mas não tenho enraizamento. Vivo o presente, tentando criar o futuro. E acho que isso me leva a ter uma cabeça jovem. Talvez um dia, o corpo não consiga mais acompanhar, mas eu sinto que vou ter isso sempre”, diz ele.

Cassiano Sinisgalli, Rita Vagalume e Rizek

Focado em “viver à frente de seu tempo”, Rizek é a favor de inovações e revela que tenta melhorar o mundo ao redor. “Uma coisa que eu sempre pensei e publiquei em várias colunas é que as coisas têm de ser do mesmo jeito. Aqui, em São Paulo ou Nova Iorque. Há quem faça um trabalho mediano e pense que, por ser para Tatuí, ‘está ótimo’. Mas, se eu fizesse meu trabalho em São Paulo, Nova Iorque ou Paris, eu faria com a mesma qualidade. Claro que os padrões são outros, os objetos são outros, o poder aquisitivo... mas, digo com a mesma boa vontade, com a mesma sinceridade e mesma honestidade que eu faço”, destaca.




rizek 30 anos | pela noite

Uma revolução na noite Rizek inovou conceito de ‘noite’ e empreendeu eventos que divertiram diferentes gerações

O

retorno de Jorge Rizek, definitivamente, a Tatuí foi diretamente influenciado pela vida noturna, aquela pela qual ele sempre foi apaixonado. Quando se mudou de Tatuí para São Paulo, Rizek já havia iniciado carreira na organização de eventos. Primeiro, fez um coquetel que marcou o encerramento de um curso de relações públicas oferecido no então Instituto de Educação Barão de Suruí. Da pequena recepção, nasceu a lendária festa de formatura no Clube Tatuiense, com o tema “Woodstock”. Se o início de eventos organizados por Rizek já entrou para a história da vida noturna da cidade, ainda havia muito a ser conquistado. Ao deixar a cidade, também passou a trabalhar na noite de São Paulo. Em Desfile de moda organizado na boate Circus, de Cyro Del Nero, em São José dos Campos, onde Rizek atuou como gerente O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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rizek 30 anos | pela noite

De cima para baixo: Desfiles – primeiro, na boate Circus; e, ao centro e abaixo, na Thunder: Paulo Cadela e Jaqueline Lorenzetti, e equipe inteira em festa Na página oposta, Rizek no Tro-lo-ló, no interior da Associação Atlética XI de Agosto

outra cidade, São José dos Campos, foi gerente de uma boate famosa, a “Circus”. “A boate era de Cyro Del Nero, cenógrafo conceituado que assinou importantes trabalhos para a Rede Globo e foi premiado internacionalmente. Ele já havia assinado, inclusive, a Papagaio Disco Club (famosa casa noturna de São Paulo na década de 70)”, conta. “Ao chegar para gerenciar, programei um desfile da melhor loja de lá e criei um grupo fantástico de gente bonita, fotógrafos, artistas... O desfile mudou o conceito de vida noturna de São José dos Campos e arrebatou a cidade, ninguém falava em mais nada”, relembra. Já em Tatuí, no ano de 1977, repetiu o sucesso do desfile e, com isso, selou o retorno à cidade. “Conheci o Luis Duarte, que me apresentou a Malu Ferreira e sugeriu o desfile. A Malu tinha a primeira loja de moda, de grife, da cidade. Passamos a fazer uma série de desfiles”. Em Tatuí, o desfile repetiu o roteiro de sucesso da ação em São José dos Campos. “Foi o mesmo desfile, que era lindo, na então Sunrise, onde é o estacionamento do supermercado Barbosa Gold. Também foi um sucesso, mas tivemos que fazer só com mulheres, porque os homens de Tatuí não queriam desfilar. Tive que trazer uns amigos de São Paulo... Imagine um evento numa cidade onde tudo fechava à meia-noite, praticamente não havia lugares para serem frequentados. Lembro que não havia fotógrafo de moda, moderno, na cidade... Ainda assim, foi um sucesso”, conta. Após o de primavera/verão, um novo desfile foi realizado para a estação seguinte. “O desfile de outono/inverno já teve modelos masculinos, porque todos queriam desfilar após o sucesso do primeiro. E criamos um grupo tão legal que demos o nome de ‘Troupe’”.

12 de maio Nada mais chic atualmente do que as luvas para elas, que voltaram com força total. A cocotada está usando uma só, num braço, até acima do cotovelo. Nas recepções mais finas, as curtinhas, rendadas, transparentes, já foram o novo “must” da moda.

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O grupo “Troupe” era formado por jovens modelos – evidentemente - e criativos. Não somente os desfiles ganharam mais vida com a “Troupe”, mas outros eventos noturnos que tinham colaboração do grupo. “Fizemos, ainda, concursos, desfile infantil, desfiles para outras lojas, como a Bla Blu... até que abrimos o Tro-lo-ló”, conta Rizek. (...) “Em 80, surge no XI o Tro-lo-ló, um espaço pequeno, mas extremamente agradável. Um sucesso tão imediato que fez gerar outro Tro-lo-ló fora do XI. Realmente, o Tro-lo-ló foi uma concepção nova na noite da cidade.”

17 de março de 1985 De todos os empreendimentos e eventos noturnos assinados por Jorge Rizek nenhum foi tão contundente quanto a casa noturna “Tro-lo-ló”. Da geração de jovens da região de Tatuí que frequentava a noite na década de 80, é praticamente impossível que alguém não se lembre, com muitas saudades, das noites do Tro-lo-ló.


rizek 30 anos | pela noite Tro-lo-ló, nome de uma das primeiras big bands da sempre musical Tatuí, representou um grito de liberdade de uma geração de jovens, que ganhou vida pela criatividade de Rizek. De tantos desfiles e eventos diferenciados que organizou na noite, Rizek passou a ser cobrado para que criasse algo permanente (mesmo sem ainda ter retornado oficialmente à cidade, o que ocorreu, efetivamente, em 1981). “De repente, surgiu a oportunidade de se criar um bar, na sala 30 da Associação Atlética XI de Agosto, com Orlando Silva e Paulo Cabra. O bar foi montado da noite para o dia, com coisas da minha casa de São Paulo, da casa de outros amigos. Era um conceito novo, diferenciado, no período pós-discoteca. A discoteca já tinha se esgotado, e eu vim com novo conceito. A ideia era tocar todos os ritmos de música e, inclusive, música ao vivo. À época, não havia música ao vivo na cidade”, destaca Rizek. A então pequena sala do XI de Agosto recebeu, para a inauguração, ninguém mais, ninguém menos, que Adoniran Barbosa, conhecido nacionalmente como o pai do samba paulista. O bar tinha uma agenda personalizada de eventos semanais. “Cada semana era uma festa diferente, tematizada, e, sempre, atraindo muitos músicos. Além do Adoniran, que inaugurou, passaram por lá nomes como os de Doris Monteiro, cantora da geração fossa passando para bossa nova; Mário Edison, pianista tatuiano que trabalha na noite de São Paulo; entre muitos outros”, conta Rizek. Da inauguração por Adoniran Barbosa em abril de 1980 até o encerramento das atividades no XI de Agosto, em 7 de dezembro do mesmo ano, o Tro-lo-ló fez história. O fechamento do bar deixou órfãos jovens que haviam encontrado um divertimento diferente e mais alinhado às tendências de São Paulo. De fato, tratava menos de escolher o estilo da atração noturna e mais de ter uma opção – diferente, criativa.

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O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

De cima para baixo: Orquestra Tro-lo-ló, jazz band que deu nome à casa noturna; ao centro, bar do Tro-lo-ló na 13 de Fevereiro; abaixo, equipe de caixas no Tro-lo-ló



rizek 30 anos | pela noite

De cima para baixo: “Lamartine para Inglês Ver”, espetáculo de teatro estrelado por Vera Holtz; ao centro, a primeira fachada do Tro-lo-ló da rua 13 de Fevereiro; abaixo, show de Eliete Albano e Mário Edson; à direita, detalhe de inauguração do Tro-lo-ló

Segunda fase “Fechamos, mas todo mundo queria o Tro-lo-ló de volta. Eu não sabia se realmente queria fazer e, quando pensava a respeito, não encontrava o lugar certo. Vinham muitas sugestões, inclusive, sobre o endereço onde, mais tarde, ele foi reinaugurado”, conta Rizek. Dos 15 anos que existiu, o clube Tro-lo-ló viveu a segunda e mais empolgante fase à rua 13 de Fevereiro, próximo ao local onde Rizek vive até hoje. Após a inauguração do clube, em outubro de 1981, aquele trecho que até então era deserto e pouco movimentado nunca mais foi o mesmo. “E era algo engraçado: as pessoas achavam que se não havia carro na frente, não seria bom. Era como se isso significasse que o local estava vazio...”, lembra. “Mas, este Tro-lo-ló também nasceu diferente. Foi inaugurado por Hector Costita e uma big band que fazia sucesso no Gallery, o melhor clube da noite de São Paulo. Eu sempre buscava manter um link com São Paulo”, justifica. Na segunda noite, a atração musical foi a Banda do Neves, grupo coordenado por Antonio Carlos Neves Campos, ex-diretor do Conservatório de Tatuí. No entanto, além dos artistas locais, que tinham cadeira cativa no clube, vários artistas reconhecidos na cena nacional estiveram no clube. Luiz Melodia, Rosa Maria, Dinho Ouro Preto (vocalista do Capital Inicial), Belchior, Guilherme Arantes... “O Tro-lo-ló também assinava a produção de shows em outros locais, como os da banda Barão Vermelho e do cantor Lobão”, conta Rizek. A magia da casa noturna era formada por diferentes ingredientes. Na prática, era um lugar pequeno, rústico até. Mas, havia ali algo que fazia tudo se transformar quando recebia pessoas. O salão, de repente, era algo gigante. E tudo permeado por música – todos os tipos de música.

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Quando a febre da lambada ainda não contaminava, a estreia do ritmo ocorreu no Tro-lo-ló, com direito a concurso de dança e premiação. “Na verdade, criamos uma agenda diferente, tematizada. Tudo era sempre novo, diferente, e na própria estrutura da casa. Fazíamos reformas, mudávamos o espaço, criamos um bar externo. E este espaço ganhou uma história à parte. Na onda de seguirmos os modismos, descobrimos o sertanejo”, disse ele. O “new sertanejo”, que sucedeu ao sertanejo de raiz e bem antes do denominado “universitário”, tocou com exclusividade no Tro-lo-ló. “Sertanejo não tocava em lugar nenhum, mas, num domingo chuvoso e frio, coloquei um disco de Leandro e Leonardo. De repente, todo mundo começou a cantar. Tinha pouquíssima gente, mas esse mesmo grupo combinou de voltar no domingo seguinte”, relembra.

23 de junho

Casamento de Márcia e José Eduardo

Foi um festival de chapéus, joias e peles, o acontecimento que marcou o casamento de Márcia e José Eduardo. Ela é filha de José Eraldo e Ester Medeiros, e ele é filho de Aniz e Modesta Boneder. A recepção foi no salão principal da Colina das Estrelas, que estava decorado com flores brancas e rosas. O coquetel e o jantar foi por conta da banqueteira Leontina Pasqualotti. Márcia estava lindíssima, num vestido todo bordado e romântico, criado por Helena Foltran. Difícil dizer quem estava mais bonita e elegante tal era a quantia de mulheres bem vestidas. Entre elas – Olga Grandino, Mirian Vieira, Patrícia Negrão, Claudia Orsi, Taiz Cardenas, Picida Fiuza e Rosana Fiuza.

Em sentido horário: Antonio Carlos Neves Campos (o maestro Neves) em noite de apresentação no Tro-lo-ló; Rizek e Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial; Rizek e Frejat (vocalista do Barão Vermelho); no Tro-lo-ló, ao lado de Belchior; Wilson Simonal, em show no Tro-lo-ló

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rizek 30 anos | pela noite O disco de Leandro e Leonardo deu a Rizek a ideia de, novamente, tentar implantar as domingueiras. O que já era moda em São Paulo não vingava em Tatuí. “Nunca deu certo. Chegamos, até, a tentar implantar tardes de domingos com patins, que era moda, ainda no XI de Agosto. Mas, por algum motivo, não conseguia implantar o domingo como dia de balada. Era sempre sexta e sábado à noite – além do bar, claro, que abria todos os dias da semana”, explica. O disco de Leandro e Leonardo foi tocado à exaustão enquanto a clientela das tardes de domingo aumentava de 10 para 20 clientes e, depois, de 20 para 30. “Eu tive a ideia de fazer um som e comecei a brincar. Começávamos às cinco da tarde e terminávamos às dez da noite. Eu era o DJ e o som era como se fosse uma vitrine, sendo que eu via a rua quando tocava, e as mesas ficavam na calçada. Tocávamos de tudo, sem preconceito. Começávamos com Nelson Gonçalves; depois, vinha Wanderléa, Jovem Guarda, sertanejo... Todo mundo cantava junto”.

