JA - abril 2010

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ABRIL2010 · Telefone 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Avenida General Humberto Delgado - Edifício Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt · www.oribatejo.pt

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jornal abrantes Director ALVES JANA - MENSAL - Nº 5472 - ANO 110 - GRATUITO

ESTA marca a diferença Mais uma vez, o jornal da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes acrescenta importantes conteúdos às nossas páginas. Destacável de 12 páginas

V Gala Antena Livre A grande festa da música e dos galardões Antena Livre volta ao S. Pedro. Os Hyubris fecharam em 2009. Este ano são os AMAR. Esta V Gala assinala também os 30 anos da rádio Antena Livre. Páginas 4 e 5

ABRANTES

BARQUINHA

SARDOAL

ALCARAVELA

Obras nas escolas continuam a avançar

Feira d’ Época traz os frescos e a tradição

Feira do Fumeiro, do Queijo e do Pão

Festa da Bosta para comprar novo veículo

Com ritmos e calendários diferentes, as escolas preparam-se para o futuro.

Os produtos da terra e a animação são um convite junto ao Tejo.

O paladar bate palmas e a economia rural agradece o êxito previsível.

O povo mobiliza-se e os Tocá Rufar ajudam o Centro de Dia local.

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abertura SUGESTÕES

FOTO DO MÊS

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jornal abrantes

ABRIL2010

FICHA TÉCNICA Director Geral Joaquim Duarte

Director Alves Jana (TE.756) alves.jana@lenacomunicacao.pt

Sede: Av. General Humberto Delgado – Edf. Mira Rio, Apartado 65 2204-909 Abrantes Tel: 241 360 170 Fax: 241 360 179 E-mail: info@lenacomunicacao.pt

Redacção

JOSÉ MANUEL CARDOSO

Jerónimo Belo Jorge (CP.1907 jeronimo.jorge@lenacomunicacao.pt

IDADE 41 anos

Joana Margarida Carvalho joana.carvalho@lenacomunicacao.pt

RESIDÊNCIA Rio de Moinhos

André Lopes

ACTIVIDADE Padre

Publicidade

UMA POVOAÇÃO Monsaraz, é lindíssimo está extremamente bem cuidado e tem uma vista fabulosa sobre a barragem do Alqueva

Rita Duarte (directora comercial) rita.duarte@lenacomunicacao.pt

Miguel Ângelo miguel.angelo@lenacomunicacao.pt

Andreia P. Almeida andreia.almeida@lenacomunicacao.pt

Um Poema Experimental saltou da exposição na Galeria de Arte e veio fixar-se no Parque de S. Lourenço. Só pode.

UM CAFÉ “Alcaide”, em Abrantes UM BAR “O Pipas”, em Castelo Branco

Design gráfico e paginação António Vieira

INQUÉRITO

Impressão Imprejornal, S.A. Rua Rodrigues Faria 103, 1300-501 Lisboa

O que espera da selecção portuguesa no Mundial de Futebol

Editora e proprietária

UM LUGAR PARA PASSEAR Passadiço do Alamal, em Gavião

GERÊNCIA

UM RECANTO PARA DESCOBRIR São Pedro de Moel

Francisco Santos, Ângela Gil, Albertino Antunes

João Batista

Sistemas Informação Tiago Fidalgo (Direcção) Hugo Monteiro dsi@enacomunicacao.pt Tiragem 15.000 exemplares Distribuição gratuita Dep. Legal 219397/04 Nº Registo no ICS: 124617 Nº Contribuinte: 501636110 Sócios com mais de 10% de capital Sojormedia 83%

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Margarida Delgado

Manuel Joaquim

Sardoal

Sardoal

Constância

Manuel Joaquim

Acho que temos uma boa equipa, mas se olharmos para as equipas concorrentes há melhores que a nossa, logo não vamos conseguir alcançar a vitória final. Deveremos passar da primeira fase, mas depois vamos perder certamente.

Penso que vamos seguir em frente. Acho que reunimos todas as condições para ter uma boa prestação e quem sabe ganhar o campeonato.

A nossa prestação vai ser um desastre. Na fase de apuramento apresentámos muitas dificuldades, agora no campeonato vai ser uma desilusão. O problema está na equipa, deveria sofrer alterações.

Marketing

Nuno Silva (Direcção) Sónia Vieira drh@lenacomunicacao.pt

Paula Gaspar

Acho que estamos no bom caminho. Penso que reunimos condições para ganhar o campeonato. Devemos ser optimistas e acreditar na vitória de Portugal.

Patricia Duarte (Direcção), Catarina Fonseca e Catarina Silva. marketing@enacomunicacao.pt

Recursos Humanos

UM RESTAURANTE “São Rosas”, em Estremoz PRATO PREFERIDO comida tradicional portuguesa

Jortejo, Lda. Apartado 355 2002 SANTARÉM Codex

Departamento Financeiro Ângela Gil (Direcção) Catarina Branquinho, Celeste Pereira, Gabriela Alves e João Machado info@lenacomunicacao.pt

UM PETISCO pezinhos de tomatada

UM DISCO Macaréu, dos Gaiteiros de Lisboa UM FILME Cyrano de Bergerac, de Gerard Depardieu UMA VIAGEM Cruzeiro no Adriático, começando em Dubrovnik e terminando em Istambul na Turquia UM LEMA DE VIDA “No mundo dos malucos, só os loucos têm juízo”

EDITORIAL

O torto da informação Não é preciso explicar. Desde a Constituição da República até à legislação sobre a Comunicação Social, o Direito à Informação está – teoricamente e legalmente – assegurado ao cidadão português. Na prática, porém, os órgãos de comunicação social encontram-se perante barreiras de silêncio imposto que contrariam o Direito instituído. Por exemplo, nos organismos públicos é sistemático o impedimento de

falar. “Tenho de pedir autorização”. E a autorização ou nunca vem ou vem fora de horas e depressa perde validade. “Tenho de pedir autorização outra vez”. É o refrão de uma música já monótona. É normal que uma organização queira ter uma política de informação e que, através desta, queira construir uma imagem. Mas esta obstrução activa à informação não só viola um direito instituído, como transmite uma

imagem negativa dos responsáveis locais dessa organização – assumidos pelas suas chefias como incapazes de falarem com qualidade. Mas esta “deficiência” que lhes é imputada pelas suas chefias recai sobre as mesmas chefias, pois se têm responsáveis locais incapazes, isso quer dizer que não os souberam escolher nem os souberam preparar para exercer a função de informar sobre o que respeita à sua área. Quando recebemos uma recu-

sa de informação deste tipo, devemos ter uma dupla indignação. Pela falta de respeito que significa pelas chefias locais e pela violação do direito à informação. E o silêncio sobre este silêncio já pesa demais. Alves Jana


à conversa

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LUÍSA PAIVA DELGADO, DIRECTORA DE PSIQUIATRIA DO CHMT

“O mundo está a mudar mais do que muitas pessoas são capazes de absorver” Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo Histórico Início: 2002 Hospital de dia: 2005 Internamento: 2007 Equipa actual Psiquiatras – 7 Pedopsiquiatra – 1 Psicólogos – 3 Enfermeiros – 19 Terapeuta ocupacional – 1 Educador social – 1 Técnicos de Serviço Social – 3* Administrativos – 2 Auxiliares – 12 * Não a tempo inteiro neste Serviço

ALVES JANA

Sentiu-se exilada, quando em 2002 foi colocada em Torres Novas, e chorou. Acabada a especialidade médica em psiquiatria e cheia de sonhos, “aqui não havia nada, só uma enfermeira, nada mais, nem projectos.” Hoje, oito anos e três filhos depois, já foi colocada no Sta. Maria, em Lisboa, e vive em Cascais, onde pode trabalhar ao pé de casa, mas recusa-se a deixar a direcção da equipa de 49 pessoas do Serviço de Psiquiatria do Médio Tejo. Tem de ser, não é? Não podemos começar um projecto e abandoná-lo sem estar maduro. Isso é habitual em Portugal, mas não pode ser. E as pessoas daqui merecem. Não posso abandonar esta equipa que se encontra muito motivada e se entrega com muita dedicação. Um estudo recente diz que 20%, portanto uma em cada cinco pessoas, tem problemas de saúde mental. O segundo país mais castigado, depois dos EUA. Essa também é a percepção que temos aqui, os 20%. O estudo vem confirmá-la. Quanto à comparação entre países, é preciso ter cuidado, bastam ligeiras

variações no método para as diferenças não terem muito significado. Quanto às razões, será preciso estudá-las. Mas há sobretudo dois tipos de factores: a predisposição hereditária ou genética e o facto de que o nosso mundo está a mudar, e muito, talvez mais do que muitas pessoas são capazes de acompanhar e absorver. Desde o desemprego continuado às roturas afectivas, por exemplo. Há todo um substrato cultural que acaba por ser posto em causa. Isso cria insegurança, instabilidade emocional, e dificuldades em lidar com tudo isso e permanecer sólido por dentro. Hoje, o modelo clássico de lidar com o problema mental já não é isolar os “malucos” e fechá-los no “manicómio”. É o contrário, procurar integrar o doente no seu meio de origem e devolvê-lo o mais possível àquilo que ele era antes da doença. A doença mental é sempre, antes de mais, uma dificuldade da pessoa lidar consigo própria. E, nos casos mais graves, até de se aperceber do problema. A nossa acção é, antes de mais, procurar devolver a pessoa a si própria e integrá-la na vida com os seus. Mas nem sempre isso é possível. Sobretudo nos casos mais graves, em que a família que existe são

por vezes irmãos ou mesmo primos afastados. Aí são necessárias estruturas – que ainda faltam – de acolhimento e integração destas pessoas. O que significa que ainda há muito a fazer. Neste caso não já por nós, embora nos caiba sensibilizar a sociedade e em especial as autarquias para este problema.

talha, a base do que fazemos. Para o futuro, vamos procurar uma maior interacção com a comunidade, procurar estabelecer parcerias e desenvolver algum trabalho de sensibilização e prevenção junto das populações. Mas também para isso são necessárias parcerias. Por exemplo com a comunicação social.

Hoje lidera já uma grande equipa. E muito dedicada, fantástica. Eu e o segundo médico viemos para aqui “obrigados”, que remédio! Mas o resto da equipa veio para aqui por opção, por escolha. Para o interior do país, quando há tanta falta nos grandes centros. Isto diz muito da qualidade do trabalho que aqui se faz ou da equipa que aqui trabalha. E isso é o decisivo.

Que conselhos daria? Às organizações, que se criem unidades de acolhimento continuado dos doentes mais graves e postos de trabalhoprotegidos. Tem de haver uma mobilização da sociedade, em particular das autarquias para este problema. E um grande trabalho de informação. Nomeadamente campanhas de prevenção nos domínios do álcool e das drogas. Às pessoas, recomendações em dois sentidos. Primeiro, quando há um problema, quanto mais cedo for consultado, melhores resultados se podem obter. Depois, os conselhos gerais de saúde: cuidado na alimentação, exercício físico, manutenção de ambiente familiar harmonioso, procurar gerir bem as emoções… se possível, a leitura de algumas coisas acessíveis sobre saúde mental, alguma auto-ajuda… E, sobretudo, se sentir algum problema, consultar o médico quanto mais cedo melhor.

Quais são as vossas apostas? Antes de mais, uma grande proximidade com os médicos que família. Procuramos que todas as pessoas detectadas com problemas sejam vistas por nós. Depois podem ser reencaminhadas com instruções para o médico de família ou ter aqui consultas de seguimento em ambulatório, ou serem acompanhadas em hospital de dia, ou mesmo em internamento. Esta é a nossa grande ba-

Capacidade instalada: População abrangida: 250.000 hab Consultas / ano: 11.500 * Hospital de dia: 10 doentes Internamento: 24 camas * Valor acima da média nacional O Serviço de Psiquiatria integra um núcleo de alcoologia.

Perturbações mentais na população Prevalência de perturbações mentais: EUA: 26.3 Portugual: 22.9% França: 18.4 Holanda: 14.8% Bégica: 12% Espanha: 9.2% Itália: 8.2% Perturbações psiquiátricas dos portugueses: ansiedade: 16.5% depressivas: 7.9% controlo dos impulsos 3.5% relacionadas com o álcool: 1.6% Grupos mais atingidos: Mulheres Jovens de 18-24 anos Pessoas que vivem sós Níveis baixo e médio de literacia Saúde mental: É sentirmo-nos bem connosco próprios e na relação com os outros. É sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades e não temermos o futuro.

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ANTENA LIVRE

São já 30 anos de aventura e serviço Os anos cumprem-se dia após dia. Só no final de cada ano se somam anos inteiros, feitos, acabados. A Antena Livre está a fazer hora a hora, dia a dia, o seu Ano 30. Nesse seu trabalho, quer continuar a ser fiel à sua marca genética de aventura e de serviço local. Nos seus primeiros tempo a aventura era a conquista técnica de um território ainda proibido. Hoje é ainda a conquista técnica de novas formas de comunicação. O serviço começou por ser o apoio à população ameaçada pelas cheias e continuou pela criação de um espaço radiofónico para a vida local, como nestas páginas relembra Mário Jorge de Sousa. Hoje é ainda o de aprofundar e alargar o espaço público e dar mais e mais qualidade à informação, à opinião, ao debate, à reflexão, ao conhecimento deste nosso mundo local, sem esquecer que vivemos no mundo global. Sem esquecer uma selecção musical de qualidade. E, ontem como hoje, continua a ser necessário reunir os recursos, humanos e financeiros, que nos permitam manter e qualificar este serviço. Apesar da crise generalizada tornar a viagem mais perigosa. A Antena Livre é hoje a base de operações de um conjunto de serviços de comunicação que se pretende sustentável e em crescimento. E a Gala Antena Livre, neste caso a quinta, no nosso Ano 30, pretende ser a afirmação festiva deste nosso poder de comunicar e de, fazendoo, estarmos ao serviço das nossas gentes e da nossa comunidade. ALVES JANA

Breves histórias da Rádio MÁRIO JORGE SOUSA

Quando a velha “Sherpa” pintada com o logótipo da rádio chegava a uma qualquer terra da nossa região, os putos corriam atrás da carrinha e as pessoas assomavam às janelas: “É a RAL! É a RAL!” – diziam expectantes das razões da nossa ida. As equipas eram recebidas como quase-heróis de uma qualquer epopeia. Era uma festa. A rádio existia paredes-meias com o povo, com a sua realidade e anseios. A RAL fazia parte do quotidiano colectivo (por razões sociológicas ainda pouco aprofundadas, a RAL, desde a sua criação, conseguiu gerar uma enorme empatia com as populações, com as entidades públicas e a sociedade civil. Seria interessante estudar este fenómeno …) Trabalhei lá, na RAL, entre 1988 e meados de 1990. Foram dos melhores tempos da minha vida. Não existiam televisões privadas nem por cabo, o panorama comunicacional era incipiente, as rádios eram “piratas”, amadoras e rudimentares, os padrões de excelência eram baixos e a própria TSF dava os primeiros passos

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como estação de referência. Mas a RAL, sim, já era uma referência, talvez a mais importante referência nacional na época. A RAL não foi a primeira rádio “pirata” a emitir, mas foi a primeira no país a assegurar emissões regulares, ou seja, com horários fixos diários. A RAL tinha História e ser da RAL era motivo de fundado orgulho. E foi dela que nasceu o grande movimento que originou a legalização das rádios locais em Portugal (salvé António Colaço e Sousa Casimiro!) Na ocasião, ser jornalista numa rádio local era sê-lo com aspas:“jornalista”. Ninguém levava isso a sério. Nem os próprios. Recordo que as pessoas me diziam: “Ah, ‘tás na RAL, até encontrares uma coisinha melhor, não é?”… Não, não era. Eu estava ali com consciência profissional, com empreitada assumida e habilitado de experiência em jornais e de algumas competências técnicas e deontológicas aí adquiridas. Mas nesses anos, estas coisas eram ignoradas ou pouco valorizadas. Cada um era uma espécie de “faz tudo” e ao pragmatismo da função impunha-se o entusiasmo da

missão. Também a luta pela dignificação dos trabalhadores da rádio foi ganha (?) com o tempo. A RAL tinha um telex ligado à ANOP (hoje LUSA) que era a principal fonte para as notícias, com intercalares de hora a hora. Não havia espaços de informação regional enquanto tal e, ao meio-dia, ia para o ar o “Informativo do Meio-Dia”, onde, durante cerca de dez minutos, eram lidos um número maior desses telegramas gerais. Os assuntos da actualidade local não tinham tratamento jornalístico (nem redactorial) e eram “encaixados” pelos animadores ao longo da emissão. Os temas mais centrais tinham divulgação e discussão nos programas de autor, transmitidos à noite. Pouco a pouco, a Fernanda Mendes, a Amélia Bento e eu (com ajuda do Francisco Paiva Franco) iniciámos uma renovação desses processos. As notícias locais passaram a ter tratamento adequado, fomos em busca das agendas institucionais (na altura só as Câmaras de Constância e Barquinha enviavam notas) e íamos dando voz à região mediante critérios editoriais. Pedimos então ao Casimiro

meia hora para um noticiário alargado, às 12. Ele não acreditou no sucesso de tal cruzada, mas deu-nos o benefício da dúvida. O resto da hora era preenchido com a “Música Latina”, da Carla Tereso. Passámos a fazer reportagens, histórias jornalísticas, directos e entrevistas (por telefone, ou nos estúdios das Arreciadas) a protagonistas das mais diversas áreas. Abrimos as portas a temas polémicos e à actividade política regional. O tempo já era pouco para tanto material. Após a legalização, o comprovado êxito de audiências levou-nos a reclamar a hora toda, mas aí os chefes (o Casimiro, o Augusto Martins e o João Graça Vieira) já estavam convencidos da conveniência e pujança de tal serviço público. Chegámos a ultrapassar em popularidade (palavras deles) o paradigma dos discos pedidos e o Casimiro até propôs a rescisão do contrato com a ANOP, o que nós não concordámos porquanto o telex deixara de ser es-

sencial, mas continuava a ser uma ferramenta complementar. E assim nasceu o “Jornal do MeioDia”, um formato profissional que fez escola e que marcou uma época da Antena Livre. Foi possível refinar alguns métodos de trabalho já ensaiados e, entre outras coisas, introduzimos a participação de comentadores (ex.: Anacleto Baptista para assuntos religiosos, Victor Florentino ou Augusto Martins para o desporto, etc.) e de “cronistas residentes”. De 2ª a 6ª feira, os primeiros foram, respectivamente: Ramiro Santos Ruivo, José Alves Jana, Luís Peixoto, Luís Manuel Gonçalves e João Graça Vieira. Para o “núcleo duro” de informação atrás referido (e além dos grandes sonoplastas, companheiros de régie, Jorge Pequeno, Paulo Esteves, José Ramos e Anabela Almeida), entrariam depois a Dina Pereira, a Lídia Aparício e a São Grácio. Mais tarde, o José Belém e o Jerónimo Jorge. Perdoem se me esqueci de alguém, mas as memórias também sofrem erosões. As histórias são imensas. Quem sabe, um dia, haja oportunidade de contá-las…


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Arreciadas: uma velha antena na primeira sede da rádio vigia Abrantes ao longe.

