Especial Feira do Cavalo 2010

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O Ribatejo 5 | Novembro | 2010

especial Começa esta sexta-feira, a 35ª edição da Feira Nacional do Cavalo na Golegã. O presidente da Câmara fala-nos do que espera deste evento.

Golegã

textos e fotos ∑ Bruno Oliveira

Golegã vai ter centro de alto rendimento equestre 5 a 14 de Novembro ∑ Feira Nacional do Cavalo

O que vai ser o Centro de Alto Rendimento da Golegã para desportos equestres?

Este centro vai ser o único centro com este objectivo em Portugal. É de uma pertinência enorme para a Golegã enquanto capital do cavalo. Vem complementar as actuais infraestruturas que a Golegã já tem e que nos afirma como capital do cavalo durante todo o ano. Há uma década atrás, a Golegã era considera capital, mas só na altura da feira. Agora já temos infraestruturas que nos permitem, ao longo de todo ano, ter aqui actividades nesta área. Este centro vai ter infraestruturas que permitem acolher as várias modalidades equestres. Podemos ter aqui atletas de vários países, como os sul-americanos, que já fazem preparação na Europa mas em países como a Alemanha com temperaturas muito reduzidas e com um custo mais elevado. Penso que a Golegã poderá ser uma alternativa muito interessante e também desta forma ter uma oxigenação do tecido económico do concelho e da região que já tem hoje equipamentos na área da hotelaria de renome internacional, como o Hotel Lusitano, um hotel de charme ao nível dos melhores da Europa. Que tipo de infraestruturas terá esse centro?

O centro vai ficar instalado num terreno de 8 hectares que a autarquia adquiriu na Avenida D. João III, entre a Praça do Cavalo e a Praça da Água. Vai ter pistas, picadeiros, boxes, edifícios de apoio, clínicas veterinárias, entre ou-

A A Feira Nacional do Cavalo decorre de 5 a 14 de Novembro da vila da Golegã tras valências. Apostamos em criar equipamentos de qualidade para podermos atrair praticantes de topo. Vai estar também preparado para acolher a prática de corridas de cavalos com apostas, que é um reivindicação do sector junto do Governo. Somos dos poucos países que não tem essa vertente e julgo que seria muito interessante pois nos hipódromos onde já estive noutros países europeus foi-me dado a conhecer que estes eventos podem criar, de forma temporária, cerca de 7 mil postos de trabalho. Estou convencido que, num país com tantos problemas financeiros, esta modalidade equestre poderia ajudar a criar verbas para financiar algumas instituições como a Fundação Alter Real. Quanto vai custar e quando

se iniciará a obra?

O Centro está a ser alvo de concurso de concepção/ construção e prevê-se que, na sua primeira fase, represente um investimento de 2,5 milhões de euros, financiados em 70% por fundos do QREN, em 5% pelo Instituto de Desporto de Portugal e em 25% pela autarquia.

Na Golegã temos feito investimentos sem entrar em megalomanias, sem destabilizar as contas municipais, embora nalguns equipamentos como os desportivos ligados ao mundo equestre, já suplantamos a média europeia em termos que qualidade e quantidade. Acredito que será um in-

vestimento moderado porque a autarquia tem saúde financeira. Vamos dar o pontapé para a perna quem temos. Quando todos devem milhões e milhões de euros, a câmara da Golegã tem uma dívida de 3,5 milhões de euros, que é um dívida de uma grande empresa, perfeitamente equilibrada e para a qual temos

Feira do Cavalo é “um evento verdadeiro, erudito e popular”

∑ Qual o balanço destes 35 anos de Feira?

A Feira de S. Martinho é talvez, a decana das feiras portuguesas. Foi criada por D. Sebastião em 1571, mas foi no séc. XIX que teve um maior crescimento, quando o rei D. Luís decretou que era na Golegã que se realizava o concurso nacional oficial. No início do séc. XX até à 2ª Guerra Mundial teve um período de decréscimo voltou a crescer depois da 2ª Guerra e teve uma interrupção nos anos a seguir à revolução de 1974. Mas como esta

feira foi sempre um evento verdadeiro, que tem tanto de erudito como de popular, voltou em 1977 com um caminho de crescimento. Defendo que a Feira tem que manter a sua identidade mas tem que se ir adequando aos usos dos tempos actuais. Esta simbiose entre tradição e modernidade é indispensável. Destaco a elevada componente cultural que a Feira ganhou com muitas exposições de arte, mas também a componente científica com seminários e workshops.

capacidade de assumir os pagamentos. Prevemos que exista uma segunda fase, a construir em terrenos próximos que hoje estão reservados para a construção do IC3 e dos quais vão sobrar algumas franjas que a câmara terá todo o interesse em comprar e assim ampliar o Centro. O Governo vai financiar o funcionamento do centro?

Vamos assinar um contrato de financiamento com a presença do sr. secretário de Estado do Desporto, no dia 13. Acredito que a secretaria de Estado do Desporto tem uma perspectiva de integração de todos os centros de altos rendimento no qual este poderá estar integrado. Mas será sempre o município da Golegã a assumir a maior parte da gestão.


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