O sucesso foi tão grande que não demorou muito para que a rua, então deserta, ficasse totalmente congestionada. Dirigir por ali na tarde de domingo era impossível. A multidão aumentou tanto que o trânsito chegou a parar. E, com isso, claro, a incomodar. “Tivemos que transferir o projeto para dentro do bar e, dentro, tudo mudou. Tive que fazer portaria, e não era mais a mesma coisa”, diz ele. Em pouco tempo, o Tro-lo-ló passou a ser chamado de “lugar onde tudo acontece”, tanto que utilizou a frase como slogan. Concurso de dança, desfiles de moda, lançamento de livros, exposição de artes... Não havia dia perdido para atividades culturais e de entretenimento. “Às segundas-feiras, criamos, com o Paulo Braga, uma jam session, e trouxemos jazz, MPB e música instrumental. Até a Orquestra Sinfônica chegou a tocar dentro do clube. Havia de tudo um pouco. Casamentos, homenagens – como a realizada para Maurício Loureiro Gama -, comemorações, aniversários, tudo”, conta Rizek. A diversidade de eventos e atividades é lembrada por Ana Maria Camargo Del Fiol, proprietária do jornal O Progresso de Tatuí. Shows de cantores famosos, como o de Maria Creuza, são citados por ela. “Dá muita saudade. Os eventos que o Rizek organizava no Tro-lo-ló repercutiram bastante. O show de Maria Creuza foi inesquecível porque, lembro bem,

O cenógrafo Jaime Pinheiro e o publicitário Binho Antunes ilustrando interior do Tro-lo-ló, no início dos anos 90; Rizek atuando como DJ no Tro-lo-ló; abaixo, Décio Cardoso em show na casa noturna

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rizek 30 anos | pela noite

18 de fevereiro

A inauguração do 567

O fracote verão 87 foi balançado numa tarde de terça-feira com a inauguração do ponto de encontro 567 do Grupo Tro-lo-ló. Localizado no Downtown, em prédio que há 20 anos funcionou a loja de eletrodomésticos Martinho Ribeiro. A decoração é um jogo de contrastes entre o rústico e o bem acabado, formando um conjunto arquitetônico agradável. Do prédio antigo, foram conservados a fachada art deco, o piso e as paredes internas com tijolos antigos assentados com barro, tudo isso passado por um processo de tratamento especializado. No resto das paredes, foi usada tinta automotiva em degradée de amarelo, laranja e vermelho. O teto foi feito com madeiramento à vista e luminárias teladas com spots direcionados. Ventiladores com pás de madeira completam o teto. O balcão do bar todo de tijolo mal acabado e queimado, com uma pedra de mármore travertino, espelhos e vidros jateados (by Luiz Dias Jr) e desenhados por Mingão, um ar à antiga, ao bar, quase uma estação ferroviária. Nas paredes, panos confeccionados por Taiz Cardenas e quadros do artista plástico Paulo Pena. Na fachada, foi usado cal ocre e automotiva vermelha, realçando detalhes. A inauguração foi concorridíssima e o toque foi dado pela Banda Santa Cruz, lembrando bem uma festa do interior. Impossível citar todos os presentes. Agradecemos a todos que nos enviaram flores, telegramas e cartões de boas-vindas.

De cima para baixo: desfile de moda no Tro-lo-ló; ainda no Tro-lo-ló, Paulo Braga e Marcos Pedroso em jam session, realizada às segundas-feiras; abaixo, espetáculo de dança no Tro-lo-ló; e, à esquerda, inauguração do 567, com apresentação da Banda Santa Cruz

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Erasmo Peixoto, Voss e Maurício Loureiro Gama em noite de homenagem ao jornalista, no Trololó; abaixo, na mesma casa noturna, festa com Balleteatro Fred Astaire

estive com ela no camarim. Lembro-me de exposições e tudo o mais... Era muito gostoso, e acho que isso faz muita falta hoje, pois não há nenhum lugar como o Tro-lo-ló”, afirmou Ana. Nos muitos anos de funcionamento, a casa noturna passou por várias fases. Em uma das mais disputadas, todo o comércio envolvia-se na vida noturna, por meio de distribuição de “convites”. Eram panfletos xerocados, ilustrados com uma redução do tema da semana, que eram distribuídos em lojas, lanchonetes, sorveterias, escolas de idiomas. Quem tivesse a sorte de retirar um “convite” nos estabelecimentos poderia ter desconto no pagamento do ingresso ou, em alguns casos, até a gratuidade se chegasse ao local antes da meia-noite. Outro diferencial destacado por Rizek era a de-


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Em sentido horário: Celso Módena, no Tro-lo-ló; interior da casa noturna; e, à esquerda, Vera Holtz, Miguel Magno e Rizek

mocracia musical. “No bar, havia sempre música ao vivo. Todas as bandas, de todos os níveis, estilos e formatos tocavam ali”, conta. Para Ivan Gonçalves, amigo que o levou ao colunismo social, Rizek traduziu exatamente o que a juventude da época gostaria de encontrar. “Ele foi feliz na escolha dele, no estilo dele. Chique como sempre foi, mas era um espaço para uma classe não tão elitizada, que gostava de uma boa música, gostava de um bom ambiente.” Mas, afinal, por que a casa noturna fez tanto sucesso? Para Rizek, a explicação é simples: mais do que um ambiente comercial, o Tro-lo-ló era uma casa de amigos. “Eu cuido dos lugares. É um cuidado meu. Eu cuidava do espaço como se fosse minha casa e não como um ponto de comércio. Eu transformava tudo numa festa, e sempre tinha em mente que é um prazer fazer festa para receber amigos. Minha ideia era essa: ornamentar como se eu estivesse fazendo festa na minha casa para receber amigos. E quando se faz isso, fazemos sempre o melhor possível”, argumenta. “A noite passou por vários processos e o público passou a ficar cada vez mais exigente, querendo mais conforto. Não tínhamos como oferecer tanto, mas oferecíamos criatividade, bandas legais, DJs legais. É claro que tinha gente que reclamava, mas, mesmo os que reclamavam são

11 de março Estamos de volta, após as folias momísticas. Foi um Carnaval muito sem feeling, salvo raríssimas exceções. Aliás, o mau gosto foi a tônica do Carnaval deste ano. Oitenta por cento do pessoal estavam tão mal vestidos que dava dó. Terminados os clubes, parecia um punhado de vampiros e dráculas vindo de um museu de cera. Degradante! Nasceu, dia 1o de março, um domingo carnavalesco, Isabel, filha de Rita de Cássia Peixoto e Paulo Roberto Guidon. Os avôs estão felicíssimos.

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Decoração do artista plástico Mingo Jacob no interior do Tro-lo-ló; na mesma casa noturna, Rolando Soares em apresentação de tango; abaixo, Wilson Bertrami no Tro-lo-ló

aqueles que, hoje, dizem sentir muito falta do Tro-lo-ló e o descrevem como a melhor coisa do mundo”, pondera. Lotada e ganhando cada vez mais dimensão no interior de São Paulo – e, inclusive, repercutindo na capital –, o Tro-lo-ló fechou as portas definitivamente depois de mais um final de semana lotadíssimo, em 1995. O fechamento não ocorreu por falta de público. Pelo contrário. Fechar o Tro-lo-ló representou o fim de uma era marcante na vida noturna de Tatuí. E o motivo mostra outra característica de Rizek. “Fechei porque quis, porque era hora de fechar, por causa dos vizinhos. Desde que criamos o Tro-lo-ló, havia reclamação de vizinhos, e alguns dos vizinhos eram meus amigos e não participavam da reclamação. A partir do momento em que os amigos começaram a participar da reclamação, eu achei por bem fechar. Sempre me incomodou muito incomodar as pessoas. Os vizinhos eram pessoas que eu respeitava e respeito, mas havia um público para a casa noturna, era um lugar para a juventude, e a gente fazia o melhor de tudo para receber, não com luxo, mas com criatividade, com certo bom gosto e da melhor forma possível”, desabafa.

29 de março O Tro-lo-ló voltou, e voltamos para enfrentar um novo ano. Estamos retornando para um novo começar. Tudo está se arrumando aos poucos, mas mesmo assim queremos partir, novamente, do zero. Contamos com sua ajuda porque, afinal, é você e tantos outros que fazem a noite acontecer. Nós entramos com a teoria para vocês praticarem. Tudo é mútuo, tudo é um conjunto, um grupo em busca de um ponto comum – a alegria, o divertimento, o prazer; desfrutar a vida da melhor forma possível e, partindo disso, voltamos a funcionar. Além dos sábados, também às sextas uma programação bastante diversificada preparamos para vocês. O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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rizek 30 anos | pela noite

Grupo Tro-lo-ló incluía 8 ou 80 e 567

S

e o Tro-lo-ló já se mostrava eclético e oferecia atividades diárias, não era suficiente para a vontade de Jorge Rizek em produzir. Paralelamente ao Tro-lo-ló, Rizek recebeu convite de empresários da Rontan (uma das principais empresas de segurança da América Latina, com sede em Tatuí) para criar o 8 ou 80. O bar teve curta duração, mas inaugurou no município um outro conceito: o piano-bar. “Mario Edison e Neves tocavam piano, o cardápio era mais sofisticado, era outro conceito. Eu estava sempre inovando, pesquisando... Tinha a sorte de achar o cozinheiro certo na hora certa”, relembra. O alto investimento que exigia a sofisticação planejada inviabilizou o 8 ou 80. Após curto espaço de tempo, Rizek estava novamente à frente do Tro-lo-ló, que tinha um bar muito peculiar. “Eram cinco mesas na frente do bar. E lotava tanto que não tinha como entrar. O sucesso foi tão grande que eu percebi que estava na hora de abrir uma choperia nova, no centro da cidade”, contou. E uma série de novas coincidências ganhou vida. O lugar, praticamente sonhado e indicado a Rizek, exigiu muita paciência dele. “Tive que convencer o dono a permitir que eu fizesse ali a primeira choperia da cidade”, diz ele. E foi ali, na rua Coronel Aureliano de Camargo, no exato endereço da primeira casa de eletrodomésticos da cidade, chamada “Martinho Ribeiro”, que nasceu o 567 – número do prédio. “Inauguramos na loja de Martinho Ribeiro, que criou a Rádio de Tatuí, onde se vendeu a primeira TV, primeira geladeira... Ali surgiu a primeira choperia, com

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O pianista Mário Edson Farah

06 de maio “Depois de carreira feita praticamente no Rio de Janeiro, Vera Holtz estreia em palco paulista. No mesmo palco que, há dez anos atrás, ela fez ‘Tribobó City’ com Edwin Luisi – o palco do Teatro Anchieta. Agora ela está de volta a São Paulo com um espetáculo diferente de tudo que já foi feito em teatro por aí, um espetáculo do controvertido Gerald Thomas, “Eletra com Creta”, que vem do Rio de Janeiro após quatro meses de sucesso.



rizek 30 anos | pela noite novo conceito. Tudo tinha a ver comigo: desde as cores, o nome, foi um projeto totalmente meu. Iniciei em sociedade com minha irmã e inauguramos em 27 do 2 de 1987, uma terça-feira, às 5h da tarde... Fiz toda uma numerologia para o 567”, conta ele. “Após um mês, minha irmã prosseguiu dirigindo a casa.”E, logo, Rizek estava concorrendo com ele próprio. O 567 fez tanto sucesso que competia com o Tro-lo-ló, já que muitas pessoas preferiam ficar na choperia a noite inteira. Com a sociedade desfeita, Rizek iniciou novamente um bar. “Terminou a sociedade e, então, comecei tudo de novo, do zero, no próprio Tro-lo-ló. Cresceu tanto que passou a funcionar no prédio ao lado, fora do clube...”, relembra. E o destino dá tantas voltas (e curiosas) que não custou muito para o próprio 567 fechar e, mais tarde, ser reinaugurado na Maneco Pereira, com projeto também assinado por Rizek. Assim

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como os famosos Marina Café, Capitão XV, entre outros bares da cidade.