Os bons velhos tempos “Antena Livre 30 anos As Memórias da Rádio” vai trazer á programação da Antena Livre algumas “memórias” do tempo que já lá vai. Quem não viveu esse tempo pode agora espreitar algumas peripécias que foram fazendo esta rádio e as nossas comunidades locais. O novo programa vai para o ar aos sábados às 15h00, com repetição aos domingos às 20h00. Também três vozes “da-

quele tempo” estão a voltar aos microfones da Antena Livre. Pedro Pequeno e Fernanda Mendes já estão no ar e Kina Oliveira vai fazer em breve a sua reaparição. Em qualquer dos casos, não se trata de voltar atrás, ou de ficar preso do passado. O que se pretende é reavivar a memória, para termos mais energia e melhor direcção na criação do futuro.

V Gala Antena Livre é a festa do Ano 30 A V Gala Antena Livre volta ao palco do cine-teatro de S. Pedro, em Abrantes, no próximo dia 20 de Maio. Com a pesada responsabilidade de manter e elevar os níveis de satisfação do ano passado, o desafio está a ser enfrentado pela equipa desta rádio local.

A Gala Antena Livre é já uma marca reconhecida em toda esta zona. Trata-se de uma Festa da Música, que promove os novos valores locais. Mas é também um momento em que se assinalam algumas das personagens sociais pelo contributo de relevo que têm dado na sua zona de actuação. E este ano a V Gala Antena Livre mantém-se fiel a esse rumo. O espectáculo contará com um momento de dança contemporânea, pelo Espaço Idança, a actuação dos Kwantta e de Ricardo Azevedo, um momento de fandango por dois grupos folclóri-

cos, e a estreia dos Amar que nos vai trazer um momento de grande sensibilidade. Os Kwantta (na foto) têm um som que é uma fusão de rock, música tradicional, blues, reggae e funk. Ricardo Azevedo foi vocalista dos EzSpecial, e depois, a solo, são dele o “Pequeno T2” e “O Beijo”. Os AMAR são um projecto

a 3 vozes acompanhadas por guitarra, baixo, teclas, bateria e 5 sopros: trombones, saxofones e trompete. Propõemse revisitar grandes canções da música portuguesa, com uma nova sonoridade que traz às canções uma nova vida. A Sociedade Artística Tramagalense é o palco de ensaios dos AMAR há largos meses, que vão apresentar-

se a público pela primeira vez na Gala Antena Livre. Durante o espectáculo vão ser entregues os já tradicionais Galardões Antena Livre. Este ano vão ser feitas distinções nas áreas de Prestígio/Carreira, Empresa, Cultura, Educação, Social/Cidadania, Nacional/Comunicação, Música/Jovem valor, e Jovem jornalista.

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ABRANTES

Urgência do Hospital em obras O serviço de recepção das urgências e a respectiva zona de triagem do Hospital de Abrantes encontram-se em total remodelação. Em declarações ao JA, António Mor, administrador do Centro Hospital Médio Tejo, referiu que o melhoramento deste serviço irá estar a decorrer até ao próximo mês de Junho. O objectivo das obras em curso passa pelo melhoramento e manutenção das condições prestadas aos doentes, bem como, pelas condições de trabalho fornecidas aos profissionais do hospital. Actualmente, os utentes que se dirigem ao hospital de Abrantes encontram a zona da triagem no local

da fisioterapia. “Esta alteração de espaço não está a prejudicar a qualidade do serviço prestado aos doentes”, garante António Mor. “Por sua vez, os utentes também não têm feito reclamações associadas às alterações espaciais causadas pelas obras”, afirmou o administrador. António Mor referiu ainda ao JA, que quando as obras estiverem prontas nestes últimos locais referidos, “os serviços de especialidade das urgências como a pediatria, a medicina interna, a cirurgia, a ortopedia e o SO iram funcionar numa das enfermarias do hospital, uma vez que as obras seguintes iram incidir nestes serviços.

Correcção Na última edição, na entrevista com a vereadora Manuela Arsénio da Câmara Municipal de Constância, um lapso de comunicação fez-nos afirmar: “Quanto ao turismo científico, o Centro Ciência Viva e o Parque Ambiental trazem cerca de 30.000 pessoas por ano ao concelho, tantas como o Museu de Etnologia em Lisboa.” A verdade é que o Centro Ciência Viva e o Parque Ambiental trazem – cada um – cerca de 30.000 pessoas por ano ao concelho de Constância.

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ABRANTES

Escolas em requalificação JOANA MARGARIDA CARVALHO

A escola Secundária Dr. Solano de Abreu, em Abrantes, é uma das escolas que continua em fase de requalificação. O projecto está a ser levado a cabo pelo programa de Modernização da Parque Escolar e pelo Programa Nacional dos Centros Escolares. Segundo Jorge Costa, director da escola, ao JA, “haverá uma alteração completa na estrutura do estabelecimento”.

As obras em curso vão contar com inúmeras alterações em todo o recinto da escola. Um novo edifício está a ser construído, onde se vai encontrar a secretaria, a sala da direcção, a sala de professores, uma biblioteca nova e a sala de trabalho dos docentes. O bar da escola, que se encontrava numa zona completamente distinta do refeitório, irá passar para junto deste, ocupando o antigo balneário dos rapazes. Haverá ainda, a integração de dois parques de estacionamento que se vão juntar ao pavilhão gimnodesportivo. Este último que passa a ficar dentro do recinto escolar.

Presentemente, os alunos encontram-se a ter aulas em salas de aula improvisadas fora do edifício principal mas, segundo Jorge Costa, apresentam melhores condições do que as salas antigas, uma vez que “até ar condicionado têm”. O espaço ao ar livre está também mais reduzido, o que causa algum transtorno, mas “espera-se compreensão e colaboração por parte de alunos e professores”, afirmou o director da escola. Derivado às más condições climáticas, a obra está com um atrasado de dois meses. Assim, o fim desta está previsto para o próximo mês de Março de 2011.

Escola D. Miguel de Almeida já está em obras A Escola D. Miguel de Almeida, em Abrantes, iniciou a primeira fase de obras que vai estar a decorrer até ao próximo mês de Setembro. Em declarações ao JA, o director do agrupamento, Jorge Beirão, referiu que a primeira fase da obra irá incidir sobre o pavilhão gimnodesportivo, as instalações desportivas exteriores e sobre dois blocos de aulas. Por sua vez, a segunda fase de obras terá início no fi-

nal do próximo mês de Setembro e irá decorrer até ao fim do ano lectivo 2010/2011. A reabilitação dos edifícios e recinto escolar surgiu pela necessidade urgente de melhorar e arranjar os danos estruturais associados à antiguidade do espaço pois, segundo Jorge Beirão, “a D. Miguel de Almeida já se encontrava integrada nos cinquenta estabelecimentos de ensino do país com um maior grau de degradação”. A obra, promovida pela autarquia com a parceria da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, aponta para grandes reformulações ao nível das salas de aula, refeitório, biblioteca, bar e espaços livres. A intervenção ainda não vai abranger o equipamento em mobiliário. Contudo, segundo o director, “estamos a tentar junto das autoridades competentes actuar para que não fiquemos numa casa nova com equipamento velho”, acrescentando que “com estas obras pretendemos ter uma escola mais actual e moderna tal, como o ensino português requer”. Recentemente, as obras têm afectado as aulas de Educação Física. Assim, os

alunos vão começar a deslocar-se, através de um transporte garantido pela autarquia, até à cidade desportiva para poderem ter esta disciplina.

Jardim-de-infância junta-se ao primeiro ciclo A escola do primeiro ciclo da Chainça encontra-se também em total requalificação. Jorge Beirão afirmou ao JA que “o recinto escolar fica completamente alterado, no sentido em que se irá juntar o jardimde-infância com a escola do primeiro ciclo”. Os alunos de 1º ciclo de Chainça continuam a ter aulas na Escola Prática de Cavalaria de Abrantes, devido às obras em curso. No entanto, Jorge Beirão garante “que tudo tem corrido muito bem, uma vez que as condições proporcionadas garantem o funcionamento normal das aulas ”. No próximo ano lectivo 2010/2011, a escola da Chainça já estará requalificada e os alunos poderão voltar ao centro escolar, garante o director do agrupamento. Recordemos que esta foi uma das escolas em que, por falta de cumprimento do empreiteiro, a obra sofreu grandes atrasos.


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PATRIMÓNIO CULTURAL

ALCARAVELA

Cultura Avieira em congresso O I Congresso Nacional da Cultura Avieira decorre em Santarém e Salvaterra de Magos, de 07 a 09 Maio.

Festa da Bosta Solidária Um coelho, um galo, um porco e um bezerro vão ditar a sorte em Alcaravela. Vai ser no próximo dia 22 de Maio, num esforço colectivo a favor do Centro de Dia local. O objectivo é comprar uma carrinha para transporte de cadeiras de rodas e já não é a primeira vez que “os amigos do centro de dia” se organizam para conseguir os 40.000 euros necessários. A festa começa às 18h00 e terá os indispensáveis comes e bebes, do bom e do melhor à maneira local, e ainda animação infantil. “Normalmente, nas festas, as crianças são esquecidas”,

explica Adélia Seifert, coordenadora do projecto. Desta vez vai ser diferente. As crianças vão ter uma atenção especial. A nova Associação dos Jovens do Sardoal vai estar activa. E as associações da freguesia asseguram a logística da festa. os Sex Appeal dão música às gentes. E, é claro, a decisiva “actuação” do coelho, do galo, do porco e do bezerro vai ser um dos centros da festa. Festa solidária, a favor de melhores condições de vida dos idosos da terra e, no dia, a favor da alegria geral, do convívio e da sorte, claro.

Um dos objectivos é dar força à candidatura da Cultura Avieira a património nacional. Um segundo objectivo é aprofundar o conhecimento desta formação cultural que ainda persiste no Ribatejo, mas que está em risco de desaparecer. Os avieiros são gente ligada ao rio e à pesca. “Mas não são meros pescadores ou homens da borda-d’água. São herdeiros de uma cultura ancestral, única no mundo, espalhada pelas margens do rio Tejo desde 1850. A história deste povo e destas aldeias perde-se na bruma do tempo, com muito poucos registos escritos. O que se sabe foi sendo transmitido de boca em boca.” São palavras de Mário Costa, para as

Selecções do Reader’s Digest (http://www.seleccoes.pt/ article/15450). Descendem de pescadores oriundos da praia da Vieira, daí o nome de avieiros. “No Inverno, quando o mar de Vieira de Leiria se mostrava pouco generoso, famílias inteiras deslocavam-

se em campanha até ao Tejo, onde em pequenos barcos pescavam sável, enguia, fataça, lampreia e robalo.” A aldeia de Caneiras, no concelho de Santarém, com as suas casas de madeira sobre palafitas e a sua “fataça na telha” é talvez a mais conheci-

da. Mas Patacão, em Alpiarça, também é uma marca avieira no território ribatejano. E Constância, entre outras localidades ribatejanas, tem também a sua marca dos avieiros. Além do Tejo, também no rio Sado houve fixação de gentes de cultura avieira.

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CENTRO CULTURAL DO SARDOAL

A tranquilidade pessoal procura-se pelo Yoga

No Centro Cultural do Sardoal, às quartas-feiras, às 18h30, um grupo de cerca de 10 pessoas junta-se para praticar Yoga.

A orientadora é Sónia Santiago, professora de Matemática, que insiste em dizer que insiste em dizer que não é professora diplomada em Yoga. Diz de si que “apenas” praticou três anos e tem investigado. Pediram-lhe e ela

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aceitou dirigir, desde Janeiro passado, este grupo. Por isso são ainda poucos. O objectivo é desenvolver este tipo de actividade física que, como se sabe, “ajuda as pessoas a encontrarem mais serenidade, mais calma, mais tranquilidade”, ao mesmo tempo que promove “um auto-conhecimento, uma maior consciência de si a começar pelo corpo, um maior controlo da sua maneira de ser”. Os frequen-

tadores, sobretudo senhoras, mas também um rapaz, mostravam interesse no que estavam a fazer e via-se que iam ali por gosto. Porque mesmo numa vila tranquila, como o Sardoal, há cuidados e preocupações e só se ganha em procurar e construir a paz interior. O yoga é uma das formas. Com origem no Oriente, tem encontrado uma adesão crescente no mundo ocidental.


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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE IMPRENSA

ABRANTES

Cinquentenário celebrado este ano A Associação Portuguesa de Imprensa acaba de fazer, no dia 23 de Abril, 50 anos de existência.

Festa da Primavera até 15 de Maio Assinalar a Primavera e incentivar o culto da flor são dois objectivos da Festa da Primavera que decorre em Abrantes desde o mês de Março. O dia maior é a 15 de Maio. 08 a 22 de Maio 2010 - Concurso de montras 14 a 16 Maio 2010 - Festival de Espantalhos (material reciclável) 15 de Maio 2010 (Sábado) Passeio Pedestre da Ascensão (Passeio ao campo para apanha de flores silvestres e ramos alusivos

O Jornal de Abrantes, que é o sócio mais antigo do distrito de Santarém, tem o prazer de se associar a esta efeméride

que vai ser celebrada durante um ano, portanto até Abril próximo. O início das celebrações foi a assinatura de um protocolo de cooperação entre a Biblioteca nacional e o API para a digitalização da imprensa. Não é necessário realçar, por-

que é evidente, a importância de um tal projecto para conservar viva e actuante a memória destes “parceiros sociais” e do papel que têm tido na dinâmica social portuguesa. Sem esquecer, é claro, os pequenos jornais e revistas. O Jornal de Abrantes

saúda a API e celebra o papel que a mesma tem desempenhado ao longo dos seus 50 anos. E faz votos para que, nesta hora difícil que todos vivemos, a sua acção possa ajudar a passar alguns “cabos das tormentas”.

ao Dia da Espiga, em celebração da natureza, como símbolo de prosperidade). Mercado Quinhentista com a participação do Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida e dos ranchos folclóricos do concelho. Festa do Maio Eleição da maia Abrantina 2010, com participação dos ranchos folclóricos do concelho. Guerra das Flores, com derrame das flores colhidas durante a manhã.

jornaldeabrantes


10 região

ABRIL2010

SOLIDARIEDADE SOCIAL

ABRANTES

“Projecto Isaura”

Bispo D. António Dias em visita

O JA associa-se ao Projecto “Isaura”, nome suposto, da Juventude Amiga. A Dona “Isaura” é uma cidadã abrantina. Com 59 anos, viúva, está reformada por invalidez devido ao seu grave problema de saúde. Como não tem meios para resolvê-lo, pediu ajuda à Juventude Amiga – Associação de Voluntariado que tem sede na Escola Dr. Manuel Fernandes. A Dona “Isaura” tem um problema de saúde de origem cancerígena que lhe origina o crescimento de quistos nas raízes dos dentes. Já teve de efectuar 39 operações com anestesia geral. Mesmo assim, a sua doença teima em alastrar. Se a Dona “Isaura” conseguir implantar 2 próteses de maxilares, no valor de 2 000 €, o seu problema de saúde melhorará em larga escala. Permite-lhe ter uma maior esperança de vida, pois esta encontra-se em risco. A Dona “Isaura” pretende manter o anonimato, porque já sofreu demasiado a pedir ajudas que lhe têm sido negadas. A Juventude Amiga já constatou a veracidade de toda a situação clínica da Senhora “Isaura”. Nomeadamente junto do médico que a acompanha. O desafio é simples: se todos contribuirmos com pelo menos 1 €, conseguiremos ajudar a Dona “Isaura”! No dia 1 e 2 de Maio, a Juventude Amiga irá fazer um peditório na cidade de Abrantes e no 3 de Maio fará o mesmo na Escola Dr. Manuel Fernandes, com os seus voluntários. É sem dúvida uma causa nobre e que todos poderemos realizar! Como é que vamos deixar morrer uma pessoa porque faltam 2.000€?

jornaldeabrantes

As paróquias de Abrantes vão receber a visita pastoral do bispo da diocese, D. Antonino Dias. Nos dias 5 a 7 e 15 e 16, D. Antonino Dias vai manter contactos com a comunidade católica dos crentes e com variadas instituições da sociedade civil.

A visita termina com a missa de crisma no domingo, dia 16, às 16h00, seguida de convívio com a comunidade católica. Recorde-se que a diocese é a unidade básica da organização da Igreja Católica. E uma diocese é, no essencial, constituída pela comunidade dos crentes e o bispo, seu pastor. Por isso, a visita pastoral

é, no essencial, a visita do pastor ao seu rebanho, segundo uma metáfora bíblica muito conhecida. Os padres são, de algum modo, delegados do bispo junto das comunidades locais. Entre as funções do bispo, estão as da união dos crentes na fé em Jesus Cristo e a administração da vida colectiva da sua igreja particular, mas também a missão profética de anunciar a Boa Nova do Evangelho para lá da comunidade dos crentes. É à luz desta chave de leitura que deve ser interpretado o vasto programa da visita pastoral. Sem esquecer os vestígios do poder medieval que a organização da Igreja católica ainda conserva.

TOMAR

Jornadas de Urologia do Médio Tejo As VIII Jornadas de Urologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), decorrem nos dias 7 e 8 de Maio, em Tomar. Com o tema Urologia, Cruzamento de Olhares, as Jornadas promovidas pelo Serviço de Urologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo, reúnem duas centenas de profissionais de

saúde de todo o país e um vasto conjunto de especialistas que abordarão as questões mais pertinentes desta especialidade clínica. Por alguns dos maiores especialistas do nosso país, temas tão diversos como a detecção precoce das doenças da Memória, o Cancro no aparelho urinário, a Incontinência Urinária fe-

minina e masculina, o Abandono de Idosos nos hospitais ou a Performance e Qualidade em Cirurgia. O Dr. Paulo Vasco, Director do Serviço de Urologia do CHMT, sublinha que, a exemplo das edições anteriores, uma vez mais esta iniciativa terá uma adesão muito significativa de participantes, constituindo um

acontecimento muito significativo no plano da formação global dos profissionais de saúde da região e do país. A conferência inaugural é proferida pelo professor Cruz Maurício, que abordará o tema “A erosão da memória e o demónio do esquecimento vistos na janela da ressonância magnética”.