Festas itinerantes e “órfãos da noite” Após o fechamento do Tro-lo-ló, toda uma geração de “órfãos da noite” buscava novas formas de entretenimento. E, para suprir a necessidade, Jorge Rizek, com a habilidade de reciclar-se, decidiu investir em um novo conceito de evento noturno: festas itinerantes. “Elas começam a surgir timidamente em São Paulo, mas aqui, no interior, ainda não existiam. Saí em busca de novos lugares, espaços inusitados para grandes festas. Quase que como uma experiência exclusiva”, detalha. “Buscamos espaços inusitados, em parceria com várias pessoas. Uma delas foi o Cassiano Sinisgalli, com quem criamos a ‘Fábrica de Eventos’, uma agência de eventos; depois, também com um pessoal de Sorocaba, que fazia grandes festas eletrônicas”. Nesse sentido, foram realizadas festas na desativada fábrica São Martinho, na já extinta fábrica Santa Adélia e, até, na Fazenda Ipanema, comemorando os 500 anos de Descobrimento do Brasil. “Foi um grande sucesso. Fazíamos festas incríveis, e muitos corriam para tentar copiar, fazer eventos nos mesmos lugares”, diz ele. “Nas décadas de 80 e 90, eu estive focado na noite. Na verdade, eu sempre adorei a noite porque nela as pessoas são felizes. É música, alegria... A cidade fica mais feliz”. Para Ivan Gonçalves, há outra explicação para o sucesso dos empreendimentos noturnos de Rizek: “Ele nasceu para isso”. “Ele não pode fazer outra coisa. Esse ‘rapazinho’ é uma pessoa importante para a cidade. Ele é bom no que faz e gosta do que faz.” E as inovações não pararam nas festas itinerantes: rodeios, shows, festas em bares. A intensidade das ações de Rizek parecia efervescer ao longo das décadas de 80 e 90, principalmente.

Acima, festa na fábrica São Martinho; ao lado, festa no “Casarão da Fábrica”, durante a Gincana Halloween do Rotaract


rizek 30 anos | pela noite

35 anos de Carnaval Seja pelo dinamismo do ramo de entretenimento, seja pela falta de investimentos, raramente se lê sobre um evento noturno que tenha durado longos e consecutivos 35 anos. O baile Vermelho e Preto, um dos principais do interior paulista e o único manti-

do por tantos anos, é uma das mais bem sucedidas ações no ramo de entretenimento assinadas por Jorge Rizek. A iniciativa nasceu da observação. Na década de 70, Rizek ainda morava em São Paulo e voltava a Tatuí durante o feriado de Carnaval. Era um período de ebulição de bailes no Rio de Janeiro. “No Rio, os bailes já começavam na quinta-feira anterior ao Carnaval. Mas, em Tatuí,

apesar de haver um Carnaval legal, não existia absolutamente nada na sexta-feira. Aí, pensei em criar um baile em Tatuí, e tive a ideia de falar com o XI”, conta Rizek. Ao procurar o clube, já tinha o roteiro do evento pronto: o baile Vermelho e Preto carregaria as cores do clube de futebol Agostino, tendo a “Égua Vermelha”, o mascote, como símbolo e tema da primeira edição do baile. Todo o conceito do baile foi pesquisado. “Ninguém quase se lembrava da história. Eu

Em sentido horário: terceira edição do baile Vermelho e Preto; Rafael Peixoto, Cristiane, Marília, Pedro, Fábio e Luiza Falotico; à esquerda, Soraya Rossi e Rizek; e momentos do baile Vermelho e Preto em 2001

12 de abril Vera Holtz estará em cartaz em São Paulo, a partir do final do mês de abril, com a peça “Eletra com Creta”, de Gerald Thomas (o grande diretor de “O Navio Fantasma”, atual cartaz no teatro municipal do Rio. Com ela, também está Beth Goulart (atriz de “O Outro”). O teatro será o Anchieta.

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Ambas as fotos mostram momentos do Baile Vermelho e Preto 2001

fui pesquisando, lembrando, e nasceu o Vermelho e Preto”, recorda. O baile nasceu como homenagem à equipe bicampeã paulista de futebol amador na mesma década e, em 2014, completou 35 anos ininterruptos. “Durante esse período, também mantive várias parcerias. Primeiro, com o clube; depois, com o Corinthinha (Geraldo Ribeiro de Souza, empresário). Foram várias parcerias”, diz ele. Além de celebrar os 35 anos em 2014, o Vermelho e Preto marcou o final de um ciclo de realizações. A ideia, conforme o idealizador, é reciclar também o baile. “A partir de 2015, o evento terá continuidade, embora revigorado e com um conceito diferente. Sei que será algo novo, diferente.” E quem duvida disso?

24 de maio A Boca Rica inaugurou dia 4 sua nova e imensa filial na rua 11 de Agosto. A loja é ampla e bonita na fachada, em painel gigante de neon que é visto desde que se entra na cidade. O sucesso é garantido.


rizek 30 anos | pela noite

O nome “Tro-lo-ló” foi pensado por Jorge Rizek como forma de homenagear uma das primeiras big bands da cidade. O nome do clube noturno, no entanto, foi difícil de ser escolhido. “Eu ainda morava em São Paulo, as pessoas que faziam o projeto comigo me cobravam o nome e eu não chegava a uma conclusão. Já existia uma história de que eu só colocava nome em inglês e, por isso, eu estava tentando achar alguma coisa diferenciada, que fosse a cara de Tatuí”, contou. Inicialmente, Rizek pensou em algum termo relacionado ao dialeto caipira. “Algo que só se ouve aqui. Eu até já tinha pensado em algo nessa linha quando, andando por São Paulo, tive uma ideia: se queremos fazer com que a cidade volte a ter as festas e bailes que tinha nos anos 50 e 60, nada melhor que homenagear uma das bandas que eu próprio ouvia nesses bailes: Tro-lo-ló!”, contou. A convivência de Rizek com os bailes vinha, de certa forma, desde a infância. O tio administrava bares nos clubes e Rizek, ainda menino, via os eventos acontecerem. A banda, big band ou jazz band Tro-lo-ló foi pioneira. Embora houvesse outras, era a que mais sucesso fazia, tendo passado por muitas formações. No final da década de 50, era formada, entre outros, por Chicão, Chiquito, Barth, Mário Edison, Luizinho, Ico, Zé Fiusa, Pinto... Entre vários outros nomes. “Quando eu disse qual seria o nome, todo mundo ficou assustado, as pessoas não entendiam. Eu tinha, sempre, que explicar que se tratava de homenagem. O nome da casa noturna vinha homenageando músicos, a noite, trazendo o resgate da noite antiga... Exatamente a filosofia do Tro-lo-ló”.

23 de agosto Jaime Pinheiro recebeu menção honrosa no 14º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Participaram 400 artistas com 1.500 trabalhos.

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bar 8 ou 80; ao De cima para baixo: interior do hado Loureiro; Mac o Stéli na centro, fachada do 567 es da banda rant integ aos junto k Rize xo, abai e, Nenhum de Nós


07/10/1984 Grande Baile das Debutantes em prol da Apae – com os cadetes de Agulhas Negras dançando a valsa com as debutantes. (...) As debutantes: Tânia Mori, Débora Mori, Ana Cristina Bosso, Celina de Jesus Popst, Ana Cláudia Correa Campos, Fabiana de Lima Vasques, Adriane Maria Rodrigues Camargo, Alessandra de Paula Garcia, Ana Ingrid Lisboa de Almeida e Flávia Vaz. ................................................... 25/11/1984

E A DANCETERIA VEM AÍ...

Tatuí vai, finalmente, entrar na “onda da danceteria”. Já era para ter inaugurado, mas certos imprevistos surgiram e nos impossibilitaram a abertura. Mas, agora que eles foram afastados do pedaço, a coisa começou novamente a andar, e logo teremos uma. O cenário criado é vestido pelo brilho das pessoas. Muito som, pouco preconceito, um prazer imenso: a noite está aí, mais socializada que nunca, de visual novo, de cabeça nova! O lance é dançar! Em primeiro lugar, é bom ficar bem claro, que dançar não está na moda! Dançar “nunca” saiu de moda. Muda a música, muda a onda, mas a gente sempre aprende o ritmo e, daí, vai embora. Brasileiro, então, tem a maior “manha” de dançar conforme a música, numa boa. ................................................... 24/02/1985

8 OU 80 em clima de verão

Contrariando a turma do não faz nada, só faz fofoca, ou a turma do banco de jardim, o 8 ou 80 continua importando na noite tatuiana. ................................................... 17/03/1985

A pobre noite tatuiana

Nos dias de hoje não existe noite em Tatuí. Se já existiu? Claro que sim. E como! A noite era mágica nos tempos do Tro-lo-ló (impossí-

30 de agosto Mônica foi o tema da festa de aniversário de Júlia, filha de Soraya Rossi e Robert Andrews. A casa dos avós Eunice e Acassil foi toda decorada em rosa.


rizek 30 anos | pela noite vel esquecer), quantas coisas aconteciam. E, retrocedendo um pouco mais, as coisas aconteciam também nos anos 50 e 60, quando a vida social era bem mais agitada que agora. Existiam as brincadeiras dançantes nas quintas e sempre bailes aos sábados, no Recreativo, e no Tatuiense aos domingos; a festa era com o famoso Pick Up e seus Negrinhos. (...) Repentinamente, tudo foi destruído. Nasceu a Thunder, já Boite, a Sunrise na febre “disco”. Em 80 surge no XI o Tro-lo-ló, um espaço pequeno mas extremamente agradável. Um sucesso tão imediato que fez gerar um outro Tro-lo-ló fora do XI. Realmente, o Tro-lo-ló foi uma concepção nova na noite da cidade. ........................................ 18/02/1987

Inauguração do 567

O fracote verão 87 foi balançado numa tarde de terça-feira com a inauguração do ponto de encontro 567, do Grupo Tro-lo-ló. Localizado no “downtown”, em prédio que há 20 anos funcionou a loja de eletrodomésticos Martinho Ribeiro. A decoração é um jogo de contrastes entre o rústico e o bem acabado, formando um conjunto arquitetônico agradável. Do prédio antigo foram conservados a fachada art deco, o piso e as paredes internas com tijolos antigos assentados com barro, tudo isso passado por um processo de tratamento especializado. No resto das paredes foi usada tinta automotiva em degradê de amarelo, laranja e vermelho. O teto foi feito com madeiramento à vista e luminárias teladas com spots direcionados. Ventiladores com pás de madeira completam o teto. O balcão do bar todo de tijolo mal acabado e queimado, com uma pedra de mármore travertino, espelhos e vidros jateados (by Luiz Dias Jr.) e desenhados por Mingão, um ar à antiga, ao bar, quase uma estação ferroviária. Nas paredes panos confeccionados por Taiz Cár-

06 de setembro to a integrantes Acima, Rizek jun eiros do Hawaii; da banda Engenh Clovis Salles e ek abaixo, Riz

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Quinta, 3 de setembro, inaugurou-se na rua Cornélio Vieira de Camargo, 26, a agência de viagens Antuérpia, de Neusa e Marcel Proost. Tendo como gerente técnico Marco Rogério de Souza.



rizek 30 anos | pela noite

Rizek e integrantes da banda Jota Quest

denas e quadros do artista plástico Paulo Pena. Na fachada foi usado cal ocre e automotiva vermelha realçando detalhes. A inauguração foi concorridíssima e o toque foi dado pela Banda Santa Cruz, lembrando bem uma festa do interior. Impossível citar todos os presentes. Agradecemos a todos que nos enviaram flores, telegramas e cartões de boas-vindas. ................................................... 29/03/1987

AVISO

O Tro-lo-ló voltou e voltamos para enfrentar um novo ano. Estamos retornando para um novo começar. Tudo está se arrumando aos poucos, mas mesmo assim queremos partir, novamente, do zero. Contamos com sua ajuda porque afinal é você e tantos outros que fazem a noite acontecer. Nós entramos com a teoria para vocês praticarem. Tudo é mútuo, tudo é um conjunto, um grupo em busca de um ponto comum – a alegria, o divertimento, o prazer; desfrutar a vida da melhor forma possível e, partindo disso, voltamos a funcionar. Além dos sábados, também às sextas uma programação bastante diversificada preparamos para vocês. ............................................ 29/07/1987 O Tro-lo-ló apresenta nesta sexta-feira, dia 31 de julho, para encerrar a temporada de férias de inverno, Wilson Simonal e Quarteto.

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O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

O show vai revisitar a bossa nova, tempo do Spot Light, de Abelardo Figueiredo, na Tupi, os bons tempos da Record, quando toda plateia cantava e dançava no “Show em Si... Monal”. Agora ele está preparando um novo show para o Bar Inverno e Verão, de São Paulo, e um novo disco com arranjos do maestro Neves. Será uma noite como poucas – você terá a chance de ter emoções diferentes com esse star da nossa música. Já é um sucesso o novo bar de frente do Trololó que esta semana lança seu happy hour com descontos de dez por cento no horário das 18h às 20 horas. Um cardápio especial está sendo preparado para o horário. Em breve o Trololó vai lançar feijoada aos sábados, no almoço. Tudo em grande estilo. ................................................... 09/12/1987 E o Johnnies (Bonga, Didi, Zé Emilio, Burt, Dirceu e Voss) agitaram o Tro-lo-ló na sexta-feira, na “Noite do Bambolê”. No repertório o boom “Biquini de Bolinha Amarelinho”, “Something”, “Banho de Lua”, “Vem quente que eu estou fervendo”... que todo mundo cantou e dançou o tempo todo. Foi uma noite inesquecível. Muita gente chorou de emoção.

27 de setembro Tatuí em breve vai ganhar sua primeira costelaria. Fica quase em frente ao Clube de Campo.



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‘Entrei na política para fazer mais pela cidade’ Duas vezes vereador e há 13 anos liderando áreas municipais de cultura e turismo, Rizek quer deixar “coisas melhores do que estão”

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ogo no início das colunas sociais de Jorge Rizek, as ideias pelo desenvolvimento local e críticas ao comodismo da cidade eram frequentes. Anos depois, tornaram-se propostas práticas e, incentivado por amigos e líderes políticos, Rizek resolveu tirar os projetos do papel e tentar colocá-los em prática. Das quatro disputas ao cargo de vereador nas eleições municipais, venceu duas vezes, atuando de 1993 a 1996 e de 1997 a 2000. “Eu achava que havia muito a ser feito na área cultural e, com a força política, seria mais possível. E foi por isso que fui convidado a ser candidato. Foi uma experiência ótima, passei a ter outra visão do mundo político. Foram oito anos que estive na Câmara Municipal e pude propor várias leis que estão em vigor”, comenta. Como vereador, Rizek propôs e obteve aprovação para a criação de três conselhos atuantes até hoje: o Conselho Municipal de Cultura, o Comtur (Conselho Municipal de

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Turismo) e o Condephat (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico). Com reuniões periódicas, os conselhos atuam diretamente no desenvolvimento cultural, turísti-

Foto da primeira campanha eleitoral de Rizek com o slogan “Voto Certo”

co e histórico do município. Outro projeto que também está em vigor, proposto por Rizek, é o “Adote uma Praça”, que prevê que empresas privadas responsabilizem-se pela manutenção de praças locais. A Lei de Incentivo à Cultura, por sua vez, também proposta por ele, ainda

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não foi colocada em vigor. “No início, eu achava que, como vereador, conseguiria fazer muito pela cidade. Mas, ao final, vi que não era exatamente assim... É preciso atuar num grupo e ser fiel a esse grupo. Foi uma experiência ótima, válida, e começamos a organizar as áreas na cidade”, esclareceu. Ao término do segundo mandato como vereador, foi convidado a atuar na Prefeitura. “A proposta era para uma atuação prática e criar uma área só para a cultura. E deu certo, trouxe resultados, encontrei o que eu buscava”, afirmou. O primeiro Departamento de Cultura e Turismo de Tatuí foi crido no ano de 2001. Instalado à rua Maneco Pereira, foi a primeira casa dos artistas locais. Um espaço para acolher todas as artes, todos os gêneros, todas as manifestações culturais. Apresentações musicais e de artes cênicas dividiam espaço com exposições artísticas memoráveis. A exposição “Noivas” e “Artes Sacras”, bem como as obras da delicada artista Edith



rizek 30 anos | pela sociedade À esquerda, Rizek como primeiro-secretário na Câmara; abaixo, Rizek e Kito Junqueira

Maffei e as belas fotografias de Josué Fernandes Pires - que, nela, retratou as flores - são lembradas até hoje por quem vivenciou o Departamento de Cultura. Concursos de escolas de samba, desfiles, reuniões periódicas, promoção de oficinas e intercâmbios com outros municípios, além da inclusão de Tatuí no circuito estadual de artes, foram realizados e fortalecidos ao longo dos últimos 13 anos. “Não apenas eventos que tiveram outra característica, outro olhar, mas o gerenciamento é importante para quem trabalha com cultura. Trouxemos para perto, reunimos as pessoas que trabalham com arte e os conselhos, criados anteriormente, passaram a ter uma vida regularizada”, diz ele. Se dentro do Departamento Municipal de Turismo e Cultura as ações eram intensas, as realizadas fora do espaço ganharam ainda mais espaço na agenda de Rizek. Antes, como voluntário ao longo de décadas, liderou grupos de Carnaval e as próprias ações municipais de Momo.

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“Mesmo antes, como vereador, eu era convidado e colaborava com o aniversário da cidade, Carnaval, voluntariamente. Começamos, então, a trabalhar oficialmente a partir do Departamento Municipal, e sigo até hoje”, destaca. Entre as diversas ações que se-

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guem com grande sucesso, está a tradicionalíssima Festa de São Jorge, que está, inclusive, citada no Hino de Tatuí. “Eu não sei exatamente a razão da interrupção da festa. Me contam que ela ocorreu porque, em uma decisão de um conselho ecumêni-

The Johnnies em 1971

09 de dezembro E o Johnnies (Bonga, Didi, Zé Emilio, Burt, Dirceu e Voss) agitaram o Tro-lo-ló na sexta-feira, na Noite do Bambolê. No repertório, o boom “Biquini de Bolinha Amarelinho”, “Something”, “Banho de Lua”, “Vem quente que eu estou fervendo”, que todo mundo cantou e dançou o tempo todo. Foi uma noite inesquecível. Muita gente chorou de emoção.


Em sentido horário: Rizek em sessão de fotos no Sítio do Carroção, por Giorge de Santi; Rizek entre o casal Edith Maffeis e Antonio José Martins; detalhe da exposição de arte sacra realizada no Departamento Municipal de Cultura, à rua Stélio Machado Loureiro; e Rizek em exposição fotográfica no mesmo Centro Cultural

co da Igreja Católica, certos santos deixaram de ser reverenciados. Lembro que o santo saía em procissão e, depois do fim da festa, foi levado para o Lar São Vicente de Paulo”, conta. “Resolvemos resgatar esse evento superimportante, que está no hino da cidade. Voltamos a fazer, por meio de um amigo que trabalha na Prefeitura, e permanece até hoje com apoio da igreja”. Desde a inauguração do Departamento Municipal de Turismo e Cultura, vários projetos foram discutidos. Ideias pipocavam em reuniões periódicas e, mais tarde, concretizavam-se - ou não. Para Rizek, ter visão ampla da área auxilia na avaliação e aplicabilidade das propostas. “Avaliamos e vamos tentando abrir caminho para a realização. A Festa do Doce é uma das festas que surgiram por meio dos projetos. Sempre achei que Tatuí precisava ter uma festa típica da cidade - há cidades que têm festa do morango, alcachofra, vinho... E a gente tem um produto, além da música, que é bom e atrai turistas. Sempre tínhamos vontade de fazer esta festa, que vem sendo discutido desde o início dos anos 2000. Tínhamos um planejamento, fizemos algumas edições mensais para ver se conseguíamos agrupar, tentamos fazer um cadastro de doceiras. No O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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Momento do Carnaval de rua de Tatuí; abaixo 2ª edição da Festa do Doce

Rodrigo Camargo

ano passado, fizemos por meio da Prefeitura, e este ano ela será realizada novamente. A festa ainda está engatinhando, tem muito chão pela frente”, afirma. Até tornar-se uma referência nacional, que é o projeto de Rizek, a Festa do Doce deverá sofrer novas transformações e causar agrupamentos de doceiros por meios de associação ou cooperativa. “É uma forma de fazer com que ela torne-se oficial e permaneça no calendário cultural. Estamos plantando uma semente, e há muito a ser feito para que ela se torne um evento representativo na cidade”, destaca. A criação de um calendário cultural é uma das ações administrativas que ganharam a preocupação de Rizek. Tanto que, na atuali-


Festa de São Jorge, nas ruas de Tatuí, com pai de Rizek a cavalo

dade, o município dispõe de um calendário oficial de eventos, algo planejado há muito tempo. “Mais do que isso, temos uma equipe de turismo, de cultura e de eventos. E temos condições de buscar caminhos para a realização permanente de eventos. Mas, es-

tou aqui porque eu acho que há o que ser feito. Me vejo abrindo caminho para que a próxima pessoa que vier encontre algo melhor - espero. Quando iniciamos, assim como em todos os municípios à época, tudo era feito de forma amadora na área. Hoje, os muni-

cípios estão se mobilizando para que a cultura tenha um alicerce. Não se faz cultura só com eventos. É preciso ter organização administrativa. Evento é vento... é eventual. É preciso haver uma base concreta, alicerce, para sustentação da cultura e do turismo”, conclui.

09 de dezembro

26 de março

E o Johnnies (Bonga, Didi, Zé Emilio, Burt, Dirceu e Voss) agitaram o Tro-lo-ló na sexta-feira, na Noite do Bambolê. No repertório, o boom “Biquini de Bolinha Amarelinho”, “Something”, “Banho de Lua”, “Vem quente que eu estou fervendo”, que todo mundo cantou e dançou o tempo todo. Foi uma noite inesquecível. Muita gente chorou de emoção.

O Tro-lo-ló, sem dúvida, continua sendo o lugar preferido das pessoas mais bonitas e bem vestidas da região. Sai ano, entra ano, e o Trololó continua up to date, graças às suas constantes renovações. A população flutuante da cidade, em fim de semana, é “habitue” da casa. O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

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Casamentos Organizações assinadas por Jorge Rizek tornam enlaces inesquecíveis

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, produzida por Rizek para cerimônia

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uem já frequentou um evento organizado por Jorge Rizek conhece a sensação de entrar no espaço decorado e, inconscientemente, suspirar. Até os mais contidos notam a diferença dos espaços quando são decorados por ele. E quem já acompanhou um evento organizado por Rizek sabe da dedicação peculiar do profissional. No caso dos casamentos, ambos - dedicação e surpresa - são multiplicados. Quando ainda vivia em São Paulo e visitava Tatuí esporadicamente, Rizek passou a organizar eventos

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particulares. Festas de aniversários, recepções e... casamentos. “Eu acho que, talvez, tenha voltado por causa deles. Os casamentos começaram a surgir, fui convidado para fazer um; depois, outro... De repente, começaram a pipocar casamentos, e foi seguindo”, diz ele, que não tem a menor ideia numérica de quantos eventos já realizou. “Em alguns casos, eu fiz o casamento de diferentes gerações, ou da família inteira: dos pais, da filha, do filho”. A cada casamento, Rizek consegue inovar. Tanto que cada enlace

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é um momento absolutamente diferente do outro. “Cada festa é uma festa, independente de ser casamento ou não. Cada casamento é um casamento. É um trabalho feito junto com os noivos. Há casos em que são produzidos por mais de um ano. Há uma convivência com os noivos, é preciso perceber a linha do casamento para poder sugerir fornecedores, que, em alguns casos, são até três diferentes. Então, é um trabalho muito artesanal, tem que ter certa paciência porque você vai moldando a festa até chegar o grande dia”, explica.



Com um “check-list” que pode chegar até a uma centena de itens, dependendo do tamanho do evento, Rizek investe em pesquisa para inovar tanto em decoração quanto no cerimonial, convites, lembrancinhas. “Os donos do casamento são os noivos. As festas têm que ter a cara deles, tem que ser personalizadas, é artesanal. De todos que eu fiz, nenhum casamento foi igual ao outro. Nunca aconteceu. Posso pegar o estilo, mas não consigo fazer igual. Alguns itens nunca vão ser iguais. É um diferente do outro, mesmo que seja no mesmo lugar. Se o espaço é o mesmo onde já organizei algum evento, fazemos a diferença com flores, música, mesa de doces”, destaca. Para garantir o sucesso dos eventos, além de todo conhecimento e cuidado pessoal, Rizek também aposta em fornecedores confiáveis. “Contratamos as pessoas, mas trabalhamos junto com os fornecedores. Alinhamos os fornecedores para que tenham o mesmo espírito, e, quando não há, mudamos os fornecedores”, afirma, criterioso. A produção de um enlace pode variar de dois meses a um ano, trabalho em conjunto que busca atender ao “dia dos sonhos” dos noivos. “Tudo que é colocado lá foi de comum acordo, tanto financeiramente quanto visualmente. Eu vou buscar o que os noivos querem, ou chegar perto do que querem. Às vezes, casamentos baratos têm um resultado bom; às vezes, casamentos caros têm o mesmo resultado. Dependem do que os noivos esperam do evento. É importante estar alinhado com eles”. Participar do dia mais importante de um casal exige