EMMY CURL

Jovem cantora transmontana, no início de um percurso que promete P. 9 PUB

www.nyb.pt

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U U JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL » ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES » INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR

Presidente da Junta de Alferrarede diz que estudantes vão dinamizar a freguesia P. 4 e 5

VIC TOR FRANCISCO

O “piloto de Abrantes” relembra as suas histórias Santinho Mendes, o “piloto de Abrantes”, diz que o regresso do desporto automóvel a esta cidade só acontecerá se aparecerem pessoas com muita vontade. Os tempos já não são os mesmos em que havia 18 carros de Abrantes a correr em autocross, mas o piloto acredita que os jovens podem fazer voltar os ralis. P. 4 e 5

Alunos da ESTA em cenário de guerra Um grupo de 20 alunos da ESTA esteve “embedded” com unidades militares de Santa Margarida, no âmbito dos exercícios Rosa Brava 2010 e SHAMA 101. Com esta experiência, os estudantes aprenderam, entre outras coisas, o que é ser jornalista em cenário de guerra - com frio, chuva e muitas privações. P. 3

Galeria de Arte dá a conhecer novas formas de ver o mundo A Galeria Municipal de Abrantes mudou de horário, para melhor servir os interesses de quem gosta de arte. As crianças têm sido uma grande aposta deste espaço, mas o objectivo continua a ser o de atrair um público heterogéneo, desenvolvendo o sentido crítico e dando a conhecer novas formas de ver o mundo. P. 9

Estudantes criam blogue sobre o mundo do desporto A ideia partiu de um grupo de alunos da ESTA e vários outros se juntaram à iniciativa. O trabalho que tinham que fazer para uma disciplina deu origem ao blogue olivredirecto.blogspot.com. Para além de notícias actualizadas sobre o mundo do futebol, os alunos produzem programas de debates e de comentários, com rigor P. 10 e profissionalismo. PUB


2 | ESTA JORNAL • Abril 2010

OPINIÃO Ganhamos todos Hália Costa Santos

edito r ial

Mais uma vez, esta edição do ESTAJornal conta histórias de vida, como a da enfermeira que trocou a cidade pelo campo ou a do padre que desistiu do sacerdócio para ter mulher e filhos. Mas este número do ESTAJornal também aposta em divulgar novos valores, como a transmontana Emmy Curl ou como os alunos da ESTA que já “dão cartas” no jornalismo e no comentário desportivo. E por falar em desporto, decidimos dar espaço e atenção a modalidades que não são as escolhidas pela maioria: basquete, ténis e desporto automóvel. Privilegiando um enfoque na região, a Grande Entrevista é dedicada a um homem que ficou conhecido como “o piloto de Abrantes”. Quando procuram histórias, os alunos da ESTA, que produzem este jornal, fazem-no com uma preocupação dupla: desenvolver as suas capacidades, que lhes permitirão vir a ser bons profis-

E STATUTO EDITORIAL •O ESTA é um jornal de Escola, de pendor assumidamente regional, mas que nem por isso abdica da dimensão de um órgão de grande informação ou da ambição de conquistar o público para além do meio universitário.

sionais; tornar este produto informativo em algo que as pessoas gostem de receber, aproximandoas da ESTA e do Instituto Politécnico de Tomar (IPT). Queremos que a nossa instituição e as suas três escolas sejam cada vez mais conhecidas, mas queremos, sobretudo, que Abrantes saiba que tem uma escola – a ESTA – que quer marcar a diferença. E a verdade é que cada um dos seus cursos tem vindo a proporcionar aos seus alunos experiências que outros cursos, às vezes semelhantes, não conseguem oferecer. Estar em Abrantes é, quase sempre, uma vantagem.Enquanto nas grandes cidades e nas “grandes” instituições de ensino superior os cursos estão quase sempre formatados e espartilhados, no IPT conseguimos aproveitar as parcerias ao máximo, aceitando desafios e mostrando aos alunos as aplicações práticas do conhecimento que adquirem na teoria. Foi o que aconteceu, mais uma vez, com a Brigada Mecanizada de Santa Margarida. Ganhamos todos!

pública informada, emancipada e inter veniente - condição fundamental da democracia e de uma sociedade aberta e tolerante. •A democracia participativa e entendida para além da sua dimensão meramente institucional, o pluralismo, a abertura e a tolerância são os valores primaciais em que se alicerça a atitude do ESTA Jornal perante o Mundo.

• O ESTA Jornal adopta como lema e norma critérios de rigor, de absoluta •O ESTA Jornal considera-se independência e de pluralismo dos responsável única e exclusivamente pontos de vista a que dá expressão. perante a ambição e a exigência dos seus redactores, alunos do Curso • O ESTA Jornal aposta, por isso, numa de Comunicação Social da Escola informação plural e diversificada, Superior de Tecnologia de Abrantes procurando abordar os mais diversos e perante o público a que se dirige. campos de actividade numa atitude de criatividade e de abertura perante O ESTA Jornal está por isso plenamente a sociedade e o Mundo. disponível e empenhado com os leitores, comprometendo-se a manter •O ESTA Jornal considera como canais de comunicação abertos com parte da sua missão contribuir quantos connosco queriam partilhar para a formação de uma opinião as suas ideias e inquietações.

FICHA TÉCNIC A DIREC TORA: HÁLIA COSTA SANTOS EDITORA EXECUTIVA: SANDRA BARATA REDACÇ ÃO: ANA FERREIRA, ANA ISABEL SILVA, ANDRÉ AMANTE, CÁTIA ROMUALDO, CLÁUDIA OLIVEIRA, DANIELA SANTOS, GONÇALO REIS,

JOANA RATO, JOÃO CALRE TAS, JOÃO MIRANDA, JOÃO RUELA, MARIA RODRIGUES, PEDRO COLAÇO, RENATO LOPES, TÂNIA MACHADO, VANDA BOTAS, VITOR FRANCISCO.

PROJEC TO GRÁFICO E PAGINAÇ ÃO: JOÃO PEREIRA TIRAGEM: 15000 EXEMPLARES

Quem comeu os meus iogurtes? João Ruela

C

omeço a não gostar de gregos. Primeiro obrigam-me a decorar uma lista imensa de Deuses para cada tipo de coisa. Cada cidade da Grécia possuía um Deus protector. Depois ainda destacaram um fulano para ser Deus de todos esses Deuses. A mim bastou-me ver José Sócratres no poder e Teixeira dos Santos com a carteira para perceber que estou a viver num país que consegue estar condenado à morte e ser um inferno ao mesmo tempo. Não é que o último tenha culpa. Diz a lei que é o responsável pela condução da política financeira do Estado. Está a conduzir-nos para o abismo, mas não deixa de estar a conduzir. Nada temo. Os Deuses Gregos viviam de mitologia, mas eu tenho a garantia de José Sócrates, em carne, osso e casaco Armani, que os impostos não serão aumentados. Rezaria a Sócrates se ele por acaso ouvisse o

que um português tem para dizer, mas não quero tomar o tempo do senhor. Digo isto apenas porque começo a não gostar de gregos. Em 2004, decidiram ser campeões europeus e pôr o Ronaldo a chorar. Ingratos e com uma atitude indigna para convidados: preparamos uma festinha toda bonita, verde e vermelhinha, e eles é que abrem o champanhe. Depois, provocam uma subida nos encargos do Estados com juros de 130 milhões de euros anuais. Com tantos deuses para adorar, ainda têm a mania de eles mesmos quererem viver como Deuses. Manientos, estes gregos! Depois, elegem um vice primeiroministro que também é Deus e, ainda por cima, chama-se mesmo Deus (Theo). Enfim, tudo isto ainda era aceitável, porque o iogurte grego importado é, de facto, uma uma delícia. Tirem a credibilidade que tenho na Grécia, mas não

Ser ou não ser patriota Vanda Botas

O

conceito de patriotismo parece estar modificado. As condições políticas e sociais do país assim o exigem e por isso nada me choca ver bandeiras espanholas em território luso. Refiro-me, obviamente, a Valença do Minho onde a presença de jornalistas tem sido quase diária. De um lado temos um presidente de Câmara, de seu nome Jorge Mendes, muito indignado pela sua autarquia colocar bandeiras espanholas nas fachadas dos seus edifícios. De outro, o mesmo presidente que não resolve o problema dos seus cidadãos. Lados opostos, o mesmo interveniente. Segundo a Lusa, o presidente da Câmara de Valença considera este acto de “antipatriótico”, enquanto a população considera desumano estar sem serviço de urgências no concelho. Será a culpa do autarca local? Não sei. Uma coisa é certa, as cores políticas que o identificam são as mesmas que José Sócrates traz consigo. As coisas não correm mal só em Valença, pela capital também não

andam muito bem. A quem se devem atribuir responsabilidades? Ao povo não é certamente. A simbologia da bandeira espanhola tem dupla funcionalidade. De claro protesto e, ao mesmo tempo, de agradecimento. Podemos achar estranho, mas é de fácil compreensão. Portugal fechou o único serviço de urgências que existia no concelho de Valença, Espanha acolhe os portugueses no alcaide de Tui, na Galiza. Tem esta localidade galega o dever de nos aceitar? Não. Mas fá-lo sem exigir nada em troca, ao ponto que o nosso país não é capaz de solucionar o problema. Tem o governo português o direito de fechar serviços de urgências mesmo sabendo que muitas pessoas dependem dele? Também não, mas fá-lo e parece querer continuar a fazer. Entre responsabilidades e declarações, um homem morreu no passado dia 6 de Abril vítima de um AVC. O idoso chegou ao Centro de Saúde com uma paragem cárdio respiratória e ale-

me tirem o iogurte grego. Até que esta semana perdi a paciência. Fui comprar mais iogurtes e não havia uma única unidade na prateleira do hipermercado. Fui para casa desolado por me terem negado a única coisa que me faria feliz naquele momento. Se faltava leite, poderiam fazer uma reza ao Deus das vacas e do leitinho, de certeza que arranjam um ali pelo meio. Pior ainda foi quando liguei a TV: Theodoros Pangalos diz que Portugal vai ser a próxima vítima da crise. Estou indignado e revoltado: estragou o suspense todo. Agora que estávamos a chegar à parte boa do filme, este Deus grego decide antecipar-se e contar o final. Telefonem para Hollywood e metam o desfecho de cada filme em cada trailer! E porque os gregos estão em alta, ainda afirmam que a Alemanha tem que mudar de atitude para não prejudicar Portugal. Mas que Deus no seu perfeito juízo vai apontar o cão de três cabeças da Europa para um país tão inocente quanto o nosso? E agora? Vão-me tirar os cachorros alemães e a Heinekken do fim-de-semana? Para concluir, o Theo - sempre ele! - diz-nos para não sermos neutros. Então, vou ter que tomar partido? Qual partido? Votei em branco e diz a lei que não posso alterar o meu voto. Pronto, estou condenado. Não há política, nem Deuses míticos que me safem. Perdi a esperança e os meus iogurtes.

gadamente não recebeu os cuidados médicos especializados necessários, acabando por falecer. Estes cuidados deixaram de existir após o fecho das urgências. A ministra da Saúde, Ana Jorge, nega esta hipótese e defende que “se o doente tivesse condições para ser tratado não era num centro de saúde”. Concordo. Muito menos num Centro de Saúde sem serviço de urgência. A fraca afluência dos utentes ao serviço, entre a meia-noite e as oito horas da manhã, foi um dos argumentos utilizados pelo Governo para justificar o fecho daquela unidade. O Governo apontava 1,7 utentes nesse período, já a Comissão de Utentes do centro de Saúde fala em 17. Portanto, é apenas uma questão de vírgulas. Temos assim, um concelho português virado para Espanha, não só pela proximidade geográfica, mas também pela disponibilidade demonstrada pelos serviços galegos locais. Os utentes têm mostrado o seu desagrado com o uso de bandeiras vizinhas e com manifestações constantes nunca apoiadas pelo seu autarca, no entanto, o mesmo referiu à Lusa: ”Sempre estive e sempre estarei ao lado das populações, mas, sempre, no respeito pelos nossos símbolos e pela ordem pública”. Ou seja, colocar bandeiras não é um acto correcto. Cortar estradas em manifestações também não. Mas fechar serviços de urgências sim! O que é afinal ser patriota?


Abril 2010 • ESTA JORNAL | 3

DESTAQUE Experiência dos alunos da ESTA assumindo o papel de jornalistas

“AQUI TEMOS OLHOS DE GATO” VIC TOR FRANCISCO

Vanda Botas

A chuva que caía não previa nada de bom para o resto de dia e para a noite que nos esperava. Depois de algumas horas de saltos e velocidade a mais, chegámos ao nosso destino: uma enorme tenda. Íamos no papel de jornalistas, para partilhar experiências com militares em cenário de guerra. Alguns dos militares acreditavam que éramos mesmo jornalistas. De certo modo, isso era bom. Notava-se uma certa preocupação em fazer o melhor e integrar bem os 'convidados'. Durante 24 horas desempenhámos o papel de jornalistas 'embedded' (integrados em forças militares), comendo, dormindo e vivendo nas mesmas cirscunstâncias. O Major Morais foi o nosso grande apoio. “Tudo o que precisarem peçam ao Major Morais, ele é a vossa mãe e o vosso pai!”, dizia o Tenente-Coronel Pedro em tom de brincadeira. Não nos faltou nada e até recebemos um “miminho”. Depois de um jantar de ração de combate, deramnos umas sandes que nos souberam como um verdadeiro manjar. À noite, o Tenente-Coronel Pedro, Comandante do grupo de Cavalaria, fez questão de nos dar as boas vindas e de fazer uma breve descrição dos exercícios. Programou ainda o dia seguinte e disse que “a alvorada”, para nós, podia ser às 9h00. E deixou um aviso: “Tenham cuidado com as luzes. Lembremse que, à noite, temos olhos de gato”.

Camuflagem. Ser invísivel ao inimigo é uma das principais preocupações

Explicou-nos depois que, de noite, reduzem ao máximo as luzes para que o inimigo não os encontre. Podíamos ter luz na nossa tenda, mas deveríamos baixá-la e fechar a porta para que fosse pouco visível do exterior. Aqui comecei mesmo a sentir-me integrada no exercício. Estávamos no meio dos militares e, como tal, tínhamos de agir como eles.

Recolhemos, e no dia seguinte o acordar foi sereno. Alguns tiros, nada de mais... Mas a alvorada foi duas horas antes do previsto. Na tropa é assim, temos de estar sempre alerta e prontos para qualquer situação. A noite foi longa, mas o sono matinal não incomodou. Queríamos aproveitar o dia da melhor forma. O leite quente que tomámos foi

Três perguntas a João Ruela, estudante de Comunicação Social da ESTA

“A verdadeira procura de notícias é feita em campo, não no google” VIC TOR FRANCISCO

Para um jovem estudante de jornalismo, como é participar numa experiência como esta? É importante na medida em que nos mostra e envolve numa realidade que é muitas vezes negligenciada por nós. Para nós, isto foi uma experiência voluntária e uma simulação, para os nossos avós uma imposição e uma dura realidade. Um jornalista tem de consciencializar-se que o mundo é a sua casa, e se o mundo está em guerra, temos de lá estar para noticiá-la. Para os jovens jornalistas é também importante perceberem que não vamos estar em frente ao portátil a escrever notícias. Alguém tem de recolher essas mesmas notícias e um dia podemos ser nós. A verdadeira procura de notícias é feita em campo, não no google, como estamos (mal) habituados. Quais são os principais aspectos que destaca depois da passagem pelo campo com os militares? Pude presenciar duas realidades em paralelo: a nossa e a do chamado 3º mundo, por muito que eu desgoste desse termo. Os meus colegas 'jornalistas'

João Ruela

estavam imensamente preocupados porque não conseguiam ter rede no telemóvel. Em diversos países, o telemóvel é um aparelho desconhecido. O cardápio também foi bastante criticado, e há milhões de crianças a morrer à fome. Dizer isto não é nenhum clichê, é algo que esquecemos, não valorizamos as coisas que temos. Também houve queixas por chover na nossa tenda;

há quem nem tenda tenha e durma debaixo da própria chuva. Estes foram os aspectos que mais me tocaram e que conseguiram tornar aquilo que era uma experiência jornalística num alerta para a realidade do nosso mundo e numa verdadeira lição humanitária. Como foi o relacionamento dos 'jornalistas' com os militares? Os militares foram bastante atenciosos e acessíveis. O esterótipo de militar duro e sério está errado. Estão muitos meses isolados e longe da família e, por isso, alegram-se ao verem caras novas. O espírito de patriotismo e camaradagem é admirável, algo que é uma raridade nos tempos que correm. Poder estar naquele campo de guerra encheu-me, e o termo é mesmo este, de orgulho. Ver os militares a valorizarem o simples facto de terem um pão para comer e uma companhia para conversar é uma imagem que deveria servir de exemplo para todos. Mais do que nos ensinar a colocar máscaras de gás, ensinaram-nos a valorizar as pequenas coisas, de uma maneira tão indirecta que me tocou da maneira mais profunda possível.

“Tudo o que precisarem peçam ao Major Morais, ele é a vossa mãe e o vosso pai!”,

digno de referência. Aqueceu o corpo que tremia gelado. Foi dos melhores, senão o melhor pequeno-almoço que tomei nos últimos tempos. Após a refeição veio a instrução. O capitão Lourenço foi o nosso companheiro naquela manhã. O responsável pelo 2º esquadrão de carros de combate ensinou-nos a colocar máscaras NBQ para prevenir a contaminação através de ataques químicos ou nucleares. A instrução foi clara e a parte prática divertida. Depois visitámos um dos carros de combate que o esquadrão tem ao seu dispor. O Leopard 2A6 é um dos carros de combate de topo, a nível mundial, considerado por muitos o melhor de todos. Foi adquirido pelo Estado português à Holanda e encontra-se ao serviço do exército. Por muito grande que possa parecer, o seu interior é reduzido e apenas suporta quatro pessoas lá dentro. Depois de tudo isto, tivemos a nossa praxe. A aula de camuflagem foi um momento de descontracção onde os militares mostraram os seus dotes artísticos nas nossas caras. Para os 20 alunos da ESTA, que foram divididos em três grupos diferentes, esta experiência certamente ficará na memória. Quem sabe se algum dia não teremos outra igual, mas ao nível profissional. Aí saberemos agradecer a oportunidade que nos foi dada. Partimos em vantagem, pois já conhecemos um pouco como funcionam os exercícios militares e muito daquilo que os envolve.