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Bar utilizado por Rizek cenário matrimonial

dedicação pessoal inclusive para acompanhar a evolução do que hoje é um mercado profissional. Para Rizek, que acompanha o mercado de eventos de perto, o casamento transformou-se numa indústria. Diferentemente do passado, quando as festas resumiam-se a um churrasco servido em mesas de ferro, ou quando eram as mães e as famílias que preparavam os doces, atualmente, tudo é “diferente”. “Além desse mercado lançar novidades diariamente, as noivas se falam entre si através das redes sociais e, com isso, o mercado é ainda mais competitivo. É preciso acompanhar a mudança desses conceitos, investir em livros e revistas... E o mercado editorial de casamentos é gigante. Eu preciso juntar toda essa informação e transformar no que os noivos desejam. Eu já produzi todos os tipos de casamentos, desde para dez convidados até os que tiveram 2.000 convidados”, destaca. Conseguir conhecer o perfil dos noivos e decodificar desejos exige além de profissionalismo. Diferentemente de outros cerimonialistas e produtores, a proximidade que Rizek mantém com os noivos faz com que ele vivencie o evento pessoalmente. “Por isso, eu também opto por ter pausas entre um casamento e outro. Recentemente, fiz um na sexta e outro no sábado, e deu tudo certo, mas é cansativo. Sua cabeça está focada numa coisa e, no noutro dia, está em outra. Eu vivencio o momento. Isso não é um formato industrial, é artesanal”, explica, justificando a razão pela qual os casamentos são, sempre, diferentes. “Vejo como se fosse uma festa para mim também, e tenho que fazer o melhor


possível.” Casamentos são, salvo raríssimas exceções, sempre felizes. “É muito gratificante ver as pessoas felizes. Eu gosto muito do que faço. Por isso, estou fazendo isso há muitos anos”, afirmou. Arranjo de mesa em casamento organizado por Rizek


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‘Rizek é, sempre foi, absolutamente pop’ Amiga de longa data, Vera Holtz destaca amizade “sem códigos”

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ão raras as personalidades que estampam manchetes (positivas) por três décadas consecutivas. A tatuiana Vera Holtz faz parte da seleta galeria de artistas que têm carreira marcada por sucessos consecutivos, que a colocam sempre em evidência. Na coluna de Jorge Rizek, ao longo de três décadas, a carreira da atriz foi noticiada em detalhes – desde o início dos estudos na EAD (Escola de Artes Dramáticas), na Universidade de São Paulo, até o mais recente papel em novela da Rede Globo. O destaque seria dado, de qualquer forma, pelo nível de interesse noticioso. Afinal, nascida em Tatuí, Vera é, de longe, a maior estrela da cidade. Mas, além disso, noticiá-la sempre foi, para Rizek, celebrar as vitórias de uma amiga. A amizade longeva é, para Vera, o que há de melhor na história comum dos dois. “Nossa amizade é que nos diferencia de tudo. Temos um alinhamento, não existe código entre nós. Temos um respeito muito grande um com o outro, e a amizade é fundamental na nossa relação. E ela é única porque falamos sempre a mesma língua, e, quando nos encontramos, mesmo que seja por pouco tempo, é como se fosse uma emissora de rádio: estamos na mesma sintonia. Temos um diálogo permanente um com o outro, independente da situação geográfica”, conta ela, relembrando uma amizade iniciada ainda nos tempos do Instituto de Educação Barão de Suruí. E foi dos bancos escolares que nasceu a primeira incursão dos dois

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na área de eventos. O comentado baile no Clube Tatuiense, sob temática “hippie”, teve participação de ambos na organização e decoração. “A gente fez praticamente tudo. Lembro-me que, nesse baile, eu pintei a decoração com tinta acrílica, e soltamos todas as cortinas do clube, colocamos luz negra, e os cartazes brilhavam no escuro. Verde-limão, ‘rosa shock’, coisas da época. Foi uma explosão psicodélica num clube tradicional. Meu pai era diretor do clube, e lembro que ele ficou bastante bravo por causa disso. Papai era conservador. Mas, o baile foi um sucesso. Lotadérrimo”, lembra ela. Para Vera, ela e Rizek compartilhavam do mesmo pensamento revolucionário numa época que ansiava por mudanças, mas que pouco inovava. “Tínhamos a mesma formação cultural, educacional, éramos um grupo focado e ligado numa mesma estrutura de pensamento e conhecimento. Ele era de uma geração anterior à minha, era da turma da Rosa, minha irmã. Naquele tempo, um ano de diferença era muita coisa, mas nós nos entendemos desde o início. Sempre trabalhávamos e brincamos juntos nessa época”, diz ela. O baile no Clube Tatuiense foi o início de uma amizade dura ao longo dos anos, mesmo com algumas diferenças “filosóficas” – e, mais ainda, com a distância geográfica.

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A amiga Vera Holtz

“O Rizek sempre foi muito ligado na Tropicália, ele tinha uma relação mais direta com os movimentos que aconteciam na época, tinha uma relação mais direta com a vida, e sempre estava ou acompanhando o movimento por revista ou acompanhando pela televisão, nos programas que existiam. Ele sempre foi uma pessoa bem antenada no momento, atualizada”, destaca. Do período em que moraram em Tatuí, Vera e Rizek desenvolveram outros projetos juntos. Um dos mais famosos foi o programa de rádio “Big Voss e Vera Lee”, apresentado por

20 de março Vera Holtz já está de volta aos ensaios do show que fará no Teatro Cândido Mendes como Estrela Miranda. É o mesmo show que fez sucesso no People, só que agora mais teatral. A direção é de Flávio Marinho. O mais polêmico dos filmes, em quase todas as cidades que passei, é “Atração Fatal”, do mesmo diretor de “Nove Semanas e Meia”. Uns gostam, outros odeiam. Eu recomendo.


Rizek e Vera Holtz

Vera e Luiz Antonio Voss Campos, o Voss. O programa, segundo Vera, foi “invenção” do próprio Rizek. Além do programa “pop”, Rizek também coordenava e Vera apresentava o “Momento Mariano”, ligação dele com a Igreja Católica. “Nós dávamos as notícias da comunidade”, conta ela. “O Rizek, desde aquela época, já tinha uma preocupação muito grande com a questão regional, ele era bem focado nessas coisas das festas regionais, movimento tropeiro...” “Ele tinha muita consciência do que era nossa região, qual era o meio de produção, como essa sociedade vivia e sabia como trazer isso, aproximar essa cultura para a nossa época curtir. É a coisa de procurar os valores de sua terra: a música, a comida... Enquanto eu era mais filosófica, o Rizek me trazia para a realidade e, juntos, executávamos”, avalia Vera. De bailes e programas de rádio, Vera e Rizek também estiveram envolvidos na organização do Carnaval de rua. Atuaram em diferentes edições do “Vai Quem Quer”; depois, inventaram o “Vai Quem Guenta”. O primeiro era uma tentativa de fugir à padronização da juventude e obrigar os jovens a saírem de casa em performances individuais, “uma busca

15 de maio Sensacional, fascinante e uma grande surpresa o desfile de noivas que chacoalhou o Tro-lo-ló no primeiro sábado de maio, na festa Noivas de Maio. Noivas com design de Catel. O Tro-lo-ló estava decorado como se fosse para um grande casamento. As noivas: Nicinha Camargo, Beth Roseiro, Sandra, Fátima Alcântara, Raquel Traldi, Dinha e Márcia. Os buquets foram criados por Ariovaldo Poles. Cabelos e maquiagem por Zezinho Cabeleireiro. Voss conduziu o show. No final, as sete noivas cortaram um bolo e brindaram com taças de champanhe.


por mitos individuais e revelação do imaginário”. Já o segundo, a própria Vera explica: “Era na madrugada de quarta-feira de cinzas, ninguém aguentava mais, todo mundo estava bêbado... Tanto que saímos um ou dois anos apenas, nunca foi para frente”. As participações de Vera e Rizek eram ativas em todo o processo do Carnaval: na feitura dos carros alegóricos, das fantasias. “Eu cheguei a ser rainha do Carnaval”, diverte-se ela. “Mas, era uma tradição. O Carnaval de Tatuí sempre foi muito badalado, pelo menos as pessoas mais velhas que sempre diziam: ‘Conheço o Carnaval de Tatuí’, ou ‘Conheci minha mulher em Tatuí, no Carnaval’. Sempre tinha uma referência desse período do Carnaval de clube e do corso, quando saíam os carros alegóricos e os grupos. A gente participava de todo o processo.” A segunda fase da amizade de ambos foi na capital. Rizek foi estudar turismo; Vera, artes dramáticas. “Em São Paulo, ele continuou uma pessoa pop, absolutamente pop. Ficamos ainda juntos no período da EAD. O Rizek estudava à noite e, depois, passava em casa, para jantar, quando eu estava chegando da EAD”, conta ela. “Normalmente, quase toda noite a gente comia arroz com feijão e ovo frito, que era o que tinha nas panelas. A gente morava em repúblicas, e estávamos sempre vorazes de fome. Mas, a vida era maior do que tudo pra gente”. A mudança de Vera para o Rio de Janeiro não interrompeu a amizade. Mas, dessa vez, era Rizek quem ia até lá. Tempos depois, relembraram as festas de Carnaval, na Bahia, no Bloco dos Mascarados. “Foi muito gostoso, foi quase uma reedição dos momentos da gente. Temos uma amizade muito grande, muito respeito, não temos problemas”. Acompanhando a amiga e já trabalhando profissionalmente na organização de eventos, Rizek esteve à frente quando da realização, em Tatuí, de espetáculos estrelados por ela, bem como de eventos significativos na vida de Vera. Dois destacados por ela foram a celebração de quando recebeu título de cidadã benemérita e a festa de aniversário da tia, Rita, aos 90 anos. “Rizek tem muita delicadeza, é muito talentoso, gosta muito, apaixonado realmente por organização de festa. Estamos sempre de alguma forma compartilhando esses momentos, esses períodos”, observa Vera. Ela, de longe, também acompanhava a repercussão das notícias da própria carreira nas páginas de O Progresso, pelas colunas sociais assinadas pelo amigo colunista. “Minha relação com a mídia sempre foi muito espontânea, e ele noticiava tudo. Eu recebia os jornais, sempre alguém estava mandando. Às vezes, ele me ligava para completar a coluna... E, pelo que eu me lembro, a vida inteira ele fez coluna, a vida inteira ele fez festa e teve tempo para a coluna.”



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‘Rizek põe fogo na coisa!’ Opinião é de Mário Edson, um dos maiores pianistas da noite paulistana

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os 76 anos de idade, Mário Edson Farah é consagrado na noite de São Paulo. Diretor artístico do Baretto, ele assina a linha de shows do grupo de hotéis e restaurantes Fasano desde 1962. Já era, portanto, sucesso absoluto quando Jorge Rizek iniciou na organização de eventos. É justamente com a presença de Mário Edson que Rizek relembra um dos mais importantes eventos que organizou. “Foi uma festa da Picida, com a presença de Mário Edson e de Ana Cañas, que, na época, ainda não havia estourado”, diz Rizek. No entanto, a festa memorável foi apenas uma das várias que contaram com a presença musical do filho de Nacif Farah. “Eu sempre baguncei o coreto. Estava em festival de música, fanfarra, conjuntinhos de bailes. Depois, veio a Orquestra Tro-lo-ló, e o Rizek sempre gostou disso, acompanhava esse movimento todo. Lem-

Mário Edson e Jorge Rizek em junho de 2014, na Praça da Matriz

bro que ele organizou o Troféu Pinheirão, com uma festa no Cine Santa Helena, e eu estava lá, com meu conjunto. Toquei no Tro-lo-ló, em vários eventos organizados por Rizek”, conta. A festa de aniversário dos 50 anos de Mário Edson, que foi iniciada em São Paulo e concluída, duas semana depois, no Tro-lo-ló, foi um dos eventos mais comentados à época – tanto que mereceu a publicação de três fotografias na coluna social, coisa rara à época. Pianista renomado, com shows internacionais no currículo, Mário Edson reconhece a atuação do amigo na noite de Tatuí. “O Rizek segura a parte social de Tatuí. Ele faz tudo. É a única pessoa que eu me lembre, nessa parte de festividades, que faz. Não me lembro de mais ninguém a não ser ele. Ele põe fogo na coisa mesmo!”

14 de outubro Os 50 anos do pianista Mário Edson foi sem dúvida a grande festa de 1987. Já faz 15 dias que ela aconteceu e os comentários continuam. Essa festa não vai ser esquecida jamais pelas pessoas que compareceram no dia 26 de setembro, no Tro-lo-ló, para abraçar aquele que é considerado um dos maiores pianistas da noite brasileira.



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‘Sozinho, revolucionou a vida social da cidade’ Amiga de longa data, Ana Isabel Azevedo Macedo enfatiza características pouco conhecidas do colunista

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eneroso, leal, criativo e absolutamente desapegado de bens materiais. Estas são as principais características de Jorge Rizek, na opinião da amiga Ana Isabel Azevedo Macedo. Com boa memória e absolutamente sincera, ela inicia a entrevista mostrando uma prova material da ligação de Rizek com a família: “Veja aqui, nesta foto, o Alexandre (filho mais novo) está com dois anos de idade. Hoje, ele tem 36. E veja quem está ali atrás”, aponta ela para um jovem, Jorge Rizek. Apresentados por um primo – Neder Rizek –, Ana Isabel viu Rizek crescer e desenvolver todas as ideias que já tinha quando muito jovem. “Desde novinho, ele já tinha mil ideias do que fazer, como fazer...”, sustenta. “Ele ainda não podia fazer nada, mas já tinha todas as ideias. E sou testemunha de que a vida inteira dele foi voltada para a cultura. Ele, sozinho, conseguiu mudar os hábitos dos jovens, fazer com que as pessoas se encontrassem. Ele transformou a vida social de Tatuí”, afirma.

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Muito crédito para uma única pessoa? Ela diz que não e enumera os empreendimentos do amigo. “Ele fez o Tro-lo-ló, que era um acontecimento. Era o único lugar da cidade onde se podia levar visitas. Ele trazia artistas como o Hector Costita, que era um grande sucesso na época, assim como o Mário Edson e, até, Jimmy Cliff, num show realizado no XI de Agosto. Lembro que as pessoas diziam: ‘Não pode ser ele, deve ser cover’”, conta. Além do Tro-lo-ló, Ana Isabel acrescenta à lista o baile Vermelho e Preto, que, segundo ela, “foi um sucesso tão grande que se tornou o próprio Carnaval da cidade”. “Fez o 567, um lugar maravilhoso, que ele repintou, fez umas coisas com tijolo aparente, uns desenhos muito bonitos, virou um lugar muito bonito, supervisitado, todo mundo ia, cantavam à noite, se reuniam lá.” “Teve, ainda, o 8 ou 80, na Praça da Matriz, um lugar ótimo. As pessoas iam, chegavam de tardezinha, e iam sem programação porque sabiam que, lá, iam encontrar conhecidos, lugar

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Rizek junto à família de Arnaldo e Ana Isabel Azevedo Macedo

excelente.” “Depois, teve o Uaná, que era um lugar incrível”, diz ela. “Não é fácil lidar com a noite, tem que estar sempre apresentando coisas novas, senão o povo enjoa, e ele nunca teve dificuldade para isso.” Na área de decorações, Ana Isabel não se cansa de elogiar os trabalhos desenvolvidos por Rizek, que “transforma tudo em minutos”. Dos trabalhos realizados por ele, Ana Isabel destaca o hoje extinto restaurante Il Maestro. “Era algo lindo, super-

18 de novembro Está há algum tempo na cidade o dr. José Toledo de Arruda Botelho Neto, uma simpaticíssima pessoa que está sempre nos lugares acompanhado de sua esposa Jussara Lima. Ele é médico em pediatria geral, puericultura e neonatologia.


-requintado, de muito bom gosto. Ele tem um bom gosto que é dele, é muito detalhista. Às vezes, nos encontramos aqui em casa para um almoço, e ele chega e organiza tudo, transforma tudo... A gente ainda diz: ‘Ah, Rizek, mas que diferença faz?´. E ele responde: ´Pra mim, faz´”. Das festas organizadas por ele, Ana Isabel destaca três. Por ordem de importância: a última, em setembro do ano passado, quando ela celebrou bodas de ouro com

o marido Arnaldo e teve todo o evento organizado por Rizek e pela filha, Ana Paula. A segunda foi uma festa caipira no bangalô da família. “Foi uma coisa tão linda que eu acabei que não reconhecia minha própria casa. Ele colocou laços coloridos nas cadeiras, toalhas de rendas do Nordeste, era para ser uma festa familiar, mas virou algo maravilhoso”, celebra ela. A terceira festa, mais antiga, foi noticiada em página inteira na co-

Em sentido horário: interior do restaurante Il Maestro; à direita, Arnaldo e Ana Isabel, na celebração de bodas de ouro (com Rizek, ao fundo); abaixo, Ana Isabel e Rizek em festa junina realizada no Bangalô

18 de outubro Didi Costa (ex-baterista do Johnnies) abriu uma locadora na cidade. Chama-se Utiloc – que loca veículos luxuosos como Landau, serviços especiais para casamento e passeios com motorista particular. A Utiloc também aluga equipamentos para camping (churrasqueira, colchonete, barraca para camping, fogão portátil, lampião, caiaque, colete salva-vidas, mesa para camping) e equipamentos hospitalares (cadeira de roda, cadeira de banheiro e sanitário e cama hospitalar regulável). A Utiloc fica na rua Cel. Bento Pires, 900, tel 51-2294.

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Ana Paula, Ana Isabel e Rizek na celebração de bodas de ouro de Ana e Arnaldo

luna de Rizek em O Progresso. A festa dos 50 anos da então fiação Santa Isabel, realizada na fazenda Santa Lúcia, foi, para Ana, um marco. “As pessoas chegavam e havia um conjunto tocando à beira da piscina; depois, teve um almoço com Mário Edson tocando piano. Mais tarde, entra o Cordão dos Bichos e vira uma festa caipira, com balões, pipoca, milho-verde. Ele distribuiu lencinhos xadrezes, chapéu de palha, docinhos ABC. Foi até mais de meia-noite, algo incrível”, relembra. E no momento da organização das festas é que, segundo Ana Isabel, surge uma das características menos conhecidas de Rizek: a generosidade. “Pouca gente sabe disso”, observa ela. “Mas, ele é superdesligado de bens materiais. Ele gosta de coisas. Mas, essas mesmas coisas, se você pedir, ele empresta, é quase como se fosse para o público. Para organizar as festas, ele leva os objetos pessoais dele. Às vezes, faz investimentos pessoais. Ele prefere isso a deixar a decoração mal feita. Ele se desprende de tudo para fazer algo perfeito. Fazer coisas ´mais ou menos´ não passa pela cabeça dele.” Como amigo da família, Ana Isabel destaca, ainda, outra característica de Rizek: a lealdade. “É um amigo muito presente, muito leal. Ele tem um exterior mais ríspido, mas tem um interior maravilhoso. Ele é perfeccionista, não aceita que as pessoas não sejam competentes e, acredito eu, ele sofre muito com isso. Só por ser assim é que conquistou tanto – mais pela cidade que para si”, argumenta. “O Rizek é a vida cultural de Tatuí. Todos os eventos culturais que marcaram a cidade, durante a atuação dele, foram organizados por ele. E mesmo que ele não estivesse à frente, foram idealizados por ele. Ele faz, batalha, trabalha.Ninguém pode entender a cidade sem o Rizek. Festa de São Jorge é Rizek, bailes é Rizek, festa de formatura é Rizek, casamentos é Rizek. A vida dele é isso. E eu sempre tive muita admiração por ele.”


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‘Rizek é um divisor de águas em Tatuí’ Cabeleireiro e amigo Luís Duarte acompanha trabalho de Rizek desde o início dos anos 80

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tuando no mercado profissional de Tatuí há 34 anos, o cabeleireiro Luís Duarte acompanha, desde o início da década de 80, as atividades profissionais de Jorge Rizek. Seja na produção de noivas, cujos casamentos são organizados por Rizek, seja como espectador de festas memoráveis, seja, ainda, como amigo. Foi Luís Duarte quem apresentou seus clientes a Rizek no final da década de 70. Entre eles, estava Malu Ferreira, que viria, mais tarde, a ter organizado, por Rizek, o primeiro desfile de modas que o “consolidou” no ramo de eventos no município. “Eu estava iniciando meu salão,

e esse pessoal que eu apresentei ao Rizek eram meus clientes. Para ser sincero, logo de cara, eu já gostei do Rizek, por ele ser criativo, inteligente. Exteriormente, ele tem um jeito que, às vezes, afasta. Mas, tudo isso caía por água abaixo logo, simplesmente porque ele fazia coisas lindas e diferentes para Tatuí. Em minha opinião, ele foi um divisor de águas para Tatuí. É algo bem do estilo: antes de Rizek, depois de Rizek”, avalia ele. Como frequentador assíduo das festas assinadas por Rizek, Luís Duarte esteve em uma das primeiras, dentro de seu próprio salão. A inauguração, em 1980, de seu salão na rua 13 de Fevereiro foi inesquecível.

“O salão era muito grande. Ao fundo, havia um quintal muito grande, no qual construí um quiosque para mais de 30 pessoas. E, ali, o Rizek resolveu fazer uma festa...”, relembra. A festa, que teve Luiz Antonio Voss Campos como DJ, atraiu pessoas que, para usar termo da época, eram descritas como “descoladas”. “Foi divertidíssimo! No meio da noite, eu apresentava um desfile de cabelos”, conta.

Acima, Paulo e Luís; abaixo, Rizek com Ana Cristina Corradi em desfile na inauguração do primeiro salão de Luís Duarte

17 de julho A Pizzerie Del Fante abriu suas portas nesta sexta, quinze. Ela fica ao lado do Tro-lo-ló (rua 13 de Fevereiro, 80). É a mais nova opção para você e sua família – aberta diariamente a partir das 18 horas. No cardápio, 20 tipos de pizzas.

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Rizek entre os noivos Júlio Costa e Daniela Bolzan

Das festas frequentadas por Luís com assinatura de Rizek, estão 34 das 35 edições do baile Vermelho e Preto, entre várias outras. “Eu vou em todas as festas que ele organiza. Uma das muitas inesquecíveis foi a ‘Festa do Casarão’. Lembro que, à época, todo mundo passava pela frente do lugar e imaginava como ele seria por dentro. De repente, Rizek faz uma festa e abre o espaço para um monte de gente. Foi uma festa lindíssima”. Como amigo, para Luis Duarte, Rizek é leal e prestativo. “É um grande amigo, um dos meus melhores amigos. Falamos o que precisa ser dito, sem medir palavras um com o outro, talvez seja essa a fortaleza de nossa amizade”, destaca. Como organizador de eventos, para Luis Duarte, Rizek é insubstituível. “Na área de casamentos, não tem pra ninguém. Não há alguém igual a ele. Ele se dedica a isso, compra livros caríssimos, acompanha todas as tendências”, enfatiza. E, como tatuiano, para Luis Duarte, Rizek é um apaixonado. “Ele adora Tatuí. E todos que têm a minha idade concordam comigo. Quando ele chegou, fez uma grande diferença. O Tro-lo-ló era uma casa que atraia pessoas de São Paulo, mas ficava aqui em Tatuí. Sorte nossa”.


‘Rizek é festa’, afirma Marisa Vieira Grandino Opinião é de empresária que comemora três décadas de empreendimento no município

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mpresária, administradora de O Boticário – que celebra também em 2014 seus 30 anos de fundação –, Marisa Vieira Grandino conheceu Jorge Rizek sob diferentes perspectivas. Em todas elas, destaca a principal marca dele: “festa”. O primeiro contato de Marisa com Rizek ocorreu nos anos 80, quando ela ainda estudava nutrição na cidade de Mogi das Cruzes. “Eu desfilava. Meu irmão Márcio era da ‘Troupe’, eu sou do grupo posterior. Fazíamos desfiles no salão do Luís Duarte. Depois, houve um megadesfile no XI de Agosto para a grife de Malu Ferreira; depois, outro no Alvorada, para a Cristina Siqueira. Desfile era um acontecimento! Ensaiávamos feito loucos. Era tão bom, todo mundo ia, se arrumava...”, conta ela. A memória de Marisa passa, ainda, pelas edições do baile Vermelho e Preto, incluindo a primeira delas, à qual, graças à ansiedade, chegou antes mesmo dos salões serem abertos. Ela também frequentava o Tro-lo-ló, onde ouvia o pianista Mário Edson e não perdia as “tardes sertanejas”. “Começava às cinco da tarde, e a gente só ia embora quando fechava. Lembro que, no Tro-lo-ló, ele também fazia a eleição dos ’10 Mais da Cidade’. Pessoas de todas as idades frequentavam o lugar”, comenta ela. E a memória de Marisa é tão boa que ela chega a recordar sabores, literalmente, do Tro-lo-ló: “O bar do Tro-lo-ló vendia um lanche gigante, deli-

cioso, e quibe cru... Era muito, muito bom”, comenta, com água na boca. Ainda destacando as ações municipais – como o Casamento Comunitário –, entretenimento noturno e outros eventos, Marisa diz que as diversões dela foram marcadas por ações organizadas por Rizek. “Ele está comandando tudo, sempre. É até estranho pensar a cidade sem ele. Na praça, tem festa do Rizek. Vai num casamento, tem Rizek. Vai em outro casamento em Sorocaba, está lá o Rizek. E, em tudo, ele é tão detalhista que, quando está organizando algum evento, parece que está em transe, totalmente focado para que tudo dê, sempre, certo”. Além de “top modelo” e frequentadora de festas, Marisa destaca outro ângulo pelo qual conheceu Rizek: vitrinista. Quando a irmã Miriam comprou o famoso perfume “Acqua Fresca” e decidiu que iria inaugurar

uma filial de O Boticário em Tatuí, há 30 anos, Rizek estava lá, decorando as vitrines. “Foi antes de ser franquia, e podíamos decorar como quiséssemos. Eu me lembro, até hoje, de uma vitrine que ele fez para o Dia dos Namorados. Ficou tão lindo! Ele deixou a vitrine totalmente cor de rosa, com cetim, e encheu de bombons ‘Sonho de Valsa’. Ficou maravilhoso”, diz ela. “Para mim, ele está sempre envolvido em coisa boa!” Acima, Marisa e Carlo Grandino; abaixo, Luís Antonio Voss Campos durante desfile na Sunrise