Militares ao serviço dos outros Num país sem guerras (pelo menos daquelas que envolvem morte e destruição), os militares portugueses dispõem-se a ajudar e a sacrificar-se em prol dos outros. No campo militar de Santa Margarida (CMSM) existem vários militares e unidades que já participaram em missões de paz espalhadas pelo mundo. Neste momento, a Unidade de Engenharia prepara-se para ingressar numa missão de paz no Líbano. Dos 140 militares que fazem parte da Unidade, cerca de 20% são mulheres. Os militares, que se preparam para ir para o Líbano, no próximo mês de Junho, estão na fase de aprontamento, tendo participado no exercício SHAMA 101 que consistiu em colocar em prática o planeamento, o controlo e a conduta de Operações Tácticas, associadas às Operações de Apoio à Paz. Ao longo de 17 dias, a Unidade de Engenharia submeteu-se, perante um júri, a um conjunto de provas e teve que resolver uma série de problemas, em tudo semelhantes aos que podem encontrar na missão que vão fazer. No fundo, trata-se de comprovar que a Unidade de Engenharia está preparada, a todos

os níveis, para partir em missão de paz. A principal missão desta Unidade será a de construir edifícios e estruturas de apoio às forças internacionais que estão no Líbano. O Comandante Monteiro Fernandes mostra-se confiante e crente no trabalho da sua força: “A força está preparada, não tememos quaisquer dificuldades”. É com este espírito de equipa e camaradagem que os militares se vão preparando até ao dia da partida. Um dos “problemas” criados às forças militares que participaram no exercício foi a necessidade de acolher grupos de “jornalistas”, garantindo a sua segurança durante 24 horas, como se estivessem no Líbano. O papel de “jornalistas” foi assumido por um grupo de 20 alunos da ESTA, dos cursos de Comunicação Social e de Vídeo e Cinema Documental. Os militares preparam-se para a eventualidade de, em contexto real, terem que receber e proteger grupos de jornalistas; os alunos tiveram a oportunidade única de pôr em prática o que aprendem nas salas de aula, de uma forma realística, sentindo na pele o que sente um profissional de comunicação em cenário de guerra. V.B.


4 | ESTA JORNAL • Abril 2010

GRANDE ENTREVISTA Santinho Mendes recorda o seu percurso como piloto

“A minha carreira foi importante para a imagem de Abrantes” GONÇALO REIS

António Pedro Santinho Mendes está na competição automóvel há mais de 40 anos e foi, durante muito tempo, uma das maiores personalidades do concelho de Abrantes. Aos 69 anos, o “Piloto de Abrantes”, como também é conhecido, faz uma retrospectiva do que foi a sua carreira no desporto automóvel e acredita que “o desporto faz falta à cidade.” Gonçalo Reis

Como chegou ao desporto motorizado? Eu sempre trabalhei em automóveis e como fui experimentador durante muitos anos de algumas marcas, em determinada altura comecei a pensar que podia ter jeito para guiar. Então comecei-me a meter em perícias e ganhei várias. Em 1971 comecei a ser concessionário da Datsun (actual Nissan) e tive a sorte de ser convidado para fazer o troféu Datsun, que se disputava num Datsun 1200 e que tinha seis ou sete provas. Eu ganhei quatro ou cinco e acabei por vencer. Iniciou-se, portanto, na competição no princípio da década de 70? Mais a sério foi, mas na verdade eu fiz umas provas antes com o António Luís Ferreira, que era bastante meu amigo. Fizemos um Rali TAP, em 1968, num ‘boca de sapo’. Estávamos bastante bem, penso que nos 10 primeiros, mas tivemos um azar, uma fuga de óleo nos travões. Aquele tipo de carro vinha equipado com um sistema que quando falta óleo nos travões, falta também na direcção, nos hidráulicos…e o carro “cai” para o chão. Foi o que nos aconteceu e tivemos de desistir. Depois comecei a levar as coisas mais a sério. Fiz o campeonato nacional de velocidade em 73, que ganhei, com um Datsun 1200. Depois, em 1974, os Datsun 1200 foram ultrapassados pelos Simca Rallye 2. A meio do campeonato resolvi comprar um Simca, ganhei o resto das provas e acabei por ser campeão nacional. Em 1975 fiz a volta a Portugal, que se disputava como um rali e também ganhei. A competição automóvel era muito diferente nessa época? Completamente! Podíamos correr de sapatos, de jeans, de qualquer maneira. A única coisa obrigatória era um capacete, e mesmo a segurança dos carros só começou a aparecer um pouco mais tarde. Nos anos 80 começou a virar a sua atenção para os ralis e ganhou o campeonato nacional de ralis em 1980 e 1981. Em 1980 tive a sorte de ser convidado pela Datsun para ser piloto oficial e entregaram-me um Datsun 160J, que era um carro de fábrica que tinha cerca de 193 cavalos e que era normalmente pilotado por Tony Pond, em Inglaterra. Fui campeão com esse carro em 1980 e depois mandaram-me outro carro, também do Tony

Percurso. Eu sempre trabalhei em automóveis e como fui experimentador durante muitos anos de algumas marcas em determinada altura comecei a pensar que podia ter jeito para guiar.

Pond, com o qual fui campeão em 1981. Em 1984 estreou-se nos Grupo B, com o Datsun 240 RS. Eu fiz ainda a volta a Portugal em 1982 com um 160j que depois enviei para o Japão e a Datsun enviou-me um 240 RS, que era do Timo Salonen. O carro era um falhanço, porque tinha muita potência, mas não tinha tracção. Só puxava atrás e qualquer carro com tracção às quatro rodas andava muito mais que o 240. Já no final dos anos 90 sagrou-se campeão

nacional de Todo-o-Terreno e participou no Rali Dakar. Considera ter sido esse o auge da sua carreira desportiva? Foi. Digamos que o Dakar é uma prova mítica que todos os pilotos desejam fazer, até pela dificuldade que a prova tem. Há duas coisas que se tem de fazer no Dakar: comer e dormir. Porque se não dorme, não consegue aguentar com o sol a bater nos olhos no outro dia, e se não come também não tem força para se aguentar oito ou nove horas e, às vezes, dez e doze, a conduzir.

Andar na areia também não se aprende logo. Andar pela primeira vez (de carro) na areia é como saltar para uma piscina sem saber nadar. Numa piscina mexe-se de mais e na areia acelera de mais. O que quer dizer que se atasca muito mais depressa e que passado um bocado queima o motor. Foi o que me aconteceu. No meu primeiro Dakar cheguei a andar em oitavo lugar, mas quando cheguei à areia, julgava que era a mesma coisa, comecei a dar saltos muito grandes e a ficar atascado aqui e ali.


Abril 2010 • ESTA JORNAL | 5

DESPORTO O possível regresso do desporto motorizado a Abrantes depende do piloto que apareça “Há muita vontade nos rapazes novos” Recuando um pouco no tempo, também foi campeão nacional de Autocross, nos anos de 1986 e 1987. O que recorda dos tempos do Autocross em Abrantes? Era espectacular! Porque o Autocross era uma prova nova de que as pessoas nunca tinham ouvido falar, era em pista fechada, era fácil ver, mais fácil do que ver um rali, e aqui em Abrantes as pessoas juntavam-se todas, tal como em Lousada. Lousada chegou a ter 30 mil pessoas a assistir, aqui tivemos um recorde de 18 mil pessoas, nos anos de 86 e 87. A pista de Autocross e o Rali de Abrantes desapareceram entretanto do calendário desportivo da cidade. Acha que uma aposta renovada no desporto automóvel seria uma mais-valia para a cidade? Depende do piloto que apareça e do que ele possa fazer. Mas por trás tem de haver pessoas com muita vontade, como apareceram no passado. Chegámos a ter 18 carros de Autocross aqui na zona de Abrantes. Quando chegava a véspera do Autocross, se a gente visitasse as chafaricas todas, toda a gente estava a trabalhar com entusiasmo enorme para fazermos uma corrida no outro dia. Era uma brincadeira que todos gostávamos de fazer. A pouco e pouco as coisas foram perdendo o

interesse, a pista de Abrantes foi abandonada, não tivemos sucessores no clube e acabou. Mas tudo o que vier em termos de desporto faz falta à cidade. Há muita vontade nos rapazes novos, mas muitos não sabem o que fazer. Se não têm jeito para jogar à bola não jogam, mas, se calhar, se aparecer a modalidade dos automóveis, em que a pessoa a nível físico possa ter um desempenho inferior, mas dentro de um carro tenha uma boa cabeça – porque dentro de um carro é preciso essencialmente ter uma boa cabeça – certamente que muitos jovens gostariam de entrar no desporto automóvel. Na comunicação social referiam-se a si como “o piloto de Abrantes”. Considera que a sua carreira desportiva foi importante para a imagem do concelho? Eu acho que foi. Pelo menos eu quando estou em qualquer lado do nosso país as pessoas, por vezes, não me tratam por Santinho Mendes, tratam-me por “Piloto de Abrantes”. E mesmo a Câmara Municipal, na altura (do Dakar), viu tudo o que eu tinha feito até ali e a projecção que isso teve na comunicação social e isso também contribui para que a Câmara nos tenha dado uma ajuda na altura. Embora alguns senhores tenham censurado essa atitude. G.R.

Andar pela primeira vez (de carro) na areia é como saltar para uma piscina sem saber nadar.

o Dakar é uma prova mítica que todos os pilotos desejam fazer, até pela dificuldade que a prova tem.

Nesse ano de 1999 teve de desistir e o carro não chegou inteiro a Portugal. O que nos pode contar sobre esse episódio? Ficámos atascados, às cinco ou seis da tarde, eu tentei tirar o carro, mas queimei a junta da cabeça. Tivemos que desistir e entretanto pelas dez/onze horas passou o carro vassoura e nós tivemos de decidir se íamos ou não. Se ficamos (junto do carro), ficamos entregues ao destino, se vamos o carro fica abandonado onde está. Estávamos a cerca de 100 quilómetros de Atar, segunda maior cidade da Mauritânia, e resolvemos ir. Na Mauritânia resolvemos pedir ao exército Mauritano que nos ajudasse a ir lá buscar o carro. Junto do meu carro estavam outros três, dois de franceses e um de um espanhol. Juntos conseguimos negociar com o exército e fomos lá buscar o carro. Quando lá chegámos, tinham roubado as rodas, tinham roubado tudo. Conseguimos colocar o carro em cima dum reboque, usando as rodas do carro do piloto espanhol, José Maria, que por sorte tinham a mesma furação do nosso, e voltar a tirá-las, já com o carro no reboque para voltar a colocá-las no dele. Ao longo da sua carreira sempre deu preferência aos Datsun/Nissan e aos Opel, por alguma razão em especial? Não. Eu simplesmente era concessionário deles. Tinha a concessão da Datsun/Nissan e em 1992 a Nissan deixou de ser do entreposto e nessa altura, procurei outra marca, e a Opel deu-me a concessão. Qual foi o carro que mais o marcou ao longo

da sua carreira? Os Datsuns e os Nissans. E também o Seat Marathon, que era um carro de fábrica, feito para bater os Citröens (no Dakar). Regressou recentemente aos comandos de um carro de competição, nas 24h de Fronteira. Sim, foi uma corrida de facto espectacular por várias razões. Primeiro, porque eu já não corria há muitos anos, segundo porque foi o meu filho José Manuel que fez o carro aqui. E foi um carro feito ao gosto dele, com muito pouca ajuda minha e do irmão. Temos que ver que estavam também a correr as equipas de fábrica francesas, com carros até 700 cavalos, estava o Pedro Lamy, o Carlos Sousa, estavam todos os melhores do nosso país e nós com o nosso “carrito” fizemos uma excelente corrida. O resultado espelha bem isso, em 74 carros em pista ficámos em 11º lugar. Os seus filhos já têm alguns anos de competição automóvel e o seu neto começou agora a dar os primeiros passos no karting. Podemos afirmar que a família Mendes continuará a ser um nome a ter em conta no desporto automóvel português? Sim, eu penso que os meus filhos vão continuar ligados aos automóveis se eles continuarem a existir. Mas o “bichinho” está instalado e não vai sair. Já tenho um orgulho muito grande no meu neto também, que já foi campeão nos últimos dois anos de Euroindy (Karting), noutro escalão maior, e eu estou maravilhado.

Clube Náutico de Abrantes promove basquetebol infantil A concorrência do futebol adesão ser tão pouca em relaé grande, mas o Clube Náutição a anos anteriores. co de Abrantes (CNA) tenta O investimento na formação contrariar essa tendência, redas crianças é fundamental, crutando jovens atletas para não só para despertar o gosto as suas equipas de formação de pela modalidade, como tambasquetebol Mini-8 e Mini-10. bém para garantir a sobreviA intervenção foi feita, como vência dos escalões seguintes. em anos anteriores, no início O Clube Náutico de Abrantes do ano académico, através da tem já provas dadas nos camdistribuição de panfletos pelas peonatos distritais, tanto com escolas do 1º ciclo da região. as suas equipas masculinas Num universo de 700 alunos como femininas, e este é um que recebem a promoção do factor que deve servir como Clube Náutico para praticarem Treinador Nuno Ruivo motivação aos escalões mais basquetebol, costumam aparecer cerca de uma novos. Outra das motivações é o facto de criancentena. No entanto, este ano apenas compa- ças que joguem nos Minis poderem, por vezes, receram cerca de duas dezenas de crianças aos treinar com o escalão a seguir, o que para elas treinos. se torna muito importante, funcionando como Os Mini-8 e 10, por ser um escalão mui- motivação pelo voto de confiança e orgulho. to jovem, não têm campeonato. Em vez disso O treinador Nuno Ruivo deixa o apelo a todas realizam-se concentrações mensais. As crianças as crianças para experimentarem um novo desdeslocam-se a diferentes regiões para disputar porto até porque grande parte dos que experivários jogos durante um dia, como conta o mentam não se arrependem e ingressam depois treinador Nuno Ruivo: “Normalmente estes em todos os escalões da modalidade. Assim, os encontros decorrem aos sábados ou domingos Minis funcionam como formação de todos os e como no distrito só existem cerca de 10 clubes, outros escalões. Os treinos decorrem aos sábanós participamos sempre, a não ser que os jogos dos das 10h30 às 12h00 para os Mini-10 e das sejam em locais muito distantes o que exigia às 11h30 às 13h00 para os Mini-8. Ambos os Minis crianças terem de sair de Abrantes muito cedo.” são mistos, tendo as portas abertas a meninos Nuno Ruivo, treinador de várias equipas do e meninas que queiram jogar basquetebol. Os Clube Náutico, entre elas dos Mini-8 e 10, diz treinos decorrem sempre no Pavilhão Municipal não perceber o que se passou este ano para a de Abrantes.Vanda Botas

Ténis

“Um desporto dinâmico e inteligente” O Clube de Ténis de Abrantes, fundado em 1996, começou com poucos elementos. Hoje, são perto de 80. Pedro Bernardo é um dos principais promotores do clube. De Lisboa, começou a dar aulas com 18 anos e tem actualmente 34. Formou alunos que são hoje professores de ténis. Ser treinador surgiu por acaso: "Não tinha essa ambição". Na altura precisavam de alguém, fez a formação essencial creditada pelo Instituto do Desporto de Portugal e pela Federação Portuguesa de Ténis e, depois, passou a treinador. Pedro Bernardo reconhece que o ténis não é um desporto de massas, quando comparado com outras modalidades. O treinador sabe que, em geral, as pessoas são levadas, desde pequenas, a gostar de desportos mais conhecidos. Refere, inclusive, o facto de a imprensa dar pouco ênfase ao ténis. Na sua opinião, Portugal tem um problema de "falta de cultura desportiva" . E conclui: "Olhamos só para um desporto, ao contrário de outros países". Pedro Bernardo sente que em Portugal, inicialmente, o ténis era um desporto de elites, havendo poucos cortes de ténis. "Hoje há muitos mais praticantes", afirma o treinador. O estereótipo de desporto de famílias ricas está a desaparecer e, na sua opinião, hoje em dia a aproximamo-nos mais dos Estados Unidos, onde há ténis para toda a gente. "Há grandes tenistas vindos dos famosos

guetos", exemplifica. "Não queremos saber se os pais são médicos ou carpinteiros", diz Pedro Bernardo em relação à actual democratização do ténis. "Hoje os clubes querem ter mais gente", justifica, relativamente aos preços praticados, que considera razoáveis, ainda que dependendo do clube. A alta competição não é o objectivo do clube. Pedro Bernardo explica que, para isso, seria necessário outro tipo de condições e estruturas. Para além disso, o tempo e o preço das aulas seriam certamente diferentes. "A alta competição no ténis não fica barato", relembra. Outros torneios são organizados pelo Clube de Ténis de Abrantes. Existem também alunos que competem em torneios noutros locais do país, com calendários de provas. Para além da competição, há alunos só interessados na aprendizagem e no lazer que este desporto proporciona. Inicializar a aprendizagem da modalidade cedo é crucial. Pedro Bernardo diz que "começar com cinco ou seis anos seria o ideal, mas em Abrantes isso não acontece". O treinador acrescenta que "normalmente aparecem miúdos com 10 ou 11 anos". Quanto às capacidades inatas que um jogador deve ter, o treinador de Abrantes destaca a motora e ocular. As capacidades desenvolvidas são sobretudo na rapidez de raciocínio. “A concentração desenvolve-se. É um desporto dinâmico e inteligente”, afirma. “Tomam-se decisões em milésimos de segundo”. Pedro Bernardo faz um balanço positivo. Acha que em Portugal se trabalha bem no ténis, que há bons jogadores e técnicos. Falta, contudo, aumentar o número de praticantes e de jogos emitidos pela televisão, para incentivar à prática da modalidade. Como o treinador lembra, “o Estado nem sempre deu apoios a esta modalidade”. Pedro Colaço


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SOCIEDADE

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António Neves constituiu família, mas gostava de poder exercer o sacerdócio

“Não posso fazer mais porque não sou autorizado” DR

Vanda Botas

As respostas que dá às questões colocadas são sempre em jeito de conversa, o que elucida da melhor forma o bom conversador que é. António Neves tem 70 anos e uma vida recheada de diferentes experiências. É um homem activo e bem disposto, que gosta de estar ocupado. Sempre disposto a ajudar quem o procura, assume cada projecto que abraça com o maior empenhamento. Nasceu em Vila Nova mas viveu na Bela Vista, distrito do Huambo (Angola) até vir para Portugal. Ainda em África, frequentou o seminário e tudo previa que se iria formar um novo sacerdote. Foi o que aconteceu, mas posteriormente, a vida pregou-lhe uma partida. Não daquelas indesejáveis, que não queremos que aconteçam, mas algo inesperado e que hoje se apresenta fundamental para a sua estabilidade emocional: uma família. Actualmente, divide-se entre o papel de esposo e pai, acompanhando sempre de perto a Igreja Católica e tentando, da forma possível, viver a fé cristã. Se pudesse, garante que voltava a exercer as suas funções de sacerdote, mas a Igreja ainda não permite que o faça. Quais foram especificamente os motivos que o fizeram abandonar o sacerdócio? Eu nunca tinha pensado na minha vida em abandonar o sacerdócio. Quando estive, durante três anos, em

Desigualdade. O nosso Papa está de braços abertos para receber todos os padres anglicanos. (...) Por que é que não posso também?