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‘Com a mesma devoção’ Amiga há mais de 40 anos, Cimira aponta Rizek como o “líder” do resgate de tradições culturais

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professora Cimira Cameron convive com Jorge Rizek há mais de 40 anos. Seja como amiga ou voluntária em trabalhos culturais. Eles encontraram-se no então Instituto de Educação “Barão de Suruí”. Desde lá, Rizek já estava envolvido em atividades culturais e eventos da própria escola. “Ele é bem mais novo do que eu, mas lembro-me dele no ‘Barão de Suruí’, onde ele já participava de tudo. Depois da volta dele de São Paulo, continuamos amigos. Eu o admiro muito. E uma das coisas que mais admiro é que, com a mesma devoção, o mesmo fervor com que ele participava da procissão, ele participava do Carnaval. Ele sempre foi assim”, diz Cimira. Presente quando da inauguração do Departamento Mu-

nicipal de Turismo e Cultura, a professora participava das reuniões periódicas com líderes culturais. Era uma forma de apresentar ideias, projetos, impressões. Além disso, atuou diretamente na reativação do Prêmio Paulo Setúbal, cuja origem partiu de iniciativa do jornal O Progresso, em . “Por algum motivo, o prêmio havia sido interrompido, e o Rizek decidiu retomá-lo. Fui convidada por ele a auxiliar na organização, a propor temas. Eu estava sempre no departamento, trocando ideias, tentando contribuir...”. Para Cimira, o envolvimento pessoal de Rizek com projetos locais é admirável. “Ao longo de mais de 13 anos, pelo fato de ele ser meu amigo, vejo que é a pessoa que mais se envolve nos projetos. E ele tem uma vontade de resgatar tradições que é admirável”, diz ela.

20 de julho

A professora Cimira Cameron

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O Tro-lo-ló está programando ainda este mês uma superfesta para apresentar num supertelão 3x4 a exibição do vídeo “Signo The Times”, a mais nova obra de Prince, gravada ao vivo em Rotterdam em 1987 e exibido com grande sucesso outro dia no Aeroanta, São Paulo. Também será exibido The Doors, Cabaret Voltaire, Squeeze, Alien Sex Fiend, Morrissey, Front 242, Rum DMC, REM, UB-40, The Cure, The Stranglers, Lydia Lunch. Tudo isso agitado por José Roberto Mahr, da 89 FM.


Rizek em mesa montada para festa de aniversário

Entre os mais recentes resgates estimulados por ele, está a tradição religiosa de cobrir os santos na quaresma. Neste ano de 2014, todos os santos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição permaneceram cobertos durante toda a quaresma. A antiga tradição, que era um costume desde antes de Vaticano II, representa a dor e o sofrimento da morte de Jesus. Os santos não são cobertos em sinal de luto, mas, sim, como sinal de “solidariedade” e união ao mistério da Paixão de Cristo. A tradição, esquecida desde a década de 70, quando imagens foram retiradas das igrejas, foi retomada. “Eu sei que foi o Rizek que conversou com o padre Élcio, e o pároco resgatou o ‘cobrir santos’. E estava tudo tão bonito...! E não é só isso, Rizek está sempre por lá (igreja), dando assessoria”, destaca. A professora Cimira aponta que, como administrador de cultura, Rizek coloca o mais importante no lugar certo: a cidade. “A cidade é o que importa. Por isso, tudo o que ele faz, faz bem feito, leva a sério. Ele faz inúmeros eventos nos mais diferentes lugares. Aí, você vê a persistência de alguém que quer fazer a diferença. Ele não deixa que as coisas se percam no tempo”, observa ela. “E, agora, falando como amiga, Rizek não mudou. Ele é o que é, faz o que gosta. Sem que isso influencie no jeito de ser. Eu o admiro.”

29 de julho O Tro-lo-ló apresenta nesta sexta-feira, dia 31 de julho, para encerrar a temporada de férias de inverno, Wilson Simonal e quarteto. O show vai revisitar a bossa nova, tempo do “Spot Light”, de Abelardo Figueiredo, na Tupi, os bons tempos da Record, quando toda plateia cantava e dançava no “Show em si... Monal”. Agora ele está preparando um novo show para o Bar Inverno e Verão, de São Paulo, e um novo disco com arranjos do maestro Neves. Será uma noite como poucas – você terá a chance de ter emoções diferentes com esse star da nossa música.

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Rizek e The Johnnies: uma história de amizades, músicas e eventos! Luiz Antonio Voss Campos

Na Igreja Matriz, Johnnies nas Missas de domingo, às 11h da manhã, com o monsenhor Teotônio

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alar sobre a história de uma banda de rock em Tatuí exige voltar ao passado, mais precisamente nos anos 60. Para que o rock’n’roll, Jovem Guarda, Tropicália, MPB e bossa nova chegassem até os músicos da cidade, de nada adiantaria o Conservatório ou professores de música abnegados, que foram os responsáveis por Tatuí ser conhecida nacional e internacionalmente como Capital da Música. Neste cenário show-musical, surge um eterno jovem, que sempre estará à frente da cultura da cidade – Jorge Roberto Rizek, ou, apenas Rizek (como eu, Luiz Antonio Voss Campos, o Voss). Dentro da história musical da cidade, estão os The Johnnies (Dirceu, Didi, Zé Emilio, Burt, Tatit e Voss). Em 1967, começamos a tocar nas domingueiras do Clube Recreativo (onde hoje está a Casas Pernambucanas). Começamos a conversar e formamos uma parceria cultural/musical com o Rizek. Sempre com os últimos lançamentos em LPs (long

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17 de janeiro

Homenagem a Maurício Loureiro Gama

A ideia surgiu quando estávamos escrevendo a coluna ‘Acontecendo’, de Vera Sá, no jornal ‘Integração’, em 86. Queria fazer uma homenagem ao grande jornalista tatuiano Mauricio Loureiro Gama e achava que todos os tatuianos deveriam participar dessa homenagem. Não tive dúvidas: coloquei uma nota no jornal e aí começaram a chover adesões. Tinha ideia de fazer grande festa e que todos o homenageassem. Voltei para O Progresso e a campanha continuou, culminando com jantar e inauguração da biblioteca de Maurício no Museu ‘Paulo Setúbal’.



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Noite do Romeu e Julieta (acima do palco, o pôster de propaganda do filme no cinema emprestado por Milton Stape)

plays), compactos simples ou duplos, ele chegava de São Paulo e dizia: “Vocês têm que tocar e cantar essas músicas!”. O mundo sofria a invasão musical estrangeira dos Beatles, Rolling Stones, Jimmi Hendrix... E, no Brasil, contrapondo com a Jovem Guarda, chegava a Tropicália, com Caetano, Gil, Gal Costa, Mutantes, Rita Lee, Brasões, Novos Baianos e outros que eram apresentados, por Rizek, para mim e para o resto da banda (naquela época, “conjunto musical”). O tempo foi passando e o Rizek nos coloca dentro da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Fomos a primeira banda de rock de Tatuí a tocar no altar, ao lado do então cônego Teotônio, nas missas dos jovens aos domingos, às 11h da manhã. Na época, na Rádio Difusora de Tatuí ZYL5 - localizada em uma sala do agora Museu “Paulo Setúbal” – apresentava o programa “Big Voss e Vera Lee”. Lá, eu, Rizek e Vera Holtz copiamos o primeiro DJ do Brasil. No Rio de Janeiro, havia o “Big Boy – Hello Crazy People” e, em Tatuí, tinha o Big Voss. São Paulo tinha a Rita Lee e, aqui, a Vera Holtz era Vera Lee. Havia palhaçada, músicas de vanguarda, letras de músicas e pessoas já escaladas pediam músicas que ninguém sonhava ouvir em rádio do interior. De repente, surge o comentário da demolição do Clube Tatuiense e de que iria haver uma fusão social com o Clube Recreativo. Para que tudo isso não passasse em branco, em 28 de novembro de 1969, Rizek realiza o primeiro baile hippie. Eu fiz uma túnica

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branca e minha irmã, professora Maria Eugênia, pintou desenhos com motivos hippies e tintas fluorescentes, pois este foi o primeiro baile a ter luz negra. Para que as lâmpadas dos postes da rua não diminuíssem os efeitos, as janelas foram fechadas com cortinas que causaram até falta de ar no salão. Havia projeção de slides, efeitos de água com mercúrio cromo, azul de metileno, menta-verde, dando um efeito psicodélico. E, no comando dos efeitos, o Joaquim Neves. Em 1970, surge um grupo teatral tendo Rizek e Vera Holtz à frente de um elenco de estudantes que iriam apresentar, no Cine Santa Helena, a peça “Revelação 70”, com diálogos de cunho político. Nesse dia, o promotor público local ficou dentro do cinema e disse que mandaria prender o primeiro que entrasse...

09 de novembro Tatuí está carente de criatividade, força e vontade. Chega de babaquice em nossa Câmara, vamos colocar gente ativa, gente jovem. Tatuí precisa pensar alto. Tatuí precisa chacoalhar o nosso Estado, o nosso país. Não é utopia, é força, é vontade. Vamos descruzar os braços e vamos trabalhar todos juntos para fazermos de Tatuí uma grande cidade. Não se importe com o resto. Tatuí é Tatuí. Brigue por ela. Assuma ela.


Noite da Miss Objetiva (nesta foto, atrรกs do Didi, estรก o nosso amigo Beline)


rizek 30 anos | depoimentos

Resumindo: fomos todos embora sem peça nenhuma. Era a censura que chegava. Nesse mesmo ano, o mundo chora, no cinema, com “Romeu e Julieta”. E o Rizek nos chama para tocar no baile “Romeu e Julieta”, realizado no Tatuí Clube, com direito a performance de dança, castiçais emprestados da funerária Moreno, música sob luz de velas e até prato de queijo com goiaba sobre as mesas... Os Johnnies cantaram no escuro o tema de “Romeu e Julieta”, “A Time for Us”. No mesmo ano, os personagens dos filmes de terror como Boris Karloff e Zé do Caixão começam a fazer sucesso. O Rizek não perde tempo, e, juntos, fizemos a “Noite do Além”, comigo entrando no local dentro de um caixão de defunto, sendo levado até a frente do palco, onde eu saía e subia para cantar a música “Gotham City”, enquanto os Johnnies tocavam a “Marcha Fúnebre” entre gritos de horror, com o salão todo escuro. A festa foi realizada em uma oficina mecânica que existia na rua Maneco Pereira, ao lado da sorveteria próximo ao “Barão de Suruí”. Em 19 de setembro de 1971, Rizek e o Clube Re-

creativo realizam a “Noite da Miss Objetiva”, e tocamos no baile que consagrou, como miss, a querida Eunice Teodoro, que ganhou o concurso de beleza derrotando candidatas de Santos, Itapetininga, Mairinque. No ano de 1980, Rizek resolve montar a sua primeira casa noturna, Tro-lo-ló, em uma sala do XI de Agosto. Lá, fizemos a “Noite do Chacrinha”, apresentando os dubladores Burt, Miltinho Franco, Alan, Nicinha Rossi, Marteleto – o então Sidney Magal de Tatuí – e outros. Lá, também apresentou-se o Voss e Grupo, com os músicos Claudinei Camargo, Tato, Zé Emílio, Fernando, Marco Coruja e, nos vocais, Gisele e Voss, cantando bossa nova, anos 60 e 70. Em seguida, o Rizek monta a casa na rua 13 de Fevereiro com o mesmo nome, e para lá voltamos, em 9 de dezembro de 1983, com os Johnnies, no baile “Os Bons Tempos Voltaram”. Estivemos ainda com o “Dollar Company”, nas famosas Noites do Cowboy, 567, Tatway, gincanas, festas temáticas, “Tatuí vai Dançar na Praça”, matinês, Banda Bandida, bailes de debutantes, Troupe, baile do Vermelho e Preto e muito mais.