Riachos, na Comunidade Shalom, estava lá também a minha mulher a servir os grupos de jovens que estavam espalhados, aqui em Portugal. A

partir de certa altura, já quase no fim, comecei a sentir uma certa atracção por ela, a gostar dela e um dia propus-lhe namoro e, depois, se desse, resolvíamos

casar. Houve uma certa altura em que eu lhe disse para ficarmos um mês sem nos vermos; ela foi para um lado pensar e eu para outro. Daí a um mês veríamos a que conclusão iríamos chegar. Chegámos à conclusão que, de facto, queríamos avançar para o casamento. Mas não deve ter sido uma decisão fácil... Foi muito difícil porque eu, de facto, amava e amo o sacerdócio. Portanto, foi uma decisão em que tive de lutar contra mim, contra pessoas da família e contra a sociedade porque as pessoas não aceitavam. Fui apanhado na segunda adolescência! (risos) Se fosse possível, estando casado, voltaria a exercer as funções do sacerdócio? Se a Santa Sé me dissesse que podia exercer as funções do meu sacerdócio e tomar conta de uma paróquia, era logo. Imediatamente. Uma vez que agora não está tão perto, de que forma tenta colmatar essa necessidade de estar presente na vida cristã? Existe uma cláusula que está no direito canónico, que foi agora discutida pelos bispos, que diz que nós não podemos exercer nem ter cargos directivos na Igreja. Eu aceito. Sinto-me um súbdito da Igreja e aceito, embora não concorde. O nosso Papa está de braços abertos para receber todos os padres anglicanos que queiram vir para a nossa Igreja e, portanto, podem trazer a sua mulher e os seus filhos. Ora, eu

já cá estou. Por que é que não posso também? Ao menos que me deixassem exercer o diaconado, porque também sou diácono. Sou catequista, sou ministro da Comunhão, não posso fazer mais porque não sou autorizado. São essas as formas que encontra para tentar colmatar a necessidade de estar presente? Sim. Pedem-me trabalhos para Escuteiros, para catequizandos, de Torres Novas, Riachos e eu tenho tudo guardado e vou-me sentindo realizado, não me sinto inútil. Mas gostava de exercer. Qual a sua opinião sobre o celibato que é exigido aos padres, acha que tem fundamento? Chego à conclusão que o celibato é bom porque suponhamos que o Papa me permitia, neste momento, voltar a exercer... não tenho a liberdade de movimentos, não posso fazer aquilo tudo que poderia e gostaria de fazer porque tenho a minha família. Tenho que estar agarrado à minha família. Amar-me a mim próprio em primeiro lugar, amar a família que eu constituí para assim poder amar os outros. Por isso estava mais preso. Quando exercia chamavam-me às tantas horas e eu não tinha satisfações a dar, estava livre. Hoje, se alguém me convida para jantar, estou preso, amarrado e não posso ir para onde quero nem fazer tudo aquilo que quero. O celibato dá-nos essa liberdade de estarmos plenamente disponíveis para servir o povo de Deus. Quando estava em funções, podia ser chamado a qualquer hora para dar sacramentos ou para alguém que precisasse e estava sempre disponível. Ao casar estou muito mais limitado. No dia do meu casamento prometi amar a minha família ate à morte e como tal ela tem prioridade.

Abrantes não quer Renascer JOÃO RUELA

Um jovem de mochila às costas e olhar preso ao telemóvel atravessa a calçada da Rua Nossa Senhora da Conceição, em Abrantes. A 10 metros de distância encontra-se , no meio da rua, uma banca ladeada por dois elementos de uma instituição de solidariedade. Um deles aproxima-se na direcção do jovem, segurando um mealheiro. Apercebendo-se, o jovem desviase para a berma da rua, contornando a banca e o portador do mealheiro. Prosseguiu o seu caminho, sem olhar para trás. Num ano marcado em toda a Europa pelo luta contra a Pobreza e Exclusão Social, são inúmeras as iniciativas de diversas colectividades e instituições que visam a resolução deste eterno problema mundial. A instituição Renascer tem presença assídua nas ruas de Abrantes, representada por Ana Paula e Nuno Madeiras,

que apelam à bondade das pessoas para reunirem fundos. Criada há 16 anos, a Renascer é uma instituição que apoia famílias e crianças carenciadas, desalojados e alcoólicos, tendo como objectivo a sua reinserção na sociedade. Localizada na área de Lisboa, a Renascer "abre as portas a qualquer pessoa do país. Basta contactarem a instituição ou haver uma indicação de algum assistente social", diz Ana Paula, enquanto observa o seu colega a receber mais uma recusa em contribuir de um abrantino. Os representantes da instituição, em cada abordagem aos cidadãos, apresentam-se como autorizados pelo Governo Civil ou pela autarquia local, mas a desconfiança dos portugueses continua presente. Apesar da assiduidade da instituição, são muitos os que ainda duvidam da sua credibilidade, "provavelmen-

Contributos. ““Muita gente ignora o nosso pedido ou faz que não ouve”

te porque não se informam ou até porque já foram enganados". O exemplo do jovem que contornou a banca da insituição não

é um exempo singular. "Muita gente ignora o nosso pedido ou faz que não ouve. Algumas pessoas também dizem que são

muitas instituições a pedir e outras desculpam-se com a crise". Ana Paula diz compreender "que as pessoas também tenham

dificuldades, mas deveriam pelo menos responder quando nos dirigimos a elas." Ainda assim, são os jovens quem mais contribui para estas causas. Joana Rita, estudante, contribuiu com "as moedas que tinha na carteira, que muitas vezes estão perdidas". A jovem de 16 anos lembra que "desperdiçamos muitas vezes dinheiro sem nos lembrarmos que há pessoas que precisam mais dele do que nós." Já na terceira idade, Manuel dos Santos diz acreditar na insituição Renascer, porque "se fosse para enganar as pessoas, entregavam só um papel e já estava. Neste caso têm um local, um logotipo e parecem confiáveis". Residente em Abrantes desde pequeno, Manuel defende que "há sempre alguns trocos na carteira para ajudar", embora perceba que, "com a crise, há pessoas que precisam de cada moeda". João Ruela


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SOCIEDADE

“No campo temos ar puro!” MARIA RODRIGUES

Maria Rodrigues

Maria Alice Pereira nasceu em Sardoal, numa terra designada por “Casos Novos” há 76 anos, numa família com nove irmãos. Contudo, vive em Rio de Moinhos há mais de 45 anos. No “Cabeço”, como é conhecido o lugar onde mora, a vida é passada com tranquilidade, estando rodeada pela Mãe Natureza. Começou a trabalhar com sete anos de idade para ajudar no sustento da casa: “A minha vida foi sempre trabalhar, aos sete anos já eu ia de casa a pé até S. Miguel com a minha irmã Beatriz, já falecida, para ceifar grão que no fim era dividido em partes para nós e para o nosso patrão. Esse grão era para o resto do ano”. A vontade de trabalhar que sempre cultivou, fez com que construísse a sua casa com as suas próprias mãos, contando apenas com a ajuda de um homem que levantou as paredes e com a de um cunhado que colocou os azulejos no chão. Inicialmente apenas o quarto estava pronto, o resto da casa construiu-a aos poucos com o dinheiro que tinha guardado dos serviços domésticos prestados em Lisboa. Da capital D. Alice trouxe boas recordações, mas confessa já não ser capaz de regressar à cidade devido aos

Habitação. D. Alice construiu, ela própria, a sua casa e com poucas ajudas

constantes casos de violência que têm surgido. Uma outra razão é o amor ao campo: “ Na cidade pode-se viver melhor num sentido, trabalha-se menos e ganha-se mais, mas no campo não temos stress, nunca me apetece atirar

com o prato no chão. Se estiver mal disposta vou para a horta ou então pego num livro e leio, fico bem, é um refúgio que tenho desde sempre” A sua preferência pelo campo fez com que, a dada altura da sua vida, D.

Alice optasse por regressar às origens “Tirei o curso de enfermagem em Castelo Branco, gostei muito, e fiz o estágio em Lisboa, no final perguntaram-me se queria lá ficar e eu respondi que queria voltar para o campo.” E assim foi. O seu dia-a-dia é preenchido, acorda todos os dias por volta das sete da manhã, toma pequeno-almoço, trata da horta e por fim da criação, da qual fazem parte galinhas, galos e as suas respectivas crias, patos, periquitos, uma caturra e alguns gatos, durante a tarde faz outras tarefas, nesta época apanha azeitona e assim que regressa a casa cuida novamente da criação, janta e deita-se. D. Alice, também conhecida por ‘enfermeira’, nutre um gosto especial pela leitura e, sempre que pode, lê um bocado. “Quando tenho vagar gosto muito de ler, adoro ler, pelo menos quando estou um bocado fora de mim pego num livro e esqueço logo o resto.” Uma outra paixão é a renda e o croché. A esta distinta mulher, a vida no campo deu-lhe mais vitalidade. “A maior parte das pessoas da minha idade tem dores, eu não, ando a pé para onde posso, e as dores que tenho é de às vezes abusar, não me sinto cansada nem me sinto velha, sinto-me bem!” D. Alice acrescenta: “Quando tinha trinta e poucos anos sentia-me mais velha do que hoje, não me sentia realizada,

sentia-me incompleta e agora, graças a Deus, sinto-me completa” A energia e a constante vontade de ajudar os outros são duas das características de D. Alice. A energia deve-se à alimentação que a horta lhe dá, com excepção de alguma fruta que às vezes compra no supermercado. “Não há comparação entre os produtos da horta e o dos supermercados. Às vezes penso que a minha saúde, a minha maneira de ver, fazer e viver é muito mais saudável do que as pessoas que compram tudo. Os nossos produtos não têm químicos...” Por outro lado, a vontade de ajudar os outros faz com que D. Alice ainda pratique enfermagem, dando injecções todos os fins-de-semana a pessoas amigas e medindo também a tensão aos que preferem os aparelhos antigos. D. Alice é uma mulher religiosa, arranja flores todo ano para a igreja, para a Nossa Senhora do Rosário e agora para a Nossa Senhora das Dores. Há mais de 30 anos que é presença frequente na missa e visita, pelo menos uma vez por mês, o santuário de Fátima. Conduziu dos 40 aos 60 anos, trabalhou em Lisboa, no Hospital e no Centro de Saúde de Abrantes. Trabalhou também no Centro de Saúde de Rio de Moinhos e, actualmente, passa o dia no lugar onde mais gosta de estar: “no campo”.

Bidinâmica

Malas que são únicas e amigas do ambiente DR

Ana Isabel Silva

A Bidinâmica, criada há mais de dois anos, tem como principal objectivo ajudar o planeta azul. Quando se realizava a campanha para o Campeonato de Futebol Euro 2004, a actual chefe da empresa, Helena Ferreira Pinto, verificou que todo o material que sobrava das Campanhas Publicitárias “inundava Lisboa nesse Verão e acabaria no lixo.” A empresa transforma “materiais publicitários e de comunicação desactualizados em peças únicas de “eco merchandising”. Desta forma, evita o seu destino habitual – o aterro. Helena Ferreira Pinto defende que se trata de uma troca: “Ganha o ambiente, PUB

pois diminui o volume de material que acaba em aterros, e ganham as entidades ao pôr em prática as suas políticas de responsabilidade ambiental de forma visível, original e atractiva”. Numa altura em que se foca com grande acentuação a questão do ambiente, Helena Ferreira Pinto sentiu a necessidade de fazer a diferença. A Bidinâmica desenvolve “um processo de concepção e de fabrico próprio”. Todas as peças da Bidinâmica são “cortadas à mão de forma a fazer o melhor aproveitamento gráfico das telas e resultarem em peças únicas e totalmente personalizadas com a imagem do cliente”. O esforço da empresa para vingar no mercado deve-se não só

Reciclagem. Materiais usados tornam-se peças únicas

aos vários conceitos que marcam a empresa – ecológico, qualidade do design e boa receptividade do público –, mas também à “cola-

boração contínua com uma variedade de instituições culturais”. As instituições, por seu lado, aderem a esta iniciativa, pois é um “tra-

balho que vai desde o desenvolvimento de modelos exclusivos até à variedade de formatos estudadas para melhor transmitir as mensagens dos próprios clientes”. Sempre com a preocupação do bem-estar ambiental, Helena Ferreira Pinto, no seguimento da Bidinâmica, cria a marca TELA BAGS. Esta marca funciona dentro dos parâmetros da Bidinâmica, onde as malas são fabricadas “com o reaproveitamento de telas usadas – de publicidade, de eventos diversos, e de edifícios em obras”. A TELA BAGS foi lançada “com uma colecção de malas e acessórios desenhados para quem gosta de estar na moda, e com uma consciência ecológica

activa”. Com o “objectivo de surpreender”, a marca recicla os seus “modelos todas as estações, além de introduzir novidades através de materiais usados alternativos”. A marca tenta sempre a inovação: “Estamos sempre a pensar em ideias novas”, nunca esquecendo “a exigência de qualidade”. Como o material usado para as malas tem algumas imperfeições, a “produção é toda feita em Portugal, para assegurar o controlo de qualidade em cada fase do processo”. Qualquer mala TELA BAG é “estudada e recortada à mão de forma a criar modelos exclusivos que permitem o melhor aproveitamento possível do grafismo e materiais originais. Isto significa que cada TELA BAG é única”.


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SOCIEDADE

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Pedro Moreira, presidente da Junta de Alferrarede, diz que os estudantes vão dinamizar a freguesia

“A ESTA vai ser a nossa mais-valia” A notícia da mudança da ESTA para Alferrarede está a ser bem acolhida na freguesia. Pedro Moreira, presidente da Junta de Freguesia desde Outubro de 2005, está satisfeito com a mudança e diz que os estudantes vão revitalizar o centro tradicional. “A perspectiva de termos umas quantas centenas de jovens com iniciativa e bastante espírito académico alegra-nos”. DANIELA SANTOS

freguesia como pólo do conhecimento e da tecnologia, inovação e saber. Esta vinda da ESTA para aqui vai provocar uma revolução e também vai fazer mais lixo porque a malta nova nem sempre tem muito cuidado com a poluição que faz. Mas isso é só um pormenor porque essa mesma malta vai trazer movimento, vai provocar uma revitalização do centro histórico tradicional que está um pouco parado. A perspectiva de termos umas quantas centenas de jovens com iniciativa e bastante espírito académico alegranos e vai fazer com que se abram mais

espaços de restauração e todo o tipo de estabelecimentos que Alferrarede não tinha até agora. A freguesia de Alferrarede tem a capacidade de acolher essas centenas de jovens? Sempre teve essa capacidade e também a capacidade de atrair pessoas. As pessoas só começaram a “existir” em Alferrarede há cerca de 40 anos. Há muitas pessoas que se fixaram em Alferrarede devido a esta capacidade de atracção e de acolhimento e isso vai ter de acontecer novamente com a vinda da ESTA para a nossa freguesia. Para além de tudo isso, a vinda da escola para aqui vai desenvolver um pouco mais a freguesia e os mercados, quer o do arrendamento (visto que temos muitas casas em mau estado que vão ser reaproveitadas para os estudantes), quer o mercado de restauração e todos os outros. E a freguesia de S. João? Como vai ficar o centro sem esta juventude que daqui a uns tempos vai mudarse para cá? Isto vai provocar um abanão, mas também não podemos querer meter tudo no centro histórico. Eu sei que há partidos que gostavam muito que o centro histórico fosse capaz de ter tudo, mas não pode ser assim. O centro histórico vai ter de ser redireccionado e redimensionado para outro tipo de serviços e depois nem todos os estudantes se irão fixar em Alferrarede até porque estão previstos novos interfaces de transportes que irão permitir uma circulação mais fácil para os estudantes. As pessoas têm de se lembrar que tanto Alferrarede como o Rossio, desde 1960, foram integrados nos limites urbanos da cidade de Abrantes, ou seja, isto aqui é tão cidade como lá em cima. Até tem mais capacidade para se expandir. As coisas são dinâmicas!

fermeiras desconhecem”. Por outro lado, por vezes é necessário, “substituir o medicamento que se encontra na receita por outro que faça o mesmo efeito não ficando a pessoa em falta” e nem sempre aquelas voluntárias têm a necessária formação para o fazer. O padre José da Graça conta que cada vez mais surgem pessoas a pedir ajuda, tanto para medicamentos, como para alimentação. No entanto, considera que “falta fazer uma análise completa no sentido de saber se as pessoas vêm somente porque sabem que há uma maior sensibilidade neste momento ou se todos os que aparecem necessitam extremamente dessa ajuda”. Numa média entre os 60 e os 70 anos, são maioritariamente os idosos reformados que vão à procura deste tipo de ajuda. No entanto, às vezes

há uma procura por parte de pessoas mais jovens, revela Madalena Silva. Os fármacos mais pedidos são para problemas do coração, tensão, para as dores corporais e colesterol. Maria Manuel Ribeiro tem 63 anos e vê no banco de medicamentos uma oportunidade para gerir melhor a sua reforma. “ Como a pensão é pequena, faz a diferença, sendo muito importante esta ajuda”. Aberto dois dias por semana, quinta e sexta-feira durante a tarde, o projecto apenas surgiu no ano passado, mas com o intuito de continuar, “desde que as pessoas o aproveitem e contribuam”. Para isso, é fundamental que “a mensagem seja transmitida muitas vezes, para as pessoas começarem a compreender e a assimilar”. Para que uns possam receber, é necessário que outros decidam dar. Joana Rato

Daniela Santos

Qual a densidade da população da Freguesia de Alferrarede? É difícil dizer neste momento quantos habitantes temos porque o último senso, o de 2001, diz que temos 3831 habitantes, o que não corresponde à realidade. Houve, de facto, um decréscimo entre 1991 e 2001, mas de 2001 até aos dias de hoje a população tem vindo a aumentar. Com base no número de recenseados que temos, calculamos que a nossa população ande à volta de 4300/4400 habitantes. É uma população mais envelhecida ou mais jovem? Se compararmos com a maior parte das freguesias do concelho de Abrantes, é uma população mais nova. Temos uma faixa etária mais velha, acompanhamos a tendência de envelhecimento da população do nosso país e também do interior, mas somos uma freguesia com gente nova, com famílias e casais novos que se fixaram aqui. Somos a segunda freguesia mais populosa do concelho, logo a seguir a S. Vicente. Qual o maior projecto da Junta de Freguesia de Alferrarede? É complicado dizer porque as competências de todas as juntas são apenas administrativas (passar certidões e atestados). Tudo o resto fazemos por delegação de competências por parte da Câmara Municipal de Abrantes. De qualquer forma, cada vez mais as juntas de freguesia, e a de Alferrarede não é excepção, vão ter de se ocupar dos problemas das pessoas, ou seja, os problemas sociais: a pobreza, questões de marginalidade e de exclusão, solidão e carências afectivas e económicas da parte dos idosos. Esta vai ter de ser cada vez mais a nossa preocupação. Portan-

Pedro Moreira. “Cada vez mais as juntas de freguesia vão ter de se ocupar dos problemas das pessoas”

to, quando se fala em projecto/desafio, trata-se cada vez mais de acompanhar as necessidades das pessoas, estarmos presentes para se poder fazer uma primeira intervenção. O facto de a ESTA se mudar para o Tecnopólo de Alferrarede vai trazer

A afirmação da freguesia como pólo de conhecimento

vantagens ou desvantagens para esta freguesia? Isso sem dúvida que vai ser a nossa mais-valia! Vai ser a confirmação da afirmação da freguesia de Alferrarede. Desde os anos 30/40 que Alferrarede se tornou o pólo industrial do concelho de Abrantes e também o pólo dinamizador de economia da região. Depois houve crises pelo meio. Com a criação do parque industrial houve novamente uma captação/atracção das empresas para se instalarem aqui. Com a instalação dos centros de saber da ESTA, em Alferrarede, vai ser mesmo a afirmação da

Banco de medicamentos ajuda quem precisa “Rua actor Taborda, nº 90, frente aos serviços Municipalizados”. Seguidas as coordenadas, encontra-se o banco de medicamentos, em Abrantes. Trata-se simplesmente de pedir medicamentos a quem os comprou mas já não os vai tomar, para os dar a pessoas carenciadas, que precisam deles mas não os podem comprar. Pulquéria Dores é uma das abrantinas para quem o banco de medicamentos tem uma enorme importância: “A minha reforma é muito pequenina e quando preciso de medicamentos vou buscar ao banco”.

Neste banco especial, os medicamentos só são disponibilizados mediante a apresentação de receita médica. O facto de estarem no banco duas enfermeiras voluntárias faz com que este projecto seja encarado com responsabilidade, pois “tem que ser um profissional que é rigoroso na saúde”, defende o padre José da Graça. A ele se deve a ideia e a concretização deste banco de medicamentos. Por vezes o banco não tem todos os fármacos que as pessoas necessitam. Para essas situações também há

uma solução: “Quando as pessoas são extremamente pobres e o enfermeiro que está no banco entende que aquele medicamento é realmente muito necessário para o doente, a paróquia responsabiliza-se por comprá-lo na farmácia”. Nessas situações, para facilitar e, acima de tudo, continuar a ajudar os carenciados, Madalena Silva, uma das enfermeiras do banco, defende a presença de um médico. Por um lado, porque “existem receitas com nomes de medicamentos que mesmo as en-


Galeria Municipal de Abrantes

dia existem muitas formas de expressão, de misturar novas tecnologias e às vezes apresentam-se situações que temos de resolver. Tudo isto é muito importante, porque uma má montagem destrói o trabalho. Na Galeria Municipal de Abrantes podem expor artistas nacionais e estrangeiros. As exposições ficam patentes durante um mês e têm tido “uma média talvez de 300 a 350” visitantes. Uma vez que se trata de uma Galeria Municipal, os artistas não só não pagam à Câmara como esta assegura “a edição do desdobrável e dos convites, faz o transporte de recolha e de entrega da exposição”. Contudo, e como forma de compensação e até de promover uma colecção, o artista “deixa um trabalho à escolha”. No caso de optar por vender os seus trabalhos, e ao contrário do que acontece nas galerias comerciais, neste caso o artista não tem que deixar comissões à galeria: “A galeria municipal não fica com percentagens das vendas, o que é óptimo para o artista”. A divulgação das exposições chega a diversos pontos do país, nomeadamente através da lista de contactos do próprio artista. A Câmara faz também uma divulgação para a comunicação social a nível nacional. Por exemplo, o Jornal de Letras “costumava referir algumas exposições, contudo, e talvez por falta de espaço, deixou de o fazer”. Ana Paula Dias diz haver alguma discriminação sobre estes assuntos por parte de alguns jornais, até porque “em Lisboa e no Porto estes temas já não merecem tanta atenção”.

A Galeria Municipal de Abrantes mudou de horário. Passa assim a abrir às 10h00, de forma a permitir que as escolas possam vir ao espaço com os professores, durante o período da manhã. Para cada exposição é concebida uma oficina com carácter lúdico e pedagógico para as crianças, que está sempre relacionado com o material exposto. As escolas e ATL's inscrevem-se e a Galeria, para além da oficina, proporciona às crianças uma visita guiada à exposição.

Estas actividades com as crianças são gratuitas e o objectivo é ajudá-las a compreender a arte exposta, desenvolvendo as próprias capacidades criativas através da familiarização com as expressões ou linguagens utilizadas na arte. No âmbito desta área, em 2010, a Galeria está a organizar uma Bienal de Expressão Plástica da Criança. Irá ter a orientação de dois especialistas conceituados na área que contam com diversos livros editados sobre o estudo da expressão plástica da criança.

DR

atarina Miranda nasceu em 1990, frequentou o Conservatório Regional de Vila Real por três anos, em guitarra clássica, e um ano de iniciação em Canto Lírico. Aos 11 anos compôs a sua primeira música, Keep Going. Já deu concertos um pouco por todo o país: na Fnac, em bares em Lisboa, na Casa da Música no Porto e no Café Concerto do Teatro de Vila Real. A arte esteve sempre presente em toda a sua vida: “Os meus pais também fazem música e tive à minha disposição, desde sempre, aqueles objectos maravilhosos. À medida que a minha adolescência ia amadurecendo emocionalmente, comecei a sentir necessidade de explodir etereamente aquela luta de hormonas dentro do meu corpo. Comecei por aprender a tocar as músicas dos outros, as músicas de toda a gente, e a seguir comecei por esboçar um pouco da minha essência. Pelos 11 anos consegui que uma criação saltasse daquela vibração toda.” Foi também em pequena que surgiu aquele que ia ser o seu nome artístico de Catarina: “Emmy foi um nome que me deram há 10 anos, e não me recordo o porquê. Mas pode-se dizer que vem do meu sobrenome Miranda. A partir de 2007, não sei o que aconteceu às Amy's e às Emmy's, mas deu-se um "boom" enorme de artistas femininos e senti que de repente o meu nome artístico se tornara banal e precisava de um apoio tanto linguístico como estético. Desde pequena que faço espirais, e rodas e mais voltas e mais círculos, talvez por me introspeccionar tantas vezes. Por isso e pelo meu encaracolado cabelo achei que Curl suportaria

C

João Miranda

e ficaria de boa figura ao lado de sua esposa Emmy.” O EP Ether, nas palavras de Catarina, “a matéria entre o mundo espiritual e o físico que permeia o cosmos, o quinto elemento, o ar brilhante superior, de densidade menor que a do ar, a substituição do vácuo”, é o primeiro trabalho da cantora. Nele tenta levar os ouvintes a “paisagens montanhesas, ao rio, ao mar, à floresta”. Foi lançado em 2009 e teve as reacções que Emmy esperava: “Não tenho acesso a todos os juízos de todas as pessoas que possivelmente ouviram todo o EP, mas o mais importante foi que todos os meus parceiros de trabalho e acompanhantes da minha carreira que me são mais queridos tiveram uma ideia positiva da conclusão de todo o meu trabalho de 2002 até 2008”. E como qualquer artista, há alturas mais propícias à inspiração que outras, e Emmy também as tem: “Costumo estar mais inspirada nas luas minguantes. Estarei mais nostálgica, mais melancólica? Não sei dizer, mas fico "mole" e costumo pegar no Artur (a minha guitarra) para desabafar os turbilhões que se acumulam a cada fase lunar.” Emmy continua, explicando que no Outono e no Inverno a inspiração surge em frente de uma lareira. “O Artur é que não gosta muito.” E por que é que a guitarra tem nome? A cantora afirma que sente essa necessidade porque “fá-la tornar-se mais do que uma simples coisa, passando a ter um valor sentimental”. Emmy Curl conclui: “Pensando bem, eu não seria quem eu sou sem ela.” Em 2010, com o álbum oficial lançado, será possível ouvirmos a sua música na rádio, dando assim a conhecer ao mundo a sua arte. Para além disto, Catarina Miranda estuda Cinema no Porto, algo que lhe permite “englobar toda a arte dentro de uma sétima”.

Emmy Curl, nome artístico de Catarina Miranda, é ainda um nome pouco conhecido, mas que pode vir a marcar a música em Portugal. Com um EP lançado gratuitamente em 2009, a partir do seu site e produzido apenas por ela, planeia lançar em 2010 para as lojas o seu primeiro álbum oficial.

“Costumo estar mais inspirada nas luas minguantes”

Emmy Curl, jovem cantora transmontana, no início de um percurso que promete versão completa em www.estajornal.com

Actividades para crianças

É desde a sua criação, 1996, que Ana Paula Dias trabalha naquela que já é considerada um ex – libris da cidade Abrantina, a Galeria de Arte. Espaço que dignifica a arte e que atrai um público heterogéneo, permite desenvolver o sentido crítico e conhecer novas formas de ver o mundo. Formas essas, possíveis através dos convites realizados a artistas, assim como, através de propostas de exposições de autores que chegam à Galeria. É desta forma, que tenta responder a todos os gostos e necessidades, expondo diferentes géneros artísticos, que passam pela fotografia, arquitectura, cerâmica e tapeçaria. Apesar disso, “a maior parte das propostas que recebemos são até na área da pintura”. Embora com o objectivo de fazer chegar ao público vários tipos de arte, o nível de qualidade não é esquecida. Ana Paula Dias garante: “Fazemos sempre uma selecção das propostas que nos chegam.” Para Ana Paula Dias, trabalhar na Galeria é “um privilégio” em grande parte devido ao seu “gosto pela arte”. “Sinto-me bem aqui e é interessante todos os meses conhecer um artista diferente, conhecer a obra dele, dela, ou deles. Muitas vezes são colectivas de arte”. Apesar dos anos, ainda existe “o desafio de fazer a montagem da exposição, pois não há nenhuma igual e cada vez há mais peças atípicas, que nem são quadros, nem esculturas, são objectos. Misturam fotografia com vídeo. Hoje em

Tânia Machado

A arte de expor

DR

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CULTURA


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IPT Três novos cursos de 2º ciclo: Biorremediação; Fotografia; Inovação e Desenvolvimento Empreendedor

IPT desenvolve Mestrados inovadores O Mestrado Europeu em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre e o Mestrado em Manutenção Técnica de Edifícios são apenas dois dos exemplos da formação pós-graduada em que o IPT está a apostar fortemente. ANDRÉ AMANTE

André Amante

O Mestrado Europeu em Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre (MEAPHAR), promovido pelo IPT, funciona no Museu de Arte Pré-História de Mação e tem características únicas. O coordenador do curso, Luiz Oosterbeek, evidencia o facto de 60% dos estudantes serem estrangeiros e acrescenta que “esta diversidade de proveniências é muito enriquecedora, pois os alunos trazem percursos formativos distintos, o que contribui para vivas e interessantes discussões”. E os resultados estão à vista: “Temos bons alunos, que já estão a contribuir para projectos em Portugal e noutros países”. Como o MEAPHAR integra o Master Europeu Erasmus Mundus em Quaternário e Pré-História, os respectivos alunos podem realizar 30% do curso numa das outras universidades da rede, e obter no final o Diploma Europeu Erasmus Mundus, emitido pelo IPT, UTAD, Universidade de Ferrara (Itália), o Instituto de Paleontologia Humana de Paris (França) e Universidade de Tarragona (Espanha). Este é o único Mestrado do Erasmus Mundus em Arqueologia, revela Luiz Oosterbeek. “Somos, também, a única instituição com programas regulares de investigação e gestão patrimonial na América do Sul e em África”, acrescenta o professor. Uma das mais-valias deste Mestrado é o facto de estar sedeado no Museu de

Mação. Mestrandos estrangeiros empenhados na aprendizagem do português

Arte Pré-Histórica de Mação, que é um centro de estudo com reconhecimento nacional e internacional. Luiz Oosterbeek explica ainda que “este programa de formação internacional não poderia ter lugar em Portugal sem o IPT, pois somos a única instituição de ensino de arqueologia que não está apenas vinculada às Humanidades”. Uma vez que os alunos deste Mestrado são maioritariamente provenientes de outros países, alguns necessitam de frequentar aulas de Português. Nas aulas, ministradas por Sandra Barata, docente da ESTA, os mestrandos

mostram-se empenhados na aprendizagem da língua do país que os acolhe. A gramática da língua portuguesa foi estudada em pormenor, para permitir uma melhor comunicação. Os alunos gostaram da experiência e dos professores, consideram-nos “simpáticos e acessíveis”. A adaptação dos alunos do Erasmus Mundus a Portugal, em geral, e a Mação, em particular, tem os seu altos e baixos. “Desde que cheguei tem sido fácil, mais fácil do que esperava. O mais difícil tem sido a língua, mas espero melhorar”. O desabafo é de Aude, uma

estudante francesa. Antonella, uma aluna proveniente de Itália, confessa ter pensado imenso antes de vir, pois não tem bolsa de estudos, chegando à conclusão de que são mais as vantagens do que as desvantagens. “Queria especializar-me em Arqueologia PréHistórica, era algo que queria mesmo fazer”, explica Antonella. É com parcerias bem estruturadas como esta que se consegue que os Mestrados funcionem. O empenho dos alunos, dos professores e das instituições, ao combinarem entre si as suas potencialidades, provocam um resultado que só pode trazer bons frutos. Em relação ao futuro, os responsáveis pretendem aprofundar as parcerias entre o IPT, a autarquia e outras entidades (incluindo europeias), com o objectivo de dotar o centro de investigação, no qual o Mestrado se insere, de maior autonomia. Outro dos Mestrados do IPT que resulta de um trabalho de conjunto é o de Manutenção Técnica de Edifícios. Neste caso, a parceria desenvolveu-se entre departamentos do próprio IPT: Engenharia Mecânica, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Civil e Engenharia Química e Ambiente. Este curso resulta numa formação específica que integra diferentes especialidades e que, em Portugal, é ainda muito pouco desenvolvida. Na prática, trata-se de formar especialistas capazes de lidar com a complexidade que caracteriza os edifícios actuais. Com este ciclo de estudos preten-

de-se assegurar aos estudantes uma especialização de natureza profissional, capaz de permitir a intervenção de forma interdisciplinar nas diversas especialidades da área de Manutenção Técnica de Edifícios, nomeadamente em aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC), redes de fluidos, instalações eléctricas, domótica, redes dados e comunicações, protecção e segurança, acústica, iluminação entre outras, desde a fase do projecto, à construção e manutenção. Estes dois cursos inserem-se num conjunto de 17 Mestrados que o IPT oferece, alguns deles em parceria com outras instituições de ensino superior. Para o ano lectivo de 2010/2011 estão já previstas oito reedições: Arqueologia Pré-Histórica e Arte Rupestre; Conservação e Restauro; Controlo e Electrónica Industrial; Reabilitação Urbana; Manutenção Técnica de Edifícios; Técnicas de Arqueologia; Tecnologia Química; Tecnologias Editoriais. Para além de outras formações de 2º ciclo que estão a funcionar e que poderão ter novas edições, o IPT está a preparar três novos Mestrados: Biorremediação; Fotografia; Inovação e Desenvolvimento Empreendedor. Simultaneamente, estão abertas préinscrições para novas edições dos seguintes Mestrados:Contabilidade, Fiscalidade e Finanças Empresariais; Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural; Auditoria e Análise Financeira.

Alunos da ESTA criam blogue de informação desportiva JOÃO CALRE TAS

João Calretas

“Quem corre por gosto não cansa”. Esta frase fica bem a João Vasco, aluno da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), do curso de Comunicação Social. Tinha a vontade de fazer um blogue, com amigos, de debate sobre futebol nacional. Assim foi. Projecto começado no Verão do ano passado, João Vasco criou um blogue, formou um grupo e o resultado é o olivredirecto.blogspot.com. Actualmente com um grupo maior do que o inicial, têm rubrica actualmente cinco pessoas, quatro das quais são estudantes da ESTA e do mesmo curso. Esta plataforma de comunicação tem uma actualização diária com notícias várias, consideradas as mais importantes do momento, retiradas de fontes online. Os ar tigos colo cados n'olivredirecto, vão desde tex-

Gravações. Alunos preparam mais uma emissão audiovisual disponilizada no blogue

tos de análise à jornada da Liga Portuguesa, passando por um cartoon e por uma tabela classificativa, onde tanto os moderadores como os visitantes competem com apostas de resultados. Mas a vontade de João Vasco foi mais longe do que um simples blogue de discussão. Perante a necessidade de desenvolver um trabalho para uma unidade curricular do seu curso, surgiu a ideia de um programa audiovisual gravado nos estúdios da ESTA. Criou, juntamente com os seus colegas do grupo de trabalho, o programa Treinador de Bancada, à quarta-feira, programa para debater os assuntos mais importantes da semana. Tânia Machado surgiu como apresentadora e João Vasco, Simão Santana e Vitor Madeira como comentadores. A prática desenvolvida e o ritmo adquirido levaram aquele

grupo de alunos, apaixonados pelo jornalismo desportivo, a criar o programa Pontapé de Baliza. Este projecto audiovisual é de teor clubístico, e nele se discute sobre os três grandes e/ ou Braga. A apresentação começou por ser de Vitor Madeira e agora é de Raquel Simões e o programa tem três comentadores exteriores ao blogue: Fábio Ferreira (Sporting), Carlos Duarte (Benfica) e João Ruela (Porto), sendo que este último foi substituir Mário Pinto. Este programa é colocado no blogue à quinta-feira. Ambos os projectos, embora resultantes da iniciativa daquele grupo de alunos, contam com o apoio da ESTA em termos de estúdios e de equipamento, assim como contam com o apoio de um dos docentes da área, João Pereira, que ajuda com o material audiovisual e faz a edição dos programas.