Rizek, imaginar você sem estar todo esse tempo lançando

Não consigo cando todo seu s, suas colunas sociais, colo ideias, fazendo as decoraçõe casamentos coas as classes sociais como potencial e talento para tod roeiro), festas pad festas de São Jorge (seu munitários, desfiles cívicos, tudo para ser a tinh que ê, voc as, festas... E do Bemfica, formaturas, fest tudo e contigrandes centros, abre mão de um empresário da noite dos sa na área pas se do nas suas colunas o que nua aqui, entre nós, colocan que você o o Tud ... ntes ões, fatos importa social da cidade: inauguraç a par brilhar. ê é o cara estrela que nasceu faz, faz muito bem feito. Voc hecimento con ior nnies para termos ma Você ajudou muito o The Joh à imvida deu ê voc s, Tatuí, nesses 30 ano musical e cultural. E, para ria. aleg da do bem e prensa em sua coluna sempre forças para iluminando, dando saúde e te pre sem e tinu con s Deu Que abéns! Par r. vive brinde à vida e o bem que você ponha no papel o

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18 de setembro “Algumas meninas se vestem com as melhores grifes e estão sempre mal vestidas. Por que será????” O assunto mais comentado em todos os cantos atualmente é a política. Tem muita gente reclamando da grande quantia de candidatos, mas isso é que é democracia. O povo é que vai ter que saber escolher seus representantes. Aqueles que realmente estejam a fim de trabalhar para a cidade. Vai ser uma escolha difícil em meio a tantas propostas...



Obrigada, Rizek.

Rizek, Deise e Manuel Voigt

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inda nem havia concluído o ensino médio quando “todo mundo” (expressão aqui usada com o típico exagero de adolescente) só falava do tal Tro-lo-ló. Os amigos da sala de aula. Os amigos dos amigos da sala de aula. Os alunos da escola de idiomas onde eu trabalhava. Mais de uma vez retirei meu “convite” no Palácio do Sorvete, ali na Praça da Matriz. Mais de uma vez ouvi meus pais dizerem que não, eu não poderia ir. Não frequentar o Tro-lo-ló para uma adolescente era o

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mesmo que viver em Marte. Porque só pessoas “de outro planeta” não iam ao Tro-lo-ló (de novo o exagero e argumento que não demoveu meus pais). Mas era mais ou menos isso mesmo. Sair à noite para dançar, conversar e conhecer pessoas era um hábito essencial que eu ainda não tinha, certamente devido à pouca idade. A primeira vez que fui só o fiz graças à generosidade da irmã mais velha, que aceitou a missão de tomar conta de mim. Foi uma noite mágica. Música eletrônica, luzes, fumaça... e o

O Progresso em Revista (Edição especial de 188 anos de Tatuí)

DJ, Rizek, vestido de macacão jeans, comandava a pista e dançava junto com os convidados. Fui outras vezes e guardo, do Tro-lo-ló, as memórias mais divertidas. Tempos depois, já como repórter de O Progresso de Tatuí, passei a cobrir as sessões da Câmara Municipal, quando Jorge Rizek atuava como vereador. Foi ali que realmente nos conhecemos. Fui convidada por ele a assessorar os 20 anos do Vermelho e Preto – meu primeiro trabalho de assessoria de imprensa. Depois, fui



convidada por ele a trabalhar em sua última campanha para vereador. Depois, para auxiliar em seus eventos particulares e, então, para atuar por meio período no Departamento Municipal de Turismo e Cultura. Foi ali que aprendi sobre produção de eventos, apenas observando o trabalho minucioso dele. Acompanhei exposições, conheci artistas, auxiliei na organização de eventos. Como amigos, sempre o acompanhei. De perto ou de longe. As minhas melhores festas de aniversários foram organizadas por ele. O meu casamento, o dia mais feliz de minha vida, foi organizado por ele e, confesso, não teria sido o mesmo se ele não o tivesse feito. Jorge Rizek me proporcionou tantas oportunidades e tantos momentos felizes que seria impossível descrever todos eles. Ser convidada por Ivan Camargo a voltar a integrar a equipe de O Progresso de Tatuí nas reportagens desta revista foi uma felicidade imensurável. É minha

parte da homenagem, a minha forma de agradecer. As entrevistas me trouxeram memórias maravilhosas, descobertas especiais e a constatação do óbvio: muita, mas muita gente mesmo, tem um sentimento de gratidão por Jorge Rizek – seja pelos eventos que ele organiza na cidade, seja pelos empreendimentos noturnos que marcaram época, seja pelo sanduíche que não sai da memória de outra entrevistada. Na primeira entrevista que ele me concedeu, revelou que sempre quis fazer pessoas felizes. Acredito, por tudo que ouvi nos últimos meses de entrevistas, que o trabalho foi bem feito: sempre que se fala de Rizek, repetem-se substantivos como “festa” e “alegria”, e adjetivos infindáveis como “incrível”, “espetacular”, “emocionante”. Obrigada, Rizek, por fazer tanta gente feliz.

Deise Juliana


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Entre Apolo e Dioniso Numa época em que a liberdade política começava a ressurgir no país – há exatamente 30 anos, quando Jorge Rizek compunha suas primeiras colunas no jornal O Progresso -, as liberdades de comportamento seguiam bem adiante, ainda em combustão, entre outros fatores, devido à revolução sexual dos anos 60, ao progressismo dos 70 e à própria redemocratização dos 80. Enfim, parecia ser, realmente, proibido proibir, como queria Caetano. Era a alvorada de um novo tempo, de uma nova sociedade brasileira, supostamente livre e embalada pela explosão do rock nacional, que invadia nossa praia ao som do Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Metrô, Legião Urbana, Biquini Cavadão, Titãs, Blitz, Camisa de Vênus, Rita Lee, Lulu Santos, Léo Jaime, RPM, Barão Vermelho, Guilherme Arantes... Em 1984, o mundo – pelo menos aquele que conhecíamos – era “new wave”: colorido feito o Bozo, um tanto sem noção, com suas calças “OP” e suas primas mais modestas, “AO” e “OI”, sempre de cores fluorescentes e quase discretas – verdes, vermelhas, rosas, azuis -, além de convenientes a serem baixadas de surpresa por algum camarada inoportuno, deixando a cueca à mostra. Mais discreta, havia a calça Fiorucci, italiana fabricada no Paraguai e gentilmente transportada a Tatuí pela coletiva logística rodoviária de comerciantes alternativos. E mais (e melhor!): não havia mulher pelada em novela, mas tinha a “Sala Especial”, verdadeira aula semanal de educação sexual, estrelada pelas supremas “teachers” da sensualidade Vera Fischer, Helena Ramos, Nicole Puzzi, Zilda Mayo, Matilde Mastrangi, Sandra Barsotti... E as paquitas? Como esquecer? Aquela constelação de ninfetas de shortinho minúsculo a iluminar o imaginário libidinosamente em polvorosa da adolescência oitentista – chegando uma delas, a mais bela, a figurar ensaio na “Playboy” aos 16 anos de idade! Época de liberdades... Até demais, diriam alguns, com sensatez, pois os problemas sempre abundam em qualquer situação que se assenta no “demais”, no extremo, no sectário. Pois foi nessa época, exatamente no excepcional ano de 1984 – o mesmo em que

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Rizek começou sua coluna social – que meu pai me levou para conhecer o 8 ou 80. Era meu aniversário, e, sim, bebi pra caramba naquela noite! Foi fantástico conhecer aquele bar tão diferente, bonito, algo “de cinema”, que só se via em filme. Não foi a minha primeira experiência notívaga: já havia conhecido o “Copus Bar”, também na Praça da Matriz e na companhia de meu genitor liberal – ao menos quanto aos efeitos inebriantes das soluções etílicas. No entanto, o 8 ou 80 era “mágico”, de enfeitiçar com aquela poção de chope escuro e cremoso. E lá passei a frequentar. Só eu de moleque, no meio do Módena, do Ditinho Rolim, do Jaime Pinheiro, do Manso e de tantos outros habitués, junto aos quais e dos amigos de minha idade que foram ganhando a liberdade na adolescência, segui ao 567, Cocktail, Huguinho, Tro-lo-ló... Claro, eram outros tempos. Fosse hoje, o pessoal do Conselho Tutelar, certamente, seria íntimo de casa. Mas, a partir desse ano, que mudou minha vida pelo encanto da noite, aproveitávamos a liberdade, a total ausência do “politicamente correto”, essa praga oportunista, hipócrita e absurdamente invasiva. Não se trata de defender os ataques ao bem-estar do fígado, tampouco ser “do contra” – especialmente contra a boa educação e o bom-senso -, mas testemunhar, apenas, o quanto podem ser significativos alguns lugares, algumas situações, algumas pessoas na vida de todos nós. Rizek e seus empreendimentos na noite, simplesmente, influenciaram-me com um deleite tão poderoso que, 30 anos depois, não apenas guardo com extremo carinho as lembranças do 8 ou 80, do 567 e, claro, do Tro-lo-ló, mas tenho a própria escala de valores e prioridades pessoais marcada em muito pela importância do prazer noturno. Junto ao “Thunder”, do Alvorada Clube, nesses lugares históricos da noite tatuiana, fiz amigos e vivenciei alguns dos momentos mais prazerosos da vida, nem sempre “corretos”, mas eternamente marcados pelo afeto e por todas as delícias oníricas que as baladas de Baco podem oferecer. Desde então, tenho Rizek como um incomparável promotor de eventos dionisíacos, nos quais tudo é festa e em que são

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sorvidos coquetéis de endorfina, preparados com a mistura de luzes coloridas, música boa e mulheres a se admirar. Porém, o perigo dos extremos pode ser fatal, sim. É preciso ter cautela para não se deixar levar pelo prazer em demasia – “juízo”, como sempre disse minha mãe, desde aquela época, francamente não satisfeita com as minhas efervescentes incursões noturnas. Na falta disto, aliás, a noite costuma ser curta, muito curta, abreviada pelo alcoolismo, drogas, direção irresponsável – fora a Aids, a qual, justamente nessa época, começava a assombrar o mundo. Ter juízo é possuir responsabilidade. E foi isso que passei a testemunhar, uma década mais tarde, a partir de 1995, quando assumi a direção do jornal e, então, conheci o outro lado de Rizek, o do profissional incansável, obstinado, meticuloso – virtudes, aliás, que justificam sua incompreendida fama de bravo. Na verdade, para quem gosta de fazer bem feito, é ofensa tudo aquilo que acontece nas coxas. Rizek nunca fica nas coxas; ele é corpo e alma. No colunismo, como em todas as demais e diversas atividades que exerce, Rizek é certeza de excelência e compromisso. Ao longo desses 30 anos, só para se ter ideia, jamais deixou de concluir sequer uma coluna! Existe exemplo maior de comprometimento e responsabilidade? E aí está a fórmula de sucesso para tudo que faz: o equilíbrio entre Dioniso e Apolo, entre o prazer e a objetividade. Uma dádiva, destinada a poucos, que permite além da realização de multitarefas: possibilita e perpetua a jovialidade, a disposição ao novo, a constante renovação. Finalmente, devo a meu pai a dupla aproximação com Rizek; e a Rizek, a gratidão por três décadas de parceria fiel e muito mais que profícua, tal como grande parte de minha profunda e cultivada “boemiadependência”. O fígado? Vai bem, certamente graças aos bons conselhos de mãe e aos belos exemplos de equilíbrio de (boa) gente como nosso amigo. E se valeu a pena? Valeu, não... Ainda vale. E como! Obrigado por tudo, caro companheiro! Ivan Camargo


Promoção válida por tempo indeterminado.

NAS ÓTICAS DEZ, COM UM POUQUINHO POR MÊS DÁ PRA ARRASAR NO VISUAL

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FILHO DA TERRA, CULTIVANDO TALENTOS Quando festejamos em comunidade o aniversário de Tatuí, percebemos que todos somos filhos desta terra vermelha e fértil, desse canto do universo que reuniu tantos nomes ilustres. Muitos cidadãos anônimos regaram essa imensa gleba com a água cristalina de sua boa-vontade e fé. Um deles nasceu e cresceu pensando em fazer dela um lugar alegre, atraente e culto. E assim a Cidade Ternura viu crescer o menino que decidiu não deixar seu torrão natal para dedicar-se a ele, amorosamente, sendo seu jardineiro fiel. As sementes, viçosas, cresceram fortes. Ideias, eventos, palestras, desfiles, pontos históricos e turísticos deram frutos vigorosos e maduros. Crianças, jovens, adultos de todas as idades provaram dessa colheita farta e preciosa. O Sítio do Carroção tem orgulho de ser tatuiano e de participar desse celeiro cheio de esperanças no futuro.

HOJE É DIA DE AGRADECER. OBRIGADO, JORGE RIZEK!

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