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CRIATIVIDADE

O Aroma da Memória por Ana Ferreira

A

inda está ali. Ali permanece, a minha avó ali a colocou. No cimo da lareira, e ela por ali está. Ela é velha, é tão velha, que quase nem chama tem. Falo de uma vela, da antiga vela. Hoje não passa de um aglomerado de cera fervilhante, mas outrora era única. A sua beleza, que alegrava a carrancuda sala de estar da casa da avó; a luz calorosa que emanava, aquecendo corações; o aroma a apetitosos frutos silvestres que difundia pela casa, faziam as delícias de quem por ali passava. No inverno, com a chegada do frio e da chuva, a vela era a única coisa que realmente nos conseguia aquecer, era ela que nos aquecia re-

almente por dentro. Chegávamos da escola, nas gélidas tardes de inverno e a avó acendia uma grande fogueira, mas o que queríamos mesmo era sentir o aroma a frutos silvestres da casa da avó. A avó sabia que aquelas quatro crianças não se importavam com o frio do inverno, ou com o calor da fogueira, queriam simplesmente ver o pavio, da secular vela em forma de carrossel, ser consumido pela sua própria chama. Ao arder, a chama tudo embelezava, catapultando as crianças para o mundo da imaginação. Por isso, assim que entrávamos na sala ela apressava o seu lento passo e caminhava para junto da vela acendendo-a. A sua luz

era resplandecente, e de tão intensa ser nos iluminava na escuridão de Inverno. Sempre que acendia a vela, a avó libertava a sua imaginação e todos viajávamos por mundos de fantasia ao som das suas fabulosas histórias de encantar. Os nossos olhos, muito pretos e cheios de vida, brilhavam e seguiam a avó a cada movimento. Deixando-nos levar pelo encanto, sonhávamos acordados, por entre o Robin dos Bosques, os Cavaleiros da Távola Redonda e as Princesas dos mundos de encantar; crescíamos, assim, a cada aventura. O sonho e a fantasia faziam parte do quotidiano das quatro crianças, que todos os dias rumavam a casa da avó e escutavam atentas os enredos, fruto da sua imaginação. As crianças, ainda tenras, desfrutavam a sua infância, que nem imaginavam estar para os abandonar, e ensaiavam tudo o que lhes contavam, na esperança de cavaleiros ser ou princesas se tornar. Como éramos ainda muito inocentes, não compreendíamos que tudo não passava de uma grande invenção da nossa avó, que tudo fazia, para que, nós não nos apercebêssemos das adversidades da vida. Nada do que escutávamos, nas gélidas tardes de inverno, era real; porém, entre arranhões e nódoas negras, nós, as quatro crianças, aprendíamos mais uma lição.

Todas as nossas brincadeiras eram enaltecidas pelo caloroso e apetitoso aroma a frutos silvestres. Quando a avó descia até à cave para preparar um bolo de chocolate, ou de qualquer outro sabor, daqueles bolos que só ela sabia fazer, nós os quatro raptávamos a secular vela carrossel e colocávamo-la no centro da acção, mesmo no meio da brincadeira. No nosso mundo, a vela era um deus, que previa o tempo; era, também, o mago que guiava e protegia os cavaleiros, e, por vezes, era a fada de todas as princesas. Dia após dia; história após história; as crianças cresciam, mais, e mais, e deixavam de ser as quatro pequenas crianças que acompanhavam a avó nos seus sonhos. As histórias de encantar deixavam de fazer sentido, e a avó dizia que um dia deixaríamos de as entender… Não compreendíamos o que queria dizer, com tão sábias palavras. Mas, mais uns anos passaram e o mundo de imaginação da avó deixou de existir! Aí, nesse preciso momento, nós, as quatro crianças, agora já adultas, percebemos o que a avó tanto nos avisava: “Estou a perder-vos e nada posso fazer!”. O tempo para ela foi cruel. Passou e com ele levou o que de mais querido ela tinha – a memória. De que lhe valia agora, ver as quatros crianças e não se lembrar de todas as aventuras, que no seu

jardim e em redor da vela, elas viveram. Os seus nomes, nomes de crianças, já não faziam parte das suas lembranças. Nem mesmo o aroma a frutos silvestres lhe avivava a memória, nem mesmo as histórias que nós lhe passámos a contar ajudavam. Agora, éramos nós, os avós da minha avó. Éramos nós que lhe contávamos histórias e a levávamos a passear, tal como ela nos fazia quando éramos crianças. O tempo passou, e hoje, no auge da maturidade, já não consigo ouvir as histórias da minha avó. Podia pedir-lhe que me conte todas só mais uma vez, mas mesmo que ela quisesse não conseguia. O mundo de encantar e a fértil imaginação da avó, não conseguiram resistir às intempéries da vida, e ao passar do tempo. Não posso voltar a escutar as suas fabulosas histórias, mas recordo aquele aroma a frutos silvestres, que faz soar, novamente, no íntimo das minhas mais profundas memórias, as lembranças da minha infância. Memórias essas que, para a minha avó, o tempo apagou. É pena! - Digo para mim quando penso. O quanto eu gostava de voltar a sentar-me no chão, junto à lareira, acender a vela e inundarme das calorosas aventuras, sempre enfeitiçada pelo forte aroma a frutos silvestres da casa da minha avó. PUB


O meu café

Renato Lopes

Cláudia Oliveira

Café “Chave d’Ouro”, um dos cafés mais emblemáticos da cidade de Abrantes, siuado bem no centro histórico, aberto desde 1931. Também o café “Os Primos” é aqui retratado. Trabalho realizado por alunos da cadeira de Fotojornalismo. Tânia Machado

Cátia Romualdo

Daniela Santos

Joana Rato


região 11

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BARQUINHA

SARDOAL

Feira d´Época traz o melhor da terra

IV Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão Os felizes da vida que sabem apreciar os “bons sabores” estão atentos. Cerca de duas dezenas de expositores de todo o país, Ribatejo, Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo, Açores, etc., vão mostrar e vender a excelência dos seus produtos, numa tenda de grandes proporções, transformada em ambiente rural e acolhedor.

A Feira d’ Época, este ano a 8 e 9 de maio, tem já lugar cativo no cartaz de Vila Nova da Barquinha. E é uma oportunidade para toda a região envolvente. Trata-se de uma feira de produtos da terra, artesanato, doçaria, chás, mel e gastronomia, temperada com animação cultural. A abertu-

ra é no sábado, dia 8, pelas 15h00, e a tarde tem música tradicional portuguesa. À noite é a vez do fado vadio. No domingo, reabre à mesma hora, para uma tarde de música filarmónica com a Banda dos Bombeiros locais e, depois, exibição de danças de salão às 18h00. O fecho é às 22h00.

É na IV Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão que se realiza no Sardoal, junto aos bombeiros, nos dias 1 e 2 de Maio. Para além do consolo gastronómico, a Feira vai contar com animação cultural e musical, e ainda com o envolvimento de professores e alunos do Agrupamento de Escolas e dos comerciantes da Vila de Sardoal. Os primeiros vão fazer trabalhos de expressão plástica sobre a figura de “Mestre Gil”, e os segundos vão responder aos ape-

los para enfeitarem as suas montras com temas alusivos ao acontecimento. “Mestre Gil” é a figura animada do projecto de promoção turística InSITU que representa o Sardoal. Significa a fusão de duas personagens ligadas ao Concelho: o Mestre de Sardoal, pintor quinhentista, autor do célebre retábulo que se encontra na Igreja Matriz e Gil Vicente, criador do teatro português, que cita explicitamente o Sardoal em três das suas obras. A Feira Nacional do Fumeiro, Queijo e Pão tem créditos já firmados e é uma organização da Tagus e da Câmara Municipal com apoio da Associação Comercial e Serviços. Tem por objectivo promover os produtos característicos de cada zona de Portugal e valorizar os factores regionais de comercialização. E trazer até aos nossos palatos o que de melhor se produz no sector em Portugal.

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negócios

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PROGRAMA PROVE

Tagus lança produtos da horta directos ao consumidor JERÓNIMO BELO JORGE

Chama-se PROVE e é um programa desenvolvido de forma pioneira pela Associação de Desenvolvimento Local da Península de Setúbal e que pretende apoiar os pequenos agricultores. A fórmula é simples, os agricultores criam cabazes com oito ou nove quilos de produtos, entre tubérculos, legumes e fruta, que vão vender directamente ao consumidor final. Em cada semana o cabaz pode ser diferente mas terá uma base de produtos frescos para a semana de uma família. E até o cabaz pode ser um cesto de plástico ou de verga, consoante o interesse do consumidor. Este é, na base, o conceito do programa Prove que agora a

Tagus quer lançar nos concelhos de Abrantes, Constância e Sardoal. Como primeiro passo organizou um seminário em que apresentou o programa à região, entre agricultores e responsáveis de diversas instituições da zona. Este mês vai ainda existir uma reunião com potenciais produtores tendo em vista esclarecer o conceito e a forma de funcionamento do programa. Depois há que fazer o lançamento, por forma, a criar linhas de comunicação que promovam estes produtos. Esta é, segundo Pedro Saraiva, técnico coordenador da Tagus, uma forma de estimular a economia local, promovendo a promoção local e colocar no mercado, em casa dos consumidores, produtos frescos e

de qualidade. Mas as entregas não são, na génese do programa, efectuadas ao domicílio. Serão criados pontos de entrega, por exemplo na cidade de Abrantes, onde ao dia e hora definida os consumidores poderão levantar os seus cabazes. Estes produtos, pelas experiências realizadas noutras regiões, mais urbanas, são muito procurados por casais jovens, já que não representam a compra de legumes ou produtos hortícolas em grandes quantidades. Pedro Saraiva revelou ainda que os cabazes não são constituídos por produtos biológicos, uma vez que neste caso seriam necessários vários passos para a certificação. De referir que os produtores não necessitam de criar empre-

sas para colocar os seus produtos no consumidor, mas têm de estar colectados, o que poderá representar um impeditivo para alguns pequenos produtores que colocam os produtos hortícolas nos mercados diários ou semanais no concelho. Para já não se sabe qual vai ser a adesão dos produtores locais, mas estima-se que este novo produto possa ter êxito. No Verão, estima Pedro Saraiva, o projecto pode ter pernas para ser lançado nestes três concelhos. O JA sabe que a Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal também tem interesse neste programa que pode potenciar a venda de produtos dos pequenos agricultores.

GESTIVERDE

Fazer o projecto e acompanhar a candidatura

NATUR HOUSE

Perder peso e cuidar da imagem “Ajudar a pessoa a emagrecer e reeducá-las em termos de alimentação” é o trabalho da Natur House. Perder peso é por vezes uma necessidade por razões de saúde. Mas também pode ser um objectivo por uma questão de estética, de produção da auto-imagem, para aumentar a auto-estima. O trabalho com a Natur House começa com uma consulta especializada, gratuita, por uma dietista e continua por um acompanhamento. Na consulta procura-se definir o problema do cliente, identificar os seus erros alimentares e, a partir daí, define-se um programa que passa por alguns produtos naturais de ajuda comercializados pela Natur House, pela correcção dos erros na alimentação e a definição de alguma actividade física adequada à pessoa em causa. “As pessoas, além de perder peso, podem

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mantê-lo para o resto da vida, se quiserem. Basta seguirem os conselhos para uma alimentação mais saudável”, afirma Anabela Pereira, a empresária que trouxe esta marca para Abrantes há cinco anos. E a dietista explica: “Os produtos não fazem milagres. Se as pessoas não têm cuidado com a alimentação, não têm os resultados desejados.” Quanto aos clientes, diz, “são de todos os tipos, homens e mulheres, crianças, adolescentes e idosos, operários e profissionais liberais.” Na revista Peso Perfecto (nº 14), Aníbal Martins, de Abrantes, conta como a Natur House o ajudou em sete meses a perder 49 kg dos 119 que chegou a ter. Mas a Natur House tem também à venda bolachas e tostas dietéticas e, por exemplo, doces para diabéticos. E para isso não é necessário consulta.

O coração do negócio da Gestiverde é os projectos de investimento e as candidaturas a fundos de apoio. Em particular aos apoios da união Europeia. A vida está difícil e o dinheiro ainda mais. Por isso, bons projectos, boas candidaturas e o bom acompanhamento de uma candidatura e da sua execução são “o segredo” que a Gestiverde proporciona aos seus clientes. De um modo geral, “o cliente chega com uma ideia de investimento, explica o engenheiro José Luís André, e nós procuramos ver quais são as linhas de apoio disponíveis e mais adequadas para esse investimento. Depois, preparamos a candidatura, fazemos o acompanhamento administrativo e da execução do projecto.” Mas não só. “Também fazemos outro tipo de trabalhos, como processos de licenciamento, avaliação de propriedades, estudos de viabilidade económica e mesmo projectos tipo chave na mão, para clientes que não têm capacidade de resposta

em sectores como arborização ou mecanização. Mas esse é, para nós, um trabalho complementar.” Está no mercado há quase 15 anos. Mas José Luís André fundou esta empresa sobre a sua experiência com fundos comunitários que vem já desde 1986. O actual quadro comunitário de apoio está a meio e, apresar de atrasado, é necessário aproveitá-lo. O grosso dos projectos em que a Gestiverde trabalha situa-se na área florestal e na área agro-industrial. Na nossa região, os projectos florestais incidem sobretudo nas árvores de crescimento mais demorado, caso do sobreiro ou pinheiro bravo e manso. Na área agrícola, predominam os projectos na área do vinho e do azeite. Mas a Gestiverde trabalha em qualquer área e, se os clientes lhe chegam sobretudo do Alentejo, Ribatejo e Beiras, temnos um pouco por todo o país. A agricultura portuguesa está em crise, como sabemos e os empresários agrícolas estão su-

José Luís André, da Ges•tiverde.

jeitos a processo de descapitalização. Mas, por isso mesmo, o recurso a fundos de apoio torna-se vital. “Por exemplo, um sobreiro só começa a dar verdadeiro rendimento após 35 anos. Quem é que, nas actuais condições investe para um benefício que só começa a colher a essa distância?” A Gestiverde é, por isso, uma chave na sustentabilidade e renovação da nossa capacidade agrícola.


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cultura&espectáculos Nuno Maya expõe em Abrantes

Avieiros em exposição em Constância

A Galeria Municipal de Abrantes tem patente, a partir de 1 de maio, uma exposição de fotografia, vídeo e instalação de Nuno Maya. Human in the City reflecte a distribuição espacial dos seres humanos em espaços urbanos, fazendo um paralelo entre Espaço-Tempo, tema usado frequentemente pelo autor nas suas exposições. Nuno Maya é formado em multimédia pela ETIC e em França terminou o curso “European Media Master of Art”. O artista já expôs as suas obras em países estrangeiros como Chicago, Japão e Barcelona. Em Portugal participou em exposições individuais na Galeria Municipal Lagar de Azeite, em Oeiras, na Fábrica de Pólvora de Barcarena e no Largo Trindade Coelho, em Lisboa. Venceu o Prémio BES revelação, Prémio jovem realizador, em Ovar, entre outros. A exposição estará patente até ao dia 21 de maio, de terça a sábado, das 10h0 às 12h30 e das 14h00 às 18h30.

“Na margem sul do concelho de Constância, existiam na primeira metade do século XX, três barracas de avieiros, das quais só resta uma, entretanto mudada de sítio, propriedade de Maria Tocha Pelarigo.” São palavras de apresentação da exposição Constância Avieira, patenete em Constância, no recuperado edifício da Antiga Cadeia. “O Tejo era o mundo desta gente, também chamada de “ciganos do rio”. Foram obrigados a viver décadas de isolamento, por não serem bem acolhidos, pois era gente que vinha de longe. Mas as alterações verificadas no rio Tejo ao longo do tempo, como a escassez de sável, lampreia, boga, fataça, levou-os a deixar esta profissão e a perocurar outras ocupações, integrando-se lentamente na sociedade local.” Assim se lê também na plaquete de apresentação da exposição, patente até 17 de Setembro, das 15h00 às 20h00, naturalmente assinada pelo Museu dos Rios, de Constância.

AGENDA DO MÊS

Abrantes 30 de abril - Dança “Amar a Terra”pela Kamu Suna Ballet Company - Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - Bilhetes a 5 euros Até 22 de maio – Festa da Primavera: 8 a 22 de maio - Concurso de Montras - Centro histórico de Abrantes 14 a 16 de maio - Festival de Espantalhos - Centro histórico de Abrantes 15 de maio - Passeio Pedestre da Ascenção, às 9h30; Mercado Quinhentista a partir das 10h00; Festa de Maio a partir das 14h00, Guerra das Flores Praça Barão da Batalha. 1 a 21 de maio - Exposição de Nuno Maya - Humans in the City - Instalação, Fotografia e Vídeo - Galeria Municipal de Arte 1 a 8 de maio – IV Mostra de Teatro de Abrantes: 1 de maio - Dois Irmãos, de Fausto Paravidino - Companhia Palha de Abrantes - Cine-teatro São Pedro, às 21h30 2 de maio – “Chuva de Cores”, de Onivaldo Dutra – Companhia “Ditrambus” - Cine-teatro São Pedro, às 11h00 2 de maio - Cascata de Emoções - Companhia de Teatro Montes da Senhora - Sociedade União Crucifixense - Cruxifico, às 15h00 8 de maio -Médico à Força, de Moliére Companhia “Ultimacto” – Centro Paroquial

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Martinchel, às 21h30 8 de maio “Três em Lua de Mel, de Jorge de Sousa Companhia de Teatro O Cidral Centro Social Vale das Mós,às 21h30 8 de maio - O que eu penso, o que tu pensas, o que eu penso que..., de Dollores Cortés - Companhia Gtessa Casa do Povo São Facundo, às 21h30 3 a 31 de maio - Exposição -Os Lugares de Pessoa -Biblioteca António Botto 6 de maio Entre nós e as palavras”Encontro com o autor Rui Cardoso Martins a propósito da obra “E se eu gostasse muito de morrer” - Biblioteca António Botto, às 21h30 7 de maio - Café-concerto com Rapazes da Forja Pequeno Auditório do Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - Entrada Livre

Almeida - Castelo de Abrantes 21 de maio - Jornadas O Tempo e o Homem - D. Francisco de Almeida Biblioteca António Botto , das 10h00 às 17h30 21 de maio - Teatro Clube da Comédia com Aldo Lima, Bruno Nogueira, Eduardo Madeira, Francisco Menezes, Nilton e Óscar Branco - Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - Bilhetes a 10 euros 29 de maio a 25 de junho - Exposição de Lúcia David - Galeria Municipal de Arte - de terça a sábado, das 10h00 às 12h30 e das 14h0 às 18h00 29 de maio - Dança - EspaçoIdança -Cine-teatro São Pedro, às 21h30

Constância 11 de maio - Música - Espectáculo com Artur Marques – Cine-teatro São Pedro, às 15h00 - Entrada Livre - Espectáculo para o público Sénior 14 de maio - Teatro - ua Aire pela companhia El Retrete de Dorian Gray - Cine-teatro São Pedro, às 21h30 - Bilhetes a 5 euros 18 de maio - Exposição - Antevisão do Museu Ibérico de Arqueologia e Artes de Abrantes - Museu D. Lopo de

1 a 23 de maio - Exposição - Pintura de Isabel Maia - Dias úteis das 9h30 às 13h00 e das 14h30 às 17h30 - Posto de Turismo 3 de maio - Dia Internacional do Sol -À procura de um raio de sol - Centro de Ciência Viva, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h00 3 a 31 de maio - Mostra Bio-bibliográfica - Escritor Alves Redol - Biblio-

teca Municipal Alexandre O`neill, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30 15 e 16 de maio – IV Feira da Primavera – Parque Ambiental de Santa Margarida, das 14h00 às 20h00 16 de maio - Percurso Pedestre de Observação e Interpretação da Natureza À Descoberta das Plantas Aromáticas e Medicinais Parque Ambiental de Santa Margarida, às 9h00 16 de maio - O Património do Concelho em Danças, Cantares e Jogos Tradicionais - Quinta da D. Maria - Montalvo 17 a 21 de maio - Exposição - Constância A vieira Antiga Cadeia, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 22 de maio - A utilidade da Biodiversidade - Parque Ambiental de Santa Margarida, das 10h00 às 19h00

Sardoal Até 15 de maio - Exposição Santa Casa da Misericórdia de Sardoal - 500 anos de Arte Centro Cultural Gil Vicente 30 de abril a 2 de maio – Feira Nacioanl do Fumeiro, Queijo e Pão: 30 de abril - Música com Filarmónica União Sardoalense, grupo Seca

Adegas e Jorge Espada 1 de maio Arruada pela vila com Fanfarra Nem Fá nem Fum, a partir das 21h30 concertos com Duo Bruno Matias e Patrícia Belém 2 de maio - Música com os gaiteiros da Batalha Gaitilena e Graciete Andreia 15 de maio - Música Banda da Força Aérea Centro Cultural Gil Vicente, às 16h00, entrada livre 22 de maio - Festa solidária a favor do Centro de Dia de Alcaravela

Barquinha 8 e 9 de maio – Feira d`Época - venda de produtos, artesanato, doçaria, chás, mel e gastronomia Largo 1º de Dezembro: 8 de maio - Apresentação do livro MAG, de José Calheiros Cunha, às 15h00 - III Encontro de Música Tradicional Portuguesa a partir das 15h30 - Fado Vadio com Tina Jofre, Rita Inácio, Jorge Pinheiro, Virgílio Quadrio, Julieta Rodrigues e Manuel Costa, às 21h30 9 de maio - Banda de Música dos Bombeiros Voluntários da Barquinha, às 16h00; Danças de Salão, às 18h00 Insufláveis no Parque Ribeirinho, das 10h às 12h e das 14h às 18h00 9 de maio – “Pelos Nossos Rios, pelo Nosso Futuro” – Descida de Canoa


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D. Manuel visita Torres Novas El Rei D. Manuel I, “pela graça de Deus Rei de Portugal e dos Algarves”, está de visita a Torres Novas. A real deslocação celebra os 500 anos do foral novo, datado de 1 de Maio de 1510, e é motivo de grande animação nesta cidade. Para assinalar a data, um conjunto de iniciativas vai colocar Torres Novas e os forasteiros a reviver o tempo quinhentista de 30 de Abril a 2 de Maio. Um mercado à moda da época decorre durante os três dias, bem como muita outra animação A ronda do pregão, sexta às 21h00, um cortejo quinhentista, no sábado às 15h30, a entrega do fo-

ral novo, ainda no sábado às 18h00, seguido de um baile renascentista às 23h00, e no domingo a chegada de El Rei d. Manuel, às 18h30 seguida do banquete real, às 20h30, são os momentos mais altos. E tudo termina em grande festa às 23h00, junto ao castelo. Paralelamente haverá outros momentos como uma conferência sobre o tempo de D. Manuel, quinta às 21h30, o lançamento de um livro juvenil sobre “Torres Novas no tempo de D. Manuel I” e do fac-simile do foral manuelino. É uma visita recomendada, pois a viver também se aprende… História.

Luís Filipe Borges e David Antunes no Aquapolis, em Abrantes

O apresentador/escritor Luis Filipe Borges (Boinas) apresentador do programa 5 para a meia noite vai na sexta-feira, dia 30. no bar Aquapolis (Margem Norte) para uma noite de stand-up e música ao vivo que será assegurada pelo músico David Antunes.

Clínica de estética festeja aniversário com exposição de pintura As obras de pintura de Susana Rosa, pintora e professora, foram expostas no segundo aniversário da clínica de estética Oceanus, sedeada no edifício Sopadel. A paixão pela pintura sempre esteve presente para Susana Rosa afirmando ao JA que, “eu nasci para ser artista”. Foi no ano de 2001 que a pintora começou a expor ao público as suas obras de arte. Quando pinta, Susana Rosa inspira-se no que vai observando no seu quotidiano, em fotografias, em exposições de outros autores e em livros que lê. A pintora referiu também que no inicio da sua carreira artística foi muito influenciada pelo pintor Jean Michel Basquiat, uma vez que “era um artista com um imaginário muito urbano e ligado ao graffiti”. Habitualmente, Susana Rosa faz uma selecção de temas quando produz uma obra de arte. Estes temas passam muitas vezes pela temática do corpo fantasmagórico. Susana Rosa explicou ainda ao JA, que as obras de arte devem sugerir, perturbar e fazer com que a pessoa reflicta no que está

a visualizar. A oportunidade de mostrar o trabalho artístico na Oceanus surgiu a convite de Regina Amaro, empresária e dirigente da clínica. Regina Amaro em declarações ao JA afirmou que, o objectivo desta exposição passou pela divulgação do trabalho artístico de Susana Rosa, bem como, pela divulgação dos serviços prestados na clínica Oceanus”. E foi a forma encontrada para festejar o segundo aniversário da clínica, num curioso casamento entre estética corporal e pintura.

CINEMA

Abrantes Gescine – Centro Comercial Milleniun 29 de abil a 5 de maio - Amar... é Complicado”

Constância Cine-teatro Municipal, às 21h30: 1 de maio – “Dias dos Namorados” 8 de maio - Alice no País das Maravilhas

15 de maio – “Estado de Guerra” 22 de maio - Amar...é Complicado 29 de maio – “Lembra-te de Mim” 30 de maio - Chovem Almôndegas, às 15h00

Sardoal 16 de maio - Chovem Almôndegas, às 16h30 - Centro Cultural

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LUGARES COM HISTÓRIA

A Senhora da Lapa TERESA APARÍCIO

Quando vamos pela estrada que segue de Mouriscas para Sardoal, ao passarmos pela aldeia de Cabeça das Mós, encontramos, do lado direito, uma placa com a indicação “Senhora da Lapa”. Seguindo por aí e percorrendo uma distância de cerca de dois quilómetros, deparamo-nos com um local verde e fresco, atravessado por uma ribeira de água ainda cristalina e com um parque de merendas sombreado por árvores frondosas, decerto já seculares.

A ribeira foi limpa e alargada há pouco tempo e foi ali construída uma pequena represa, que no Verão é fechada, dando origem a um espelho de água onde crianças e adultos podem tomar, sem qualquer perigo, banhos agradáveis e refrescantes. Além de bonito e muito bom para fazer piqueniques, este é também um lugar com História. Dominando o local, sobre uma pe-

quena elevação, encontra-se a ermida da Senhora da Lapa. A sua construção teve lugar na segunda metade do século XVII, pois num pequeno painel onde estão figuradas as Almas do Purgatório, há a referência ao ano de 1659 e ao Papa Alexandre Sétimo. Segundo Frei Agostinho de Santa Maria o edificante teria sido o Abade João Cansado que “por devoção à Senhora e para melhorar o sítio e para não a apartar muito do local que ela escolhera lhe edificou aquela Ermida e Santuário.” Ora o local que a Senhora escolhera é, segundo a tradição popular, uma gruta cavada na rocha que se encontra quase em frente, na outra margem da ribeira. Está fechada por uma porta gradeada e, ao fundo, encontra-se uma pequena imagem que deve ser ainda hoje objecto de devoção, pois à entrada podemos ver restos de velas, ali recentemente colocadas. A pequena ermida é de planta rectangular, com a fachada orientada a nascente, na qual se abre uma porta encimada por uma cruz e ladeada

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por duas pequenas janelas. O acesso é feito por duas escadarias laterais que vão desembocar numa pequena plataforma que prolonga a frontaria. A porta está geralmente fechada e a imagem foi dali retirada e colocada em local seguro, pois estas capelas isoladas são frequentemente alvo de roubos e vandalismos vários. É pena porque o interior é deveras interessante. Todo ele está revestido com azulejos (as paredes laterais) e pinturas (o tecto e os tímpanos). Por cima da porta encontra-se pintado o painel principal, que representa a Adoração dos Reis Magos. A abóbada está preenchida com molduras fingidas, onde podemos ver cenas da Anunciação, da Assunção da Virgem e cortejos de ofertantes orientados para a cena do Presépio, onde figuram também os Magos. O maciço rochoso sobranceiro à capela é conhecido por Castelo da Lapa, embora presentemente não se descortinem, no local, sinais da existência de qualquer fortaleza. Segundo a tradição popular, teria ali exis-

tido um povoado pré-histórico e as lendas falam de uma cidade subterrânea habitada pelos mouros e de um túnel que ligaria a Lapa à aldeia da Palhota, localizando até com precisão a casa onde ele iria desembocar. Ainda nenhum estudo arqueológico foi feito no local, pelo que se desconhece se estas histórias têm ou não fundamento. A poucos metros da capela, a montante e também na margem direita da ribeira, encontram-se as ruínas do que devia ter sido uma casa de habitação, que ainda conserva umas grossas paredes de pedra, que se podem ver por entre a vegetação bravia. Segundo nos diz Frei Agostinho de Santa Maria “nesta se recolhem os romeiros e devotos, quando o tempo obriga ou quando a sua devoção

o pede. Em todo o ano se vêem na Casa da Senhora romagens e votos”. Integrava uma propriedade que pertenceu igualmente ao Abade João Cansado. As romagens e os romeiros perderam-se na voragem do tempo e, segundo nos informaram, as últimas romarias, que costumavam ter lugar no último Domingo de Maio, terminaram de vez na década de setenta do século XX. Hoje, só as pequenas velas da gruta são testemunho de que os devotos da Senhora da Lapa ainda não se extinguiram por completo. Bibliografia: Gonçalves, Luís Manuel, “Sardoal do Passado ao Presente” , edição C. M. do Sardoal, 1992. Santos, Bruno, “ Pintura Mural Seiscentista nos Concelhos de Abrantes e Sardoal” in Revista Zahara nº 7, edição CEHLA, Junho de 2006


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ABRANTES FUTEBOL CLUBE Assembleia Geral Ordinária – Acto Eleitoral –

CONVOCATÓRIA Nos termos da lei e dos artºs 9º a 13º dos Estatutos, são convocados todos os associados para se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, no próximo dia 30 de Abril de 2010, pelas 21,30 horas, na sala de imprensa do Estádio Municipal de Abrantes, situado na Avenida Rosa Mota, desta cidade, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Informação pela Direcção de assuntos relevantes para o futuro do Abrantes Futebol Clube. Ponto 2 - Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2010/2012. Nos termos dos Estatutos do Clube, as listas candidatas aos Órgãos Sociais (Assembleia Geral, Direcção e Conselho Fiscal), devem ser subscritas por um mínimo de cinquenta sócios efec vos e conter a respec va aceitação expressa pelos candidatos. As listas devem ser entregues ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral ou ao seu subs tuto legal, até às 21,00 horas, do dia 30 de Abril. Se à hora designada não es ver presente a maioria dos seus membros (sócios efec vos, no pleno gozo dos seus direitos), a Assembleia Geral reunirá em segunda convocatória, no mesmo local e com a mesma ordem de trabalhos, trinta minutos depois (às 22,00 horas), nos termos dos artºs 19º, nº 3 e 20º dos Estatutos, com a presença de qualquer número de associados presentes. O acto eleitoral será realizado através de escru nio secreto, sendo eleita a lista que ob ver a maioria dos votos, validamente expressos, entrados em urna. Considera-se no pleno gozo dos seus direitos, todos os associados efec vos que apresentem conjuntamente com o seu cartão iden ca vo de sócio, o comprova vo do pagamento da quota correspondente ao ano de 2008. Abrantes, 29 de Março de 2010 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Fernando António de Matos Ascenso

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Ludovina Maria

Maria Amélia Bairrão da Costa

N. 15-07-1924 • F. 05-03-2010

N. 08-08-1957 • F. 24-03-2010

N. 18-07-1914 • F. 10-03-2010

Seus filhos, netos, bisneto e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua ultima morada.

Seu filho, nora e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada.

Sua filha, genro nora, netos, bisnetos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

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Augusto Dias Gomes

ABRANTES

AMOREIRA

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João Manuel Nunes Afonso

Pedro Diogo Rodrigues Grácio

N. 14-05-1949 • F. 07-03-2010

N. 27-06-1915 • F. 01-03-2010

AGRADECIMENTO

Sua filha e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

Sua esposa, filha, genro, netos, bisneta e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu entre querido à sua última morada.

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

Sua mulher, filhos, nora e netas, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem a todas as pessoas que assistiram ao seu velório, bem como a todos que o acompanharam à última morada, ou manifestaram o seu pesar de qualquer outra forma.

TRAMAGAL

N. 10-04-1931 • F. 08-03-2010

Sua esposa e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal

jornaldeabrantes

N. 13/11/1930 • F. 10/04/2010

AGRADECIMENTO

PORTELA - SANTA MARGARIDA DA COUTADA

Rossio ao Sul do Tejo

Faleceu

Faleceu

Eugénio Maia Arrabaça

Álvaro Damas

Maria Emília Moreno Rodrigues Vitória Professora Nascida a 29 de Dezembro de 1916 • Falecida a 13 de Março de 2010

Marido, filhos, netos, bisnetos e restantes familiares vêm, por este meio, expressar a sua gratidão a todas as pessoas que os acompanharam na sua dor. Que descanse em paz.

Belmira Seabra da Fonseca Rebelo N. 05-04-1948 • F. 20-03-2010

Seu marido, filhos e restantes familiares, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam a sua ente querida à sua última morada. A cargo de: Funerária José Grilo Lda. Telf.: 241 890 615 – 962 773 327 • Tramagal


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SAÚDE É...

Maio, mês do coração

DRA. PAULA TEIXEIRA (USP Zêzere)

As doenças cardiovasculares são, no seu conjunto, a principal causa de morte e de incapacidades em Portugal.

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTES Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

C O N S U LTA S

POR

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Alexandra Duarte Serra ALERGOLOGIA Dr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta CARDIOLOGIA Dr.ª Maria João Carvalho CIRURGIA Dr. Francisco Rufino CLÍNICA GERAL Dr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa DERMATOLOGIA Dr.ª Maria João Silva GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira MEDICINA INTERNA Dr. Matoso Ferreira NEFROLOGIA Dr. Mário Silva NEUROCIRURGIA Dr. Armando Lopes NEUROLOGIA Dr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

MARCAÇÃO

A compreensão desta realidade e o combate aos riscos que lhe estão associados foram contributos decisivos para que, nas últimas décadas se tenha verificado um significativo aumento da esperança de vida. Para mantermos essa tendência, torna-se indispensável que um número crescente de pessoas adoptem hábitos de vida saudáveis. Nesta perspectiva, os profissionais de cuidados de saúde primários, a partir da sua actividade nos Centros de Saúde têm contribuído, cada

vez com mais convicção, para a divulgação de mensagens que ajudam as populações a tomar as melhores decisões para promoverem a saúde do seu sistema cárdio-vascular e evitar as doenças que lhe estão associadas, em especial os enfartes do miocárdio e as doenças cérebro-vasculares (tromboses). Integrado na comemoração do mês do coração, o ACES do Zêzere está a desenvolver um conjunto de actividades de educação para a saúde e nesse âmbito foi solicitada à Dra Paula Teixeira, médica especialista em medicina geral e familiar, a divulgação das suas convicções e conselhos susceptíveis de acrescentarem anos saudáveis à vida. Que muito agradecemos. Unidade de Saúde Pública do ZêzereTodas estas doenças destroem, incapacitam, e matam. Com a prevenção será possível reduzir o número de Enfartes do Miocárdio e de A.V.C. (Tromboses). Por favor, não esperem tudo dos médicos …E sobretudo, não esqueçam: Não há remédio para o envelhecimento - Há boas práticas que o atrasam! Muita saúde para todos.

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA Dr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga ORTOPEDIA Dr. Matos Melo OTORRINOLARINGOLOGIA Dr. João Eloi PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIA Patricia Gerra PSICOLOGIA Dr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch; Dr.ª Maria Conceição Calado PSIQUIATRIA Dr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro SERVIÇO DE ENFERMAGEM Maria João TERAPEUTA DA FALA Dr.ª Susana Martins

de

jornal abrantes novo e-mail

jornaldeabrantes@lenacomunicacao.pt jornaldeabrantes



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